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Paredes de concreto — como ter uma obra sem manifestacées patolégicas RUBEN HOWGE— Eon Ga Gone eis A Bean Gay Portas rep ot Women Pacis ¢ Stas Ems (Conceion0onro a ses x Nom NBR 16085 (Pies eGo) os ABNT 1 INTRODUCAO, / sistema pared de concre- to 6um sistema constuivo industiazado. Sua cera eta basica ¢ parmitr uma obra do veocldace © replividade, com "© unidades habitacionais por cla, Com esta velocidade construtiva, mental uma obra bern planejada tada, pois ndo hé tempo para so ‘Sar em solugdies pontuais para pro- 8 locallzados ou modiffcar 0 pro- SO construtivo durante a execucao, precisa funcionar perteitements, 10 qualquer dasvio que origine 2108 retrabalhos. kee Tees 2, ESPECIFICACAO DO CONCRETO Uma das grandes proocupagées do sistema 6 a possiblidade de fssuragéo, O sistema parede de concreto apresen- ta uma estrutura muito rigida, com alta festn¢ao & variaggo volumétrica, E uma estrutura que gore altas tonedes quan: do submetida a imposicgo de deforma: (90s, como a retracdo. ‘A tetragao 6 um fenémeno intrinse- CO ao material conereto. Ela tem dife- rontes causas: > Retragao pléstica inicial, por perda de agua com 0 concreta ainda nao endurecido; > Retragéo quimica, pelo menor volu- me dos cristais formados na reacao do cimento; ene Caste de agressidade eit caren, = 25 Ma Maio de cota , (argent) > 28 GPa oefient de tro menor quo 0.035%, cured nas mesmas Gnd da bra segundo a noma ASTM C167 esis de desfoma f, = 3 Pa ESplnamento (Stump ow) 600 = 50 mm Reta Ague-Cimento ae 0,60 consumo inne do cents + er nae = 370 gin So material inate com nua ete 0.075 mm pea 20) 00100 mm pena 160, ‘lar compensador de reap ef bras tls para err rsag niimo 300 git) atria: poliprpieno — po: muttiamenia Massa espoctica: 0,90 = 0,05 gion? Comerinentaminime: 20 mm Dimensio mévima do agregado: 12.5 mn NCRETO & Construgdes | £4.90 | Abr Jun «2018 ‘oro o Ger Panis € Case > Retragéio hicréuica (ou secagem), pola parca de dqua quando ja endurecido, Por isso, deve-se dar muita atengao 8 todo 0 process dlesde © seu plane Jamento, passando por um bom proto © execugio, com especial atengzio 20 conoreto. E necessérto uma boa especi- {leago do material nos projetas, com es- tudos de dosagem detahado @ ensaios de pré-caracterizago para confimar o recebimento 6 uso do material idealzado, Exemplo de especticagio de concroto Pode ser encontrado no Quadro 1. 3. POR QUE OCORREM RETRACOES Quando néio so tomados todos 98 cuidados nevessétios, pode ocorrar Uma retrago acima do normal causada pelos seguintes fatores: > Concreto autoadensével mal a- Mensionado, com poucos finos ‘muita agua. E exiremamente impor- tanie um estudo do trago do concre- t0,por profssional especialzadio, seja le da concreteira, laboratério de en- ssaios ou consultor indepandente, © € consulta. @ ABN TNBR 15823 para Cbter 0 concreto auioadensavel ado quad & utlizagao. > Falta de cura, causanda grande perda de équa nical. Pela rapider do proceso construtivo, hé muites aredes sendo curadas smultanca- Mente, © que, em prineBi, inviabilica uma cura timida bem feita. O ideal & > Fi de vane duto lei paraog > Dest voca mole Conereto Auto Adensavel | > Figura 1 Composi¢o esquemtica do cancreto, sem e com 9 presenca de agregadas finos ‘vabalhar com a cura quimica, obser vando sempre se hai residuo do pro- to nas paredes, para nao infiuen- ciar na aderéncia do revestimento. Aida he meis dues causas mecénices 52a 0 aparecimento de fssuras. S80 eas: > Desforma com muito impacto, pro- vecada pelo uso deficiente do des- moldante ou pela utlizapao de ferra- mentas inadequadas pare a retirada das formas, principalmente nos can- tos de janela@ linha de espagadores (faquetas, gravatas ou cones); — | > Figura 2 Aplicagso de cure auimica | > Existéncia de vbragdes no terreno nos primoires dias, causades, por ‘exemplo, por impactos nas paredes ou teraplanagem com rolo vibratéro, Os pontos preterenciais para o apa- recimento dessas fissuras so: > Peredes muito longas, sem junta de controle; Cantos de portas e janelas; > Posigao de eletradutos (eletrodutos mal posicionados, com poucos es- pagadores, entre tela/eletroduto ou tela/forma) > Juntas frias (horizontal entre pavi- mentos, vertical entre concretagens. de dias consecutives ¢ incinadas, entre concretagens de caminhées sucessivos com intervalo ap6s 0 in io de pega): > Fissuras no primeiro pavimento de- vido & restrigdo do movimentagao imposta pela fundagao; > Fissuras no timo pavimento de- vide A diatecdo térmica da laje de cobertura. ponto fundamental para diminuir 2 fissuragdo é estudar 0 trago do conore- to, com um consumo de finos maior € uma relacdo a/e menor, Adicionaimente, deve-se cuidar dos processos de cura v e ullizar compensador de retragdo e ou fibras téxieis pare aumenter a resisténcia A tagdionas idadesiniciais, quando ainda rio se tem aderéncia entre a feragem e © concreto, Finalmente, pode-se pensar ra utlizagao de aditivos compensadores de retragdo que praticamente 2eram a deformeco imposta de longo prazo. ‘As obras que ulllzam concrete com trago bem estudado praticamente no apresentam fissuras sistémicas. 4, PLANEJAMENTO Nas obras com paredes de concre- to, um cuidado especial deve ser dado 20 planejamento, com estudos sobre & logistica a ser empregada, treinamento de mo de obra de montadores, plano de ataque e plano de controle da qua’ lidade. Com a velocidade da obre, esia organizagao da pradugéo ¢ essencial Beseadios nos piojstos ja devida- mente concluidos © compatibilzados, deve-se montar um plana de procs detalhedo e completo. Nesse momento, 6 de grande ajuda que os projotos ja te- ham sido feltos em BIM, faciltando a veualzagao simutanea, em 3D, de di- ferentes sistemas ¢ suas interforéncias. | | > Figura 3 |__Eletroduto com espacador eaten em ae ae ne 5. COMPATIBILZACAO DEPROJETOS todas as paredes trata da. editicags {quer elemento emoutido interfere no funcionamen- Pr isso, 0 sucesso da mn parades de concreto d= da existéncia de projetos bem atiolizados, Além de garantr uma 2 portante, os projetos devon conarinterforéncias como inserts, tues ou insialag6es embutidas, us geram impacto no encemrinhamen- 0 des cargas da esirutura Flo fato de as paredes seram estu- ‘ura, a NBR 16055:2012 Parede de con mente em relagao aos insumos prrinc concrato,armagéas @ jogos de fr 7. PROCEDIMENTOS EXECUTIVES A etapa executive do sisters redes de concreto sogue 08 segu procedimentos: 1]. Antes de inicir a construgéo, © reno deve estar nivelado e com fundagao (racer, normelmente vidamionte executada; 2) Conforme determinagées do = jeto estrutural, montam-se as “== soldadas da armadura (a arr recebe espagadores que au ‘garantir 0 cobrimento minimo ‘armnaduras); 8) Também séo instalados kits de talagdes hidraulicas e obtricas: 4) As formas so posicionadas = acordo com a sequéncia exec.2 deserta no projeto (os palnéis = vem ser montados @ travados © uso de grampos ou pins) 5) As fOrmas de leje s80 mont logo apés @ conclustio das férm para parede (a fxagao dessos = mentos também se dé com o @ pinas de travarnentol; 6) Ap6s conferéncia do engenhe B Segui fomento todas as Gletiee o praeto extn tra OS oesammecias, Tole go9 juntas ce ncaa ate Utlest Sistemas ceit6irrae @speoffoss para o sisterna fe fazer acaptacoan: Se9UIF as Ciretizes do prdeto Pe imertagemn decmmosfagen: es Oras cerijeacse Ue tnontarfeces as psoas oo Sistorsa de fois. CPlocar espiassccres Plaster de atmadiea cr) Indore suflemta (6 unio BAS 2820S 0-5 chips Das aes), (Coivea: espa ecores Hsteos Pas nistrontfos en nimero inicia-se @ concretagern 0 concto- to dave sor sufciantemente pissti- 0 para preoncher todos os vazios: a frma e impectr que haja segra- 93980, principalmente na paite in- ‘erior das parodes); Anés a conctetagem, 6 felta a ro- Gularzagdio do concreto com ré- qua metéica; Quando 0 concreto atinge a resis- téncia © @ dlasticidade previstes 70 projeto, as formas séo ret es com cuidado para néo danif- =r a8 popas (o endurecimento do Conersto pode ser antecipado por meio de tratamento térmico (cura térmica) adequado e devidemente controlaco); © projeto estrutural noxaimente Prevé a permanéncia de escora- nto residual ap6s a rotrade des (B) ABNTNBR 155752013 — cat eurcent= 2 unis in om Paoonie) © Nunce postionar cuss cans eticas Ua Ge rostas care cuts, 7 Neea encasts-dols bu mais Blsyedutas centin de paras, © ererpevdenoes pa Que neo ceorain imeiunctcs elie = concretegam: Nao erexsesrimoacks nas (parades dusao.a desiorma TONG permite uisracces Frakinas ds pareies ce Abatimento (Stump), coniorme a ABNT NBR NM 67; > Espaihamento (sumo flow), de ‘acordo com a ABN TNBR 18823-2: > Massa especifica do conereto, con- forme a ABNT NBR 983s; > Moldagem de compos de prova, con- forme a norma ABNT NBR 5738. Ensaios também devern ser realize- dos no concrato endurecido, como andiise de compos de prova moldados durante @ concretagem, atendendo ao ue estabelece a ABNT NBR 12656, 10. OPERACAO € MANUTENCAO AS paredes © lejos de concreto armaco 880 estruturais, Logo, nao odem ser demoiiias total ou parcial mente pelo usuario. Isso deve constar de forma clara no Manual de Opera- ‘40, Uso @ Manutengao (Manual do Usuario). Se forem notados pontos de ‘corrosdo de armaduras, deve ser provi- ‘danciado o tratamento adequado, com assisténcia técnica de engenheiro ou empresa especializada. € Tugdo 08 edicas6es.—Requiss e procedenins 19) AENTINER 2855 concede cnenioPantand —Prepart conto, estima eaatargo { ; icc oscceeeeeeeeeeeeene unis wong ~~ 70 INTRODUCAO éficit habitacional brasiic- fo representa um desatio t6nico pera os adminisira- ores publicos. A necessidade de no- yas moradias acompanha néo apenas © constante crescimento populacional, mas também os novos arranjos fami. liares © o permanente reordenamento Urbano das cidades brasileias. Por ‘880, encontrar solucées técnicas ¢ olticas para esse problema é um ob- Jetivo permanente de todo 0 setor da onstrugéo civi © desenvolvimento de um sistema Construtivo capaz de atender & doman- a habitacional com qualidade, rapidex © custo adlequado 6 uma ago priori. Mla nesse cenétio, Pode-se afrmar que O sistema parede de concreto moldada in loco vem cumprindo muito bem esse objetivo. Embora existam exempios Gessa tecnologia ja nos anos 70/80, © sstema ganhou corpo no Brasil, de fato, em meados dos anos 2000, ini- Gielmente para atender a0 aquecido mercado imobilirio; depois, como uma das princivals solugdes técnicas ado- {adas no progrema Minha Casa Minha Vida (MCMV), a partir d6 2008, Estima- 82 que, em 2014, a parede de con- Creto ja estava presente em 36% das | unidades produzidas pelo programa, apresentando-se como solugdo técnica A construcdo de um sistema de sucesso ‘AGES aiinhadia com as necessidades do pats. Vale lembrar que o MCMV, embora, suscetivelacrticas, ocupa um lugarce destaque no enfrentamento da ques- tac habitacional e & também o principal evalista do sucesso do sistema parede de conereto. Em um estudo apresen- tado em meio de 2017 no WV Encontro Brasilelto de Administragéo. Pubjica, em Joao Pessoa/PB, pesqulsadores da Universidade Federal do Vicosa’ computaram a contratacso record, ‘entre 2008 € 2016, de mais de 4,5 mi- thées de unidades habitacionals, nas \rés faixas de financiamento do MOMV Olerecidas & época (ainda nao existia a Faixa 1,5), Ainda segundo o estudo, © MCMY cobre 96,1% do teritério na- ional, com presenga em 5.530 dos 5.570 municipios brasileiros. © uso da parede de conoreto nesse universo tem sido crescente, Mas como 0 setor de construgaio Civil se aculturou to rapidamente Para absorver essa nova tecnologia atender a essa gigantesca necassida- de de moradias? A resposta esté, em Parte, ligada a uma iniciativa tomada @m 2007, quando trés entidades as- Sociativas do setor (ABOP, ABESO ¢ BTS) decidiram unir estorcos e bus- Car, no exterior, tecnologias industrie- lizadas para a crescente demanda de mercado. A iniolativa foi recompensa- “co WGUERO VinwoR — — Souk MoreRA, Su 0 Fama os Se TS da no final, mas houve muito trab= esse percurso, 2, SURGE 0 GRUPO PaREDE DE CONCRETO (GPC) Em 2007, 0 mercado imob: (em especial os segmentos de m: © baixa rendas), Iderado poles em a8 privades, encontreva-se aque 2tura, aborda crtéios para a qualidade da Pede, projato, materieis, andise estritur 1, dimensionamento e procedimentos Para a fabricagao da parede, entre outros ‘egpectos. A pubicacao da norma (Figura 5) aumentou a segurenga © encurtou 0 caminho para os empreendedores, ds- Pensados a partir de entio de seguir as Gretrkes SINAT para obter crédito pera 80us emereendiimentos, 7, DISSEMINACAO DO CONHECIMENTO A difustio de informagdes acompa- ‘nha todo © desenvolvimento tecnolé- gico da parede de concreto. Além da elaboragéo de material biblogrdfico, ferramentas @ simulaciores, contam-se dezenas de seminérios, palestras, me- ‘sas-reddondas e workshops realzados, Para que © método siga ovoluindo, © GPC atua sob quatro grandes fren- tes, que so: sustentablidade, normay Capacitacdo, subsistemas/divulgagéo € informacao. Em relagdo a sustentabilidade, a in tongéio 6 conhecer e avallar a sustenta- bilidacte do sistema parede de concre- 0, de modo @ poder comparé-lo com Outros sistemas, promover melhoria continua @ comunicar o mercado da Construgio civil sobre suas vantagens. ‘A normavcapactacao busca disseri- "rar conhecimento atualizado, esclarecer 0 texto da NBR 16,055:2012 eassegurar a0 mercado que o sistema parede de con- ‘oreto atenda & NBR 15,575. Isso é imper- ‘tente para grant @ qualidade no uso do sistema, evitar eros do interpretagdo da Rota e consoiidar o uso da teonoiogia Na érea de subsistemas, 0 objetivo 6 promover workshops dos subsiste- Mas que compéem a tecnologia: For- mas, Esquadrias, Concreto © Quimicos (cura, impermeabiizagio, desmoldante otc). A ideia 6 criar um canal de comu- nicagéio entre tomecedores © constru toras, para melhorer 0 dislogo, a fim de desonvolver o sistema, gerando produ: tos espectficos para ole, Em relagdo & divuigagao, 0 GPC pro- Move ou participa de diversos semina- ‘los, palestras @ workshops. Apenas em 2017 foram 36 eventos para 2.500 par- ticpantes. Além disso, oferece cursos (basico, execugo e projetos) e material Aidatico para capacitar arquitetos, pro- jotistas estruturais ¢ de instalacdes. Séo, ©m média, 14 cursos ¢ 500 profissionais atendidos por ano. Em decorréncia da Figura 5 ~ Reunido da Comissao de Norma de Parede de Concreto Y SReRaeenee Figure 6 ~ Pesquisas de mercado sol =docéo do sistema pelas construtoras Publicagao da ABNT NBR:16.055, os Proprios técnicos da Cava (250 enge- 'nheiros) passaram por cagecitageio. Por fim, no aspecto de informagéo, Oestacam-se as pesquisas de mercado (Figure 6), que permitem entender os Pardmetros para a tomada de deciséo des empresas, conhecer pontos posi- tivos @ negatives do sistema (do pon- BIS Se Meet ey =e (eee pee eae ee) coerce da produtividade com redu bre pontos positives € negativos para entre os agentes da cadela 9 promove visitas a obras @ a fa fornecedores, cissemina boas © @ auxila no desenvolvimento 6: produtos para o sistema. O ot @rupo € compartihar conhecim= Fm junho, membros do pam do 2° Congreso Ik cano de Habitagao, onde espe brasieros e estrangeltos tr sistema construtivo com a partic de construtores, professores, = t0 de vista das construtoras) e prever financeiros, conaultores e outro: Obras. Em 2015, foram ouvidas 488 construtoras de vérias partes do pais, sionals. © objetivo, mais uma buscar a mehoria de um sister @std consagrado no Brasil 8. ASITUACAO ATUAL Compost hoje por cerca de 110 Organizagies, entre construtoras, for Needores, projetistas, laboratérios & associagées, 0 GPC fomenta a sinergia Todas. as feramentas pros elo GPC esto disponie mente para download nos st {wwn.abep.orgin, Abese fg. IETS (wits ory, & SISTEMAS DE FORMAS PARA EDIFICIOS: RECOMENDAGOES PARA A MELHORIA DA QUALIDAD E DA PRODUTIVIDADE COM REDUGAO DE CUSTOS Autor: Antonio Carlos Zorzi O livro propée diretrizes para a racionalizacio de sis: de formas empregados na execucao de estruturas conereto armado e que utiliza 0 molde em madeiz> ‘As propostas foram embasadas na vasta exper autor, diretor de engenharia da Cyrela, sendo retirad= sua dissertagdo de mestrado sobre o tema. ee ISBN 9788598576237 Formato: 18,6 em x 23,3 cm Paginas: 195 Acabamento: Capa dura Ano da publicacaa: 2015 PE

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