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4.1 - INTRODUCAO De acordo com a ISA 300 ~ Planning an Audit of Financial Statements (Planear uma Auditoria de Demonstrag6es Financeiras), “planear uma audi-_ toria envolve estabelecer a estratégia global para a auditoria e desenyolver um Plano de auditoria” ‘Um planeamento adequado ajuda a assegurar que & dada uma atengio apropriada a areas importantes da auditoria, que problemas potentials 40. ‘Wentificadbs e resolvidos tempestivamente e que o trabalho de auditoria é Gecidainente organizadoe gerido a fim de ser realizado de uma forma eficaz Teliciente. 7 Aquando da fase do planeamento da auditoria deve ser dada uma espe- cial atencdo a dois aspectos: ~ Matureza, extensio e tempestividade das actividades e dos procedi- mentos de auditoria a realizar; ~ direceao, supervisio e revi do trabalho de auditoria, AISA 300 refere que a natureza e a extensio das actividades de pla neamento variarao de acordo com g dimensao €. le itidade, tom a geperiéncia prévia que o aiditor ‘adquiriu na entidade em anos ante- tiores € com alteracées circunstanciais que eventualmente ocorram durante 0 trabalho de auditoria, Em termos de tempestividade” é costume dividir os procedimentos de auditoria em duas fases: os que se realizam na fase preliminar e os que se efec- tuam na fase final, entendendo-se como fase preliminar aquela em que ainda (No origina USK 300: tning que, segunda o Oxford Advanced Lestner's Dictionary of Current English (1986), signifies “acto de determinar ou regular a (ordem da) ocorrencip de uma 32440, acontecimento, et, afin de se aleanzar os resiados desejados Assim. neste con texto, dever-se- entender por tempestvidade a data ou o periodo em que devein ser teal 2adas certs actividades de planeamento e efecuades testes e procecimentos de austria, 199 nao esto disponiveis os balancetes referentes a data de referencia das demonstragées financeiras sujeitas a auditoria De entre os trabalhos que podem ser feitos na fase preliminar,“a ISA 300 destaca os seguintes: ~ procedimer avaliagao do riscos ~ obtengio de uma compreensio geral das leis e dos regulamentos apli- analiticos a serem aplicados como procedimentos de céveis 4 entidade e como é que esta os esté a cumprir; ~ determinagao da materialidad ~ envolvimento de peritos; — realizacio de outros procedimentos de avaliagio do risco. A referida ISA estabelece que 0 auditor deve também realizar as seguintes actividades no inicio do trabalho de cada auditoria: ~ realizar procedimentos relativos & continuacao das relagdes corn 0 dliente ¢ ao trabatho de auditoria especifico; —avaliar 0 cumprimento com os requisitos éticos, incluindo a inde- pendéncia; ~ estabelecer uma compreensao das condigoes de trabalho. Como se referiu, planear uma auditoria envolve estabelecer uma estraté- sia global para a auditoria, a qual fixa 0 ambito, tempestividade e direcgao da auditoria e orienta o desenvolvimento de um plano de auditoria mais detalhaco. O estabelecimento de tal estratégia envolve a) identificar as caracteristicas do trabalho que defina o seu ambito, tais como a estrutura conceptual de relato financeiro utilizada, requisitos de relato especificos do sector de actividade e as localizacdes dos componentes da entidade; b) verificar os objectivos de relato do trabalho a fim de planear a tem pestividade da auditoria e a natureza das comunicagdes exigidas, tais como prazos para os relatérios preliminar e final ¢ datas chave para comunicacies esperadas com os érgios encarregados da governagao; «) considerar os factores que, no julgamento profissional do auditor, sao significativos para direccionar os esforcos da equipa de auditores; 4) considerar os resultados das actividades preliminares e, onde aplicé vel noutros trabalhos; e se é relevante 0 conhecimento adquirido pelo sdcio responsével ©) verificar a natureza, tempestividade e extenso dos recursos neces- ar 0 trabalho. sarios para reali De notar que um adequado planeamento também auxilia numa apro- priada distribuicio do trabalho pelos membros da equipa, facilita no s6 2 direcgdo e supervisad da mesma como também a revisio do trabalho por ela efectuado (conforme vimos no capitulo 3.3) e auxilia ainda, quando aplicdvel, a coordenagao do trabalho efectuado por auditores de componentes” e por peritos do auditor. Quando se planeia uma auditoria dever-se-4 sempre prever a hipétese de se fazerem ajustamentos ao longo da execugo do trabalho uma ver. que, sobretudo nos casos de primeiras auditorias, hé um razoavel desconhecimen- to das realidades concretas da empresa por parte do auditor. “omponente € wina entidade Gu uma actividade de negicios para © qual a gest80 do grupo ou do componente prepara informagio fnanceits que deve ser incluida nas ‘emonstragdesfinancelras do grupo (Glossary of Terms, FAC Handbook, 2008). a 201 er Auditoria Financeira - Teoria & Prética 4.2 - CONHECIMENTO DA ENTIDADE E DO SEU MEIO ENVOLVEN' Este assunto esté contemplado naJSA 315 - Identifying and Assessing ¢ Risks of Material Misstatement through Ondestanding the Entity and its ivi ¢ Ristoreaio Material a ment (Identificar ¢ Avaliar os Ri ecenss seu Mein Favolvente), qual refere que o auditor de gbter uma compreensio da entidade e do sex.n controle interno, suficiente na ras quer devido a salizar,procedimentos de auditoria adicionais conhecimento do negocio da empresa cujas demonstragdes finance ras vio ser auditadas permite 20 auditor identificar e compreender os acont | Simentos, as transacedes ¢ as priticas que, no seu julgamento_podem ter uz | s financeiras, ou na auditoria ow n ja (certificacao Tegal das contas) Tal conhecimento é utilizada-pelo auditar minar_os risce | inerente’e de controlo e a natureza, tempestividade e extensio dos procedi | nities de auditoria, ei, ‘A obtengéo do necessério conhecimento do negécio de uma empress apesar de ser um proceso continuo e cumulativo, obriga, numa primeir auditoria, a0 dispéndio, por parte dos auditores, de um nimero muito signi ficativo de horas de trabalho, De entre os procedimentis que os auditores utilizam para obter 0 co nhecimento da actividade da empresa e dela propria referem-se os seguintes reunides com as pessoas encarregadas da governacio; reunides com o pessoal-chave da empresa; reunides com os auditores internos e anélise dos seus relat6rios; = reuniées com os advogados ¢ outros consultores da empiesa; ~ leitura de publicasées especializadas do respectivo sector de actividad; - visita a todas as instalagdes; ~ leitura de documentos produzidos pela empresa: actas de reunides da assembleia geral, dos Grgios de gestio ¢ de fiscalizagao, etc:; relat rios ¢ contas anuais; planos de negdcios « de estratégias; manual do sistema de informagao, incluindo o sistema contabilistico; manual de politicas e procedimentos contabilisticos; manual de controlo inter- no; material publicitério; ete; ~ leitura da legislacao e regulamentos oficiais. __Auditoria Financeirg - Teoria & Pritica ‘Outro aspecto importante relacionado com o tema que temos vindo a tratar esta contemplado na ISA 250 - Consideration of Laws and Regulations in an “Audit of Financial Statements (Consideragao de Leis e de Regulamentos numa Anditoria de Demonstrages Financeiras), onde se refere que sempre que ‘um auditor planeia e realiza procedimentos de auditoria e avalia e relata os res- pectivos resultados, deve ter em atengo que o incumprimento, pela empresa, de leis e de regulamentos pode afectar significativamente as respectivas de- ‘monstragGes financejras. Contudo, nao se pode esperar que uma auditoria de- tecte 0 incumprimento, por parte da empresa, dé todas as leis e regulamentos. Segundo a mencionada ISA, neste contexto, a palavra incumprimento refere-S¢ a actos de omissao ou de autorizacio praticados pela empresa que Sia ser andjtada, intencionais ou ndo, que sio contrarios as leis ov 20s regu- Tamentos vigentes. Tais actos incluem transaccdes registadas pela empresa ou eT SEITHOME on cometidos por membros da governagéo, da gestio ou por empregados, por conta dela. Q incumprimento nao inclai a m4 couduta pessoal (nao relacionada, Be membros da governagio e da portanto, com 0 negécio da empresa) quer d esto quer dos empregados.. De notar que é da responsabilidade da gestao assegurar-se que as ope- cs da empresa si0 fealizadas de acordo com as leis e os regulamentos & \OigEmbora os auditores nao sejam, e ndo possam ser, responsdvels por impe- primentos, o facto de se efectuar uma auditoria anual pode, con i 3 existéncia dos mesmos. Refira-se ainda que a ISA em causa inclui varios gxemplos.de tipos de informacio que podem chamar a atencao do auditor para o facto de,poderem er ocorrido incumprimentos de eis ou de regulamentos, Os exemplos apre- Sentados sao os seguintes: = Inspecgées efectuadas por organismos oficiais ou pagamento de mul- tas ou penalidades. Pagamento de servicos nao especificados ou empréstimos feitos a con- sultores, partes relacionadas”, empregados ou funcionérios piblicos ~ Gomissées de vendas ou honordrios de agentes que paregam excessi- vos em relagio aos que sao geralmente pagos pela entidade ou no seu sector de actividade ou face aos servigos efectivamente recebidos. ~ Compras a precos significativamente acima ou abaixo do prego de mercado. — Pagamentos nao usuais feitos em dinheiro, compras pagas com che~ que ao portador. ~ Transacgoes nao usuais com empresas registadas em paraisos fiscais. ~ Pagamentos de bens ou servigos feitos a patses diferentes daqueles dos quais sao origindrios tais bens ou servigos. ~ Pagamentos sem adequada documentacao de controlo cambial. Existéncia de um sistema de informagio que falha, seja por concep- 4 4520 seja por acaso, em proporcionar uma adequada pista de auditoria ou prova suficiente. ‘Transacgdes nfo autorizadas ou transacgbes i = Comentirios adversos nos érgaos de comuni ;priamente registadas. 4 social Refira-se que, em situacdes extremas, 0 auditor pode ver-se na situagao de ter de renunciar continvar coma auditoria, mesi9 nos casos em que 0 incumprimento nao afecte, de forma material, as demonstragies financeiras. 4.3 - COMPREENSAO DOS SISTEMAS DE INFORMACAO E DE CONTROLO INTERNO -1 - Sistema de informagao Um sistema de informagao relevante para os objectivos do relato finan ceiro consiste nos procedimentos ¢ registos estabelecidos para iniciarem, registarem, processarem ¢ relatarem as transaccdes da entidade (assim como acontecimentos circunstincias) e para manterem responsabilidade pelos é _activos, passivos e capital prop. Jacion Auditoria Financeira - Teoria & Pratica .,0 sistema conta bilistico, Na *vigenela da antiga ISA MOT RAE Assessment and Tnlernal oT (Determinacio do Risco e Controlo’Interno) rel 1 série de tarefas e registos de uma enti- io processadas como forma de manter ceiro, incluind relevante para 0 relato seguin= Gio relacionados tes areas: ~~ As classes de transaccdes nas operage: da entidade que sejam sigr ficativas para as demonstragdes financei-ass — Os procedimentos, em sistema manual va de tecnologias de infor- ‘magao, pelos quais aquelas transacg +26 $10 iniciadas, registadas, pro. cessadas e relatadas nas demonstragces fivanceiras; Os registos contabilisticos relaciona‘o:, sejam clectrénicos ou manuais, informacio de suporte ¢ as coutes especificas nas demons- traces financeiras, no que respeita ao inivio, registo, processamento e relato das transacgoes; —A forma como 0 sistema de informagéo tome

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