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SOrocLes A FUNDAGAO UNIVERSIDADE DE BRASILIA Reitor Joo Cléudio Todorov a ANTIGONA Erico Paulo Siegmar Weidle EDITORA UNIVERSIDADE DE BRASILIA. Diretor Alexandre Lima CONSELHO EDITORIAL, Presidente Emanuel Araijo Introdugéo, versio do grego e notas Alexandre Lima ‘Maria Helena da Rocha Pereira Alvaro Tamayo Aryon Dall Igna Rodrigues : Dourimar Nunes de Moura | Emanuel Aradjo Euridice Carvalho de Sardinha Pesto Liicio Benedito Reno Salomon Marcel Auguste Dardenne EDITORA Sylvia Ficher Sei Vilma de Mendonga Figueiredo Volnei Gavrafa UnB COPY BEM Goptadora xt de Agosto g Zz, 102 PERSONAGENS DO DRAMA Antigona Isménia Coro dos Ancitios de Tebas Creonte Guarda Hemon Tirésias . Mensageiro Euridice ‘Segundo Mensagéiro (Mensageiro de dentro de casa) A cena representa a frontaria do palécio real de Tebas, Antigona e Isniénia saem do paldcio. E noite ainda, awticona Isménia, minka irmé, minha querida irma, por ventura conheces na linhagem de Edipo algum mal que Zeus ainda nao fizesse cair sobre nds duas, sobre as nossas vidas?" Nao ha dor, nao ha desgraca,?nio ha ver- gonha, no ha desonra que eu nio tenha visto no nimero das minhas © {uas penas. E agora, que nova é essa que toda a cidade afirma, desse Gdito que o general acaba de promulgar? Tu sabes? Tu ja ouvistes? Ou acaso ignoras que a maldade dos nossos inimigos avanga sobre aqueles ‘que nos sto caros? Tov. Sobre os quc nos sio.caros, Antigona, nem uma palavra me chegou, nem doce nem dolorosa, desde que fomos privadas dos nossos dois ir- dos, que, num s6 dia, pereceram as mos um do outro. Depois que, esta noite, o exército dos Argivos se pds em marcha, nada mais soube, nem de bom, nem de mau. 20 25 30 35 axticoa Mas sei-o cu, e por isso te mandei vir para fora do pakicio, a fim de que 56 tu 0 ouvisses. Ista Que €? Pareces perturbada por alguma noticia, AnriconA Pois nio distinguiu Creonte, na sepultura, um dos nossos irmiios, e desonrou outro? A Etéocles, segundo se diz, tratando-o de acordo com a justiga e a lei,’ ocultou-o sob a terra, de uma maneira honrosa aos colhos dos mortos do além. Quanto ao cadaver de Polinices, perecido miseravelmente, diz-me que foi proclamado aos cidadios que ninguém © recolhesse num sepulcro, nem o lamentasse, mas sim que o deixasse sem gemidos, por enterrar, tesouro bem-vindo para as aves de rapina, quando lé do alto espreitam, em busca da alegria de um repasto. Assim se conta que o bom de Creonte mandou anunciar ati ea mim— sim, a mim, digo eu —e que ha de vir aqui proclamar estas decis6es claramen- te.a05 que as no conhecerem, e a pritica desse ato nio tera por coisa de Pouca monta, mas quem quer queo cometa incorre em crime de lapidagio pablica nesta cidade. ‘ais so 0s fatos, c em breve mostraras se tens cariter ou se da tua nobreza fizeste vileza, Ismeia luc adianto eu, nestas circunsténcias, minha pobre ima, em atar ou desatar este nd? Anticona Vé se queres cooperare atuar comigo. Isseenta Em que espécie de risco? Que estas a premeditar? Anticona. erguendo a mao Se junto com esta mio vais levantar o cadaver. : 3.0: Isat ‘Acaso pensas em dar-lhe sepultura, quando isso est interdito cidade? Awticowa Sim,a esse irmao que é meu ¢ teu, ainda que 0 no queiras. Nao me acusardo de o ter atraigoado.* Isabaa O desvairada, que te proibe Creonte! Aricona A ele io the & dado separar-me dos meus sues ‘Ai de mim! Pensa, 6 minha irma, no nosso pai, como ele pereceu odioso e sem gloria, ferindo 0s olhios por suas prdprias maos, assim que descobriu os seus erimes.* Depoi8, a mie e esposa dele — que de ambas tinha o nome — destréi a sua vida no lago de uma corda.* Em terceiro lugar, os nossos dois irmaos, num sé dia, morreram as maos um do u- tro, cumprindo, desgragados, um destino fata.” E agora, que sé resta- mos nds as duas, vé lide que maneira ainda pior acabaremos, se, contra alei, vamos transpredir o édito dos soberanos ou seu poder. Pelo con- tririo, € preciso lembrarmo-nos de que nascemos para ser mulheres, ¢ ‘io para combater com os homens; e, em seguida, que somos governa- das pelos mais poderosos, de modo que nos submetemos a isso, e a coisas ainda mais dolorosas. Por isso eu rogo aos que estio debaixo da terra que tenham merc, visto que sou constrangida, e obedego aos que caminham na senda do poder. Atuar em vao € coisa que nio faz sentido. anricona Nio serei eu quem fe ordene, nem, ainda que 0 quisesses fazer, colaborarias comigo de bom grado meu. Procede como entendeves, A ele, eu the darei sepultura. Para mim, ¢ belo morrer por executar esse alo, Jazerei ao Indo dele, sendo-the cara, como ele a mim, depois de ptevaricar, cumprindo um deversagrado — ja que é mais longo o tempo ‘em que devo agradar aos que estio no além do que aos que estio aqui. 1 que ficarei para sempre; € tu, se assim te parece, desonra aquilo que para os deuses & honroso. 45 50 55 65 70 15 Isuta Eu nio fago nada que no seja honroso, mas sou incapaz de atuar contra o poder da cidade. Anticon 80 Podes apresentar essas desculpas, que eu por mim vou erguer um {Gimulo ao meu irmfo tio querido. Issa Ai, desgragada, como eu receio por ti! Anticona Nao temas por mim. Assegura a tua vida, Isat 85 Mas 20 menos nfo reveles a ninguém esta ago; guarda-a em segre- do, que outro tanto farei eu. Axticona mais odiosa, se te calares, do que ! Denuncia-a! Ser-me-és mt se a proclamares diante de todos. svat Conservas um finimo esquentado perante a fra realidade. “ANTIGONA Mas sei que agrado Aqueles a quem mais devo dar prazer, sues 90 ‘Se ao menos tiveres esse poder; mas desejas o impossivel Anticona bem: quando nao tiver forga, cessarci. Isnt Convém principiar por nao andar atrés do impossivel i Awrlcona : Se assim falares, seras odiada por mim, ¢ com razio serds 1 de odiares 0 que morreu. Mas deixa-me, a mim ¢ a minha foucura, a sofrer este mal terrivel. Bu, por mim, nfo creio que haja outro tio gran- de como morrer sem honra " omit Vai, se assim te parece. Mas fica sabendo que, embora sejas uma insensata em ir, com razao serds amada pelos que te so caros." Antigona sai pela esquerda; Isménia entra no palécio. Eniretanto, amanhece. O Coro, formado por quinze ancidos de Tebas, aparece na orguestra. coro 6 raios do Sol, 6 luz. mais bela ‘em Tebas das sete portas? aresplandecer, brithaste enfim, 6 farol dourado do dia, avangando pela corrente Direéia,® sobre 0 Argivo,! de escudo branco, com freio mordente," precipitando-se para a fuga em carreira veloz. Pestr, Ele, a quem Polinices, por amargas questées, anap. sobre a nossa terra fez cair,”” soltando um grito éstridente —tal éguia que se abate no solo coberta com as asas brancas de neve —, carregado de armas ¢ de elmos, que crinas de cavalos enfeita Pousando sobre o nosso paticio, Wanap, abriu as goelas hiantes 95 t00 105 H10 15 120 125 130 135 140 145 © paras sete bocas. Partiu, sem que enchesse, ‘com as langas sedentas de morte, de sangue nosso as faces, ‘nem que as chamas de Hefestos"* arrasassem nossa coroa de torres, Talo fragor de Ares" nna luta do dragao. Pois Zeus, o que abominava a vaidade de uma lingua soberba, 10 vé-los atacar em torrente ‘com sobranceiro orgulho no estridor do ouro, brandindo 0 raio atira-o iquele'* que ja ia, ldo alto da meta, proclamar a vitéria Com a tocha na mio precipita-se sobre a terra que ressoa, com baquica firia” respira vendavais de ddio. Porém, outra foi a sorte. ‘Aos mais distribuiu seu destino" o forte e fogoso Ares. Contra as sete portas os sete sitiantes” deixaram a Zeus, senhor dos troféus, seus brOnzeos tributos; sb aqueles dois malditos, de um s6 pai nascidos ede uma 56 mae, enristando as langas poderosas, partilharam uma sorte fatal” Mas desde que chegou sorridente anap. 2estr. anap. 2 ant. para a belicosa Tebas VitGria gloriosa, as guerras de hd pouco esquegamos; em dangas noturnas, vamos dos deuses a tados os templos, ¢ Baco™ tremente domine em Tebas. Mas ai vem o rei desta terra, anap, Creonte,” filho de Meneceu, dos deuses, por nova decisio, © soberano de agora. Algum plano ele divisa, pois dos ancifios convocou a assembléia, pela voz do arauto a todos chamando. Entra Creonte, em traje real, acompanhado de guardas Cxsonre Varies, de novo os deuses restabeleceram a seguranga da nossa ci- dade, depois de aterem abalado com vagas alterosas.” Mandei-vos con- vocar para aqui, longe de todos, pelos meus emissirios, ciente de que sempre honrastes 0 poderio do trono de Laio, e depois, quando Eidipo dirigia.a cidade, e em seguida pereceu, permanecestes leais 20s filhos de cada um deles, com um Simo constante. Mas ja que esses, por um du- plo fado, acabarain num s6 dia, batendo-se ¢ ferindo-se, poluindo as suas mios no proprio sangue, sou eu agorao detentor de todos os pode~ res do trono, devido a proximidade de parentesco com aqueles que se finaram, impossivel conhecer 0 espitito, pensamento ¢ determinago™ de qualquer homem, antes de ele se ter exercitado no poder e nas leis.” Eu, por mim, entendo que todo aquele que, sendo supremo senhor de um Estado, nao se mantiver firme nas melhores decisées, mas por medo entravar a sua lingua, 6e foi sempre um grande celerado. E quem quer 150 155 165 170 15 180 185, 190 195 200 205 210 215 que tenha mais amor a outrem do que sua propria pattia, no tenho a menor considerago. Pela minha parte—saiba-o Zeus, -cm- pre vigia tudo —ntio me calaria se visse a rufna, em vez da salvacao, a avangar sobre os cidadaos, nem teria por amigo proprio um vardo que quisesse mal a nossa terra, Sei bem que & ela que nos mantém salvos ¢ que, se navegarmos nela com dircito rumo, podemos contrair amizades, Tais sfo as leis com que eu criarei a prosperidade deste Estado, E agora acabo de proclamar aos cidadaos um édito gémeo destes, principios, que diz respeito aos filhos de Edipo: a Etéocles, que pereceu a combater por esta cidade, praticando toda espécie de atos valorosos com a sua langa, dar-se-A sepultura num ttimulo ¢ executar-se-fo todos aqueles ritas sageados que chegam ao além, até os mortos mais nobres; porém, quanto ao que era do mesmo sangue que ele — refiro-me a Polinices — ao que, de regresso do exilio, quis destruir pelo fogo, de ponta a ponta, a terra de seus pais e os deuses da sua linhagem, quis r-se do sangue dos seus e levé-los cativos, — quanto a esse, procla: mou-se nesta cidade que nem seria sepultado, nem pessoa alguma o la- ‘mentaria, mas se deixaria insepulto, ¢ que 0 seu corpo, dado a comer aos cles es aves de rapina, se havia de tornar um espeticulo vergonhoso. Tal €0 meu pensamento, ¢, por mim, jamais os maus ho de ultra- passar os bons em honrarias. Porém, quem for propicio a esta cidade, morto ou vivo, recebera da minha parte honras iguais. Coro A tiapraz-te, Creonte, filo de Meneceu, proceder desse modo para com quem é desfavoravel ¢ para com quem é propicio a esta cidade, Em. tuas mfos esti a faculdade de usar das leis, quaisquer que sejam, quer para os mortos, quer para os vivos. CrponTe Sede vés os guardides destas ordens, coro Encarrega disso alguém mais jovem do que nds, creoste ias do cadaver jé esto prontos. Os vi ono ‘Que mais querias entio recomendar-nos? Creonre ‘Que nfo vos junteis aos que desobedecem iis minhas ordens, coro [Nao ha ninguém tio louco que deseje a morte. 220 CrrowTe, Pois Sera esse o Salério; mas muitas vezes a esperanga do ganho aniquila os homens. Entra o Guarda, GuanDs ‘Meu senhor, nfo direi que foi por causa da velocidade que cheguei aqui sem félego, depois que pus em movimento os meus pésligeiros.Na 225, vverdade, muitas foram as paradas que fiz para pensar, as vollas no cami ‘ho, quase a tomar atras. O meu espirito dizia-me muitas coisas falan- do-me assim: —Desgragado, para que vais com tanta pressa onde & tua chegada seris castigado? Miseravel, entio tu paras outra vez? E se Creonte souber por outro, como deixards de softer? —Comestas hesi- 230 {agies, fizcaminho sem grande pressa,%*e assim uma pequena distincia se volveu em grande. Por dltimo, cnfim, prevaleceu vir encontrar cot go. E, seo que eu te contar nfo valer nada,” mesmo assim vou dizer-te. 235 Porque eu venho agarrado a esta esperanga, de que nada mais softerei senio 0 que me estiver destinado. creowre Que motivo tens para essa inquietagaio? GuanDA Primeio quero falar-te do que me diz respeito: nfo fui eu quem 240 245 250 255 260 265 praticou essa ago, nem sei quem foi. E nfo ha razo para eu cair em desgraga, cReonte Nao ha divida que atiras bem e fazes boa defesa em volta do.caso.™ Mas é manifesto que tens algo de novo para contar. Guana O perigo é a causa'de tanta hesitagao. Capone, ‘Acabaris finalmente por dizer, ¢ pot ires embora, depois? Guana Enfim, vou dizer-te. Hi pouco ainda, alguém dew sepultura ao ca- diver ese retirou, espalhou sobre 0.corpoo pd seco ¢ fez-lhe as oferendas que sio devidas. Cason Que dizes? Quem dentre os homens ousou cometer tal feito? Guanon Nio sei. Nao havia lé sinais de machado nem terra que a enxada amontoasse. 0 solo, duro e seco, nao estava sulcado pelo peso de rodas; quem quer que tivesse sido o autor da obra, nao deixara vestigios. Quan- do a primeira sentinela no-lo mostra, ja li estava aquele prodigio emba- ragoso para todos nds. O cadaver estava invisivel, nao enterrado com tudo, mas tinha por cima uma camada fina de p6, como de alguém que a pusesse para fugir a uma maldigao.*” Nao havia vestigio da passagem de qualquer animal selvagem ou de cies, nem tinha aspecto de ter sido dilacerado. Entrechocavam-se palavras desagradaveis entre nés; cada guarda acusava o outro. E teria havido pancada, se nfo aparecesse quem ‘o impedisse. Cada um de nés podia ser o autor, mas nenhum o era mani- festamente, antes se esquivava a reconhecé-10. Estavamos prontos a le- vantar ferros em brasa com as mos, €a atravessar as chamas,” a jurar pelos deuses que nem tinhamos praticado aquela ago, nem féramos cimplices de quem a deliberara e a executara. Por firm, como no havia vantagem alguma em indagar, fala um qualquer, que a todos forga a baixara cabera, de medo, pois nao sabfamos que haviamos de Ihe repli- car, nem que fazer para sermos bem sucedidos. O que ele disse foi que cera preciso revelar-teo fato, nflo manté-lo oculto. Prevaleceu esta opi- nii6, eeu sou desventurado que a sorte escolheu para receber tal benef cio, Aqui estou eu contra vontade, perante quem a ndo tem boa para mim, bem o sei, pois ninguém gosta de quem anuncia mas noticias, ono Senhor, ha muito que meu espirito pondera, se acaso este feito no serd obra dos deuses. CreoNTe Cessa, antes que as tuas palavras me cncham de eélera, para que io sejas 20 mesmo tempo insensato e velho. Pois nfo se pode suportar que tu digas que as divindades possam ter cuidados com esse cadaver. ‘Acaso o cobriram por haverem especialmente como seu benfeitor aque- Te que vinha para langar fogo aos templos rodeados de colunas, is oferendas votivas ¢ ao territrio que era deles, e para derrubar as leis? ‘Ou ja viste os deuses prestando honrarias a0s maus? Nao! Mas é que ja antes havia homens deste pais que tolerando mal as minhas ordens, se agitavam contra mim, meneando a éabega, ¢ no conservavam a cerviz, sob 0 jugo, como deviam, respeitando-me, Sei bem que estes foram su- bornados pelos salirios daqueles, para praticar este ato. Entre os mor- tais nfo germinou ainda inslituigao tio perversa como o dinheiro. E ele quem destrdi cidades, ele que arranca os homens do seu lar; ele que ensina e alicia um carater honesto a cometer agbes vergonhosas. Mos- trou aos humanos como praticar vilezas e deu-lhes conhecimento de toda espécie de impiedade. Porém, todos os que se vendem acabam por conseguir esta vantagem — cedo ou tarde terdio de pagar a sua pena Mas j4 que Zeus ¢ ainda'senhor da minha veneragio, fica sabendo ‘bem, é sob juramento que te afirmo: se nfo encontrardes o proprio ho- ‘mem cuja a mao fez. essa sepultura, e ndo me apresentardes diante dos ‘meus olhos, o Hades" nio sera suficiente para v6s, antes que, suspensos com vida aclareis este ultraje, para/que de futuro fiqueis sabendo extrair fo ganho de onde ele deve obter-se, e aprendais que nio se deve tirar lucro de toda e qualquer origem. Por causa de aquisigses vergonhosas é 270 275 280 285 290 295 300 305 310 315 320 35 que se véem muitos mais na desgraga do que na prosperidade, Guana Concedes-me que diga alguma coisa, ou devo ir embora sem mais? ‘CrronTE Nilo sabes como ainda agora as tuas palavras me incomodam? : Ganon Sao 0s teus ouvidos oua tua alma que elas afetam? neon, Para que queres definir bem de onde vem 0 meu aborrecimento? GuaRDs O feito aflige-te 0 espirito, os ouvidos sou eu que os perturbo. i ‘Creonte ‘Oh! Que tremendo” falador tu me saiste! | GuaRDA Seja como for, 0 certo & que nao sou eu o autor desse feito. - cReONTE E o que é mais, arriscando a tua vida por dinheiro, | Guana Ail Tremendo & que quando alguém acalenta suspeitas, elas sejam falsast creonre, Anda, enfeita as tuas sentengas. Mas, se nfo me mostrardes os que praticaram aquela a¢do, concluireis que os sérdide- s6 causam desgracas. Creonte entra no palécio. GUARDA Bem, antes de mais nada, que ele aparega! Quer ele seja apanhado unto e iss0éa sorte que hi de decidi-lo—ndo terds manecira deme vveres aqui outra vez. Pois ainda agora é bem contraa minha expectativa © as minhas suposigSes que saio daqui a salvo, pelo que dou aos deuses muitas gragas 0 Guarda sai pela esquerda. coro ‘Muitos prodigios hi; porém nenbu 1 maior do que 0 homem.”” Esse, como sopro invernoso no Noto,”* passando entre as vagas fundas como abismos, o cinzento mar ultrapassou. Ea terra mortal, dos deuses a mais sublime, trabalha-se sem fim, volvendo o arado, ano apés ano, com a raga dos cavalos laborando. Teste, E das aves as tribos descuidadas, Mant. a raga das feras, + emecdncavas redes « fauna marinha, apanha-as e prende- ‘oengenho do homem. Dos animais do monte, que no mato habitam, com arte se apodera; domina 0 cavalo de lonprs erinas, 0 jugo The poe, vere: suro indomvel das alturas. At lado pensamento, 2restr. arn e regulam as cidades 330 335 340 345 350

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