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ELETRONICA RADIO E TV INSTITUTO UNIVERSAL BRASILEIRO CURSO DE ELETRONICA BASICA Introdugao Em eletrénica, sempre ha a neces: sidade de aumentarmos um sinal. Esse aumento é 0 que se chama de amplifi- cacao, € 0 dispositive ou circuito que ex cuta a amplificacao 6 chamado de ampli- ficador. Quando se fala diante de um mi- crofone, por exemplo (que ¢ um dispo- sitivo que transforma os sons em ondas letricas), @ se igam os fios do microfone diretamente nos fios de um alto-falante (dispositivo inverso do microfone, ou seja, transiorma as ondas elétricas em sons). neste Gltimo nada seria reproduzido, por- {que a onda gerada no microfone nao tem ‘energia suficiente para movimentar 0 cone do alto-falante. Entao, ha a necessidade 9 inercalar enire 0 micofone © 0 alto la plificador, (© amplificador de audio tem a funedo de elevar 0 nivel do sinal proveniente do microfone, até que ele tenha poténcia suficiente para ‘movimentar o cone do alto-falante. Sao indmeras as aplicagoes do amplificador, na pratica. Veremos, por exemplo, que, em um receptor de radio, a onda recolhida na antena passa por varias amplificagoes, antes de se transformar em som. Os transistores sao utilizados como amplficadores em receptores de ra dio, de telavisao, nos gravadores, repro- dutores de som de alta-idelidade, etc. Nesta ligo apresentamos os transistores como ampilicadores de audio de baixo nivel, isto 6, como ampliticadores de sinals de som de amplitude pequena amplificadores esses que precedem os amplficadores de poténecia (Os amplificadores de balxo nivel costumam ser chamados de pré- ‘amplificadores ou excitadores. 1- Tipos de amplificacao ANé aqui, temos nos referido so mente 2 ampiiicagao de tensao, que ad rmitimos fosse produzida por um gerador senoidal. Na realidade, esse gerador pode ser um microfone, um fonocaptador (cdpsula leitora de discos), uma onda de radio, de TV, etc. Sao possiveis trés tipos de amplficagbes, a saber: RADIO - TV 9° LICAO TEORICA AMPLIFICACAO DE PEQUENOS SINAIS DE AUDIO E CLASSES DE AMPLIFICACAO 1 amplificagao de tensao continua; 2 ampliicagao de tensao variavel; 3 - amplificagao de poténei 1 - Amplificagao de tensao continua A amplficagao de tensdo continua consiste em amplificar a variagao que essa tensao sofre, quando muda de valor. um tipo de amplificagao que tem aplicagdo, por exemplo, nos instrumentos onhecidos como voltimetro eletronico. Gradvando a tensao de saida em funcao do ganho, podemos aplicar o amplficador ‘como medidor de tensao continua. Por ‘exemplo, suponhamos que temos um ampiticador de ganho igual a 10. Entao, se aplicarmos 1 volt no ampiificador, 0 vollimetro acusaré uma variacao de 10 volts; se aplicarmos 0,3V voltimetro marearé 3 volts de variagao, etc. Logo, alibrando 0 voltimetré“(no caso seria variacao dividida por 10), podemos ler diretamente a tensao desconhacida, 2 - Amplificagao de tensao variavel ‘Quando o transistor é usado para amplificar a tensdo de baixo nivel dizomos que ha amplificacao de tensao. Esses sinais geralmente provém de rmicrofones, fonocaptadores, cameras de televisao, etc., e devem ter sua tensao elevada, para que possam excitar 0 ampificador de poténcia. 3- Amplificagao de potencia Muitas vezes, necessita-se de poténcia elevada na saida do amplifica- dor. Neste caso, devemos elovar tanto a tensdo como a corrente. Teremos, entao, a amplificacao de poténcia. Os re ceptores de radio, ampliicadores de som, estagio de salda de transmissores, saida de video de televisores etc., que serao estudados no decorrer de nosso curso, necessitam de amplificagao de poténcia nna carga. Podemos dizer, portanto, que: ‘O ampliicador de poténcia & A rigor, nao ha diferenca de princi pio de funcionamento entre os. tipos de amplificagao citados. A diferenca esta na 2 grandeza elétrica que se deseja recolher. Se for tensao, o amplificador sera de tensao; se for poténcia, o amplificador sera de poténcia uase sempre o ampliticador de tensdo é 0 excitador do amplificador de poténcia. Varios dar um exemplo: temos Um salao de baile para o qual se ecessita de 50 W de som para difuncir a musica ou a voz, por todo 0 salao. Escolhemos um ampiiicador de som que necesita de 10 volts na base do transistor para libertar a poténcia requerida. Mas 0 microfone, @ também o ‘pick-up’, s6 fornecem 0,01 V na saida. Ora, € facil imaginar que, se ligarmos 0 rmicrofone ou 0 “pick-up” na entrada de ‘amplificador, nao se auvira som algum, no allo-falante, porque a tensao de entrada (tensao do sinal) @ muito pequena Devemos, entao, intercalar, entre 0 microfone @ 0 amplificador de poténcia, um amplificador de tensao. Esse ampliticador deverd ter ganho de 10 + 0,01 = 1000, para produzir plena poténcia sonora, Il - Porque o transistor amplifica Sabemos que 0 transistor é um dispositive formado por tr8s camadas de ‘semicondutores, ou seja,uma Ne duas P, ‘ou uma P e duas N. Na figura 1, repre- sentamos um transistor NPN do tipo conhecido como transistor de juncao. Em a, ilustramos 0 aspecto construtivo (ampliado) e, em b, a representagao de bloco que facilta a compreensao de seu funcionamento. A regiao N, menor representada a esquerda na figura 1a, 6.0 emissor; a regiao P, central, & a base © a NN, maior, a dieita, 6 0 coletor. Na figura 1b, as duas regides N sao representacas ‘com 0 mesmo tamanho, apenas por se tratar de um esquema, Ottransistor NPN, para funcionar normalmente, deve ser polarizado como mostramos na figura 2, ou seja, 0 emissor @ negalivo em relagao a base (sentido direto) @ 0 colotor & positivo em relagao & base (sentido inverso). Naturalmente, se o transistor for do tipo PNP, as polaridades deverdo ser trocadas. Polarizado dessa ‘maneira, as cortentes nas jungdes NP e PN estabelecem-se da seguinte maneira: a) Os elétrons fluem do emissor para a base, porque essa juneao esta polarizada no sentido direto. Na base, ha Fecombinacao de elétrons e lacunas, mas, eMisson e Figura 1 Transistor NPN-Consirugi e representagio em bloco Figura 2 Polarizagao de um transistor NPN(semido real da conente. ‘como ela € muito estreita, uma pequena ‘quantidade de elétrons atinge o polo posi- tivo, formando 0 que se chama de cor- rente de base, ') Entre base e coletor nao ha flu- x0 de eletions (cotrente elétrica), porque a jungao PN esta-polarizada no sentido inverso, €) Da regio N do emissor para a regio N do coletor flui a corrente mais importante do transitor, que 6 chamada de corrente de coletor. Isto acontece por. ue os elétrons do emissor séo atraidos Pela bateria E, @ 0s eletrons da regio do ccoletor, além Ge serem atraidos por essa bateria, sao também repelidos pela bateria E,, pois, como se pode verificar pela figura 2, as baterias E, © E, estao ligadas em série entre os pontos E @ C. ‘A corrente de coletor pode ser controlada pela polarizagio da base. De fato, suponhamas que a base fique negativa em relacdo a0 emissor, no transistor mostrado_na figura 2. Isto sig- nifica inverter a polaridade da bateria Ey Entao, a juncao NP emissor-base fica po- larizada no sentido inverso © nao haverd Corrente de base, porque, sendo negativa a base, ela fica com excesso de elétrons ©, como a cdrrente majoritaria, no transistor NPN, € constituida pelo movi- ‘mento de elétrons, resulta que os elétrons a corrente de emissor sao repelidos pelos eletrons da base e néo conseguirao pasar para a regizo do coletor. Agora, se fizermos o inverso do ex posto, ou seja, se polarizarmos normal- mente a base, @ aumentarmos progressi- vamente a tensao, iremos observar que @ corrente de coletor também aumenta, A explicacao do fato é bastante simples. Basta lembrar que a base, ficando mais positiva, arrasta mals elétrons do emissor, obrigando maior numero deles a atraves sar 8 regiao do coletor. ‘Ora do que acima expusemos, po- de-se concluir que a corrente emissor-co- letor pode ser controlada pela ago da corrente emissor-base. Além disso, uma equena variacao na corrente de base rovoca variacdo bem maior da corrente Ge coletor. Entao, € possivel aplicar um sinal pequeno na_ base e recolhé-lo bem maior no coletor, o que significa que 0 transistor € um dispositive ampli- icador. Obs.: A andlise feita considera 0 sentido real da corrente. Ill - Modos de ligar um transistor ‘Sendo 0 transistor um dispositive de trés terminais, podemos ligé-lo de seis, modos (tambem ditos configuracdes) diferentes. Dessas, as trés mais impor tantes do ponto de vista prético sao: a) Base comum ou base a massa ‘Neste tipo de ligagae, mostrado na figura 3, 0 sinal ¢ introduzido nos termi nals emissor-base e recolhido nos termi- nis coletor-base. Como s@ nota, © termi nal da base é comum tanto ao sinal de en: trada como ao de saida, justificando-se dai o nome de base-comum, dado 20 Circuito, As principals propriedades desse tipo de ligagao sao: 1 - Baixa resisténcia de entrada Por resistencia de entrada deve: mos entender a relagao entre a tensao e a corrente de entrada que, no caso, seria a tensdo entre a base e 0 emissor, © a ‘corrente de omissor. Como essa tensdo € baixa e a corrente relativamente alta, re sulta resisténcia de entrada de baixo va- lor. Conciuimos, também, que a resistén- cia deve ser baixa, observando que a jun (Gao emissor-base esta polarizada no sen tido direto, isto 6, no Sentido que favorece a passagem da corrente e que, natural- mente, deve ser o de menor resistencia, 2 - Resistencia de saida elevada Definiremos a resistencia de sé da como a relacao entre a tensao de saida e a corrente de saida, No caso, ¢ a rolagao entre a tensao e a corrente do coletor. Como a juncao coletor-base esta polarizada no sentido inverso, é facil Concluir que a resisténcia de saida deve ser alta 3 - Ganho de corrente menor que a unidade © ganho de corrente continua do transistor ligado na configuracao base comum costuma ser representado pela letra grega a (Ib - se: alfa). Ele representa a relagao entre a corrente no circuito de aida e aquela no de entrada. No caso em analise, seta a rolacao (divisao) entre a corrente do coletor e a do emissor, ou soja Figura 8 Configuracéo base-comum Considerando-se que a corrente de coletor ¢ ligeiramente menor. que a Corrente de emissor, 0 ganho de corrente sseré menor que um, ja que a diviséo de um numero por outro maior do que ele sempre da como resultado um numero menor que um. De um modo geral, 0 ganho de corrente na ligagdo base ‘comum est entre 0,96 a 0,99, 4 Nao ha inverséo de fase Isto quer dizer que a forma de onda aplicada na entrada tera o mesmo aspecto na sida. Podemos chegar a ‘essa concluséo, observando 0 seguinte: ‘Suponhamos que 0 nosso gerador da figura 3 tenha a forma de onda senoi- dal, representada 2 direita, na mesma figura. Quando a tensfio do gerador varia, de AaB, ou seja, passa do zero ao maximo positivo, a tensao total aplicada & jung&o emissor base diminui, porque © ‘gerador e a bateria ficam em oposigao, ov ‘ela, 0 polo negative da bateria ligado a0 rnegativo do gerador. Diminuindo a tensao na base, fica também diminuida a corrente no coletor, como jé analisamos nesta ligao. Entdo, a queda de tensao no resistor de carga, que designamos por AL, diminui e a resultante da soma da tensao da bateria de coletor com a queda ro resistor RL aumenta. Isto significa que a tensao retirada entre a base e 0 coletor, através do capacitor C, aumenta. Entao, a variagao positiva da forma de onda, na entrada, produz variacao positiva também nna safda, 0 que quer dizer que nesse ‘echo a forma de onda varia no mesmo sentido, nao havendo inversao de fase. Naturalmente, no trecho CQ da tensao na entrada, tudo se passa do mesmo modo, com a diterenca de que ha mudanga de sentido tanto na entrada, ‘como na saida, como se pode deduzir facilmente, com 0 mesmo raciocinio lempregado acima b) Coletor comum ou coletor amassa © circuito, na configuragao coletor ‘comum, esta mostrado na figura 4. Como (© aluno pode observar, a entrada do sinal 6 efetuada na jungao base-coletor e a sal {a, na jungao emissor-coletor, sendo, por- tanto, comum aos dois circuitos 0 terminal de coletor ‘As principals caracteristicas desse tipo de ligagao sao as seguintes: 1 - Alta resisténcia de entrada De fato, o sinal, sendo aplicado na jungao base-coletor, encontrara alta resisténcia, pois sabemos que essa jungdo esta polarizada no sentido inverso. 2- Baixa resisténcia de saida A corrente do transistor fui quase totalmente entre o emissor e o coletor: logo, esse 6.0 caminno de menor resistén- 3-Ganho de corrente elevado © ganho de corrente é definido ‘como a relagao entre a corrente de saida © a de entrada. Ora, a corrente de saida, no caso, ¢ a de coletor-emissor e a do entrada 6 a de base-coletor. Como a corrente de base 6 muitissimo menor que a de coletor, resulta que a divisao desta Utima pela primeira dara um nimero bem maior do que a unidade, ou seja, 0 ganho de corrente é elevado. Neste caso, 0 ganho costuma ser representado pela Tetra 6 (lé-se: beta) 1c —— 18 4- Nao ha inversao de fase De fato, quando o sinal na entrada varia de A a B, isto 6, de zero ao maximo positive da onda senoidal aplicada na base, a corrente de base aumenta, porque 0 gerador fica em série com a bateria de polarizacdo, como se pode verificar pela figura 4. Em consequéncia, a corrente de coletor também aumenta, 0 ue provoca maior queda de potencial no resistor de carga RL. Mas, observando o sentido da corrente na figura 4, verifica-se que ‘quando a corrente aumenta, 0 terminal de FL ligado @ bateria E, fica mais positiva; portanto, a queda de fensao fica em série com a bateria e aumenta a tensao Fesultante na salda. Isto significa que a tensao de saida acompanha no sentido as variagoes da tensao de entrada, ou ‘seja, nao ha inversao de fase. ‘Com raciocinio andlogo, podemos cconcluir que no trecho CD, quando a ten- 'sa0 de entrada diminulr de valor, a de sai- dda também diminuira ¢) Emissor comum ou emis- sor a massa Este tipo de ligagao esté mostrado na figura 5. Como se pode observar, 0 sinal de entrada 6 introduzido entre a base @ 0 emissor, © o de saida ¢ retirado entre 0 coletor @ 0 emissor. Esse tipo de Circuito 6 0 que mais se usa, na pratica ‘Suas principais qualidades sao: 1 + Média resistencia de entrada A jungao base-emissor esta polarizada no sentido direto e sua Fesisténcia tem valor relativamente baixo. Essa resist@ncia, entretanto, 6 maior do ‘que no caso da ligacao em base comum © menor do que na ligagao em coletor comum; portanto, diz-se que essa montagem tem média resisténcia de entrada 2- Média resistencia de saida Também, pelo fato da resisténcia. de saida da montagem emissor comum Figura 4 Coniguragao coletor-comum. Figura 5 Configuragao emissor-comum, ‘ser menor do que no caso da montage ‘em base comum e maior do que na montagem coletor comum, diz-se que ela 6 media, 3: corrente Elevado ganho de Nessa montagem, 0 ganho de cortente € a relacao entre a corrente de coletor e a de base, e costuma ser representado por 8 ([é-se: beta) ou re Como a corrente de coletor & muito maior gue 2 de base, resulta que o ganho de Corrente tem valor elevado. 4-H inversao de fase Das {rs _montagens que apresentamos, esta 6 a dnica em que ha inversao de fase, isto 6, a forma de onda do sinal de entrada aparece modificada, no tempo, na saida. Vejamos porque: ‘Suponhamos que o sinal de entrada varie de Aa B (fig. 5). isto 6, passe do zero ao maximo valor positvo, Nessas circunstancias, a bateria E, e 0 sinal do gerador fican em série, suas tensGes se somam e, conseqientemente @ corrente de base aumenta, 0 que provo- cao aumento da corrente de coletor. Esse aumento na corrente de coletor produz maior queda de tensao no resistor RL. Em razao do sentido da corrente, essa queda no resistor AL fica em oposicao com a bateria Ep (bateria do coletor) e a tensfio resultante diminul. Entao, quando o sinal de entrada varia no sentido positivo, o de saida varia no negativo; logo, ha inversao do sinal de um angulo de 180°. ‘Com o mesmo raciacinio, podemos conciuir que, quando 0 sinal de entrada varia de C a D, ou seja, do zero a0 maximo negativo, o sinal de saida sofre variagao de C’ a D’, isto 6, passa do zero ‘a0 maximo positvo. IV - Caracteristicas do transistor a) Quanto ao modo de operacao © transistor 6 um dispositive compacto, cujos terminais nao sao isolados entre si. Em razao disso, pelo seu terminal de controle, que & a base, Sempre circula corrente, em funciona- mento normal. A variagao da corrente do base € que provoca variagao da corrente de coletor. Por essa razao, diz-se que 0 transistor ¢ um dispositive controlado Por corrente. b) Quanto as resisténcias de entrada e saida 3 transistors tm resisténia de en- ‘ada relativamente baixa, como vimos no ppardgrafo anterior. O transistor apresenta ressléncia de saida com valor médio. Observacces: 18) Nestas desorigoes, estamos considerando 0 transistor na. configuragao de emissor & massa. Nas outras configu- rages, as resisténcias de entrada @ sal a, do transistor, mudam, como ja vimos. 2) Até aqui temos citado resis- téncias de entrada e saida, mas, de um modo geral, nao se trata de resistencia pura e, sim, de impedancia, ‘Do que foi exposto para os trés tipos de configuragdes basicas de transistores, podemos, resumidamente, ciara tabela I que contém todos os dados id mencionados, a fim de que o aluno ossa relaciénar a diferenca entre os trés tipos de montagens. Este tipo de polarizagao 6 rara- mente uliizado por ser instavel. Justifica- se tal afirmacdo pelo fato desta Configuragao depender do & (ganho de corrente) do transistor, 0 qual, conforme a variagao de temperatura, sofre um perceptivel acréscimo, visto que a Corrente de base permangce constants. Este fendmeno @ conhecide como avalanche térmica Realmente ao aumentar a tem- peratura do material semicondutor, veri ca-se uma agitacdo térmica, desestrutu: rando, assim, as igagoes entre os atomos @ liberando’alguns elétrons. Havendo ‘eletrons lives, aumenta-se 0 valor das correntes dos terminais do transistor, sendo que este aumento de corrente TABELAL CONFIGURAGAO) CARACTERISTICAS Ganho | Ganho | Resistencia |Fesisténcia| inverséo de corrente | de tensio | do entrada. | do saida | de fase Base-comum | menor que | elevado baixa elevada | Nao ha um (<1) inverséo Coletor-comum | elevado |menoroui-| elevaca | baa | Nao ha ovata ys 1) I inversio Emissorcomum | elavado | celevado | média média | ha inversio Vie transistor Polarizagao do Por polarizacao de um transistor devernos entender a ligacao de fontes de ‘corrente continua aos seus terminais, com Polaridades corretas, de modo que o transistor funcione normalmente. Assim, as duas baterias que mostramos nas figuras 2, 3, 4 ¢ 5 sao baterias de polarizagao. A bateria Ey determina a Corrente de base @ a bateria Ep determina a tensao de coletor e a corrente de emissor. Essas trés grandezas fixam 0 ponto de funcionamento, ponto de Fepouso ou ponto quiescente, do transistor. Tipos de polarizagao E possivel utilizar uma unica bateria para polarizar o coletor e a base do transistor. ‘Os métodos de polarizacao de transistores mais comuns e com 08 quais ‘ aluno se defrontard freqUentemente, na pratica, so os seguintes: a) Polarizacao fixa Na figura 6, mostramos a pola- rizagao de um transistor NPN, ligado na ‘configuragao de emissor comum, sendo que na figura 7, mostramos um exempio Pratico desta polarizagao. Como se pode fotar, a bateria E fornece a tensdo ea cortente do coletor, através do resistor de carga RL. Por outro lado, essa mesma bateria prove a corrente de base que fui alravés do resistor Rip. A corrente de base permanece invaridvel e, por isso, diz-se Que a polarizagao € fi 5 provoca um novo incremento na temperatura do semicondutor, e assim sucessivamente, culminando com a destruigao do transistor. b) Polarizacao automatica © circuito de polarizagao conhec' do com 0 nome de polarizacdo automa- tica ¢ aquele que mostramos na figura 8 fenguanto que, na figura 8, sugerimos um ‘exemplo pratico desta polarizacao. Como se nota, emprega-se uma s6 bateria. A polarizagao de base & efeluada por meio do resistor Ry, ligado entre a base e 0 coleter, pelo que a tensao que polarizaré a base sera proveniente do coletor. Desta maneira, caso haja um aumento de temperatura, haverd um incremento (acréscimo) da corrente de coletor. Considerando-se que o resistor de carga forma um divisor de tensao em Conjunto com o transistor, chegamos & expressao: onde, E = tensdo da bateria Vat = tensio sobre o resistor de carga \Vce = tenso entre coletor ¢ emis: sor.Porém,pela lei de Ohm,temos que sR. I, 0 que nos permite alterar a formu- la (1) para: Vers Roe ‘Agora tornou-se facil constatar ‘que, aumentando-se 0 valor da corrente de coletor (Ic) diminui-se a tensao entre Figura 6 - Polarizagao fixa em configuragao Figura 7 - Exemplo de montagem da figura colator © emissor (Vcr) Com a diminuigao de Vee, diminul se a tenso sobre o resistor Ro e, conse. ‘Uentemente, a corrente de base, resta belece-se, assim, o equilbrio do conjunto. Cabe aqui um breve comentario: © resistor Rp, neste tipo de polarizagao provoca uma realimentagao negativa do sinal a ser amplificado, conforme sera vis {0 posteriormente. ( ganho do conjunto, devido a isto, torna-se reduzido. Com o intuito de redu zit a realimentagao, pode-se dividir 0 resistor de base em dois, e acrescer a juncao de ambos um capacitor de desacoplamento, conforme mostra a figura 10. c) Polarizac: tensao por divisao de Este processo de polarizagdo consiste ele em dividir a tensdo da bateria, através de dois resistores. A corrente de base e retirada desse divisor. Na figura 111, mostramos © circuito basico, do qual desenvolveu-se algumas variantes, como © aluno podera constatar em momento ‘oportuno, Paralelamente a isto, 0 aluno pode observar, na figura 12, uma Figura 10 base:menor realimentacas. Polarizagao automatica de Figura 8 - Polarizagio automatica em emissor Figura 9 - Simples montagem do circuito da figura 8 montagem ilustrativa deste circuito. & conveniente citar que as variantes desenvolvidas se fizeram necessarias buscando uma melhor estabilidade de funcionamento ao circulto basico, além de Ihe proporcionar um bom’ ganho independente do fator 8 (beta). Observacoes 1") Os circuite basicos de polariza- ‘cao foram apresentados para transistor do tipo NPN. Caso se trate de transistor PNP, 0s circultos permanecem validos bastando apenas inverter as polandades da bateria E. 28) Mostramos sempre 0 circuito de emissor comum, por se tratar do mais, usado na pratica, mas nada impede que se utlize outra configuracao. VI - Estabilizagao De um modo geral, quando se trabalha com transistores, uma vez fixado © ponto de trabalho, ele varia, ou seja, fica instavel. Isto ocorre por dois motivos principais: a corrente de fuga o a grande diferenca de caracteristicas que existe centre transistores, ainda que sejam do ‘Figura 11- Polatuagd por dhisor de tensa. Figura 12 sa figura 11 Exemplo de montagem do crcuito ‘mesmo tipo (dispersao de caracteristicas) a) Corrente de fuga A corrente de fuga de um transistor, tambem chamada de corrente de saturacao @ representada por leo, & uma pequena corrente que existe entre base e coletor, na auséncia de corrente de emissor, isto 6 quando o emissor esta sem ligacao. Note que ela existicd também quando o emissor estiver ligado, constituindo uma corrente parasita, quo se soma a corrente do emissor. Essa corrente 6 pequena nos transistores de baixa poténcia (alguns microamperes), mas tem o inconveniente de crescer rapidamente com a temperatura. 0 que provoca a mudanga do ponto de trabalho escolhido para o transistor, prejudicando seu funcionamento, b) Dispersao de caracteris- ticas Mesmo no estagio atual de desenvolvimento na fabricacdo de transistores, dificimente transistores de um mesmo tipo tém id@nticas caracteris- ticas. Diz-se, entao, que ha dispersao de caracteristicas. Ora, basta que o transistor nao tenha as caracteristicas ue 0 projetista de circuito admitiu, para {que 0 funcionamento do circuito nao seja O previsto. Para evitar esses dois incon venientes 6 que se procura estabilizar 0 onto de trabalho do transistor, utlizando circuitos de polarizagao. onde as tensoes e correntes se adaptem automaticamente, dentro de certos limites, 6 logico, @ mantenham o ponto de funcionamento escolhido, Esses circuits so chamados de estabilizados. CLASSES DE _ AMPLIFICACAO I- Introdugao Ja estudamos a ago amplificadora dos transistores. Esta acao 6 utiizada de diversos modos nos circuites eletronicos, tenco em vista os resultados que se deseja obter. Em razao disso, costuma-se dividir os amplificadores ou, melhor dizendo, a agao amplificadora, em tres classes, designadas pelas letras A, B @ C cujas caracteristicas principais analisaremos @ seguir Il- Amplificagao classe A Antes de entrar na definicao de amplificagao de classe A, vamos ver um conceito que permitira entender mais facilmente a classticagao da ampliicagao. Esse conceita 6 o da curva dinamica ou caracteristica dinamica de um transistor. a) Curva dinamica Quando analisamos o transistor como amplificador, mostramos que, escolhendo-se uma corrente para 0 coletor e outra para a base, fica determinada a tensdo de coletor-emissor. Essas trés grandezas, fixam 0 que ‘chamamos de ponto de trabalho ou de repouse do transistor. 'No processo de amplificagao, a0 aplicar-se Um sinal altemado na base do transistor, ha modificagées no valor da corrente de base. Essa modificagao no valor da corrente de base provoca um deslocamento do ponto de trabalho, fazendo variar a tensao e corrente de coletor. Essas novas posigoes do ponto de repouso, se levadas a um grafico, determinam uma curva, que é chamada de curva dinamica ou de transferéncia do transistor. Essa curva é tragada, variando-se a corrente de base ¢ anotando-se a corrente de coletor. Na figura 13, mostramos uma curva dinamica de transferéncia, tipica. Para fins de ampliticagao, as Figura 13 -Exomplo de curva dinamica de tansteréneia de um wansistor. caracteristicas nao lineares das regioes de saturacao e de corte sa0 evitadas, A regido de saturagao foi indicada pela linha vertical em V saturagao, © a regido de corte por corrente de base igual a zero. Somente a regiao nao hachurada é empregada para fins de ampliicacéo. b) Amplificacao classe A Diz-se que um amplificador & de classe A, quando 0 ponto de operagao € 0 sinal de entrada sao tais, que a corrente de coletor no circuito de saida circula 0 tempo todo. Graficamente, este fato 6 repre- ssentado como indicamos na figura 14. Na caracteristica de coletor do transistor, a oscilagao correspondente da Corrente na saida nos terminals de um re- sistor de carga 6 em toro de 250 mA de Pico. Para a corrente de base de polari- zagdo mostrada na figura 14, 0 transistor ‘opera com uma tensao entre coletor © ‘emissor de 15 V e uma corrente de coletor ‘er tomo de 560 mA (ponto Q). ‘A amplificacéo de classe A, & largamente utiizada em ampilicadores de tensao e de pequena poténcia. O rendimento dos amplificadores classe A é bastante baixo; entretanto, esses amplificadores s4¢ muito usados, porque se pode conseguir baixa distoreao, isto &, deformacao de sinal, desde que se escolha adequadamente 0 ponte de repouso. ‘Queremos esclarecer que se chama de rendimento do transistor amplificador a relagao entre a potencia de saida (poténcia util de corrente alternada) e a poténcia de corrente continua absorvida pelo transistor. Teoricamente, o rendimento maximo é do 50%, mas na pratica o rendimento 6 da ordem dos 25% ou menos, IIl- Ampliticagao classe B Um amplificador de classe B é aguele em que a corrente de coletor citcula somente durante a metade do jo (180° do sinal de entrada), quando se aplica uma tensdo alternada a base do transistor. De acordo com a detiniedo acima, 6 facil compreender que na classe Bo ponto de repouso deve coincidir com 0 onto de corte, pois, em sendo assim quando 0 semiciclo do sinal & positivo, existe amplificacao. Para o semiciclo negative do sinal, a base torna-se mais negativa que o corte, nao havendo amplificagao. Tudo isso esté ilustrado na figura 18. Como 0 aluno percebe, o transistor ‘em classe B corta o semiciclo negativo, 0 ‘que produz enorme distorcdo, ja que o sinal de saida nao tem a mesma forma ‘que 0 sinal de entrada. Mesmo assim, a amplificagao em classe 8 ¢ bastante utiizada na pratica, nes amplificadores de poténcia, fazendo-se um arranjo com dois transistores, de modo que cada um amplifique um dos semiciclos. Esse arranjo é chamado de montagem em contrafase ou “push-pull” (Ié-se: puxe- pull), que estudaremos oportunamente. ‘A grande maioria dos receptores de radio alimentados a pilha tem seu estagio de som em classe B, pois isso economiza a energia das pilhas, ja que nao havendo sinal ou com o radio em baixo volume, a corrente que circula pelos transistores de potencia é bastante baixa. utra vantagem do amplificador de classe B 6 que 0 rendimento do transistor 6 bem malor que em classe A. Teorica- mente, 0 rendimento da amplificagao clas 0 B 6 de 78.5%. Na prética, conseque-se rendimento da ordem de 50 a 65%, 0 que muito bom. Quando se quer poténcia de saida elevada em amplifcadores de som, Tenado entre caletar ¢ srisior (wot) Figura 14 Gralico de tanstorencla do einal no ampllicagor dasse A Cal Figura 15-Gratfico de ransteréncia do sinal no ampliicadr casee B. recorre-se a classe B, Se a amplificaeao @ de classe B, 0 onto de polarizagao € estabelecido no Corte; entao, 0 dispositive esta polarizado sem corrente de coletor, portanto, 0 transistor nao dissipa poténcia. Apenas ‘quando se aplica sinal surge uma corrente média no transistor, aumentando a dissipagao do transistor conforme aumenta o sinal de entrada. IV- Amplificagao classe AB A amplificacao em classe AB é uma operacao intermediaria entre as classes Ae B. Isto significa que a Poténcia que se consegue com um transistor em classe AB é maior que em ‘A, porém menor que em classe 8. Define-se a amplificagao em classe AB como sendo aguela em que a olarizagao de base e 0 sinal alternado 840 tais que a corrente de coletor em um transistor, circula durante um periodo de tempo maior que a metade do ciclo, orem menor que o ciclo completo. Na figura 18, mostramos 0 aspec: todo sinal na amplificagao em classe AB. Neste caso, ha corrente de coletor em mais do que 180° e menos do que 360° do ciclo do sinal de entrada. Teoricamente, 0 rendimento da amplificacao classe AB esta entre 50 78.5%. Conforme 0 aluno pode observar fa figura 16, a corrente de coletor nao é ‘ula, consequentemente, para pequenos sinais 0 transistor funciona em classe A, Figura 16 -Grafico de transteréncia do sinal no ampiiicador classe AB. Quando © sinal é elevado, ele ultrapassa © ponto de corte © 0 transistor funciona em classe B. Vem dai a denominagao Classe AB. A delormacao na reprodugao do meio ciclo negativa do sinal sera rela tivamente grande. Esse fato obriga a que se usem dois transistores em montagem contrafasica, para eliminar tal distorcao. V - Amplificagao classe C Diz-se que um amplificador ¢ de classe C, quando a polarizacao da base & ‘mais negativa que 0 valor de corte, de ‘modo que a corrente de coletor seja nula, quando nao exista excitacdo, e circule somente durante uma pare do semicicio Positivo da tensao aplicada ao transistor (tensdo de excitagao) ‘Na figura 17, mostramos 0 aspec to do sinal na amplificacao em classe Na amplificao classe C a corrente de coletor (saida) conduz menos do que 1180" do, sinal de entrada. E fora de duvida que a distorcao produzida por essa classe de amplitica- dores € muito grande, nao se podendo pensar em eliminar essa distorgao, através de montagem contratasica, como se fez para as classes B ¢ AB. Por essa razdo, nao se usa ampificagao de classe ‘Cem amplificadores de som. ( rendimento teérico dessa classe de ampiticador tem o limite maximo de 100% e, na pratica, conseguem-se valores de 70 a 85%, 0 que @ muito bom. Posto que a deformacae @ muito grande, a operacao em classe C ¢ empre- gada quando se necesita de grandes Poténcias @ os efeitos da distorgao Possam ser desconsiderados. E 0 que acontece nos osciladores e ampiiticadores de radiofrequéncia. Os estagios de saida das estacoes transmissoras de AM (amplitude modulada), que 0 aluno sintoniza em seu radio, sao tedas em classe C. Observacao: Um transistor, quando projetado Para uso geral. pode funcionar em qualquer das classes que citamos, Entretanto, os fabricantes criaram tipos especiais, que proporcionam melhores Fesultados, quando funcionam nas condigdes para as quais foram desenvolvidos. ‘Assim, existem transistores especialmente ctiados para amplficacao em classe A, que tém curva de transferéncia altamente linear ¢ baixa resistencia de coletor; ha transistores especiais para classe B, que operam no corte; outros transistores foram criados, para trabalharem em classe C, em transmissores de radio, onde sao requeridas poténcias de saida elevada. VI - Distorcao Uma das aplicagses mais comuns dos transistores esté na amplificagdo teproducao de som nos amplificadores de radio e sistemas de alta fidelidade, e na amplificagao de video (imagem), nos aparelnos de televisaa, 0 ideal seria que (0 som reproduzido pelo alto-falante fosse exatamente igual aquele que atingiu o microfone ou foi gravado no disco e, tambem, que a imagem mostrada pelo tubo do aparelho de TV tivesse a mesma fidelidade daquela vista pela cdmera, no estiidio. Quando isso nao acontece, ou Figura 17 -Graico de tanstoréncia do sinal no amplificador classe. seja, durante 0 proceso de ampliicagéo produz-se alteragao na forma de onda, 0 som e a imagem nao se reproduzem ‘como eram em sua origem. Diz-se, enigo, ue houve distoreao ou deformacao. E 0 que acontece, por exemplo, quando 0 aluno se olha num espelho de ma qua- lidade. Sua imagem aparece distorcida (ou deformada), Como 0s transistores nao sa0 dispositivos perfeitamente lineares, pois, conforme o aluno teve oportunidade de observar, a curva dinamica de transferéncia nao é uma ‘eta, eles introduzem certa distor¢ao no sinal amplificado. De acorde com a causa, pode-se classificar a distorcao: 1°) Distoreao de amplitude Este tipo de distorcao se apresenta quando amplificador amplifica de maneira desigual as componentes de frequéncias diferentes que se apresentam ‘em uma onda. Expliquemos: Uma onda de 100 Hertz, por exemplo, 6 formada pela onda fundamental de 100 Hertz @ pela soma de uma série de ondas de am- plitude muito menor e de freqaéncias mail- tiplas de 100, que sao chamadas de har- ménicos. Assim, a onda de 100 Hz con- tém harmonicos de 200 Hz, 400 Hz, etc. ‘Quando se amplifica a onda de 100 Hz de nosso exempio, em um amplii- ccador ideal que nao produza deformacao, tanto a fundamental como os harmbnicos ‘sao igualmente amplificados e, na saida, ‘a onda tem exatamente a mesma forma ‘que na entrada. Suponhamos agora que 0 ampilicador no seja linear. Entao, serao ‘gerados os harménicos no interior do amplificador, 0s quais se somarao na onda fundamental e, na saida, a onda nao tera mais a forma original. Diz-se, entao, ‘que ha distorcao de amplitude. Na figura 18, mostramos a distorcao de amplitude. 2%) Distoredo de frequéncia Quando 0 ganho de um amplificador variar com a freqdéncia, a forma de onda do sinal, na saida, sera diferente da forma de onda da entrada, a menos que 0 sinal seja de uma so frequéncia. Diz-se, entdo, que ha distorgao de frequéncia, Por exemplo, suponhamos que na Figura 18 Distorgao de amplitude ‘entrada do amplificador sejam aplicados dois sinais: um de 100 Hz @ outro de 1000 Hz, e que ambos tenham amplitude de 0,1 V. Admitamos, também, que 0 ganho do amplificador seja 100. Nestas condigées, se nao houver distorcao de frequéncia na saida, recolheremos um sinal de 100 Hz com’ 10 volts e outro de 1000 Hz, também com 10 volts. Se recolhermos, por exemplo, 0 sinal de 100 Hz com’ Vote 9 de 1000 Hz com os 10 volts, concluiremos ‘que houve uma distorgdo de freqdéncia. A distorcao de frequencia é ocasionada pelos elementos do circuito associados 20 transistor, incluindo a impedancia de entrada do transistor. Assim, no acoplamento RC que estudamos, o capacitor de acoplamento opde-se passagem das frequéncias baixas e da livre transito as frequéncias altas de mesma amplitude. Isto quer dizer que, quando se deseja reprodugao de frequéncias baixas, 0 capacitor deve ter capacitancia alta. Na figura 19, ilustramos a distorgéo de frequéncia para dois sinais de mesma amplitude. 3*) Distorcao de fase A distorcao de fase @ um tipo de deformagao que acontece quando o tempo de passagem através do amplifica- dor ndo & 0 mesmo para todas as fre- d6ncias. Por exemplo, suponhamos que duas ondas, uma de 100 Hz © outra de 200 Hz, sejam aplicadas & entrada do amplificador. Essas duas ondas se combinam, dando na saida uma onda complexa. Entretanto, se o ampiificador mudar a fase da onda de 200 Hz, por exemplo, atrasando-a de 180°, a onda complexa na saida tera forma completa- mente diferente da onda original A distorcao de fase, geralmente, & produzida pela presenca de elementos reativos (indutores e/ou capacitores) no Circuito do amplificador. Nos amplificadores de som, a distoreao de fase muda o som resultante. Entretanto, essa distorcao costuma ser oculta por outros defeltos do sistema ‘amplificador, razao pela qual se costuma afirmar que 0 ouvido nao distingue muito bem, ou seja, nao acusa esse tipo de distorgao. Ja, quando se trata de amplificador de video, 0 problema muda de figura, pois o olho 6 bastante sensival Figura 18 Distoreao de frequencia, @ acusard faciimente a distorgao de fase Quando ha distoreao de fase, a imagem aparece borrada, Na elaboracao dos circuitos amplificadores, tomam-se ‘uidados especiais, para evitar ou ciminuir (© maximo possivel a distorcao de fase. A figura 20 ilustra a distorcao de fase, Figura 20 Distorgao de fase 42) Distorcao por intermodu- lagao ‘A distoreao por intermodulacao & bastante importante nos amplificadores de som. Esse tipo de distorcao devido a rao lingaridade do transistor amplificador. ‘Vimes que uma onda pura, quando 6 aplicada a um ampliicador nao linear, introduz harménicos que nao estavam presentes na entrada. Ora, estando presentes na entrada do amplificador varias frequéncias, além dos harménicos ‘fundamentais, estardo presentes na saida harménicos de trequéncias que sao as, somas e as diferengas das varias frequéncias de entrada. Essa distorcao é percebida pelo cuvido como ruids, isto, om "aspero” e desagradavel. ‘A distorgao por intermodulagao indicada em porcentagem. 5!) Distorcao harménica A distorgao harmonica, bem como a distorgao por intermodulagao, 6 uma consequéncia da distoreao de amplitude. Por isso, esses tipos de distorcao sao classiicados como distorgao nao linear, ja que a distorcao de amplitude é Conseqiiéncia da nao linearidade do ampiticador. Chamamos de _ distorcao harménica total a relagdo do valor eficaz de todos os harménicos para 0 valor ticaz total, omado em porcentagem. Quando estudarmos os ampli cadores de alta ideidade, voltaremos 20 assunto da distorgao, com detalhes mais objetivos; por enquanto, o aluno deve ‘apenas tomar esse primeiro contato com © assunto, procurando nao esquecer que: Distorgdio € todo tipo de alte- ragao indesejavel que um sinal sotre 20 ser retirado de um ampiificador. CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV 9° LICAO PRATICA AMPLIFICACAO DE AUDIO Nesta ligdo, vamos continuar 0 assunto da ligao teérica, tendo em vista principalmente os aspectos praticos da amplificagao dos pequenos sinais de Audio 1- O que é audio? Em técnica eletrénica, chamam-se de dudio os sons audiveis, isto é, os sons ‘que nossos ouvidos consequem perceber. Em experiéncias que foram realizadas com centenas de pessoas, chegou-se a cconclusao de que um cuvido perteito é capaz de distinguir sons cujas trequénclas estejam entre 16 @ 16.000 Hertz, isto 8, 0 som de frequencia mais baixa que 0 ‘ouvide humano percebe é o de 16 Hertz, ea mais alta, de 16.000 Hertz Existem casos excepcionais de pessoas que conseguem ouvir até 20.000 Hertz; por isso, alguns autores consi- deram como faixa de audio as freqién- cias cujos limites S40 20 & 20.000 Hertz. Em resumo, audio é sindnimo de som, ¢ faixa de audio sao as frequén- clas que vo desde 20 até 20.000 Hertz Il - O que é amplifica Vimos, na ligdo teérica, que amplificacao significa aumento. O amplificador de audio 6, entao, um dispositive que aumenta a intensidade do som, Para aumentar a intensidade do ‘som, 0 amplificador pode elevar a tensio, a coirente ou a poténcia. Dai, os tipos de amplificacao que indicamos na licdo tedrica. Devemos ressaltar que o ampliicador eletrénico transforma 0 som, que se aplica a sua entrada, em vibragées elétricas, cujas grandezas caracteristicas tensao, corrente ou potencia - @ que sofrem as amplificagoes, sendo, posteriormente, reconvertidas em vibragoes mecanicas, isto é, em som. Esta 8, por exemplo, a diferenga que existe entre um amplificador eletrénico e uma buzina, que também é um amplificador de som, onde nao ha mudanca na forma de energia, mas somente conducdo ¢ ressonancia através de um tubo de forma especial Ill - O transistor como amplificador Mostramos, na ligdo teérica, que 0 transistor pode’ amplificar, ou seja aumentar 0 valor de uma grandeza eletrica (corrente, tensao ou poténcia) Note, entretanio, que o transistor nao cria ‘energia, sendo a mesma fomecida pelas fontes externas. Vejamos qual 60 mecanismo da amplificagao, ou seja, como @ possivel que um pequeno sinal aplicado aos terminais de entrada do transistor seja recolhide com valor bem alto nos terminals de saida. Para ilustragao do que vamos descrever, suponhamos que um transistor NPN seja montado em confi ‘guragtio base comum, conforme mostra mos na figura 21. Nesse tipo de monta: ‘gem, sabemos que a resisténcia de entra: da 6 baixa, a de saida é alta e que o ga rnho de corrente ¢ menor do que um. Para facilidade de exemplificagao, admitamos ‘que a resisténcia de entrada seja de 50 0: que 0 ganho de corrente seja de 0,99 Vamos supor, ainda, que a resisténcia de carga, ou seja, aquela ligada ao coletor, seja de 5 KO. Figura 21-Transistor NPN em contiguragao babe-comun, Nao nos preocuparemos com os valores das tensbes das baterias, mas. admitamos que sejam adequadas a0 funcionamento normal do transistor escolhido. Isto posto, @ o transistor estando ‘em funcionamento, suponhamos que 0 ‘gerador de sinal injete’ um miliampere de Corrente na base. Ora, como o ganho a. de corrente 6 de 0,99, resulta que no coletor a corrente aumentara de 0,99 x 1 mA = 0,99 mA. Como se nota, a corrente nao aumentou, mas diminuiu, pois 0 ganho de corrente ¢ menor que um. O aluno por certo estara 10 perguntando: onde esta a amplificagao? Vejamos: Para passar 1 mA (um miliampére) ‘na base, segundo a lei de Ohm, preci samos de uma tensao de 1 mA x 50 0, pois E = RI, (ou V = Rt) e.admitimos que R = 50 © (resistencia de entrada do transistor) © |= 1 mA. A tensao do sinal aplicado a entrada do circuito sera: 1mAx500 = (1 + 1000) Ax500 = =(60 + 1000) V = 0,05 V Por outro lado, a quada de tensao ‘no resistor de carga, devida a variacao de ‘1/mAna base, 6 do! 0,99 x 5000 1000 ~aplicando a lei de Ohm e lembrando que o resistor de carga 6 de § KO. Pois bem, verificamos pelos cal- culos acima que 0,05 V na entrada (emis- sor-base) do transistor provocou variagao de 4,95 V na saida (coletor-base) Consequentemente, houve ganho de tensao de Como o aluno nota, 0 transistor ‘nao amplifcou corrente, mas amplificou a tensao em 99 vezes. Isto se da devido a grande diferenca entre a resisténcia de fenirada e a de saida. Podemos demons tra, também, que houve ampliicagao de poténcia, De fato, sabemos que a potén ia pode ser calculada multiplicando-se a tensao pela corrente. Assim, na entrada (omissor-base), a tensao de sinal, como calculamos, é de 0,05 V para a variagao de corrente de 1 mA, ou seja, 0,001 A. Na saida (coletor-base), a tensao é de 4,95 V para a corrente de 0,99 mA, ou seja, 0,00099 A. Entdo, as poténcias Sao: 1a) Na entrada: b) Na saida: 4,95 x 0,00089 = 0,0049005 Watts Dividindo a poténcia de saida pela e entrada, teremos 0 ganho de poténcia, ou seja, ‘Gp = 0,0049005 + 0,00005 = 98,01 Portanto, o transistor apresentou, ro caso, ganho de poténcia de aproxima- damente 98 vezes. Algumas observagées: a) Sobre as resisténcias de entrada e saida : Na ligao te6rica, mostramos que as resistencias de entrada e saida do transistor dependem do tipo de configura ‘¢a0 escolhido. Além disso, essas resistén- Cias dependem, também, do transistor, ou soja, de sua resisténcia intera de base, temissor e coletor. Para que o aluno tenha uma idéia da ordem de grandeza dos valores dessas resistencias, vamos indicar abaixo os valores aproximados: 1/- Montagem base comum resisténcia de entrada = 50.0 - baixa resisténcia de saida = 500 KQ a 1 MQ - alta 2-Montagem coletor comum resisténcia de entrada 50 KO - alta resistencia de saida =1 KO - baixa ‘maior que 3 Montage emissor comum. resistencia de entrada = de 0,5 a 25 KO- média resisténcia de saida = de 40 a 10 Ka - média Os valores numéricos que expuse- ‘mos acima tém a finalidade de dar a0 alu- ‘no, segundo afimamos, a ordem de gran deza das resistencias (impedancias, de um modo geral) de entrada e saida dos transistores, nas tr8s montagens basicas. Deve ser observado que essas re- sisténcias dependem do tipo de transistor , também, das resisténcias do gerador e de carga. De fato, como o transistor tem ‘estrutura continua, suas resisténcias inter- nas estao ligadas entre si; consequen- temente, variando-se a resisténcia do gerador, essa variagao se relletira na resistencia de saida. Pelo mesmo motivo, a variagao da resistencia de carga terd reflexo na resisténcia de entrada, No transistor que tomamos para exemplo, a resisténcia de entrada ¢ de ‘50.0, na montagem em base comum, 50- ‘mente quando a resistancia de carga é nla, ou seja, quando a saida 6 curto-cir cuitada. Caso a resisténcia de carga seja infinita, isto 6, quando a saida esta aberta (sem resistor de carga), a resisténcia de ‘entrada sobe a corca de 250 02. Do exposto, segue-se que a resisténcia de entrada de um transistor é indicada para resisténcia de carga nula (saida curto-circuitada) e a de saida, para resistencia do gerador nula (entrada ‘ourto-circutada . © aluno deve ter notado que te- ‘mos insistido muito sobre as resisténcias de entrada e saida do transistor e, certamente, estara perguntando sobre a utilidade desse conhecimento. Adian tamos, desde j4, que a transteréncia de ‘energia de um circuito para outro se da ‘com 0 maximo de eficiéncia, quando as Impedancias dos dois circuitos, ou seja, impedancia de entrada de um e impedancia de saida do outro, sao iguais. Realmente, admitamos que o Circuito de atague, isto 6, 0 circuito 1, de ‘entrada, seja um gerador de tensao Ee de impedancia R e que o circuito 2, de saida, tenha sua impedancia de entrada representada por Z, como mostramos na figura 22. Vamos analisar o que acontece quando a impedancia Z do circuito 2 (atacado) varia. Suponhamos, para ‘comecar, que Z seja infinito, isto &, muito grande.’ Entao, 0 circuito 2 nao retira nenhuma corrente do circuito 1; em conseqUéncia, nao ha transteréncia de tenergia do circuito 1 para o circuit 2. creer 2 crRCUO | Figura 22-Andlise de wansferéncia de energia entre dois circuits, Admitamos, agora, a situacdo ‘posta, isto é, om que a impedancia Z do Circuito 2 seja nula, o que é 0 mesmo que dizer que 0 circuito 2 esta com sua entrada em curto-circulto. Quando isso acontece, a corrente fornecida pelo Circuito 16 a maior possivel, mas a energia do circuito 1 ¢ dissipada (absor- vida), toda ela, na impedancia R, ndo hhavendo transferéncia para 0 circuito 2. Finalmente, quando Z tem valor compreendida entre os dois extremos ci- tados, a energia do circuito 1 6 transferida Para 0 circuito 2. Mas, observe o aluno 0 seguinte: se a impedancia Z for muito maior que R, a corrente sera bastante reduzida, 0 que significa que 0 circuito 1 ‘nao estara fornecendo toda a energia de "1 que capaz. Por outro lado, se a impedancia Z for muito menor que R, a energia fornecida pelo circuito 1 sera grande, mas a maior parcela sera gasta na impedancia R, pois, sendo a mesma a corrente em Re Z, sabemos que a energia é maior na impedancia de valor mais elevado. Com esta seqiéncia de raciocinio, € facil admitir que, quando as resisténcias, tanto do circuito de ataque (cireuito 1) como a do circuito atacado (circuito 2), sao igual, o circulto 1 fornece ‘sua maxima energia € 0 circuito 2, conse- {qUentemente, recebe a maxima energia. ‘Quando isso acontece, dizemos que ha casamento das impedancias. A noco de casamento de impedancias sera constantemente citada em nosso curso, pois ela ¢ bastante importante. Para que o aluno tenha, desde ja, uma idéia concreta de sua impedancia, podemos lembrar 0 caso da adaptacdo da antena de televiso ao receptor. A antena constitui 0 primeiro circuito, ou seja, o de ataque, e 0 televisor, o segundo, isto é, o circuito atacado.'Caso a impedancia da antena nao seja igual & do receptor acontecem problemas na recep¢ao, tais como enfraquecimento dos sinais (‘chuvisco"), reflexos na linha (imagem borrada), etc Além dese, muitos exemplos exis- tem, de mau funcionamento de circuitos, devido a falta de adaptagao de impedan- clas. Quando se liga um fonocaptador (cApsula reprodutora do som gravado no disco) do tipo de cristal ou ceramica, cuja, impedancia costuma ser da ordem de 50 KQ, @ base de um transistor ampiticador de tensao, ligado na configura¢ao de co letor comum, o sinal gerado pelo fono- ‘captador normalmente & amplticado, por- ‘que a impedancia de entrada do transis- tor, nesta configuragao, é como sabemos, elevada e tem, geralmente, valor da or- dem de 50 K&2. Ha, portanto, uma perfeita adaptagdo de impedancias. Por outro la do, se a mesma cépsula fonacaptadora for ligada & base de um transistor, funcio- nando na configuragéo mais comum, que 6 de emissor comum, 0 som nao sera am- plificado normalmente pelo transistor, por- que a impedancia de entrada deste com: Ponente se apresentaré bastante baixa fem relago a do fonocaptador, ¢ somente uma pequena parte da tensao gerada por ‘este Ultimo sera transferida ao transistor. Contorme se observa, por estes dois exemplos, quando sao ligados entre si dois ou mais circuitos, geralmente, procura:se fazer com que as impedancias sejam iguais, para que a energia seja transferida sem grandes perdas. b) Sobre o fator de amplifi- cacao: © aluno encontrara frequentemen: te, tanto em nosso curso como em livros @ revistas especializadas @ nos manuais, re- feréncia a dois fatores de amplificacao de Corrente: um designado pela letra «(lé-se: alfa) ¢ outro pela letra B (I6-se: beta). 0 ‘ator de ampiticagao de corrente « refere-se a ligacao do transistor, na montagem em base comum; consequen- temente, € a relagdo entre a correnie de coletor @ a de emissor que, como vimos ra ligdo teérica, dara sempre um nimero menor do que um, ja que a corrente de coletor é ligeiramente menor que a de emissor. Nos manuais de transistores, 0 ganho de corrente «também costuma ser indicado por Fy O faior'de amplifcacao (ou ganho de corrente) [i refere-se & montagem do transistor, na configuragao de emissor comum, que, como ja citamos, é a mais usada na pratica. Vimos que, nessa montagem, 8 6 a relacdo entre a corrente de coletor e a de base. Como esta dltima é bem menor que a do coletor, resulta que B€ um numero bem maior do que a uri- dade, ov seja, € sempre maior do que tum. Nos manuais, o fator de amplficacso {e corrente pode ser indicado por hye Os ganhos de corrente podem ser de corrente alternada ou de continua. Como néo sao iguais, costuma-se diferencié:los da seguinte maneica Ganho em corrente continua - ug ‘ou eq para montagem em base comum, © 8 OU Mpg para montagem em emissor Ganho em corrente alternada - « 0u hyp para montagem em base comum, @ B ou'hy, para montagem em emissor comum, © ganho de corrente de um tran- sistor nao ¢ sempre 0 mesmo; ele depen: de do ponto de funcionamento escolhido Assim, 0 transistor do tipo BC 108, por exempio, tem B que varia de 125 a'500, dependendo da tensao coletor-emissor (og) @ da corrente de coletor (Ic) escoihidas. ¢) Sobre corrente de coletor e de emissor: E costume, nas aplicagbes praticas, considerar a corrente de coletor ‘fumericamente igual a do emissor. Embora isso n&o conduza a erros apreciavels, devemos chamar a atengio do aluno para o fato de que, na realidade, a cortente do coletor 6 ligeiramente menor que a do emissor. Para explicar ese fato, retomemos a representagto de Figura 23-Polarizagao de um transistor NPN Figura 24-Ampliicador de audio com wransformadores de acoplamento. bloco do transistor NPN, que reproduzi: mos na figura 23. Sabemos que a corrente emissor-coletor 6 provocada pela acéo das duas baterias em série. Aconte- Cc, entretanto, que nem todos os elétrons ‘que partem do coletor (considerando-se 0 sentido convencional da corrente) atingem o emissor, pois uma pequena quanttidade deles se recombina com as lacunas (cargas positivas) da base. Por outro lado, a corrente que atravessa a base 6 reforcada pela corrente base- femissor, j4 que essa jungao esta polarizada no sentido direto por uma das baterias. Resulta, entéo, que a corrente de emissor é igual a soma das duas correntes: corrente de coletor @ corrente de base, ou seja, a corrente de emissor & maior que a do coletor. Devemos esclarecer, entretanto, que a diferenga entre as duas correntes nao 6 grande, sendo que a corrente de emissor atinge 0 maximo de 5%, aproximadamente, mais. que a do coletor. Quanto melhor a qualidade do transistor, menor ¢ a diferenca entre as duas correntes, 0 que justifica @ nossa afirmativa de que, na pratica, se costuma consideré-las iguais. IV - Acoplamento Freqientemente, um estagio de ampliicagao ultlizando um s6 transistor no 6 suficiente para elevar o sinal até 0 nivel de tensdo, corrente ou poténcia de sejada. Entéo, 6 preciso empregar mais de um estagio amplificador. A ligagao ‘enire os estagios, ou soja, a transferéncia do sinal da saida de um estagio para a entrada do outro é chamada de acoplamento. Tipos de acopiamento Os métodos basicos de acoplamento que se costuma aplcar nos estagios que utilizam transistores so: @ transformador, a resistor-capacitor e direto, a) Acoplamento a transfor- mador No acoplamento a transformador, © 12 primério desse componente ¢ ligado & Saida do primeiro amplificador © 0 secundario 6 ligado a entrada do segundo estagio. Assim, 0 sinal & eletromagneticamente transterido de um estagio a0 out, (© acoplamento a transformador fol bastante utilizado nos estagios de audiotreqiéncia, mas, atualmente, esta sendo abandonado, em raza0 dos inconvenientes que citaremos. mais adiante. HA casos, entretanto, em que 0 ‘acoplamento por transtormador se impo. Eo que acontece quando, algm do acoplamento, também se exige seleti vidade, isto 6, deve haver transforéncia de sinal do uma determinada trequéncia. Nos receptores de radio e televisao, nas etapas de amplificacao de frequéncia intermediatia, que estudaremos oportu- namente, $80 utiizados transtormadores Sintonizados no acoplamento. Na figura 24, apresentamos um ampliticador de audiotrequencia em que $80 usados dois transtormadores de acoplamento. © primeira transtere o sinal do coletor do transistor T, para a base do transistor T,. 0 segundo transtere o sinal do coletor de T, para 0 alto-falante. A fungao do transformador, nos dois casos, 6 transterir a energia de um estagio a0 outro. ‘A principal vantagem do acoplamento a transformador 6 que ele permite adaptar as impedancias de entrada e de saida, tendo em vista um ‘maior ganho de pot®ncia, © transtormador T,, costuma sor chamado de transtormador excitador, impulsor ou "driver" (é-se: raver’) © transformador T,» 6 conhecido ‘camo transtormador de sai ‘As principais desvantagens do acoplamento por transformador, nos ampliicadores de audio, sao 1) Dificuldade em projetar-se um transformador que seja eficiente em toda a faixa de trequencia de audio 2!) Possibilidade de zumbidos. devido a indugoes de corrente alternada de outres circutes. 3!) Peso @ volume do transformador. Realmente, para que 0 transformador seja eficiente, seu nucleo deve ter dimensdes relativamente grandes, comparadas as dos demais Componentes do circuito. Além disso, como 6 nucleo 6 de ferro, 0 peso do transformador também 6 importante, principalmente em aparelhos portateis, que devem ser leves @ compactos, 43) Prego. O transformador ¢ um ‘componente caro @, por isso, sempre que Possivel, seu uso é evitado. b) Acoplamento a r capacitor O acoplamento a _ resistor capacitor (ou resisténcia-capacitancia), chamado de acoplamento RC, € o mais difundido na prética, principalmente nas etapas amplificadas de audio de baixo nivel e baixo ruido. A resposta de treqdéncia, ou seja, a faixa de freqdéncia que possivel transferir de um estagio a outro, € maior, uliizando-se 0 acoplamento RC, do que se pode conseguir com o acoplamento a transtormador. ‘A desvantagem do acoplamento RC, em comparagao com aquele a transformador, esta em que, nao havendo casamento das impedancias de entrada e de saida, havera perda de energia. AS principais vantagens do acoplamento RC séo: 14) Baixo custo, pois tanto o resistor como 0 capacitor sao Componentes relativamente baratos. 28) Pequeno peso e volume, jé que tanto 0 resistor como 0 capacitor sao loves © pequenos. Esse detalho é muito importante, principalmente em aparelhos portateis, cuja miniaturizagao é crescente. 3!) Maior resposta de trequencia, coma ja indicamos. Na figura 25, mostramos um ampliticador de dois estagios, enquanto que, na figura 26, apresentamos a montagem deste circuito como exemplo pratico. O acoplamento entre oles é efetuado ultlizando-se a rede RC, ou seja, 6 do tipo resistor-capacitor. O resistor R 8 a carga do primeiro transistor @ 0 Capacitor C permite a passagem do sinal alternado para o segundo transistor. Esse capacitor bloqueia a corrente continua, evitando que o ponto de repouso do segundo transistor soja desiocado. Nos amplificadores de audio Figura 25-Ampliicador de dois estos. Figura 26-Exemplo de montagem da figura anlerioe devido a baixa resisténcia de entrada do segundo estagio, 0 capacitor C deve apresentar reatancia bastante baixa, 0 que exige que sua capacitancia seja relativamente elevada. Para dar um exemplo de amplificador acoplado por resistor capacitor, mostramos, na figura 27, um amplificador que tem ganho aproximado de 11 000 vezes. Isto significa que um sinal de um milivolt aplicado na entrada do circuito aparecera na saida com 0 valor de: 1. mV.x 11.000 = 11 000. mv 14.000 mV + 1000 = 11 Volts (© esquema de tal amplficador & ilustrado na figura 28. Figura 27-Exemplo de montagem de um ampliicado com acoplamerto A. ¢) Acoplamento direto No acoplamento direto, a saida de lum estagio ¢ ligada diretamente a entrada do outro. A grande vantagem desse tipo de acoplamento @ que a resposta de frequéncia nao depende da rede de acoplamento, jA que ela nfo existe, ¢ também a economia de componentes que se consegue. Na figura 29, apresentamios um amplificador de dois estagios utlizando 0 acoplamento direto. (© aluno deve notar que o resistor Ret @ a carga para o 1° transistor, & resistor de polarizacao para o segundo. Uma desvantagem do acopla mento direto 6 que o numero de etapas amplificadoras que se pode usar é limitado. Essa limitagao é devida ao fato de que as variagoes da corrente de polarizagao em uma etapa, em consequéncia, por exemplo, de uma Figura 26-Esquema de um amplifeador com acoplamento RC 13 variagao de temperatura, 50 amplificadas por todas as outras, podendo provocar instabilidade. Observacoes: 18) Com os transistores, também & possivel utilizar 0 acoplamento a indutor: Capacitor. Entretanto, esse tipo de acoplamento nao 6 muito utiizado, razBo pela qual nao nos deteremos no assunto. 2) No acoplamento RC a transis- tor, 0 valor da capacitancia depende da Figura 29-Ampificador de dois estagios com acoplamenta deta menor frequéncia a ser Amplificada, @ também da baixa resistencia de entrada do transistor. De fato, para que a trans- feréncia do sinal seja eficiente, @ neces: sario que a reatancia oferecida pelo capa- citor seja menor que a resisténcia de en- ttada do transistor. Em caso contrario, jd que a reatancia do capacitor @ a resis- téncia de entrada do transistor formam um divisor de tensdo, e como a resisténcia de entrada é mais baixa, somente a pequena tensao ai desenvoivida 6 que sera introdu- Zida no transistor, e a maior parte do sinal sera perdida na reatéincia do capacitor. Por exemplo, admita 0 aluno que transistor tenha resisténcia de entrada de 5 K@ e queiramos que a menor frequiéncia ‘ser ampificada seja 100 Hz. Vamos ver qual 0 capacitor a ser usado. O esquema simpiicado € aquele mostrado na figura 30. Admitamos que o valor de R seja Suticientemente grande para nao influir no acoplamento, Pois bem, para que a transferéncia de sinal seja pouco atenuada, a reatancia do capacitor deve ser, no maximo, igual & resisioncia de entrada. Como a reatancia 6 calculada por: Figura 30-Cirouito simpiiicado para analse ‘em que F 6 a trequéncia em Henze Ca Capacitancia em Farads, resulta, igualan- do a0 valor da resistencia, a formula: + 628xF xR ‘que permite determinar a capacitancia. Para os valores numéricos do problema, teremos: C= 1+.6.28% 100 x5 000 C= 1 3.140.000 = 0,000000318 F 0.318 WF 0u, aproximadamente, 0,98 uF. Como se v8, no presente caso deve ser utlizado um capacitor de 0.33 uF por ser o valor comercial mais proximo. Nos. transistores atuais, a resistencia de entrada 6 bem mais alta, de modo que o valor da capaciténcia é bem mais baixo. Reaimente, para 0 transistor cua resisténcia de entrada é de 25 KO. ‘ou seja, 5 vezes maior, que a considerada no exemplo, o capacitor devera ser 5 vezes menor, ou seja, de aproximada- mente, 68 nF. No decorrer de nosso curso, mostraremos outros exemplos. 14 MPLIFICAGAO DE POTENCIA 1 - Amplificagéo de tensao e de poténcia Vimos que a acao amplificadora de um transistor consiste em recolher, nos terminais de salda, 0 sinal aplicado aos de entrada, com nivel mais elevado. Por ‘exemplo, se aplicarmos 10 mV entre base fe emissor de um transistor, ¢ recolnermos 1 V na saida, ou seja, entre coletor e femissor, diremos que houve ampliticacao de 100 vezes, porque o sinal de saida é 100 vezes maior que o de entrada, Em eletrénica, distinguem-se dois, tipos de amplificacao: amplificacao de equenos sinais, também chamada de amplificagao de tensao, © amplificacao de sinais elevados ou amplificagao de poten ‘Conceitualmente, nao ha diferenca entre amplificacao de tensdo e ampilficagao de poténcia, mas faz-se essa distingao para maior tacilidade na resolugao dos problemas. De fato, na amplificagao de tensa, © sinal de ‘entrada do dispositive ampilficador (transistor) tem valor baixo e a excursdo do ponto de trabalho, ou seja, a variagao para mais © para menos que solve a tensao de base ¢ muito pequena ‘de modo que se pode considerar a ‘curva de transteréncia’ como linear @ aplicar equagies algébricas simples, na solucao do problema, Considerar a excursao linear significa admitir que as caracteristicas do transistor, tals como sua resisténcia interna, 0 fator de ampliicagao, etc., s40 constantes. Com essas consideragoes, resulta que se podem aplicar expressoes matematicas bastante simples, para determinar a ampiticacao do transistor. Quando se deseja obter, na saida do dispositive amplificador, um sinal de poténcia elevada, como, por exemplo, aquele necessério para acionar 0 cone de um alto-falante grande, entao temos de aplicar, na entrada, um sinal também relativamente elevado. Neste caso, ullrapassa-se a regiao reta da curva de transterénoia; 0 fator de ampliicagao e a resisténcia de coletor ndo podem mais ser considerados invariaveis @ nao se pode aplicar 0 mesmo método de calculo Utlizado para a ampliticagao de tensao, porque os resultados praticos seriam muito diferentes do esperado. ‘Visando a contornar essas Jificuldades foram criados dispositives ampiiicadores que admitem sinal alto na entrada, sem que produzam, durante a ampiiicacdo, grande detormacao. Sao os dispositives amplficadores de poténcia. A analise dos ampificacores de potencia € feita utilizando-se_as_curvas caracteristicas distribuidas pelos fabricantes, porque nao valem, agora, as expresses usadas na analise do amplificador de tenséo, ja que a lingaridade néo mais se venifica Resumindo, temas: 18) ampliticador de tensao recebe sinal de pequena amplitude na entrada, tais como os sinais de um microfone, fonocaptador, camera de TV, antena de receptor, etc, © entrega 0 sinal na saida muitas vezes ampliicado @ com baixa ou nenhuma distorcao. Os dispositives ampiificadores geraimente tem falor de ampiificagdo elevado. 25) © amplificador de poténcia recobe, em sua entrada, um sinal de tensao elevada, quase_ sempre proveniente de ampifcadores de tensa @ entrege na saida o sinal com variagao elevada, soja na tenséo, corrente ou os dois, resultando dai a potencia que se deseja, para aplicar a transdutores, como alto-falantes, antenas de transmissor, bobinas defletoras de TV, et. A cistorgao nos ampiticadores de potancia sempre esta presente, mas deve Ser mantida dentro de certos limites, através da escolha conveniente dos Componentes do circuito @ das condicdes de funcionamento dos dispositivos amplificadores. Geralmente esses, dispositves tém baixo ou medio fator de ampliicaca ll - Amplificagaéo de tensao Um estagio ampiticador de tensao tipico 6 mostrado na figura 31, com o transistor como dispositive ampliicador. Esse olomento tanto pode ser do tipo PNP como do NPN. Escolhemos a configu- ragao de emissor comum, porque @ a ‘mais utlizada, Nessa figura, 0 aluno deve observar que chamamos de E, a tensao de sinal, ou seja, aquela que deve ser aplicada: e chamamos de E, a tensao na saida do amplificador, porfanto, 0 sinal amplificado. Figura 31-Polarizagio de um (ransistor NPN fem configuragao emissor-comum. De agora em diante, passaremos a chamar de ganho do amplificador 0 ‘numero que indica quantas vezes o sinal de entrada foi aumentado. Representando fesse numero por G, podemos escrever a relagao: Eo=G .,0uG=EgE, Na figura 31, indicamos as tensbes do polarizagao para o transistor. Trata-se de tensbes continuas, que fixam 0 ponto de trabalho do dispositivo. Note que: Vee @ a tensao da fonte del limentagao de coletor Vb 6 a fonte de alimentagao de Vee 6 a tensao entre coletor ef \Vbe € a tensao entre base e lemissor. © resistor RL @ chamado de resistor de carga. Na realidade, 0 resistor de carga 6 uma resisténcia pura apenas para a polarizagao do transistor, porque, para o sinal variavel, a carga quase sempre é uma impedancia, Cconforme mostraremos logo mais, E importante que o aluno observe a reteréncia das tonsoes, ou soja, om relagao a que se diz que o terminal do transistor é positivo ou negativo. Para a figura 31, como o transistor la representado 6 do tipo NPN, 0 aluno notara que o emissor é negativo em relagdo 4 base e também em relago a0 coletor. A polarizacao do transistor esta correta, porque a jungao base-emissor esta polarizada no sentido direto, e a jungao base-coletor, no sentido inverso. © circuito da figura 31 ¢ apresentado para que 0 aluno se familiarize com a nomenclatura e também. com a referéncia das tensoes. Na pratica, esse circuito sofre modificacao, que passaremos a mostrar. Veja 0 citcuito da figura 32, onde apresentamos um amplticador transistorizado. Vamos analisar as diferencas aparentes entre esse esquema eo da figura 31. Inicialmente, notamos que nao ‘estao indicadas as fontes Vcc © Vbb. A fonte Vcc, nos esquemas, costuma ser indicada por +B, que 0 valor da tensao continua, geralmente proveniente da relificagao da tensao alternada da rede de distribuigao. Quanto a fonte Vb, devemos esclarecer que nao existe, Porque a base esta polarizada pelo metodo de polarizacao automatica, (Q resistor de emissor (R2) fol acrescido ao circuito a fim de que se possa estabilzar, em parte, a corrente de 15 Figura 32-Amplificadar tansistorizada para andlise emissor (Ig). Esta instabilidade de Corrente 6 causada, como ja estudamos, pela variagao térmica que o transistor Solfo. A variagao térmica reflete-se sobre a corrente de Coletr Ic) e, consequente mente, sobre a de emissor. Como o aluno se recorda, a Corrente de.coletor que circula no sentido onvencional, do coletor para o emissor provoca uma queda de tensao nas Jungoes do transistor @ sobre o resistor R2. Considerando-se que a queda de tenséo ocorre (se desloca) do ponto com potencial mais alto para o mais baixo, Segue-se que o terminal do resistor ligado a0 emissor do transistor 6 positivo em folagao ao outro, conectado & massa. En 40, a massa (ler ou porto de retorno) & negativa, se comparada ao emissor. A base esta igada ao chassi através do re sistor R1, logo, 20 negative da fonte. Contorme ja indicamos anterior mente, a tensao Vbe é medida entre emis sor e base 8, verficando 0 crcuto da figu ra'82, podera parecer que la_é de valor negativo, ou seja, a tensao na base sendo mais negativa que a tenso no emissor, uma vez que o resistor Rt encontra-se com um de seus terminais conectado 20 terra, enquanto que o outro terminal deste resistor encontra-se, aparentemente, desconectado (jungao base-coletor polarizada inversamente, que equivale a lum eireuto abero). Porem isto ndo é verdade, se recordarmos que, em uma jungao real sempre havera a circulacao de uma Figura 89-Gircuto equivalente da figura 32 Pequena corrente de fuga, a qual nos permite considerar a jungao base-coletor, ‘quando polarizada inversamente, como ‘sendo equivalente a um resistor de valor ‘Shmico elevado; o circuito da figura 32 oderia, entao, ser representado da forma Indicada na figura 33. Por tal figura fica facil constatar ‘que a juncéo base-emissor e 0 resistor R2 ‘encontram-se em série, enquanto que este conjunto acha-se em paralelo com i. Por sua vez, esta ultima associacao forma, em conjunto com a jungao base- coletor e RL uma associagao série, estabelecendo-se assim, um divisor dé tensao, contorme indicado na figura 33 Em paralelo com o resistor de ‘emissor existe um capacitor chamado, na pratica, de capacitor de emissor ou de derivacao. A finalidade desse capacitor & derivar a corrente variével do sinal, Giretamente para 0 chassi, evitando sua passagem pelo resistor de emissor. Vejamos 0 que aconteceria se nao houvesse o capacitor de emissor. Admitamos 0 circuito da figura 34 Quando circula corrente de coletor, essa corrente provoca queda de tensao no resistor R2, a quel faz variar a tensdo de polarizagao. Tudo se passa como se existisse uma nova fonte de sinal, em série com a fonte original aplicada a base. Mas, quando a tensao de base ¢ positiva, a corrente de coletor aumenta e, com isso, a queda de tensao nos resistores de carga e de emissor também aumentam. Como aumentar a queda no resistor de emissor significa aumentar a tensao negativa na base (pois 0 valor dhmico da jung&o emissor-base diminui, “aproxi- mando o ponto A do B), conclui-se que a tens do sinal e a tensao produzida no resistor de emissor esto em oposicao. ‘Se a tenso de sinal diminui, 6 ciaro que a tensdo de saida também diminui, porque ‘esta € sempre igual a0 produto do ganho pela tensao do sinal. Figura 34-Amplificador som capacitor de cemissor. Para ficar menos obscuro este panto, que, diga-se de passagem, 6 im- portante por se tratar de um caso de rea- limentacao negativa, que veremos com bastante detalhes em outra parte do cur- 0, vamos expor 0 mesmo problema, mas raciocinando com némeros hipotéticos. Suponhamos, entéo, que o amplificador da figura 34 tena resistor de femissor de 1 000 0, resistor de carga de 100 K@ e ganho de tensao igual a 100. Em sendo assim, se 0 emissor estivesse ligado diretamente no chassi, aplicando- se 0,1 Volts de sinal na base, recolhe- riamos 10 Volts no coletor. Como o emissor nao esta ligado a massa, que novo valor de sinal @ necessario aplicar & base, para que tenhamos 10 Volts no coletor? Qualquer que seja o valor do sinal de entrada, na saida ter-se-4 tensfo igual a esse valor multigicado pelo ganho do isposttivo. Essa tensao de saida reparte- se proporcionalmente entre os resistores de emissor e de carga. Como, em nosso exemplo, a relagao entre os dois resistores citados € de 1 para 100 (R2 + Ri=1K+100K=14 100) e sendo Eoa tensao de saida, resulta que 0 resistor de ‘emissor contribui na base com uma tensdo oposta de 1_ Eo. Entao, a nossa {00 nova tensao de sinal deve ser de 0,1 Volt mais a tensao de emissor, ou sea: Eo E5=014— 100 Pela nossa imposigao, 0 valor de Eo (tensao de saida) deve ser de 10 V; logo, 0 de entrada deverd ser de: =0,1401=0.2V| A conclusao ¢ que precisamos aplicar 0,2 V de sinal, para recolher os mesmos 10V que obtinhamos, aplicando 0,1V; logo, 0 ganho do amplificador reduziu-se @ metade, em consequdncia de nao existir o capacitor de emissor. Vamos ligar novamente 0 capacitor de emissor(também chamado de ‘capacitor de contomno). Entéo, nao haveré ‘queda no resistor de emissor, devido & corrente varidvel, ou seja, devido a ‘componente alternada da corrente do Coletor, porque o capacitor, como se sabe, deixa passar facilmente a corrente alternada, Nao havendo essa queda, toda a tensao de sinal é aplicada a base ¢ 0 16 ganho nao se reduz. Ill - Acoplamento resis- tor-capacitor © 210 de ligagao entre estagios amplificadores 6 chamado de acoplamento. Quando varios ampli- ficadores so ligados de modo que o sinal de saida de um seja injetado na entrada do outro, diz-se que o acoplamento é em série ou cascata. Na pratica, geralmente, utilizam-se dois ou mais amplificadores ligados em cascata, para que um pequeno sinal alcance o valor desejado. Vamos dar um exemplo utilzando valores hipoteticos. ‘Admita o aluno que dispomos de um fonocaptador magnético que aera tensao de § mV e que desejamos que esse sinal seja reproduzido com a poténcia de 4,5 W. Entao, consultamos um manual de transistores e procuramos um elemento que nos dé a poténcia desejada. O manual nos da uma série de informacoes sobre o transistor, inclusive que a resisténcia de carga deve ser de 80 ©, por exemplo. Como sabemos que a poténcia pode ser calculada pela cexpresséo! ‘@ como conhecemos P, que é 4,5 W, € R, que € 50 0, aplicamos a formula e tiramos © valor da tensao de saida que deve ter ‘nosso amplificador. Dara: Ve WPoR= va5x50= V2 = =15V Sendo 5 mV, ou seja, 0,005 V a tonsao de entrada, segue-se que o ganho de tensao do nosso amplificador deve ser de Nao € muito comum transistor que, sozinho, dé tamanha amplificagao; logo, sera necessario ligar dois ou mais em cascata, Se prosseguitmos na consulta ao ‘manual, encontraremos que o transistor necesita de 1,25 V de sinal (valor de pico), para entregar os 15 V; logo. podemos determinar sua amplificagao ‘Transformando o valor de pico em eficaz, resulta: Em conseqiéncia, 0 ganho de tensao do estagio 6 de: Como o titimo estagio, que é o de poténcia, tem ganho de 17, 0 anterior

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