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Classicalidade Intrı́nseca de Um Sistema de N-Partı́culas

Bruno Felipe Venancio

22 de outubro de 2010

Resumo

xxxx

1 Introdução

Quando estudamos um sistema de partı́culas na mecânica clássica podemos simplificar o estudo


olhando apenas para o centro de massa do sistema (CM), pois de acordo com a segunda lei de Newton,
apenas forças externas podem alterar o estado do CM
X
F~iext = M ~r¨, (1)
i

assim o estudo de N partı́culas se reduz ao extudo de uma única partı́cula fictı́cia.

Em mecânica quântica quando estudamos o átomo de hidrogênio, podemos separar este problema
em dois. Uma parte relacionada as coordenadas do CM do sistema e outra relacionada com as
coordenadas relativas. Ao consideramos que o sistema se encontra isolado verifica que o CM se
comporta como uma partı́cula livre [cohen]. Em geral quando temos uma uma hamiltoniana do tipo
N N
X p̂2i X
Ĥ = + U (x̂i − x̂j ), (2)
i
2mi i<j

sempre podemos achar uma transformação que fatore o CM, tal que sua evolução é de uma partı́cula
livre [shanker]. Logo podemos concluir que assim como na mecânica clássica, na mecânica quântica
o CM só é afetado por interações externas ao sistema.

Tanto na mecânica clássica, quanto na mecânica quântica, as equações fundamentais da dinâmica,


segunda lei de Newton e a equação de Schrodinger, fazem previsões deterministicas a respeito dos

1
estados (~r, p~) e ψ(~r, t) respectivamente, do ponto de vista de uma única partı́cula de massa m, sem
fazer menção quanto ao tamanho de tal partı́cula. Isso sugere que objetos macroscópicos devem ser
tratados como um sistema de partı́culas, o qual tem seu estudo é simplificado ao se analisar o seu
CM.

O ponto é: sabemos caracterizar completamente o estado do CM de maneira clássica, mas quando
vamos para o mundo quântico quais devem ser as caracterı́sticas do espaço de Hilbert do estado do
CM. Além disso, estamos interessados na forma que o número de partı́culas influenciam o compota-
mento do estado do centro de massa.

2 Covariâncias e Variâncias da Posição e do Momento do


Centro de Massa

O conceito de covariância apareceu pela primeira vez na mecânica quântica em 1930, em um artigo
de Schrodinger, onde ele generalizou a relação de incerteza de Heisemberg [2]. Em tal trabalho,
Schrodinger demonstrou a seguinte desigualdade para dois operadores hermitianos  e B̂
 h i2 1 h i 2
(∆A)2 (∆B)2 ≥ C Â, B̂ + Â, B̂ , (3)

4
h i h i
onde Â, B̂ é o comutador e C Â, B̂ é a covariância entre os operadores  e B̂, e
h i 1
C Â, B̂ = hÂB̂ + B̂ Âi − hÂihB̂i. (4)
2

É facil ver que a variância (incerteza) de um operador  pode ser obtida diretamente da eq.(4),
h i
2
(∆A) = C Â, Â = hÂ2 i − hÂi2 . (5)

Vamos considerar agora um sistema contendo N partı́culas com massas mi . Podemos associar a
cada partı́cula um operador posição x̂i e um operador momentum p̂i , e definir os operadores posição,
X̂CM , e momentum, P̂CM , para o centro de mass do sistema, tal que

N
1 X
X̂CM = mi x̂i (6)
M i
N
X
P̂CM = p̂i , (7)
i
PN
onde M = i mi é a massa total do sistema.
Uma vez que [x̂i , p̂j ] = i~δij é fácil mostrar que os operadores construı́dos acima obdecem a relação
de comutação canônica, h i
X̂CM , P̂CM = i~. (8)

Usando a seguinte propriedade da covariância


h i h i h i
C Â ± B̂, Ĉ = C Â, Ĉ ± C B̂, Ĉ , (9)

pode-se demonstrar facilmente que


( N N
)
1
2
X 2
X
(∆XCM ) = 2 m2i (∆xi ) + mi mj C [x̂i , x̂j ] (10)
M i i6=j

N
X N
X
2 2
(∆PCM ) = (∆pi ) + C [p̂i , p̂j ] . (11)
i i6=j

Para ilustrar o papel do número de partı́culas no sistema, vamos considerar inicailamente um


sistema que é descrito por um estado fatorizavel, ou seja, o seu estado pode ser como o produto
tensorial dos estados das partı́culas que o compõem, tal que
N
O
| ψi = | φi i (12)
i=1

onde hφi | φi i = 1. Além disso por simplicidade vamos assumir que:

mi = m (13)

∆xi = ∆x (14)
∆pi = ∆p (15)

Para um estado fatorizavel, eq.(12), não temos correlacões entre as partı́culas, isso se reflete nas
covariâncias
C [x̂i , x̂j ] = 0 (16)
C [p̂i , p̂j ] = 0 (17)

Assim, usando as simplificações dadas pelas eqs.(13, 14 e 15) e os resultado das eqs.(16 e 17),
podemos mostrar que as variâncias para a posição e momentum do CM do sistema é dado por
∆x
∆XCM = √ (18)
N

∆PCM = N ∆p (19)
3 Covariâncias Para um Estado Emaranhado

Vamos cosiderar um caso mais geral em que o estado do sistema é descrtio por um estado emaran-
hado " N #
N
1 O O
| ψi = √ | φj i + eiϕ | φj + δj i (20)
A j j

onde
1/4 " #
 2
1 (xj − (qj + δj ))
hxj | φj + δj i = 2
exp −
2πb 4b2
  
ip (qj + δj )
exp xj − (21)
~ 2

e A é uma constante de normalização, dada por

A = 2 1 + e−γ cos ϕ
 
(22)

onde
N
X δj2
γ= (23)
j
8b2

Usando a eq.(5) podemos calcular as variancias dos operadores posição e momentum da j-ésima
partı́cula, assim temos
δi2
 
2 2
(∆xi ) = b 1 + (24)
2Ab2
~2 δi2 e−γ cos ϕ e−γ sin2 ϕ
  
2
(∆pi ) = 2 1 − 2 + . (25)
4b b A 2 A
Da mesma maneira, usando a eq.(4), podemos calcular as covariâncias entre dois operadores posição
e dois operadores momentum para duas partı́culas distintas.
δi δj
C [x̂i , x̂j ] = (26)
2A
~2 δi δj e−γ cos ϕ e−γ sin2 ϕ
 
C [p̂i , p̂j ] = − 2 2 + (27)
4b b A 2 A

Substituindo as eqs.(24 e 26) na eq.(10), e as eqs.(25 e 27) na eq.(11), temos as seguintes variâncias
para os operadores posição e momentum do CM:
 !2 
2 N N
b X 1 X δi 
(∆XCM )2 = 2  m2i + mi (28)
M i
2A i
b
 !2 
2 N −γ
 −γ 2

~  X δi e cos ϕ e sin ϕ 
(∆PCM )2 = N− + (29)
4b2 i
b A 2 A

Vamos considerar alguns casos especiais afim de compreender melhor os resultados obtidos das
eqs.(28 e 29). Por simplicidade vamos assumir que mi = m.

• 1o caso: δi = δ
b2 N δ2
 
2
(∆XCM ) = 1+ (30)
N 2Ab2
~2 N N δ 2 e−γ cos ϕ e−γ sin2 ϕ
  
2
(∆PCM ) = 2 1− + (31)
b 2Ab2 A 2 A

• 2o caso: δ1 = δ, δi>1 = 0
b2 N δ2
 
2
(∆XCM ) = 1+ (32)
N 2Ab2
~2 N δ 2 e−γ cos ϕ e−γ sin2 ϕ
  
2
(∆PCM ) = 2 1− + (33)
b AN b2 A 2 A

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