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in “woven 21300070706 S/Z Roland Barthes Be. ‘edicoes 70 Av. Dug de Avil, 69 se Esq, — 1000 LISBOA (= | coteecao sionos 5720 01 1.4 avaliagdo Diese que, depois de muito mei: tarem, eeios consegiem ‘er una grande patagem numa ce. tha, Fo o que pretenderam os primers angina ara: Yer today ss'naravas do mundo (hé tanta, ¢ fants howvel) onto 0 melo, © depots, com essen modelos, faresos uma fan cstrturs nareaiva ue apicremos (pra verifiass0) a {Nalger outa nara: treta extensame (Cléncta com pa ‘Howes suplijo e cerios) eno fm de conan indesesvel, perso texto pede assim a su dferenga, Esa dierenga nfo € Evitentement, nenhuna Qualidade pena, hedutvel ecgundo tia perapectiva mie da criagho Tri), nao 0 que designs s nlviduaidade de cada texo- ogue o nomel,auteta, at faou termina; €, plo contro una difernga que nop es {cura mo itnts ds textos das Hinguagens, dos sstermas uma Aiterenga gue se fopete em cada texto. Potato, € preciso eso ther ou secolocan tnd o textos num ane demons, ipuslandovos aos olhow da cencia imeem, obrigande-os jontarem se induivamente & Copia dese, em suid ofr ‘mos deriva ou enti, meter cada texto, fo para a indi. Aualdads, mas pra 0 su Jogo, concent, antes mesmo de Se falar ss, por mo do paraigma infinto da ferenga,subme {Gio Togo a unm tpologa inaupural, 3 una avalog. Come {rmlarento'o valor de am texto? Como fandar uma primeira {ipufopis dos textos? Aavalaga Inara de todos os texts inn pe vir nom da cnc. porgue »cincla nao aval, nem {in evloga porque o valor lGoogic de un text oral exte- ti, police aleoigio) & wm valor dereresenigaae no de pragao (adcologinsretlste> no taalha) A nossa sal: PE — 2 10 56 pode estar lgada « uma pritica, e essa prética & a sa scrta, Ha, por um lado, 0 que € possivelescrevere, por otto, ‘ gue jf no é possivel excrever: o que est na prticn do ex © 0 que se afastou dela: que textos acciasia eserves (r-et ver), que textos gostaria de dessjar, de nvestir como ua forg reste mundo que €o meu? A avalagio descobre apenas este valor: © que hoje pode ser escrito (e-escrto) 0 eserevivel. Por ‘ue razio € o escrevivel 0 nosto valor? Porgue o que sth em ogo no trabalho liteieio (na literatura como tabalho)€fazerse 4o leitor nio s6 um consumer, mas um produto do texto. A hosse literatura estd marcada pelo impiedose divércio que a ins. Tituigdo litera mantem ens 0 fabricante eo utente do texto, 0 mento do significant, 4 volupia da escita, do quinhio tem apenas misera iberdade de roveber ou rejetar 0 text: 4 Teitura Jd no € apenas um referendum. A par do texto excrevivel estabelece-s, entio, 0 seu contavaior, 0 seu valor negativo, Feactivo: © que pode ser ido, mas nlo exert: 0 legivel. Cha. ‘mamos elssio tod o texto legive Sobre textos escreviveistalvez haja nada dizer. Primeiros onde encontrilos? Por certo no do lado 4a leitara (ou muito povco: por sorte, fagiia e obliguamente ern igumas obras-limitey:o texto eserevivel no € uma cosa; die ilmente © encontraremos numa livari, E sendo o seu modelo produtivo (¢jé nfo representativo), anula toda a extica gue de pois de prodizida se confundiria com ele: a re-serta no pode fia consstr senio em disseming-lo, dspers-io no campo da Aiferengaintinita. O texto escrevivel é um presente perpétua acerca do qual no se pode manifestar nenbuma palavra conse {quente (que 0 wansformatiafatalmente em paseido}0 texto ‘revivel somos nds ao excrever, antes que 0 jogo infiaito do ‘mundo (0 mundo como jogo) soja atravessado, cortado, inter rompido,plasificado por qualquer sistema singular (Lécologia, Género, Critica) que reprima a pluralidade das entrada, a aber. tora das ees, o iafinito das ingusgens. O eserevivel 0 roma- resco sem o fomance, poesia sem 0 poem, 0 ensaio sem & sisseragio, a esrita sem 0 estilo, a produgso sem 0 produto, & estrturago sem a estrutura. Mat ¢ 0s textos legiveis? Sto pro Autos (endo produgoes) ¢ formam a grande massa da noes ite Tatura. Como diferenciat, mais uma vez, essa massa? E necessé- rio uma operasao segunda, consequente com a avallagio qu separou primeiramente os textos, mais deicada,e fundamentads 1A Interpretaso. na apreciagdo de uma cera quantidade, do mais ou menos que ada texto pode mebiliar. Esta neva cperagdo € «interpret {no sentido que Nietzsche atrbuin a esta slave), Interprtar um texto nlo € darthe um semido (mais ox menes Zundamentado, ‘mais ou menos live). é, pe-o ecntraro, aeecaro plural de que tle € feito. Suponhamos a imagem de um plural tunfance, que flo empobreceria ner huma obrigatoriedade do represertaro (de Imitagic), Nesse texto ideal, as fedes s40 mulplase jogam en- tee sisem que nenhuma delat possaencobri as ouras este texto ume galdxia de sigaificances e no oma estotura de significa dos; nde hd um comego: le ¢reversvel; acedemos a0 texto por ‘dss entradas sem que renhuma dels sia consderada prin\- pal: os eédigos que ele mobiliza perfilam-se a perder de vista, ‘io indecdiveis(o sentido nunca € af submetido a um principio de decisio, a nfo ser por uma jogada de sorte); os sistemas de sentido podem apoderarse desse texto iateramente plural, mas © seu numero nunca & fechado, tendo por medida o ifinito d3 Tinguagem. A inerpretseio que um texto pede, visado imedis- tamente no seu plural, alo tem nada ce liberal: no se tata de conceder alguns sentidos, de reconhecer, magnanimamente, ‘cada um, «sua parte de verdade;tatase, conta toda a indie tenga, de afirmar 0 ser da plaraidade, que nio € 0 mesmo do ‘yerdadeito, do provivel ov ainda do. possvel. Esta afirmasio necesséria € todavia dificil porue, nada exstindo fora do texto, ‘nunca hi um Zodo do texto (que sti, inversamente, aorigem de tum ordem interna, zeconcillacto de pares complementaes, $b ‘volhar paternal do Modelo representativo)-€ necessri separat © texto do seu exterior © de ua tollidade, Tudo ist reafirma ‘que, para o texto ploral, ndo pode haver estrutura naratva, eramética ou ligica da narasio; se umas e outras deixam, por tezes, que delas nos acerquemos, é na medida (dando esta {Expres 0 seu pleno valor quantitative) em que tratamos de textos incompletamente pluris, textos eujo plural € mais ou ‘menos pareimoniono i. A conotag: Para esses textos moderadamente conra plurais (quer dizer: simplesmente polissémicos), existe um avaliador médio que s6 apreende uma cera porgdo, mediana, do plural instrumento demasiado astuto delicado para se aplicar 3 Textos univocos e, ao mesmo tempe, muito pobre pars se apicara tex {os polivaentes, reversveise francamente indecidives (a textos integralmente piuais) Esse modesto instruments &a conotago. Segundo Hjelmslev, que a defini, a conotagio € um sentido segundo, em que o proprio significant € constitudo por um si no ov sistema de signiticaszo primeio, que é a denotagto, se B “ € 4 expressio, Co conteido eR a relagio ene 0s dais que fundamen ¢ signe, a formula da conotagao & ERCIR CA, conotagso, sem duvida por ade ter sido limitada, subreet.de a tuma tipologia dos textos, no ¢ muito aceite. Uns (dizamos: os fdlogos), decretando que todo 0 texto € univoco, detentor de lum sentido verdadeto, candnico, confi os seatidos simul feos segundos a fragiidade das elucubragoesertices. Outos {digamos" os semidlogos), contestam a hirarquia do conotado ‘entotado; ling, dizem eles, maria de denotago, com 0 seu iciondrio e a sua sintaxe, & um sistema como qualquer out: ‘no hi nenhuma razdo para prvilegiar esse sistema, para fazer {ele o espago e a norma de um sentida primcro,crigem e tabla de todor os sentidos associados: xe bascamos a denotegS0 na verdade, na objectvidade, na Ie, @ porgue ainda nos submiete- mos ao prestigio da linguistics, que, ste agora reduzi a lingua- {gem A fase aos seus Componentes lexis esincticos: or, 0 ‘Que est em jogo nesta hirarguia & muito importante: voltamos a0 Techamento do discurso ocidental (iemifio, ero, ow filo: Sorico), 4 sus organteagio centrada, quando dispomos em etc To todos os sentidos de um texto 4 volta do lr da denotacdo (0 lar: centr, guard, refigio, uz da verdade) TV. A favor da ‘onoragao ‘apesar de do. Fata rftiea da conotaeto € apenas patcalment jusia; ao tem emt con: teva tipologa dos textos (ess tio- logia ¢ fundadora: nenhum texto existe antes de ser clanifeado segundo o seu valor, porque se hi textos lepivels. compromet dos no sistema de fechamento do Osidente,fabricados segundo as Finalidades desse sistema, entregues lei do Signiicado, € fecessrio que teaham um fegime de sentido particular: e esse regime tem por base a conotagio. Alem disso, negar universal mente conotapio ¢ abolie 0 wulor difereneial dos textos, reeu- ‘rmo-nos a define 0 spare expeciico (similtaneamente poe Tico © crtico) dos textos legivei igualar 9 texto limitado a0 textostimte, € privarmo-nos de um instrument tipolgion, ‘conotago éa via de aceso a polisemia do texto elssico. a esse plural limitado que fundamenta 0 texto clisica (nao € ceo ave haja conoragdes no texto moderno). E necessrio, pois, salvar a conotacio do seu duplo processo & mantéla como indieio to medvel, computivel, de um certo plural do texto (esse plral mitado do texto elissico). O que ¢ emo uma conotasio? Por definigfo € uma determinagéo, uma relaga0, uma andfora, um traso que fem o poder dese relacionar com mengoes anteriores, lleriores ou exteriors outros lugares do texto (ou de um outro texto) no se deve restringirem nada essa relagd0, que pode ser diversarente nomeade Yurgéo au indice for exemp'o), excepto ro caso cm que se faz a distingdo entre conotazio e associaglo 4e ideas; 2a tltima reenea a0 sistema de um sujito; a outta € uma corelagdo imancnte <0 texto, aos texts: ou ainda, se Qui: seimos, € uma aisociagzo opera pelo texto-sujelto 0 interior {do seu propo sistema. Topieamente, as conotagdes 880 sentidos {que nde estio 9 dicionsrio, nem na g-amsitica da lingva em ve lum texio & escrito (2, bem eatencido, uma definigio precria: © Aicionito pede deseavo.verse. a gramitica pode modificar-se). ‘Analticamente, a conotapao determinase alavés de dois espa ‘gos: um expogo sequential, sere de ordem, espago submetido & Sucessividade des frasos. so longo das quas 0 sentido prliers por imers2o, © um espago aglomorativo, em que ce-tos lugares fo texte se velaconam com ovttos sentdos eXtriores 30 texto ‘material e formar com eles umm especie de nebilosas de signi. Ficados. Topologicament, a sonotao assegura wma dssemina- 0 (imitada) dos sentdos,espalhaca como poalha de oir sobre 4 superficie aparente do texto fo seatido de cio). Semiclog- ‘camente, toda & conotagio é ponto de partida de um cédigo (que ‘no seri nunca reconsituide), «ardculagdo de uma vor que est tecida no texto. Dinamicamente, € um dominio a que 0 texto std submetico, 2 possibilidade de excrcer ese dominio (0 son: {ido é uma foro). Historicamente, induzindo senidos sparen. tementeveferencidveis (mesmo que nip sjam lealeas), 4 con. tagdo funda uma Literatura (datada) do Signiicado. Puncional- mente, a conotatio, engendrando por principio © duplo sentido, tera 2 pureza da comunicagio: € um sruidos, voluntirio, cue ddadoxamente elaborado,inroduzido no diflogo fctclo do autor ‘edo Feitor, numa palavra, uma contra-comunicagso (a Literatura una cacografiainteacional). Esiaturalmente, a existéacia de ois sistemas consideradon diferentes, 4 denotagio © & conots ‘40, permite ao texto funcionar como'um jog0, pois cada Sst mna reenvia para oul, de acordo com a necesidade de crat tuma cera ilusdo. Wdeologicamente, por fim. est jogo assegura ‘Yanajosamente ao texto clissico uma certainoeéneta: dow dois sistemas, denotative e conotativo, um deles evidencia-se” 0 da ‘denotagdo: a denotagdo no €0 primero dos sents, mas finge ser sob tal ilusdo, ela no Tinalmente, sendo a ilhima das Eonotagbes (aquela que, simultaneamente, parece snavpurat © fechar-a Teitura) 0 mit superior gragas a0 qual 0 texto finge voltae & natureza da Tinguagem, & linguagem como natreza: tama frase, qualquer gue sejao sentido que ibete, posteriormen- fe, no seu enuneialo, nio parece dizer-nos sempre alge de sim= ples, de literal, de primitivo: de verdadero, em relagao 20 qual Tuo o resto (que vem depois a0 de cima) & literatura? E por 180 sue, Se quisermos dedicar-nos a0 texto eléssico, devemos obser. ‘ar a denotapio, velha deidade vigilante, ast, teatal, eneat- ‘epala de representar s inocencia coletva da linguagem ¥.A leita, 2 esqueciment. Pu eo o testo, Esta enue acordo com © -espiitor ca lingua iporpacs) (sijeno, vero, com plemento) nem sempre & verdadeis. Quanto mus 0 ent € ps Il eps serve nc 0 er 9 sc ‘opetago predicatva — consequene com a sua rturea pra amas lira, een fo Cum seit nace ate oo texto e que dele se servina em sega como Ge un ebjecto Que se desmonta ou uma pra gue se cere. Ete scar que Se apr 1xima do testo ¢j una puradade de outos textos, de c6dgos Infinit, ou mais exactament! pedidos (cua arigem se pene Objectvidade © subjectvidade io, por cero, forgas que M40 tem afinidade com ele. A subjectividade & ura imagem plens, fem que se supe que eu estorvo o texto, mas cujn plenitude, {alsticada, € apenas 0 rasto de todos os eddigos qve me consti fem, de maneira que 2 minha subjectivieade tem, 20 fim e 40 cabo, a mesma generalidade dos exerestipos. A objectvidade & ‘uma inutiidade do. mesmo géneeo: € um sistema imginéio ‘como 0s outros (embora 0 gett castantenela se manque mais ferozmente), uma imagem que serve para me fazer omear Com presungio, para me fazer conhecer, parame desconhecer, A I~ {ura nio impliea riscos de objectividade ou de subjectvidade (ambos sio Imaginiros) senso quando definimos 0 texto come lum objecto expressivo (que se eleve a nossa propria expres: So), sublimado por uma moral da verdade — agi, asista: a0 lésascetica. No entano, ler no & un gesto parti, complemen te seactvo de ua esta engalanads com for prestige da ‘tiagio e da anterioridade. E um trabalho (eazio por que seria melhor falar de um acto lexiol6gico — ov af lexiografico, pois escrevo a minha letua),e o metodo desse trabalho €topolig «9, Nio estou escondido no texto — apenas sou neleieteren ive: a minha tarefa consiste em movimenta, transadarsiste= mas cujo prospecto nio péra no texto nem em «mime, operato- riamente,'0s ventidos que enconiro nio sao reconhecidos por mim» nem por outros, mas pela sua marca sisfemaiiew: a inca prova de leitura que existe ¢'a qualidade © a resistncia da sa Sistemstia; por ouraspalavras: © seu funcionamento. Com efei- to, ler € um trabalho de linguagem. Ler € encontrar sentidos, © encontrar sentidos ¢ nomed-los; mas esses sentidos nomeados fecebem novos nomes; 0s nomes chamam os nomes, reunem se, € esse conjunto pretende que de novo 0 omeiems; aomeio, de romino, volto a nomear. Assim passa 0 texto: € uma nomeagio fem poténeia, uma aproximacio fneansivel, um trabalho meio. nimico. — Em relagdo a um fexto paral, o esquecimento de um sentido nio pode, portanto, ser consderado coma um erro. Es: ‘quecer em relasde & que? Qual &a soma do texto? Alguns semi dos podem ser esquecidos, mas somente quando nos esquecemos 4e langar sobre 0 texto um olhar especial. No entanto, letra ‘io consiste em faze parr a adel dos stems, em fundar ume ‘erdade, ums legalidae do texto e, por conceguint, em prov ar 0s sero €o seu leitor ela consiste em enbraar esses sis- temas, mio segunco a sua guantdade nit, mas segundo a su: plural (que 6 um ser endo una reducto): paso, aravesso, friculo, ponho em movinento — mas eu nao onto. O esque mento dos seatidos alo € motivo pars ceseulpas, defeito de performance ‘nll: € un valor aiemativo, wma forma de afit- ‘mar a iresponsabilidade Jo texto, plaralis:o dos sistemas (se eles fesse urn lista acazadg, reconsituina, fatalmente, um ‘sentido singular, teol6gioy, E precisamente porque esqueso, que eu Kio. cries ies ca opie el eran peeme mesmeerer ra See Maa me ens Serene en Sug een ements petomeks Sohent guys mote EiTGeahas ccs ceuney Sepa Seige Sh non Teagan aromas weg eaten mete se i Scere meena eae saree aoa oe ae Searing meant stage Sncnt cngerintae tee Tes ah gad sets eh eg Teptrancs pete nse pier ce Sone iee peoein mer i Passo a passa, or: no € mais do que a decomporisso (no sec sinemato- {icon tbat de leu om rien se users, ne teams imagem, rem intiuments ae eT Joearestemsierente com a digesto (fra ia sleds Tele chcuro do sb) au easita do propo comentinos Sot Foo cbservar «reverand gu feat € iteid:cenamente qe texto clnco¢ Insempletmete reve Sel modestamemte prt leer deste tno forse naa ordem neces, ca tale popes conttara, pois, mente «son onde de eset maycomonar paso Pus € tevgtay, com lenis as entindas olen, ep caveat emostedo, eter athe exe sopenen de cote Srigemnadseagdo 0 focus € cer» eco em par de endear. Yn. O texto estelado, Vamos, portano, estelar 0 tex sfastando — como se provocisse ‘mos um leve sismo — 98 blocos de significagéo cujaleitura apenas capta a superficie lis, impercep tivelmenteunida pelo debitar das frases, o discurso deslizante da raragio, muito Aatual na Haguagem corrente. O signficante {utor seri segmentade numa série de lexias, pois 80 undades de leitura. Este corte — € preciso dizé-lo — seré o male abiteigio possiel, aio implicaré nenhuma responsabilidade metodoloy m, porgue se vai efectuar sobre o significante, enquanto a ani- se proposta se efecua unicamente sobre o significado. Alexia ‘compreenderé: por vezes, poucas palavas; outas vezes, alg mas frases; iso por questées de comodidade: bastard que seja © methor espago onde Se possum observar os sentdos; 8 sun di mensio, determinada empiicamente, aproximativament, de penderi da densidade das conotaptes, que varia segundo os ‘momentos do texto; pretendemos simplesmente que em cada le- ‘ia nio haja mais de tes ov quatro sentidos a enumerar. O texto, to seu conjunto,€ comparsvel a um eéu simultaneamente plano © profundo, liso, sem margens nem pontor de referencia tal como o dugure que, com a ponta do seu caado, coma um rectin- Bulo fetcio do ots, para nele inerrogar, segundo certs princl- Dios, 0 vGo dos pisatos, assim o comeniador aga, 90 longo 6 texto, zonas de Ieitura, para nelas observa a migragio dos Senti- os, 0 aflorar dos eédigos, a passagem das citagdes-A letia mio mais do que o invélucro de um volume semantco, « ensta da ‘aga do texto plurl, disposto como uma bengoeta de sentdos possiveis (mas regrados,testados por wma letra sstematice) Sob 0 ux do discurso: Tenia ¢ as suas amidades formtio assim uma espécie de cubo com facets, coberto pela palava, pelo grupo de palavras, pela frase ou parigrafo, OU seja, pela Tinguagem que € 0 seu extipente =natutal vin. 0 texto estthecado (© que se snotar sravés desta ati- culagoes poses seria translagio © 2 epetigdo Cos signficados. O le- vantamentesisemitico dos sigificados em cada lexa mio visa & Aescoberta da verdade do texto (a sa estat profunda, ett \épica) mas o seu plural (ainda que parcimonioso), as unidades| de sentido (as conotages), debulhadas separadamente em cada lexia,néo serio reagrupadis, providas de um meta sent, que seria. a construglo final que se Ines daria (iolaremos apenas, em ‘anexo, algunas Sequéneias cuja ligagio a0 texto totor poder fazer perder 4 contimidate) Nao se vai fazer uma exporigio sobre a orca a um texto, ou uma erfiea& este texto, propor. sse-d a matériasemintica {dvidida mas no distribu) deve tas ericas(psicologica, picanalitic, temic, Hstrica, estr- tural) a eada entica compete, em seguida (ce assim o deseja), ‘entra no jogo, fazer ouvit a sua vor que & a essuta de uma das 225 do texto. O que procuramos € delinear 0 espago estereo™ srifico de uma eserita (que seré aul aescitaelissia, egivl), (© comentirio, baseado na afirmazio do plural, nio se poderd realizar srespeitando> 0 texto: 0 texto tutor serd continuamente itervalado, iaterrompido sem qualquer consideragio pelas suas ivsGes naturals (sintiticas, retéricas, anedicas), 0 invent tio, a explicagio ¢ a digressio poderio instalar-se a meio do Suspense, separar 0 predicado e o complemen Arbuto;o trabalho do comentirio, a partir do momento em que se subtai a toda a ideologia da totalidade,consiste precisamente ‘maltatar 0 texto, em cortar-the a fala. Tedavia, © que & negado no é a qualidade do texto (aqui incomparivel), € 0 seu ‘natural, 1% Quanias letras? Teremos de aceitar ainda uma dt sma liberdade: a de ler 9 texto como se ele ji tivesse sido Hido. Os que {gostam de belashistiras poderio, bem entendido, comegat pelo fim ¢ lr primeicoo texto tutor, em anexo, na sus purera eco. tinuidade, tal como saiu da edicio, em resume: tl como € ido ‘bitusimente. Mas nds, que procuramos estabelecer urn plural, to podemos deter esse plural no inicio da letra, € necessrio (que 8 letura see também plural, sem ordem de entrada: 8 «Pr eis» versio de uma leitura deve poder ser sua dtima versio, como seo texto se fossereconstitundo para acabar mim atificio ‘de continuidade, contendo assim o signifcante uma figura su Plementar:o destizar. A re-leitura, opeagio contrria aos hab {on comerciaise ideoligicos da nosta socedade ~~ que tec0- menda que se sabandone a histria depois de consumida(=de voradas), para que se possapassar logo para uma outa hstri, 19 comprar outo livro, © que 36 é tolerade em certs categories ‘marginals de leitores (as evianga, os velhos © os professors) —, a reletura ¢ proposta aqui logo de ini, pois 0 els pose salvar o texto da repeticdo (agucles que cesprovam a fe-letura Sujeitam-se a ler a riesmahistrieem toda pate), mulfiplica-0 ra sua diversidade no sev plural afasta-o da cronologi interna (isto psssa-e antes ou depots dagilos)e rencents un texipo ritico (Sem antes nem depois) ea eontesta a pretensio que de sejaiafazer-nos crer que a primeira letra € urna litre prime’ ray ingénua, fenomenal, que em seguida teriamos apenas de Eproterde pee uma vor colectv,anénimay Sigare ha suber famana A snidade¢procesente de um igo gramivo,¢ eat Ch {nt dos nameronos codon dy saber ov 8 SORREIMEND Ae © an ‘ee incsamemene canarihe en, dem mod ge os {utara (ina goe a2 er uals Stig sea Cabral o0 Sk, vino gu els permite mo curs sears a sd ie ‘on ou mort cdigs de efetnsa (REE: Cog atc) M1. Os cinco cOdigos. Por saxo (mas seh por acaso), a8 {es primeian lexan saber ot Jo-e'a peimira fe da novels) oem-nos logo em prsenga dos cio cidigas que vie ago Jntar-se a todos es significado do texto: ern Que laja neces dade de fora, ate a0 fim, Nenu outro S6dig para lem des {es cinco e nenhuma lexi dita de encontar eles 9 seu lp \otemos a tear dle, ela ordem cm que apuccem, Set fo: cura herarguiss-os © Invenio do coli hermentticy Son: Shick em dstingui os diferentes termos rma) a0 longo 0s ‘uss se conta um enigma, ve posta um formula Que pers {retard e por fim se revela (ie vers falar ees teton, curs ves Fepelir-s-o; mio Vio parecer numa order cont fane). Guano tos semas,imiaraotemos» asain oo se), sem entar géios sempre sum peronapem (ea fa 8 um objeto), nem orgaizicios ene st pars duc frmem uth Inesino campo tematic: respetremos asa nseblade ssa 4isperso,aquilo que far dees particule de pov, de ua re: ‘erberagéo do sentido. Também evitremos extutuat campo imbolic; ete campo €-o propio ugar da poivalecia a Teversibiidade; por Ins, + poncpal trea continua set 2 Se emonstrar que acedemos # esse campo. por varias ettadss ‘gus, o- gue toma problemiticos + sm profundiade © 9 sea segredo. Os compraenios (lero do codigo proce) or. fatizam seem soqutncas diversas, Que iventaro Seve ape. fas escalonar: é que a seqtacia proaic 6 sempre 9 eft eo um sri de feta: quem quer que les 0 texto reune cers informagses sob um nome gentrica de aces (Passel, Asse io, Encontro), © € ese nome que faz 4 Sequence,» sequenca, 46 existe no momento em que ¢ por que podemos nome, esemvolve-se a0 ritmo da nomessio qué se procu © secon ‘ma tem, portato, um fundamento mals empire do qu pio, infra entra noma orem legal de ape cle no tem out lpia a io Sera do féfetto ou do Jordy de ara Aliveridade das sequoia (As ves tvs, outas vers rome ‘escs) € a dos termos (ais ov menos minerosos mals uma ‘Yer, Mo tentaremonextruturs lo asinal-os(eteram itr, ‘amete) serd sufcieme part manifesta © sentido plural da Sta text, que €0eatranga. Por fin os codigos eras = so at citagbes de uma cincia ou de ua sabedora; 9 destacar ‘ses ego, limitr-os-emor sinicro tipo de sater (sis, et Asioldgico, médico, psicolig ce, Kteritio.histérco, etc.) que & citado, sem nunca i &té ac ponto de consrir — ov reconstvit Sh cultura que ardctla, MILO tecido das 05 cinco c6digos formam wma es- vosee écie de rede, ce ‘Opiea atavés da (ual todo 9 texto passa (ou ans 0 passa por a, faz-se texto). Se aio se prosurn estutura cada dige ow os cnco eddigos entre siy€ delberadaments, de mode 8 assumir a pelivalencia do texto, sun rversiblidade parcial ‘Tratase, com efeito, nio de salentac una estratura, mas tno ‘quanto possvel, de produce urna estruturagao. Os espagos emt branco ¢ a5 subtlozas da andline serso como que ot vestigios que assinalam a fuga do teXi0; porque se 0 texto esta submetigo a uma forms, esst forma nio'€ una, aruitectads, concluida: € 0 fesio, © pedago, a rede interompida ou desmalids,sio todos fodas a5 infexces de um imens9 fading, que assegura simultaneamente 0 cruzamento © & perda’ das menst- fens. \Aquilo a que nds, agai, chamamos Cadigo nio & uma lis ur paradigm que € aececsrio reeonstrur obrigatoriamente codigo é uma perspective de citagoes, ums miragem de estry- furas; dele apenas se conhecem as partdas ¢ os regressori a6 tunidades que the perencem (as que inventariémos) sao sempre ‘excunses do texto, a marc, o limite de uma digre para 2 elaboragio Je om eiisloge (0 Rapto reenvi Faptosjé escrito) elas sao, igualmente, ragmentos dessa qual- ‘quer coisa que foi ja lida vst, feta, vvida: 0 e6digo€ 0 suleo esse jd. Reenviado a0 que foi escrito, quot dizee 30 Livro (da cultura, da vida, da vida como cultura), 0 c6digo faz do texto 0 Drospecto desse Livro.jOu ainda: cada codigo € uma das forgas ue podem apropriar-se do texto (de que o texto a rede), uma dis Voues de que o texto ¢ tcido. Laterdmente, em cada enn lado, dirse-ia, com eft, que se fazem ouvir vores sia 08 bigs: nancando sy l,j gem so oes na mena rspectva do ja-esrito, desorginam a enunclagle: 0 concurso vo7es (dos cOdigos) tora-se eserta,espago estereogritico ‘onde se cruzam os cinco cédigos, as cinco vozes: Vor da Empi fa (os proiaretismor), Vor da Pessoa (os sems), Vor da Cien- a (0s codigos culturais), Vox da Verdade (0s herienestismos), Vor do Simtolo, 4) Acabava de soar a meinnoite mo relia do Klysée-Rour- bon. # Une lgiea metonimies ca Fhule-Bourbon 0 sma 8 Rigue rr vnto gue © baz Saint Honoré¢ um queso co, Eva gers tel pia, conoada quartet de novorsisns © bert Sent Ho hie renin por sinedoge, a Pars da Restaura, lugar mit se ‘hs ors rigem didn: igar onde 0 io surge dois 2 bene sm orgem (densi wnbn expan) (EM (6) Sento no petri de wma janela + 0 deserve rto de ue Sites pica mormalmente 4 ckpesiio cass ar ss ae (Ai). E postive! m tcc tr. spesexiguy cj Est {amo pee se: parame vetrco, quan stat Se on 00 de Tend ata posta ety ae a ents «conjungio lew don lugs tec: Tongan gue aa € festa ao eto, Ina ene @ are ¢ 0 slo, = ere © 2d ‘Sint: Amie: mess), (©) eescondig por tris das prgas ondulantes de un crtinad de eda, 4 ACG. “Excondeioe ts estar exo 2) podiacontemplar i vonted o Jardim do palicio onde passavs 0 Serio. 4 Pala conrnplar goes dae ow esrever, © prince ferme da antes (0 jardim) & aq anunciade cam ponte evista {Segundo o codigo etre: ha manipulago do acura, nod ist HaTSIMB. Antiese-4: apneic), Aroxatemos dae pur ema 9 {ema ais tare. que commplago. postu vsea, plano aaa {um campo dé oberg (otemplum do pesagion) ars Teda 8 Ascendo do modelo de um guia pinaco, 4 SEM, Riguca uma ‘esta, © hata Sin Honor tm plc particu) xan, Citar A Festa, 0 Bair, © Palicio sio intormagoes anddinas, sparente- mente perdidas no flaxo natural do iscurso; na realidade sio outros tantos pormenores destinados & fazer surgir a imagem da Rigueza no tapete da fantasia. sera €; assim, varias veves =eitadony desejaniamos dara esta polar © seu sentido tauromiquico: citar € esse hater do acd, esse Srquear do toureiro que ara o animal para as bandails. Do ‘mesmo modo, cits-seo significado (a rgueca) part que compar ‘esa, esquivando-o ao fio do diseuso. Essa ctagdo fupidia, es forma subrepdciae descontinua de tematizar,excaaleranca 00 fuxo e da ostentagdo definem bem o aspecio da conolagio% 08 Ssemas parecem flutuar livremente, formar uma galinia Ue pe Aueninasinformagses, onde njo se pode ler nenhuma ordem Pr “ilepiada: a técnica narativa € impressionists divide 0 sigati- ‘ante em partculas de matéria verbal em que s6 a concregio fz ‘Scntdo: ela joga com 1 distbuigio de ‘um descontiaua (asin, constré; 0 =cardter- de um personagem). quanto maior for a Gistinciasintagmatica entre duas informagses convergent, ‘mais hibil é a narrativa: a performance consiste em jopat cOM lum certo grau de Impressio-€ preciso que a marca panseleve mente, como se 0 seu exquecimento fost indierente © que, no entanto, 20 surgir mais alem, sob outea forma, se constitu como EE —E——E——————————eeEO'”Te agra recordagio; 0 egivel € am cfeite bascalo mas operages de soli- fiaredade (o legivel agatrese-y ras quanto meis venta for tessa soidariedado, matt inteligente arecerdo imetighvel. O fim (Gdeolsgien) dessa tone maoraizar 0 sertido, €. paramo, far sutencase a realidede ca hati: porque no Ocidenter 6 Sentido (0 sistema) 6, dzem, alipstic 8 naticeza 2 realidade sta naturalizazia 96 € postvel pore as informagtes significa fivas, deinadas -~ ou chamadss —a ur ito homeopatice, 20 levacas, arastadas por sma matéria veputads de natural: Ln- fguigem: paradosalmente, a linguagem. sistema integral do sen fido, tem come Tungio ces-sistematizar os sentidos segundos, ‘aturalear a sa produsio eautent car a fegdo-vconotayio fogs Sob o ruido regular das frases, a crqueza- escorega s0b 3 fintace muito sratyral- (syjeto ¢ complemente circunstancial) (gue faz com que ume Testa Se dé num palicio situado num bai. (®) As arvores,salpieadas de neve, poaco se destacasam do tundo ‘SCizentado de um cau caberta de muvens, apenas lumiado por tna palida Lua Vista no mo denen stmosfera fantastic, pare ‘ame vaamente om especies mal nvolids plas moral {imagem paganesca da fetes dang don morte. IMB. Ants ‘Rroeutoe 34 A ov lem n o,©qu nm Sempre aon {tee a neve, maco mart Se penser, comots also calor 6 sabi- Gar homoginess, protein do trig O fro. aga, Yem mas do ico cer de sve ser pian ne mi 9 mer “ova fra sina enttfmperciamerte cob: 0 despa, © ‘Eopuos a rota, tudo o que subeise dems plentade corrode pola tarda (GEM. Pio) Tame Lia Conboy ar esa creel, Res. te pngem ornast fancomene site, iuminanOo e reaiand> § Impede pag conics che de ue daa uy for evan, softs por um candcev de subasvo,iuminar eee Sina Adis de Vien (n® 11, eat qu ¢ copia ( so ¢ bs tum expt) por Godt ao fazer © Endymion cae 7) E quea tan Ciena dh he 0 calor edie 3 sm soos: uni por puro Feet, som se font defers torn sen © sib lumo080 80 ‘Guach, crencia mnie plo rio vaso qu» Teminidae The tmwsta quando vem (o Ado). «de que apenas he eta uma

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