You are on page 1of 7
| CY ie eel ena APLICACAO DE SENSOR VIRTUAL EM PROCESSO DE SANEAMENTO 1. INTRODUGAO Um importante elemento da malha de controle é sem divide alguma, 0 sensor. le @ 0 responsavel pela interface do sistema de controle com 0 processo real, permitindo aque grandezas tscas seiam transformadas em informacio , desta forma, compreendidas © armazenadas. Hi uma incrve dversidade de sensores em nosso universo, cada qual responsivel pela leitura de uma grandeza espectca(vaz50, nivel, temperatura, pH, etc) e seus valores sao tao diversos aqanto suas apicacoes ‘Alem do elevad custo de alguns sensores, ha ainda outros motives que podem invablzar 2 letura de dterminadas grandezas, Algumas vezes nao ha sensor adequado para a variavel que se deseja medir ou para as circunstancias de leitura apresentadas. Um exemplo ¢ 0 caso de processos de fermentacao (Lotufo & Garcia, 2008), no qual 0 monitoramento da concentragao de biomass e/ou produtos secundirios ¢ essencial. No entanto, no hé um sensor capaz de medi tis grandezas em ‘tempo real, existindo basicamente duas formas de se obter informacées ou medidas destas variaveis: por um método automitico, através de um cromatégrafo ou andlse de densidade dptica, com custo da ordem de U$ 8,000,00 (oito mil dolares); ou por método manual, através de amostras coletadas periodicamente e analsadae por um especial, que nao fornece sinais de forma continua e nem sequer 0s fornece com frequéncia suficiente, o que nao traz um resultado completamente satisfatorio (Leal Ascencio & Herrera Lopez, 2003 apud Lotufo & Garcia, 2008). ara casos como este, em que se faz invivel a leita de uma grandeza fica importante para © controle fou monitoramento de um processo,seja por nao haver sensor ‘especifico disponivel ou em que © mesmo seja muito caro, lento ou inexato, mas em que se encontrem disponiveis digitalmente inimeras medidas de ciferentes sensores, txna~ se posselacriagio de um sensor virtual oft sensor para se estiar a variével em questao Segundo Lotufo & Garcia (2008), “um sensor virtual consiste ‘em um modelo que estima em terpo real a varivel desejada 2 partir de dados medidos da planta. Na obtengso destes imadelos sao usados como dados de entrada 0s valores das vardveis que influenciam a vail esejada." Também € possivel definir que um sensor virtual “é associacao de um sensor (hardware), que. permite medicdes on-line de algumas varidveis do processo, com AUTOMACAO EM SANEAMENTO CAPA lum algoritmo de estimacao (software) a fim de prover estimativas de variaveis no medidas, pardmetros do modelo ou superar atrasos de medigbes” (De Assis & Filho, 2000 apud Lotufo & Garcia, 2008) (© objetivo da criagdo de um sensor virtual é, muitas vezes, Viabilzar o controle de determinado processo ou mesmo de possibilitar a sua otimizacéo, Esta técnica permite 0 controle ‘em tempo real do processo, baseado em dados estimados a partir de um modelo da planta Neste artigo serdo descritos os passos para a obtencSo do modelo utilizado pelo sensor virtual e também a aplicacao, da técnica em um processo real na area de saneamento, (© processo estudado corresponde a uma das etapas do processo de tratamento de efluentes. Na Figura 1 pode ser ‘observada uma ETE - Estaco de Tratamento de Efluentes, FIGURA 1 — Exemplo de estado de tratamento de efluentes Ha inameros inconvenientes na utilizagao de sensores dentro do. proceso de saneamento, como atrasos de medida distancia do ponto de medida, eros de letura, ambiente hostl para medio, interferéncia no proceso, custo’ dificuldade de compra em lcitacao, problemas de calibracao, etc, Tendo em vista esta realidade, @ muito frequente o monitoramento de variéveis importantes do processo através, da coleta de amostras para a posterior analise em laboratério. Este tipo de monitoramento traz inevitavelmente a perda de densidade da informacao, demora na obtengao dos resultados e normalmente o aumento do esforco humano, resultando no desvio do processo das condicoes de operacao. desejada, produzindo uma variablidade insatisfatoria e uma reducao no rendimento do processo (Galindo Hernandez et al,, 1998 apud Lotufo & Garcia, 2008). Intech 135.24 Capa svtowacio em saneavento 2. 0 SENSOR VIRTUAL E A CRIAGAO DO MODELO Como visto, um sensor virtual é projetado para substituir de maneia ternporiria ou permanente um sensor real de uma planta. A substtuigso temporéria € motivada mutas vezes por falhas no sensor real, por comparihamento com outas apliagdes ov pelo mesmo ter sido retired para manutengo, © sensor virtual também substiui com frequincia andlses laboratoriais realizadas a partir de amostras do processo, uma vez cue significa quase sempre um atraso no controle do mesmo {A Figura 2 mostra ciagranna do uma planta na qual a varie 'Y, medida usando um sensor, pode ser substtuda pelo sina ‘ym forneco plo sensor vital, Geraimenteo sensor vital 60 ‘modelo de apenas uma part da planta e suas entradas sto outas medicbesealzadasno process (Lotito & Garcia, 2008) FIGURA 2 ~ Sensor vital (sensor vitua) conectado a uma planta otufo & Garcia, 2008), ‘A ctiagao do modelo da planta a ser utilizado pelo sensor virtual deve levar em consideracgo as varidveis que esto de alguma forma envolvidas com a varidvel que se deseja estimar, A quantidade de variaveis utlizadas para a geracao do modelo ira impactar diretamente na complexidade do mesmo e, portanto, excessos devem ser evitados no intuito de tornar o modelo mais preciso e dinamico. A confiabilidade de um sensor virtual é outra questao muito importante a ser considerada. Ela deve ser verificada no momento em que o sensor virtual esta para ser colocado em ‘operacio e também de maneira periédica, durante o tempo ‘em que estiver ern operagao, uma vez que 0s processos So dindmicos e esto sujeitos a constantes alteracées. 22° Intech 135, Ha diversos metodos utlizados para estimar varavels através de outras vardveis medidas, que podem ser utlizados para a criagdo de um sensor virtual. Esses métodos podem ser classfcados e dvididos em tr8s grandes grupos (jung, 1987 apud Lotufo & Garcia, 2008) e (Ohshima & Tanigaki, 2000, 2pud Lotufo & Garcia, 2008) + Modelos Fenomenoligices - obtidos através de uma abordagem analtca, s80 0s chamados modelos mecanicistas, detivados dos principios basicos ou fundamentais * Modelos Empiricos ~ provenientes de dados obtidos em laboratério; + Modelos Caha-Preta ~ obtidos de dados operacionais através da aplcacdo de algoritmos como redes neurais, l6gica nebulosa fuzzy logic) efou métodos estatsticos, tas como andlse mulvarivel e PLS (Partial Lease Squares Segundo Lotufo & Garcia (2008), "um método que esta se tornando muito popular e que vem sendo bastante utlizado & a rede neural artificial, que possui capacidade de aprendizado e adeptagdo pela imitagdo do funcionamento de sistemas neurais biolégicos em um nivel simplificado Inspirada no funcionamento do cérebrohumeno, ela € baseada em simples elementos funcionais chamados neurénios, ligados entre si por conexdes ponderadas por pesos que funcionam como parametros e que podem assumir diferentes valores. A escolha certa dos pesos permite ‘identifica sistemas nao lineares de maneira simples.” Ha ainda outras técnicas notaveis que podem ser utlizadas para a ctiacéo do modelo, como a légica nebulosa, que consiste em uma generalizacdo da logica

You might also like