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Cnr Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz Oe Cece) Aula 00 Cree oars Peel Noses iniciais de Criminologia: O conceito emétodo da Criminologia. ACriminologia como ciéncia e a interdisciplinaridade (10. Criminologia e Politica Criminal, 12. Criminologia e Ciéncia Criminais). o1 ‘Objeto, sistema e fungBes da Criminologia. 3. Conceitos de crime, de criminoso e de pena nas diversas correntes do pensamento criminolégico {nas Escolas Classica, Positiva e Técnico-Juridica e na Criminologia Critica) 02 4. Vitimologia. 5. Criminologia cientifica e os seus modelos teoricos. 6.0 homem delinquente. Teorias bioantropoligicas, psicodinémicas psicopsicolégicas. 7. A sociedade criminégena, Sociologia Criminal e Desorganiza¢o Social. Teorias da subcultura delinquente e da anomia A perspectiva interacionista, 8, A Criminologia e o Paradigma da Reaco Social. 03 9. Criminologia na América Latina e as agéncias de controle. 12. Criminologia e o Sistema de Justica Criminal. 13, Criminologia e © papel da Policia Judicisria, 14, A criminologia no Estado Democratico de Direito. 1. Criminologia . Sumario eA ost cae etree cere carrer remem orem enarmarasemnmememe ss) 2 Nogleaighjaigde Cilninclogia sncsumamnarmeanimmnmnnieamenromamasammcamarara ll 1.3 Conceito de Criminologia .. 1.4 Métodos 15 Questées www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz Introdugao — Direito Penal 1.1 Apresentagdo Ol amigos, Inicialmente gostaria de manifestar minha felicidade em fazer parte de seu projeto profissional e espero ser um auxiliar presente em sua caminhada para a vitoria. Meu nome é Pablo Farias Souza Cruz, atualmente Assessor Juridico do Tribunal de Justica do Tocantins e professor de Processo Penal, Direito Penal e Direito Constitucional nas Faculdades Doctum e Estacio de Sd de Juiz de Fora, onde também tive a grata experiéncia como professor da UFIF - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG -, minha cidade por adoc&o', onde também leciono em varios cursos preparatérios para concursos desde 0 ano de 2007. Atuo ainda como professor em cursos preparatérios virtuais sediados na cidade do Rio de Janeiro, meu grande recanto familiar e também profissional. Desde minha formagdo académica, foquei meus estudos para érea publica, sendo brindado, ainda antes de minha colaco de grau, com a aprovacéo para o cargo de Delegado de Policia no concurso da Policia Civil do Estado de Minas Gerais, promovido em 2005. Minha experiéncia como Delegado de Policia contribuiu para o meu ingresso na carreira docente, o que, rotineiramente, tem me dado étimos frutos, como a aprovacio de varios de meus alunos em concursos, principalmente nas areas policial (nivel médio e superior) ¢ juridica como para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil e para os Tribunais Regionais Federais e de Justica desse nosso pais continental. Quem ja ministrou aulas sabe bem como é gratificante ter um aluno logrando aprovagdo em concursos publicos, pois a vitéria dele é também a nossa vitoria. Outra felicitagdo (outro fruto) é a de que, muito em breve, terei minha obra de Direito Processual Penal publicada pelo Grupo Gen, respeitado grupo editorial do qual fazem parte a tradicional editora Forense, e a inovadora * Pois, apesar de brasileiro nato, nasci na cidade do Panama situada no pais Panam na América Central. Sendo filho de pais brasileiros, fui registrado na Embaixada Brasileira e vim para o Brasil ainda bebé, com apenas dois anos de idade, Morei no Rio de Janeito por toda minha infincia e me mudei para Juiz de Fora na adolescéncia, onde, hoje, felizmente, coustruo minha vida com mika esposa e minha cadelinks, www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz editora Método. A obra sera intitulada: Processo Penal Sistematizado e esta em fase de conclusao editorial. Sou também autor das obras: Crimes em Espécie e Direito Constitucional Fundamental. Para vocé, estudante, leitor, candidato, conhecer melhor 0 expositor da presente aula, apresentarei, logo abaixo, um breve curriculo com os dados que reputo mais interessantes para a aproximacdo de nossa relagdo e o ajustamento do nosso trabalho. Antes, porém, parafraseando meu amigo e professor Décio Terror, lembro que: Criticas ao material e 4 abordagem do professor séo sempre bem-vindas e n&o hé qualquer melindre em recebé-las, mesmo porque o foco é seu aproveitamento e Vocé tem todo o direito de sugerir, questionar, solicitar mais explicagdes, mais questées etc. Pablo Farias Souza Cruz Professor de Ciencias Penais e Direito Constitucional das Faculdades Doctum e Estdcio de S8. 2009 ~ 2014 Professor de Proceso Penal e Pratica Penal da Universidade Federal de Juiz de Fora ~ UFIF/MG. Professor de Direito Constitucional, Direito Penal e Processo Penal em cursos preparatérios de Juiz de Fora/MG e Rio de Janeiro/RJ. Professor de Direito Penal e Processo Penal do Ponto dos Concursos no curso Discursivas OAB. Advogado e Consultor Juridico. Pés-Graduado em Ciéncias Penais pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFIF- (MG). 2006 - 2007 Delegado de Policia em Minas Gerais. Outras informagées importantes: A) 22/01/2006 19/05/2006 Curso de Formago de Delegado da Policia Civil do Estado de Minas Gereis. Portaria N° 005/ACADEPOL/PCMG/2006 - Concurso Publico - Provimento 2005/1 Delegado de Policia, (htto://vwww.sesp.ma.aov.br/internas/concursos/iConcursos.pho). B) 06/2006 Aprovado em Concurso PUblico para o cargo de Delegado de Policia em Minas Gerais. €) 02/2007 Aprovado em Concurso Publico pare o cargo de Analista Judiciério da Justice Federal do Tribunal Regional Federal da 22 Regio (Disponivel em: http://www.fec.telium.com.br/concursos/trftr106/lista_redacao/MG/habs_cless_cidade_cargo_reda Juiz d € Fora.pdf publicado no Didrio Oficial da Unido - Seco 3, de 26/02/2007). ) 03/2007 Aprovado em Concurso Publico para o cargo de Analista Processual do Ministério Public Federal (Disponivel pare consulta pelo CPF em: http://www. concursosfec.com.br/concursos/mpund106/result/index. html) Edital Publicado no Diario Oficial a Unido, edicéo de 30 de marco de 2007. E) Aprovado no 30 Concurso Publico para 0 cargo de Defensor Publico da Unido em 16 de maio de 2008, resultado disponivel em: http://www.cespe.unb.br/concursos/DPU2007 - subjudice. Enderego para acessar 0 CV do autor: htto://lattes.cnpa.br/641 1695844676609 Bom, nosso propésito aqui é expor os pontos primordiais da Criminologia, necessdrios para sua aprovac&o no concurso para o cargo de Deleqado da www.pontodosconcursos.com.br | Prof. ©) Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Sesconcences Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz Policia Civil do Ceara. Assim, exporemos nossas aulas com base no edital atual. A programaco sera a seguinte: Criminologia para 0 cargo de D 1 Policia Civil do c. ‘Nogdes iniciais de Criminologia: 10, Criminologia e Politica Criminal. 111. Criminologia e Ciéncia Criminais. 1. 0 conceito e método da Criminologia. 2. A Criminologia como ciéncia e a interdisciplinaridade. prey ol ‘Objeto, sistema e funcdes da Criminologia. 3, Conceitos de crime, de criminoso e de pena nas diversas correntes do pensamento criminolégico {nas Escolas Classica, Positiva e Técnico-Juridica e na Criminologia Critica) 02 4. Vitimologia. 5. Criminologia cientifica ¢ 08 seus modelos teoricos. 6.0 homem delinquente. Teorias bioantropoligicas, psicodinémicas Psicopsicolégicas. 7, A sociedade criminégena. Sociologia Criminal e Desorganizaco Social. Teorias da subcultura delinquente e da anomia A perspectiva interacionista. 8. A Criminologia e 0 Paradigma da Reacdo Social. 03 ‘9. Criminologia na América Latina e as agéncias de controle. 12. Criminologia e o Sistema de lustiga Cri 13, Criminologia e © papel da Policia Judiciéria. 14. A criminologia no Estado Democratico de Direito. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz 1.2. Nogées iniciais de Criminologia Criminologia Praticada uma infrac&o penal, nasce para o Estado o dever-poder de punir adequadamente o autor da infracéo. Isso, j4 sabemos, diante do estudo das cléncias juridicas. Ocorre que para a realizacio de uma infragéo penal varios acontecimentos internos e externos ao direito contribuem para a deflagracéio da situag&o desviante. Nesse contexto, mais abrangente, se coloca a Criminologia para discutir 0 problema da criminalidade, agregando para isso argumentos que ultrapassam o direito, na busca da constatagéo e solug&o do contexto que envolve o crime, aliés, como se vera, ndo sé 0 crime, mas também a vitima, 0 criminoso, e as formas de controle social. A principio devemos estabelecer as intersecdes entre o Direito Penal, ciéncia do Direito mais préxima da Criminologia, numa ética que se costuma dizer totalizante das ciéncias criminais. Para isso iniciaremos 0 curso abordando a definicio de direito penal para entdo chegar a criminologia, alertando desde j4 que a referida ordem tem por finalidade, exclusivamente, a didatica, pois no se quer hierarquizar as referidas ciéncias, que so, registre-se desde logo, complementares. Definigdo de Direito Penal: Na definigéo de uma das principais ciéncias da esfera Penal (0 Direito Penal), encontram-se vérias acepgées, todas corretas no Ambito e na ética que se propée analisar o referido ramo do Direito. Inserido na polissemia que a expresso Direito Penal pode encartar, vale sempre informar ao destinatério da ligdo, sob qual ética elaboramos a definicéo de Direito Penal. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz Nesse aspecto, lapidar é a exposig&o do professor Arthur de Brito Gueiros Souza (inspirado nas ligdes de Pablos de Molina Garcia) a respeito da definicaio dinamica e estatica do direito penal: “Dindmica: Direito Penal é 0 mais intenso mecanismo de controle social formal, por intermédio do qual o Estado, mediante um determinado sistema normativo, castiga com sangées negativas de particular gravidade as condutas desviadas mais nocivas para convivéncia, objetivando, desse modo, a necesséria disciplina social e a correta socializagao dos membros do grupo. Estatica: Considera-se Direito Penal como sendo 0 conjunto de normas juridico publicas que definem certas condutas como delito e associam as mesmas penas e medidas de seguranga, além de prever outras consequéncias Jjuridicas.”? Por fim, se encontra uma definig&io mais comum no ambito doutrinario cldssico que, do ponto de vista formal, define o Direito Penal como o conjunto de normas que interpretam e sistematizam o ius puniendi, que, por sua vez, compreende trés aspectos: 1) Poder de ameacar com pena. 2) Direito de aplicar a pena. 3) Direito de executar a pena. Recentemente tem se notado uma crescente preocupagio dos editais de concursos pubblico, e até mesmo do Exame de Ordem, em cobrar o contetido abrangente das Ciéncias Penais, relacionando tépicos como a Criminologia, o que nos felicita de maneira impar, pois sempre tivemos como lema, principalmente em sala de aula, que o Direito Penal sem a Criminologia é uma orquestra sem maestro, um soldado isolado, uma ciéncia sem laboratério. Dai pensamos ser importante apresentarmos as Relacdes do Direito Penal edo Processo Penal com a Cri ologia, refletindo sobre a denominada_“nove ciéncia total do Direito Penal); SOUZA, Arthur de Brito Guciros, Curso de direito penal: parte geral / Antnur de Brito Gusiros Souza, Carlos Eduardo Adriano “Tapiassi, ~ Rio de Fanevo: Elsevier, 2012, p. 344 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz Primeiramente importa definir 0 que vem a ser criminologia, disciplina nem sempre presente nos curriculos das faculdades de Direito do pais, mas que vem ganhando destaque nas provas e exames do pais, a exemplo do que ocorre agora no concurso para o cargo de Delegado Federal. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz 1.3 Conceito de Criminologia Sobre a definic&o de Criminologia, jé foi perguntado em concurso: 2013 - VUNESPE - PAPILOSCOPISTA POLICIAL - PC-SP Contemporaneamente, a criminologia é conceituada como a) uma ciéncia empirica e social que estuda o criminoso, a pena e o controle social. b) uma ciéncia empirica e multidisciplinar que estuda as formas como os crimes s&o cometidos. c) uma ciéncia empirica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vitima e 0 controle social. d) uma ciéncia juridica e interdisciplinar que estuda as formas como os crimes s&o cometidos. e) uma ciéncia juridica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a pena ea vitima. Gabarito: C Por criminologia entendemos uma ciéncia mais ampla e interdisciplinar que o direito penal e processual penal. Sua utilidade tem se demonstrado cada vez mais evidente, conforme se verifica no estudo moderno da dogmatica penal e processual penal. Na oportunidade, informamos que adotamos o seguinte conceito de criminologia moderna: “Ciéncia empirica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vitima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informag&o valida, contrastada, sobre a génese, dinaémica e varidveis principais do crime, contemplado este como problema individual e como problema social, assim como sobre os programas de preveng&o eficaz do mesmo e técnicas de www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz interveng&o positiva no homem delingiiente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito.’”° Assim visualizamos o Direito Penal e o Direito Processual Penal como elementos formadores do que se convencionou chamar de Ciéncia total do Direito Penal. Nos inspiramos, para essa definic&o, nas ligdes Lélio Braga Calhau que tratando da denominada Ciéncia Total do Direito Penal, faz referéncia as ideias de Franz Von Liszt, Jorge Figueiredo Dias e Claus Roxin. Franz Von Liszt a definia como gesamte Strafrechtswissenschaft propondo uma disciplina completa que fundisse a dogmatica, a criminologia e a politica criminal. Assim, CALHAU afirma: Politica criminal, dogmatica juridico-penal (onde vislumbramos © Direito Penal e Processual Penal) e Criminologa s&0 assim, do ponto de vista cientifico, trés Ambitos auténomos, ligados, porém, em vista do integral processo de realizago do Direito Penal, em uma unidade teleolégica-funcional’. Nesse contexto indagamos: O que vem a ser politica criminal? Respondemos apontando a lic&o lapidar da professora Maria Carolina de Almeida Duarte que expée: “Na doutrina estrangeira, Franz v. Liszt, citado por Claus Roxin 2, afirma que a politica criminal assinala métodos racionais, em sentido social global, no combate a criminalidade, o que na sua terminologia significava a tarefa social do Direito Penal. Enfim, a politica criminal constitui nas ‘expressées lisztianas "a de fim no direito penal". Mireille Demas-Marty'?! se inspira no conceito de Feuerbach, no qual a Politica Criminal compreende ao “conjunto de procedimentos através dos quais o corpo social organiza as respostas ao fenémeno criminal", e se caracteriza como "a teoria e pratica das diferentes formas do controle 5 GOMES, Luiz Flivio e PABLOS DE MOLINA, Antonio Garcia. Criminologia. S.ed rev, ¢ atua.- Sto Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. * CALHAU, Lélio Braga. Resumo de Criminologia. Nitersi, RJ: Impetus, 2009, 4 edigdo, p. 25/28, www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Samer Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz social". Dessa forma, a Politica Criminal se tornou uma disciplina independente que, ao contrario da Criminologia e da Sociologia Criminal, implica uma pesquisa principalmente juridica, mas ndo se limita unicamente ao Direito Penal, 0 seu estudo abrange outras formas de controle social. Jorge de Figueiredo Dias '*4! acentua que a Pt Criminal, baseada nos conhecimentos da realidade criminal, naturalistica e empirica oriundos da Criminologia, tem o objetivo de dirigir ao legislador recomendacées e propor-lhe diretivas em tema de reforma penal. Para o autor 7°), 0 objeto da politica criminal nao é constituido apenas pela infracéo penal, mas por todos os fenémenos de patologia social substancialmente aparentados com aquela, sejam de marginalidade social, sejam em Gltimo termo - numa palavra criada pela Criminologia americana — de deviance ou “desvio social". Nas suas conclusdes, Jorge de Figueiredo Dias 7°! assinala que a politica criminal tem competéncia para definir, tanto no plano do Direito constituido, como do Direito a constituir, os limites da punibilidade. Afirma ainda que a dogmatica juridico- ~ = au, « criminolégica e mediaco politico-criminal. (Grifos deste trabalho). Sobre Politica Criminal jé se indagou em concurso: 2013 — MPE-SC - Promotor de Justica A politica criminal do Direito Penal Funcional sustenta, como modernizac&o funcional no combate a “criminalidade moderna”, uma mudanca seméntico-dogmatica, tal como: “perigo” em vez de dano; “risco” em vez de ofensa efetiva a um bem juridico; “abstrato” em vez de concreto; “tipo aberto” em vez de fechado; e “bem juridico coletivo” em vez de individual. Gabarito: Certo www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 10 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz ‘A questo trata em certa medida do funcionalismo penal, estudado mais detidamente no Direito Penal. Por Direito Penal funcional se reputa aquele que analisa a teoria do crime a luz da politica criminal. Assim, temos dois tipos de funcionalismos: 1) Um elaborado pelo professor Claus Roxin, para quem a func&o do Direito Penal é proteger subsidiariamente os bens juridicos (Funcionalismo Racional- Teleolégico). E entendido como um funcionalismo moderado. 2) Outro defendido por Giinther Jakobs, onde a funcdo do Direito Penal é a garantia da vigéncia (eficécia) da notma (Funcionalismo Sistémico). & entendido ‘como um funcionalismo radical. Sobre 0 tema: "O direito penal moderno é préprio e caracteristico da "sociedade de risco". © controle, a preveng&o e a gestdo de riscos gerais séo tarefas que o Estado deve assumir, e assume efetivamente de modo relevante. Para a realizagao de tais objetivos o legislador recorre ao tipo penal de perigo abstrato como instrumento técnico adequado por exceléncia. Por ele, o direito penal moderno, ou ao menos uma parte consideravel dele, se denomina "direito penal do risco". GRACIA MARTIN, Luis. Modernizacién del derecho penal penal y derecho penal del enemigo. Lima: IDEMSA, 2007. p. 45 2013 - MPE-SC - Promotor de Justica Em sede de Politica Criminal, 0 Direito Penal de segunda velocidade, identificado, por exemplo, quando da edicao das Leis dos Crimes Hediondos e do Crime Organizado, compreende a utilizaco da pena privativa de liberdade @ a permisséo de uma flexibilizagao de garantias materiais e processuais. Gabarito: Errado Sobre o tema: (...) podemos, seguindo as licdes de Jésus-Maria Silva Sénchez, visualizar trés velocidades, trés enfoques diferentes que podem ser concebidos 20 Direito Penal. A primeira velocidade seria aquela tradicional do Direito Penal, que tem por fim Ultimo 2 aplicacdo de uma pena privativa de liberdade. Nessa hipétese, como esti em jogo a liberdade do cidadéo, devem ser observadas todas as regras garantistas, sejam elas penais ou processuais penais. Numa segunda velocidade, temos 0 Direito Penal 4 aplicagdo de penas no privativas de liberdade, a exemplo do que ocorre no Brasil com os Juizados Especiais Criminais, cuja finalidade, de acordo com o art. 62 da Lei no 9.099/95, é, precipuamente, a aplicacao de penas que nao importem na privagao da liberdade do cidadao, devendo, pois, ser priorizadas as penas restritivas de direitos e a pena de multa. Nessa segunda velocidade do www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz i Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz Direito Penal poderiam ser afastadas algumas garantias, com o escopo de agilizar a aplicacso da lei penal. Embora ainda com certa resisténcia, tem-se procurado entender o Direito Penal do Inimigo como uma terceira velocidade. Seria, portanto, uma velocidade hibrida, ou seja, com a finalidade de aplicar penas privativas de liberdade (primeira velocidade), com uma minimizacao das garantias necessarias a esse fim (segunda velocidade). (Fonte: http://www.rogeriogreco.com.br/?p=1029) Eugenio Ratl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli afirmam que " jinal € a ciéncia ou a arte de selecionar os bens (ou direitos) hos politica crit que devem ser tutelados juridica e penalmente e escolher os cai para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a critica dos valores e caminhos ja eleitos". Em poucas palavras os autores resumem que “a politica criminal seria a arte ou a ciéncia de governo com respeito ao fenémeno criminal" ?7!,”° * DUARTE, Maria Carolina de Almeida, Politica criminal, criminologia ¢ vitimologia: eaminhos para um direito penal humanist, Jus i 19 now, 2006 . Disponivel em: . Acesso em: 28 fev. 2013, www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 12 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz 1.4 Métodos: empirismo e interdisciplinaridade. A Criminologia é tida como uma ciéncia empirica e interdisciplinar, que se propée a estudar o crime, a pessoa do infrator, a vitima e as formas de controle social. Desse modo a criminologia encara o problema criminal sob o enfoque de sua génese, considerando as principais varidveis do crime, analisando o mesmo como um problema individual e social. Para atingir seu intento o criminélogo se socorre de dois métodos basicos: 0 empirismo e a interdisciplinaridade Logo, se pode dizer que a moderna criminologia n&o se contenta com conclusées extraidas exclusivamente de teses, dé teorias, pois depende de aplicacéio prética para a devida verificagéo das propostas solucionadoras do problema criminal. Ademais, a prépria forma de abordar um de seus objetos como problema implica na necessaria predisposic&o para solucionar a questéo, o que demanda a necesséria concatenag&o, © imprescindivel diélogo entre os mais variados setores do conhecimento humano e que acaba por desaguar no que se tem por denominar interdisciplinaridade. Assim, segundo afirmam Luiz Flavio Gomes e Antonio Garcia-Pablos de Molina, a criminologia tida por moderna: “a) Parte da caracterizaco do crime como "problema", ressaltando assim sua base conflitual e enigmatica e sua face humana e dolorosa, com as transcendentais implicaces de toda ordem que derivam de tal andlise; b) Amplia 0 ambito tradicional da Criminologia, incorporando em seu objeto as investigagées sobre a "vitima" do delito e 0 denominado "controle social", que deram a nog&o classica da Criminologia um moderado giro sociolégico, que compensa o desmedido biologismo positivista sob cujos auspicios ela nasceu; c) Acentua a orientag&o "prevencionista" do saber criminolégico, frente & obsesséo repressiva explicita em outras definigées convencionais. Porque 13 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz interessa prevenir eficazmente o delito, n&o castigd-lo cada vez mais ou melhor; ) Substitui 0 conceito de "tratamento", que tem inequivocas conotacdes clinicas e individualistas, pelo de "intervenc&o", que possui uma noc&o mais dinamica, complexa e pluridimensional, em consondncia com o substrato real, individual e comunitério do fenémeno delitivo; e) Destaca a anélise e avaliagéo dos modelos de reag&o ao delito como um dos objetos da criminologia; f) N&o renuncia, porém, a uma anidlise “etiolégica"-do. delito (da "desviago priméria") no marco do ordenamento juridico como referéncia dl ja. Com isso se distancia das conhecidas orientacdes radicais, fortemente ideologizadas, que concebem a Criminologia como mera teoria da desviacdo e do controle social, (assim, Taylor, Walton e Young, Criminologia critica, p. 21 € ss.) isto é, como apéndice da Sociologia (teorias da criminalizagao). A definigiio sugerida atende, assim, tanto & génese e etiologia do crime (teorias da criminalidade) como ao exame dos processos de criminalizagao.”* Empirismo: A Criminologia, como cién que é, retne informagdes obtidas apés a anélise © observacio da realidade, haja vista seu cardter empirico. Registre-se que a utilizag30 do método empirico néo pode permitir ao intérprete concluir que as informagées ministradas pela Criminologia devam ser reputadas como exatas, concludentes ou definitivas. Pelo contrério, justamente por ter como enfoque um problema social, se compromete, dentro do possivel, a proceder sua conferencia sob a andlise dos mais diversificados ramos do conhecimento. Pode-se inclusive afirmar que 0 préprio modelo ou paradigma de ciéncia hoje dominante dista muito do causal-explicative acolhido pelo positivismo naturalista, com base em pretensdes de seguranga e certeza. ° GOMES, Luiz Flévio e PABLOS DE MOLINA, Antonio Garcia. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- ‘Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 14 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz Porque nao existe o terreno neutro e pacifico do dado, salvo que se confunda 0 método empirico com 0 empirismo crasso ou que se invoque aquele como base de decisées ideolégicas j4 adotadas. O "conhecimento” cientifico da realidade, por outro lado, é sempre parcial, fragmentado, provisério, fluido e os campos préprios das diversas disciplinas que versam sobre o homem e a sociedade, estreitamente relacionados entre si, se ampliam e se modificam sem cessar. De sorte que o saber empirico, outrora paradigma de exatidéo, tornou- se cada vez mais relativo e inseguro: é um saber provisério, aberto.” Foi exatamente com a adogéo do empirismo como método (adotado pelo positivismo em geral), que a Criminologia adquiriu sua autonomia cientifica. De fato, como advertiu magistralmente Ferri, a luta de escolas (positivismo versus classicismo) n&o foi senéo um enfrentamento entre partidarios do método abstrato, formal e dedutivo (os classicos) e os que propugnavam pelo método empirico e indutivo (os positivistas). "Falamos de duas linguagens diferentes - afirmou Ferri, referindo-se aos classicos. Para nés, 0 método experimental (indutivo) é a chave de todo conhecimento; para eles, tudo deriva de dedugées légicas e da opiniéo tradicional. Para eles, os fatos devem ceder seu lugar ao silogismo; para nés, os fatos mandam...; para eles, a ciéncia sé necessita de papel, caneta e lapis, e o resto sai de um cérebro cheio de leituras de livros, mais ou menos abundantes e feitos da mesma matéria. Para nés, a ciéncia requer um gasto de muito tempo, examinando os fatos um a um, avaliando-os, reduzindo-os a um denominador comum e extraindo deles a ideia nuclear. Para eles, um silogismo ou uma anedota é suficiente para demolir milhares de fatos conseguidos durante anos de observagéo e anédlise; para nés, o contrério é a verdade".(Ferri, E. Polemica in difesa della Scuola Criminale Positiva, 1886. Reimpresso como Studi sulla criminalité ed altri saggi, p. 244.) E conclui Ferri: "A Escola Criminal Positiva n&o consiste unicamente no estudo antropolégico do criminoso, pois constitui uma renovagéo completa, uma mudanga radical de 7 GOMES, Luiz Flavio e PABLOS DE MOLINA, Antonio Garcia. Criminologia, 5.ed.rev. ¢ atual.- ‘So Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 15 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz método cientifico no estudo da patologia social criminal e dos que ha de mais eficazes entre os remédios socials e juridicos que nos oferece. A ciéncia dos delitos e das penas era uma exposicao doutrindria de silogismos, dados a luz pela forca exclusiva da fantasia légica; nossa escola fez disso uma ciéncia de observagao positiva que, fundando-se na Antropologia, na Psicologia e na Estatistica criminal, assim como no Direito Penal e nos estudos penitenciérios, chega a ser a cléncia sintética que eu mesmo chamo Sociologia Criminal, e assim esta ciéncia, aplicando 0 método positivo no estudo do delito, do delinquente e do meio, nao faz outra coisa que levar Ciéncia Criminal cléssica 0 sopro vivificador das Ultimas e irrefutévels conquistas feitas pela ciéncia do homem e da sociedade, renovada pelas doutrinas evolucionistas". (Ferri, E. Polemica in difesa della Scuola Criminale Positiva. Cf. Garcia-Pablos de Molina, A. Tratado de criminologia, 1999, p. 402 e ss.)® © método empirico, pautado na experimentacéio, € considerado, na atualidade, extensivel também ao estudo do comportamento delitivo. © que nao exclui a utilidade outro métodos. O método empirico garante um conhecimento mais confiével e seguro do problema criminal desde 0 momento em que 0 investigador pode verificar ou refutar suas hipéteses e teorias sobre ele pelo procedimento mais objetivo: nao @ intuigéo, nem 0 mero. sentido comum ou a "communis opinio", mas sim a observagéo. (Uma das aspiragdes do conhecimento cientifico é superar a barreira do mero sentido comum, da intuigéo, da reflexo légica (método légico-dedutivo), do consenso intersubjetivo. Cf. Serrano Maillo, A. op. cit., p. 29.)? Dai se percebe a diferenca metodolégica entre a Criminologia e o Direito Penal. Enquanto a Criminologia é tida como uma ciéncia do "ser", empirica; o Direito Penal é uma ciéncia que impée comportamento, por isso uma ciéncia ® GOMES, Luiz Flévio e PABLOS DE MOLINA, Antonio Garcia. Criminologia, 5.ed.rev, atual.- ‘So Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. ° GOMES, Luiz Flavio e PABLOS DE MOLINA, Antonio Garcia. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- So Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 16 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz cultural, do "dever ser", normativa por exceléncia. Logo, no momento em que a Criminologia se serve de um método indutive, empirico, baseado na anélise e na observacio da realidade, as disciplinas juridicas utilizam um método légico, abstrato e dedutivo. fato de a criminologia ser uma ciéncia empirica, néo necessariamente implica afirmar que ela é experimental: 0 método "experimental" é um método empirico, porém, ndo 0 Unico; de outro lade, nem todo método empirico tem obrigatoriamente natureza experimental. Por fim devemos registrar que 0 método empirico ndo € 0 Unico método criminolégico. Isso porque a complexidade que envolve o crime é decorréncia de um fenémeno humano e cultural, e assim sendo, sua compreensao exige do estudioso uma postura aberta e flexivel, capaz de captar as multiplas dimensées desse profundo problema humano e social. Em que pese o método empirico ter contribuido sobremaneira para a evolugéo e consolidagéo da Criminologia como ciéncia, 0 referido método foi objeto de numerosas criticas, tanto do ponto de vista epistemolégico como ideolégico.1° Entre os argumentos transitavam entre o n&o cabimento de generalizagées, j4 que o comportamento humano é imprevisivel e complexo ndo se admitindo que fosse possivel 4 uma ciéncia captar sua esséncia e seu significado.22 N&o se vislumbrando uma alternativa ao método empirico, sustentam, a maioria dos autores da Criminologia moderna, a busca por método completar ao método empitico e ndo excludente. E nesse contexto que se vislumbra o principio interdisciplinar. Assim, a interdisciplinaridade encontra-se significativamente associado ao processo evolutivo de consolidag&o da Criminologia como ciéncia auténoma. Nesse ambito, afirma Nestor Sampaio Penteado Filho: "A criminologia se Cf. SERRANO MAILLO, Alfonso. Introdugao 4 Criminologia. p. 36 € ss. "\ Cf. SERRANO MAILLO, Alfonso. Introdugdo 4 Criminologia. p. 37 e ss. ablo Farias Souza Cruz a www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz utiliza dos métodos biolégico e sociolégico. Como ciéncia empirica e experimental que é, a criminologia utiliza-se da metodologia experimental, naturalistica e indutiva para estudar o delinquente, no sendo suficiente, no entanto, para delimitar as causadas da criminalidade. Por consequéncia disso, busca auxilio dos métodos estatisticos, histéricos e sociolégicos, além do biolégico"2 Sobre o tema ja se indagou em concurso: 2013 - VUNESPE - PAPILOSCOPISTA POLICIAL — PC-SP Os métodos cientificos utilizados pela criminologia so a) métodos experimental e dedutivel, como ciéncia juridica que sao. b) métodbs psicolégico e sociolégico, como ciéncias empirica e exata que so. c) métodos fisico e individual, como ciéncias social e dedutivel que sao. d) métodos fisico e biolégico, como ciéncia juridica que sao. e) métodos biolégico e sociolégico, como ciéncias empirica e experimental que sdo. Gabarito: E Indmeras séo as disciplinas cientificas que se ocupam do crime como fendmeno individual e social. Temos a Biologia (criminal), a Psicologia (criminal) € a Sociologia (criminal). Visando concatenar os métodos peculiares de cada uma dessas ciéncia com vista ao problema criminal, a criminologia surge como responsavel nesse papel de promover um intersec&o entre os referidos ramos do conhecimento, evitando os riscos dessa complexa formagao e galgando uma anélise para além da multidisciplinaridade, atingindo a denominada interdisciplinaridade. Nesse momento cabe o alerta feitos pelos professores Pablos de Molina ° PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual Esquematico de Criminologia. 23 edicéo, S80 Paulo: Saraiva, 2012, p. 24/25. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 18 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara ‘ula de Apresentagto Prof. Pablo Farias Souza Cruz Luiz Flavio Gomes: Mas, a anélise cientifica reclama uma instancia superior que integre e coordene as informagées setoriais procedentes das diversas disciplinas interessadas no fenémeno delitivo; que elimine possiveis contradigées internas e instrumentalize um genuino sistema de "retroalimentacdo","% conforme o qual cada conclusao particular é corrigida e enriquecida ao ser contrastada com as obtidas em outros ambitos e disciplinas. Somente por meio de um esforgo de sintese e integracéo das experiéncias setoriais e especializadas é que cabe formular um diagnéstico cientifico, totalizador, do crime, mais além dos conhecimentos fragmentados, parciais e incompletos que possam oferecer aquelas, e da perigosa “barbarie dos especialistas", to acertadamente denunciada por Ortega e Gasset. Logicamente, esta é a fung&o que corresponde 4 Criminologia, embora 0 principio interdisciplinar implique espinhosas dificuldades, tanto do ponto de vista conceitual como operativo.'4 A interdisciplinaridade 6 assim uma exigéncia estrutural do saber cientifico, necessario em virtude da natureza totalizadora deste tipo de saber. Assim, a interdisciplinaridade acaba por afastar qualquer ideia de monopélio, prioridade, ou exclusao entre as disciplinas envolvidas. Vide Rodriguez Manzanera, L. Criminologia, p. 42. Qualificando, ndo obstante, de "obviedade" © debate sobre a "interdisciplinaridade" do método criminolégico (e da prépria Criminologia como “ciéncia"); e de “instrumento de ciéncias” a compreensao desta disciplina como instancia superior que coordena e integra as informacées setoriais sobre o problema criminal procedentes das diversas ciéncias, temos Garrido Gesnovés, V.; Stangeland, P.; Redondo, S. Principios de criminologia, p. 53-59. * GOMES, Luiz Flavio € PABLOS DE MOLINA, Antonio Garcia. Criminologia, S.ed.rev. e atual.- ‘So Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 1g Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz Questées da aula de hoje 2013 — VUNESPE - PAPILOSCOPISTA POLICIAL — PC-SP Contemporaneamente, a criminologia é conceituada como a) uma ciéncia empirica e social que estuda o criminoso, a pena e o controle social. b) uma ciéncia empirica e multidisciplinar que estuda as formas como os crimes so cometidos. c) uma ciéncia empirica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vitima e 0 controle social. d) uma ciéncia juridica e interdisciplinar que estuda as formas como os crimes so cometidos. e) uma ciéncia juridica e multidisciplinar que estuda 0 crime, o criminoso, a pena ea vitima. Gabarito: C 2013 - MPE-SC - Promotor de Justica A politica criminal do Direito Penal Funcional sustenta, como modernizagao funcional no combate a “criminalidade moderna”, uma mudanga semantico-dogmatica, tal como: “perigo” em vez de dano; “risco” em vez de ofensa efetiva a um bem juridico; “abstrato” em vez de concreto; “tipo aberto” em vez de fechado; e “bem juridico coletivo” em vez de individual. Gabarito: Certo A questéo trata em certa medida do funcionalismo penal, estudado mais detidamente no Direito Penal. Por Direito Penal funcional se reputa aquele que analisa a teoria do crime a luz da politica criminal. Assim, temos dois tipos de funcionalismos: 1) Um elaborado pelo professor Claus Roxin, para quem a fung&o do Direito Penal é proteger subsidiariamente os bens iuridicos (Funcionalismo Racional- Teleolégico). E entendido como um funcionalismo moderado. 2) Outro defendido por Giinther Jakobs, onde a fungdo do Direito Penal é a garantia da vigéncia (eficdcia) da norma (Funcionalismo Sistémico). & entendido como um funcionalismo radical. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 20 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentagéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz Sobre o tema: "Odireito penal moderno é proprio e caracteristico da "sociedade de risco". © controle, a preveng&o e a gestdo de riscos gerais so tarefas que o Estado deve assumir, e assume efetivamente de modo relevante. Para a realizagdo de tals objetivos o legislador recorre ao tipo penal de perigo abstrato como instrumento técnico adequado por exceléncia. Por ele, 0 direito penal moderno, ou ao menos uma jireito penal do risco". GRACIA MARTIN, Luis. Modernizacién del derecho penal penal y derecho penal del enemigo. Lima: IDEMSA, 2007. p. 45 parte consideravel dele, se denomina " 2013 —- MPE-SC - Promotor de Justica —m sede de Politica Crit al, 0 Direito Penal de segunda velocidade, identificado, por exemplo, quando da edig&o das Leis dos Crimes Hediondos e do Crime Organizado, compreende a utilizagSo da pena privativa de liberdade ea permissdo de uma flexibilizagdo de garantias materiais e processuais. Gabarito: Errado Sobre o tema: (...) podemos, seguindo as ligdes de Jésus-Maria Silva Sénchez, visualizar trés velocidades, trés enfoques diferentes que podem ser concebidos ao Direito Penal. A primeira velocidade seria aquela tradicional do Direito Penal, que tem por fim Ultimo a aplicagao de uma pena privativa de liberdade. Nessa hipdtese, como esté em jogo a liberdade do cidadéo, devem ser observadas todas as regras garantistas, sejam elas penais ou processuais penais. Numa segunda velocidade, temos o Direito Penal 4 aplicacéo de penas néo privativas de liberdade, a exemplo do que ocorre no Brasil com os Juizados Especiais Criminais, cuja finalidade, de acordo com o art. 62 da Lei no 9.099/95, é, precipuamente, a aplicacdo de penas que néo importem na privacéo da liberdade do cidadéo, devendo, pois, ser priorizadas as penas restritivas de direitos e a pena de multa. Nessa segunda velocidade do Direito Penal poderiam ser afastadas algumas garantias, com 0 escopo de agilizar a aplicacio da lei penal. Embora ainda com certa resisténcia, tem-se procurado entender o Direito Penal do Inimigo como uma terceira velocidade. Seria, portanto, uma velocidade hibrida, ou seja, com a finalidade de aplicar penas privativas de liberdade (primeira velocidade), com uma minimizacao das garantias necessarias a esse fim (segunda velocidade). Fonte: http://www. rogeriogreco.com.br/?p=1029 2013 —- VUNESPE - PAPILOSCOPISTA POLICIAL - PC-SP Os métodos cientificos utilizados pela criminologia séo www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 21 Criminologia para o cargo de Delegado de Policia Civil do Ceara Aula de Apresentacéo Prof. Pablo Farias Souza Cruz a) métodos experimental e dedutivel, como ciéncia juridica que sao. b) métodos psicolégico € sociolégico, como ciéncias empirica e exata que c) métodos fisico e individual, como ciéncias social e dedutivel que so. d) métodos fisico e biolégico, como ciéncia juridica que séo. e) métodes bioldgico e sociolégico, como ciéncias empirica e experimental que so. Gabarito: E 2011 - PC/SP - Delegado de Policia Constituem objeto de estudo da Criminologia a) o delinquente, a vitima, o controle social e o empirismo. b) 0 delito, o delinquente, a interdisciplinaridade e o controle social c) 0 delito, o delinquente, a vitima e o controle social. d) 0 delinquente, a vitima, o controle social e a interdisciplinaridade. e) 0 delito, 0 delinquente, a vitima e 0 método. Gabarito: C 2009 - Policia Civil/SP - Delegado de Policia A criminologia € uma ciéncia que dispde de leis: a) imutaveis e evolutivas; b) inflexiveis e evolutivas; c) permanentes e flexivei d) flexiveis e restritivas; e) evolutivas e flexiveis Gabarito: E Grande abraco! Aguardamos vocé em nossa préxima aula! Prof. Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br | Prof. 2

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