Decio Saes Democracia PDF

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pas. de interesse do volume ist6ria * Palitica * Sociologia de sine acdo « Antropolog) ncias « Civilizacda « Cami 128 * Direito * Eucacao « Estética « Filosofia : ‘Literatura Boniomir Abstls sunlor | sanint VouseoF Campedelit Praparapio do toxto Marie Tages Bruce Acie comma projte aralgoyloto, | atorlo ds Amaro Rocka Artetoal feng ene Arégnuy laine Regine do Oliveira [gy Hormone anton U. Baméneio compra (Fe pith 22 Por] 9 19BN a5 08 01073 8 19087 Totes 96 drsitos carves Editors Arter S.A: — Bun ergo de lguspo, 110 Nel. (babs) Zest Caixa Postl 2635 ‘aa Telegrsien“Bomiveo™ — Sio Paula Sumario 4. © conceito de democracia_____7 A denoeracia © a cinein politica ______7 ‘A weoria magxiona co Estado______® XA Luncio do Estado. it (© Estado como orgunizayio espectalizada 13. s tipos histériegs de Estade 17 Forma de Estado e regime politico 19 A demoericia como forma de Estado © como 2. A democracia no pré-capitalismo___.33 A democraci on Historia. 3 Os Estados pré-burguescs © a democracia 38 A dewocracis antiga 39 Atenas; uma democracia nao-iberal st ‘A demoseacia medieval___________48 3. A democracia no capitalismo_____9 (© Estado burauds ___19 ‘A democtacia como forma do Estado burgués 82 'K democracia burguesa ea “Teoria dos ies podeyes AAs variantes da demeeracia burguesa 58 A denioerseia como regime politico burguls——61 ‘A demoeracia burguess 2 “Regis da alternincia”™ 66 ‘A opatia politica na democracia burguesa 69 Democracia burguesa e desigualdade polities 72 4. Socialismo e democracia___7a 5. Vocabulario eritico. 6. Bibtiogr A democracia no programa politica socialista_—_74 © Estado sociatista_ Eg As organizagies de massa © a desestatzagio 78 © eariter democritiee do socialisma-————- 1 86 comentada, 90 Quando fundamos aa Alina um gronde joral, nossa Bandra 36 potia ser, pon 2 bandira da demeerciy mas d= una demoeacin Carer expectiamente poitsio que anda ovis ctimpar, deiniiamente, om seu sar Sante 1 O conceito de democracia A democracia e a ciéncia politica Muitas obras rezentes sobre © nosso tema prope fg Ieitores vostos repert6rios de acepgies em que 0 te tno democracia vem senda utilizada, da Grécia antiga até fos nosios dias. Nag € ess¢ 0 objetivo que nos move, 29 ceserevermos este pequeno livro. Bsclarega-se: & sompre til, de um ponto de vista clentifieo, twatar9 seo da ig do tngulo da histéria das idéias politicas sweeutar ail waa outea area Nossa tarefa mio ¢ antagdniea, e, sim, complementae A da historiador dos idéise pollicar Ela é propria do Hlentista politico: trata-se de transformar 0 termo demno- cracia nom instramento de anslise da vida politica das oeiedsdes humanas coneretas, Ou melhor: compete a0 ciontista politic definir democracia de tal modo que esse termo possa ser uiilizado, pelos que eserevem a historia ‘das sociédades humanas concretas, para registrar diferen- 08 politicas entre as mesmas. Propondo uma, definigio ‘lara. precisa de democracia, o eientista politico fornece ao historiador un instrumento de classificagdo politica dis saciedacles humans concretas ‘Antes de pasar § exscugio dessa tateta, o clentisa polfieo deve, emetanta, ouvir © que le diz 0 est ‘loso da histéria das idéins politicas. Este no The propi- fia apenas informagho sobre a etimolosia (demaeracia, fem grego, quer dust, iteralmente, "o governo do demas", isto-€, "do povo") ou sobre as diferentes acopedes conte Fidns por flésofos © ponsadores politicos ao terme deno- fracie Ble tambéa the indice quat tem sido a Fangio Expresso demacrasia no vocabulieio politico pritizo, cor ent, das difereutes Gpacas. Ora, todos esses elementos (etimotogia, hisiéria do conceito, usos seciaimente difur= didos da expeessio) devers ser levados em conta pelo Siertista politico, ao seu ttabatho de propor uma deli- nigga de democrasia, Ele nie pode redetinir de modo srbitestio ¢ totalmente livee a expresso; por exemplo, tio pode recosrer a0 termo democracta para nomeae cortas earactersticas da vida politica tradieionalmente abri- fais sob os eGtulos da tinania ow do dexpotismo. © des Ehmpromisso absolut com a tradigio intelectual e poli- fica ameaga dirctamente a capacidade de comunicagio social do cientista politico; ow melhor, condena-o a nio fe fazer entender e portanto, a eserever apenas para proprio. Levar em conta 2 tradigio intelectual © politica 10 Sigrifien, entretanto, cepetir puta © simplesmente as ace ser de democracis domisantes as campos da vida inte- Isctual e da vida politica. A tradigao intelectual © politica 6 a miatéric-prima sobre a qual o cientista politico trabalba, com vistas & obler um novo produto: um conceito de demoeracia que se harmonize com os demais eonceitos integrantes de uma teoria da polities, Dito de outra fer- ma: © cientista politico se reapeopria de ume expressio foriada hi enais Ge dois milénios — democracia —, para transformi-la num conesito integrante d= uma teoria da polities. Nesse emproondimento, ele conserva algumas das eouotagdes da expresso, rejeita outras c, inalmeate, agre ga novos elementos & defiigio. E tudo isso € feito scb 2 inspiragio — c, mais ainda, sob a vigiincia — daquela ‘eoria di politica esposads pelo ciemtista politico. O rex sultodo final desss eperagao intelectuat — a proposigio de umm conceit de democracia — deve correspoader as cexigineias feitas por essa teoris da politica; isto &, cle dove ajustar-se integralmente aos demmsis conesites’ que compiem esse conjunto. 'E elaco que aeahura cientista politico esposa apenas por capricho uma denire as virias teorias da politica, A leoria eseolbida ¢ sempre aquela que pucece fornecer os cconceltos mais efieszes; isto 6, eonceltos indispensivels ‘explieagho das processos de .conservagio ¢ de transfor- Sociedades humanas eonceetas. O cvtéeio, por amie, que inspira 0 cieatista, politico na avaliaglo das iversas tworias da politica e na adesio 9 uma denire estas £9 critério da eticicia na explicagio da hist6ria d3s so- biodades humanas, A teoria marxiana do Estado Também nés, a0 nos langarmos & tarefa de propor tum conceit de democeaeis, tomamios como ponto de Ppanida uma dentre se vérins tearing da politica’ nguels ‘que nas parece ser & mals eficaz no que concerne 3 ex- plieagio dx Histdria; & a tcoria marxiana da politica, Cujo eixo principal & a teoria do Estado. proposta por Maree Engels no eonjucto dos seus trebathos. ‘Como postnlantos a exiséncia de uma teoria marxia- tna do Estado, impde-se desde logo dois exclarceimentes. Em primeico lugar, estamos cientes de que muitos es- tudiozes — por exemplo, es Htalianas Norberto Bobbio (1973) © Lucio Cole (1974) — nogam a exisiéneia He uma vsrdadeira teoria do Estado no conjunto da obra de Marx e Engels. Essa objegie 36 podevia. ser plen- ‘mente rebatida se enveredissemos por uma reflesdo pro- funda acerca do que seja a teoria, em oral, ou 2 teria do Estado, em particular. Nio podemos nos tancat a luma rarefa desso eavergadvea mum poqueno livia inte Uutsrio sobre democracia. Limitemo-nos, postanto, a es © sumariamente que somes menos exigentes do ae estudiosos: tudo 9 que encontramos sobre @ Ev alo nas obras escrits por Marx ¢ Engels, past de 1848 (dofinigies breves & simsticas, férmlas operatsrias «,finalmente, um conceit sistematicamente exposto), com: 4 nosso ver, uma tearia marxiana do Estado, Quando ‘se levam em conta esses materiais, ¢ impossivel enten- der 0 que seja a sua concepeio materialista da. Histria: © conceite marsiano de Betxlo, tal quol ele sparcce nas cobras dos dois autores, a partir de O manifesto conunista (8848), € elemento-ehave da explicagio marxiana dos procssos do conserasio e ansformasio dis seiedades [Em segondo lugar, no desconhecemos a existéncia de imprecisies, desizes cerminol6gieos ¢ mesmo contra: \digges internas nas formulages de Mats e Engels sobre © Bstado; tais deft estao presents até mesmo em obras importantes da bibliografia -marsiana, come O Dezoito Bnundrio de Luis Bonaparte (Marx) ¢ A origem da fami Jia, da propriedade privada e do Euado (Engels). Muitos autores usam esses defeitos come argumento centsal a0 (questionarem a exisfncia de uma Gnica teoria mansiane do Estado, Nos persomos, ao contritio, que hii en Marx fe Engels formulagies ajustadas e desajustadas 20 com jmsto da aniliso sobre 0 Estado emproendida em endo teste. E, mais ainda, & a articulagdo orginiea de todas as formulacGes ajustadas a0 conjunto de cada anilise s0- bre © Estado que compie a tworia marxiana do Estado. 1 reagrupamento de todos && desajustes no pode resultar numa segunda teoris marxiana do Estado; pode propiciar, rho maximo, um melhor eatendiments da eveluglo inte” leetual ¢ politica de Marx Engels. Em gue consste, em linhae gerais, a teovia marxiana do Estado? Para Mars e Engels, 90s colevividades em que lumo parte dos homens controla of meios de_produgio (lerras, ferramentas, miquinas, matérias-primas) 6, a0 in Vr de usiclos, dirge ® aa vUlizagao pela outra.pacte dos homens (Goto &, 08 que ndo controlam os meios de produgio), deve exist correlatamente 9 Estado. Esta xpressdo desigina, para or dois autores, o grupo de ho- mens que, sessns colotividades, dedicam todo 0 s2u tempo foa uma parte dele 20 desempenho de atividades necessé- fins A conservagio dessa relagio entre homens controla- lores dos meios de produgio’ e homens utilzadores des mefos de produ Para Marx e Engels, existe portanto uma correlagio contre @ exploracie do trabalho de uns homens por outros eum elenco de atividades, distintas do préprio processo de exploragio, destinadas a assegurar a continuidade dessa felogiia de exploragso. Se uma coletividade se_acha divie Sew cases sols. snegbnies (exporaora € eplo~ rds), deve.alexistir um comple see eats te pradugan: desis & peehar ane tsinda-dle enisas: vale dizer, a assegurac a continuidade {a divisio da colotividade em classe social exploradora fe casse social explorada, A esse complexo de atividades Marx e Engels chamam Estado. ‘A fungao do Estado Advinaese que acima demos apenas 0 primeiro passo na exposigia do coneeito marxiano de Estado. Esse passo ~ aan jf € stticiente para evidenciar o lugar central do elemento fared na conceitvagio marxiana do Esto, Para Macs © Engels, sas coletividades divididas em classes socials antagOnicas (exploradora ¢ explorada) 9 Estado se iden lea com 0 subgrupo de homens, desiaeade total ov parciatmente das tnetas inerentes a0 processo de produgao, ‘que dlesempenta a fungdo de preservar essa cisdo, do in pedir que a divisio da coleividade em classe social explo- radorae classe sosial explerada desaparesa, Agora, & preciso dar um segundo passe; gualificar melhor esi Teneo conservadora. Todos os membros di classe social exploradora tm, para além dos ‘seus doseios singulaces, um interesse comum: preservar a sua condigio ee detentores do contiole dos meios de produgio © de Ririgentes do processo dle produgie. Também es membeos ‘da classe sozial explorada tém um interesse comum, sitne- Iwicamente posto ao interesse da classe exploradora: subtrairse 4 relacio de exploragio, deixar de usar or melos de producio para fins que néo slo definidos por cles préprios, ¢, sim, por aqueles que dirigem 0 processo ‘de produgio (01 homens detontores do controle dos in de produgio). Existe, portanto, nas coleividades cing das erm classes sociais antaginiens, um conflito de interes- ses, Em tals coletividades, existe também uum subgrupo dde homens que desempeaham 2 fengio de preservar essa Cisio a0 agir sobre o conflito de interesies, eontende-o sentso de certs finites; ou sea, no propriamente supri- \do-0 (© contfita nao pode set suprimido se persuirar 4 relagiio de exploragio), mas impedindo que cle dessgiie faa revolugdo social (supressio da relagio de explora- lo). Assiza, para Marx e Engels, o Estado & 0 subgrupo de homens que desempenbam a fungio de assegurar a continuidade da exploragio do trabalho © de preservar & isio da coletividade om classes sociais antagbnicas, na medila em que ests praticam agdes destinadas & amorte- cor 0 conflito de classes ¢ a frustrar a revolugio social E 6 nesse sentido especitico (enzo em qualquer outro) que, para os dois autores, 0 Estade & uma organizagio, em titi instincto, a servigo da classe social explorador ‘Acima sublinkanies o Tuga central reservado 30 ele- mento fungio pela conecituagio marsiana de Estado. Tat tlemente nio ¢ © Unica, como Yeremos a seguir, Mas cselatega-se, catee parGnteses, que alguns importantes te6- ries marxistas do. sGeulo XX preferiram, diferentemente te Marx © Junge para conceitaar, em termos por cles comsideradas figis a0 miicleo da doutrina marxista, o Estado. Essa & a postura que enconteamos consubstanciada em trabalho: Goma os Cadernos do cércere, do dirigente comunista italiano Antonio Gramsci, ow come © ensaio “Ideotogia fe aparelhos ieol6gicos de Estado", do filésofo comu- sta francés Louis Althusser. Nesses impoctantes.traba- thos, Estado equivale 90 conjunto de todas as atvidades voltadas para a conservagio da exploragio do trabalho; fsa perspectiva tedrica implica considerar 0 Estado 180 como um subgrupe de homens peculiares desempentando, de modo também peculia, uma ceria atividade, e, sim, camo um certo tipo de atividade, acessivel a todas os homens que se propdem a detender o interesse da classe social exploradora (couservagio da relagso de exploragie). gels, recorser exelusivaniente ao elemento © Estado como organizacdo especializada J Emm Marx © Engels, a0 contrério, © Estado mio & Imeramente uma fuogio ou uma dimensio da atividade so- cial total, como parecem nas sugerir Gramsci © Althusser. Para aqusles, © Estado é um “poder especial de repres- 0"; vale dizer, consiste num grupo de homens especiais, — ‘08 quais reservam 9 denominagio junciondrios, E this homens sio especialy no sentido de que so destacades, pptcial ou totalmente, do procesie de produgao, para que Dossant desempenhar ® fungi de amortecer 9 conilito de elawes © frustrar a revolugdo social. Indicamos acima o segundo elemento essencial da conceituagio mariana de Estado: este, mais que uma fungo pura e simples, & o grupo de homens especialmente destacados para desompeahar essa fungio, Essa formi- lagdo € aparentemente simples; todavia, eta 6 ambigua Lendo-a, slguém poderia deduzir que, nus coletvidade cindida ‘em classes socisis antaginieas, alguns homens slo abertamente destacadas do processo Je produsio pare que possam desempenhar 2 Tungio expressa declarada le conter © conllito de classes dentro de eertos limites, fe, desse modo, assegurar a comtinuidade da exploragio do trabalho. ‘Ora, este no 6 0 sentido da earactevizagio que Marx © Engels empreendem do Estado como “poiler especial”. ‘0 corpo de funcionirios no se apretenta ostensivamente A coletividade, cindida em classes sociais antagénicas, como lum grupo de homens especializados na fungi de’ amer- tecer 0 conflito de classes © frustrar a revolugio social Esa € a sa fungio oculra ox larente, que permancee rnormalmente (isto 6, até que igrompa a tevelugio social) encoberta pola sa fongio expressa ou declarada, a de defender uma ceria comunidade timica coatra ot "barbs tes” Curso Antigo), @ de realizar, na Terra, os desig~ nos de Deus (Mando Medieval) ou 2 de satistazer aos interesses do povo-nacie (Mundo Contemporineo). Neste ponto, podemos avalir toda a complexidade do fendmeno designado por Marx e Engels como Estado ‘Ou seja: em cade coletvidade, cindida om classes sociais antagOnieas, vin grupo de homens cleve aparecer dante desta como um coxpo, de funcionsrios especializados no 5 desompenho de ura certa fangao; ¢ tal grupo deve, ao mesmo tempo, se espectalizar de (ato no desempenho de timna outa foncio, que permanece oculta, latente, encor beria. Asim, as toretas administrativas (coletar impostes, constevir esvadss, pontes e ruas) © malitaces (eeprimir 06 comportamentos ue obstaculizem a continuidads do pro- feesso de produeio) deserapenhadas pelo corpo de fur ciondrios se destin, na verdade, a amortecet 0 contlito Contre as classes socials antagbnicas; mas aparecem a esa oleiividade cindide como atividades volladas para a de fosa de ums einia, a realizgio dos desigaios de Devs no mundo dos homens ou a eoneretizasio das aspiragies do povornagio. Essas tarofas administentivas tim um cariter Instrumentals eriam as condigbes materisis minimas (ce cursos em moeda ou em espécie destinados a armar © alimentar 95 tropas; vias de circulagio e de comunicagio indispensiveis & movimentagio militar), sem as quais 130 € possivel o desempenho das tarefas militares Algoém poderi, com toda 1220, perguniar: como possivel que {ais sparencias sejam mantidas? Por que a roletividade — e, mais especificamente, a classe social explorids — nfo desvends a verdadeica fungio das tare- fos adminiswativas e militares? Iste vcore porque, mos coletividedes cindidas em elasses socinis antagGaicas, bat uma repartico de tarefas no seio da classe social explon sadora Explique-se: nem todos os homens que, nessas cole- tividades, controlaat de fate os meios de produgio, © Jirigem portanto @ processo de produgio, se dedicam SimoMtaneamente as sarefas administraivas © militares. n2~ cessirits ao amorecimento do conflito de classes. Fi sempre, em tis coletividades, um subgrupo de homens {que se dedicam totalmente (caso dos burocratas protissio nais) ou parcialmente (caso dos funcionicios nio-pro- 6 fssiensis) « esas trees. Ors, & essa expeializario — parca ois, mas sempre preseate — gue conlere ao ceipo de fencionitios a apeéncia de agevtes a serge ds colstividads, © ovulta 0 seu verdadelto papel de sgentes sevigo do dse social exploradora, O compo de func. ast serve objetvamente ao intrese. peal da else cea! exploredora.(preseragio, da enpleragio. 46 nos bale), embora nao aja, necessaramente, por encononda diets dos membros dese sass Podewse, agora, emtenter a efidcia erpectce do corpo de finciondcos no desempenho. de ume fengaa ec (orerngio do exloragio do trabalho) ie Rio esclasivimente sua, por ser ewnprida quotdianamente [Por todos os membrod a clase tploradora, Dh 4 especiaiavio. nas. tarefan_adminisrtiva. muta’, ‘bem como © distanciamento com regio is taretes do iprecesso de producio. foresem numa. base sbjtia pars © mascaramento das atividades reas do carpo Ge fue nitios. Estes, por setem homens expen, spacesem como Ageies a serugo ds eoletiidade o que difiimenteccurre como tenbros da elasse exploradora que se tntast ¢ dlesimipenhar wma fungio dentro do processe de pro 2 Reprodtsimos acima of elementos-chave do cenceito ‘mamiano de Esiodo: a ergezayto especaizade, 1 fun. ge express, “oficial, de preserva a unidade (coletivi dade), fangio atone de reproduc a cso. (explore lo trabalho ue ans. por ostros). Tal cones & sem divi, exttonamente Simpler; rites cenates Soca, tnclisive, objiom que a infnidade de. avidedes desea” volvides ‘poles Estados coneretos, do Murdo. Antigo ta Mndo Contenpordneo, nao pode set comptinida sob 0 61vio da “tungio de amortecr 0 confte. de. costo A. ests objegio, devemos responder, em primero gt, auc um conctito néo pode ser uma copia exautva Jo qualquer fendmeno; cle consist, o-somente, na enamel ‘¢80, om teimos ciemtticos, dos seus aspectos essencisis, lnvariantes. Em seguado logar, consideramos que 36 6 pleno confiecimento, em toda-a Sua simplicidade, da fungdo invariavelmente conservadora, desempenbiada por esse €or ‘no especial de fiatciondeios, nos permite entender as razios protundas pelas quais o% Estados concrstos vGo-se Jas Gunde — sebretude no Mundo Coniempordneo — # uma infinidade ce svidades ‘Além disso, Marx ¢ Engels sugesiram implicitamente, feo) virias oporturdades, que © conecito de Estado ert eral era um insirumento neesssirio, porém do-suficiente, para a explicagio dos processes do venservagio e trans Formagie dhs sociedades humanss eanerctas, Ao fonga da bistériz da humanidade, a exploregie do trabalho de he- rmices desapossados des meias de produgio por homens {que 06 controlam tem assumide diferentes formas: escri- Visio, despotiemo astitice, feudalism, capitalise, Po- erin o Estado se organizar do mesmo modo e desempe- thar também do mesmo modo a sua fungio geral de amortecer © conflito de classes am diferentes coletividades, dominadas por formas diverses de exploragio do trabalho? Os tipos histéricos de Estado incorreto sustentar que Marx e Engels tenhar dado wm cesposta precisa, profunda ¢ ecatheda a essa {questio, Pode-se entretanto dizer que os dois autores pelo menos absiram o caminho para © tratamento da ‘questio, ao ahudicem, em virias passages das suas obras, 2 tipos diversos de Estado, correspondentes aos diferen- {es tipos de relagio de produgao: Estado antigo, Estado asidtico, Estado feudal, Estado burgués moderno, Com seas alusBes, Marx © Engels sugeriam que, se em todas ts coletividades cindidas em classes socials anrapénicas rn existe uma organizagio especial de apartncia “universae lista", mas de fato voltada port a defers Jo inioone feral dle uma dniea parte Celasse exploradora) da colons finde, © modo de organizigio @ de deicmpono doses fencio eonservadora pode variar, correlatamente A varieta 438 forma de exploragio do trabalto, Estava, esse mote indicuds a necessidade de construir novos concs tox malig Pensivets & anétise das coletividades eoncretse. cinlilay {am lasses sociais: 05 tipos de Estado (escravisi, sevtion feuds), burgués), correspondents aos ties diveng ae Felagio de produgio (esera talista) ia, ashen, feud Pesquisadores marsistas contemporinsos se fancaraut a tarefa sugerida por Marx ¢ Engus. © mais bem-auccats entre, eles € © greco-francés Nicos Poulaatras, que em Powvoir politique et classes sociales (Poder police's clan &S socials — v. “Bibliogratia comentada’) propse, ony soaceito solida © preciso de Estado capitaiss,(burgucs) Além do mais, Poulanteas fornece, indirotamente cry 6 na medida em que se sente obrigido a delincar o enn Kaste entre © Estado capitalita e os demas tipos hive Ficos de Estado —, elementos indispensiveis & consiewsio ge outros conceitos: Estado eseravista, Estado sstitcn. Esado feudal 7 {ii 0 historisdor matsista inglés Perty Anderson se Sonstlui, om Linhagens do Estada absoluiiste (193), a Bisléria dos Estados absolutistas eoneretos, Na medivin on, he concidera 9 Estado absolutisa como uma vartinte do Estado feudal, acaba contribuinds, ainda ue de mole indireto, para a consirugéo do conctite de Estado fowls, Neste pequene tivo, opetames com 0 conceito pou, Jasiviano de Estado capitalista (burgués). Atém doo Fecorrentos ds nogées prétieas de Estado esecavstn, Ente, o asidtico, Estado feudal: fazemo-lo levando em con ‘8 indicagoes tebricas comtidas nos livros mencionados ve 19 Poulaias © Anderton, bo eam notvos tnlhos de Syarecrio nos captuios subyeqUontes de Edy ol e's res seer a vara de thor hits ue ta ne btm fa gue de tase dovonoe toda dl no Forma de Estado e regime politico met pn tne sg Se SE coeur aunes Ga a a tnae deus core le funciondrios, Estes defendem, invariavelmente, as suas tte) se autonomear. O1 scja: 0 Extalo, one, Se Cp st om Sp ee : ic funciondrios desempenha as tort ls oo oven ocr clasies, A classe exploradora pode, ot fo, se fazer ouvir zo processo de implementagio da medidas que compact 4 pattie le Estado, Paea expat tcoricamate ot Post bilidade de variagdo, Mars, Engels eum poueo mais tarde Lenin, usaram a expres formas tie govero. Aqui, alo tamos a expresso formar de. Evtadoyatiieads por Pou Janus, atevés da gual queremos indiese que qvaleuer tipo histrico de Estado (excravist, asistiso, feudal bur. R085) pode organizu-seiniemamente de diferentes modox fa sj, pode abriger, ov nfo, Grgior de reprstenayi Sirea da whsse exploradora, Podose ji cerever, a gare 55 toralato,# Inpartnse qe tert cone de forma de Exato no tetamenio que datcinos, «sep, So tema da democraciz. * 7 Mas 9 tatamento a essa questo sapde, também, x Intcodugio de'umsegendo conctito, Quando’ obsevarion © Eso de uma colstvidade coneeta einsida em chines sociis anloginiess, procuramos: a) vertear se exe af. tivamente desempen, contirmando a hipstese marxiana, 2 fanglo censervadors de presonr a eho. alaves Ge luma agio de amonesimenta, do conflito de clases: b) pucar a qual po histrico de Exiado esse Estado. core roto se fia: ©) earacterina a forme ssstmnida por este Estado. Todavia, nosso clbar jamaly foprase. concent excluivamente sobre 0 Estado (sia fungio, stato hiséico, sua forma);” cle se. sprain nectar arene para'o campo sobre 0 qual incide a pola Ue Estado, Wale dizer a agao dav classes sais antagoneas (explo. radora ¢ explorada), com vistas a preservar ou Sips 2 exploragto do tratho. ssa dssociaggo entre os dois campos 6 fruto de sumo operagio intleteal; na realidad, of mesmos estio tudes. Todavia, en operssio.intlestacl € da, meior importiacia, pos € ela quem revela a existénci de ue fator— 0 Estado — que desoqullibra 0 confito ent a classes sociais antagOnieas, refergando, por meios mate- tisis e ideoldgicas, 9 poderio econdmico da classe explo- rivlors, © nauteatizandg em parte a forca mumésica da slasse explorada {esta & mujoritésia na coletividade cin- ‘ida, enguanio a primeira & minocia) Se obsewvamot este campo complementar e contigs 10 compo esata, num momento erti-o para a eoletividade fr questio — aguilo que Lenin chamava uma sinwaeao revoluciondria —, nossa atengio se concentracd sobre a agie revoluciondvia da classe explorada; tal agio, visando i cessagio da exploragdo do trabalho, implica o-desros- _psito nos_Limites impsstesao, conflifa de classes pelo Taado.. Todaviy a situagio revoluciondria & um estado ex cepeional, © ao corrigueira, das coletividades cindidas fem clastes sociais antagonieas. Quando tal situagio nao fe delinei, impoo-se que o cientista politico volte sua aten- ‘80 para outro tipo de agio de classe, distinto Ja ago Tevolucioniria de elasse explorada: a acio da classe ex plorwdors, com. vistas. @ paicipar, juntamente com os Foncionitios.do Estado, do processo de implemeniacio da, politica de. Estado. Neste caso, 0 cieniisia politico ésté observando 2 relagdo entee o corpo de funcionsrios © os tuembros da classe exploradora na Ambito especitico do ppracssio de definigio/execugio da politics de Estado. A fssa relagio chamamos regime pelitice Essa expresso foi usada num sentido diferente pelo ciemtsta politico francés Maurice Duverger, na obra cl sica Os regimes politicos (v. “Bibliogratio comentada”) Poulantaas, procaranlo fazer de tal expressio um com csito integeado & sua teoria {marxista) do Estado capita- lista, definiu-o como a configuragio da cena politica, cor zelata a forma assumida pelo Estado capitalists, Aqui, ingpiramo-nos em Poulantzas, no sentido de que proci- ramos integrar a aogio de regime politico & teoria marxia- rma do Estado, conferindo-the uma utilidade especitica dentro desse quadro teérieo. Entretanto, nfo podewws dase que aperames com 0 coneeito poulanteiane Jo reri= Ime politico, pais Poulantzns sogore implicitemente ue lal conecito 6 parte exelusivaments integrante da teoris do Estado eapitalista. Ora, nz passagem acima procurans amplior a efiedeia do eoneeito, tomnando-0 complemenise ‘a0 de Estado em geral, e a8 apenas ao de Estado capita~ lis (borgués). Esclarega-se finalmente que, na perspectiva tedciea qui adotsda, forma de Estado © regime politico nko sio Sindrimos, tom sio concsites que se exeluam mutua- mente. Como dissemas antes, ambos sho conceitos ‘complementares, na -megida em que: a) referomse a aspectos tiversos do campo politico global; de um lado, ‘© campo estatal (padrio de organizaeio interna do Es. lado), e de outro, 0 das relagits estabelecidas, no terre no da dofinigio/exccugso da politica de Estade, entre o carpa de funeionirios © a classe exploradora; b) ot dois sipectos, acima nicncionadas, do campo pelitco global io correlavas, passando por variagdes concomitantes. Sublinhemes este Gltimo ponto, pois ele & da maior rolevincia para 0 tratamento que, a seguir, daremos fquestio di democracia, All onde varia a forma de Estado, varia_simoltaneamente © regime ps fora de Estado cortesponde um regime politico, Isto nos peraite designar uma ceria forma de Estado ¢ 0 regime politico que the & correlaio por uma Gniea expressdo, ‘Agort estamos prontes. para iniciar a abordagen proprlamente dita de nosso tenis. Recorreremor 2 mivlti- rilenar e controversa expressio democracta, para desig- zat, ao_mesmo tempo, uma forma de E:tado'e uo regime -palitics’ Ou melhor: demoéracia, de um lado, & um pa~ rio de organizagio interna das atividades stats, esbi vel em qualquer tipo historieo de Estado (escravista, asii- 2 tico, feudal, burgués); de outeo, € um modo ée_relacio= aawicnta, possivel em qualquer tipo histérico de Estado, cutie o come de funcionirios © a classe explora iereng da implementacio da politica de Estado, A democracia como forma do Estado e A democracis, come forma de Estado, implica a pis- senpadealgum sig sentagio dirta_da_casse xpiozadora no selo-da_organizncio, esata ota, mas no fe resume 4 Ist, Para que haja democracia, em qualquer tipo historieo de Estado (eseravista, ssttco, feudal, bur si), Cie omnia, quando exons fntervenfa de flo no proceso de excsucto da ple de odor owe nde Dastaqueo Estadio ‘uma Asseabiein, onde se reiaam_tades_ os membcos ds lagse explosaarao0 0s seus.delegades, para que aja. Glemocraela. Se tal Assembléia mio-for capaz.de.intervi ‘fetvamente no. procesto devséria, e se estiver_asdzida fo desempesio do um pepe decoraive, a fooma assumia elo Estalo.ngo & a democraica- ‘Aci, indcamos © “ninina denominador comm” ue carscttiaa, genercomente, a forma demecrtica de Estado, Agors, estlaregase_que,-sinda entra. dos Limes dessa foune. ce Estado, podem. variae (ate gray de abrangéncin do 67gio.de. cepresentacie.dieta,da_lesse exploradora_qusnto. 0 seu,modo. de intervie ng progesto {er detinigaofexecucse da politica de Estado. A Assem- bila pode conceder-aswata a todos os membins.da classe explaradaia (configarando-se, nesse cas0, 2 exsténcia de tma "derceracia.direta da classe explaradora”) ov_tin arse-. abrigae alguns deleqedos_ou_representanses_do Conjusia-da clase explomadora (a “democracia da classe etploradoa™ sssumindo, esses am-caiee “rete. spuatio. pode ine peependerantnente no inet do proceso de implementagho da plea de Exo (er, 2 formal do. prowsto desto, orrentetsents Stiga Como etapa de "tiagio dale, "legidatva’) ea og Conti intervie coma mesma efesea ha Yove Init a se terminal = "exceutva” = do proces dee picmenagio ca pica de Estado (casos uals Aswone Bein age como um étsto “egblave-cnesulvo", ¢ aso como tm Sepze meramente“epltv) ura forma do Estado, smeticamete oposta & de- moss 8 ta, Ni Eng Leni statin io das" qunrendo com tno aise que ele fas o£ iy igang opresto, cana de apa A Hiccre 9, Nolécin-taail para qacante © contnuidale do os ploragio do. ubalie. Ora, este & tde-onente © sonics Jato da wxpressio deadura. Num senide eto, de soos ara desigar um padi Uo organiagao interna do {ado simetisamente posto Sgusleabrigado soba espe So domocrci a aio-pardipasae Ue qualquer depo de Fepresocaio dicta da ele expleaore ne proses de ements da poten de Estado, Quando ao ocors dese dis i 0 corpo Ge tncesnoe autnomeac oage formainente, oa medida em que mosoplia 6 ore eso dessa pripria ese explradars as nd a impede de desempentaravidads destin 8 urante 6 seh Intresse sulted cons § Stl € wnbén um exine_olico, corrcata & Yorn domocriica de Ende, Ose ea cq om Ey (eseravists, sic, fee ol, Sucgs) assume a-faran duane intencasio efetiva do dtgho de represenecio ic ds Sines sks dora no proceso de implmentasio de polten de’ By = t1do), 6 necessirio que os membros da clase exploradaca possain.exprimir abertamente sua jatencia. de: a) part- Siar, através deum_ 6rgi@ de sepreseniagio diets, Jo peocesso, ds, detinig da politica de Estado; 0) enum. gettp ja éla sprovada ou 130 pelo corpo de funcionivies ow pelo conjunto da classe expioradora — a pottiea de Estado. Tomemos de emprés- timo of teemos difondidos pela eieneia poles neoliberst: avitalidade e a eficicia da Assemblgia no scio do Estado, depende de que os menibros da classe exploradora gozen de Geendades-polticas, como a de expressie_do_pens mnenig, a de reunilo, 2 de debate, a de consifaRao de aides” on “facgbes". A cons gelitiea democrética con- sine, portanto, na vigéncia eetien de tel iberdades pol tieas_para-c.conjato- dos memos. da. las Advirtacse que a vigéncia dessas.liberdades nio evs, nnecessarianente, 4 emergéncia de antagonismos no seio da Gasse exploradora quanto A diego a ser impressa. a politica de Estado, nem & eonseaiiente formagio de "fac- s6es" ou "partidos E possivel que uma eerta plataforma para a politica de Estado conguiste, durante um lapso de tempo, apoio tundaime. Cou. quase) no seio da classe exploradora, Nesse oso, a coua. police. dameexitisa assume uma feigio cos: “uutual_absindo pauceesqise.para.o.pluralismo.(faccio- nal, pagiditia). Com esta assergao, deixamos claro que o tixo de nossa dstnigio de regime politico democratico 0 & & efetividade do “pluraismo partirio” ou da “com petigio enire Forgas eivis", mas o clenco de possibilidades bj.tivas abertas plo Estado, na sua forma democcética, 2 tga0 organizada — divergente ou consensual — dos ‘membros da clase exploradora, com vistas a intervir de Tato no. processo éecisério estatal Procuraunos acima resonstru os eoneeites de demo- ‘racia @ de regime politico, G& modo a poder inegré-los A (eoria ‘marsiana do. Estado. Contulo, esses ‘concetos, {Ris come foram aqui expostos, no se encontran nen feitos de Murs, Engels ou Lenin, Este timo, nen soe XS politicos, sempre sublinhow 1 cardter de’ dase a forma democtitica de Estado (ume classe exploradora"), Wiferentes tipos hist “demccrais para 2 bem como postulo a existncs e eon de democrcle (scrvist fon Get, argues). "Mas nfo chegou a consetuey ios democrtica ds Estdo em gra, tnbort a sews pice, ido, de ones va " exploradars (democracia eseravista, fos, Se pode qvaificar © clenifces tqto os soneios (como & patel cracls de classe. explorations Bor stompin, barges, wen sc ay blero & gis € wont demasracin de case exploradorad) Aléw aac {Genin sastenca que, com-a iranstormagie dy coleavey indida em clasies sociale amtagéniens nuine Coleen? \ clises socials. (Gocaliaic), umntany se © 2, gras de desenvolviments ia Com essa afiemosao, ee esti sugerindo liaplchumarte ae aca tun conceto prévio de forma demoetities de ole oe eral. Nosso procsdimento, age, comity em sage esen ingieagbes pritcas de Leni, isio & procader sake fie dem conecito de forma demoutitee Ue Ena an ers Quanto a expressio regime politico, eta nto tom mator telow om Mars, ages © Lenin id ques om resis fora de govemo e fora de Bwtado st desea, os te autores, 3 eabrir de modo indstas © campy jottco global; na verde, fonos busedts om Pouce (aus, por sua vee, teller etticameme solve ce acl ns cone Je Daverger). Todi, dfrencianonos patient da hele ue — que o Uta abordar togime poco Snewtiebcg =n mat am gh propos toneato de rgims poltco demoerico en gra, om: plomentar ao de Torna demoraticn de, Esso, ios lores se speendrto com a simpisiads, aque lies prreatdexcevo, do noo concelo do demo: fre neo ater or tao nae cscs Oscars democrtc, como vtberdade" iguldade" ‘Negldade™ "consttactonoloade™ ou “ogulfono. de pot dss No etaramos, 8 vita iso, cortendo 0 sto do Boral demoeacia? 2 goin de repos, dovomos icoeser gh 6 pre Trauento que & dado & qua da emoaasa pele war tim sv aprouna daqusle que tbo # dado pla corres Sita beara de Tote Schumpeter = autor ae Captalimetctalimo © domocrsie (w “Bogan co. frentoda") dos seus eguiores ata, Os #aep08 Aor corer, so dtinvem »-damoarasa camn 9 todo ees de-hidngas gosemameains oh) ai siceammtiieteth tnoam se mosign pose tenet conn oepesio democrace. Esse “vealane pol fo rewla s inengio. de confrem 8 expresso dao. tvacio oma efeiin pata na andlie Zor Estados eon ‘cet bem Orn i post ie delgado" eal demoeracs, eit geal Eris quanto 20 nindo de esters "els peties marinas schumpeteranos tm, pocanto a por da sas dfstengt —y ago em com Tos cntamrecuprar 9 expresio’deocreia para fale des Estados coctetosProcram deste ods esquiar elo que os ldesloos (teas, doer tn Tati 6) sper a0 tao do proto na ands Bollea conerets, gor consderarem gue & incomanmurivel 3 istinca enue ‘9 "deal democeden 6 ay eats Coracersict' dos Estados commen odova © fo de que se emprepe, nama perp Siva mamta, 0 temo demoerac gone qua eee forma de Estado e um regime poltico cabo on am GUE ino hist de. Estado, “pertange ele a ee (Exados eeburpases) ot 20 psonte Eater io sigan que se eagotom ‘pata ce meas Powibiidaes do uso de expresiio. Essa cones ieee eres a wepiane, vale der, es propose Be eae Zasfo das sciedades humanas cujlabidede aes aieitada plo seu sléncto quanto t etatgie eee ee Ge ago necessicins, i consecusto dae abjative. Televi rents esta nega legtnidade teres do ene mento inteletunlprospeativo. ao conte, samioee eens tarts ental do estudoso dap socesades heaven ee bropnditicn, apoiandone na kits das tondereee mena @ Joao en conn a pasidade de una aghe eae Sransformadora, ji inspira. pelo pptie poco, marca de detectar tendencies em ears, Pen (©: marcistas procutom cescrtar as stopies ¢ se vise por'um programa police, que & 2 wae Brora fet cea me's ploy al consis aa metamorfose da anise eientiica nome ee forma de agio coletive transtormadors: E Fae lerreio — 9 “Gis “GperagSes “iitelectuais prospeciivas da eaboracio propramition — que or minions iene Sistem 5 expssto Tamera, depols dee eae ne como um inrument, ene outtor na anise en Sa sivas meualiedes de dominapio Ue lass, Faw nen a expressto democrecia,dotada de tm ove seats Ate una iowa funsto, aparece no pensamon ees como slemsito.de_unt programa politica, A democracia como programa A propria teorin marxiana do Estado sé <@ comple: tava trade do-um programa police: o sociista, Para Marx’ Engelt, 2 captelismo endia a scr o devtadeio tipo de coletvidade cingida om classes sociats antagonias. At reason proletarad one Bure deveria resultar na consituigio de um Estado option “socialist, euja trefa.couiral consitria om expropriat © burguetia, socnlizar os meice de produgde e, dese free, abrr_o eamisho para a desapurica das classes ovis antagoaiess, Dat o cariter sul generis deste Estado froleisio: ao mesmo tempo que eonsagcarin a *elevacio U3" proletarinde & concigzo de classe dominante™, ciaria 4s condi de possbiiiade de sun propria desaparicio (om a extinct as clases socials antanicas, 0 Estado ‘rganinagio amaricsedors do eonflito ce classes — ne guar fungio’ a desempentar). Apés a experiéneia evolucionicia da Comuna de Ba; ris (IST1), Mars © Engels, sisomatizando as ligGes mi hisradas pela pritica social, devenvolveram a sua teoria fo Estado © aprofundaram 9 seu programa politico soci list, Desde entdo, sustentaram que 0 proleatiado revo- luslonario dover’ apés 2 vioria poltco-miliar sobre a burguesia, consiuir-om Estado dotado de caractert ora : inédlias ¢ cstabsecer um novo padrio de ralacio “He dominante(ocolaawiado) + Srguntasls esi oipe Ue fanion ice enaa CAShce Gave ser permarentmente conelago plo protein’ stia a cargo dos trbaihadores mai Momaci, suaasto de dexmpeno demo de Te Shamaros Ese tres do Estado sian simpli fhe modo pore 0 seu carder de especies; de mode, tomarstin possiel a rtagdo. de todos os tabi= Thedotes manais por esas tata, abrisels 0 cea ~ tho para ttl deesintagto das its adminsvaon © ils et ot) + Qunito décae mais tide Lenin absrvav, Met, em L'8ta etka Revolution (O Botale ey heacons ~~. “Dibiopraiacomentade’, soe ans fx ee gue © nove Estado proletaria, aim de concretions n ahan drs (Jonge) do price we eee Ne, segundo Worce Engst, apes 187T devseen ee © Estado prolate: conitoleeleivo dos funciondtice sels {cbt many tine a domi verno da maioria”. ~ a ‘ABN perguniame! ecb vv ‘ado da toria mariana do Evade cos oe et Rustt, a Revlugio Chinon e's Rewwhate Caeag om 9 santo de texts mutator reams, xan proletdria, . , renal Todavi, 6 indsponsiel tru, um spec ds dts, ‘atone como se. desdobra noo tabla’ de redaborsel conic 40 programe policy soca, rompenns, pace omc eso us nds eines fizemor do canes ee spo et ‘no mores Esa o Tegme polo, em quilier cleidele sind oe classes socials antagénicas, 7 : 7 | No programa politico socialist, 0 termo democracia nfo mais serve para designar variacdes possivels da orgie sizagio estatal ¢ do regime politica. erganizasio estatal focialistasproletiria ¢ o rogitme politica sociaista-prolerio So invarlantes, iso 6, si democritico-proletérios ou née lo socialisi-proletirios. Asim, democracia serve, aqui, para desigaat propria exxéncia do Estado © do reginys politico secialista-proletdtios ‘Tombém, num sogundo nivel, © problema politico sovialista rompe cont © primeiro uso (marxista) da ox pressio. E que democracia proletdria serve para desis har nio 6 0 Estado sacialista-proletério, mas também a components adawcsratal da dominagio de classe proleti tia, ow seja, a mecessidade de que, no proprio momento fem que se implinta o Estado cocialsta-proletirio, comece fa desestatizagie progressiva das tarefas administrativas nnltares. Nese nivel especitico, democracia signa a esfera no-estaal: a gestao de massa, ppelas “organizagSes de tabalhadores de cada unidade de produgio particular © do conjunto do apsrelho produtivo; © desempenho direto, pela populagio armada, das tarefos ide defesa nacional; # resolugso pré-judiciiria, nos pr6prios Tocais de tabalio (tabrica, fazenda) ou ‘de habitagio (baito, quaneiio), dos cenflites interindividuals ete. Metaforicamente, pode-se dizer que os trabalhadores, manwais, attavés do programa politico socialista, rompem eon so que 08 intelectanis situndos dentro dos Timites ideol5gicos pecullares as classes exploradoras (Arstteles, ha Grécia eseravista, Montesquieu, na Franga feudal-abso- lutisto) sempre fizeram da expresso democracia: “forma de governo”, “forma de Estado”. Esse modo de usar & pparcialmente’retomado pelos ciemistas politicos marxistas, ‘quando se trata de detectar variagGes no seio dos Estados fem altima iastincla a servigo de uma classe exploradore. Nesio sentido, os arxistas so tributsrios dos grandes 2 5 ee ee ee Bensadores pttios do passed, Toda shoe te pr pots ss Biiade“G postr dts, a qual Less ware a boro poicoesatspes, nos dan manasa eves extavasar. A expres denecac fake io ainla do Estado; Jo Estado no ie Ente, vente esplcivey eficies poica ta areimen, revolucioniria de massa, nio devendo: nt @bandonado por razées de ordem estritn Pmetectus by tebrivavntodolopieas na operaglo We tena 4 siguitieado, muito se dest perce sige oe {© ae, ais, se relaciona com persistence dee cicia politica), mio sendo, portanto, nem mes ns por aconsclhado 0 abandono do expresiie: Mis eae woe Sere gue te det me proce Se ieee critica do termo democracia es “iis, et Bo progams pots rocks Elo que veremor no quarto enue bo momento de 2 A democracia no pré-capilalismo A democracia na Histor No primciro eapftulo, definioas a democracta como uma form de Estado e um regime politica cabiveis em quer tipo hisiico de Estado, Além disso, sustento- mos ue a expressio fenatde Ort, ogo suisia on demseraia aenlanse quale jonal de sn nitnsaacbeevigaclas. 2 ssi. o-quikese, Vota a SURES re vac a wismunsio de ums tiranja, Isto, de resto, foi ue ocorreu a0 360 411 8G. Na veedade, 0 nico limite rexpeitado pelo, Estado (éenweritigo) steniense, na S40. agi0, for aghels impos polos ress sean ands ue alleaie por exe Peislagio sobre a3 formas de_ssceavidio, 0. Estado Stcnlense jamaie, propos a iquidagae da escravidio em ‘A.democracia medieval Tmpbe-se, finalmente, a mengio as democracias me~ dievais; vate dizer, a Estados feudais que assumem a for~ mma democrética ¢ fixam as condisdes para a emergéncin de uina esa politica democritica. Bsclarecavse, desde logo, {gue no sio oz grandes Brados monérquicos (Franca, Inglaterea, Seero Impésio Romano-Germinico, Reinos es poahdis etc.) que assomem tl forma ou permitem a for ‘nagiia de tol regime politico. Durante a Idade Médi, 2 domocracia de classe exploradora se implaata nos ver. dadeiros subrExados em que se vo convertendo os cida. des, a partir do momento (séeulos XI-e XII) em que conquisiain a astonamia jurdien-politea diame do Estado ‘monirquico cenal. Tas eldades, agora repidss por ume Carta, 04 Consituigio pedpria, podemese organizer come franéas (isto 6, ditadaras); mas também podem, alter. ‘ivamente, se_organias—como-zanblicasau ronsiatos (sted. deinocracias). Nesta sima.ctegons esto ase. vidas inimeras ckiades iaianas.(Florenga, Veneza, Lica, Bolonba str-), no peviodo que te este do sécilo Xt go XHY, alguns cldades elas do secwio XLV (Beuges, Litze, Gand) «crtas-cidades-do-sul do Pranga,Moisehay ‘udes, Nimes! e.)- E sabido que ais cidades se Sonstituem em sedes de uma durguesia comercial que, em certs casos (Flo- renga, por exemplo), detém o coattete sobre atvidades manufaturiras ou artesanais realizadas. no. pr6prio. lea, outros (Veneza, por exernple), dedicase. dominante: nnente a operasies comerciais emt laega escala, Quand so leva esse fato em conta, surge espontancamente. a. per sania: essa cicades jf do a0 constnvem em (sub) Esa dios propriamome burpuoses ou em germes 0. Estado burguds dentro do Estado feudal (monaiguia cental)? ‘A resposta a essa questio tonde a ser negativa, 2 consideramos que a autonomia juridico-poiticn Ceisas cidades diante to monarea e da Tgrsja mio significa a independéncia toat da economia urbaaa medieval dante a economia agritia feudal. A tela dat relagoes socais feudais sdo se limita apenas a organizar 0 espaco rural, la também invade © recinto das cidades medicvais, Os alesos que af foram se insalar née puderom, 36. por sso fale, climinar as mareas do sou passido Tul © 0 compro de abrigasSes pessouis decorcenies esa ie Sereto.provia ‘no mundo agrério feudal, Sendo antigos amporeses, eles nfo paderan se war intgralmente de Sua contigio juridisorpoliien de servos, a adentrarem © perimetro urbane, Se os comersiantesTograram, pela Indbiiade espacial incrente a0 seu ofcio c.peld seu poderio ecoscmico crevene, spagur todos os vestigios fa Siu antiga condigao seri, o mesma nio ocorreu com Snueles para_quem 4 migragio represent, no. méximo, ovactesa 4 condigao de tratathador a domiciio ou de Soper” dn namutatus preindssta. Mais exalamenie: of eamponeses que abandonaram 4 Sven tural e se converieram em artesSos na Seca urbana, tem como ot seus descendente, eoatinuaram 3. dever a restagio de servigos pessoas ou 0 pagamento de via fenda am senhor feudal, Esst eelaglo ce dependéncia posteal 32 fol rompida quando © enmports, em fuga, Togroo se insiaar vom nicio urban stvodo grande ia do sav fedo de origem (ito & fora do sleance {fo serhor feudal). Allis, & melhores obras histriss Sore") tmanufatura cetotemse A vigéneia, tm pleas. Ea yopa do’ sézulo, XVI, ea priviea de pagemento d= uma Fenda ¢ um senhor feudal, elo emprego so algum dos stos dapendentes,posssie om atividaderrodutvas bbanas- Os comereiates, para dispar de ‘rabalhadores em Sto oe par. nar am om ga Se agar um “aluguel” a0 ethor de quem espeadiam, ou Entto deviam, alternativamente,< trabalho ‘psalariade) se reproduzam invessantomente se @ Estado nnio assumir ss earactersticas que sintetizamos através Go qualificative “burgués", A prestagio de sobretrabatho, elo predator direto, 30 proprietirio dos meios de pro- {lugao 38 pode assumir a forma de um livre contrato centre iguais (contrato de trabalho); portanto, @ mercado fe trabalho £0 pode funcionar quotidianamente se 0 Es- lado atribuir ao homer desapossado a faculdade ue ofe- reeer, “hvremente” (isto 6, eompolida apenas pela neces- sidade de sobrexivéneis, © no por teceeiro), 2 sun fore de trabalho a quem qucita compricla. Caso 0 Estado rmantivesse os homes desapossados na condicio de esera~ vos ott de servos, © contrato de trabalho no poderia se Gifundie, ¢ 0 mereado de trabslho ndo poderia Tuacionar. ‘Mas iss0 no € tude. Ao mesmo tempo que viabiliza, 4 constituigdo do mercado de trabalho, 0 Estado burguds Dbriga cada homem desopossado, jé convertido emt traba inador assalsriado, a se vor como personalidade individuat fa se destacar subjetivamente do grupo a0 qual objetiva- mente pertence ( dos Irabalhadores assalariados, por opo~ sisi 40 dos capitaistas). Desse modo, 0 Batido (rustra a solidariedade que deveria nasser entre hemens igval» mente explorades por am capitalista ¢ fatensamente inter~ “relacionados 90 processo capitalista de trabalho (grande indistria moderna). Finalmente, 0 Estado burguts, por se organizar inter~ amente segundo crtérios formalmente “universalstas”, pode-se apresentar & classe explorada como vria com hidade humana votida & realizagiio dos interesses comuns 2 todos os “individwos", independentemente de sua posigao hho processo social de produgio. Ao fazi-lo, une subjeti- vamente num outro coletiva (0 pove-nacda) os homens 2 Bo 4 destacados subjetivamente do coletve clementar (classe Social) a0 qual objetivamente pertencens Poulantaas, em Powvoir pollique et classes soctate, caracicriza sinteticamente ess modo particular, proprio 30 Estado burguts, de amortecer 0 contlito de ‘lessee & ‘evalugdo soca Para esse vutor 0 Eetade bu asa. carastristias. do seu_dlcea_(aamet ev) da seu ide de-mganaaio ner vista. ifeoligice"e palfice. soe 2 efeia de foslavento (tome lvidualizasio™ dos seus membros): b).o fete de represenasio da unidede (ceuntiasio subjtive deses homens “individuniades” numa comunidad imagna, ria: o pove-nsyio), A democracia como forma do Estado burgués Essa breve exposisio sobre o conccity de Estado bburgués 4 nos permite determinar em que sentido a ve ‘mocracia burguesa representa um salto. qualitative com felagio &s demostacias pré-burguesas, Comecemos anal. sando a democcacia como forma do Estado burguts, So 95 membros de todas as classes. sociis, exploradotas-ou explorarlas, so declarados.idadios no plino civil, 36 zestam, no plano da forma de Bstado ¢ do refimepaliieo, duas shtemnativas: 2) a eidadania.politice-é nepada, sos membros de todas a8 classes sociais (ditadura, burguesa) ¥) a cidadania politica € concedida os memos de todas as classes socisis (democracia burguest), Nao hi lugar, sum Estado borgués, para a eidadania. politica restita, yescrvads 2 clase exploradara. (e, cventuslmente, tam. ‘bém is classes intetinedidrias aiadas). Nao € vidvel, para © Estado burguts, declarar poliicamente cidadios apenas ceo seems me ea seid Fam eee sae aati cyl a Sete de em a Ce tS oe tau seo Se a ae oe esses gerals do protetariado (expropriagio do capital, so- Sioliagio dos meios de produgio, supressio da divisio fentte trabalho intelecuat trabstho manust). Bm sume, -Bovlamecio_pode_abrigar delegados indieados, pelos ~Prpletitios: em qualquer caso, ele € burgiés pelo sei fare cionaimento Abordarsmos a limitagSes politics hnpostas 20 fun- cionamento cesse Pariamento, “aberto” a todas as classes Socisis, quando foros caracterizar a democracia como Kepims polio bueguts, A suspensio provieria de fossa ddomonstragio € conveniente, ji que aquels limitagies sa9 também, direa ow indiretamente, impostas 2 agt0 part aria das clases sects Por ora quetemos sublinkar a simplicidade radicat 6 8 arplivade operational do aossa detingio de denocre. ia burguesa, De um lado, tal detinigao 6 simples, porque sustenta que © Estado burgats impo invariavelmente i tes, detinidos pelos interesses da clase. explocedoca, acto do “érgfo da democracia™ (Pariamento); de outco, eta dlspde de amplitude operacional, por iejehar cortos eritéios “vigorosos” —delendidos sor juris consutes cionalistas, por liberais ete. — que, em nossa perspectina te6riea, s6'poderiam ser usados come base part 0 ewabe, Jecimento de subslasses de democracia Durgucss, A democracia burguesa e a “Teoria dos Wwés poderes” © suis conhecido dentee esses crttios “rigorosos™ & © da “Sepa, indopendéncia cqulltrio entre oo poderes": um Estado seria. democrdtico quaada oy clos mmacdos “trés, oderes”. (Exésitivo, Legislaivo e_adicis- rio) fossem ‘ltvaments separados. uns. dos outta, qurrs dassem permanentemente sua independéncia 6 astern ss sigocoramente equiibradot. Contavamene, um Estado set-in se-undow ws poderestnvagne o tr trio das dm, iguidoneo 9 soe independents dese Sutorando, a sea fovor 9 rlagde ene sles ‘Como os proponenes dese citi detectam a ex Gncia do separagte, Independencia e equilbrio de pode ree? Ea geal, comequn’ pela ceinigno prion da Cemmpetenie de adam dos tes poderer 8) aa. Bader Lig come dite a ukcas de ae sauna an Pader Feeauive compeida-anecuse Se ke (decsbex de canst stcmeti «relents €) Pots: isin compdiia fae shes leghivas (afin de 3 x a pelo. Pariamento.gstariam_ou_niio em coniradieao coma [er Supramaza Canstaiie) quate e proceso de exe Cogio des les (a fin de setticar so esas estar tand Solcndaseoretament) 7A. sbi, ees aoc elabelecem que, e480 a con peticia si dfinida do dau do es pogees exes ‘Ship resretnda plo dena, congas, em tl Eade, tims slwagio de separasto,iagepenencn = equine focces (2. semoetscn) : © iiteio proposo pela “Teoria dos és posers nip podens sr ivorporado & nessa dstinigto de demo- Chun burpucs, mesmo 20 fsiemo= acorpanhae da isi spin 9 sd fa ds rely ven ene pose(esseparadon independents conta 2 Seo moe ace nox tds argine en I desequiig ae pode a mplenestgao dea pots stl fava ot ners do capi, Agios Sows insite pla tea pica marta —~ cto 80 Sentsta polis igiesRelphMilbane, em O Beado ma SGetadade spine (1969) — realizar es iearpore Gfx contentandowe om ap wi anal neplve (entra o'proltaiado"), em subwilggo a0 sia postivo (3 favor de todos os cidadtos") tragado pelos liberia, & separa, independéncia equilina dee redone ssi incorporaio erica, neinnte uma mers troca ae sina (de postive pata negative) ds "Teone to eae poder” nos parece inconvenient, por divseas eee ira dele ests em que essa ieova price, oe sade “nodemo”, a iisio nite ¢ gue deveninn “podeies”. Ore, a nosso wer, vistingto! Naina 430" esabseil, no mise do aperslno Ge Evade tan Gs, € 9 ditingdo ene bursary (arupa sae oe eee ‘ Chine teins en 189) Retlaca Gob Sraviia outa) ev damoorans bese de conclusi lever ae 2 nna de 1959 — nfo fevacum, qualsquer que tenham sido as intengbes doe dicigentes revolucionsrios, 2 formagio “Tendo sido der ‘roladas importantes experiéncias politicas — como a do ‘contole operirio, na Russia de 1917-18 ¢ a das comic tis, ma China do 1958-76 —, © tendo 0 “modelo de Socislismo'” que estigmatizava tals experiéncias (isto 6, 0 Imodslo dito "russa") se espraindo por outras coletividae des pos-revolucionirias (Cuba, Vietnd etc.), sob as apa- reéncias do "socialismo real” se encontra, por coda parte, lnia nova forma de capitalisoso: 0 capitalisme de Estado. Nesta variante do modo de produgie capitalists — iro- hicamente vabilizada pela eclosio de revelucées popula- fe 6 odiusoeracia de Estado, no seu conjunto, quem etd _o-contrale. (GE Helos de producio ¢ do produto final, por_sex_o gmp. souial gus Tiige ta aides de presto consieradas indvgealmente ti wes do sistenta de dizegio unipesseal) quanto o conjumo éa_-cconnmis-nacionsl(auavis éa_acio planifieadara — isto &, & elaboragio dos eélebses planos qiingtenais — Jmplementada pelos sinistérios). Ao ienpedir que os pro- utores diretes conttolem de fato os mcios de. produgio f ditijam 0 processo social de produsio, essa burocrac fstatal explora o trabalhadores manuais, SoD as apa cias de uma “bureeracia®, esconde-se portanto uma nova specie de bucgussiat a Durguesia de Estado, Para man- terse como classe dominaate, esta conta com importantes tiunfos poltives: « tradigio reveluetondria (da qual apa- rece, por obra da agie ideoldgica e politica do partido, comio a principal legatévia), a eliminagio da inseguranca {pripria do capitalismo privado) dos trobalhadores: max pruais quanto ao emprego © a velhice te. ‘© verdadsiro socialismo no se identifica, portante, com 0 capitstisme de Estado (cuja expressio ideolégica dominante tem sido a proposigio de um “socialismo de Estado") Rl conse aa csva ‘resicio «to: produto No. erdascio sodatomos aque getem ead unidade to ancopriagdo dos mos pele. préprio_pradulor “diveto 30 oe tabaliodaces tay q Produgio eo conju di ceo. foenia nacional, através, de eomites que organiza ars Yidades prodtutvas pasticuates se ariculam paras cic Upraeto de wa plano econdmico lata. Agulran ints Me ltsso ennenoal de enue ining 9 gh ©: modo ditetas cretizado historsamente 2 *soclatmo seal” fobre ah posse 2Ssim_ orga (que tora a canctesiaagho desias colavidnces cone ta Malistas de Exado) nio coloque cbstécules se ane Seeuamente poce sofser, do mesmo medo que o Estado rgunta: coma e por que é ressI0 democracia 20. progtsme © Estado socialista Para. gue 0 sociation tt fuma coletividade, & indispensivel que : ow ,€ ndspomsve! ia cane ae Bathadres manus (ota, nie ee, armio) eer, © poder otico Unpostan essa teeses gor ts domes case suis Kende note atime) por dun vay sins, De unatg Ihadores mantis deems oecer © poser de Evade opromente dito. Para tant tim de oreanizar Um hove. Enado (socialista), sualtatvamente disinto do Estado burgués. © Estado soitisa proltco teed algo ten cootum. com © Estado urgutt (e lame com 03 Esindos isioreamente antares): le ainda consid hum corpo de fuscionssion agindo favor dos intresas fomis de, uma. dsteminads. classe aoc.” AQ. mesto tempo, tal Euado se siferenio’ do Estado barges pelo {ato de! a) implicar a hguidagio a dilate do. vabeiho ho ceo do-ayarctho de Estado; b) nio Mais se orgovizar Segundo 08 pincipie 80 burecrarima (© programa poco sociafista implica, portato, a rosie vera adogio de um novo Modelo Ue Esta, sem O° qui o canier socialise de ume eoletidade. qualquer ao possra de mera feglo. Em pmo lugar, esse ado eve rear de in Posen imo — sido pela clase dos tiabalhacores manuals — de “taste itveraa do apaelbo steal bogus. Tal process Tiquida a cipecatzagac Hater e 3 compartimenalizagio hor ont doe alvidades estatals que se expritem eon Srctmente no Estado urgués staves a proifea- go de ramos 0b sbaparelhor (aitistios, admisagto Siu pola, exéesto, judi ete). 0 Estado sosia Ca dove, portant, reaprpor os aubspatelhos, xpeclall Zudos ¢ compartimentadon, leeadot pelo Estado bUrgues, pois es concentrate (iquidagSo da visto do trabalho fo ssio do Estado) visbilzard 0 exerci do poder de Enaio pelos trabalnadores manons. 180 signiien que of ceqios de Estado (ova, provincia, e2neas), espa Thados polo espago terol, doverao.posulr mlitas comettacias (gestio econdmica, orgaizogao. da. deesa raconal, polclamesto. quaidiano, agBo judeldta te.) Concontisndorie © proses dessa est, torarsc Sidvet 0 exerctcio do controle, pelos tbathadores ma- 1” " Ent segundo lugar, 0 Estado ke ‘sessos formalizados de aferigio da competdy ividuat tado, substituido por uma nova Prilica: so o: reptios trabathadores manuais que indicam os fur iondrion se. Ssupostamente mais competer sitadives sepostamente nals, competent, ‘mas aor tabaltodores ‘aust ae ot inaiam Tas fini ie eas eotign scampi instragder eaten). qu ea 9 ado’ gular eomeno (ous eo ee fo do Dispos manos laden nua ‘A wor burcaca setae ee ae mente controlade pela classe dos ttabuihadores monte As organizagses de massa 6 desestatizagao ; 4 ho de Estado propriamente dito. Tais organiza =, ctujas membros 10 so funcionsrios Indicados pe- {os trabalhadores manuais e, sim, os proprios tabalha- lores manvais, enquanto predutores e€ moradores, devemt bocanhar um'aGmcro sempre crescente de taretes admi nisteetivas © militaes, Desse modo, estaro deflagrando f ditiginde 0 processo de desestatizagio progressiva da oletividade, isto &, estardo tomando iniiativas conereras ‘cont vistas 4 provocar a extingio gradual (ou 0 depere- tcimono) eo Estado. Tal processo nada tem de auromd fico (como nos sugerem ‘certas formulagGes de Marx, Engels © Lenin), nem pode depender da intciaiva da burccracia socialists. Sobre este uhimo ponto, de testo, vem pairar ilusBes: os funcionstios de tm Estado ia ainda que indieados pelos trabalhadores mo~ rnuuis, ¢ por eles controlados, tendero sempre, instinti- ameite ou ao, 9 agit em favor da transtormagio das Stas vantagens, provis6rias ¢ relativas, em privitégios bux Esa relogio de somazero (onde tudo que é per- ido por um dos terme da relagio se transforma num fganko. para © outro termo} entre poder de Estaio © po- tier politico exereido pela via nio-esiatal mio & apenos tum dentre virios modos possivels de se organizar o po- er poltico protetirio; na verdade, essa é a tniea mo: heirt, Caso nao se estabelega essa relagio complexa ‘entre @ aparellio buroeritico subsistente © as organiza: hes de base das massas trabathadoras manuals, a esta- fizagio ou a coletivizagio des meias de produgiio se con verterdo em instrumentos de implantagéo nfo do sacis- lismo ©, sim, de uma nova forma de exploragio do trabalho, Ou soja: os funclonirios estatais passaréo a deter 0 controle efetive dos meios de produgio estatiza~ dos ow coletivizados, comvertendo-se_assim muma nova ‘lasse exploradora: a burguesia de Estado. Saliente-se, api te puréniees, que eta no sera prinwira classe do inant ds, Hsia @ se apear na propriedade ext doses de pioduci part explorae © tale Je oat stor dicts; anim tambem puted 0 gre doy far tios e Secedotes no modo de. produne “wile Alguics poder sempre objear que ese clemento vo Programa pollin secisists "2 deesisfangle eee $5 ji soltides a parte de propia ipaneeee do i. , por exemplo, 0 que sistenany of opece ay ee Sspundo a qual 2 “complesidade das tockieies aoe, is goers: ie sateen craven to Eaalo cendmicosocial e uma uantidade escent feswionsros espeizadcy, dade de coneinene ioe Since bia, Aten pt, Teen te capes es 3 escolas primérias curopéias). Assim, os computadores, to invés de delerminar uma inevitével expansio do apa felho buroceitico estat, podem-te converter em instru~ Imentos dgeis de gestio nas maos de fancionstios politi- uments eontrolados e de trabalhadores manuais organi- ‘zados em comités de empresa ou de balrro, Em suma: a informatica no é um obistéculo & desestatizag30 das co- Tetividades socialistas que incorporarem os seus frutos} 20 ‘conttitio, ela pode facilitar a progressiva reabsorgio das forefas admiaistrativas e mllitaes, dias “estatais", por ‘esas coletividades, © carter democratico do socialismo 0 poder politica proletirio, exercido simultancs- smo por duos an as Ce do. Estado-e nas oes hizagdes do.base}, que denomivamos, equ, democrucie Socialis. Como ji haviamos afirmado no primeira apr lo, 0 ioddsinnas a expressio democraia no 9fo rama poltico socialist, rompemos parcicimente com um ‘outro modo de usicla, presente neste mesmo texto. No, Socialismo, democracia. no. £ .uma_das. formas possiveis > Evigdo°e, sim, a propria tsséncia do Estado apsialists proletario, ‘Tal expressio indies, aqui, o controle efctivo {8a burociacia estatal pelos crabalhadores manvais. Mas © temo democracia cobte também, no socialism, 2 cura dimensio 0 poder poliisn dos tabalnadares 22 nals; vale dizer, © exereico desse poder poliica-peli vit o-estetel (organizagbes—e-base) 7 Nesst. perspectiva, mio se pode war a expresso democracia para designar um dos regimes politicos pos Siveis no secialsmo; © regime politico no sosialismo so pode ser-democritice, E demecracia socialist significa Aqui, a liberdade poliiea geral goaada por todas as cor rentes politieas ‘entre as quais podem existir importan- tes divergéncias taticas) que defender o socialismo.se- gundo a otiea_ dos trabalhadores_manuals_(socializayio ‘dos meios de produgo. malt supressio da ivisia site, trabalho intelectual e trabalho manual mais extingio_pe0~ pressiva do Estado socialista). Finalmente, ressurge 2 pezgunta com que concluia- rns © primeira capitulo deste livro: na expresso demo- craciar proletdria, o& democracia socialista, 0 que se cot Sciva. dos sigoiitados historicamente anteriores do termo? Existe algo de comum, na. dtica marxisia, entre as de- mmocracias pré-burguesas, 2 democracia borguesa © a de~ mocracia proletiia (socialista), a ponto de recorrermos, fm todos = casos, ) mesma express3o: demecracia? Nossa resposta nos remete de volta a0 mais tradi ional indicador — presente [4 entre os filésofos gregos "Gs exisiencia de um "governe do povo": que este Seja, de fato, sm “governo da maiosia”. Ora, assim como a5 democracias de classe exploradora foram, todas, “governos de male ia tendo, no caso, 0 conjunto dessa classe, presente diretamente no Estado ou al representada por delegados), também a democracia s0- Cialista se comsttul em "governo éa maicria” ‘Mas de que “naicria” estamos falando nesse dltimo caso? A nosso ver, democracia socialista nio equivate 30 poverno da maicria da coletividade, tal qual esta se apce- Senta imediatamente apés a dissolugdo do aparelho de Es- tado burgués, A transformagio estritamente socialista nao como querer: certes correntes marxistas, 2 “revolugao da maioria soviet” ou a “revolugio social de todas 0s tra~ Dathadores". A socializagio dos meios de produgdo con- vim objetivamente 20s trabalhadores manvsis nio-pro- prictarios, como © proletariade fabrit ou 0 proletarindo tos servigos, mas aie cortespoade sos interesses objetivos (ais quais eles sio legados pefo capitalismo & coletivida- de. pos-revolucioniria) dos trabalhadores manus, que ‘io, ao mesmo tempo, pequenos proprietsrios (como 0 ‘campesinato médio) o& podem vir a s0-lo (como © pro- lelariado rural, que pode aspirar, difereatemente do pro- Tetariado ds grande indisieia moderna, 2 repartigio do moio de produgio — a terra — @ A conquisia da com digi de pequeno proprietério), Jé a reorganizagio so- Cialista do aparelho de Estado se choca com as aspira- ‘goes dos antigos funeionérios estatais (irabalhadores as Solariados nio-manuais), pols estes querem preservar, quando nio ampllar, of peivilégios buroeriticos. Eo Staque a divisio entre trabalho manual © trabalho inte- Tecttal fere os interesses objetivos da. classe mégia (tra- baladores née-manuais), que tender a lutar para que 2 Nespecializagio” ew “hierarquizagio de dons © méri- tos" se manieaham sob 0 “socialism”. Portanto, # transformagdo socialisia € a tevolugio ‘ds ina minoria (trabalhadores manuais puros e simples) f, nao, de wma matoria (odor 0s trabathadores, indis- fintamente), E 0 poder politico proietirio, exercido por siupta via, é um "governe da maleria” apenes a0 sentido de que € © conjnito da sova classe dominante (irabatha- ‘Gores manuais) que © exerce. Por isso, € impensivel, no pouo de partida de ume coletividade socialisia, um plu Zalismo politico ilimitado que no traga o riseo de uma Festauragao do eaptatismo privade eu éa implantagio de lum expitalismo de Estado. © pluralismo politico, na de= meeracia socialista, abrange exclusivamente a5 correntes (comporificada: ea diferentes partidas ou em tendéncios diversas dentro de um mesmo partide) comprometidas fcom 0 modo radical, préprio a9s trabalhadores manusis puros e simples, de conceber 0 sociatismo (para simpli- fica, dirfamos: um socalismo proletario, © nfo 0 s0- Galismo pequeno-burgeis, © socialismo de Estado ou mesmo, 0 radicalismo egrétio) ‘que’ estes se contentem em’ desempenhat um papel sie bulterno e estejam alijados de qualquer mecanismo, pri- tico cu formalize, de “alternineta entee partidos. Todavia, a relagio entre matoria e minoria, no som iatismo, ado é to simples assim. A minoria que af go- verna (6 conjunto dos trabathadores manuais puros e sim piles) se choca, iniciaimente, io 56 com a antiga bur ‘guesia como também com as demais classes trabalhadoras (campesinato médio © pobre, proletariads reral, ange Durocracia estatl, classe média); por isso assume 0 cae iter de uma nove classe dominante. Mas fi-lo na. os poranga de liquidar, em médio prazo, todas essas dile- fengas de classe e de obter a adesie final das antigos membros das denials classes sociais, i transtormades em setes multidimensionais (produtores, intelectuais, polti- 05), 0s resultados da politica socialista prolettia, As sim, a minovia presente (trabalhadores manuals) age, no socialismo, cm nome da maioria furura (0 homem raul mensional da coletividade sem classes sociais, sem di- entre trabalho manual e trabalho intelectual, e sem Estado), Caso a politica socialists _proletiria love efetivae mente, no futuro, i emergéncio de tal coletividade, a ex pressio democracia tenders, talvez, a softer mais uma metamorfose. Isto é: ela no mais sorviré para. designar ess@ncia do Estado (socialista proletirio) e o regime po- Iitico socialist, pois estes terdo deixado de existir. Neste ovo contexto, pés-estatal, ela se reduziré 2 sua signiti- ceagdio elerentar: a “‘regra'da maioria”, ‘Tal regra perma tiri a. resolugdo dos inevitévels conflitas que os homens rmultidimensionais, Hiberados de sua condigio de seces de asse, tavario em tomo de questées como: qual 6 0 ws tipo de desenvolvimento que convém a eoletividade? A cescassez de bens © servigas deve ser encarada em termos fabsolutos ou relatives? Tal escassez, qualquer que seja sus forma, jf foi vencida? Nessa coletividade foiura, a frmula proposta por Rousseau, em O contrato social — a opasigao entre inte- resse geal e interotse particular —, encontrs affnal um te feno adequado. Liquidadas as classes socials antag6nica fo conflto de interpsses entre clas deixa de sor a fonte prin- ipal de antagonismes na coleividade, © a oposigio entre fs aspicagoes da coleividade (aferidas segundo a “regra da imaioria") © as aspiragdes individuals (expressDes da sin fularidade de eada ser humane) perde o seu caréter for- nal, convertendo-se tio motor da vida social 5 Vocabulario critico Burocraismo: modo particular de organizagio do apare- the de Estado, fandodo em duas graades rogrss: a) © Fecrutamento de funcionéeios estatais” € formalmente aberto a todas as clesses sociais; b) 0 recrutamento © a promesdo de funcionérios estatais seguem, formal © aparentements, o exiério da competéncia individual, cristalizando-se, dessa forma, uma hierarquia burocré- fica de competéacias. © buroeratismo & elemento de efinicao do Estado burpnss, contcibuinds para distio- ‘guilo dos Estados historicamente anteriores. Cidadania: contigio de sujeito individual de direitos © Geveres atribuida a alguém pelo Estado. Os direitos do cidadio podom ser civis — como a liberdade pessoal, a Hiberdade de trabalho ou a liberdade de exprimir 0) seu pensumento — ou polices — como 0 dieito de volar ou o de se candidatar a cargos eleivos. O Es tado burgués, qualquer quo seja a sua forma (domo- critica ou dliatorial), converte todas os homens, inde- Pendentemenie de sia posigio no processo social de pProdugio, em cidadaos no plano civil; mas s6 o Estado 2 democritica-burguts concede a todos 08 homens a ¢) ddacania propriamente politica Classe social: posigha ocupada por uma série de homens, rho processo de produgio, relativamente aos meios de produgio (controle, nio-controle). As classes. so- ais furdamentai, numa coletividade, sie aqueles que focupam estas posigdes antagénicas, mos esse sistema invarionte de posigdes antagGnicas abriga, istoriea- mente, diferentes classes socials proprietiias dos meics de produgdo ® diferentes classes cociais produtoras die retas desapossadas, jé que as forgas da produgio (tec- hnologia, nivel de aprendizado, grau de divisio do tra- batho) ‘concretamente se transforms. Democracia: uma daz formas que pode assomir qualquer Estado a servigo de am2 classe social exploradora, bem camo urn dos regimes politicos que podem se oF fanizer sob tal Esiado, Mas, como elemtento do pro- rama politico socialists, democracia passe a designar 2 essincia do Estado socialista, o regime politico socia- lists © 0 exereicio, pela via ndorestatal, do poder poli de uma elasse social néo-expleradore Democracia burguesa: forma de Estado em qa. classe social exploradora (capitalistas) logra, por predominae invariavelmente no Parlamesto, formalmente abecto a todas as classes sociais, repartir com a burocracia. de Estado a capacidade de definir © implementar a polt- tia de Estado. Também ¢, correlatamente, 0 regime politico no qual a competicéo partidéria com vistas & Eonquista do controle do Parlamento existe, mas ¢ do- mminada invasiavelmente pelos partidos politicos objet- vemente comprometidos com a conservagio do expita- lisme. Denocracias pré-burgueses: formas de Estado em que 0 Parlamento existe, mas jf esti formalmente reservado ge ET 8 classe exploradora 6, cveaisimente, cases inter trediis alae, bom como formatmenteineriads Sclase eaploraca fundamental Tambor © cole tementeso eg polléey no qual acne apna tu iene da fcdads ee nganiar com ists 2 indus seus representantes polices no Selo do Es tado. * 7 Democraca pole: Exado em que a burocrasia€ 6 retameste conto pla elated trabalhadores me rani. Regine polico no qual 30 ce asi, fender ae ou corrents comprometios ‘como sosel3in0 Protetrio (Sonszgip dor meios de pods, die Sclugao to. apasino baroeratien Socpuésesupressio Ga" Givicio ore tabatio inlet ball. me, in) podem eenguitr posgies no spare de Be tado eis orginiaages de bas Reabeorsdo Ge una parcels crescents de tase administatias © mates or orginzagoer de base dos tabalnadores manuals, bees pny cor de prodap 0 o Estado: otpanizagio especializada no desempenho da fun- ‘s20 de atenuar 0 conflito entze as classes sociais aata- ginicas ¢ de estbilizar, por esse modo, uma coletivi- ade ciadida por tal antagonismo. Estado burguds: tipo particular do Estado que converte todos os homens, independenteneate de sua posicio #2 precesso de produgio, em sujetos individuals de di Heitlos e deveres (cidadania, no plano civil), ¢ que se organiza internamente segundo os prineipios do bu- Estados pré-burgueses: Estados Historieamente anteriores no Estado burguis. Negam aos membros da classe x- plocada fundazental a eidadania, tanto no plano civil como no politico, ¢ nde se organizam interaamente §2- gunclo os principios do buroeratsmo, Psado sociatista: tipo particular de Estado, 110 qual a bburoeracia ¢ disetamente controlada pelas massas trax albadoras manuais, repactindo 2 capacidade governa- tiva real (gestio econdmica, justia, defesa nacional, Policiamento etc.) com organizagSes de base, nio-estar fais, dos produrores diretos Forma de Estato: modo polo qual se relacionar, 20 nivel di definigao © implementagie da politica de’ Es- ado, as diferentes partes (ramos, subaparelhos) do aparetho do Estado. Hegemonia (de fragio): capacidade de uma dos fragoes ila classe domininte fazer predominar os seus interes ses peculiares no terreno do provesso decisbrio estat Poder de Estado: capacidade de uma dentse duas classes Sotisis antagénieas obter, do aparelbo de Estado, ama politica que garanta os Seus imteresses gerais, em de- trimenta dos interesses da outa Poder politico: capacidade genética de wma dentee duas ‘lasses socials antagénicas impor os seus abjetivos po liticos (satsfagio dos seus interesses de classe), pela via estatal ou extra-cstatal, 2 outta classe social, O poder de Estado é espécie do género poder politics. Regime politico: conjunta das condicdes sob as quai ‘num tipo particular de Estado e dentro dos limites es tabelecides pela forma de que este se reveste, se desen- Volve a aco (pattdiria, faccional) da classe domi vante, com vistst a partieipar, juntamente com os funciondcios estatais, do process de. implementagio ‘da politiea de Estado, Bibliografia comentada Apresentamos absixo uma pequena lista de textos foram decisivos para o nose trabalho de elaborapio onceitual, Inspiramo-nos genericamente na teoria mar xiana do Estado © no seguimos um inico texto ou um Sinico autor. Na verdade, pracedemos por extragdo, apco- veitando aspectos parciais de iniimeras andlises, inspiredas (01 néio na teoriz politica marxsta, Battwar, Etienne. Cing études du matérilisme histor! que. Paris, Frangois Maspero, 1974 No eapitwio I ("La rectification du Manifeste Com- munist2""), esse fl6sofo marxista francés qualifies 0 Poder poiftico proletsrio como poder de Estado dec nance (lendéacla A extingso pradval do Estado) © somo poder crescentemente exercido através de orga- izagoes dos produtores. ditetos. Bouwio, Norberto. O futuro da democracta, wma defesa as resras do jogo. Sio Paulo, Paz © Ferra, 1986. Deserigio avangads, de um ponto de vista liberal, da forma democritiea de Estado no capitalisme do séewo XXX. AS premissas tedricas desse trabalho — isto 6, a teoria do Estado esposada pelo autor — no se exe plictams inteiramente DuveRcon, Maurice. Os regimes politicos. 2. eth Si Paulo, Difusio Europeia do Livro, 1966. (Col. Saber tual.) Esse representante da corvente de ciéncia politica dita “instituclonalists” apeesente, aqui, smutiplos crtézios de clacsticagdo dos regimes politicos, sem, no entanto, propor uma definigao geral de regime politico que uni- Fique salisatoniamente esses. criérios, De qualquer modo, a consulta a esta obra é cbrigatéria para os que se interessarem em aprofundar 0 estudo do tema democracia, ‘LEY, Moses. Démocraile antique et démocratie mo- lorne. Pats, Payot, s.c. [Esse especialista norte-americano da antiguidade greco- romana salion, aqui, 38 difereagas entre ¢ democra- cia _ateniense (dizets, iimitada, participative) © a de~ mocracia norte-omericana atual (cepresentativa, cons~ Uitucional, desmobilizadora) Korte, Leo. Concribucidn a la historia de la sociedad buergueta, Buenos Aises, Amorrortu, 1974 No capitulo "Democracia y oligarquia en Ta civdad de Ja Baja Edad Media", esse pesquisador de lingua ger rminiea, infludnciado pela teosia morxisia da Histéria, ccaracteriga & ratureza de classe das democracias wvba~ nas medievais, Leni, V. L'Gt er la Revolution. Paris/Moscow, Ed, Sociales/Ed. du Progris, 1969, ‘Ao longo dessa brochura eserita as vésperss da Ree Volugio de 1917, esse militante bolchevique russo pro- cura estabelecer Tinha de demarcagio entse o Estado burguds e 0 Estado proletério, bem como entre 2 de- ricericia burguesa e a democracia proletéca, —— =. La democracia soctalista soviétiea, Mose, Pro- gres0, $d. essa’ coletanea faz parte a eonierencia “Acerca del Estado” (1919), om gue o autor difewncla as formas de governo possiveis nos limites de cada tipo histérieo de Estado 2 servige da elasse exploradora Linser, Seymour Mactia, 4 sociedade americana, Rio de Jaweito, Zahar, 1966. Na parte TID ("A democfacia numa perspective compa ativa’”) esse adepto do aliismo accliberal compara ot iferentes Estados demoeréticos ocidentais Cdemosro- cias anglo-saxis", “democracias latinas"), sustentando ‘ane 0 bipartidadismo, © uma certa apatia politica do Povo, criam as condigaes mais favoriveis a0 bom fom Gonamento da democracia. Mustiie, Michel ot al, La justice on Chine; des cents ‘leurs aux cents codes, Paris, Maspero, 1979. ‘Odea de um coletive ‘de juristas francsses sobre o di- reito ¢ 0 Estado na China pés-revoluciondria (1949- S78). Contém uma anilise detalhada das avangos ¢ re ‘e005 registrados no processo de desestatizagio da jus- tiga, das atividades administeatives, do policiamento ete. Mossé, Claude, Atenas: @ histéria de ume democracia ‘ied, Brasilia, Ed. da Universidade de Brasilia, 1982. Ad edigio & de 197) Nesse texto, a bistorindora laga dividas sobre 0 cari- ter direto da, democrada ateniense, sugerindo implii- tamente que esta se eacontea, dada a importincia pole lie pritien de certos Srgios “exccutivas” (pequeno, Conselho, estralegos), mais préxima das democracias representativas, modernas. PouLANTzss, Nicos. Pouvoir polltique et classes sociales. Paris, Maspero, 1968 Liveo pioneiro, onde esse marxists greco-frameds tanga as bases para uma teoria dos tipos de Estado, corres: ee pondontes ap elferenes relagoes de produgio, © 9m Seeds modo imprest, a democrcia SS Sstato eapalista© como us dos 1 ‘Sc oltcos ponies 208 0 Estos cap sclunieven, Toph A. Copltalamo, socialism ¢ demo- win Rig de Joneno, Fundo de Coors, 1961. Se Be cotati © Semocract”), 6 econo Ne PN islogo austaco Tanga o> fuedamenton da ‘aa Gao alin colbert de emocracin, 20 €33== GRESPAP Greoreencaetetorat ent partdos como teria Agee sloglo do Tderangs poe as ative: foment de com governomoutsis Gato & como um ind Ss ovessamentis). pposigio das

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