You are on page 1of 8

Directora:

Outubro/Novembro 2019
ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95
P r a ç a1645-443X
ISSN: D . Afonso- V , n º 8 6 , Legal:
Depósito 4 1 5 0 - 086929/95
24 P o r t o - P O R TU G A L Ano L- nº 399
Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL
BARTOLOMEU: UM HUMILDE FRADE
QUE SE TORNOU UM SANTO ARCEBISPO
Igreja e a renovação da vida cristã” de D. Frei
Bartolomeu dos Mártires, fê-lo tornar-se um
dos mais “férvidos e conceituados padres do
LAICADO DOMINICANO
Concílio de Trento, o mais importante acon-
tecimento eclesial quinhentista”.
“Compreendemos a grande atualidade da
sua mensagem, especialmente no âmbito dou-
trinal e pastoral, como homem de oração,
grande evangelizador e bispo totalmente dedi-
Foi no passado dia 10 de novembro que, cado às pessoas a ele confiadas”, afirmou o
na presença de inúmeros irmãos e irmãs do- cardeal Becciu.
minicanos, provenientes dos vários pontos do Bartolomeu Fernandes nasceu em Lisboa
país, inclusive com a presença de Sua Exce- a 3 de maio de 1514. Entrou na Ordem dos
lência o Sr. Presidente da República e demais Pregadores em 1528 e foi arcebispo de Braga
autoridades civis e religiosas das dioceses por numa ocasião em que a arquidiocese incluía
onde o nosso Santo Arcebispo passou, assisti- os territórios das dioceses de Braga, Bragança,
mos à confirmação da santidade de D. Frei Vila Real e Viana do Castelo.
Bartolomeu dos Mártires, heroico pastor da Para o atual arcebispo de Braga, D. Jorge
santa Igreja e defensor dos mais elevados va- Ortiga, a canonização do seu antecessor é um
lores humanos e cristãos. convite ao trabalho no presente e no futuro e
Foi celebrada na Sé de Braga uma Missa não pode ser vista como “acontecimento do
de Ação de Graças por esta passado”.
«canonização equipolente» que reconhece a
«relevância eclesial da santidade» deste frade
pregador que, em meados do conturbado sé-
culo XVI, se tornou títular de uma das mais
importantes mitras do reino de Portugal: a
arquidiocese de Braga! A celebração foi presi-
dida pelo prefeito da Congregação para as
Causas dos Santos, vindo do Vaticano, e con-
tou com a presença do Mestre Geral da Or-
dem dos Pregadores, Frei Gerard Timoner,
OP. “A graça da declaração da sua santidade
“A expansão do seu culto para além dos confins nunca poderá ser interpretada como aconteci-
da arquidiocese de Braga e a relevância eclesial da mento passado sem incidência no quotidiano
sua santidade e da incidência do seu ensinamento das pessoas e das dioceses”, disse D. Jorge.
sobre a prática cristã e sobre a evangelização, leva- O Senhor Presidente da República re-
ram o Santo Padre Francisco a incluí-lo definitiva- cordou a personalidade profética e absolu-
mente no elenco dos santos”, afirmou o Cardeal tamente genial do novo santo, afirmando
Angelo Becciu na homilia da Missa. que “Ele viu, a uma distância de 500 anos,
Os “motivos de conveniência pastoral para muito daquilo que é a mensagem da Igreja de
esta canonização” do nosso santo dominica- hoje e também de todos os responsáveis políti-
no, dizem respeito à “profundidade da sua cos de hoje: prioridade aos pobres, marginali-
cultura teológica e do seu ensinamento como zados, sofredores e de todos aqueles que vivem
doutor e exemplar mestre da Ordem dos Pre- em piores condições”.
gadores”. O “forte empenho pela reforma da Mário Rocha
Fonte: Ecclesia
Laicado Dominicano Outubro/Novembro 2019

ENTREVISTA AO MESTRE GERAL DA ORDEM, FREI GERARD TIMONER


dizer «sim» e aceitar a eleição. Não foi atrevimento
meu o que me levou a dizer sim, mas antes foram os
irmãos da Cúria que me ajudaram a por em ordem os
meus pensamentos: «todos temos rezado com sinceridade
ao Espírito Santo para que nos ilumine e os irmãos
decidiram em reta consciência....assim, a menos que a tua
casa esteja a arder....tu tens que recuperar a calma, reunires-
te com os capitulares e aceitar....(seguramente, não foram
estas precisas palavras, mas sim a ideia transmitida e
que eu fixei e recordo). Um outro irmão abraçou-me e
disse «não estás sózinho, conta connosco». Depois estes
irmãos acompanharam-me a rezar na Capela, e ali
Gerard Timoner (Daet, Filipinas, 1968) novo reconheci que tinha de aceitar a decisão dos meus
Mestre Geral dos Dominicanos, é filipino mas não se irmãos.
sente à vontade com a ideia de que o futuro da Igreja Com a eleição de um filipino, a Ordem vira-se
esteja na Ásia ou en África. Não o assusta o peso de para a Ásia, um continente que alguns chamam de
dirigir uma das ordens mais antigas e prestigiadas da o «futuro» do catolicismo?
Igreja e considera que este futuro está onde «seja Não sou de modo nenhum um irmão
necessário escutar o Evangelho»., porque acima de tudo extraordinário. Como qualquer dos irmãos eu amo a
«somos cidadãos do Reino». Talvez por isso incentive a Igreja, amo o Corpo de Cristo e a Ordem. E quem
construir a comunhão na Igreja, porque «hoje, sofre de quer que ame tentará fazer o melhor por quem ama.
divisão e o Corpo de Cristo está ferido». Alguns irmãos disseram-me que a decisão de eleger
O que sentiu quando foi anunciado o seu nome um irmãos da Ásia é um sinal de que a Ordem se
como novo Mestre Geral dos Dominicanos? inclina em direcção à Ásia. É verdade que o crescente
Eu estou aqui em Bien Hoa como convidado do número de líderes eclesiásticos oriundos da Ásia é
Mestre da Ordem. Como qualquer dos outros sinal de crescimento e de maturidade da Igreja
assistentes da Cúria, não participamos na eleição do naquela parte do mundo que conta com o maior
novo Mestre. Dois dias antes das eleições, os número de habitantes - dois países apenas, China e
capitalares convidaram alguns irmãos que India tem mais de 3 mil milhões de habitantes. Sim,
consideravam como possiveis candidatos a sucessores somos cidadãos dos nossos países, mas ao mesmo
de São Domingos. Durante a entrevista que me tempo somos também cidadãos do Reino. Portanto,
fizeram eu disse aos meus irmãos que uma das minhas eu não me sinto muito à vontade com a ideia de que a
deficiências era linguística, pois que apenas falo uma Ásia e a Africa sejam o «futuro» da Igreja como se a
das três linguas oficiais da Ordem, apenas falo inglês, Europa ou a América fossem o passado e o presente.
não falo nem espanhol nem francês. Também não O «futuro» da Igreja está em qualquer lugar onde seja
penso ter tantas qualidades como os meus necessário escutar o Evangelho, seja porque é
predecessores, e estou consciente de que há muitos ignorado nas sociedades religiosamente indiferentes,
irmãos melhor qualificados que eu entre os que estão seja porque o Evangelho ainda não foi pregado
presentes no Capítulo GeraL, já que alguns deles adequadamente. O futuro da Igreja deverá ser
falam as três linguas ou pelo menos duas delas. encontrado também na gente jovem que mantem fiel
Também me faltam qualidades para resolver os a Cristo.
problemas da Ordem. Não sou o irmão mais Qual é a situação geral da Ordem? Terminou-se a
brilhantes nem o mais valente dos que estão no época das reformas estruturais, que visaram adaptar
Capítulo. a Ordem à diminuição de vocações? Qual é o seu
Como se define como pessoa e como sonho para os dominicanos? A primavera vocacional
dominicano? asiática continuará a florescer na Ordem e na Igreja?
Quando o Secretário Geral me pediu que fosse ter
com os capitulares, pensei que não seria adequado (continua na pág.3)
2
Laicado Dominicano Outubro/Novembro 2019

(continuação da pág.2) dos irmãos lidera a comunidde académica no estudo,


Os dois anteriores Mestres da Ordem disseram-me: no ensino e na investigação; um centro que procure
«A Ordem está em boa forma. Muitas instituições e implementar a doutrina social da Igreja, que procure
Províncias são mais fortes agora do que eram no promover a paz de Cristo através de relações justas, é
passado....temos 800 irmãos em formação». Quando ouço uma comunidade de irmãos que busca ajudar as
os capitulares, impressiona-me a profundidade do seu pessoas a viver conforme a sua dignidade de filhos de
conhecimento e amor à Igreja e à Ordem. Se alguém Deus. Sendo realista, a diversidade e as diferenças
me perguntasse: «achas que a Ordem está em boas mãos entre os irmãos por vezes podem debilitar a
após a eleição do novo Mestre Geral?» - Eu diria comunhão. Mas tal também pode converter-se em
parte do nosso serviço profético na Igreja e na
imediatamente: «não sei, mas não tenho a mínima dúvida
sociedade: é possível ter diferenças e permanecer
de que o Mestre está nas boas mãos dos irmãos» (e espero
como irmão, é possível não estar de acordo sem
que assim continue). romper a comunhão.
Creio que a Ordem continuará forte se permanecer Espero e rezo para que nos próximos anos, a
fiel à sua missão. O irmão Bruno disse-me que ser reestruturação da Ordem que começamos há alguns
Mestre da Ordem é continuar a ser quem somos, ou anos caminhe em direcção a um sentido mais
seja, «Irmão Gerard», ainda que o seu ministério seja intencional e profundo de comunhão. O irmão Bruno
ser «Domingos» para a Ordem nos próximos nove anos. disse-nos que temos 800 irmãos em formação. Como
Ser «Domingos» significa conduzir os irmãos a servirem daremos a estes irmãos a mesma qualidade de
a missão da Ordem, ou seja, a construir a comunhão formação, porque eles não simplesmente filhos das
da Igreja, o Corpo de Cristo, tal como fizeram São Províncias, mas são também nossos irmãos? Ouvi uma
Francisco e São Domingos quando a Igreja necessitava vez um dito muito engraçado da boca de um irmão
urgentemente de uma «nova» evangelização no século africano: é necessário uma tribo inteira para educar
XIII. Como ajudamos a construir a Igreja, o Corpo de uma criança. Talvez fosse bom pergutnar a este
Cristo? Em primeiro lugar, é importante darmo-nos Capítulo e a toda a Ordem: «qual é o tamanho desta
conta que nós somos apenas «ajudantes» ou «auxiliares». tribo?».
O «construtor» principal é o Deus, Trino, modelo e As nossas Constituições dizem-nos que: a Ordem
fonte da comunhão. Sabemos que a teologia mais é uma comunhão, não uma federação, de províncias.
simples e profunda da comunhão é a oração de Jesus Como poderemos transformar este affectus
pela unidade , a qual revela a sua vontade e a sua communionis (ccomunhão afectiva) numa efectiva
missão: «eu peço...que todos sejam um, como tu, Pai, estás communio, uma comunhão efectiva ou concreta?
em Mim e eu em Ti....para que o mundo creia que Tu me Construir o Corpo de Cristo é construir
enviaste» (Jo17:21). Recordemos que a nossa comunhão. No entanto, a nossa Igreja sofre hoje de
Constituição Fundamental diz: « A natureza da Ordem divisão. O Corpo de Cristo está ferido. Parece que
como sociedade religiosa deriva da sua missão e da sua alguns membros da Igreja não se dão conta de que,
comunhão fraterna» (LCO VI). A nossa missão e a quando eles ferem e causam dor a outros membros,
nossa comunhão fraterna constituem em conjunto a estão a causar dano a si mesmos. «Quando um membro
nossa natureza, somos frades pregadores . A visão de sofre, sofrem também todos os membros» dizia São Paulo.
Domingos para a Ordem manifesta-se claramente O Papa Francisco sabe que as divisões destroem
quando pediu ao Papa Honório III que este fizesse gradualmente a Igreja. Há alguns anos, dizia numa
uma pequena alteração, mas muito significativa, na homilia: «o diabo tem duas armas potentíssimas para
Bula de 21 de Janeiro de 1217, ao mudar a expressão destuir a Igreja: as divisões e o dinheiro....as divisões na
«irmãos que pregam» (que fazem pregações) que estava Igreja não deixam que o Reino de Deus cresça; não deixam
no texto original para o substantivo «pregadores». Assim que se veja bem o Senhor, tal como Ele é». Pelo contrário,
podemos dizer que a nossa missão não é «as divisões fazem com se veja esta parte contra aquela,
primordialmente o que fazemos, ou seja, pregar, mas sempre contra, não existe o óleo da unidade, o bálsamo da
sim o que somos, isto é, pregadores. Servimos a unidade». Tal remete-nos para a importância da missão
missão de ajudar a construir a Igreja através do de São Domingos e de São Francisco, construir a
carisma dado a Domingos e à sua Ordem. Sendo um Igreja. Se a Igreja está ameaçada pelas divisões,
pouco mais exacto, isto significa que uma paróquia teremos que tentar conseguir contruir a comunhão.
dominicana é aquela em que a comunhão dos irmãos
pastoreia a comunhão da paróquia; uma instituição https://www.dominicos.org/noticia/gerard-timoner-el-
académica dominicana é aquela em que a comunhão maestro-esta-en-las-buenas-manos/
3 Trad. do castelhano por Gabriel Silva op
Laicado Dominicano Outubro/Novembro 2019

A PRESENÇA DO RESSUSCITADO NO MUNDO


O Capítulo Geral da situada à margem do mundo, uma fé que não é a de
O r d e m d o s Jesus, é uma tentação frequente. À partida, a ideia,
Pregadores teve lugar tácita ou expressa, de que a política é uma actividade
entre os dias 8 de de políticos “profissionais” e de que a participação da
julho e 4 de agosto, restante população se resume a elegê-los é incompat-
em Biên Hoà, Viet- ível com a democracia. São Tomás de Aquino esboçou
name. Esta assembleia uma doutrina política que advoga a participação de
decorreu pela todos no governo. A partir deste esboço, o desem-
primeira vez em 1220, penho de funções em órgãos de governo só pode ser
presidida por São Do- encarado como um serviço à comunidade e ao bem
mingos de Gusmão comum. A participação política numa sociedade
(1170-1221). É uma reunião que celebra a fraterni- democrática deve ser entendida, segundo os mesmos
dade através da qual a Ordem Dominicana se governa princípios, como bastante mais abrangente, incluindo
a si própria e aborda assuntos urgentes relativos à vida os diversos agentes que a constituem, incluindo organ-
dos frades, das monjas, e do laicado. izações de teor religioso. É outra tentação, das tantas
A defesa da justiça e da paz fazem parte da missão que nos cercam, olharmos para a política como uma
da Igreja e da Ordem, com profundas raízes na sua tradução das nossas convicções religiosas ou para a
vocação e história. Basta pensar em Bartolomeu de las religião como uma tradução das nossas ideias políticas.
Casas (1474-1566), intrépido defensor da dignidade Mas sendo territórios diferentes, isso não quer dizer
dos índios. O empenho por um mundo mais justo e que não se relacionem nem comuniquem.
pacífico integra o pilar basilar entre os suportes da É a partir desta perspectiva que a Ordem criou uma
vida dominicana, para além da oração, do estudo, e da organização não governamental e sem fins lucrativos
comunidade: a pregação, aqui entendida como min- denominada Dominicanos pela Justiça e Paz, com
istério, serviço. Quando fazemos a promessa perpétua, presença na Organização das Nações Unidas (ONU).
recebemos o Evangelho da paz para que esteja no nos- A inspiração cristã desta iniciativa significa que o seu
so coração, na nossa boca, para darmos testemunho guia para a acção social e política é o Evangelho — que
desse enraizamento na nossa vida e acção. Ser enviado anima o desejo dos membros da Família Dominicana
em missão pregadora e evangélica é um convite para em promover e proteger a dignidade humana, com
usarmos as nossas capacidades para abraçar e elevar, uma visão universal e um foco local. O principal ob-
abençoar e curar, alimentar e abrigar. O trabalho em jectivo dos Dominicanos pela Justiça e Paz é apro-
prol da justiça e da paz projecta o que vive no nosso fundar o comprometimento de todos os dominicanos
coração sarado por Cristo. É o amor de Deus expresso na busca de soluções pacíficas para os conflitos, re-
no amor ao próximo. spondendo às causas de vários desafios contemporâne-
O Capítulo Geral de 2004 em Cracóvia, Polónia, os, e levando justiça às pessoas cujos direitos foram
estabeleceu prioridades na resposta às fronteiras e li- violados.
nhas de fractura da humanidade. Estas fendas atraves- O Delegado Permanente na ONU desde Janeiro de
sam o mundo globalizado que habitamos, marcando-o 2014 e Promotor Geral da Justiça e Paz da Ordem
pela injustiça e violência dos conflitos raciais, sociais, e desde Outubro do mesmo ano é o frade e padre Mi-
religiosos. A Ordem considerou necessária uma chael Deeb. Nascido em 1953 em Welkom, África do
análise crítica cuidada das origens, formas e estruturas Sul, Deeb estudou teologia e ciências sociais. Foi as-
de injustiça nas sociedades contemporâneas. Julgou sistente e capelão de movimentos católicos no ensino
igualmente fundamental desenvolver uma prática com secundário e universitário. Através desses movimentos
vista à libertação e promoção integral dos seres hu- estudantis, esteve activamente envolvido nos eventos
manos e da sua dignidade. que se seguiram às revoltas estudantis de Junho de
Há uma dimensão política nestas propostas e deli- 1976 e na formação da Frente Democrática Unida em
berações que poderá surpreender ou até afastar algu- 1983.
mas cristãs e alguns cristãos. O recolhimento numa fé (continua na pág.5)

4
Laicado Dominicano Outubro/Novembro 2019

(continuação da pág.4) Entrou na Ordem dos Pregadores no ano seguinte


Pertenceram a esta força outras figuras religiosas e entre 2000 e 2007 foi capelão do Movimento Inter-
como a ir. Bernard Ncube e o bispo anglicano Des- nacional dos Jovens Estudantes Católicos e do Mo-
mond Tutu. Com fortes ligações ao Congresso dos vimento Internacional dos Estudantes Católicos, sedi-
Sindicatos Sul-Africanos e apoiante dos activistas do ado em Paris. Quando regressou à África do Sul em
Congresso Nacional Africano como Nelson Mandela, 2008, tornou-se o Coordenador da Comissão Justiça
mas sempre rejeitando a luta armanda, a Frente e Paz da Conferência dos Bispos Católicos da África
Democrática Unida foi essencial no combate contra o Austral. Quando foi nomeado para as tarefas que des-
apartheid. Deeb e os seus companheiros advogavam empenha na Ordem, foi substituído por Stanslaus
uma África do Sul não racial, unida, cuja sociedade Muyebe, outro dominicano sul-africano. Deeb e
fosse libertada da segregação entre brancos e negros e Muyebe relembra-nos que, no Reino de Deus, reina a
do racismo institucional. Sob a vigência de mais um justiça e paz. Cada cristão e a Igreja como um todo
estado de emergência declarado com claros fins políti- são chamados a ser instrumentos da presença de Cris-
cos, Deeb foi encarcerado durante 50 dias em 1985. to ressuscitado no mundo. Daí promoverem o desen-
volvimento humano integral, o qual “tem lugar medi-
ante o cuidado dos bens incomensuráveis da justiça,
da paz e da proteção da criação”.

Sérgio Dias Branco, op

Publicado originalmente no Pontos SJ, portal da Província


Portuguesa da Companhia de Jesus.

SANTOS DA ORDEM DOS PREGADORES


EXEMPLOS SIGNIFICATIVOS POR ORDEM CRONOLÓGICA

São Domingos de Gusmão (1170-1221)


São Raimundo de Peñaforte (1175-1275)
Bem-Aventurado Frei Gil de Santarém (1190-1265)
Santo Alberto Magno (1206-1280)
São Pedro Verona (? - 1252)
São Gonçalo de Amarante (? - 1259)
São Tomás de Aquino (1225-1274)
Santa Margarida da Hungria (1242-1270)
Santa Catarina de Sena (1347-1380)
São Vicente Ferrer (1350-1419)
Bem-Aventurado João de Fiésole (Fra Angélico) (? - 1455)
Bem-Aventurada Joana de Portugal (S. Joana Princesa) (1452-1490)
São Pio V (1504-1572)
São D. Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590):
Santa Catarina de Ricci (1522-1590)
São Martinho de Lima (1579-1639)
Santa Rosa de Lima (1586-1617)
Fonte : www.dominicanos.pt

5
Laicado Dominicano Outubro/Novembro 2019

A ORAÇÃO OU UM MEIO DE CHEGARMOS A DEUS


plamos seja vida para cada um de nós e vida para
aqueles com quem nos cruzamos e relacionamos. E
vida com qualidade! Em segundo lugar, e não menos
importante, Deus já sabe de antemão tudo aquilo que
nos faz falta. Contudo, é esta sede de estarmos unidos
ao autor da vida que faz com que lhe confiemos tudo
o que vai no nosso coração e na nossa mente. Jesus,
antes de tomar qualquer decisão mais importante,
retirava-se para o monte para orar. Nós podemos en-
contrar, no nosso dia-a-dia, um tempo para apresen-
tarmos a Deus tudo o que somos, tudo o que sonha-
Muito se meditou, pensou e escreveu, ao longo da mos, as nossas intenções particulares mais íntimas, os
história do cristianismo, sobre a oração. No meu en- nossos desafios ou as nossas alegrias. Partindo da ora-
tendimento, este meio privilegiado de estarmos mais ção temos a capacidade de estar com o próximo; assu-
perto de Deus permite, em primeiro lugar, que nos mimos a responsabilidade de nos irmos aperfeiçoando
consciencializemos da presença concreta do Senhor e moldando ao jeito de Jesus Cristo, Palavra incarna-
nas nossas vidas, de modo a que aquilo que contem- da.
José Alberto Oliveira, op

FAMÍLIA DOMINICANA EM MOÇAMBIQUE


sua Secretária, celebramos a Festa do nosso Maior S.
Domingos.
Quarenta irmãos e irmãs, o grupo dos mais anti-
gos na Família, receberam com unção e sentido de
responsabilidade a medalha de S. Domingos. O gru-
po dos que começaram há menos tempo, cerca de 70,
receberam o emblema dominicano. Cada grupo fazia
o seu compromisso e foi realmente um momento
ímpar para a família Dominicana em Moçambique.
No compromisso, cada um entregava uma folha onde
expressava o projecto em que queria comprometer-se.
E daí nasceu um novo dinamismo, pois se agruparam
por motivação e já estão em acção!
Estamos muito agradecidas a Deus porque nos
ofereceu “esta prenda” no nosso Centenário congre-
Muito querida Amiga Cristina!
gacional e estamos muito gratas à amiga Cristina que
Sou uma irmã Missionária Dominicana, Inocência se solidarizou connosco ajudando assim a crescer no
vivendo na missão em Moçambique há já muitos sentido de Família.
anos.
O ESPÍRITO DE S. DOMINGOS CONTINUA
Quero em nome da congregação e de toda a Famí- VIVO E A SER UMA LUZ NA VIDA DE TANTOS
lia Dominicana enviar-lhe um abracinho cheio de HOMENS E MULHERES QUE VEÊM NELE A
gratidão pela sua generosa oferta das 40 e tantas me- “LUZ DA IGREJA”, como cantamos no LUMEN!
dalhas do nosso Pai S. Domingos e dos emblemas
BEM HAJA DE TODO O CORAÇÃO!
com o Escudo Dominicano.
Aceite um abraço cheio de gratidão e de profunda
Nas fotografias que lhe anexo, creio que lhe dão
comunhão.
uma imagem da alegria e sentido de pertença à Famí-
Ir. Inocência
lia que vivemos no dia 11 de Agosto em que aprovei-
(Missionária Dominicana do Rosário)
tando a visita da nossa Ir. Coordenadora Geral e da
6
Laicado Dominicano Outubro/Novembro 2019

NOVO PROMOTOR MUNDIAL PARA O LAICADO DOMINICANO


da Teologia pela Universidade Pontifícia Bolivariana
de Medelin, licenciado em filosofia com ênfase em
Pensamento Politico e Económico, Mestre em Peda-
gogia pela Universidade de Santo Tomás de Colômbia.
Foi missionário na Ilha de Arruba (antilhas Ho-
landesas), Prior do Convento de Santo Domingos
de Guzman de Tunja, Mestre de Pé-noviços, Síndico
da Província. Na Universidade de Santo Tomás de Co-
lômbia foi Reitor Geral, Vice-Reitor Administrativo e
Frei Juan Ubaldo López Salamanca, O.P. é o
Financeiro na Sede de Villavicencio, docente
novo Promotor Geral da Ordem para os leigos.
do Departamento de Humanidades e da área de ciências
O Mestre da Ordem, Fr. Gerard Timoner, desig-
económicas e administrativas e integrante do grupo de
nou o frei Juan Ubaldo López Salamanca como Pro-
investigação na linha de Desenvolvimento Humano
motor Geral do Laicado. É filho da Província de São
adstrito à Faculdade de Economia através do Centro de
Luís Beltrão da Colômbia e sucede ao frei Rui Car-
los Antunes e Almeida Lopes, que acaba de concluir Estudos Economia e Humanismo Louis Joseph Lebret. Foi
o seu mandato (23 de Outubro de 2019). Presidente da Rede de Universidades Católicas de
Frei Ubaldo nasceu em Bogotá (Colômbia), en- Colômbia.
trou na Ordem dos Pregadores em 2000, tomou o «Assumo o ofício de Promotor Geral do Laicado com o
hábito no ano seguinte e fez a sua primeira profissão objectivo de continuar a animar os jovens e as fraternida-
religiosa a 2 de Fevereiro de 2002, para a confirmar des que integram o laicado dominicano, e daqueles que
solenemente no ano de 2006. Recebeu a ordenação desejam conhecer e aprofundar o carisma e a espiritualida-
sacerdotal em Julho de 2007. de da Ordem dos Pregadores ao serviço da Igreja».
Estudou Contabilidade Pública na Universidade
Fonte: IDI
Jorge Tadeo Lozano de Bogotá; é bacharel em Sagra- Tradução de Gabriel Silva

CONSELHO DA FAMÍLIA DOMINICANA PORTUGUESA


No passado dia 26 de Outubro, no Convento do VTS)
dos frades dominicanos de Lisboa, reuniu o Conse- •Coordenador do Secretariado - Frei José Geral-
lho da Família Dominicana , tendo-se realizado elei- des.
ções. Ficaram assim distribuídos os cargos: Posteriormente o Frei José Geraldes formou a
•Presidente—Maria Aurora Rocha (equipa de sua equipa de trabalho que ficou assim constituída:
Santa Maria) •Adjunta do Coordenador- Filomena Piçarra
•Vice-Presidente—Ricardo Ferreira (Coordenador •Secretária- Maria Teresa Morgado,
do MJD) ambas leigas dominicanas.
•Secretária-Ana Emanuel Nunes (Coordenadora
Cristina Busto, o.p.

FRATERNIDADE LEIGA DE S.DOMINGOS NO PORTO

Realizaram-se no passado dia 19 de Outubro as - Secretário– José Alberto Oliveira


eleições para o Conselho da Fraternidade Leiga do A Fraternidade do Porto conta actualmente com
Porto. 11 elementos activos, estando um elemento em for-
Ficaram assim distribuídos os cargos: mação inicial e dois em formação complementar. O
- Presidente e Formador– José António Caimoto Promotor da Fraternidade é o frei João Leite, o.p.
- Vice-Presidente e Tesoureira– Cristina Busto
Cristina Busto, o.p.

7
Laicado Dominicano Outubro/Novembro 2019

ADVENTO

Para te acolher,
para preparar a nossa terra,
para crer em ti,
nosso grande Senhor,
não há nada de extraordinário a fazer!

Basta ter um coração límpido e sem disfarces.


basta ter um olhar doce e sem malícia.
Basta colocar nos lábios o sorriso e a alegria.
Basta abrir as mãos para dar e repartir.
Basta ser atencioso e fiel à tua Palavra.
Basta amar, sem medir a ternura.
Basta ouvir o teu apelo e mudar de vida, Senhor!

Podes vir, Senhor.


A terra e seus habitantes,
por ti, mudam as cores da vida.

F i c h a T é c n i c a
Jornal bimensal Rua Comendador Oliveira e Carmo, 26 2º Dtº
Publicação Periódica nº 119112 / ISSN: 1645-443X 2800– 476 Cova da Piedade
ISSN: 1645-443X
Propriedade: Fraternidade Leigas de São Domingos Endereço: Praça D. Afonso V, nº 86,
Contribuinte: 502 294 833 4150-024 PORTO
Depósito legal: 86929/95 E-mail: laicado@gmail.com
Direcção e Redacção Tiragem: 350 exemplares
Cristina Busto (933286355)
Maria do Carmo Silva Ramos (966403075) Os artigos publicados expressam apenas
Colaboração: Maria da Paz Ramos a o p i n i ã o d o s s e u s a u t o r e s .
Administração: Maria do Céu Silva (919506161)
8

You might also like