You are on page 1of 35

Curso 2019-20

FILOSOFÍA GREGA I

IES RAFAEL PUGA RAMÓN


IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

ÍNDICE FILOSOFÍA GREGA I

1. NACEMENTO DA FILOSOFÍA ...................................................................................................... 03


1.1. O paso do mito ao logos ................................................................................................................. 03
1.1.1. Características comparativas .............................................................................................. 04
1.2. Causas que favoreceron o xurdimento da filosofía ........................................................................ 04
2. A ORIXE DO COSMOS NA CORRENTE PRESOCRÁTICA ..................................................... 05
Introdución á filosofía presocrática ...................................................................................................... 05
2.1. A filosofía anterior a Parménides .................................................................................................. 05
2.2. A filosofía de Parménides .............................................................................................................. 06
2.3. A filosofía presocrática posterior a Parménides: os filósofos « pluralistas armonicistas» ............ 07
3. DIALÉCTICA SOCRÁTICA E RELATIVISMO DOS SOFISTAS ............................................. 09
Introdución ............................................................................................................................................ 09
3.1. Características xerais dos Sofistas ................................................................................................. 10
3.2. Os Sofistas máis destacados: Protágoras e Gorgias ....................................................................... 10
3.3. Sócrates .......................................................................................................................................... 11
3.3.1. A reacción de Sócrates fronte aos Sofistas ........................................................................ 11
3.3.2. O coñecemento e a verdade ............................................................................................... 11
3.3.3. A Maiéutica: o método dialéctico ...................................................................................... 11
3.3.4. Intelectualismo moral: a educación e o ben ....................................................................... 11
3.4. Diferenzas entre Sócrates e os Sofistas .......................................................................................... 12
4. PLATÓN .............................................................................................................................................. 12
4.1. Contexto e obras de Platón ........................................................................................................... 12
4.2. Realidade e coñecemento en Platón ............................................................................................... 14
4.2.1. A teoría platónica das ideas: Mundo sensible e mundo intelixible .................................... 14
4.2.1.1. Antecedentes ........................................................................................................ 14
4.2.1.2. Os dous mundos ................................................................................................... 15
4.2.1.3. Relación entre as Ideas e o mundo sensible ......................................................... 17
4.2.1.4. A cosmoloxía platónica: o mundo sensible ....................................................... 18
4.2.2. Epistemoloxía platónica ..................................................................................................... 18
4.2.1.1. Os graos de coñecemento ..................................................................................... 19
4.2.1.2. Paralelismo entre os graos de coñecer e os graos de ser ...................................... 20
4.2.1.3. En que consiste o coñecemento? .......................................................................... 21
4.2.1.3.1. A reminiscencia ................................................................................... 21
4.2.1.3.2. A Dialéctica ......................................................................................... 22
4.2.1.3.3. O Amor ................................................................................................ 22
4.3. Antropoloxía e política .................................................................................................................. 23
4.3.1. Antropoloxía platónica ...................................................................................................... 23
4.3.1.1. O dualismo antropolóxico .................................................................................... 23
4.3.1.2. Funcións da alma: O mito do carro alado ............................................................ 24
4.3.1.3. Vinculación da alma á cidade .............................................................................. 25
4.3.2. Política platónica ................................................................................................................ 26
4.3.2.1. As clases sociais ................................................................................................... 26
4.3.2.2. A xustiza social .................................................................................................... 27
4.3.2.3. A educación (paideia) .......................................................................................... 28
4.3.2.4. As formas de goberno .......................................................................................... 28
4.4. Influencias de Platón na historia do pensamento ........................................................................... 29
1
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

4.4.1. Supervivencia do pensamento platónico ............................................................................ 30


4.4.2. Valoración do pensamento platónico ................................................................................. 30
5. GLOSARIO ......................................................................................................................................... 32

2
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

FILOSOFÍA GREGA I

1. O NACEMENTO DA FILOSOFÍA

1.1. O paso do mito ao logos


As primeiras civilizacións complexas do Próximo Oriente xorden a comezos do Neolítico (hai uns
cinco mil anos) e manteranse ata mediado o primeiro milenio A.C. dando lugar a diversas
organizacións estatais de carácter teocrático. Nestas organizacións unha casta minoritaria de
gobernantes e sacerdotes controlaba todo o poder e predicaba a obediencia e o sometemento dos
súbditos aos ditados dos deuses e dos seus representantes terreais.
É o momento do florecemento da mentalidade mítica. Deste xeito, a cultura dos antigos pobos de
Asia, Mesopotamia, Xudea, Exipto..., caracterizouse polo predominio do pensamento mítico-
irracional, que esencialmente consistía na exaltación da mentalidade divina ou relixiosa do Cosmos,
dos seres humanos e das institucións sociais, na defensa absoluta das crenzas e dos ritos tradicionais
e na obediencia cega á autoridade.
MITO (míthos). Os mitos son relatos de carácter fabuloso ou fantástico, nos que se exaltan as
fazañas, fenómenos sobrenaturais e persoeiros dos tempos remotos. Adoitan gardar unha profunda
relación coas crenzas e cos cultos relixiosos e forman parte esencial da tradición e dos sentimentos
culturais.

As primeiras civilizacións helenísticas tamén estiveron imbuídas pola mentalidade mítica como
pode verse nos poemas de Homero (llíada e Odisea) e de Hesíodo (Teogonía, Os traballos e os
días), pero a fins do século VII A.C. van aparecer nas costas gregas de Asia Menor unha
manifestación cultural de características contrapostas: o logos, a filosofía. Fronte ás diferentes
civilizacións e concepcións da antigüidade, a cultura grega presentou determinados trazos que a
fixeron profundamente diferente: a súa reflexión racional, a súa valoración do logos e o
desenvolvemento do pensamento crítico e da actividade científica. Estas manifestacións
significaron, pois, o paso do mito ao logos.
LOGOS: palabra grega cun significado mol amplo; así, logos quere dicir espírito, intelixencia,
razón, orde cósmica e, en xeral, refírese a toda a actividade relacionada co esforzo científico
destinado a comprender a realidade. En sentido estrito, logos significa palabra. Provén do verbo
leguein que significa falar.

3
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

1.1.1. Características comparativas


Mito e logos coinciden en que ambos pretenden acadar un coñecemento e comprensión da
realidade, pero diferéncianse nos métodos e medios empregados a tales fins. Entre elas
destacan as seguintes:
I. O mito baséase na fe, é dicir, na aceptación irracional de certas verdades e tende á exaltación
da imaxinación e dos sentimentos, a poñer de relevo o valor de certos ritos e determinadas
normas de conduta e a predicar a obediencia cega á autoridade. Mentres que o logos insiste
no valor cognoscitivo do entendemento e da razón humana, pretende demostrar as
verdades que afirma e procura defender a reflexión, a investigación e o diálogo, co fin de
descubrir a natureza das cousas e describir as leis naturais.
II. O mito diríxese exclusivamente ao conxunto de persoas que participan en determinadas
crenzas excluíndo ao resto; mentres que o logos ten unha perspectiva globalizadora,
constitúe un medio de comunicación destinado a todos os seres humanos.
III. O mito é pechado, preséntase completo, invariábel, definitivamente constituído nos seus
misterios e nos seus ritos; pola contra o logos nunca se encontra acabado, senón que é unha
busca constante.

1.2. Causas que favoreceron o xurdimento da filosofía


A aparición da filosofía tivo lugar na periferia do mundo helenístico, nas costas de Asia Menor
(Mileto e Efeso, especialmente) e na Magna Grecia (Elea, Crotona) e garda una profunda relación
cunha serie de cambios sociais e políticos ocorridos naquela época, tales como:
I. O desenvolvemento da actividade comercial. A fundación de diversas colonias ao longo das
costas do Mediterráneo favorece o desenvolvemento da actividade comercial e facilita a relación
dos gregos con outros pobos, costumes, usos e crenzas heteroxéneas e diferentes ás súas. Isto obriga
a crear novas formas de relación que faciliten o entendemento entre persoas de tradicións distintas,
axuda a superar a idiosincrasia e os particularismos de cada cultura e favorece a procura de
obxectivos comúns a todos, como son o entendemento e a razón.
II. O xurdimento de novas clases sociais. A antiga aristocracia, nobre e guerreira, defensora das
tradicións, vai ser desprazada por unha nova clase económica, a dos comerciantes e artesáns, con
actividades e intereses diferentes. Como consecuencia, a cultura tradicional e mítica, que defendía
os vellos privilexios, vai ser substituída por principios e leis de carácter máis racional, de acordo
coa nova situación.
III. A aparición de novas formas políticas. As condicións xeográficas da Hélade contribuíron á
incomunicación e á separación entre as diferentes rexións. Deste xeito favoreceuse a desaparición
da idea de imperio, xurdindo no seu lugar unha nova concepción política, a polis, a Cidade-Estado,
onde as relacións entre as persoas se estabelecen por vínculos de proximidade xeográfica e de
intereses políticos comúns. Como consecuencia disto, o poder carismático e totalitario dos reis foise
debilitando e acabou sendo substituído por unha forma de autoridade máis racional, a dos novos
gobernantes e, como consecuencia, os antigos súbditos convertéronse en cidadáns.
IV. A liberdade creadora. Os gregos participan dunha cultura onde se poden expresar manifestacións
artísticas e o pensamento libremente, sobre todo se se estabelece unha comparación con culturas
contemporáneas. No ámbito da relixión os gregos son politeístas e, en liñas xerais, tolerantes. Todo
isto favorece a aparición dun saber autónomo e independente, que de non mediar a liberdade
creadora non se explicaría.
Así pois, o desenvolvemento da navegación e a fundación de colonias comerciais facilitaron o
interese polo coñecemento da natureza, mentres que as relacións con outros pobos e as novas
4
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

organizacións políticas orixinaron outras formas de autoridade. A existencia dunha liberdade de


expresión favoreceu o espírito creador dos gregos. Deste xeito tivo lugar o nacemento da filosofía,
primeiro como ciencia física que se ocupa da natureza, logo vén a reflexión antropolóxica e social,
para concluír nas sistematizacións de Platón e Aristóteles.

2. A ORIXE DO COSMOS NA CORRENTE PRESOCRÁTICA

Introdución á filosofía presocrática

A palabra " presocrático", coa que adoita designarse aos primeiros filósofos gregos, significa
literalmente "anterior a Sócrates". Esta denominación non é exacta (os últimos dos chamados "
presocráticos", como Anaxágoras e Demócrito, son en realidade contemporáneos de Sócrates), pero
impúxose definitivamente.
O tema fundamental de que se ocupan os filósofos presocráticos é a explicación da natureza. E para
explicar a natureza, as súas reflexións céntranse en pescudar cal é a orixe do cosmos.
a) Na lingua grega común, a palabra cosmos significaba orde e tamén beleza. Os filósofos foron os
primeiros en utilizala para referirse ao universo na súa totalidade, na medida en que o universo
aparece como un todo ordenado. Preguntarse pola orixe do cosmos é, por tanto, preguntarse pola
orixe da orde actual que manifesta o universo: como xurdiu e a través de que etapas chegou o
universo ao seu estado actual?
b) Ao exporse deste xeito a pregunta, resultará especialmente importante determinar o principio ou
arjé, a substancia ou substancias orixinais de que proceden e están constituídas as cousas que
compoñen o universo.
No desenvolvemento do pensamento presocrático, Parménides ocupa un lugar central, ata o punto de
que podemos falar da filosofía antes de Parménides e despois de Parménides.
1.1. A filosofía anterior a Parménides
A filosofía presocrática anterior a Parménides comprende distintos autores e escolas:
1) Os filósofos Tales, Anaximandro, e Anaxímenes proceden de Mileto. Denomínaselles, por
iso, milesios e tamén Escola de Mileto. Os tres propuxeron unha explicación monista, é dicir,
estableceron que o principio ou arjé do universo é un elemento material do cal proceden e
están constituídas todas as realidades que existen. Tales e Anaxímenes propuxeron
5
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

respectivamente como arjé a auga e o aire. Anaximandro, pola súa banda, afirmou que o
principio é unha materia indeterminada e infinita que denominou apeiron (esta palabra significa
precisamente iso: “indeterminado”, “infinito”).

2) Os pitagóricos constitúen un grupo ou escola fundada por Pitágoras ao redor do ano 530 a.
C. De Pitágoras apenas sabemos nada con certeza. En canto á escola pitagórica, o seu interese
para a filosofía é dobre:

1. Desde o punto de vista antropolóxico, é de destacar que sostiveron a inmortalidade e a


transmigración das almas.
2. Desde o punto de vista cosmolóxico, atenderon á harmonía e orde do universo subliñando
o seu carácter matemático. No cosmos reina unha harmonía matemática, unha orde
matemática. Afirmaron que o universo está "feito" de números e que, por tanto, os números
son, en último termo, o arjé de todas as cousas.
Heráclito parece que propuxo como arjé o lume. Nun dos textos que conservamos del dise que o
lume é unha substancia en constante transformación, e por iso é polo que afirma que a realidade se
acha en constante cambio. A filosofía de Heráclito céntrase na idea de (cambio).
Para Heráclito a realidade caracterízase polo seu incesante devir («todo flúe»). Este devir, ou fluír
universal, non é, con todo, caótico, senón que obedece a unha lei ou medida. Hai, pois, unha orde,
unha lei que Heráclito denomina logos: todo sucede conforme a esta lei, ou logos. Esta lei universal
comporta, segundo el, a loita de contrarios.

1.2. A filosofía de Parménides


Parménides, como sinalamos, marca un fito decisivo no
desenvolvemento da filosofía grega. En efecto, como
consecuencia da súa doutrina, a pregunta sobre a orixe
do cosmos tomará un rumbo totalmente diferente. Toda
a filosofía de Parménides baséase na seguinte premisa
que el considera como unha verdade innegable: "o ser é
e o non-ser non é".
A partir desta tese deduce que o ser é un (único e
indivisible), eterno ( inxénito e imperecedoiro) e
inmutable (invariable e inmóbil). En consecuencia, non
haberá máis remedio que declarar que o cambio e a
pluralidade son irracionais, inintelixibles.
Certamente, a experiencia sensible móstranos un mundo
onde hai pluralidade e hai movemento. Pero esta
experiencia resulta contraria ás esixencias da razón.
Deste xeito, na filosofía de Parménides establécese unha
oposición radical entre razón e sentidos. E ante esta
disxuntiva, Parménides aposta pola razón (a "vía da
verdade"), en detrimento dos sentidos (a "vía da
opinión").

6
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

2.3. A filosofía presocrática posterior a Parménides: os filósofos « pluralistas armonicistas»


Na primeira metade do século V a. C. aparece na Grecia insular e continental unha xeración de
filósofos, cuxa mentalidade acusa unha gran madurez. Aínda que apenas gardan conexión entre si,
coinciden, en aproveitarse dos diversos esforzos da investigación filosófica anterior e en tentar unha
síntese dos seus resultados.
Todos eles están marcados pola filosofía de Parménides e queren explicar á vez a realidade do ser
(eterno e inmutable) e a do cambio, tratando de conciliar de novo razón e experiencia (por este
motivo chámaselles armonicistas).
Chamámoslles pluralistas, porque substitúen a doutrina da materia única pola dunha pluralidade
de materias ou de elementos materiais como causa explicativa de todas as cousas. Para superar o
problema exposto por Parménides (a contradición entre razón e experiencia, a contradición entre as
ideas de ser e devir) abandonan a idea de que o arjé consiste nun único elemento material,
propoñendo como arjé unha pluralidade de elementos ou partículas materiais.
Outro trazo común a estes filósofos é a introdución de forzas cósmicas, que serven para dar razón
do cambio ou movemento das cousas (Empédocles e Anaxágoras), ou a súa negación explícita
(Demócrito).
Despois de Parménides, por influencia destes filósofos, a explicación da orixe do universo cambiou
substancialmente de rumbo.
a) Dunha parte, a convicción de que a partir da unidade (dunha única substancia) non pode xurdir
a pluralidade obrigou aos filósofos a abandonar o monismo: resultará necesario poñer como
orixe, non un principio, senón unha pluralidade de principios (pluralismo).
b) Doutra parte, estes filósofos consideran que hai que atribuír a esa pluralidade de principios dúas
propiedades que Parménides atribuía á realidade única: os principios serán eternos e
inmutables.
Tres son os filósofos pluralistas post- parmenídeos máis destacados:
a) Empédocles de Agrigento (492-432 a C., aprox.) propuxo que o universo procede da
combinación de catro elementos ou raíces: lume, aire, auga e terra. A súa combinación e
disgregación dan lugar ao cosmos baixo a acción de dúas forzas, de atracción e repulsión
respectivamente, que denomina Amor e Odio. O Amor une e agrega os elementos orixinarios
para formar as cousas. O Odio sepáraas e disgrega. Desta forma explícase o devir do universo.
Empédocles recolleu os resultados da filosofía xonia (milesios, Heráclito e poida que
Xenófanes), pero no lugar dunha soa materia orixinaria das cousas propuxo como arjé os catro
elementos. Desta maneira conciliou a idea de que ten que existir algo eterno e inmutable (os
catro elementos) coa idea de que a natureza se caracteriza polo devir, xa que todos os seres
naturais nacen e perecen a partir da unión e disgregación dos catro elementos básicos.
Desta maneira tratou de conciliar o punto de vista de Parménides co de Heráclito e o que di a
razón co que manifestan os sentidos. A concepción de Empédocles estivo vixente na
cosmoloxía durante máis de dous milenios.

7
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

b) Anaxágoras (500-428 a. C., aprox.) do mesmo xeito que todos os pluralistas aceptou a tese
parmenídea de que, en sentido estrito, ningunha realidade nova pode orixinarse. Aceptado
este principio, non quedaría outro recurso que afirmar que todo existe desde sempre. Partículas
diminutas de todas as substancias existían e existen por sempre; nos homes predominan as
partículas de home, pero, en realidade, no ser humano, como no resto dos seres, hai partículas
(homeomerías, tal como denominounas Aristóteles) de todas as substancias do universo: "todo
participa de todo", di Anaxágoras.
Estas innumerables partículas atopábanse orixinalmente mesturadas nunha masa compacta e
maciza, sen intersticios nin separación algunha. Queda así explicado a orixe da pluralidade dos
seres do cosmos, pero como se explica o movemento? Como empezou a moverse esta masa
compacta orixinaria, de modo que as partículas fosen separándose e uníndose para dar lugar,
de maneira ordenada, aos distintos seres? Anaxágoras recorre a unha causa exterior, un
Entendemento (en grego, Noús) ou Intelixencia ordenadora que imprimiu a esta masa inerte un
movemento de remuíño.
O recurso, por parte de Anaxágoras, a unha «Intelixencia ordenadora» abre perspectivas novas,
que máis tarde serán recollidas por Platón e Aristóteles. En Anaxágoras aparece por vez
primeira de modo explícito a idea dun deus como principio reitor do universo. Isto parecía
levar a unha concepción da orde do universo como resultado dunha intelixencia que actúa
conforme a fins, de modo tal que o resultado dos procesos naturais sexa sempre a consecución
do mellor, da máxima perfección e beleza. Con todo, Anaxágoras non chegou a desenvolver
totalmente esta idea dunha Intelixencia ordenadora do universo.

c) Demócrito. O atomismo.
Xuntamente co seu mestre Leucipo, Demócrito (nacido o 460 a. C., aprox.) ofreceu unha
resposta máis audaz e máis radical.
Parménides di que non pode haber máis que unha única realidade. Por que? Supoñamos que
existen dous ou máis realidades, dúas ou máis seres: por forza ha de haber algunha separación
real entre eles, xa que, en caso contrario, non serían dous senón unha única realidade continua.
Agora ben, argumentaba Parménides, se entre eles hai realmente separación, que é o que se
interpón entre eles? Non cabe contestar que se interpón algo real, pois volveriamos á situación
anteriormente descrita: non dous senón unha única realidade continua. Interpoñerase entre eles
algo non real? Pero algo que non é real, como vai interpoñerse? Algo non real é algo que non é
e, por tanto, non pode nin dividir nin interpoñerse.
É fronte a este dilema onde se mostra a audacia intelectual dos atomistas. Entre a multitude de
realidades (átomos) cuxa existencia pretenden establecer interponse certamente algo, o baleiro.

8
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Os atomistas conceden gustosamente a Parménides que o baleiro que separa os átomos non é
real, se por real enténdese a materia existente: unicamente os átomos son reais neste sentido e
o baleiro pode moi ben ser caracterizado como non ser por Parménides.
Con todo, o baleiro é algo real, se por real enténdese que efectivamente o hai. Xunto cos átomos,
o baleiro forma parte da natureza do universo. O papel desempeñado polo baleiro é decisivo.
Non só fai posible a pluralidade, senón tamén o movemento.
Para Demócrito, os átomos móvense eternamente no baleiro, uníndose e separándose e dando
orixe a todas as cousas do universo. Os átomos son partículas pequenísimas e indivisibles
que existen en número infinito. Os corpos son agregados xigantescos de átomos en cantidade
incalculable.
Os átomos non difiren en calidade, pero si na forma, no tamaño e no peso. E móvense
eternamente de maneira natural. Posúen automovemento. Non se necesita, por tanto, postular
a existencia de ningunha forza externa como causa do seu movemento.
Segundo o atomismo, a formación do universo non obedece a ningún plan nin propósito. O
atomismo de Leucipo e Demócrito ofrece unha visión mecanicista da natureza: o universo
non está presidido por plan algún trazado por unha intelixencia divina transcendente, nin existe
tampouco unha finalidade inmanente que guíe os procesos naturais.
O universo é o resultado necesario do movemento e combinación dos átomos, pero o
movemento e a combinación dos átomos non persegue obxectivo ou finalidade algunha.
Esta visión da natureza tivo poucos seguidores no pensamento antigo, dominado pola idea de
teleoloxía ou finalidade. Con todo, a concepción mecanicista quedará como un modelo sempre
dispoñible, que, tras un longo período de escurecemento, volverá rexurdir con forza a partir da
Idade Moderna.
O sistema atomista constitúe a última resposta do pensamento presocrático á doutrina de
Parménides. Con el péchase o ciclo da filosofía presocrática. Máis adiante veremos como Platón
oponse radicalmente ao materialismo e ao mecanicismo dos atomistas.

3. DIALÉCTICA SOCRÁTICA E RELATIVISMO DOS SOFISTAS


Introdución
Despois da Filosofía Presocrática, o centro de interese da filosofía vai sufrir un cambio radical: da
preocupación pola natureza (physis) vai pasar á preocupación polo home e a súa convivencia na vida social
(polis). Os que protagonizaron este cambio foron os Sofistas. Sofista, a pesar da actual carga pexorativa do
termo, significa simplemente sabio. Estes pensadores pasaron á historia como mercadores da sabedoría,
porque cobraban polas súas clases: os sofistas educaban aos fillos das elites atenienses para que triunfasen
no ágora ou praza pública. Esta valoración é inxusta e débese fundamentalmente ás críticas de Sócrates e
Platón a estes pensadores.
9
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

O pensamento dos Sofistas caracterízase polo escepticismo e o relativismo. Se é imposible a verdade


absoluta, o sabio é aquel que sabe argumentar, para seducir aos seus interlocutores e conducirlles por onde
quere. En definitiva, o sabio sofista é un bo retórico. Sócrates vai reaccionar fronte a este escepticismo.

3.1. Características xerais dos Sofistas


Os Sofistas, século V a. C., non constitúen unha escola ou corrente de pensamento homoxéneo, pero
podemos destacar algúns trazos comúns no pensamento dos diferentes autores:
a) O escepticismo: supostamente débese á influencia de Heráclito, se todo cambia e nada é estable
entón é imposible un saber seguro e necesario. O escepticismo é unha doutrina filosófica, na que
se inclúe aos Sofistas, que sostén a imposibilidade de chegar a verdades absolutas. Non
podemos superar definitivamente a dúbida, é imposible a certeza.
b) O relativismo: tese epistemolóxica, moral e política que sostén que as verdades, valores e leis
dependen das condicións, momentos e circunstancias en que son formuladas. Por tanto, o
relativismo é unha consecuencia do escepticismo.
c) O subxectivismo: cando as verdades, valores e leis dependen de condicións “internas” ao
suxeito, entón falamos de subxectivismo. Así, cando Protágoras fala do home como medida de
todas as cousas, fai depender o coñecemento das consideracións do suxeito. Por tanto, a verdade
e o ben non están na cousa, senón no suxeito, nada é obxectivo.
d) Indiferenza moral e relixiosa: os Sofistas son conscientes de que cada pobo ten os seus propios
deuses e os seus propios costumes.
e) O convencionalismo e relativismo xurídico: o Dereito non se basea en leis naturais, as leis
poden cambiar, e son resultado das convencións humanas.
f) O oportunismo político: o que importa non é tanto a verdade como ser persuasivos e elocuentes
intervindo a favor non das causas máis nobres, senón das máis oportunas.
Os Sofistas non pretendían formar homes xustos nin bos cidadáns, senón especialistas eficaces na
política e o dereito. Fronte a este pensamento estará Sócrates que se propón como fin da súa filosofía
educar aos cidadáns na virtude.
3.2. Os Sofistas máis destacados: Protágoras e Gorxias
Protágoras. É o representante máis importante dos Sofistas. Seguindo a tradición de Heráclito, vai
aceptar o escepticismo e relativismo.
a) Respecto ao escepticismo, para Protágoras As cousas están en perpetuo cambio. A
verdade é soamente aparencia, opinión que non podemos contrastar cunha realidade
estable, é imposible chegar a verdades absolutas.
b) Respecto ao relativismo, Protágoras afirma que o home é a medida de todas as cousas.
A realidade en si non existe, é unha realidade mediada polo coñecemento humano. Por
tanto as verdades dependen das condicións impostas polo home, polo suxeito
(subxectivismo)
Gorxias. Autor do famoso argumento a favor do escepticismo absoluto. O argumento está
inspirado en Parménides, pero para criticalo, e é o seguinte:
1) Non existe o non-ser, porque admitilo sería caer nunha contradición.
2) O ser tampouco existe, porque a evidencia do cambio lévanos a concluír a súa non
existencia.

10
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

3) Non só non existe o ser, senón que aínda que existise non poderiamos coñecelo.
Ademais, no caso de que alguén chegase a coñecelo non podería comunicalo. Por
tanto, para Gorgias a verdade é inaccesible para o ser humano.

4.3. Sócrates

3.3.1. A reacción de Sócrates fronte aos Sofistas


Sócrates vive no século V a. C e, a diferenza dos Sofistas, era ateniense, só saíu de Atenas
para loitar nas Guerras do Peloponeso contra Esparta. A súa vida caracterizouse por
deambular por Atenas preguntando aos cidadáns, formándolles na arte do diálogo e a
discusión. Ao final da súa vida, despois da ditadura dos Trinta Tiranos consideróuselle un
Sofista máis. Acusóuselle de impiedade e de ser un corruptor da mocidade. Na sentenza final
condenóuselle a morrer envelenado por impiedade (supostamente non cría nos deuses).
4.3.2. O coñecemento e a verdade
Para Sócrates a verdade existe e podémola coñecer. Con iso, Sócrates critica o
escepticismo e relativismo dos seus contemporáneos Sofistas.
A verdade non está no mundo exterior, senón que está no interior de cada un (daimon).
Mediante o método dialéctico de preguntas e respostas conséguese sacar á luz a verdade. O
mestre non é o protagonista neste proceso, senón que é o alumno o que chega en por si á
verdade.
Segundo Sócrates en todas as almas existe a verdade, pero en estado latente, e só é preciso
ter habilidade para poñer en orde os nosos razoamentos.
Sócrates é o descubridor dos conceptos e as definicións como método adecuado para
filosofar. Mediante a intuición do semellante (abstracción), prescindindo das diferenzas,
podemos chegar aos universais ou conceptos.
4.3.3. A Maiéutica: o método dialéctico
O método dialéctico é a arte que nos leva a atopar a verdade que levamos dentro. Mediante
unha serie de preguntas dirixidas polo mestre, trátase de que o alumno chegue en por si á
verdade. As fases da Maiéutica son:
1. Se parte da formulación dun tema, centrando aquel asunto que queremos definir. Esta
formulación concrétase na pregunta polo que é…? na pregunta pola definición.
2. A ironía que consiste en levar ao discípulo a contradicirse, para facerlle tomar conciencia
de que as súas opinións non están ben fundamentadas.
3. Propiamente xa a Maiéutica: conseguir que o discípulo formule por se mesmo a verdade.

4.3.4. Intelectualismo moral: a educación e o ben


Sócrates, fronte á filosofía anterior, a cal se ocupaba da Physis, descobre a interioridade
humana: seguindo a máxima do Oráculo de Delfos, coñéceche a ti mesmo. Sócrates propón
que o home sincero coñece no seu interior tanto o ben como a verdade. A importancia que
lle dá á Filosofía e ao adestramento da razón débese a que supostamente nos axuda a coñecer
que é o ben. Para Sócrates, só o sabio é bo: a isto chámaselle Intelectualismo Moral. Por
tanto, isto implica que o mal ten a súa orixe na ignorancia: para os gregos a vontade tende

11
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

sempre ao ben, é dicir, é imposible querer o mal a propósito. Esta teoría vai ser unha
característica común a Sócrates, Platón e Aristóteles, dando gran importancia todos eles á
educación. Para Platón son os mellores, os que chegaron ao cume do saber, os que deben
gobernar. Platón chamará a esta teoría a Teoría do Filósofo-Rei.

3.4. Diferenzas entre Sócrates e os Sofistas

a. O pensamento dos Sofistas caracterízase polo escepticismo e o relativismo, a verdade non se


pode coñecer e moralmente está todo permitido.
Mentres que para Sócrates a verdade existe e podemos coñecela, ademais a verdade está en
todas as almas en estado latente, e só é preciso ter habilidade para poñer en orde os nosos
razoamentos.
b. Para os Sofistas o sabio é aquel que sabe argumentar para seducir aos seus interlocutores e
conducirlles por onde quere, é dicir, sabio é o bo retórico. Para Sócrates, sabio é o home bo e
virtuoso.
c. Os Sofistas non pretendían formar homes xustos e bos cidadáns, senón especialistas eficaces na
política e o dereito. Sócrates proponse educar a os cidadáns na virtude.
d. Para Sócrates a dialéctica ( maiéutica) é o camiño para sacar á luz a verdade interior, mentres
que para os Sofistas a linguaxe non axuda a esclarecer a verdade, senón que é a arte da sedución
á marxe da verdade e da xustiza dos discursos.

4. PLATÓN

4.1. Contexto e obras de Platón


Platón nace en Atenas no ano 427 a. C. no seo dunha
familia aristócrata. Como xa viña de tradición familiar
inclinouse cara a vida política, pero enseguida viuse
decepcionado por ela, tras a sanguenta represión do
réxime dos Trinta Tiranos e, sobre todo, tras a condena á
morte que a democracia fixo recaer sobre o seu mestre
Sócrates uns anos despois. A partir dese momento a
filosofía é para el o único medio posible para saír da crise
na que se atopa a súa sociedade. No ano 388 viaxa a
Siracusa (Sicilia) e tenta levar á práctica as súas ideas
políticas. Pero o fracaso total desa experiencia fai que
regrese a Atenas onde funda a Academia e intensifica a
súa actividade filosófica. En idade tardía tentará en dúas
ocasións levar á práctica en Siracusa os seus proxectos
políticos; pero os seus reiterados fracasos empúxano a
encerrarse na Academia e dedicase por completo á
actividade teórica, elaborando o seu sistema filosófico e
tentando educar a políticos e gobernantes xustos ata que
morre no ano 347 a. C.
Tanto a orixe como o fin da súa filosofía é a política, pois todo o seu pensamento pretende en última
instancia buscar o Estado xusto. Neste sentido, toda a obra platónica pode ser considerada como unha
profunda meditación sobre cuestións políticas.

12
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Dous das súas obras máis destacables levan títulos claramente políticos, A República e As Leis, e
numerosos nomes de políticos e personaxes públicos aparecen nos seus textos, mesmo podemos afirmar
que as consideracións ontolóxicas e epistemolóxicas, en último termo, parecen orientadas a fundamentar
as súas concepcións políticas. A evolución na súa actitude política vai desde a ira, que trata de mellorar
as cousas, ata a desesperanza na súa madurez, na que só trata de perfeccionar a súa teoría.
O seu pensamento está en continua revisión, non é un sistema pechado senón unha procura continua de
solucións a determinados problemas.
Platón, seguindo ao seu mestre Sócrates, expresou os seus pensamentos mediante o diálogo, pois
opinaba que, mentres os escritos e os discursos filosóficos non nos permiten esclarecer as dúbidas e
dificultades, o diálogo, pola contra, é unha forma viva de filosofar que reproduce o dramatismo e o vigor
da dialéctica.
O diálogo, mediante preguntas e respostas, aclaracións e refutacións, vai guiando a investigación cara
ao descubrimento da verdade. Os seus escritos están redactados case todos en forma de diálogo, nunha
linguaxe sinxela e moi didáctica, intercalando exemplos e mitos para explicar as súas teorías principais.
Aínda que tamén atopamos pasaxes escuras e de difícil interpretación, sobre todo no último período.
O personaxe central dos diálogos é Sócrates; moitas das ideas que este defende son xa exclusivamente
platónicas. Ao redor del aparecen personaxes do seu tempo, amigos e discípulos de Platón, sofistas,
filósofos e tamén parentes. Cada diálogo céntrase na investigación dun tema (unha virtude, unha idea)
pero en case todos eles aparecen os problemas centrais do seu pensamento.
As obras de Platón podemos clasificalas en catro períodos, atendendo á súa relación con Sócrates e á
evolución do seu pensamento:
1º Período de mocidade ou socrático (393-389). diálogos en forma dramática, onde se discuten
problemas éticos sen darlles unha solución. En todos eles trata de resaltar a figura do seu mestre
Sócrates. Estes son: Apoloxía de Sócrates, no que fai unha defensa do seu mestre tras a condena.
Critón, trata da importancia da obediencia ás leis. Laques, sobre a valentía. Lisis, sobre a amizade.
Protágoras, sobre a posibilidade de ensinar a virtude. Cármides, sobre a temperanza.

2º Período de transición (388-385) (primeira viaxe a Sicilia, Platón ten 40 anos e funda a Academia).
Predominan as inquietudes políticas, aínda que hai múltiples preocupacións. Empezan a aparecer
temas propiamente platónicos e tamén temas de influencia órfica e pitagórica como a inmortalidade,
a reminiscencia, etc. As obras deste período son; Gorgías, sobre o político. Menón, sobre o ensino
da virtude. Crátilo, sobre a linguaxe.

3º Período de madurez (385-370). Consolídase a liña iniciada no anterior período e escribe as obras
máis representativas do seu pensamento. Aparecen os principais mitos platónicos. Desenvolve a
teoría das ideas e bases da epistemoloxía, ética e política. Obras: O Banquete, no que diserta sobre
o amor e a beleza. Fedón, sobre a inmortalidade da alma. A República, sobre a organización do
estado. Fedro, da beleza e da natureza da alma.

4º Período autocrítico e de vellez (369-347) (2ª e 3ª viaxe a Sicilia): no que somete a revisión todas
as concepcións anteriores. Cun estilo máis seco e difícil, formula os seus problemas lóxicos e
abandona as cuestións metafísicas. As obras son: Teeteto, sobre o verdadeiro coñecemento ou a
ciencia. Parménides, exposición crítica da Teoría das ideas. Sofistas, sobre a Teoría das Ideas.

13
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Político, teoría do gobernante filósofo. O Timeo, sobre a ciencia natural e a orixe do mundo. As leis,
onde precisa a súa teoría política anterior.

4.2. Realidade e coñecemento en Platón


A teoría platónica das ideas: Mundo sensible e mundo intelixible.
Epistemoloxía platónica: Graos de coñecemento.

5.2.1. A teoría platónica das ideas: Mundo sensible e mundo intelixible


A teoría das ideas constitúe o núcleo central da filosofía platónica e nela
fundaméntanse os diferentes contidos do seu pensamento, a saber, a Ontoloxía, a
Epistemoloxía, a Antropoloxía, a Ética e a Política.

IMPLICACIÓNS DA TEORÍA DAS IDEAS: CADRO- RESUMO

TEORÍA DO
ONTOLOXÍA ANTROPOLOXÍA ÉTICA POLÍTICA
COÑECEMENTO

Intelectualismo Reivindicación
Dualismo Dualismo Dualismo
moral: da figura do
ontolóxico epistemolóxico antropolóxico
saber=virtude rei-filósofo

Xustiza
Mundo Coñecemento da Ben moral:
política:
intelixible: das verdade absoluta: Alma harmonía da
harmonía
ideas Episteme alma
social
Mundo Mal moral: Inxustiza:
Mera opinión:
sensible: das Corpo desexos do corrupción
Doxa
cousas corpo social

5.2.1.1. Antecedentes
Platón afirmou do mesmo xeito que Heráclito, que toda a realidade está sometida a
un incesante cambio; pero esta realidade será mera aparencia, é o “mundo sensible”
o conxunto de obxectos que se ofrecen aos sentidos.
Os pitagóricos preocupáronse polas estruturas e as relacións matemáticas como
principio de intelixibilidade do universo. Os entes matemáticos son certamente ideas
na doutrina platónica.
Parménides vai distinguir entre o que verdadeiramente existe (vía da verdade) e o
universo cambiante (vía da opinión). As ideas platónicas son o que existe de verdade
e posúen as mesmas características que o ser de Parménides.
Anaxágoras foi o primeiro en falar dunha realidade transcendente separada das cousas
e causa eficiente do movemento, o Nous. O Demiurgo platónico ten unhas

14
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

características similares, introducindo unha orde natural e unha finalidade na súa


cosmoloxía.
Pero a influencia máis significativa foi a socrática. Sócrates fronte ao relativismo e
convencionalismo dos sofistas afirma a existencia de valores morais universais, o ben,
o xusto,... por iso para el era fundamental a procura da definición universal. Platón
vai máis aló do ámbito da moral ao que se circunscribía a filosofía socrática para
estender os universais, é dicir, as ideas a todos os ámbitos da realidade; máis aínda,
para constituílas na verdadeira realidade.
5.2.1.2. Os dous mundos
A idea central da filosofía de Platón é que o mundo común que coñecemos polos
sentidos non pode ser o único real. Tiña a sensación que é un mundo inestable e
imperfecto, en constante cambio e decadencia. O coñecemento non pode estar suxeito
a erro, ten que posuír a certeza, por tanto ten que ser coñecemento de algo estable e
perfecto; así se pensamos que o coñecemento é algo alcanzable, ten que haber un
mundo de obxectos estables e perfectos detrás dos obxectos que captan os nosos
sentidos.
A tarefa do filósofo será a de investigar este mundo que Platón chamará mundo das
ideas e vai ser o eixo explicativo do seu pensamento.
a. Hai un mundo ideal, perfecto, que existe realmente, distinto e anterior ao mundo
sensible: mundo das ideas. O mundo sensible (que é o mundo das cousas que
podemos ver e tocar) non é máis que unha copia ou imitación do mundo das ideas.
Platón formula así un dualismo conflitivo entre os dous mundos.
O mundo das ideas: é unha realidade invisible, non perceptible polos sentidos:
consiste na aceptación de realidades absolutas, eternas, inmutables, universais,
independentes do mundo dos fenómenos: por exemplo a beleza absoluta, a xustiza
absoluta, a bondade absoluta, das que derivan, á súa semellanza, as cousas que
chamamos belas, xustas ou boas.
Para Platón, a idea non é un simple concepto mental, algo que só exista na mente,
senón unha realidade extramental, que ten existencia obxectiva. As ideas son
independentemente do mundo físico. Todas as esencias ou especies dos obxectos do
mundo sensible teñen no mundo intelixible a súa correspondente forma ou idea, (o
concepto idea vén da palabra grega eîdos que significa aspecto, forma, determinación).
As ideas son modelos, prototipos ou paradigmas das cousas materiais, son o foco de
referencia do mundo físico, do coñecemento intelectual, da concepción do home e dos
fundamentos morais e políticos. Tamén son causa das cousas en canto á esencia e ao
modo de ser verdadeiras.
As ideas son as causas exemplares, fins ou modelos das cousas. As ideas son as
esencias das cousas, é dicir, o que fai que cada cousa sexa o que é. Son tamén entidades
inmutables: non nacen nin morren, son eternas, non crecen, non cambian. Son
simples, únicas, incondicionadas e absolutas. Só as podemos percibir pola
intelixencia ou razón e o seu coñecemento proporciónanos a verdade (episteme) pois
son a verdadeira realidade.
Na concepción das ideas atopamos unha clara conexión co ser de Parménides.

15
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Existen tantos tipos de ideas como especies ou clases de cousas sensibles existen. Así
podemos distinguir ideas éticas (Ben, Xustiza, Virtudes), ideas estéticas (Beleza),
ideas matemáticas (unidade, dualidade, números) ideas de relación (igual que, maior
que) e ideas comúns (mesa, folla, cabalo).

Estas ideas están xerarquizadas, é dicir, hai unhas máis importantes que outras na
escala ontolóxica e dependen unhas das outras.
A idea de Ben ocupa o cume, pois é a que aluma todas as demais, é dicir, dálles o ser
e, ademais, faias intelixibles (é dicir, cognoscibles). Debaixo da Idea de Ben se atopan
as ideas de Beleza, Xustiza, Unidade e Ser. Por baixo delas atopamos diversas ideas
de contrarios: movemento-repouso, identidade-diversidade, igualdade-desigualdade.
A continuación están as ideas matemáticas (números ideais, figuras xeométricas,
relacións) e, por último, as ideas dos ser físicos (ser humano, cabalo, frauta, mesa,
folla).
No seu período crítico somete a revisión a teoría das ideas preguntándose como estas
ideas esenciais, sendo unhas e perfectas, podían dar a súa forma aos distintos ser que
delas participan. Esta cuestión, xunto con outras deste tipo, fan do pensamento de
Platón unha obra aberta, pois se mostra heterodoxo de se mesmo.
b. O mundo sensible é a realidade visible, percibida polos sentidos, é creada, está en
constante cambio, é “semellante” ás ideas, pois as cousas participan das ideas e
tamén as imitan. Por exemplo, a rosa é bela porque participa da idea da beleza.
Este é o mundo material, por tanto desprezable, pois a materia é desprezable por
esencia, sempre introduce algún factor de desorde ou indeterminación.
Este é o mundo dos ser naturais, que son produto da xeración e da corrupción,
compostos, divisibles, imperfectos... Teñen as propiedades contrarias ás ideas. Non
é o verdadeiro ser senón a “aparencia de ser”.
Pódese apreciar a influencia de Heráclito. O seu coñecemento proporciónanos a
opinión (doxa) que é un coñecemento imperfecto e desprezable, propio do home
común: no símil da caverna son as sombras que ven os prisioneiros.

16
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

5.2.1.3. Relación entre as Ideas e o mundo sensible

I. Participación: As ideas son os modelos e a esencia das cousas sensibles. As cousas


sensibles participan (é dicir, toman delas a súa forma, a seu ser).
II. Imitación: As cousas sensibles imitan ás ideas.
III. Presenza: As ideas están presentes nas cousas sensibles. En todos os seres particulares
está presente a esencia home.
O mundo intelixible é, por tanto, o modelo que imita o mundo sensible. O mundo
sensible participa do mundo intelixible e por iso pode ser coñecido. Deste xeito e
mediante a teoría da participación, Platón salva o abismo que existe entre o mundo
sensible e o intelixible, conxugando as posturas de Heráclito e de Parménides.
A SOLUCIÓN PLATÓNICA AO PROBLEMA DO CAMBIO
HERÁCLITO PARMÉNIDES

DINAMISMO ESTABILIDAD

PLATÓN

MUNDO SENSIBLE MUNDO INTELIXIBLE

Realidade cambiante Definicións eternas

Accesible aos sentidos Accesible á razón

17
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Xa de vello, no período autocrítico, tratou de aproximar os dous mundos creando unha


relación dialéctica entre eles, de tal maneira que para o Platón desta época non se pode
afirmar sen máis que no mundo das ideas non existe movemento nin cambio. No
mundo intelixible das ideas hai algo de movemento, e no mundo sensible hai tamén
algo de permanente.
5.2.1.4. A cosmoloxía platónica: o mundo sensible
Na obra Timeo, escrito na época de vellez de Platón, explica como é o mundo sensible
e como se constrúe. Este mundo, segundo o relato, foi construído polo Demiúrgo
(artífice ou facedor) quen, tendo en conta a realidade do mundo intelixible,
proporcionou a forma idónea a unha materia preexistente.
Segundo esta teoría, no nacemento do mundo interveñen tres realidades: o
Demiúrgo, as ideas e a materia indeterminada. O Demiúrgo vén ser como un deus,
pero non o Deus do cristianismo, omnipotente e creador, senón un " facedor", un
artífice que para a súa obra serviuse doutras realidades preexistentes e, desta maneira,
utilizando unha materia anterior e tomando como modelo as ideas, conformou este
mundo físico.
Platón non considerou nunca a cosmoloxía (a física) como unha verdadeira ciencia,
por ter esta por obxecto os seres do mundo sensible, sometidos ao proceso de
nacemento e desaparición. Polo cal, a cosmoloxía do Timeo é cualificada como "unha
narración verosímil" chea de conxecturas e suposicións, na que se empregan con
frecuencia expresións míticas.
Convén, finalmente, destacar dous das características desta cosmoloxía:
1. Trátase dunha concepción teleolóxica (finalista) do cosmos, quizais a primeira da
historia da filosofía. Platón considera que o fin é a causa principal explicativa de
todo. Os presocráticos empregaran como explicación do cosmos unicamente a
materia e un principio de movemento.
2. Optimismo cosmolóxico. No Timeo pode observarse unha rexeneración do mundo
sensible que quedara claramente esvaecido nos escritos anteriores. O universo aquí
descrito é fermoso e ordenado, é o mellor mundo posible debido a que ten como
modelo as entidades perfectas, as ideas, e foi construído por un artífice divino.
5.2.2. Epistemoloxía platónica
Foron os sofistas os primeiros que se preguntaron se era posible o coñecemento da verdade.
A súa resposta foi negativa. A súa postura respecto do coñecemento foi o escepticismo.
Fronte a eles, Sócrates afirmou que é posible o coñecemento da verdade das cousas, que é
posible coñecer as esencias.

Nesta mesma postura respecto do coñecemento atópase Platón: é posible coñecer. Ademais,
é posible coñecer non só as presenzas que percibimos polos sentidos, senón as esencias
universais e permanentes das cousas. Deste xeito, establece Platón unha distinción entre o
coñecemento sensible e o coñecemento racional ou intelixible.

A cuestión inicial que tiña que contestar era, logo, como é posible ascender do
coñecemento sensible ao coñecemento intelixible?, como é posible ascender do
coñecemento do mundo das sombras ao coñecemento do mundo real?

18
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

5.2.2.1. Os graos de coñecemento

Como vemos, Platón, querendo conxugar o coñecemento do mundo sensible co do


intelixible, establece dous grandes niveis de coñecemento. A cada grao ou nivel de ser
faille corresponder un grao de coñecemento. Porque unha cousa é o coñecemento do
mundo sensible, ao que chama opinión (doxa) e outra o coñecemento do mundo
intelixible, ao que denomina ciencia (episteme). Ademais, dentro de cada grao
(opinión ou ciencia) presenta dous niveis.
Deste xeito, afirma Platón os seguintes niveis de coñecemento:

1. Ciencia (episteme): Trátase dun coñecemento obxectivo, universal do permanente,


que é o mundo intelixible. Resulta, por tanto, o tipo de coñecemento superior,
correspondente ao tipo de realidade superior: mundo das Ideas. Para os gregos, en
xeral, a ciencia era aquel tipo de coñecemento que ten en si a garantía da súa validez.
Este grao de coñecemento ofrece o grao máximo de certeza. Distingue Platón, á súa
vez, dous graos de segunda orde:
 Intelixencia intuitiva ou Nous: Trátase tipo superior de coñecemento, que, dunha
maneira racional e inmediata, permite o coñecemento das ideas. O tipo de ciencia ao
que dá lugar este grao de coñecemento é a dialéctica. A dialéctica é a ciencia que
coñece as ideas e as súas relacións xerárquicas. Trátase dun coñecemento que vai cara
aos principios.
 Intelixencia discursiva ou dianoia: Trátase daquel grao de coñecemento, de
carácter racional, que discorre indo dun concepto a outro, dun pensamento ao outro,
que vai por pasos. O seu obxecto de coñecemento son os números, as figuras
xeométricas e, por tanto as demostracións matemáticas e lóxicas. O tipo de ciencia ao
que dá lugar, evidentemente, é a matemática como coñecemento que vai desde as
hipóteses ás conclusións.
2. Opinión (doxa): Trátase do coñecemento do mundo sensible. Tanto para Platón como
para os gregos en xeral, a opinión consiste nun grao de coñecemento inferior á ciencia.
A opinión pode ser verdadeira ou falsa, e é un coñecemento inestable porque trata de
realidades cambiantes e non se funda en razóns sólidas senón en percepcións. Posúe
tamén dous niveis:
 Crenza ou pistis: Trátase do coñecemento a través dos sentidos, das cousas físicas,
das cousas perceptibles da natureza. Por ser coñecemento de cousas que non son máis
que copias das ideas, trátase dun coñecemento imperfecto e que non pode ser
sometido a demostración. Por tanto, non podemos dicir dunha crenza que sexa
verdadeira nin falsa. A este nivel de coñecemento corresponden ciencias como a física
ou a bioloxía.
 Imaxinación ou eikasía: Trátase dun coñecemento das imaxes das cousas sensibles
(sombras, reflexos), así como a dos seres de ficción, dos seres mitolóxicos ou das
invencións dos poetas. Son realidades non se poden intuír pola razón e non son
demostrables. Tampouco das ficcións da imaxinación podemos dicir que sexan nin
verdadeiras nin falsas. A este nivel de coñecemento corresponden as artes
(coñecementos técnicos), e actividades poéticas (ou produtivas).

19
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

5.2.2.2. Paralelismo entre os graos de coñecer e os graos de ser

Por último, hai que facer notar que Platón establece un paralelismo entre os graos de
ser e os graos de coñecer. A cada nivel de ser correspóndelle un tipo de
coñecemento. Ás cousas sensibles correspóndelles un coñecemento de opinión e ás
cousas intelixibles ou ideas un coñecemento científico.
Dunha maneira metafórica dá conta disto no Mito da caverna e dunha maneira
explícita no Mito da liña segmentada. Afirma Platón que a realidade é como unha
liña dividida en dous partes, cada unha delas subdividida á súa vez. A parte inferior da
liña representa ao mundo sensible, que á súa vez está composto de cousas e das súas
imaxes. A parte superior da liña representa ao mundo intelixible, que consta á súa vez
de dous partes: as Ideas e os obxectos matemáticos.

OBXECTO DO GRAOS DO
GRAOS DO SER MODO DE COÑECEMENTO
COÑECEMENTO COÑECER
Noesis (Intelixencia Pura)
Ideas
Dialéctica
Mundo intelixible Episteme
Dianoia (Razón Discursiva)
Entidades Matemáticas
Matemáticas
Pistis (Crenza)
Obxectos Materiais
Física
Mundo sensible Doxa
Eikasía (Imaxinación)
Imaxes dos obxectos
materiais
Arte

Relación entre o mito da cova e a teoría do coñecemento

20
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Símil da liña

5.2.2.3. En que consiste o coñecemento?


Platón, para dar conta do fenómeno do coñecemento, para explicar como podemos
pasar da opinión á ciencia, do coñecemento do sensible ao coñecemento do intelixible,
acode a tres explicacións: unha mítica e dúas filosóficas (unha intelectual e outra
emocional).
A primeira é a teoría da reminiscencia. A segunda, a explicación da Dialéctica. A
terceira é a do Amor ou Eros.
5.2.2.3.1. A reminiscencia: Segundo Platón, antes de que a alma estivese encarnada nun
corpo, permanecía no mundo das Ideas en actitude contemplativa. Alí coñecía
as ideas, pois as intuía, tiña delas coñecemento directo e intelectual. Cando se
encarnou nun corpo, unha especie de veo fixo que non lembrase a súa vida alí.
Pero cando, a través dos sentidos, percibe obxectos sensibles, lembra as ideas
das que os obxectos son copias. Se estamos ante unha bela posta de sol ou ante
un animal belo ou unha música bela, como sabemos atopar en todos estes
fenómenos beleza, sendo tan distintos? Porque xa coñeciamos a beleza antes de
estar no corpo, e estes fenómenos e obxectos non fan senón espertar en nós o
que xa coñeciamos.

21
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

As percepcións só serven para facer presentes conscientemente os coñecementos


que tiñamos pero que estaban debilitados ou escondidos. Por tanto, para Platón,
coñecer é lembrar (anámnesis) o aprendido. Nisto consiste a teoría da
reminiscencia. Todo isto implica que, para Platón, cando nacemos, xa temos en
nós o coñecemento de todas as esencias, de todos os conceptos das cousas. En
Platón os coñecementos son innatos.

4.2.2.3.2. A Dialéctica: A ciencia suprema que ten por obxecto o coñecemento da


suprema realidade procede dialecticamente. Só pode existir auténtico
coñecemento da verdadeira realidade; agora ben, no mundo sensible os seres
humanos atópanse enormemente afastados desta realidade; fai falta, por
conseguinte, realizar un esforzo acomodado para ascender desde o
coñecemento do mundo sensible ao coñecemento do mundo intelixible. Este
proceso recibe o nome de dialéctica.
Neste sentido a dialéctica é o método ou o camiño para seguir, tal como
describe no mito da caverna, a fin de que despois de moitos esforzos poder
conseguir a cima da sabedoría. Neste sentido, a dialéctica é un proceso, o
mesmo proceso do diálogo por medio do cal, despois de contrastar diversos
pareceres, acábase dando coa verdade.
A dialéctica consiste, pois, nun primeiro momento en ascender
cognoscitivamente desde o mundo sensible ao mundo intelixible ata
conseguir a suprema ciencia (filosofía). Pero este proceso non é bastante, por
iso é preciso tamén que, unha vez chegados ao mundo intelixible, prosigamos
subindo de idea en idea ata conseguir a idea suprema: a Idea de Ben. Logo, o
filósofo que conseguiu a cima do saber ha de estar disposto a emprender o
camiño de descenso, igual que o prisioneiro da caverna, para guiar logo aos
demais.
O termo dialéctica tamén fai referencia en Platón a ese obxectivo final que se
consegue logo dun longo e penoso camiñar. A dialéctica, neste sentido,
identifícase coa posesión da sabedoría, é pois a ciencia suprema, aquela que só
son capaces de alcanzar os que son verdadeiramente filósofos, os que chegaron
a coñecer a idea suprema, a idea de Ben.

5.2.2.3.3. O Amor: Outro tipo de ascensión ás ideas consiste nunha ascensión vital ou
emocional. No diálogo chamado O Banquete, afirma que o amor é unha tensión,
un ánimo, unha forza que ten todo ser cara a aquilo do que carece. E, de que
carece? De beleza, de ben, é dicir, de perfección. Todo ser, e por suposto toda
persoa, desexa ser perfecto igual que o Ben é perfecto. Pois ben, esa forza que
impulsa cara ao ben é o amor. O amor é un ánimo ascensional que vai do
exterior ao interior e do interior ao superior. O amor constitúese noutra vía de
acceso ás ideas e un impulso que leva á alma a erguerse do sensible ás realidades
supremas.

22
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

4.3. Antropoloxía e política

4.3.1. Antropoloxía platónica

4.3.1.1. O dualismo antropolóxico


Sobre as concepcións socráticas, e inspirándose en elementos órficos e pitagóricos,
elaborou Platón unha teoría antropolóxica con finalidades máis éticas que científicas.
A concepción platónica do ser humano é unha concepción dualista. O ser humano é
un ser composto por dúas entidades radicalmente diferentes e que non poderán
constituír nunca unha auténtica unidade: corpo e alma.
Este dualismo antropolóxico correspóndese co dualismo ontolóxico: o corpo
pertence ao mundo das realidades sensibles mentres que o lugar propio da alma é
o dos entes intelixibles, as ideas. O corpo, como todos os entes do mundo físico, está
sometido aos procesos de xeración e corrupción. A alma posuirá as propiedades dos
ser intelixibles, nin nace nin perece; as almas preexisten ao corpo e ademais son
inmortais. O corpo adquire con frecuencia na literatura platónica un carácter
pexorativo: é un estorbo para a alma, é como un cárcere, arrastra a alma coas súas
paixóns e impídelle a contemplación das ideas. A alma, que é nobre, por natureza, e
inmortal, tende a liberarse do corpo; logo mentres permaneza unida a el a tarefa
fundamental da alma é a de purificarse das impurezas que lle veñen da influencia do
corpo.
Por iso o mellor que lle pode pasar ao filósofo é morrer, e a filosofía non é senón unha
"preparación para a morte". A unión do corpo e da alma é, pois, unha unión
impropia, ocasional, accidental, máis aínda, antinatural e forzada. No Fedro,
Platón presenta esta unión da alma co corpo como un castigo por algún pecado, e é
concibida como unha unión puramente ocasional, como a do piloto coa nave, a do
xinete co cabalo ou a do músico co seu instrumento. Esta concepción do ser humano
pasou ao cristianismo, especialmente grazas a Agostíño de Hipona e deixou unha
forte influencia na cultura cristiá.
A inmortalidade é a característica propia da alma, a alma está unida ao corpo, pero esta
tende ao seu lugar natural, que é o mundo das ideas, pois alma e ideas son semellantes:
inmateriais, simples, indivisibles, incorruptibles e, por tanto, inmortais.
Tamén argumenta a inmortalidade da alma como posibilidade de ser premiada ou
castigada, pois se morrese co corpo non podería ser xulgada e sería inxusto.
Que ocorre cando a persoa morre? Disto fala en diversos diálogos ( Fedón, Fedro,
Gorxias e no mito de Er) que podemos sintetizar dicindo: ao morrer, as almas son
xulgadas por un tribunal e terán unha sentenza. As almas totalmente purificadas
marcharán á rexión das ideas eternas, onde serán felices. As almas non purificadas
irán ao Hades, rexión infernal, onde serán castigadas a padecer ruíns sufrimentos.
Pasado un tempo, ante un tribunal escollen a súa nova encarnación libremente, facendo
así recaer sobre cada alma a responsabilidade da súa nova vida na terra. Poden elixir a
reencarnación segundo o grao de virtude que cada unha queira (filósofo, comerciante,
artista, profeta, poeta, labrador, sofista ou tirano, mesmo nun animal).

23
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Como son almas aínda non purificadas non escollen a do filósofo por estar cegadas
pola paixón, moitas veces escollen reencarnacións inadecuadas. Antes de reencarnase
beben auga do río e esquecen toda a súa existencia anterior.

4.3.1.2. Funcións da alma: o mito do carro alado

Aínda que a alma é simple, ten diversas funcións, distintas capacidades. Estas
funcións están simbolicamente expostas nun mito que aparece no seu diálogo Fedro:
o Mito do carro alado.
Neste mito narra como a alma é semellante a un carro, tirado por dous cabalos, e
dirixido por un auriga ou condutor de carros. Dous cabalos, un belo e de pelo branco.
O outro malo, feo, de pelo negro e rebelde, polo que dificulta a condución do carro.
Ambos os cabalos teñen ás e voan polo alto. Pero se o cabalo malo e feo rebélase,
perde as plumas das ás e, pola súa culpa o carro, o auriga e os cabalos abandonan o
mundo celestial no que se atopan, caen no mundo sensible e quedan pechados nalgún
corpo.
Desde ese momento todo o desexo do conxunto será dominar e purificar ao cabalo
negro para recuperar as ás e poidan voar de novo á mansión eterna da que saíron.

Que simboliza este mito? Pois o que dá a coñecer é que a alma ten tres dimensións
coa súa respectiva función:

1. A racional (representada polo auriga) que é a que contempla as ideas, a que coñece
e a que toma as decisións. É a dimensión intelixente, dotada de autonomía. A
razón está chamada, por unha banda a coñecer e, por outra, a gobernar ás outras
dimensións. Esta é a súa función propia.
2. A irascible ou volitiva (representada polo cabalo branco) que é aquela dimensión
na que radican os ánimos voluntarios máis nobres que moven ao ser humano, é
dicir, os máis altos afectos (desexos de Ben, de Xustiza, de verdade, de Beleza).
3. A concupiscible ou apetitiva (representada polo cabalo negro) fonte de paixóns
relacionadas co corpo.

Como diciamos, cada unha das partes posúe actividade ou función que lle é propia.
Por iso, a cada dimensión da alma correspóndelle unha virtude, é dicir, un
comportamento acomodado á súa natureza. A virtude correspondente á dimensión
racional é a prudencia. A propia da dimensión irascible é a fortaleza e a virtude propia
da dimensión apetitiva ou concupiscible consiste na temperanza.

Existe a cuarta virtude que é a Xustiza consistente no equilibrio e harmonía entre as


tres partes, é dicir, consiste naquela estado da alma onde cada dimensión cumpre
coa súa función. Se cada parte da alma cumpre correctamente coa función que lle é
propia e non se interfire nas que non lle corresponden teriamos un individuo
harmónico, é dicir, xusto. Esta ordenación das virtudes en función das dimensións da
alma será de novo utilizada ao deseñar o seu modelo de Estado, para aplicalo cada un
dos estamentos sociais.

24
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

4.3.1.3. Vinculación da alma á cidade


A obra platónica nace dunha preocupación ética. Para Platón era necesario saber que
era o ben, e para isto consolida a súa Teoría das Ideas que fundamentará de maneira
metafísica a ética e a política. Platón pensa que os conceptos morais poden ser
definidos, e coa súa Teoría das Ideas atopan o carácter absoluto dos conceptos ético-
políticos. Para Platón a ética ten como finalidade que o individuo consiga a felicidade,
e esta atópase na práctica da virtude. Só unha vida virtuosa pódenos facer felices.
A virtude (areté) é un camiño cara ao ben e a xustiza.
A virtude pode equivaler a sabedoría, que consiste na contemplación das ideas.
Defende, pois, o intelectualismo moral de Sócrates dunha maneira máis moderado; por
tanto identifica virtude con saber e con felicidade.
A virtude tamén pode equivaler a purificación como saúde da alma; a persoa virtuosa
é a que purifica a súa alma das paixóns e despréndese do corpo para poder ascender as
ideas. Así, a alma purificada é aquela en a que cada parte da mesma cumpre a súa
función: a racional, a sabedoría e a prudencia, a irascible a fortaleza, e a concupiscible
a temperanza. A virtude será o equilibrio ou harmonía das tres partes da alma para
alcanzar a xustiza.
Así pois, a xustiza é unha especie de saúde no individuo, unha forma de “vivir ben” e
a inxustiza unha especie de enfermidade, “un vivir mal”.
Deste xeito podemos concluír que é o máis beneficioso para o ser humano, pois o que
vive ben é feliz e o que vive mal é desgraciado. Só unha vida virtuosa pode facernos
felices.
Na doutrina platónica a felicidade individual e social van intimamente ligadas. O
individuo por si só non pode chegar á perfección, faise necesario o estado ou
comunidade política. A persoa boa o é en tanto que cidadá. A idea de persoa realízase
na comunidade. É así como a ética desemboca na teoría política.

25
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

4.3.2. Política platónica


Existe unha clara relación entre alma e Estado. Platón preséntasenos como un reformador
social expoñendo o seu modelo de sociedade perfecta. A República é o dialogo onde fai a
exposición máis completa e sistemática do seu pensamento político. Leva como subtítulo
“sobre a xustiza” pois vai ser esta o tema central do diálogo. O conxunto da obra filosófica
de Platón posúe unha finalidade política. E isto ten unha explicación ben clara: aínda que é
certo que o fin do ser humano é a felicidade, só é posible atopar esa felicidade en comunidade
con outros ser humanos.
O intento de Platón, por tanto será indicar como ten que organizarse esta comunidade para
que as persoas poidan ser felices. Sen dúbida a esta postura lévao a súa temperá vocación
política, pero tamén a experiencia da decadencia da democracia en Atenas e a toma do poder
por parte de formas políticas oligárquicas e tiranas.
4.3.2.1. As clases sociais
Para Platón é moi importante establecer o que pode ser un Estado Ideal
(fundamentado pola Teoría das Ideas) perfecto pois hai unha relación de
reciprocidade entre estado e individuo: o individuo só pode facerse perfecto nun
estado perfecto e á inversa, o estado só pode ser perfecto se os seus cidadáns son
virtuosos.
Existe unha clara correlación entre alma e estado: “na alma de cada un hai as mesmas
clases que na cidade e no mesmo número” (Rep. 441 c).
A estrutura da cidade atópase reflectida na alma e viceversa, por iso a ética coincide
coa política: só na cidade xusta é posible educar homes xustos.
Estrutura e organiza a sociedade en tres clases ríxidas:
1. Os produtores: atenden as necesidades máis elementais da vida humana:
alimento, vivenda e vestido, dando lugar a todos os oficios: labrador, construtor,
tecedor, pastor, carpinteiro, comerciante... Compoñen a base económica, son a clase
produtiva.
2. Os defensores ou guerreiros: dedícanse ao mantemento da convivencia social, á
ampliación do territorio e á defensa da cidade das agresións exteriores. Establece
un exército profesional de persoas escollidas entre os cidadáns que posúan virtudes
especiais para esta función (forza, coraxe, rapidez e amor á verdade). Estes han de ser
educados e adestrados para esa función.
3. Os gobernantes: son os “ aristos”, os mellores, serán os mellores de entre os
gardiáns, que a partir dos seus dotes naturais serán rixidamente educados na busca da
verdade (episteme). Estes, como xa sabemos, son os filósofos, pois coñecen o Ben.
Teñen poder sobre as outras clases e a súa misión é lexislar, administrar e velar pola
educación e organización da sociedade.

26
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

Pertencer a unha clase social non dependería da riqueza nin do nacemento como
sucedía nas aristocracias tradicionais, senón que depende da propia natureza. O
estado é como un individuo de gran tamaño a súa estrutura social correspóndese coa
estrutura tripartita da alma (racional, irascible, concupiscible).
Así pois, os filósofos, sabios e prudentes, son os máis aptos para o goberno; os
gardiáns- guerreiros coas virtudes da fortaleza e o valor defenderán a comunidade.
Estas dúas son as clases superiores, só en canto a virtude, unha especie de
superioridade de tipo intelectual. A terceira clase, a dos produtores, coa virtude da
temperanza fornecerán os medios materiais que a polis necesita.
4.3.2.2. A xustiza social
A xustiza é o obxectivo do estado perfecto, é a virtude da cidade. Platón establece un
paralelismo entre a xustiza do estado e a xustiza do individuo, pois se no individuo
a xustiza consiste na ordenación de pártelas da alma segundo a disposición ou virtude
que lle é propia, na cidade consiste en que cada unha das clases sociais cumpra co seu
labor propio.
Se cada clase cumpre adecuadamente coa súa función reinará a orde e a harmonía
social isto é, a xustiza. Convén matizar que nós herdamos o concepto xustiza da
Revolución francesa, égalité, e entendémola como a igualdade dos dereitos dos
cidadáns, mentres que para Platón coincidía coa orde e obtíñase cando cada un
cumpría o seu deber sen interferir no dos demais.

27
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

A igualdade de sexos e a abolición da familia son tamén puntos importantes. Platón


apunta que as mulleres están igualmente dotadas en canto ás súas capacidades que os
homes, exceptuando a forza física, por tanto han de ser educadas nas mesmas
esixencias que os homes para logo poder acceder ás mesmas funcións sociais, mesmo
á guerra. (Neste aspecto da igualdade de sexos hai, con todo, moitas contradicións ao
longo da súa obra).
Fala tamén de abolir a familia por estar vinculada á propiedade e aos instintos egoístas.
Pero este regulamento vai ser específico para a clase gobernante e a defensora, pois
estes teñen que estar por encima dos intereses particulares e das tentacións interesadas
egoístas, procurando unicamente o ben común.

4.3.2.3. A educación (paideia)


A educación vén esixida pola necesidade de seleccionar e formar aos guerreiros e
gobernantes. É, por tanto unha cuestión de Estado. Trátase de facer lembrar o que xa
se contemplou no mundo das Ideas. Coñecendo así o que é bo e xusto estase en
disposición de dirixir aos demais de acordo co ben e a xustiza. A educación divídese
en varios ciclos:
1. Primeiro ciclo consiste en Ximnasia e Música. Así, serán educadas as virtudes da
harmonía e a valentía.
2. A segunda parte consiste, tras a selección, en Aritmética, Xeometría, Cálculo e
Astronomía.
3. Os máis aptos pasarán a un terceiro ciclo consistente no estudo da Dialéctica. Os
que rematen este nivel formativo, o que non ocorrerá antes dos corenta anos,
gobernarán a cidade por quendas, dedicándose ao estudo da filosofía. É o goberno
dos mellores, por iso o sistema que propón Platón denomínase aristocracia (aristós, o
mellor). Os gobernantes serán os filósofos, porque só eles posúen o coñecemento
adecuado para guiar aos cidadáns á contemplación do mundo intelixible e para
gobernar segundo a Verdade, a Bondade e a Beleza.

4.3.2.4. As formas de goberno


Platón distingue diversas formas de goberno: Na última parte da República analiza
os distintos réximes políticos, establecendo unha relación entre os cidadáns e o réxime
no que viven.
 A máis perfecta é a Aristocracia, porque é a intelixencia a que, a través dun monarca
ou duns homes superiores, pola súa educación e altruísmo, domina no Estado. O
réxime aristocrático corresponde co tipo de sociedade ideal que Platón deseñou na
República: aquela en a que os máis sabios ocúpanse de gobernar, os máis valentes da
defensa da cidade e os traballadores da produción dos medios materiais precisos para
vivir. Esta sociedade ideal é a única perfecta, a única na que reina a xustiza, porque
cada parte axústase ao seu labor. As demais son todas elas imperfectas, por tanto
inxustas, aínda que exista certa gradación sendo a peor de toda a tiranía.

 A Aristocracia pode dexenerar e dar lugar á Timocracia, domina nesta forma de


goberno o elemento pasional sobre o racional. É o goberno dos militares que
ambicionan as honras e as riquezas e os seus representantes oprimen ás clases
28
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

inferiores. Do mesmo xeito que a aristocracia acaba por corromperse para dar paso ao
seguinte, a oligarquía.

 A Oligarquía é o goberno dos ricos, gobernan para defender os seus intereses en


detrimento dos pobres. Dada a insaciabilidade da oligarquía créanse dous tipos de
cidade: a dos ricos e a dos pobres. Este desexo insaciable de riqueza corrompe aos
cidadáns e acaba por corromper ao réxime enteiro. Xorde así unha nova forma de
organización política, a democracia.

 A Democracia, sistema no que o pobo, farto de ser esmagado, apodérase do goberno


e reina a liberdade. Pero como os cargos son elixidos por elección popular moitas veces
recaen sobre persoas pouco dignas e preparadas. Por iso, a democracia acaba
dexenerando en Tiranía.

 Na Tiranía acaba gobernando o máis audaz e violento, que se impón aos demais como
aparente salvador da situación caótica á que levou a democracia, pero que finalmente
goberna ao seu capricho e con violencia. Neste réxime suprime a liberdade e non existe
a xustiza.

4.4. Influencias de Platón na historia do pensamento

Platón (427-347 a. C.) e Aristóteles (384-322 a. C.) crearon os primeiros grades sistemas completos
da filosofía: o idealismo e o realismo. O idealismo de Platón defende que o autentico ser, a
verdadeira realidade, é a realidades das ideas (formas, eidos, esencias). O realismo de Aristóteles
afirma que a verdadeira realidade, o ser en sentido propio, son as cousas concretas que existen en si
mesmas, como esta persoa, este can, esta árbore. Sen perder de vista estes dous sistemas
construíronse todos os grandes sistemas filosóficos posteriores.

29
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

4.4.1. Supervivencia do pensamento platónico

Nos primeiros tempos da morte de Platón, a Academia continuou investigando sobre


metafísica, lóxica e matemática seguindo o estilo do fundador. Despois, durante un breve
período de tempo, abrazou o escepticismo, máis cara á metade do século I d. C. Abandonou
o escepticismo e cultivou unha síntese de platonismo, estoicismo e aristotelismo. A
Academia seguiu funcionando ata o ano 529, en que foi clausurada polo emperador
Xustiniano.
Á marxe da Academia, no último período da filosofía grega (do século I ao III d. C.),
sobresaen dous filósofos influídos polo platonismo: Filón de Alexandría, que combinou o
platonismo co xudaísmo, e Plotino, que é considerado o fundador do neoplatonismo e que
influirá decisivamente en Agostiño de Hipona.
A aparición do cristianismo e a necesidade que este ten de expresar os seus contidos
doutrinais en terminoloxía filosófica dan unha oportunidade de ouro á expansión do
platonismo, pola aparente similitude de certas ideas, como a existencia dun mundo diferente
do mundo físico, a composición do home de alma e corpo, a presenza dunha culpa orixinal,
a necesidade de purificación, a inmortalidade da alma, etc. A través de Agostiño de Hipona
(século IV d. C.) o neoplatonismo penetrou na cristiandade medieval e perdura como
corrente filosófica ata o século XIII.
O platonismo recupérase de novo durante o Renacemento. No ano 1440 fúndase unha
academia platónica en Florencia.
Na filosofía moderna e contemporánea podemos citar varios autores nos que se nota a pegada
de Platón, como Leibniz, Kant ou Hegel.

4.4.2. Valoración do pensamento platónico

Platón ten moitos aliados e moitos críticos, pero todos admiten que a súa obra contén o
embrión de toda filosofía occidental. Aquí imos fixarnos moi brevemente en tres puntos
capitais do seu sistema filosófico:
 Na teoría da realidade Platón duplica o mundo. O mundo das ideas é o mundo da realidade
auténtica. As ideas son substancias inmateriais, inmutables e eterna que existen fóra do noso
mundo. O mundo sensible é un mundo de aparencias, de copias, imitacións imperfectas das
ideas, que son as esencias das cousas do mundo. Resulta, entón, que a esencia das cousas do
mundo sensible están fóra das propias cousas. Resulta difícil entender que isto sexa posible.
 Na teoría do coñecemento infravalora o coñecemento sensible. O verdadeiro coñecemento
e a verdadeira ciencia, episteme, teñen por obxecto as ideas, que son universais, necesarias,
eternas e inmutables. Das cousas sensibles que nacen e perecen só podemos ter opinión,
doxa, pero no ciencia. En Platón non é posible unha ciencia empírica. O verdadeiro
coñecemento, segundo Platón, é en realidade reminiscencia: recordar o xa coñecido nunha
vida anterior no mundo das ideas. É máis realista defender que no momento do nacemento
a nosa mente está en branco.
 Na teoría da sociedade defende un modelo de sociedade estático, clasista, conservador
dos privilexios das clases superiores, utópico e totalitario, baseado na xustiza entendida
como harmonía entre as partes e non como igualdade entre todos os homes. O seu modelo
supedita os intereses individuais e familiares ao interese común do corpo social. Non contan
os dereitos individuais fronte ás pretensións do “todo”, cuxa harmonía é o máis importante.
É rexeitable a esixencia de que o rei filósofo ou os homes sabios teñan poder político

30
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

absoluto. A presunción platónica de que os gobernantes filósofos serán amantes da verdade


que nunca abusarán do seu poder é inxenuamente optimista. Karl Popper, filósofo austríaco,
define a Platón como inimigo da “sociedade aberta” e acúsao de ser o inspirador de todos os
totalitarismos.

No diálogo A república, Platón presenta o que sería para el a sociedade ideal, tres veces
intentou implantala en Siracusa e tres veces fracasou.
Destacan en Platón, pola súa actualidade, os pensamentos sobre a educación, en concreto, a
formación e educación das persoas que deberán ocupar os cargos de responsabilidade na
dirección política dun pobo, facendo así virtude da política e eliminando a ecuación que
equipara a actividade política coa corrupción, o trato de favor e a falta de valores. Canto
máis educados estean os gobernantes mellor procurarán o ben común dos cidadáns e máis
afastados estarán das malas prácticas.

31
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

5. GLOSARIO
PHYSIS OU FISIS: física, natureza. Ven do verbo fio "facerse ou nacer". Implica os conceptos se ser
(estable) e devir (cambio), así as cousas da natureza e a natureza no seu conxunto nace e xera as cousas,
que deveñen e cambian noutras. A physis alude no pensamento grego ao conxunto do que existe e ao
principio que o xera.

ARCHÉ OU ARKÉ: Principio das cousas, principio reitor da realidade. Substancia orixinaria que
permanece sempre idéntica e estable, a pesar das diversas modificacións coas que aparentemente se
manifesta.

ESENCIA: O que fai que unha cousa sexa. Aquilo que suprimido da cousa, esta desaparece como tal.
Condición necesaria para a existencia de algo. O contido da definición dunha cousa. É sinónimo de Idea
e, en algúns autores de sustancia.

SUBSTANCIA: O que permanece debaixo dos cambios que sofre unha cousa e que caracteriza a súa
esencia. A nivel metafísico: “o núcleo da realidade, o que permanece, o que é o ser” (Aristóteles).

VIRTUDE OU ARETÉ: virtude como potencialidade ou capacidade de facer algo ben, relacionada ben
co carácter ou ben coa capacidade física. Inicialmente aceptábase como algo co que nacían os
aristócratas (os mellores) despois pasou a ser unha capacidade que pode ser aprendida.

NÓMOS: norma o lei, ás veces ten o sentido de costume.

RELATIVISMO: Posición teórica que consiste en afirmar que non existen cousas verdadeiras ou falsas,
nin nada bo ou malo en si mesmo. Para o relativismo a verdade ou a bondade dependen das
circunstancias.

ESCEPTICISMO: Posición teórica que afirma a Imposibilidade de chegar a un coñecemento


verdadeiro.

ALMA: Platón define el alma en dous sentidos: como o que permite aos seres vivos realizar as súas
funcións vitais (principio de vida). No caso da alma humana é o principio do coñecemento racional e
da capacidade da virtude ou de levar unha vida boa.

ALMA CONCUPISCIBLE: Parte da alma humana responsable das paixóns, os praceres, desexos
sensibles e instintos.
ALMA IRASCIBLE: Parte da alma humana onde se sitúan a vontade e o valor. É a encargada das
accións humanas despois da deliberación racional.
ALMA RACIONAL: Parte superior da alma humana. A súa función é o coñecemento e a vida boa.
Exerce as funcións do pensamento abstracto e a intelixencia.
CIENCIA (EPISTEME): Coñecemento universal e necesario. Coñecemento verdadeiro.
CONXETURA OU ILUSIÓN (EIKASIA): Coñecemento sensible baseado na percepción de sombras,
imaxes e reflexos. Confunde o real coa súa imaxe.
CRENZA (PISTIS): Coñecemento sensible baseado na percepción directa dos obxectos naturais.
Fundaméntase na fe respecto as percepcións humanas e a súa relación directa co mundo.

32
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

OPINIÓN: Coñecemento non verdadeiro, mutable e non válido universalmente.


PENSAMENTO DISCURSIVO (DIANOIA): Coñecemento racional baseado na aceptación de
principios asumidos como certos sen demostración (axiomas). E un pensamento que precisa exemplos
materiais para aplicar o coñecemento.
INTUICIÓN INTELECTUAL (NOESIS): Coñecemento puramente racional que capta as definición
dunha forma inmediata mediante a visión directa das Ideas.
DIALÉCTICA: método racional de ascensión ao mundo das Ideas. Non se apoia nas percepcións nin
utiliza exemplos. Non acepta premisas que non teña sido cuestionada e sometida a análise. Busca o
sentido último e a razón profunda de cada tema que trata.
DEMIURGO: Arquitecto que constrúe o mundo material a partir da materia e os modelos ideais. É
unha entidade coexistente coa materia e as Ideas.
DUALISMO ONTOLOXÍCO: Teoría que afirma que existen dous planos ontolóxicos ou dous
mundos: o conxunto dos obxectos espazo-temporais, materiais e tanxibles e o mundo dos obxectos ou
entidades ideais, non espaciais nin temporais, inmateriais e perfectas.
DUALISMO ANTROPOLÓXICO: Teoría segundo que podemos atopar no ser humano dous
principios con características, funcións e destinos diferentes: a alma e o corpo. A alma inmaterial e
inmortal, o corpo material e mortal.
IDEA: do grego êidos, aparencia ou forma. É a esencia universal e perfecta que da sentido ás cousas e
que lle dá consistencia pero que existe independentemente delas nun plano ontolóxico diferente.
BEN: Idea suprema que se identifica coa perfección e a beleza. É a idea superior porque ten a mesma
extensión que o Ser, idea máis xeral que pode dicirse de todo o que existe. Platón identifica as ideas de
Ser e Ben, porque a totalidade constitúe a perfección, e ao perfecto chamámoslle Ben.
MUNDO INTELIXIBLE: Plano ontolóxico das entidades racionais ou Ideas. Só se pode acceder a el
a través da razón ou despois da morte. O seu significado e tanto epistemolóxico como místico ou
relixioso.
MUNDO SENSIBLE: Conxunto dos obxectos espazo-temporais e materiais que nos mostran os
sentidos. É un mundo en perpetuo cambio, corruptible e que ocupa un lugar no espazo.
PARTICIPACIÓN: Forma de vincularse o mundo sensible co Intelixible. Consiste na representación
parcial da perfección das Ideas nas cousas materiais. Esta participación permitiría certa comprensión do
mundo material usando conceptos e mesmo a aplicación das leis e os razoamentos matemáticos ao
mundo sensible.
REMINISCENCIA: Teoría platónica segundo a que coñecer é recordar. Basease na súa concepción
antropolóxica que acepta a inmortalidade da alma e a súa natureza afín ás Ideas. A alma humana capta
as ideas antes de nacer e posteriormente terá un coñecemento difuso delas por culpa das limitacións do
corpo.
VIRTUDE: estado de perfección gracias ao exercicio e ao establecemento de bos hábitos.
PRUDENCIA OU SABEDORÍA: a perfección no uso da intelixencia e a capacidade racional humana
que a fai inclinarse cara ao o bo uso desa capacidade. A prudencia permite recoñecer que acción é a
adecuada en cada situación.

33
IES PUGA RAMÓN HISTORIA DA FILOSOFÍA 2º BAC CURSO 2019-20

FORTALEZA OU VALENTÍA: disposición da vontade gracia a que podemos realizar a conduta que
a prudencia ensina como a máis adecuada en cada caso. É a que permite regular as accións e controlar
os elementos instintivos.
TEMPERANZA: Capacidade e exercicio de moderar os apetitos e permite que a alma non sexa
continuamente perturbada polos desexos intensos ou os instintos corporais.

34

You might also like