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Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Engenharia de Alimentos


Departamento de Tecnologia em Alimentos

TA221A – CARACTERÍSTICAS E PRÉ PROCESSAMENTO DE


GRÃOS

Extração de oleaginosas em expeller e em laboratório

Ana Luisa Pigatto – 163893


Bruna Olmos – 165016
Fernanda Paschoal – 167447
Flávia Pavanel – 167623
Isabela Lima – 169958
Juliana Martins – 171250
Laura Ciasca – 171814

Campinas
15 de Setembro de 2015

FALTA COMPARAR COM OS OUTROS GRUPOS


COLOCAR RENDIMENTO

VERIFICAR SE TA CERTA A LTERATURA

1. Introdução teórica

O girassol é principalmente cultivado no mundo como fonte de óleo comestível,


sendo a terceira cultura anual com maior produção de óleo no mundo. Entre as
culturas anuais, o girassol é responsável por 16% da produção mundial de óleo,
enquanto a soja atende por 46% da produção.
O óleo de girassol destaca-se por suas excelentes características nutricionais e
funcionais à dieta humana. A composição centesimal média em base seca das
sementes de girassol consiste de: 4,8 % de água, 24 % de proteína, 47,3 % de óleo,
19,9 % de carboidratos totais e 4 % de cinzas (Watt e Merril, 1979 citados por
CARRÃO-PANIZZI e MANDARINO, 2005). As sementes de girassol ainda contém
altos níveis de potássio (710 mg / 100g) e magnésio (390 mg / 100 g). Possui alta
relação de ácidos graxos poli-insaturados/saturados (aproximadamente 65%/11%),
em média, sendo que o teor de poli-insaturados é constituído, em sua quase
totalidade, pelo ácido graxo linoleico. Chamamos de ácidos graxos essenciais
aqueles que, contrariamente a todos os outros, não podem ser sintetizados pelo
organismo humano, por meio de vias metabólicas próprias. Estes ácidos graxos,
não produzidos pelo organismo, devem ser ingeridos por meio dos alimentos, e o
girassol produz em abundância. Recentemente, tem sido introduzido no mercado o
girassol rico em ácido graxo oleico (girassol alto oleico). A presença deste ácido
graxo, além de trazer os benefícios à saúde, confere ao óleo alto grau de
estabilidade oxidativa, sendo bastante procurado pela indústria de alimentos.
O girassol também pode ser fonte de proteínas para alimentação animal na forma
de farelo e até como silagem. Os farelos constituem importante fonte de proteína
para a alimentação animal, formados por aproximadamente 44% de proteína bruta,
rico em ferro e cálcio, vitaminas A e do complexo B com valor biológico elevado
(60%), alto teor de metionina e sulfurados, mas com menor conteúdo de lisina,
comparado com a soja. Estudos realizados no Brasil e demais países produtores de
girassol têm demonstrado a eficiência nutricional da torta de girassol na formulação
de rações para nutrição animal.
Na estrutura dos grãos oleaginosos podemos encontrar uma grande proporção de
materiais sólidos associativos ao óleo, cuja extração necessita de uma redução
cuidadosa, seguida de um tratamento térmico e da submissão a altas pressões.
Após esses processos a torta obtida terá retido uma massa considerável de óleo
(normalmente uma quantidade que varia de 2,5 a 5% da sua massa). No caso das
sementes com alto teor lipídico, o resíduo irá conter apenas uma pequena fração do
óleo total; porém, para sementes de baixo teor de óleo (por exemplo, os grãos de
soja), a torta pode conter de 15 a 20% do óleo total.
Para a realização da extração com o expeller é necessário que o grão possua alto
teor de lipídio e que contenha fibras, que irão criar atrito com a máquina e aumentar
o rendimento do processo.
O expeller é uma extração mecânica com processo contínuo para prensagem de
sementes e se destaca por sua rapidez, facilidade de manuseio e baixo custo de
instalação e manutenção. Com essa extração mecânica não é possível remover
todo o óleo da matéria-prima.
A extração com solvente, por outro lado, se torna mais lucrativa no processamento
de grãos com baixo teor lipídico, uma vez que esse processo reduz pra menos de
1% o óleo residual nas sementes extraídas. Todavia, esse processo apresenta
apresenta algumas desvantagens: alto custo inicial dos equipamentos, dificuldade
de manuseio de algumas sementes devido à desintegração de algumas, quando
submetidas à ação de solvente e a hexana, solvente mais utilizado na extração de
óleo, possui característica inflamável, o que aumenta o risco de fogo e explosões.

2. Objetivos
Na prática de extração de oleaginosas o objetivo principal é calcular os valores de
teor lipídico, de óleo em base seca e de umidade de uma amostra de semente de
girassol.

3. Materiais e métodos
Medição de umidade e matéria volátil, método AOCS Ai-2-75
Definição:
Esse método determina a umidade e quaisquer materiais que são voláteis sob as
condições do teste.
Materiais:
- Estufa de ar.
- Placas de petri.
- Dessecador contendo um dessecante eficiente.

Procedimento:
- Pesar de forma precisa duas amostras de 10g contendo tortas de girassol
após tarar as placas de petri.
- Feche as placas de petri e seque-as no forno a 130° por 3 horas.
- Retire do forno, substitua as coberturas imediatamente, deixe esfriar até a
temperatura ambiente e pese.

Cálculos:

Umidade e matéria volátil, %= Perda em peso x 100 / Peso da amostra

Precisão:
Duas determinações simples feitas no mesmo laboratório não devem diferir em mais
de 0,39%.

Medição de óleo extraído pelo extrator Butt e em base seca, método AOCS Ai-
3-75
Definição:
Este método determina as substâncias extraídas por éter do petróleo sob as
condições do teste.

Materiais:
- Extrator Butt.
- Cartuchos (filtros).
- Algodão absorvente.
- Moedor de faca ou liquidificador.
- Éter de petróleo.
- Rotaevaporador.
Procedimento:
- Moer as amostras em moinho de faca e pesar aproximadamente 30 gramas
de sementes de girassol.
- Colocar a amostra em um cartucho e a cobrir com o algodão de forma a
evitar a perda de grãos moídos.
- Colocar no extrator butt e extrair com éter de petróleo por seis a oito horas
sem interrupção.
- Deixe esfriar e retire o balão do extrator. Evapore o éter em um
rotoevaporador.
- Deixe o balão por 15 a 20 minutos em uma estufa até não sobrar mais odor
de éter.

Cálculos:

Teor lípidico, % = peso do óleo x 100 / peso da amostra

- A porcentagem de óleo em base seca é calculada com a seguinte fórmula:

%massa em base seca de óleo = ((% Teor lipídico pelo extrator Butt) x 100) / (100
- % umidade na semente inteira)

Ácidos graxos livres


Definição:
Este método determina os ácidos graxos livres existentes na amostra.

Materiais:
- Erlenmeyer.
- Álcool etílico 96%
- Fenolftaleína
- Solução de hidróxido de sódio

Procedimento:
- Neutralize álcool etílico 96%, em outro erlenmeyer, através de adição de
NaOH por bureta, usando feolftaleína. Deixe a coloração levemente rósea no
álcool.
- Aqueça o álcool em chapa de aquecimento. Adicione 50mL do álcool
aquecido (quase fervendo) ao frasco contendo a amostra pesada.
- Pingue três gotas de fenolftaleína e titule com NaOH 0,1M. Titule até que a
coloração permaneça rósea por 30 segundos.

Cálculos:

% AGL (em ácido oléico) = V x N x 28,2 / massa amostra


Os ácidos graxos livres são frequentemente expressados em termos do valor de
acidez ao invés de % de ácidos livres. O valor de acidez é definido como o número
de mg de base necessária para neutralizar 1g de amostra. Para converter a % AGL
(em ácido oléico) para o valor de acidez, multiplique o primeiro por 1,99.

4. Resultados e discussão
Determinação da umidade do grão analisado
Massa Placa 1: 64,754 g
Massa Placa 2: 49,456g

Amostra Úmida Massa (g)

Placa 1 10,002

Placa 2 10,002

Amostra Seca Massa (g)

Placa 1 8,477

Placa 2 8,674

Umidade e matéria volátil, % = perda em peso x 100 / peso da amostra.

Placa 1: Umidade = (10,002-8,477) x 100 / 10,002 = 15,2%


Placa 2: Umidade = (10,002-8.674) x 100 / 10,002 = 13,27%

Teor lipídico pelo estrator de Butt


Massa Cartucho: 7,117g
Massa Balão 4: 114,617 g
Amostra Massa (g)

Semente 2,000 g

Óleo 0,373 g

Teor lipídico, % = peso do óleo x 100 / peso da amostra

Teor lipídico = (0,373 x 100) / 2 = 18,65 %

Teor de lipídios em base seca na amostra


Óleo, % massa em base seca = (% Teor lipídico pelo estrator Butt) x 100 / (100 - %
umidade na semente inteira)

Placa 1: Teor lipídico = 18,65% x 100 / (100 - 15,2%) = 21,99%


Placa 2: Teor lipídico = 18,65% x 100 / (100 - 13,27%) = 21,50%

Rendimento do expeller obtido através do dado de teor residual de óleo na


torta *ERRADO

Ácidos graxos livres


Volume 1: 0,85mL - Massa 1: 3,8 g - N 1: 0,0973
Volume 2: 0,80 mL - Massa 2: 3,0 g - N 2: 0,0973

Amostras %AGL = (VxNx28,2)/P

Amostra 1 0,61

Amostra 2 0,73

valor de acidez = %AGL*1,99 (mg KOH/g amostra)

Amostra 1: 0,61 x 1,99 = 1,21 mg KOH/g amostra


Amostra 2: 0,73 x 1,99=1,45 mg KOH/g amostra

Comparação dos resultados obtidos com a literatura


Resultados:
Média da unidade nas duas placas: 14,24%
Teor lipídico: 18,65 %
Média da porcentagem de óleo em base seca: 21,75%

Literatura:
Umidade: 7,2%
Teor lipídico: 26,3% - 51%
Porcentagem de óleo em base seca: 29,8% - 51,4%

5. Conclusões
Com base nos resultados obtidos e descritos acima, podemos concluir que a
amostra utilizada não segue os padrões da literatura, em nenhum quesito. O teor
lipídico encontrado (18,65 %) está à baixo do esperado pela literatura (26,3% -
51%), assim como a porcentagem de óleo em base seca, prevista (29,8% - 51,4%)
e encontrada (21,75%). No caso da umidade da amostra, o valor encontrado
(14,24%) está elevado comparado com o valor de referência da bibliografia (7,2%).
Segundo pesquisas descobrimos que o valor de umidade muito alterado pode ser
devido à impurezas encontradas na amostra, como galhos e folhas. A discrepância
nos teores lipídico e de óleo em base seca ocorre devido a qualidade da semente
utilizada na amostra.

6. Referências bibliograficas
- Embrapa - Girassol - <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/girassol>

- Revista virtual de química (2013) - Silva, T. A. R.;* Neto, W. B. - Estudo da


Redução da Acidez do Óleo Residual para a Produção de Biodiesel
Utilizando Planejamento Fatorial Fracionado - <http://www.uff.br/rvq>

- Universidade estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE (2009) - Graziane


Nimet - Avaliação dos solventes dióxido de carbono supercrítico e propano
subcrítico na extração de óleo de girassol.
- Revista virtual de química (2012) - Ramalho, H. F.; Suarez, P. A. Z.* - A
Química dos Óleos e Gorduras e seus Processos de Extração e Refino -
<http://www.uff.br/rvq>

- Ecirtec - Processos produtivos -


<http://www.ecirtec.com.br/pg_processosprodutivos.php>

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