You are on page 1of 9
Implicagdes ages ou inferéncias A primeira proptiedade a ser estudada no nosso manual seré a nogao de , na linguagem cotidiana, remete a virias nogbes, 1¢30—conhecida como acarretamento—& nogio mais abrangente da implicacio — conhecida como im al. O acarretamento € uma nogio e somente com que esté contido na sentenca, independentemente do uso desta. A nogio de pressuposigio! relaciona-se com o sentido de express6es lexicais contidas na ico, que 0 ica que se relaciona nga, mas também se refere a um conhecimento prévio, extalingut lante ¢ 0 ouvinte tém em comum; pode-se dizer que a pressuposicéo é uma nogi semantico- pragmética. A im -pende exclusivamente do conhecimento n sobre um determinado contexto, Neste lo, apresentarei as dua iras nogGes de implicagio, 0 acarretamento ¢ a ico que o falante e 0 ou capitulo “Aros de fala e implicaturas conversacionais”, em que apresentarei fendmenos ‘que sto, geralmente, tratados dentro de uma abordagem pragmética. ) eSusauds ep orSeSou va (e) eSUaIUas ee joupenuod seSuart2s W210} se) ebuaauas ep opSeuusogut eu epnuod z9xps9 (q) eSuatuas ep oESeAAIOFUT » senrapepioa piss uagquren (q) eSuaiU9s r “esppeps94 403 (e) eSuarU98 Ee 1:98 olupurmourese ap ovbejas burn wad2jaqeise seSuouos senq] (/) ‘ommaurmiaziee ap opSou ® ezed s9S;uyep sonindos sg soureyp ‘sonusumnie sossou sou-opuvoseg -(2C) eSuoiuos ep oFSewi0yUt ‘eu vpnuos piso ovu (qc) eSuoxu9s ep orSeuozur e anb roqpozad sowspod owissu no s(2¢) vbuanuas @ eupnIpenuod presy opu x onb (QC) eSuaaus v xe¥0u sowspod (2) eSuaneas v 2s ‘tod «(qc) wSuoquas # wiaureoe ovu (eG) eSuatUes e ‘ore c>uuB op oxreq 12 ‘2pepuoa eu foape axonbseq 2p sopeio! un > ozu ovof o sey “9 -ananbseq sp sopeo{ um p > (q¢) 2¥80u ppapozes squswrearaysad eos sreur sop um opuss outo> ogof anfjn{ ou go0s ‘sianbseq ap sasopeSo{ so aniua ‘onb sououiSeut sey “(U6) seULIFe Wo So3I99 soUTeISy “sonye OBS ‘opepreas ro ‘onl ‘oranbseq ap sezopeol so ezed opueiuode sourass anb sououiSeuy ‘ono 7 woe ewajqoud (0 stod snoxzs2e ‘ozu napuodses 00a 2g :(q¢) eIsuse>e (eG) anb esp 200, ‘age axanbseq 2p ropeBol um 9 oF0f O° axanbseq 2p zopeBof wn 92 ore 9 ovof Q = (6) (6) wre seSuaiuas se soure(on e1ofy “sooSeunge senp seu o12(qo owsous 0 9 anb 2p onej 0 1 ou v ‘opensouy o32/qo 0 a1gos epeu soges sourespaid oru curesqTUBis seSuaiucs sesso anb 0 aiqos jpaquoo op sured 7 omsttsoyuo> 955 “EHOpeW 9p OPED UI > OFU O3S! SEAL“ "wujopeu ap 79 en1aped eum 9 ors] "e (p) sepundos e seu 9 eSuavuns esjoutad v ewye oupupenuon eas ‘estapeproA ios wipqurea (q¢) eSuoruas e s1usua1anbasuo> “esspepi9A 305 (ee) eSuaIUDS v 26 ‘onb efa,,“(q¢) ei2ue2e (eG) anb smpuos sourapod ‘owuensod ‘onb 2 (e¢) wo epynjout jis9 (qg) Ww epnuos ogseursoyur e anb aqes sgndmasod op aaueyey zanbpeng) fe seodooeduy “eajopeus ap es1ape> eum > 0: ‘epeU op 9 > eilppro eum 9 0% q = () :ojduroxo un souswey, “2x3 ynypu pase eSuasuas eum ap opnuas o optrenb 4 owOD eprpuoius 19s apod anb ‘o1usureia1e2e woo sreur 9 oxSejas essq “enno ep opus ou 1u98 am sruDRSTED oF 2p orSou ¥ soureay> “(1) we sojduraxa sonno so ered seonupuiss sopeporidord wie propa] oeStsoduioaop & 19224 aausutiode “ouoYseD 9p o {We 2p opriuos o onb ap orgy o ePuap! ‘opnuos paso je ouayptreus spodqupenbs {feunues < onoyses| (2) ;numfas 0 sourejies ‘o10yse> esAzped ¥p oppuss © ursgdwo> onb svonupWes sopeponidoud ap souszo: wo ye1x9] opSisodurosap eum wo sourresuad ag “onrapepran 9 O8U osiaaur 0 seur ‘onOYeD eIARPed EU OpRUE? piso yeuUE ezrered ep opnUas (© “omoypes um > [ewUE opor wou seus ‘[eUETUR UM > O204De Oper ‘opduIEXD I04 “ountuodry nas 0 wip uo> oF owTugIodiy o sur ‘ounugsadny nas 0 urpLUOD ouNLUEdiK, fos no ‘rounpuuysse 9 enuyuodry ap ovSy[ar y -ounugrodry o ‘yewtue > ‘epeaussasde lord serno se sepor wp autos anb ‘oayjaods> \dusaxa epes anb sa0ajaqeiso sour “>19 syeaafoa ops 794 ens sod ‘onb ‘sarog ors sesos ‘srewnue sop assepp & wis>uaniod ‘zan ens 10d ‘onb ‘0130429 Sop seep a0uaniad osruape-ronsed “(0s no ‘595 xonsmBuy ozSepr eum 9 emumjuodyy ¥ anb s2qoo1od souapod ‘sojduioxs soja, eso < emmy < ebeurp on < mosy 9 Jerson < 309 < e501 9 Jeumtue onoype> < orwapesorsed © (1) enno ap opnuas ou oppur yis> eusn ap opnuas © opuenb ‘sexapped annus epparaqease oxSepps eum owio> epluyap sos apod entujuodiy y “sexaejed anup yp 98 onb seus ‘sequnts opSepar eum 9 anb ‘erwsjuodry ap ogSou e sotue sourlon ‘sebuatuas ana orSejar eum 9 anb ‘onusumeroiiese 2p opSoU e SOULs2pUuaIUD bey OJUSUIDJOUDDD 8 DIWIUOJEd|Y ‘DILUIUOdIH oyupwes apjonuow ze 34 Manual de Semantica Assim como a hiponimia, 0 acarretamento também 1a relacao assimétrica, ja, uma sentenca contém outra, mas no necessariamente essa segunda conté a primeira. Quando temos uma relagio simétrica, ou seja, a sentence (a) acarreta a sentenca (b) também acarreta a sentenca (a), temos a relagio de paréfrase, que veremos mais fi ‘0 que fazemos ao estabelecer os acarretamentos de uma sentenga é tirar-lhe todas as informagées que acrescentamos, a partir das nossas experiéncias, do nosso conhecimento de mundo, ¢ deixar somente o que esté explicito nas relagdes expressas pelos itens lexiais dessa sentenga, ou sea, o sentido exclusivamente literal. Em outras palavras 0 acarretamento ¢ uma propriedade que nos mostra exatamente o que esté sendo-veiculado por determinada sentenga, nada além. Essa €a dificuldade, pois estamos habituados a entender sentengas com todas as outras informagbes extralinguisticas que a sencenga possam também estar associadas a essa sentenga, a quem a profere ¢a quem a escura ‘Ao estabelecer os acarretamentos de uma sentenga, estamos fazendo uma espécie de triagem do que estd além daquele objeto, para poder analisar somente o préptio ‘objeto. Antes de vocé exerctar-se um pouco, analisemos alguns exemplos, Aplicaremos as definigées dadas anteriormence para estabelecer se ha a relagio de acarretamento as a seguir. E importante ressaltar que, se usarmos somente 2 nossa s-veres ndo conseguiremos perceber qual € realmente 0 significado de .nca. Por isso, como um bom procedimento metodolégico, vamos re aplicar as definigdes (uma das trés) nos exercicios propostos. Vejamos, pois, sea sentenga (8a) acarreta a sentenga (8b): deverminada (8) a. Hoje o sol esté brilhando.® b. Hoje esta quente. ‘A sentenga (a) no acarreta a sentenga (b), porque, se é verdade que hoje 0 std brilhando, nao & necessariamente verdade que hoje esté quente; ou seja, se (a) é verdade, (b) nao ¢ verdade necessariamente. Também podemos perceber que @ informacio de que hoje esté quence no est contida na informacio de que hoje o sol est 2 informagio da sentenca (b) nao estd contida n: da sentenga (a). Ou ainda, se negarmos a sentenga (b), ela nao ficard contraditéria a sentenca (a): hoje o sol esté brilhando, mas hoje nao estd quente; é perfeitamente possivel que esas duas sentencas estejam narrando fatos que ocorram simultaneamente nformagio no mundo, Vejamos um segundo exemplo, (9) a. AJane comeu uma fruta no café da manba. b. A Jane comeu uma fruca. Implicagées 35. Se éverdade que a Jane comeu uma fruta no café da manha, é necessariamente verdade que a Jane comeu uma fruta. Portanto, podemos afirmar que a sentenga (a) acarretaa sentenga (b), porque a informacio de (b) esté contida em (a); ou porque se (a) éverdade (b) também éverdade; ou ainda, a negagao da sentenga (b) écontraditsria A sentenga (a), pois é contraditério afirmar que a Jane comeu uma fruta no café da manha, mas a Jane nfo comeu uma fruta, Come terceito exemplo, temos: (10) a. A Jane tomou café esta manhi. b. A Jane romou algo quente esta manha, [A sentenga (a) nfo acarreta a sentenga é verdade necessariament porque se (a) é verdade (b) nfo se é verdade que a Jane tomou café esta manha, no ce esta manha, pois o café poderia (11) a. © Jodo nio sabe que a Maria esté grivida. b. A Maria esta gravida, ‘A informagio de que a Maria esta grévida esté contida na informacio de que o Joio nio sabe que a Maria esté grévida, Portanto, a sentenga (a) acarretaa senten¢a (b), pois a informagao de (b) esté contida em (a). Novamente, tente as outras definigdes. Come tiltimo exemplo: (12) a. O Joio pensa que a Maria esté gravida. b. A Maria esta grévida. ‘A sentenga (a) no acarreta a sentenga € contraditéria & sentenca Maia esta grévida, mas a Mat De posse das s a negagio da sentenga (b) néo dizer que o Jodo pensa que a no esté gravida. nformagées dadas, tente voc® fazer os exercicios propostos. Exerc 1. Diga se existe a relagio de hiponimia ou hiperontmia nos pares a seguir (observan adiregio da seta), usando aes semanticas: gia de decompor os itens lexicais em propriedades mem —> animado 2) gente > crianga 1ofdusoxa 20g rSuansos enno opuapaoote [euoPIpuoD eum oWHO> ouISSU NO “eameBOUAN 1} euin > sepe20q00 ops no ‘sepeB>u oxs seSuanuds sesso opurenb ‘Operage p OF aiuauieuarsyp ‘eonupuas aruoU ‘efos no ‘sero ap [essis] opauDs wo ‘SonuDuoAeoe Sop sauaureua3yip oSisodnssoid e ‘ssoSeayjdust se exed 01 so Sopor 2901340 sou ean sapucaiduioa v sopeaay sowos penb ojad ossoz0sd ou anb sewuaypes [ copnaiuos op aued wszey opt ssosisodnssaud st op s9 v ‘orsodnssaud oppaiuo> wn ospoaid 9 ‘omen anb wreumnge opuenb pes 2 Hey] lod reprosuos 10d oss; owLYY “eonPUISesd-oonuEUDS ‘opuss ouion sef-yumsse NA ‘oss] 10d ‘9 seonpuaBead seopspoiseres seus “(94 1286 corso. soobisodnssard sepeweyp seu 2yuSUOs OFSuaNe © opUEZIPHOy ‘IpURIDASD wioBepIoge 2p feuorsipen stew wyur] e roumdos ‘orbisodnssaid 9p ovSou ep seren eg opdisodnssald SOnNO SOP EARLE OME “4 “sonno sop sepgj ® EnUBUOD one OE (SZ yseig op uapisoud um sory “q “opio8 oumnus vpue jiseig op a2uapisaid Oe (%z "urBOA Saat SY “q -ureon soae se onb enpaioe emeyy We (EZ snes wapnBy“q -nyeo anb ouruous 0 10) ENE (ZZ cing ey “9 ‘opeioureu nos napuoaidins opu oprBry eyuin MEY eT e (IZ “opeqnos 10 0>uq © “4 “oaueq ou oqnos tun aAnoH{ ® (OZ 7p} 7 OMe O"4 sozyay os epure eR e 2 OME Oe (6 ‘noBayp 980[ O "4 -noSoqp pf sof 0 anb eype eueyy ye (SL Le seosoiau) “eneury ome "4 srewry ap nored ojneg Q(t ‘apa nofaqp wpnSy “q ‘apaea nofayp anb wey e 10} OFN “(OT TMaOuI9A REP Y “q ‘opof 0 nojeqe opt 190U98 opynBastios eyuar VITEPY v am) ‘ewouossy elusouu ® wg ITEP ® 2 OBO O-q “soourg® ops fof o 9 ee Ye (FI seSe> 98 ap sIaDgIp O¥s SOUMEPE (EL ese ered UIEI0§ 4 veseo wed uresani0> sozedes sO ® (C1 4 ‘p] 20d voq vpts eum uresoan sopoy, © (IT -onusurepuryoad mppungtos aur ossnasip nag “q ‘n1punyuon aus osmmosip nog “e (QT ‘si09 eum seadusoo ap soureqeae Sp “q “oxme> um seidwoo ap soureqese SNe (6 ‘nose> 28 PUN OBOf "4 -omnpos 7 oFof (8 "eu easodsos & proges wanSuIN “q “arma easodsar e proges opunur poy, ® (ZL “9pepl-eiour ap 932250. O° “pepleiou ap ops ps0f 0a TESQ Oe “00 9990 04 S001 Fs ps0[ 02 TES OE (6 sese wg oFt so2s0d 50) “4 -sese ip ogu soozod so anb rsuad oof Qe (F sese ign ou soaz0d 80) “q ‘sese wig) ou soasod so anb aqes oof Qt (E sornparoxa sue 23} oBof © °4 ‘so1>,919x9 50 Sopor 23} OBOE (Z sop 8 Yea s1UepMs9 OPO, “4 "as9j F OFA SOHUEPMISS SQ" ( -sepepnaso sooSruyap spun sep eum opuesn vasodsos ens nbypsn{ (q) ebuaauase wane (2) euaiuds 8s wtp ‘seSuaiuds ap zed epe> exe selapea sep sou]ugradly so 2 sourtugdry so ‘euntze seyuajuody se ezed eSapoqeisy “11 aa0ay « peroBon (6 ‘oonspuroponaya < sopeayipinby (5 reas «= e5U0 (¢ oyUQWES ePIONUOW — 9 38 Manual de Seméntica Joao conseguiu abrir a porta. 2. O Jofo nio conseguiu abrir a porta 2°. O Joao conseguiu abrir a porta? 2”, Seo Joio conseguiu abrir a porta, cle deve esta aliviado. (14) 0 Joao tentou abrir a porta Nas sentengas em inalterado, Podemos, entio, afirmar que as oragées afirmativa, negativa, interrogativa e , 0 fato de o Joao tentar abrir a porta permanece condicional como verbo conseguir compartilham um tipo especifico de contetido. A esse Frege deu o nome de press Portanto, podemos dizer que as sentengas em (13) pressupGem a sentenga ‘Vejamos outro exemplo: (15) a. O Joao parou de fazer caminhadas. a, O Jogo nao parou de fazer caminhac 2°. Seo Joao parou de fazer caminhadas, 2”, O Joio parou de fazer caminhadas? (16) O Joao tinha o hdbito de fazer caminhadas. ter engordado. Podemos afirmar que © sentencas em (15): 0 Jozo tink: em (15) pi re um conteiido que ¢ comp: sbito de fazer caminhadas. Ou seja, as sentengas a que alguém diga qualquer das sentencas jpactilhar e assumir como verdade, ou se, supdem a sentenga le eseu interlocutor tém que verdade, uma informago anterior sentenga proferida. Se for verdade que Joo parou de fazer caminhadas, ou que o Joao nfo parou de fizer caminhadas, que cu fasa a pergunta: “O Joao parau de fazer caminhadas?” ou ainda que eu coloque tuma condigio antecedente como: “seo Joao parou de fazer caminhadas..”, eemos que tomar co para proferidas, uma informagio an podemos concluir que temos essa suposicéo 36 ¢ derivada a partir da estrucura linguistica da prépria sentenga; si0 as que desencadeiam essa pressuposica0. No caso em (13), por exemplo, é somente a partir do verbo conseguir que podemos inferir que alguém tentou fazer algo. Ne Esomente a partir da expressdo ‘parou de... que podemos inferit que Joao de fazer... Por isso, escolho tratar a nogio de pressuposicéo como sendo semantico-pragmatica, ‘Vejamos as diferencas existentes entre acarretamento e pressuposicio, mesmo .as duas nog6es consideradas, de uma n dererminadas construgdes, express sendo ira mais ampla, como implicagSes Impicagses 39 (ou, também, inferéncias). Primeiramente, podemos observar que acarretamento € ‘uma relagio entre duas sentengas, de tal modo que a verdade da segunda decorre da verdade da primeira; € exclusivamente a partir da sentenca proferida que podemos inferir alguma verdade, envolvendo assim o conhecimento estritamente semantico. Ja pressuposigio é um conhecimento compartilhado por falante/ouvinte, prévio to semantico, mas também exige um conhecimento pragm: 10 entre a pressuposicio e 0 acarretamento & que, apesar de as duas nogées serem implicagSes, a primeira envolve nao soment a negagio dessa afirm: relacio de pressuposicdo se todas as quatro formas de uma det (2), ou seja, se a fa Se uma das sentengas da familia de (a) no tomar como verdade a sentenga (b), iio de pressuposigéo entre as sentencas (a) e (b)." Em termos seminticos/pragméticos, a familia representa tipos de aticudes expressas em rela¢io a declaragio afirmativa. Vej is, como a nogio de pressuposigao é definida: lia de (a) tomar uma determinada sentenca (b) como verdade, (17) A sencenga (a) pressupde a sentenga (b) se, e som assim como também os outros membros da fam tomarem a sentenga (b) como verdade. ce se, a sentenca (2), da sentenga (a) Apliquemos a definigzo em (17). Tomando como base o exempl ha relagio de pressuposigio entre as duas sentengas: 2. A Maria sabe que o Pedro gosta de dormir na aula. b. © Pedro gosta de dormir na aula. Para estabelecer se principal), a condi se a familia de (a) toma a sentenga (b) como verdade: (19) a. A Maria sabe que 0 Pedro gosta de dormir na ‘A Maria nao sabe que o Pedro gosta de dor Maria sabe que o Pedro gosta de dormir na aula? a”, Sea Maria sabe que o Pedro gosta de dormir na aul... b. O Pedro gosta de dormir na aula. ‘opuenb ‘opepisa eur ‘9 sogssaidxo se1u99 soyjooso oF onugSur 9 rounue aruepEy o ‘auourensaZ “comupuias sluauress9 o1tats}>a4UOD OssoU Op OpUMLL Op ort!>UH;SB4UOS ‘ossout o zeredos ap apepinouyp ¥ aiqos ausuouortre opesyeas toy anb op 95-21qua] Snastaauo> 2s oft vpuTe 2008 3g “onuaureraIzeDe ap opSejax eum aisix> wi9qurer anb aeuppauve soxmur e4a] anb 9 opbisodnssoud ap oebeppr ess “onsta 104 pl 0W09 (G52) ‘Suanuas e agdnssand (ep) eSuoruas e ‘onmmIoNUg “enUBUIDG U9 Foq BOU Nom anb lupnie 10j anb opuessaidxa paso ou sew ‘eizepy ¢ toy ou anb opuessaidxa seuiade yase (ec) wSuoias e 9 eSustuas eu opus piso onb opmbe anusureams> 7 ovuDureureSe ‘wsrequrenss sundp « ssod aauaurenaprod op “eonupuisg wo toq iow nor uignSuru ‘Speprfeas ww FeDRUEUIDG WH oq ou nosn anb vIseYA 10) OLN, 2¢8tp 2 epes BU ,o=Semus eum nspx> apod ‘ojduax> 10g “(e) SuarUDs y CUOMpENUOD 70% ep orSeBou anbiod (ghz) eSuatuas & eianiese opu (eh) eSuatues & anb souay, np ‘orbenusunfize e wow omuyd um Ww fs buN g *wHEN BOW. -ronupuiag wi voq vou nom wnsyy -q roAUpUIDG UND Fog ROU nom anb BEEPY F 10} OF *E (52) uUI9g wD Foq eIOU nom wHpTBe ag wie ¥oq eiou nom OFM eLTEWY V, 2081p na ) euros ou (v) ap exyurey x anbrod (q) eSuoruas aodnssard ogu (e) eSuoruas e ‘onueianug “(e) eSuaiuas ep oeSeuoyur eu epnuoD PIs (4) eSuawuas ep oxSeunopur ¥ anbiod (q¢Z) eSuaruas e eiisese (rE) eSuBIUDS anb apeprsa owos opuenb ‘ojduraxa 10g ‘apepiaa ouxo> ‘oDUBLUIG WO Og MOU MoMA wpNTY ~q -ronupUdg U9 vog vioU nosD ELEY Ye (EZ) :opSjsodnssoid ap opSeas a1 oft 2 omuaursaszeoe ap orSeps vse wepod seSuastig anus owsureisisese 9p oFSej1 Eun soa ‘orbisodnssaid ap oeSepps ep we ‘onrensog “»pepraa owo> (q) eos (2) ap expuey e anbiod (q1Z) 2odnssoud (e1z) anb soe souna pf -eonuptag wo ¥oq ¥OU Nox upnije anb apepros a1usurersessaoou 9 ‘eonupMdg Wo eq eIOw nom onb wey & 10} anb apepian 928‘ od (qzZ) eSustuss & eisiseoe (277) eSuaiuss ¥anb souray, eonUPUIIg WO eoq HOU NOI WNSTY ~puyUiag U9 vod FOU nom anb eEPY € 1O4 e (C2) -72) wo (P17) sourenday “omusurEanee ap ‘wpqure ‘> opSisodnssoid 2p opSejar e reauasoide rapod seSuaiuag simps ¥ sojdwioxa 80 wo ‘oiuaumezep steuu serppy sessa sourefan “s2950u senp se re1posse 2s ap oxSisod raugsa x vio sozaa se anb 0 ‘ovStsodnssord euun exx020 anb wo eSuoiuds eusaU eu S9UDSsH e{aiso ouaureroirese 0 anb sa201u038 apod ‘opmiuor “oxstsodnssaud e wasixa anb exed upsso0U OFSIpuOD PUN OLU OUDUIIDNDe ap ovsefar ¥ ASTD ‘onmeRIOg «(e109 ‘euinlje s38ins uropod 9s ‘sepuayut sopepsoa 19s wapod ogu opSipuo> eno eaneBoxraiU ojduax9 104) senno sep seuum somusuressure2¢ urel>s (e) ypssooou OpSrpua EMM > OZ CUDTIIDIZEDe O anb sour ‘opSrsodnssaid senp se anus opSeredwso> % opueajo, ‘apepraa owion (q) eSuaiuas © eos (t) Suanu9s ep eypury e anbiod (q1z) eSuaruas x aodnssaid (P12) eSuorurs & “oreIOg ‘eanuywag W> voq FOU Nom UipnSIE anb apepros ouO> ouO n> wp toq tow nom onb euepy & 10] 9g, :o81p na opuenb ‘sruowyeuy seoURWAG WO oq ou nom wpnSfe anb apepien owos opuewior nor n> § eueyy ® Jog, :onumBiod no 2s teonupuisg wo eq Bou nos wnByE anb apepia4 owos opueuioy nowss no epUpUIIE U9 Gog EIOU Nos anb ELEY oJ, :081p no 2s ‘eonupUIag Wo eoq EIOU Nom wpNSfe anb apeps nno1s9 na ‘,ROAUPIE WI eg eIOW NOM anb eITEPY & 10} OFN,, O84 Md 9g ® 9 owIsUIEIOITEDe 0 owio> opuewior ‘onupurag urs tog wou nos wrpNTy q oF iow nosp anb wireyy & 105 (080) 2g ROAUPUIRG W19 Bog Tow Nos anb eLTEYY ® 105 (ON) UMD tH9 FOq FIOU Nom anb eLTE € YO "POmUPUDE WO Og eIOU Nos anb eHEPY e 1oj OBN, 9G UD ve ssowai (8) 9p ewe & opuenydg “OPUPUING WD vOq HOU NOM wipNSTY “q gulag uo ¥og wIOU nos anb eUePY e 107 CEN “e (0Z) ‘up seSuaauns senp se anus opSysodnssard ap opSejay eum og no Fy 38 opuaoajaqeis9 ‘ojdursx> ono sourela, “omusumposord 2559 ‘01 duos efprenso 20g eum x95 onrparse ‘sxuoure>‘Bojopoisyy ‘apepiaA oUwso> (q) PHO ap expurey eanbrod “(q) 2odnssaid j2x9 0u ‘anb xeunye ossod na eamisod 9 senunfrod se sepon v eisodsa1 owo) zapepi9A oua> (q) owsor n>“) *(,2) (2) o81p n> opwerigy zene eu sumsop ap was08 oxpag oanb apepsoa ouro> owo1 n9 eM et JTUBIOP ap ws08 oxpog o anb aqes eurepy y, :o8ip no opuengy “ovseaytian ¥ opuzey 2x9 sou ‘reoyde 42 Menual de Sernantica escolhe uma expressio como Néo foi fulano que... (uma expressio desencadeadora de pressuposicéo), ow o falance acredita que foi alguém, ou ele quer fazer 0 ouvinte acreditar lades, Primeira,o falante |, senfo ele no a estaria que foi alguém. Portanto, podemos pensar em duss poss confia na verdade da sentenga (b), conhece previamente cenunciando. Segunda possi a press discurso: o falante quer direcionar a conversa, fazendo 0 i¢io é um mecanismo de atuagéo no iar certaexpectativa em relacio a (b). Perceba que o que é tomado como verdade pode ser anulado: (25) Na verdade, ninguém tirou nota boa em Seméntica. Jé 0s acarretamentos no podem ser anulados, pois a verdade esté contida ou 1 foi comunicado. Portanto, a pressuposigdo lida nao somente com questées sobre sentencas individuais ¢ seu valor de verdade (como os acarretamentos), mas também com os usos das sentengas em conexio com o discurso. ‘Como tiltima observasio sobre as pressuposicées, existem intimeras expresses desencadcadoras dessa relagdo, como o excmy ior Nao fi fulano que... Vejamos meio, podem As construgées clivadas,”” em (26) e (27), tém como pressuposigao (28): (26) a. Foi o seu comportamento que me aborreceu. a, Nao foi o seu cor 2°. Foi o seu comportamento que me aborreceu? Se foi o seu comportamento que me aborreceu. a. O que me aborreceu foi o seu comportamento. a. O que me aborreccu nio foi o seu comportamento. ortamento que me aborteceu, 2°. O que me aborreceu foi o seu comportamento? 2, Se o que me aborreceu foi o seu comportamento.. (28) Alguma coisa me aborreceu. Existem, também, alguns tipos de orages subordinadas, como as temporais € as comparativas, que desencadeiam a pressuposicao em (b): (29) a. Eu jé dirigia automével, quando voc? aprendeu a andar de velocipede. 4. Eusindanao dirigiaaucomével, qandovocéaprendewaandardevelocipede. \6vel, quando voce aprendeu a andar de vel smével, quando voc® aprendeua andar de veloc . Voce aprendeu a andar de velocfpede. Impicagoes 43 (30) a. Ele é bem mais guloso do que vocé. indo é bem mais guloso do que voc. 2° Ele € bem mais guloso do que voce? Se ele é bem mais guloso do que vocé... b. Vocé € guloso. Outros tipos de desencadeadores sio os lexicais. Por exemplo, os verbos chamados factivos (saber, esquecer, adi pressupéem a verdade do seu complemento sentencia: 31) a. O Joao sabelesqueceu/adivinhou que os cachorros voam. 2. O Joao nao sabefesqueceu/adivinhou que os cachorros voam. 2”. Joao sabelesqueceu/adivinhou que os cachorros voam? 2”, Seo Joao sabelesqueceu/adivinhou que os cachorros voam.. b, Os cachorros voam. Podemos constatar que familia de ‘como verdade." Contrariamente, .) nfo pressupdem a verdade de seus verdade cs verbos nao factivos (imaginar, pensar, acharet complementos. Em (32), no podemos dizer que a sentenga para se proferir a familia da sentenga (a): mada es (32) a. O Jodo imaginalpensa/acha que os cachorros voam. 2.0 Jodo nao imagina/pensa/acha que os cachorros voam. 2°. O Joao imaginalpensalacha que os cachorros voam? 2”, Se o Joao imagina/pensa/acha que os cachorros voam... b. Os cachorros voam, Outro exemplo de desencadeadores lexicais de pressuposicio so expressées que denotam mudanga de estado, como parar de, iniciar em etc. Essas expressies pressupdem o estado anterior mudanga ocortida: (33) a. Joao parou de famar. 2. O Jofo no parou de fumar. 2°. O Joao parou de fumar? 2”. Se Joao parou de fumar.. b. O Jodo fumava, Existem, ainda, varios outros tipos de desencadeadores de pressuposigao, “omusureseo 0 wreseunuLion OPU SSUOY_ UHL 9 eUpPSO[ (/ cnuoureses o rexereassouo] uit > eaeaqeue-yeusosoy an 2p sore0d uTesa110— (9 squore8 owioo vxefeqey, sessudtua seu wypeqen ost nos (6 “uosdoxr) nag 9 sou], WEL 9p ted O (y ata epure sougy uity 2p red © (€ ‘oduioa umSpe sod sopese> uresoj soup WL, 9 waRaqeUR eTyDsof (Z copossed ou ‘sia:2eqp 10y eaeiqeue) PuyDsof (| nso anb npuryed aur wry “uosias:) nag ‘erefeqey, sesordura sep atuaid yenae op oyfy 9 S9U0Y, WILL, “BuO WHI], WoD oruDUTEseS nos 2p owiowreseat op soreoq nNUAULSEp EAEIqEUE EUYDSOL aIaIEYD3a y waroq aauawisep aIseySy _s2q80u svssap ssgStuyap sed seasodso1 sens se opurot ssobisodnssord no/9 soqusureaureDe (OEU NK infos & oaxaa o sode sagdeumye sep eSiqi “tr joqaary ap sopeBof apues3 win 10) 3]94 0" [08 pur ap sean 235 4oqaary 2p JopeSof apues8 win 10} nb “seg O® (SC sa[Sur sepey e napuaide 200A, °q sof rpg © nopuaide goon opurnb ofox8 > suey ‘safdur exepy HME e (GZ “epedino ea epury y'q vedqno e mprampe epury ye (EZ ‘ososopod 9 ojned O 'q “sosoxapod os 7s0[ 09 o|neY QE (ZZ reuioy 2 Tea Ou OpOI WN 9 Bye (IZ “ono wn noiowsen BEEP ¥"q fous nos nooaquooar eAEpY Ye (OZ -seujor-roes o nono anb wane sp “q coppoqquoassp um 9 seyjorsoes op YowEaAuT QE (GL ‘1jo> 0 oprouen wise OxP2g © "4 ‘yoo 0 opraven ersey anb niamsse oxp2g (BI -exge mitod ¥ noxap wpnSy "4 -eunge euiod t noxiap anb sof 0 105 & (LT oro noxap ee" opextep equa o rimyy v anb tiuauir] oof Q® ( es ea “4 cages pl exrepy ean eyoe oF0[ O° (Cr 28 OBA OBU SOUT SOP st pf O'"9 pofor omg (FL sing oF0f "4 -eueyy 8 naoour0qe ou opifry eyuor oB0[ atid) e (ET ‘wan o naprod wipnSty “q wan o napied anb euepy © 10) OB8NE (ZT “opese> 7 08U FOF "4 ‘onaijos 7 o¥of Oe (IL ‘epuppuodspur & norepap wipnBiy “4 ‘pouspusdaput e nesepap anb ovo{ “q10 10} OEN“e (OI ‘Suey ¥p [9s Wun 238pK3 “4 “ones 9 eSueay ep IQ eG euuyue win sod oapes 10} waniiyy -q ‘oqo] wn sod aaps roy oumour Qe (g potuad e noyuaauy anb wipnpe asx q aLiow opt eumoruad ep owaaur Qe (L ‘opres eyUn ELEY V"q “opres eyun eiseyy v anb ap 2s-nosynus> oFof Qe (9 “ranap 0 a32ej erpuonoad ojneg © °q sosnde wa 30199 aap 2p ‘1982p 0 1928) ap NavoNbs> one Og "E (S e mognos woniy“q or anb 380 O10} OBEN" (H sournprod vipuaa espurs y"q soumpod sopuaa ap nosed goo ‘espurg "e (€ ‘ofozdura wn nmi2su0> oF0f O°, -ofoiduis um opmnasuon faa nosope ovof Q 2 (Z be eaeiso ofnted Q "4 -nbe waeiso ojneg o anb noyuuarpe oeu oxo Qe (I “suanof os epi foyer aypridxa) oxSruyop € wio> opsooe ap wisodsox en sodnssoid no/o owuaureaurese) sepmappqeso sooSex Se soln}quexq -rmnBas v sonsodoad soppstexa sou oghisodnssard ap opSeppue eSojaqeaso ‘sarousaiue soSeusogur sep ‘stod ‘ossod ac “seSuoiuos se anus ogSssodnssaid 8 ou No s999)9qeIs> souINBosuOD eed OFSIUY> de souroges 9 anureanjax © vorbisodnssasd ap opSejar ® aisixo 2s 32o9]aqeis> soluiapod ered sozopeapeouasep DOyUQWES ep IOMUDW py 46 Manual de Semantice Indicagées bibliograficas » Bsoumer » Anongio dos de Cherchin McConnell Cinet 1 conashem dentro da is Chierhia, 2003 1979: e Sphere Wilson, 1995). * hom ear quc ot eros tna con er gum, porano, eos Nigam: eng Alu eu nota bo © ge Outras propriedades semanticas Sinonimia e pardfrase Neste capitulo, continuaremos a estudar algumas propriedades semanticas sob uma perspectiva referencia, isto é vamos nos valer de nogoes como referéncia no mundo ¢ valor de verdade das sentengas para tratar de alguns fenémenos do significado. A primeira propriedade a ser investigada ser4 a sinonimia. A sinon{mia lexical ocorre entre pares de palavras e expresses; relagio é uma questo complesa, que vem perseguindo séculos. Uma primeira definigio poderia ser: sinonimia ¢ identidade de significados. Mas afirmar apenas isso nao basta, pois é uma afirmagio muito ampla e que exige um certo refinamento. Vejamos algumas observacées. Seguindo Ilari e Geraldi (1987), podemos primeiro refleti que, para duas expressées serem sinénimas, nao basta que tenham a mesma referéncia no mundo. Veja 0 exemplo: (1) .0s alunos de Educagio Fisica da ume b. os alunos mais fortes da UEMG Seen disser que os alunos de Educagio Fisica da urMe sio os alunos mais fortes da urn, eu estou me referindo a um mesmo grupo de pessoas no mundo; entretanto, isso nao basta para dizer que as expresses em (1) sejam sindnimas, pois nao tm o mesmo sentido, ou seja, no denotam as mesmas propriedades no mundo. Entio, um primeiro ponto a ser salientado é que ter somente a mesma referéncia nao € uma condicio suficiente para que haja sinonimia, Além de terem a mesma referéncia, € necessitio, também, que as express6es tenham o mesmo sentido. Mas 0 que significa ter o mesmo sentido? Assume-se que saber o sentido de uma sentenca é ser capaz, em determinadas circunstancias, de dizer se ela é verdadeira ou falsa. Duassentencas que

You might also like