You are on page 1of 11
PUBLICACOES EDIPUCRS Je BAGBY JUNIOR, Alberto. Machado de Assis e seus| Primeiros Romances. 1993, 1369 J+ CARVALHO, Carlos. Poesia e Prosa, Em co-edicdo IEL| 1994, 179p. Os pedidos deverdo ser encaminhados & EDIPUCRS Av. Ipiranga, 6681 - Prédio 33 ‘Caixa Postal 1429 ‘90619900 PORTO ALEGRE -RS BRASIL FONEIFAX: (051) 339-1511 Ramal: 3323 Etica e estética: o problema da andlise filosofica da literatura KATHRIN HOLZERMAYR ROSENBIELD (OTRAGICO NA PERSPECTIVA DO Juiz0 ESTETICO Qual é a relevancia do conceito © da idéis do tégico hoje? Para Hegel, ela representava a "belo meio-ermo” entre a cetteza sensivel ¢ 0 saber conceitual. Para Nietzsche, o "véu de beleza” da tragedia nos vela e desvenda 0 fundo terificante da existencia, Freud apdia-se na tragédia como numa autoridade transferencial ‘que Ihe permite Jevar ¢ cabo sua descoberta do inconsciente, FlS- Sofos atunis recuperam ina poesia trgica estruturas imaginarins € lexicais que expressam com mais precisio que nosso conceitos ‘sldtcos 4 realidade fluida que entrelaga sonsagoes e geston eh. fimentos e ag6es, represeniagies ¢ juizoe, dando assim conta dos fats roesos que configuram a “dlberaSo” ¢ 0 "ato de vonla- Apresentamos aqui a primeira etapa de uma reflexéa sobre a selevancia do trégico na atualidade. Fla diz respelto a urn elemen to que hoje € considerado como marginal a relagio etimolopica e iitica da tragédia com 0 Imgos, o bude, Antecipando o que 3e18 ossivel tretar apenas em etapas ulteriore, aesinalamas que Pa 8 Bgura divine do bode, representa uma dimensio da realidade que {36 manifesta como estimule « comori sensoiasiredutiveis © indo Iiveis pela razio ¢ aparentemente alhcios a tragedtia como inven. 0 da pis grega. Nada impede, entretanto, de ver em Pan agucle “outro” do fendmeno estético que Kant destacn como alvatio # ‘comoyio (Reis und Ruhrung). Estes estimulos externos e internos ‘epresentam, ma andise Kaniana,uny“confraste™ que parece con tmbuir para‘a beleza. Isto nio significa, acrescenta Rant, que’ o elemento sensivel prodiiza sin LETRAS DEHOYE, Poito Alope.v 52,182, p. 19-38, janho 197 “noréacima homogéneo & complectncia forma fino 6 apf foe poate too iz to pea inn lis darerminadaecompleaiene lative, esi disc of ‘Sm pelo seu airativg an cepresentagies enqeanta despetom © ‘rani a atengao sobre o props soto” (01 81d, p79 Seguindo esta ideia,analisaremos o tages como um elemento relovante enguantoalteridade, enquanto outro inace:eivel 20 juizo estetico. Alem da perspectiva historica que sers detalnadamente fexposta neste proto, o rages na tragédin serd asin) analisado como figura da experiéncin sensvel tredutivel do. pensamento sobre aarleea trap. OTRAGICO AQUEM E ALEM DE ARISTOTELES ‘O trégico aquém de Aristteles concerne 4) tradigio mitieae ritual envolvendo o (rages, o bode, Trata se de mitos (ciclos de relatos desruptivos, nao unificados num todo “postico” ou “estético") que iluminam certos aspectos da ex periéncia sensivel (individual ou coletiva) dizendo respeito a esta- dos limites: experiéncias de éxtase, de thelepsi, dle enthosiasrcs 108 de pinico que o olhar cinico modemo eonsideraria como mo- ‘mentos de descompensacao, uma vez. que nés perdemos de vista 0 lagar que essas experiéncias ocupavam no imazindrio dos antigos. No contexto ritual, sabe-se da relaglo vaga e diluida da tragedia, cde um lado, com 0s ditirambos em honra de Dionisio, do outro, ‘com 05 cantos e as procissoes filicos, os cantos ¢ as dancas das ‘bodes ou em honra do bode; 2) mum segundo momento, & poesia trigica em sta relagio privilegiada com 0 pensamento racional, con as instituigGes reli- -iosas, socials e politicas da pili A tragédia clissica, curtamente, ido se explica pelo rastreamento das suas origens ou pelos obs. ros-cultos que a precederam. Mesmo assim, entrotanto, no € imi investigar de que maneira a propria tragedia absorve e reelabora fessas representagies de um dominio recalcitrante & razio. O le- vantamento das figuras e estruturas imaginérias envolvendo 0 bbode me levaré a comentar a concepcto que Platao tem do tragico — concepgio essa que se contrapie & concepcio aristotélica do teiico e da tgtdia. Nas pondergies de Patio, oboe € a a gastia diante dos limites da razio sio insistentemente tematiea dos, tema esse que quase desaparece nas reflexoes de Avistteles. (Ch. Aratotale,Potique (Paris Seu, 1980, cap 4. » Seguindo esta trilha, mostrarei na crescente oryanizagSo racion nal da sociedade grega'a partir do séailo V e, cm particular na tragédia como uma das mais prestigiosas manifestaches desta ro. Chit, “Anotagies sobre Antigo” p12 36 ema divin contagi, Sua revelagio do sentido poe fin ao dice tauneto oo expaya de Teter slim 9 mont eobee tax novo Heal a cries egal ae owes cas ese wae diells otivo Inman do dive: sobiona ca lan poeavel en i dnioe efuanenn: Roars uptilc ur scone cchgra bates Bi ofits cats intertd cora on wv. 108055 rao Ppeinms concent carp snes “ema Nena, fern cmos sre com asia de que ipo tena edo wanda ies pgmen cm ewe Gate tee Fermer, Dion) Esa slgrin ni ¢ "aboard, pore taser fetid jrothews da regen cio de cetmctn ay eae fear, gee seo meno enpoco que yuna c Toupee emmiocatre Foren deuses, erat eh, Kind, wer hat ez Yon den Selgen dich hat eine sich Dewan ges don Srp leit ‘brat Sch sine Fshe Ges as? Doetessingaite howe dt anor Kaas Keng orn echcic en Dorsch nf faben Gergen er dota ath bokeh ce Nj Dermacentor fis pi Sic svat gum er {Eire os mortals? Aprox se uma fora Eis epeeaictene Feo tacdepovuma teas otis? Seen ee Face do pare toe len cm earntigese Geese cn dw Fovtigoestgvesnree ai vie nia Bow Hacer co em Segui em quae bene” fe 80) As gnotaies de Holder rsteiam coin pretisio « dupla face de Balpo: Deum lado, oEaipa de Sofoces € cotashanvatde do alem:“epnto que tudo sabe, “ter que compe sou limite Iengsanto ser fino, har, que tents far ao content com Ban pegs spree of er wren , guercnae Saber ings do fue ee saber {rumanol pote stranger ¢ compre ‘eerie ¢ crestor [gue] sot dn um me desea, i epee desta segue vr dong Diet ide postin ons slip gor ap an Pet eect etaen “chi Clnten ne cogs vag poccaaenis mr a » aberto das encnizithadas, das montanhas € dos predpicios, que a0 os lugaten predileton de Hermes e Pan, (Nests sentdors pe ‘epsio de Freutl€ correta quando identifica © herd tragic! com © ieee com Domi! “Do auto lado, este “infinito” seguir do “vértice do tempo", into &, do absolute faz aparecerfragicrmente sia exiténcia hua. na. E rages 8 eis salvacora que 8 tebanos o acolhem como ci tudo ~ condita plencmante humana val Edipo se sujeltou como rei de Tebas, dedicado como nenhur cutro ao bem da pols, No espaco eno tempo orgesede, humanamente regracos em “casns" & "geragoes", 0 Edipo “divino” ierompe verdadeiramente como Svortie", come o tempo absolut dos detses,cwjo modo de apari- «io no mundo human € (entre outros “éxtases”) a loca snep yada por Pan: locara que fez os homens mais valentes se precipi {arem no suicide ou na aniquilacio mtn. ‘A auto-mtilagio, 0 cegamento de Edipo, cal dentro do con- junto de gestos e movimentos desestruturads ule os autores an tigos descrevem como inspirados pela loucura de Pan: manifesta. ‘bes da comunicagao negada entre homene e deuce.” © Ob Bsquio, Os Pra (96 an), Herddat, Hain (VI, 105; ¢ VI, 117), a dee ‘igo do guerrero salva, pordn egudo durante bata do Macao ‘aha raga interven de Pan, 38

You might also like