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RECOMENDACAO DO COMITE DE SEGURANCA EM CALDEIRAS DE RECUPERACAO DO BRASIL Revisio 2 - 2004 (Sub-comité de Manutengio, Inspegao e Instrumentagao) GUIA PARA INSPECAO PERIODICA DE CALDEIRAS DE RECUPERACAO 1- Generalidades 1.1- Objetivo ¢ Campo de Aplicagio desta Recomendagio or razies de seguranga, normas técnicas e legais vigentes no Brasil preceituam que caldeiras de qualquer tipo sejam inspecionadas com regularidade. Estas normas estabelecem procedimentos, prazos, responsabilidades demais requisitos para estas inspegdes. HA contudo um reconhecimento geral, na industria de celulose, de que a seguranga das caldeiras de recuperagio de alealis requer cuidados de inspego que transcendem as exigéncias oficiais genéricas para geradores de vapor, contidas nas normas acima citadas. Com isto, configura-sc a necessidade de que 0 escopo téenico aplicdvel @ inspegdo periddica de caldeiras de recuperagdo esteja definido. O presente documento, respeitandlo inteiramente os regulamentos oficiais vigentes, tem portanto 0 objetivo de delinear e complementar este escopo recomendlavel de exames, de forma coerents com a criticidade © © risco associado as caldeiras de tecuperagao de dlcalis da indistria de celulose. 12 neipios ¢ orientagies gerais para a inspesio 1. Deve serelaborado e mantido pelo proprietirio da caldeira um programa de inspegiio dacumentado, detalhado e individual para cada caldeira, levando-se em conta diferengas de concepgio, idade, condigdcs de operacio © outras patticularidades. Este programa deve ser continuamente revisado e atualizado, levando em consideragio novas cbservagSes ¢ experiéncias. Prioritariamente o programa deve observar a conformidade aos requisitos legais, conforme enfatizado em 1.1 Registros histéricos de cada inspego devem ser mantidos decumentados para futura refer@ncia. As inspegdes devem ser executadas por agente qualificado © habilitado, podendo ser pessoal proprio ou contratado. 4. Por ocasidio des inspegSes, qusisquer anomalias j& conhecidas pelo proprietario da caldeira devem ser reportadas ao inspetor comissionado para os trabalhos. 5, Todas as especificagtes, eritérios ¢ padrdes gerais de aceitagio que possam vir a ser necessirios (ex. deserigao dos materiais de construgio utilizados na caldira,espessure minima de tubos, valores de ajuste de valvulas de seguranga, parimetros do teste hidrostitico, ete), devem estar prontamente disponiveis estas ocasiSes, evitando dlividas e equivoeos. 6. As inspegties devem ser constituidas de exame intema, exame extemo ¢ testes complementares, Cada uma destas ctapas ¢ descrita neste documento de forma sucinta, como orientagdo apenas. Cabe ao inspetor utilizar sua experiéneia © conhecimento para determinar a extensdo, abrangéncia e detalhamento das verificagdes € ensaios a serem aplicados. E necessério que sejam gerados relatérios escritos conclusivos sobre os exames realizados e recomendagdes deles resultantes, 7. O inspetor deveri certificar-se de que todas os reparos e modificagdes advindas das inspegdes sejam executados em conformidade com as normas ¢ eédigos de projeto e construgio da caldeira, conforme estabelecido pela legislagio vigente, Excegto a este requisito & aceitivel em se tratando de novas tecnologia, ja consagradas e ainda nio previstas & época do cédligo utilizado no projeto € construgdo da caldeira 8. Deverse assegurar que medidas adequadas de controle © garantia da qualidade pata ox trabalhos a serem executacos na parada tenham sido implementados no tempo devido. Por exemplo, qualificago de soldadores, centficados de materiais ¢ especificagdes de procedimentos de soldagem (EPSs) devem estar disponiveis no campo por ocasito do inicio da parad, 2. Preparativos 1. Procedimentos de seguranga ocupacional prévios & inspegao, especialmente bloqueio ¢ sinalizagio dos itens cujo acionamento acidental possa ser perigoso, devem ser rigorosamente providenciados, com suficiente antecedEncia, 2. Recomenda-se que se proceda a uma verificagdo intema preliminar & limpeza da caldeira, de forma a observar fs possiveis incrustagdes, obstrugdes e depdsitos excessivos, sua natureza e localizagdo, arranjo do fundido remanescente, etc. Entretanto esta verificagio deve ser cercada das precaugdes de seguranga exigiveis, especialmente quanto 4 possivel queda de blocos de sulfat. As cinzas remanescentes devem ser removidas por lavagem a alta press#o com agua quente. A lavagem deve ser estendida, inundando-se a fomalha com égua através dos sopradores de fuligem e queimadores de licor (bocais spray tém que ser removidos). A qualidade da limpeza resultante deve ser cuidadosamente avaliada antes do encerramento definitive da lavagem, e antes que se iniciem quaisquer atividades de manutengo na caldeira, Especial atenglo deve ser dada & remogo de formages de sulfuto que eventualmente ficam presas a0 teto, paredes e painkis apds a lavagem, evitando acidentes com sua queda durante os trabelhos internos. 4, Todas as portas de visitas © outras aberturas da caldeira precisam ser abertas. Apés a abertura das portas dos baldes, ar frio deve set insuflado em sew interior para promover um resfriamento mais répido, 5. Tluminagfo geral interna de baixa voltagem deve ser providenciada, bem como lumindrias manuais para todas as partes a serem localmente examinadas, 6. Otto de seguranga precisa obrigntoriamente ser montado antes que qualquer trabalho seja iniciado na fornalha baixa. Deve ser observada a perfeita vedago entre as partes do teto de seguranga e as paredes da caldera, garantindo que nio haja aberturas que possam permitir a queda de materiais na fornalha, £ essencial proceder- se a uma cuidadosa inspegio das vigas e demais elementos que compBem o teto de seguranga, antes de cada rmontagem e utilizagdo do mesmo, 7. Um andaime rigido seguro deve ser erguido para possibilitar @ inspegio em toda a altura da fomalha, bem como em todas as linhas de sopragem nos superaquecedores, até 0 teto, I importante que o andaime proporcione, quando possivel, fc acesso entre os diferentes niveis dos superaquecedores, e nunca obstrua bbocas de visita. Plataformas devem ser montadas nos funis de cinzas sob a bancada e economizador. O acesso a uttos sitios de interesse além dos citados, se solicitado pelo inspetor comissionado, deve ser providenciado sem restrigdes, 8. A limpeza mecinica ¢ preparago das superficies para inspegfio ¢ ensaios devem ser feitas pelos meios adequados e com maximo cuidado, a fim de se evitar a abrasto excessiva dos tubos ¢ consequentes perdas de espessura, Precaugdes especiais se aplicam ao uso de jato de areia,pelas raz®es expostas. 9. B recomendivel, especialmente se houver qualquer suspeita de vazamento na caldeita, a execugio de um teste de estanqueidade na mesma (com niio mais que a pressdo de operagic) no inicio da parada, antevedendo as inspegSes propriamente ditas. Esta providéncia permite evidenciar os possiveis vazamentos em tempo hébil para sua corregflo, evitando a sua constalago apenas no teste hidrostitico final. 3- Exame Interno © exame visual intemo em uma caldeira de recuperagio de Alealis deve ser extensivo e detalhado, sendo recomendiivel que seja executado anualmente. Abaixo sii descritos os procedimentos gerais para este exame 3.L— Lado de gases 3.1.1. Exame visual 1, Os tubos da caldeira devem ser examinados visualmente com foco em corrosto, efosto, abrasfo, desalinhamentos, deformagies, amassamento, empolamento, inchamento, porosidade, trincas, rupturas, descoloracdo, alteragdes da textura do material, etc. Devem-se verificar os tubos também quanto a danos mecénicos decorrentes de possivel interferéncia fisica indevida entre componentes da propria caldeira, limpeza da caldeira com instrumentos pontiagucls, colisdes com sopradores de fuligem, queda de objetos pesados, et, ‘Tubos de cortina e do fundo da fornalha so particularmente sujeitos @ danos por queda de grandes formagées de sulfato, que se desprendem das partes altas da caldcira, 2. Aletas, membranas, chapas de vedaglo tipo crotch-plate, grampos, espagadores, suportes.¢ outros elementos soldados devem ser atentamente examinadlos quanto a possiveis trincas, que podem se propagar para os tubos ste problema assume maior criticidade quando ocorrido em locas passiveis de contato égue-fundido, AS aberturas das bicas de fundido e bocais de ar primério so portanto locais em que se recomenda maxima tengo. Caldeiras de um baléo que possuam convector do tipo Jong-flow, assim como certos tipes de economizadores longitudinais, apresentam &s vezes suscetibilidade a vibragGes, ¢ deve-se verificar a existéncia de trincas nos seus coletores, soldas ¢ suportes, 4, Tubos compostos so sujitos & ocorréncia de trincas e erosto, devendo ser examinados com este foco 5. A pinagem protetora, quando existente, deve ser inspecionada, controlando-se 0 comprimento ¢ difimetro remanescente dos pinos, uma vez que estes se desgnstam por ago de corrosfio e erosio. Outros elementes da caldcira sujeitos a mecanismos similares de desgaste so bocais de ar de combust@o e queimadores. 6. Recomenda-se uma verificago amostral das condigSes dos tubos do fundo da caldeira @ cada cinco anos em caldeiras de funco plano, Para tanto podem ser abertas uma ou mais janelas pequenas (1 x 1 m, por exemplo) no refatirio do piso, de forma a permitir uma verificagao visual dos tubos que compéem o fundo, e a sua medigo de espessura conforme descrto no item 3.1.2. Para unidades com fundo inclinado a inspego nesta regio deve ser anual, Dada a diversidade de materias, tipos de tubos ¢ formas construtivas de fundos de caldeiras. de recuperagio, esta recomendagto, aqui dada de forma genérica, deve ser cuidadosamente adaptada pelo engenheito inspetor és condigdes particulares da caldeira em questdo. Atengfo especial deve ser dada aos tubos do fundo, nos cantos, em caldeiras que tenham sofrido redimensionamentos importantes de capacidade, devido 8 possiveis alteragdes de eirculagio (estas, veificdveis por tubos Pitot), Atengdo especial deve ser dispensada a pisos em tubos compostos, que tém apresentaco susceptibilidade ao surgimento de trincas na camada austenitica. Neste tipo de material recomenda-se a realizacio de inspego por liquidos penetrantes, integral ou por amostragem, dependendo do historico da caldeira. Nota: extremo cuidedo deve ser exercido na remogio do refatrio do piso, parm evitar danos mecinicos acs tubos, 7. Suportes, tirantes, chicanas ¢ grampos anti-vibragio devem ser examinados quanto & sua fixaglo, partes faltantes ou soltas, atritos¢ interferéncias indevidas, 8, Refatirios de um modo geral devem ser avaliados quanto ao seu possivel desgaste, fragmentagdi, deterioragiio, situaglo da ancoragem e até mesmo se ainda permanecem nos locais originais, 9. Recomenda-se fortemente que as bicas de fundido sejam substituidas a cada campanha anual, Se isto nfio cotter por alguma razio, ¢ imperioso submeté-las @ inspesio eriteiosa incluindo ensaios nBo-destrutivos para determinar sua espessura remanescente, e eventual degradaglo (corrosdo, erosio e ttincas), especialmente ricro-trineas no material do leito. Nota: bicas substituidas devem ser inutilizadas imediatamente para evitar sua reutilizagdo, inclusive por terceiros, ce forma inadvertida cu mal-intencionada As bicas usadas devem, Contuo, ser objeto de avaliagio com vistas a informages de interesse para o histérico da caldeira (por exemplo, verificer se esti havendo trineas ou ni), 10. O penthouse ¢ 0 porto devem ser examinados visualmente, com foco no estado de elementos estruturais ali alojados, corrosto em geral, involuetos, isolamentos, possiveis infiltragdes e actmulos de sulfato, estado de refatirios e selos, estado de termopares e conexties de tubos Pitot. Especialmente deve ser verificada a condigfio de coletores, distribuidores © tubos, ¢ as conexdes entre eles. Em alguns tipos de caldeiras, & necessaio inspecionar 6 sistema de suportagdo dos superaquecedores, quanto a trincas, Possiveis vazamentos de fundido devem ser pesquisados no port. 11. Inspegdio similar & descrita no item anterior, no que for aplicével, deve ser executada na cémara fra do nariz 3.1.2- Ensaios nio-destrutivos Medigdes de espessura: Medigdes ultrasinicas de espessura periddicas so essenciis para controlar a vida itil dos tubos, detectar desgastes snormais ¢ confirmar @ Pressio Maxima de Trabalho Admissivel (PMT.A) da unidado. Abaixo so recomendadas linhas perais para um plano de prospecgo ultra-sCnica para medigGo de espessura Ressalta-se aqui, uma vez mais, que o plano deve ser individualizado para cata caldeira, levando-se em conta sua cconcepgfo, idade. historico de corrosfio, etc. As medigGes de espessura devem ser sempre complementadas com uma cuidadosa inspegdo visual quanto a perdas de material dos tubos, por exemplo, com o uso de uma lantema em Angulo. As meciighes slo feitas em um arranjo Idgico de localizagfes (exemplo: a cada 6 metros, de 5 em 5 tubos), resultando em uma densidade de medigSes acequada a cada caso, e para cada parte da caldeira. Varios milhares de pontes podem ser necessitios em uma inspeglo, para proporcionar uma adequada avaliaglo da unidade, O arranjo de medighes também deve ser tal que petmita boa tepetibilidade dos ensaios em —inspegdes subseqaentes, Tipicamente as medigdes de espessura so feitas a cada ano. Este periodo, bem como a densidade de pontos, pode ser ajustadlo dependendo dos resultados. Abaixo so recomendadas priticas para prospecyao de cada parte a caldera, + Os tubos de fornalha so medidos entre 3 6 niveis ou elevagdes, dependendo do tipo de protecio contra corrosio existente. Prioritariamente so medidos os niveis de ar de combustfio e queimadores, © os tubos curvadios ao redor das diversas aberturas da foralha, Em areas criticas ¢ recomendado que a medigio seja feita «em tr&s pontos da semicircunterEncia do tubo exposta aos gases, ao invés de uma tinica mediclo central, Partes como 0 nariz, que sabidamente experimentam maior desgaste. também devem receber atengio especial nas medigdes. As regis altas da fomalha c toto, em contrapartida, gcralmente apresentam baixas taxas de corrosio «© poclem ser examinadas com menor freqdéneia ou amostralmente ‘© Ostubos de superaquececiores so medidos prioritariamente em partes curvas, ¢ nos trechos retos, nas linhas de centro dos sopradores de fuligem, ‘© Os tubos de economizadores devem ser medidos com prioridade para as partes inferiores, mais frias, e nas linhas de sopragem. Cuidado especial deve ser tomado para verificar a chamada corrosto do lado frio, préxima 10 inyélucro, estendendo-se as medigSes ultra-sénicas a estes locais se necessétio. Isto se aplica de forma especial quando o invélucro estiver corroido nas regides proximas &s entradas de sopradores de fuligem. + Os tubos de cortina (sereen) sfio medidos em 2 a 5 niveis (este niimero pode ser maior dependendo das caracteristicas da cortina). As partes proximas 4s penetragSes das paredes, tubos curvados e trechos retos nas regi6es de sopragem sfo os focos de interesse principal © Os tubes de bancada devem ser medidos proximo aos bales, se for o caso, em partes curvadas e nas linhas de sopragem ‘+ Tubos com sinais visunis evidentes de desgaste ou corrosto anormais devem ser medicos independentemente ca sua localizagio, 1B essencial verificarfreqientemente a calibragao co aparctho, durante os trabalhos de medigdo de espessura. Outros ensaios nio-destrutives recomendives: Enssios nilo-destrutives clissicos so usados pata evidenciar descontinuidades em partes pressurizadas ¢ estruturais, Abaixo sf dadas algumas recomendagSes especificas do emprego destes ensaios, tipicas nas inspegdes periédicas da caldeira de recuperagio: © Liquides penetrantes ao redor das aberturns das bicas de smelt ‘Nas fomalhas de tubos compostos, onde a experiéncia tenha mostrado uma incidéncia aprecidivel cle trincas, além da recomendagio acima, estender ensaio também as portas de ar de combust ¢ demais aberturas da fomalha baixa, Dependendo das circunstincias (tipo do tubo composto, projeto, carga da caldeira, composigio do smelt), tubos compastos podem softer trineas, tanto de corrasii sab tensio fraturante (SCC) como de fadiga térmica. I portanto importante executar o ensaio por liquidos penetrantes cm todas os locais de maior concentraglo de tenses e regies em contato direto com o fluxo de smelt. LLiguidos penetrantes em espagaciores ou soldas de painéis de screen, quando o painel em questio tiver sido deformado por queda de blocos de sulfato, LLiquidos penetrantes em clips e espagadores dos superaquecedores. Radiografia para controle da qualidade de eventuais soldas de manutengio em partes pressurizadas, necessério radiografar 100% das soldas executadas em tubos de égua na regio da fomalha, assim como em quaisquer outras localizagdies que teoricamente possam originar vazamentos para a fornalha ‘© Ensaio IRIS nos tubos do banco de conveogio, quando houver suspeita de reducio da espessura. ‘Outros ensaios niio-destrutivos, ou os ensaios acima em localizagées diferentes das citadas, devem ser aplicados segundo necessidades especificas e/ou suspeitas levantadas. nos exames visuais. Métodos especializados de ultra-som como B-Sean € 0 proprio IRIS, por exemplo, s20 indicados para exame de grandes éreas ou locas com limitagio de acesso. 3.2- Lado de égua e vapor 1. Por ocasifio da inspecio periédica, a qualidade da fgua de alimentagio (incluindo agua de alimentagio principal, de reposiglo, e condensados que retomam @ caldeira) é aferida. Uma insporio interna nos baldes © coletores toma isto possivel, No caso dos coletores, devem ser temovidos caps para possibilitar esta visualizaglo, e também ser feita a retitada de amostras dos depésitos intemos e possiveis detritos. que serio analisadas por agente competente. Falhas ou deficiéncias da camada de éxido protetor, depésitos excessivos, corrostio, piting, erosfo, e outras inregularidaces associdveis & qualidade da égua sfo portanto evidenciadas neste exame dos baldes ¢ coletores. Também podem ser cortados trechos de tubos para permitir anilise dos depositos internos, A inspegio do desuerador © tangue de gua de alimentagio, conforme item 4.2 abaixo, completam esta investigacao. 2. Os intemos do ballio de vapor, nomeadamente defletores, telas separadoras de umidade, tubulagdes de alimentayio de agua e de dosagem de produtos quimicos, devem set verificados quanto & sua adequada instalagio e fixaglo, e a0 seu estado geral, Observar nesta oeasidio a linha d'dgua no bao, © que fomeceré indicios acerca do controle de nivel no mesmo, 3A inspeglo nos baldes, além dos fatores acima, deve incluir o exame quanto a trincas ¢ rupturas. tengo especial deve ser dada ds extremidades expandidas de tubos mandrilados e respectivas soldas de selagem (se existentes) ,recorrenclo-se a ensaios ndo-destrutivos se necessério. Isto se aplica especialmente apés eventual lavagem quimica 4, B recomendivel que sejam periodicamente inspecionados (por exemplo, com intervalo de trés a cinco anos, dependendo da idade da caldeira) os bocais “spray” dos dessuperaquecedores, usando um endoscdpio, e que seja aplicado teste hidtostitico a0 condensador Dolezal, se existente, Olservar que atemperadores defeituosos ‘ou com vazamento podem causar séios danos aos superaquecedores, 5. Investigago com foco em corrusto ¢ erasiio nas partes em contato com a agua, ¢ feita, por exemplo, por meio de radiografia se houver indicies apontando para isto. 6. Recomenda-se, quando da inspego do balio de égua, a instalagdo de tampas nas aberturas dos downcomers, presas com correntes no Indo extemno do bali, evitando-se que objetas caiam acidentalmente nestes locais, 4- Exame Externo © exame visual extemo em uma caldeira de recuperago de deals também deve ser extensivo e detalhado. Embora tenha menor abrangéncia ¢ profundidade que 0 exame intemo, pode ainda essim proporcionar informagSes de ‘grande relevancia ao inspetor. Abaixo so dadas linhas gerais para o exame extemo, subdividindo-o em: parte exterior da caldcira, © acessérios e érgiios periféricos. 4.1- Parte exterior da ealdeira Deve ser feita inspegfio cuidadosa na estrutura, ouckstays,tirantes de sustentagto, isolamento térmico, invélueros, portas, visores, instrumentos, caixas de a, funis de cinzas, suportes de tubulagdes, escadas e ootrimios, plataformas, pisos, vias de evacuagio em emergéncia, sinalizagio, etc. Recomencia-se periodicidade semestral para esta inspecio, que pode ser conduzida com a unidade em operago. 4.2- Acessorios e érgios periféricos a caldeira Muitos destes itens requerem a parada da unidade para serem inspecionados. A periodicidade recomendada é, portanto, anual, juntamente com o exame intemo. Os principais esto destacados abaixo: © Tangue de dissoluglo - Antes da limpeza, verificar quanto a acimulos irregulares de fundido, que indicam deficigncia da apitagdo. O estado do costado deve ser avaliado extema ¢ internamente. Se for construido em ago carbono revestido em ago inoxidavel, eventuais falhas deste revestimento, expondo o substrato de ago carbono ‘0 produto corrosive, devem ser pesquisadas, uma vez. que dar origem a pontos de severa cortosiio localizada, Devem ser examinados os agitadores com foco em seus suportes de fixagio (que podem ter trincas), estado das telas de proteglo e desgaste dos rotores. Inspecionar o estado e possfveis obstrugses das linhas de licar verde, fragmentadores de licor verde a vapor, chuveiros de recitculaglo e outros intemnos do tangue ‘© Sopradores de fuligem - Inspecionar quanto ao alinhamento ¢ possivel existéncia de trincas, corrosfo e erostio nas langas, estas Sltimas ocasionadas geralmente por inadequada purga de condensado. Deve-se adotar como procedimento a inspeglo por gamagrafia nas soldas de langas novas e reparos executados, conferindo-thes maior seguranga contra defeitas que poderiam causar 0 rompimento do tubo ¢ sua projego para o interior da caldeira, Deve ser examinada por END com especial atengfo a solda de unig entre as ponteiras ¢ as langas Observar o estado das caixas de selagem dos sopradores, montadas junto as penetragSes nas paredes da caldera Proceder também a uma verificagao da estanqueidade das valvulas do sistema. Confiablidade adicional quanto a segaranga dos sopradores de fuligem pode ser aleangada executando-se testes funcionais e dinmicos com os mesmos, O teste, conduzido “a seco” durante a parada da unidade, € feito inserindo-se completamente a langa de cada soprador, enquanto um inspetor observa os seguintes aspectos: (a) curso da langa, certificando-se que a mesma nfo se aproxima demasiadamente, ou mesmo colide, com a parede oposta, (b) as condigdes € funcionamento das chaves-limite e batentes mecinicos de fim-de-curso, devendo a fixagio deste ultimo ser verificada por liquidos penetrantes; (€) 0 empeno ou descentralizagio da langa ao longo do percurso, com possiveis atrtos laterais com painéis de tubos adjacentes; (d) condigSes de desgaste ¢ desalinhamento, bem como muides anormais, cos roletes de apoio da langa; (e) funcionamento adequado do sistema de indexagio, se existente, © Tanque de Agua de alimentagio e desaerador - Devem ser examinados com foco na qualidade da agua conforme descrito em 3.2 (I), atentando-se para depSsitos e a presenga de materiais estranhos em scu interior. Verificam- se também o estado dos intemos do desaerador, especialmente fixagio das bandejas e bicos spray. De forma etal estes vasos devem receber o mesmo tratamento de inspesaio € END aplicivel a vasos de pressio em geral, inclusive com atendimento aos requisitos legnis, + Liha de gua de alimentagdo — Esta sujeita & petda de espessura causada por corrosdo aceleruda por flo, podendo resultar em rupturas de consequiéncias catastrficas. Toda a tubulago deve portanto ser inspecionada com este foco, dando-se atengio especial &s curvas, partes adjacentes ow A jusante de vilvulas, derivagies, pontes de dosagem de quimicos ou onde quer que a geometria da linha favorega o aumento de turbuléncia © 0 impingimento do fluido contra as paredes dos tubos. A medio ultra-sOnica de espessura ¢ o recurso indicado Como a comrostio pode ocarrer de forma localizada, & importante que se mega, a intervalos eriteriosamente definidos, ao redor de toda a circunferéncia do tubo, e que seja feito um grid adequado de pontes de medigo nas reas suspeitas. Se necessirio, inspecionar intemamente com um endoscépio: a aparéncia rugosa tipica da superficie interna das regides corroidas serd facilmente identificada com este instrument, ‘© Linha de vapor principal ~ Esta sujita principalmente & acumulago de danos de longo prazo (objeto de outro documento do CSCRB), mas ainda assim deve receber certa atengao também nas inspegGes anuais, Nestas ‘casides, devem ser verificadas principalmente as condigGes ‘gerais de suportagao (estado visual © funcionamento clos suportes elésticos, exame por END nos olhais e outros dispositivos de suspensio soldados & tubulagio). De modo particular em caldeiras onde parte da linha le vapor esteja sujeita @ intempéries, atengo deve ser dada & possibilidade de corrosto extema sob 0 isolamento térmico da tubulagfo --uma forma clissica de corrosio! Outros drgiios externos e perifericos da caldeira a serem inspecionados encontram-se apenas relacionados de forma ‘genérica abaixo, como referSncia adicional ao inspetor ‘Valvulas de seguranga Bombas de alimentagio de agua e de circulagio Lavadores de gases Preaguecedores de ar Tanque de mistura Sistemas de limpeza das portas de ar primério ‘Tangues de descarga continua e de fundlo ‘Tangue de dgua de restriamento das bieas ‘Ventiladores e exaustores de tiragem Precipitadotes eletrostéticos ‘Transportadores de cinzas ‘Valvulas rotativas Dutos de ar e gases Maniimetros ¢ indicadores de nivel * _Instrumentagio ¢ alarmes em geral, Dispositivos de seguranga como sistema de drenagem ripida, medigo on- line de sélidos, instrumentos com ago de trip na caldera, © Bt 5-Testes Complementares ‘Além dos exames visuais ¢ ensaios, a aplicago dos testes complementares citados abaixo, de natureza mais funcional, contribuirs para aferir a seguranga da unidade. Estes testes devem ser testemunhados pelo profissional ccomissionadlo para executar a inspesio da caldeira 5.1 Teste Hidrostitica A aplicagio de prova de pressio hidrostitica (com valor normalizado de sobre-pressi, e seguindo procedimentos de teste também padronizados no cédigo de projeto da caldeira) permite verificar a existéncia de vazamentos e/ou insuficiéncia de resisténcia da unidade. Embora somente exigivel, pelas notmas genéricas para caldeiras, na inspegiio inicial e aps execugo de reparos e/ou vazamentos em paries pressurizadas, o teste hidrostitico & imprescindivel por ocasiio das inspegSes periédicas, no caso de caldeiras de recuperagio. Abaixo é mostrado o diagrama de pressfio de um teste hidrostético tipico, bem como as operagbes associadas a cada um de seus segmentos, de até F: Segmento | Operagiovatividade ‘Radio de pressurizagio ou despressurizagio A Pressurizagio até aPMTA [2 a 3 Kgflem* por minuto, Pode ser conduzida ‘em patamares intermedirios B Elevagio até a pressio de] I keficm* por minuto teste, Prt c Estabilizagio na pressio de | Zero teste por 30 minutos D Redugdo da pressio até a|2.a3 kaffem? por minuto PMTA E Tngresso dos interessados na Zero caldeira © execugo das inspegdes F Despressurizagio 2a.3 keffem? por minuto Recomendagfies geras para teste hidrostitico ‘Travar as valvulas de seguranga Pressurizar por meio das bombas cle alimentago (BFPs) Utilizar égua desmineralizada, fra (15 a 40°C) Utilizar manémetro-padrio aferido, instalado no balfio de vapor Inspecionar todas as partes pressurizadas acessiveis da caldeita Surgimento de goticulas em tubos mandrilados nfo deve motivar reprovagio 5.2 Teste das valvulas de seguranga ‘Valvulas de seguranga sio dispositivos de protegfo sujeitos a falhas latentes, isto é,falhas que s6 serio percebidas quando a atuagéo da valvula se fizer necesséria. Assim, mesmo assumindo-se que tenham recebido adequada rmanutengo, e sejam suficientes em termos de vazio, as vilvulas de seguranga devem ainda ser testadas anualmente, com foco na calibragio e funcionamento adequado, A pressio de abertura ¢ 0 diferencial de alivio devem estar em estrta conformidade com as especificagdes do fabricante, com 0 cédigo de projeto da caldeira e com a legislagdo vVigente, A abertura das valvulas deve ser em disparo tinico, em “pop”. sem apresentar batimento ou trepidacao. As PSVs devem também estar isentas cle vazamentos perceptiveis quando da operagio normal da caldeira ‘Nota: © teste das vilvulas de seguranga, bem como sua desmontagem e revisio anuais io mandatérios pela legislagio vigente, RecomendagSes gerais para teste convencional de vélvulas de seguranga: Iniciar o teste pela PSV de ajuste mais alto Acada valvula testada, as demais deverdo estar travadas, Caso sejam requeridos ajustes, disparar a valvula em questio no maximo 5 vezes seguidas. Ocorrendo esta situagio, somente apés 6 horas podera ser feita nova tentativa Quando uma PSV abrir, 0 operador devert apagar um queitnador e liberar vapor pela valvula de alivio blo Uitilizar manémetros-padro aferidos Uma tolerincia de + 1 kgf/cm? no valor de abertura da PSV, é usualmente aceita ‘Testes de acumulagio ndio devem ser executados em caldeitas providas de superaquecedores, Opcionalmente a0 teste convencional de valvulas de seguranga, ¢ aceita a utilizaydo de dispositivos atuadores hidriulicos, geralmente associados @ uma instrumentaglo especial, constituindo o chamado teste on-line, sem a necessidade do disparo em “pop” e abertura total das valvulas de seguranga, [Em seu atwal estigio de desenvolvimento, os testes on-line ainda nfio permitem uma verificagio do funcionamento correto da vélvula (abertura em “pop”, auséncia de possiveis vibragdes, martelamento, vazamentos, ete). Alguns modelos de equipamento de teste também no petmitem a verificagio do valor de blow-down, Por estas razdes recomendla-se que, a cada inspecfo da caldeira, pelo menos uma das vilvulas de seguranga seja testada de forma convencional, com vapor. Belo Oriente ~ MG, setembro de 2004, segunda revisdo oficial ‘Membros do Sub-comité de Manutengfo, Inspegio ¢ Instrumentagio: Agostinho Salgado Alves Augusto César Lovo Edson Moestri Flavio Abelha Paaliello - Coordenadar do Suib-comité, ¢ Redator. Jesuino Felicissimo Neto Sliano Shim Iti Takshashi Lars Peter Asperen Milton Mentz

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