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Quinta-feira, 15 de Julho de 2004 1 SERIE — Numero 28 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICACAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOGAMBIQUE IMPRENSA NACIONAL DE MOGAMBIQUE AVISO ‘A matéria a publicar no «Boletim da Repiiblica» deve ser remetida em cépia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indi- cagdes necessérias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado: Para publicagaio no «Boletim da Republica». SUMARIO Conselho de Ministros: Decreto n.* 18/2008: Aprova o Regulamento dos Sistemas Preiss de Distibugao Me Aqua ede Drenagem de Aguas Residuis, © revoga'«s Portis n° 10367, de 1d de Aba de 1943 e n° 11338, de Bde Malo ue 1946 CONSELHO DE MINISTROS Decreto n.° 15/2004 160 16 de Juiho A repulamentagio existente para o abastecimento de Sgua, que data de 1943, © para a drenagem de esgotos, que data de 1946 esti desactualizada © desajustada do contexto mo- sambicano, ‘Tomando-se conveniente actualizar a regulamentagio ati nente a estas reas © Conselho de Ministos, a0 abrigo da alinea ¢) do n? ¥ do artigo 153 da Constinuigao da Repblica ‘conjugado com as alineas 8) € 1) do artigo 8 da Lei n2 16! 191, de 3 de Agosto, decteta: ‘Antigo I. & aprovado o Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuicdo de Agua ¢ de Drenagem de Aguas Residuais, fem anexo © que parte integrante do presente Decreto. Art. 2. Sio revogadas as Portarias n° 10367, de 14 de Abril de 1943 € n° 11338, de 8 de, Maio de 1946. ‘Ant 3. Compete ao Ministro das Obras Publicas e Habitagio faprovar as normas que s¢ mostrem necessstias para asse- gurar a aplicagio deste Decreto. ‘Aprovado pelo Conselho de Ministros, 20s 14 de Abn de 2004. Publique-se A Primeira-Ministra, Luisa Dias Diogo. REGULAMENTO DOS SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUICAO DE AGUA E DE DRENAGEM DE AGUAS RESIDUAIS TITULOL Sistemas prediais de distribuigaéo de agua CAPITULO Disposigdes gerais ARID 1 Objeote © presente titulo tem por objecto definir as condigses iéenicas a que deve obedecer & distribui¢io predial de égua de modo a ser assegurado 0 seu bom funcionamento, pre- servando-se 2 seguranga, a selubridade € 0 conforto. nos eificios, e servir de critério de licenciamento pela entidade licenciadora. Anmico 2 ‘Campo de aplicagso © presente titulo aplica-se aos novos sistemas prediais de distribuigfo de Sgua © A remodelagdo © ampliagio de siste- ‘mas existentes, de acordo com 0 articulado respectivo deste Regulamento. ‘Amico 3 ‘Simbotogi, terminologla e sistemas de unidades 1A simbologia e a terininologia a utilizar devem respeitar as Normas Mogambicanas aplicéveis 2..Na auséneia destas devem-se utilizar a simbologia € 4 terminologia constantes dos Anexos 1 ¢ 2 respectivamente, parte integrante deste Regulamento. 3.As unidades devem ser as do Sistema Internacional Agnigo 4 Normas a apicar I. Para efeitos deste Regulamento, as normas a aplicar, designadamente para o controlo de qualidade de materiais © de controlo de qualidade das obras, devem ser as Normas ‘Mogambicanas. 2. Na auséneia destas, devem ser adoptadas Normas Inter- nacionais (ISO) ou outras que, em articulagio com as enti- dades competentes no dominio da normatizagao ¢ qualidade, seJam consideradas adequadas. 262—(92) 3.A aplicagio de novos materiais ou processos de insta- laglo para os quais ndo existam normas nem suficiente pritica de ulilizaglo, seré condicionada ao prévio parecet do Labora tério de Engenharia de Mogambique (LEM) ou outros labo- ratérios em articulagéo com as entidades competentes no dominio da normalizagio © qualidade. AnriGo 5 Laboratérios de ensalo Sempre que houver lugar 2 realizaglo de ensaios de veri- ficaglo de conformidade com as normas, no ambito deste Regulamento, dever-se-4 dar prioridade a0 Laborat6rio de Engenharia de Mocambique (LEM), ao Laborat6rio Nacional de Higiene de Alimentos ¢ Agua, ¢ na impossibilidade des- tes recorrer-se a oiitros laborat6rios nacionais ou estrangeiros a0 abrigo do Sistema Nacional de Qualidade. Arrioo 6 Separapio de sistemas, Os sistemas prediais alimentados pela rede publica deve ser independentes de quaisquer sistemas de distribuigto de gua com outra origem, nomeadamente pogos ou furos. ‘Ann1007 uatidade dos materials, L. Todos os materiais devem cumprir os requisitos das nnormas que the digam respeito, conforme o artigo 4, apre- sentando-se isentos de defeitos. 2..No caso de produtos certificados, estes devem cumprir ‘com 0 estabelecido no ambito do Sistema Nacional da Qua- lidade, Arico 8 Cadastro dos sistemas 1. A entidade gestora, responsdvel pela exploragio dos servigos piblicos, de distribuigdo pablica de égua deve ma ter em arquivo os cadastros dos sistemas prediais 2.Nos cadastros dos sistemas prediais deve constar 2) A meméria descrita e justificativa das solugdes adop- tadas, na qual conste a natureza dos materials e acessérios © as condigoes de instalagdo das tube- gens; +) Dimensionamento hidrdulico; ©) As pecas desenhadas que devem integrar a localizagio das tubagens, acess6rios e instalagdes complemen: tares do sistema, em planta ¢ corte, & escala minima ‘de 1/100, com indicagio das secgdes © materiais das tubagens. Anrig0 9 Idontiticagso das tubeyens 1.As tubagens instaladas & vista ou visitéveis devem ser identificadas consoante a natureza da égua transportada e de acordo com a Norma Mogambicana existente neste dominio. 2. Enquanto no for publicada a respectiva norma, as iden- tificagbes s30 as indicadas no Anexo 3, parte integrante deste Regulamento. ‘ARmigo 10 Provengio da contaminagtio 1.Nto € permitida a ligagdo entre a rede predial de distri- buigho de dgua © as redes’prediais de drenagem de éguas residuals. 1 SERIE — NOMERO 28 2. 0 fornecimento de gua potével aos aparethos sanitérios deve ser efectuado sem por em risco a sua potabilidade, impe- dindo a contaminacdo, quer por contacto, quer por aspiragtio de Agua residual em caso de depressto. ‘Agno tt ‘Qualidade da égue cetribuica 1.A qualidade da égua potivel distribuida deve obedecer aos padrbes das Normas Mosambicanas aplicaveis de acordo com artigo 4. 2.Na auséncia destas, deve obedecer-se aos padrdes esta belecidos no Anexo 9, parte integrante deste Regulamento, 3. A entidade gestora do servigo de distribuigtio pode auto- rizat a utlizaglo de 4gua nio-potivel, desde que na utilizagio prevista fiquem salvaguardadss as condigdes de defesa da sade publica. 4.As redes de gua nlo-potivel e respectivos dispositivos de utilizagio devem ser adequadamente sinalizados. CAPITULO Concepgao de sistemas ‘Avrigo 12 Intogragio no projecto geral ‘A concepgio de sistemas prediais de distribuiglo de sgua deve ter como objectivo a tesolugio de problemas numa perspectiva global, técnica e econémica, coordenada com arquitectura, a estrutura e as restantes instalagdes especiais da edifieagio. Antigo 13 Concepglo de novos sistemas 1.Na concepgio de novos sistemas hi que stender: 4a) A pressio disponivel na rede geral de alimentagio © & pressio necesséria nos dispositivos de utilizagio; ») Ao tipo e nero de dispositivos de utiizagao; ©) Ao rau de conforto pretendido; @) A minimizagdo de tempos de retengio da égua nas tubagens. 2.As pressGes de servigo nos dispositivos de utilizagio devem sitvar-se entre 50 © 600 kPa, sendo recomendavel, por razbes de conforto ¢ durabilidade dos materais, que se man- tenham entre 150 © 300kPa, ‘Arrigo 18 Remodelaglo ou ampliato de sistemas exletontes 1.Na remodelagio- ow ampliagio de sistemas existentes devem ser respeitadas as disposigbes do presente Regu- lamento. 2, Sempre que haja aumento de caudal de ponta, deve com- provar-se a suficigncia da capacidade hidréulica de transporte das wubagens ¢ das eventuais instalagdes complementares a montante, sem prejuizo das condigdes de funcionamento do sistema na sua globalidade. Aamigo 15 Sistemas de combate a incéndos E obrigatéria a existncia de sistemas de combate a in- eéndios nos edificios a construit, remodelar ou ampliar de acordo com 0 disposto nos regulamentos de seguranga con- tra incendios aplicéveis 15 DE JULHO DE 2004 ARniG0 16 ‘Sistemas de dgua quente Os sistemas de produgio e distribuigio de Agua quente devem garantir as temperaturas minimas de utilizagio neces- sirias nos dispositivos de_utilizagio, em fungo do grau de conforto © economia desejados, recorrendo, se necessério, & circulagdo forgada, CaPiTULO It Elementos de base para dimensionamento Awnigo 17 Dispositivos de utiizagio L.Na elaboragdo dos estudos relativos & distribuigio pre- ial dé gua, devem indicar-se 0s tipos de dispositives de utlizagio, bem como a sua localizagéo. 2.08 aparelhos alimentados por dispositivos de utilizago devem estar devidamente idemtficados nas pegas desenhadas do projecto. ‘Arrigo 18 Caudais instantineos 1. Os caudais instantineos a atribuir aos dispositivos de utlizago devem estar de acordo com o fim especifico a que se destinam, 2.0s valores mfnimos dos caudais instantineos a considerar nos dispositivos de utilizagio mais correntes sio indicados no ‘Aneno 4, parte integrante deste Regulamento. Arrigo 19 Coeticientes de simultaneidade 1, Deve ter-se em conta a possibilidade do funcionamento nijo-simultineo da totalidade dos dispositivos de utilizagio, considerando-se na determinacao dos caudais de céleulo os coeficientes de simultaneidade mais adequados. 2. Designa-se por coeficiente de simultaneidade numa dada secgdo a relag3o entre 0 caudal simultineo méximo previsivel, ou seja, 0 caudal de célculo e o caudal acumu- lado de todos 0s dispositivos de utilizagZo alimentados por essa seegio. 3.0 coeficiente de simultaneidade pode ser obtido por via analitica ou gréfica resultante de dados estatfsticos aplicaveis. 4, Apresenta-se no Anexo 5 uma curva que, tendo em conta os coeficientes de simultaneidade, fornece os caudais de céleulo para um nivel de conforto médio em funcio dos caudais acumulados, e pode ser utilizada para os casos cor rentes de habitagdo sem fuxémetros. 5. No caso de instalagiio de flux6metros, a0 caudal de céleulo obtide de acordo com os nimeros anteriores, deve adicionar-se 0 caudal de célculo dos fluxémetros, que depende do niimero destes como se indica no Anexo 6, parte integrante deste Regulamento. ‘Agnigo 20 Presses na rede publica Para efeitos de cilculo da rede predial, devem ser forne- cidos pela entidade gestora os valores das presses maxima © minima na rede piblica no ponto de insercao naquela, centendendo-se como pressio minima a média dos valores verifieados nos perfodos de maior consumo. 262-193) caPituLo iv Rede de agua fria e agua quente ste¢ho1 ‘Agua tia © quente Agno 21 Finalidade ILA rede predial de dgua fria deve assegurar a distribuigio fem boas condigoes quantitaivas € qualitativas por forma a garantir © conforto, a satide € a seguranga dos utentes. 2.A rede predial de gua quente deve assegurar a distri- bbuigdio em boas condigdes de pressio, caudal, temperatura € qualidade, por forma a garantir a sade, 0 conforto © a seguranga dos utentes, ‘Anrico 22 Caudais de eéiculo Os eaudais de eéleulo na rede predial de gua fria e égua quente devem basear-se nos caudais instantineos atribuidos 808 dispositivos de utilizagio © nos coeficientes de simul- taneidade, ‘Awnico 23 Dimensionamento hidréulico 1. No dimensionamento hidréutico da rede predial de égua fria © égua quente devem ter-se em atengio: 42) Os caudais de céleulo; 15) As velocidades, que devem situar-se entre 0,50 € 2,00 ms, VA mugosidade do material 2..Nos ramais de alimentagio de fluxémetros para bacias de retrete devem ter-se em atengio as pressdes minimas de servigo e cujos valores correspondem os seguintes didmetros vem) Presto ae) 2 200 32 2 0 50 ‘Agrico 24 Tragado 1. O tragado das tubagens deve ser constituido por trogos rectos, horizontais € verticais, ligados entre si por acess6rios apropriados, devendo os primeiros possuir ligeira inclinacio para favorecer a circulagio do ar, recomenda-se 0,50 % como valor de referéncia. 2.A exigéncia de alguns acessérios pode ser dispensivel caso se utilizem tubagens flexiveis. 3. As tubagens de gua quente devem ser colocadas, sempre que possivel, paralelamente as de égua fria e nunca abaixo destas. 4.A distincia minima entre tubagens de agua fria e de gua quente € de 0,05 m, Axnigo 25 Instalagao, 1, As tubagens interiores da rede predial de égua fria © gua quente devem ser instaladas & vista, em galerias, calei- ras, tectos falsos, embainhadas ou embutides, 26294) 2.As tubagens nfo embutidas so fixadas por bragadei- ras, espagadas em conformidade com as caracteristicas do ‘material. 3.Devem ser tidos em consideragio os problemas de dila- {ago © contracgdo térmica das tubagens, nomeadamente na instalaglo de juntas ¢ no tipo de bragadeiras a utilizar. 4.As tubagens exteriores da rede predial de gua fria figua quente podem ser enterradas em valas, colocadas em paredes ou instaladas em caleiras, devendo set sempre. pro- togidas de acgdes mecini necessério. 8. As tibagens no devem ser colocedas: 4) Sob elementos de fundagdo; 'b) Embutidas em elementos estruturais; ‘)Embutidas em pavimentos, excepto quando fleniveis embainhada

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