You are on page 1of 6
Aplica¢goes das leis de Newton “ Stibito ao cume do convexo espago, o fogo se remonta ardente, ¢ leve; a ele no lugar, na ligeireza prdximo fica oar; mais densa que ambos a Terra puxa os elementos vastos, da propria gravidade é comprimida.”” Ovinio (43 .C-17 vc.) S © uma pessoa passar varios dias lendo o manual de um automével, e deco- rar tudo o que ali esté escrito, estar apta a dirigi-lo bem? Certamente, a resposta 6 nao. Do mesmo modo, somente o conhecimento das leis de Newton nao é sufi- ciente para se entender muitas das interagdes entre corpos vivenciadas em nos- so dia-a-dia. E preciso praticar. Em cada uma das situagdes cotidianas que envolvem as leis de Newton, tais como as que envolvem sistemas de blocos, elevadores, planos inclinados ¢ cor- em queda sujeitos a resisténcia do ar, 6 fundamental a identifica ntes forgas atuantes, a identificagao dos pares “agao-reagao” e 0 rec cimento e emprego da relacao entre forga resultante e velocidade. > Emm sistema mecinico, como, por ‘empo, ne guindaste warsportando lum conte, freas de ag20 ede teagio estho presentes em todos os Plano inclinado Um motorisa pra o seu carro em uma lade'a, puna ofelo de mio para travar {a5 rods e sai tranquilamente do caro. Por que o carro nao entra em movimento, ‘deszando ladeira abaixo? Certamente, a sua resposta ser: “devido 20 ato” Para interpretarfiicamente essa stuagao, vamos analisar 0 caso de um blo- ‘co que se encontra apoiaco ern uma superficie plana e rugosa, inlinada em relacao 3 horizontal (plano incinado). Nessas candicoes, 0 bloco fica soba aco de duas Forgas: a Tora peso (P) €a forca de contato com a superficie (Q) Eta Gtima, por sta ver, pace ser representaca por suas dus Forgas camponen- tes: a forea nosmal (ND & a forga de attitoestitico (4). As figuras 22 & 23 tus- tram as duas stuacoes. ‘Figura 22, Um método pritico para relacionar os médulos das forcas peso, normal e de atito consiste em efetuarmos a decomposigao da forca peso em duas dire {s0es petpendiculares entre si — uma delas, paralela ao plano inclinado, € a ‘outra, perpendicular ae plano inclinado, conforme a figura 24 Temos que: P= Posen P= Pecos Independentemente de o bloco estar em repouso ou nao, na direcao per- pendicular a0 plano inclinado, a resultante das forcas € nula, Portanto, temos: N=, =P-coso [Na diregio paralela ao plano inclinado (rampa), hs viria stuagées possvels: 1) bloco encontra-se em repouso Se 0 bloco esté em repouso, a resultante das forcas é nula. A forga de atrito equilrao componente tangencial (P) da forca pesor 2)0 bloco esta em repouso, mas na iminéncia de deslizar Nesse caso, a forga de atrito é maxima e ainda equilibra o componente Lembrando que a forca de atrito maxima é dada por A. = HN, tems HAN = Peseno Seamo= Poce eemae 9, SE Ig ‘Com essa expressio, concluimos que a situagao limite para um bloco ppermanecer em repouso num plano inclinado € que a tangente do angu- Jo 6 de inclinacao da rampa seja igual a0 coeficiente de atrito estatico entre blaco e a superticie de apoio. 3) 0 bloco desce a rampa em movimento acelerado Se 0 bloco esta descendo a rampa em movimento acelerado, temos uma {orca resultante paralela ao plano inclinado e orientada para baixo, Lem- brando que, nesse caso, temos uma forga de atrto dinimico, escrevemes: R= PAs Sendo R = ma; P, = mg-sene Ay, ‘Simpliicando a expressao, obtemos a aceleragao do bloco: 4. = Eoberrommpnniies Figura. ‘A Figura 28, essa expressio podemes conclulr que, se o plano incina- {do for perfetamente liso, ou sea, seo atrito entre o blaca £0 plano for despreaivel (j= 0), 0 bloco entra em movi ‘mento aceerado, com aceleragao dada por: a ~ g» sen @ 4)0 bloco sobe a rampa em movimento retardado Nesse caso, pressupoe-se que o bloco tena sido lancado ram- paacima. © dlagrama de forcas ¢ 0 mestrado na figura 25. Na direcao do movimento, temos RP, A=>ma~ mg-sen 6 j=(mg-cos 0) a= geen 8 ~ y,-cos 6) No arranjo experimental do plano inclinado da figura 26 0 bloco € equlibrado pela massa suspensa pelo fo, O angulo de inclinasaa do plano vara entre O° © 90° »€ medida por meio de ‘um flo de prumo, Na figura 26 o valor desse angulo de aprox smadamente 15 2 Figura 26, [Nafigura abo, os blocos eB incilmente prado, pos: sate massts igus a 10 ky, O coeficiente de arto ene 0 bloco A ea rampa vale 0.20, Determine a accleragio do sis sma ea tragio no fio que une os locos, Despreze a mass dda roldana edo fio inextensive. Consdene = 10 ms sen Bo blaco Ba frgaresutan por ¥ Tas mga=me—T Ut Substtuindoos valores numeri = RESOLUCAO Our 10¢~ 10-10 10-10-0,60 ~ 020-10: 10-080=5 [As forgas que age nos Blocos Ae esto represen . nas figuras sezuintes. Na primeira figura, N, © A si = a= Ams components da fora de conta enteo loco A ea rapa, De acordo com as imposicdes do problema, tos: T= T,=Te N,=Pyrcons? ings = mT 10-24 = 10-10- T= [ESITON No bloco A fora estan & daa poe Ry=T~Pysen PA, Pertanto, a accleragaa dos blocs 624 mse rag nfo mga = Ta sen 37° — we cos «ques ane T6N, Os 1.Forcas emovimento em um plano inclinado Observe a figura a seguir. Um bloco de massa m @ colocado sobre um plano inclinado, sem atrito. Sobre esse bloco sao exercidas duas forcas: seu peso B devido &atracso da Terra, ver- tical para baixo, e a forga normal N, exercida pelo plano e perpendicular a ele, para cima. Como as forcas Pe N ndo sao exercidas na mesma direcao, elas nunca se equiliram — nesse caso, como so as unicas forcas exercidas sobre o bloco, elas admitem uma resultante que faz descer o plano comaceleracae constanted. Para determinar essa aceleragao é necessario cal- culara forca resultante exercida sobre o bloco. Parals- ‘so decompomos o peso P em do's componentes, um perpendicular a0 plano (P,) e outro paralelo ao plano ) Substituindo o peso B por seus componentes, podemos verificar que P, e Nse equilbram, pois Nea forcanormal exercida pelo plano sobre o bloco devido ‘aesse componente do peso. Vejaa figura abaixo: a FORGA NORMAL EXERCIDA PELO PLANO ‘A forca de reagao 20 peso do bloco é exercida na ‘Terra, pois a interagio ocorre entre o bloco e a Terra. ‘Neste caso o plano impede que o bloco caia verti- ‘calmente, mas nao que ele desca, pois 0 plano no sofre a agao integral do peso do bloco, apenas a pat cela devida ao componente B, Também aqui P, e N ‘io compéem um par de forgas acio-reagdo, pois, sio aplicadas ao mesmo corpo e resultam de intera~ ‘Ges diferentes. Logo, a forca resultante sobre o bloc é F, =F, Note que Pe B, nao existem como forcas indepen- dentes; s40 componentes de uma unica forca real 0 peso Pdo bloco.Podemos entender a situacaoassimia Terra atrai o bloco verticalmente para baixo exercendo sobre ele opeso B umanarcela desse peso, B,, eexer- ida sobre o plano perpendicularmente a ele; a outre parcela, F,, ¢ exercida paralelamente ao plano. Para determinar a aceleraao adquirida pelo bioco, vamos anaiisar agoraa figuraa seguir: * Observe que o componente P, fol deslocado, igan- do as extremidades de P, e P, formando um triangulo retangulo cujaahipotenusaé Fos catetos sa0 P,eP, cangulo entre Pe B, eigual a0 angulo erdeinclinagso do plano. Das relagbes trigonomeétricas nos triangulos retanguios, temos = P.=P-sena P wsa=5> P=P cosa Aplicando a segunda let de Newton em modulo imo) 5 forges exercidas sobre o blovo e sendo P,P,= P-sen we P = mg, temos: tho ="fg-sena= a=g-sena Essa €a expresso domodulo da aceleragso adqui- rida pelo bloco que desliza, sem atrito, sobre um pla~ ro inclinado de um angulo em relacao a horizontal. Ocancelamento da massa, na obtencao dessa expres- 540, tem um importante significado fisico: a aceleragao de quedaao longo dopiano, sem atrito, nso dependeda massa do corpo, Trata-se, portanto, de uma situacao perfetamente andloga a0 movimento de queda livre, em que a aceleracio da gravidade J também nao de- pende damassa do corpo, EXERCICIOS RESOLVIDOSE 1. Obloco representado na figura est colocado sobre um plano inciinado de 30° em relacao a horizon tal, sematrito. Determine o médulo da aceleragao adquirida por esse bloco. Adote g = 10 m/s" (Dado: sen 30° = 0,50.) RESOLUCAO Sendo g= 10 m/s?e a= 30°, da expressdo daace- leracao em planoinciinado sem atrito, temos: = g-Sen a= 0=10-0,50=0=5,0m/s? 2. No sistema representado na figura, nao ha atrito entre os blocos A, de massa m, = 20 kg, e B, de massa m, = 3,0 kg, @ os planos sobre os quais se apoiam. O fic inextensivel e tem massa desprezivel, assim como a potia. 20 Adotando determine a) omédulo das aceleracoes do conjunto; b) omodulo das tracdes no fio. 10m/s?e dado sen 30° 050, RESOLUCAO Deinicio vamos representar as forcas exercidas nos blocos A e B, solados, e suas respectivas acelera- wes, Ted. \Veja a figura abaixo: i he Em A sdoexercidas P,P, componentes do peso de A, ji, forca normal (pelo planoinclinado),e T,tra- ao (pelo fio); em B sao exercidas 8, peso de B, N, forca normal (pelo plano horizontal), e 7’, tracao. (pelo fi). Como a massa do fio é desprezivel, Te T temo mesmo médulo — vamos representé-lo por T; como 0 fio ¢ inextensivel, @ e @ também tem o ‘mesmo modulo — vamos representd-lo por a. Ago- ra podemos obter o médulo das aceleracdes do conjunto e das traces no fio. a) Aplicando a segunda lei de Newton em méduio av bloco A, sabendo que F, e Ni, se equilbram, considerando positive o sentido da aceleracao € representando as tracbes e as aceleracdes pe- los seus modulos Te a temos: ma © Considerando agora o bloco B, demodo analogo, temos: T=m,a (i) Somando as equacnes (1) ¢@, temos: P, =(m,+m,o Entao: m,g-sena=(m,+m,)0> m, son omnes 20 0-50 430 10 -sen30°=> =a=20m/s? 'b) Voltando a uma das equacées anteriores ((), por ‘exemplo), correspondente & figura abaxo, obte- mos 0 médulo Tdas tragdes T e T'no fio: Py 0-20 T=60N =mo=T= 3. No sistema representado na figura, nao ha atrito entreo bloco A eo plano, ar Sendo m, = m, = 5,0 kg, desprezando as massas da polia e do fio, supostamente inextensivel, e ado- tando g= 10 m/s’, determine: (Dado: sen 37° = 0,60.) a) o sentido do movimento do conjunto, se houver; b) omédulo dasaceleragtes do conjunto: ©) omodulo dastracdesno io. RESOLUCAO a) De inicio vamos decidir se ha movimento no Conjunto e em que sentido ele ocorre. Para isso vamos considerar o sistema como um s6 con- Junto, sem levar em conta as tragbes no fio, que, nessa consideracéo, tornam-se forcasinternas. Vejaa figure: Como B, ef, se equilivram, omédulo da fora resultante exercida sobre 0 conjunto ¢ a dife- renga entre os méduios de B, componente do pesode A,eP,, peso de B. Determinando os modulos deP,_e P,, obtemos: P, =P,sen37°=9P, = m,g-sen 37° =P, =50-10- 060-5 P,=30N mg=P, 50N Como P, > P,,, 0 Conjunto se move no sentido dedescide do bloco 8. 5,0-10P, b) Agora vamos representar as forgas exercidasnos blocos Ae 8, isolados, e suas respectivas acele- rages, Te. Vejaa figuraa seguir Em B s3o exercidos F., peso de 8, e 7, tracao exercida pelo fio: em A so exercidos B, e F, , Componentes do peso de A, N, forcanormal do plano,e 7" tragao exercida pelo fio. Como amas~ a do fio é desprezivel, Te TF tem o mesmo médulo — varios represent-lo por T; como 0 flo 6 inextensivel, @ e @ também tem o mesmo médulo — vamos representii-lo por a. ‘Aolicando a segunda lei de Newton em modulo 20 bloco 8, considerando positive 0 sentido da aceleraqaoe sendo Te aos médulos das tracoes e das aceleracies, temos: P,-T=ma © Isolandoo bloco A, sabendo que P, e Ni, se equi- libram e considerando positive o sentido da ace- leracao, de forma analoga ao item anterior, temos: T-P,=mo O Somandoasequacoes(De(D,sendoP, = 30N @ P,= SON, temos: P,P, =(m,+m,Ja= o= 20m/s? ©) Voltando.a uma das equaciesanteriores ((i), por exempla),obtemosomédulo Tas tracbesno fio: T-P,=m,o=9T=30+50-20—9T= 40N Observacées, #) No tem a se P, = P,,.0 conjunto permaneceria fem repouso; se P, < P,_,0 conjunto se moveria emsentide contrario. 24)Nao ha necessidade de saber 0 sentido real do movimento para resolver 0 exercicio; pode-se adotar como positivo umdos sentidos possivels ¢ interpretar fisicamente o sina que precede 0 modulo da aceleraco: se for positivo, o sentido adotado sera 0 mesmo do movimento; se for nnegativo, o sentido adotado serd 0 posto do sentido do movimento.

You might also like