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CAPITULO I - Nogdes preliminares. Formas da terra Representagio do terreno 1. Topogaagia. Geodesia 2. Plantas ¢ Cartas 3. Pkanta Topogragica 4, Escatas 4.1, Escalas nunéricas 4.2. Escalas graficas a) Escala grafica simples b) Escala grafica composta 5. Operagies da Topogragia 6. Representacto do Terreno 6.1, Método dos Pontos Cotados 6.2. Método das Curvas de Nivel Fixagdo da equidistancia natural Terge Vale Processo numérico Interpolagao grafica a) Diapasdo de rectas paralelas 6) Diapasdo de rectas concorrentes 6.3. Método das Normais 6.4. Método Hipsométrico 7. Nedigao de distineéas na carta 7.1. Generalidades 7.2. Em linha recta 7.3. fm Vina curva 8. Avatiagdo de areas na carta 8.1. Generalidades 8.2. Método analftico. Métodos Geométricos 8.2.1. Método dos Trapé: 8.2.2. Método de Simpson 8.3. Método Mecanico 12 12 15 15 18 19 20 20 22 23 24 24 24 24 25 25 26 28 30 3 9. Connekagto entne a Peanimetria e 0 nivetamento Leis de ‘Brisson A= Quanto as linhas de agua B - Quanto as curvas de nfvel 10. Oréentagto 10.1. Generatidades 10.2. Pela bussola 10.3. Pela carta 10.4. Pelos astros 10.4.1. Pelo Sol com o reldgio 10.4.2. Pela Estrela Polar 10.5. Por indfcios e informagdes CAPITULO TL - Instrumentos 1. Generabidades 2. Acessontos 2.1. Estacas. Marcos. Sua implantagdo 2.2, Referéncias 2.3. Bandeirolas 2.4, Alinhamentos e seu tracado 2.5. Niras. Estadias 2.5.1. Mira de alvo 2.5.2. Mira falante 2.5.3. Mira de invar 2.5.4, Estadia 2.6. Suportes dos instrumentos 2.6.1. Jalao 2.6.2. Tripé Instalagao do Trips Pratos de translagao 3. Ongiios comuns a déversos instrunentos 3.1. Parafusos e motas 3.2. Parafusos calantes 3.3. Nfveis. Nivelas 3.3.1. Nivela t6rica Mobi idade da bolha Princfpio fundamental Pag. 31 32 35 36 36 37 37 38 38 38 Wy ay a 43 43 44 4g 49 50 52 52 53 54 54 56 ST 59 59 59 61 6 62 63 Sensibi idade Rectificagdo da nivela. Método da inversio 3.3.2. Nivela reversivel (ou em barrilete) 3.3.3. Nivela esférica 3.3.4. Sistemas de observagéo da bolha 3.4. Pinulas 3.4.1. Alidade de pinulas 3.4.2. Alidade de luneta 3.5. Lunetas - tipos 3.5.1, Objective 3.5.2. Oculares 3.5.3. Retfculo 3.5.41. Eixo Sptico ou de colimagao 3.5.5. Uso da luneta 3.5.6. Ampliagio 3.5.7. Luneta de focagem interna 3.6. Limbo e alidade 3.6.1. Divisdo dos Limbos 3.6.2. Hodo de divisie dos limbos 3.6.3. Posigao relativa do limbo e do nénio 3.7. Nonio 3.8. Microscépios 3.8.1. Microscépio de tragos 3.8.2. Hicroscépio de parafuso micronétrico 3.8.3. Microscépio com micrémetro dptico 3.8.4. Microscdpio de escala 3.8.5. Microscdpio de nénio . Insthumentos para a medida de distineias 4.1, Generalidades 4.2. Determinagao directa de distancias 4.2.1, Redug3e ao horizon:e 4.2.2. Metro e duplo metro 4.2.3, Réguas de madeira 4.2.4, Cadeia 4.2.5. Fitas de ago e de pano 4.2.6. fio de ago invar Pag. 6h 6h 66 66 67 68 69 70 70 7 2 73 7h 7h 75 7 77 a 80 80 81 Bh Ba 8S 86 86 87 88 88 88 88 90 90 90 ” 92 43 4.2.8. Uso dos instrumentos de medida Medigo em terreno horizontal Nedigdo em terreno inclinado Vantagens e inconveniences ca cadeia 4.2.9. Correccio da flecha Determinagdo Indirecta de distancies 4.3.1. Generalidades 4.3.2. Estadimecria 4.3.3. Luneta estadimétrica Nimero gerador Correcgio de Reichenbach 4.3.4. Luneta analitica 4.3.8. Verificagao do angulo estadimétrico 4.3.6. Uso da luneta estadimétrica 5. Insthumentos para a medida dos angutos horizontais a] 5.2. 5.3. Generatidades Goniémetros de pinulas 5.2.1. Esquadro do agrimensor 5.2.2. Esquadro cilindrico 5.2.3. Esquadro esférico 5.2.4. Uso dos esquadros 1. Tragado de um al inhanento 2. Por um ponto de um alinhanento tragar-uma normal a este alinhamento 3. De um ponto dado D baixar uma perpendicular sobre um alinhanento AB 5.2.5. Pantémetro Uso do pantémetro Esquadros épticos 5.3.1. Esquadros de espethos, ou de reflexio 5.3.1.1. Esquadro de Adams Uso do esquadro de Adams 5.3.2. Esquardos de prismas 5.3.2.1. Esquadro triangular de Bauernfeind 5.3.2.2. Esquadro Wollaston 5.3.2.3. Esquadro pentagonal 5.3.2.4. Esquadro pentagonal de Bauernfeind 93 93 cy 95 96 7 a7 a 98 loo 100 190 102 103 104 104, 105, 105) 106 106 106 107 107 108 108 109 109 103 110 mW 112, 4 5 116 116 Piig.. 5.3.3. Prismas duplos 7 5.3.4. Vantagens e inconvenientes dos esquadros Spticos 7 5.4. Goniometros da luneta 1g 5.4.1, Generalidades. Azimutes. Rumos vg 5.4.2. Bassola 121 5.4.2.1. Bissola do Agrimensor 121 5.4.2.2. Uso da bissola 123 5.4.2.3. Excentricidade do visor 124 5.4.3. Bissola declinada 125 5.4.4. Dectinatéria 126 5.4.5, Béssola suspensa 126 5.4.6. Cfrculo de alinhamento repetidor. Seu emprego 127 5.4.7. Métodos de medigo de Sngulos horizontals 130 5.4.7.1, Medicao simles 131 5.4.7.2. Medicao por repeticao 132 5.4.7.3. Medigao por reiteragdo 138 5.4.7.4, Medi¢3o por giros de horizonte 135 6. Instumentos para a medida de abturas 139 6.1. Generalidades 139 6.2. Influéncia da curvatura da Terra e da refracedo atmosférica 141 6.2.1. Erro de esfericidade 11 6.2.2. Erro de rebracgo 142 6.2.3. Erro de nivel aparence 13 6.3. Nivelamento. Métodos Tay 6.4. Nivelamento geométrico ou directo 145 6.4.4. Execugdo de um nivelamento 145, 6.4.1.1. Nivelamento simples 146 6.4.1.2. Mivelamento compos to 147 6.4.2. Organizaco e cdlculo de ume caderneta de nivelamento 149 6.4.3. Niveis. Classificagao 156 6.4.3.1. Niveis de v'sada directa 157 6.4.3.2. Niveis de luneta 158 6.4.4. Condigdes @ que deve satisfazer um nivel em estagdo 167 6.4.5. Determinago de desn’veis como nivel desrectificado 167 6.4.5.1. Método das visadas a igual distancia 168 6.4.5.2. Método das visadas reciprocas 169) 6.5. Mivelamento tri gonomét rico 6.5.1. General idades 6.5.2. Método 6.5.3. Angulos zenitais. Angulos de incl inagio 6.5.4. Aparelhos de medida de Sngulos verticais 6.5.5. Uso dos eclimetros e dos clisimetros 7. Instrumentos mistos TA 7. a 2 3 Generalidades Teodol i tos Taqueémetros 7.3.1, Taquedmetros Moinot ou Porro 7.3.1.1. Redugdo a0 horizonte das medidas estadimétricas 7.3.1.2. Uso do taquedmetro Porro ou Moinot 7.3.1.3. Leitura do limbo vertical 7.3.1.4, Exame e rectificagéo do teodolito para observagées horizon tais 7.3.1.5. Exame e rectificagso do teodolito para observagdes verticals 7.3.2. Taquédiietros auto-redutores 7.3.2. 7-3-2 7:32. 1. Auto-redutores de alavanca 2. Ruto-redutores de esquadro de projecgio 3. Auto-redutores de angulo paralatico variavel 7.4. Diastimémetros CAPITULO TTT ~ 1. Genenabidades Métodos de levantamento plenimétrico 2. MBtodes de Levartamento de pequenas areas 1 2. Levan tamento Levantamento + Levantamento 2 3 oh. 5 6 Levantamento Levantamento Levantamento por triangulagéo @ fita por coordenadas rectangulares por irradiagao por interseccao por alinhamentos com a bissola Pag. 170 170 170 wm 172 176 "7 77 180 182 182 183 187 191 194 200 203 203 206 208 au 214 216 aur 218 220 222 222 22 3. Levantamento de grandes areas 3A. 3.2. 3.3. 3M Generalidades 3.1.1. Problemas fundamentais 3.1.2. Diferentes sistemas para a determinagio de pontos Intersecgées 3.2.1. General idades 3.2.2, Interseccao simples adiante ou directa 3.2.3. Intersecgao simples lateral 3.2.4, Intersecgéo simples atrds ou inversa Tridngulacao 3.3.1. Generalidades 3.3.2. Medigio € célculo das triangulagdes planas 3.3.3. Ampliagao de bases 3.3.4, Métodos de medig&o ce 2ngulos azimutais 3.3.5. Exemplo do cdlculo ce uma triangulagao independente Poligonagio 3.4.1. Generalidades 3.4.2. Mediga0 de uma po! 3.4.3. Calculo de uma pol 3.4.3.1. Calculo de uma poligonal aberta 3.4.3.2. Calculo de uma poligonal fechada CAPITULO IV ~ Noses praticas da teoria dos erros 1, Generabidades 2, Chassificagiio dos erros 2a. 2.2. Faltas Erros 2.2.1, Erros acidentais 2.2.2. Erros sistemiticos Enos acidentacs Bale 3.2 3.3. 3A. 3.5. Necessidade da investigagdo dos valores caracteristicos nédios dos erros Determinagao experimental dum erro médio Erro provavel Erro médio aritndtico Erro médio quadrdtico 3.5.1. Aplicacdes Pag . 25, 225 227 239 2h hie 246 253 259 272 272 293 215 2m 282 286 286 287 288 289 293 301 301 302 302 303 303 308 304 305 306 306 307 310 3.6. Erro médio @ prever para a resultente de varias operagées 3.7. Lei de distribuig3o! dos erros acidentais 3.8. Lei de probabilidade dos erros 3.9. Determinagio das tolerancias 4, Enros sistematicos CAPITULO V ~ Verificagdes. Rectificagdes. Precisio 1. Gonerabidades 2, Sedéda das distineias 2.1. General idades 2.2. Cadeia 2.2.1. Faltas 2.2.2. Erros 2.2.3. Erro médio da cadeia 2.3. Erro médio da Fita de ago 2.4, Erro médio da cadeia Tranchart 2.5. Fio de ago invar 3. Hedéda dos angutos 3.1, General idades 3.2. Nénios complenentares 3.3. Limbo € alidade 3.3.1. Erro de excentricidade 3.3.2. Deslocagio de um Indice da alidade 3.3.3. Veri icasdes 3.4. Nedida dos Angulos horizontais 3.4.1. Condigdes a que devem satisfazer os gonidmetros da luneta 3.4.2. VerificagSes e rectificagies 3.4.3. Faltas 3.4K. Erros 3.4.5. Precisao 3.5. Medidas dos Engulos verticais 3.5.1. Eclimetros 4, Medida das atturas 4,1, MBtodo eri gonomé tr ico 4.2. Wtodo directo 4.2.1. Mivel de colimador Pig. 312 316 317 318 321 323 323 323 323 323 324 328 328 328 329 329 329 323 330 331 332 333 334 334 335 339 339 380 341 3hr 342 342 342 342 Pag. 4.2.2, Niveis da luneta 3a7 4.3. Faltas. Erros. Precisao 348, 4.4, Erros de esfericidade e de refracg3o 348 ANEXO_A 1, SISTEMAS DE RADIO-POSICIONAMENTO At 1.1, Sistemas de radio-nosicionamento instelados em terra Al 1.1.1, Sistemas LORAN Ce D al 1.1.2. Sistema OHEGA n2 1,2. Satélites de rédio-naveqacio a2 1.2.1, Sistema TRANSIT (SAtNay) a2 1.2.2, Sistema NAVSTAR/EPS (Global Positioning System) Al 1.2.2.1, Oaracterfsticas dos sinais emitidos pelos satélites ah 1.2.2.2. A determinagao da nosigao AS, 1.2.2.3. A cadeia dos 50 bits nor sequndo Ay 1.2.2.4. A orecisao no s0sicionamento "Selective Availability" Aq 1.2.2.5. 0 posicionamento diferencial Al, 1.2.2.6. Enuipamentos GPS: tioos e componentes AIS. 1.2.2.7. A qualidade dos dados recolhidos M6 CAPITULO 1 MOCOES PRELININARES, FORNA DA TERRA REPRESENTACAO DO TERRENO « Topogragia. Geodeséa A topografia tem por fim a descrigao e representacio ‘do terreno, numa extensao suficientemente restrita para se poder desprezer a curvatura da Terra A geodesia tem por finalidace a descrigao e representagao da super ficie da Terra, em que jé se tem de ter em conta a forma ellipsoidal da Terra A topografia completa a geocesia pois faz o estudo em detalhe da superficie do terreno, € dos métados que ¢ permitem representar num desenho che~ mado planta ou carta topogrigicn. 1.2. Pkantas e Cartas Conforme a extensao do terreno que se representa num desenho,assim temos a considerar: a) Plantas topogragéens - Representagao do terreno em escalas gran des (até 1/10.000) b) Cartas topogrificas - Representagao em escalas inferiores a 1/10.000 (até cerca de 1/100.000) c) Cartas conogrd{icas ~ (e depois cartas geograficas) ~ sdo car~ tas em que as escalas variam entre 1/100.000 e 1/1.000.900 Evidentemente que os limites indicados para as escalas nao sao ri- gidos, havendo no entanto casos em que esté praticamente consagrado o seu valor. 05 métodos de levantamento empregados na execugao de plantas topo- graficas esto dentro dos dominios da Topografia, enquanto que os empregados pa~ ra a execugdo de cartas topograficas ¢ corograficas ja estao dentro dos dominios da geodesia. «3. Planta Topogragica As plantas topogrdficas no sdo mais que uma redugdo da projeccio horizontal do terreno considerado, sobre um plano de projec¢do, onde os aciden- tes topograficos, incluindo 0 relevo do solo, séo representados por meio de si- nais convencionais que fixam a posicSo relativa e a extensio desses diversos aci dentes A redugao 6 feita numa certa escala, para cada planta.0s processos de levantamento empregados esto dentro dos dominios da topografia. Ih. Escatas A necessidade de representar grandes dimensdes do terreno num desenho que,por maior que seja,$ sempre menor que a superficie que se pre- tende representar, obrigou 4 redug&o das dixensdes reais a representar, para tal utilizando as ESCALAS que nio sho mais cue a relagdo constante entre as nedidas horizontais no desenho e as suas hosdlogas no terren 1 EB == const. en que 1- medida horizontal no desenho L- " — homéloga no terreno Quando as dimensdes reais sio menores que as do desenho a esca~ la dizese de ANPLIAGRO e, neste caso, a escala 6 maior que a unidade: 1 —= const >1 L No caso das dimensées reais serem iguais as do desenho dizemos que a escala @ NATURAL e ela & igual A unidade : Es—=l L No caso das dimensdes reais serem maiores que as do desenho a escala diz-se de REDUGKO e 6 inferior A unidade z E2— <1 que 0 caso corrente em tovografia, como jA acima ce disse, TOPOGRAFTA 4s escalas classifican-se em numéricas e grfficas e estas por sua vez em simples e conpostas, ESCALAS NUNERICAS Estas eacalas representan-se cob a forma de una fracgdo om que umerador &, em geral, a unidade e o denoninador un wfltiplo de 10: © denominador indica-nos quantas vezes as distfncias no terres no so maiores que as cus honélogas aa planta ou carta. 1 sempre possivel dar a uma escala a unidade por numerador. Quando este for inferior & unidade uultiplican-se ambos os temos da fracgde por 10 ou pela potéacia de 10 necessAria para o tornar in teiro. Assim se a escala for de 0,05 netros por 100 netroc, terenos: 0,05 = 0,05 107 5 L 160 100.107 100002000 Na expresaiio eee () Lo tomes a considerar trés elementos : 1- Le M; logo conhecidos dois deles podenos determinar o terceiro, pelo que tenes trés tipos de problemas no emprego das escalas nunéricas + 1 = conhecidos uma distancia medida na planta e o médulo da eseala, calewlar a medida hondloga real. De (I) vem Lela Ou seja uma distancia no terreno 6 igual A sua homdloga no desenho multiplicada pelo médulo da escala. BY PLO Se numa carta 4 escala 1 i 25.000 tivermos dois pontos & dist@ncia de 40 milimetros qual serA o comprimento no terreno ? I= 0,008 x 25000 = 1000 metros = 1 2 = Conhecidos uma distancia horizontal medida no terreno € nédulo da escala, gual a distancia hondloga ma planta? de (Z) ve 1 ou seja uma distancia no desenho 6 igual & sua hondloga no terreno dividida pelo médulo da escala. BXEUPLO Se a disténcia reduzida 4 horizontal entre dois pontos do terreno for de 2,5 Km, qual a distancia homdloga numa carta A eseala 1 + 50-0007 2500 50000 1 0,05 metros = 5 centimetros 2 = Conhecidas uma distancia horizontal na planta e a sua honéloga no terreno qual ser& a escala da planta ? de (1) vem ogo a escala ser& [een BXENPLO Se una dist@meia horizontal de 1250 metros v represen- tada na planta por um segmento de 5 em determinar a esea~ a da referida planta. 1250 5 «000 a escala & ESCALAS GRKFICAS As escalas numéricas podem conduzir a erros se o papel aonde a plan- ta foi desenhada se cilata ou retrai por acgfo da humidade, do calor ete.; porém estes erros néo tém grande importancia na maioria das apl plantas ou carteqtopogréficas. Contudo quando se fazen revroducgSes en di~ nensdes diferentes por métodos fotogr&ficos j& se torua inconveniente bas- tante inportante. Neste caso quando temos de determinar, com grande preci~ sio, dist&ncias na carta, estas devem ter sempre desenhada una eseala gré- fica, pois esta acompanha a ampliagao ou redugdo realizadas. TOPOGRAFIA As escalas gréficas sorven para obter directamente do desenho as dist@ncias reais no terreno, cen necessidede de executar operagdes ari« tnéticas que as escalas numéricas normalmente exigen, ¢ mesmo qualquer que tenha‘sido a ampliagAo ou redugdo sofrida pelo desenho. As escalas gréficas sdo rectas divididas em segmentos que cor- respondem a dada unidade deconprimento do terreno nfiltipla do netro(por ex. 10 metros, 100 metros ete.) Nas escalas grAficas deve sempre aparecer indicada a unidade ae comprimento utilizada. As escalas gr&ficas podem ser simples e compostas. a)~ ESCALA GRAPICA SIMPLES - 8 constituida por uua recta que ide en tantas partes iguais quantas se quizer, cada una das quais cor- responde a determinada grandeza do terreno mfiltipla da unidade de comprimen- to. Cada uma destas partes em que se aii TOMBASE, chamando-se DIMHUSIO-BA le a recta chama-se SAGNEN- a grandeza do terrenokonsiderada correspon- dente 20 secuento-base. Este tipo de escala utiliza-se ara comodidade de trabalho nas cartas en escalas pequenas (grande abdulo). Para construir uma escala deste tipo procede-se do seguinte modo: 1+ determina~se 0 conprimento grifico-sogmento-base- correspon= dente A dimensao-base considerada e cujo valor depende da es- cala nunéries enpregada. traga-se una recta AB que se divide em partes iguaie, de con- Pr jarea, mento igual ao do segmento-base, tantas quantas se dese- 3- & cequerda da origen A da escala, marca-se um segnento AC de conprinento igual ao des restantes divisdes, que se divide en dez partes. Este sermento chama-se TALAO e permite-nos aveliar décimos da dimensSo-base. Seja,por exemplo, construir uma escala gr&fica simples sabendo que a escala numérica & de 1 : 100.000, tomando para dimensfo-base 1 quilé- metro. Cada divisdo de AB(segmento-base) vale 1000 100000 $00 S00 gg 4 8 kw = 0,01 m= 1 om Cada divisdo do talfo AC mede 1 n/m e representa um comprimento real ae 100 2009 100 10 Para calcularmos uma distancia por intermédio da escala grffica, base ta tomarmes na carta entre as pontas de wn conpasso a distancia que se pre~ fende medir e aplicarmos depois na escalaocomvrimento demarcado ¢ verifi- car a quantas divisdes e sub-divisSes corresyonde, Ho caso da figura o con= prinento denarcado pelo compasso vale: ? x 1000 + 7 x 100 = 7700 metros H& varias formas de representacdo destas escalas ; presentada na fig. 4-a temos ainda as seguintes: 0 mp mm ae ee b)- ESCALA GRAFICA coMPosTa — Esta escala permite-nos obter maior aproxinagéo na verificagio das disténeias de que a anterior, pois se poden obter aéeinas de cada una das partes om que se acha dividido 0 talio, on Seja centésinas da direns%o~base representa: Qualquer que seja a escala a construir deve-se en prineiro lugar determinar © conprinento grafico -segmento-base- correspondente a determina- Ga grandeza medida no terreno: 10,100,100 metros etc. (a dinensdo-base), TOPOGRAFIA GA A seguir sobre uma recta AB marcan=se con o duplo decfnetro tan- tas vezes 0 segnento-base quantas se desejaren. Pragan-se agora dex rectas equidis- tantes e paralelas a AB. Pelos pontos A Agyede Blew Ae vantanese perpendiculares a AB até encontraren a ultima paralela. Bividen-se AA, e CC, em dez partes 1 come primeira di- iguais e une-se A visio E de CC. neira divisio de HA, cot a Segunda de CC, © assin sucessivanontes A transversal EA, intersecta as pars~ Leas em segnentos de comprimentos diferentes : PR valer4 um décimo de fig 2-4 a 1 SP dois décinos de BG, wee y senelhanga de triangulos tenos: 1 logo PR =— Eo 10 a logo mM =-2-E0 7 10 10 RAL Supanhanos que a oscala numérica de 1: 30.000, Assim se a @inensfo-base for 900 metros, serf representada por um segmento de 0,03 me- tros ~segnento-base- e, portanto, cada divisiio de AA, ou de CC, valeré 90 m Construida a escala como acima se indicou, para obtermos uma @isténcia com esta escala, tonamos na carta, entre as pontas de um compasso, @ distancia que se pretende nedir; a seguir percorren-se as horizontais de modo que una das pontas percorra una dee verticais (AjC,~ Ass, +++) © até que a outra coincida com um ponto de crazamento das horizontais com as trans- versais, como se mostra na figs 2-b na qual o comprimento indicado vale : GH = 2eA)Ry + 74EO) + 6*PR ou seja Gil = 2x 900+ 7 x90 46 «9 = 2484 metros Abaixo desenha-se novamente a escala devidamente graduada e nela se indicando o segmento GH medido com ela. LIMITE DE PERCEPGAO VISUAL, BRRO DE GRAFICISuO © limite de percepgio do olho humana 6 de cerea de 0,1 milfnetros & distfncia minima de visio distinta (25 em) e que corresponde ao poder se- parador do olho humano que § de 1". Bubora um desenhador com bastante prética possa medir,num desenho, comprimentos com aproximagiio ao décimo de milimetro, toma-se como Limite de percepedo visual de una pessoa(que depende das condigées fisicas da mesma) um valor médio de 1/5 miifmetro. Ba partir deste valor minimo que o olho humano normal deixa de poder separar as imagens de dois objectos distintos. £, ao valor de 0,2 mil{metros, que se toma como limite normal da percepsao visual ou de apreciagdo no desenho, que se chama ERKO Di GRAFICIS- NO. © erro de praficismo depende da acuidade visual,da habilidade do desenhador e dos recursos técnicos ao seu dispor. Portanto se uma distancia reduzida 4 escala for inferior aquele valor ser despresfvel visto que néio podemos representi-la na planta;o mes- mo se poder& dizer ew relagio aos @ngulos : aqueles,cujos arcos reduzidos A escala da planta,sio inferiores a 0,2 milfmetros,si0 do mesmo modo despre- séveis pela impossibilidade de fazer a sua representagdo no desenho. Nos trabalhes de campo devem ter-se om atengdo as consideracSes feitas atrés,para nfo se perder tempo a medir distancias e Angulos que n&o se podem representar na planta. ‘TOPOGRAFIA Assim para que um comprimento posse ser representado num desenho o seu valor deve ser superior ao produto do erro de graficismo velo médulo da escala: 1 > 0,2 ¥ Em cada planta e conforme o mddulo da escala,este valor de 0,2 mi- Linetros representa quantidades muito diferentes. Por exemplo,para as escalas: 1:100-- 1:200 - 1:500 - 1:1000 - 500 - 1:5000 os 0,2 nflimetros de apreciacdo represeniam,respectivamente,no terreno os comprimentos: 0,02 = 0,04 = 0,10 - 0,20 - 0,50 - 1,00 netros,iogo as distfncias medidas no terreno devem ser superiores a estes valores,conforme a escala adoptada. Em conclusiio: Quanto maior for o erro tolger&vel de ums escala menor 6 a sua cisdo,logo uma escala 6 tanto mais precisa quanto menor for o seu médulo. Do mesmo modo, as curvas, cujos arcos tenham flechas inferiores a 0,2.M, so consideradas como rectas; isto evi nos tomar um numero de pontos excessivos numa curva que vai ser representada na planta por una recta. Racioci{nio semelhante se aplica A medicSo de Angulos:inio interessa ier no aparelho Angulos com grande exactid&e quando o transferidor vulgar sé nos permite marcar no desenho Angulos com precisio de meio grau ou de meio grado(conforme o tipo de graduagio). Todo 0 exposto atr&s s6 tem validade quando se tem de fazer a re~ presentagio grafica de medidas efectuadas no camposporém quando nao é"neces- sario fazer tal representagdo gr&fica,mas sémente uma série de clculos ana- liticos para a determinagSo das coordenaias dos diferentes poutos em relagio a um sistema de eixos coordenados,entdo § exigida a mixima precis&o nas me- @idas vealizadas no canpo,e 56 na sua representagdo grAfica 6 que as consi~ deragSes f aS sao’ aplicdveis. Vojamos quais os valores dos Anglos que se podem desprezar no ter- reno,sendo a escala da planta 1:1 Da anflise da figura vemos que o compri mento do arco depende do seu raio,pois aque~ le pode ser desprezfvel para um raio pequono mas nfo para um mail Seja r 0 comprimento ‘do lado do Angulo;podemes escrever : 2ir _ 400 B % gr donde a a o Loo. AB sr = on r Como R= r.Me AB deve ser maior que 0,2 milfmetros, temos Sgr = 400 + 2.0002 ae RL logo % gr = 0,012752, PoE Ee eee eee eee Wo caso da graduagdo sersexagésinal : ou EXEMPLO: Sejam de 15 metros os comprimentos dos lades do angulo e 1:1000 © valor da escala. Determinar 0 valor minimo a partir do qual os Angulos no terreno sio despreadveis. 1000 “gr =0,012732 Te 0,8488 grados Se 05 lados fossem de 158 metros 1000 50 Mgr = 0,012752 0,0849 grades Comparando 05 valores obtidos vemos que o comprimento dos lados do Angulo tem uma grande influéncia no valor do Angulo que se pode despreear. TOPOGRAFIA 1.5. Operagies da. Topognagia As operagdes a realizar num levantamento topografico sao duas: Planimetria Altimetria A planimetria tem por fim determinar a projeccao horizontal do ter reno, sem considerar 0 relévo do solo A altinetnia (ou nivelanento) tem por Finalidade o caleulo e a ava liagdo das alturas necessarias para a determinagio e representagdo do relévo do terreno. A projecgao horizontal considerada, cono j4 atras se disse, & fei- ta sobre um plano AB (Fig-3) tangente em C, ponto médio do terreno a levantar, 4 superficie média das aguas do mar, suposta prolongada por debaixo dos continen= tes. Por cada ponto a, b, ¢, d, do terreno a representar, baixam-se verticais,cu Jas intersecgdes como plano tangente dio os pontos A, &, C, 0, que so as pro- Jecgées dos pontos considerados do terreno. Como venms, comete*se um erra quando consideramos como superficie de referéncia 0 plano AB em vez da superficie do nivel médio. dos mares; esse er ro em dreas suficientemente restritas pode ser desprezado. Com efeito, admitindo comp superficie de referéncia o elipséide podemos ainda substitui-la por um po- liedro inscrito, ou circunserito, de t30 grande niimero de faces que cada uma pos. sa, sem erro sensivel, considerar-se completamente ajustada sobre o elipsdide terrestre; © sobre as mesmas faces podemos projectar todas as linhas caracterfs~ ticas das respectivas calotes sem que a curvatura geral influa no resultado. Com efeito sabe~se que num arco de 1° (Fig.l) diferenca entre a dupla tangente tt! (no ponto médio T dos dois arcos de 30") ¢ a corda aa é aproximadamente igual a Fig.3 Fig.& 4,23 m. Ora como a tangente é maior que o arco, 2 este maior que a corda, seque- ~se que a diferenga entre um arco de um grau é a sua corda, ou entre o mesmo ar- co € a dupla tangente é menor que 4,23. Como o arco de um grau de circulo maximo terrestre tem a grandeza de 110 quildmetros, se sobre a Terra tomarmos uma calo- te, cuja base tenha de didmetro 110 km, podemos projectar este calote sobre o Plano da sua base, ou sobre o plano tangente ao seu ponto médio, na certeza de que a projeccdo vird apenas com um erro inferior a 4,23 metros que se pode consi derar nulo em presenca dos erros inevitéveis nas operacdes dos levantamentos de um terreno desta extensio. De facto, o erro de 4,23 mnaescala de 1/10.000 & ainda inferior a 0,423. milimetros.Até 110 quilénetros podemos pois descrever quaisquer porgdes da superficie terrestre sem atender 3 sua curvatura. Mas quando se deve fixar a posigao de pontos mito afastados, tor- nase necessdrio ter em conta a forma elipsdidal da Terra e € preciso recorrer 20 processo da Geodesia. Esta considerada sob 0 ponto de vista mais geral, 6 a ciéncia que estuda a forma e as dimensdes da Terra. A Topografia completa entao a Geodesia. Modernamente, aos levantamentos topograficos, onde se néo toleram in terpretagdes 4 vista, isto é, onde todos os pormenores sao objecto de determina~ ges geométricas ou numéricas, da-se-Ihes o nome de Levantamentos Topomdtrices 1.6, Ropresentagao do Terreno Na representacao dos pormenores planimétricos, usam-se Sinais con- veneionais, algunas vezes a cores, e quando nio é possivel desenhar aqueles por- menores escala da carta, por ela ser pequena, as convengdes tém af, um papel especial; assim a representag3o de uma estrada com 5 m de largura na escala 1/50.000, teria de ser feita com um trago de 0,1 mm de largura, o que no seria possivel, obrigando, portanto, 3 adopgao de uma convengio especial. Na indicacso de culturas, drvores, etc, adoptan-se também convengdes especiais. Para a representag3o do relévo do terreno usam-se 0s sequintes mé~ todos: a Pontos cotados © ~ Normais b - curvas de afvel d ~ Hipsométrico TOPOGRAFIA 1.6.1, Método dos Pontos Cotados 0 relévo & representado por un conjunto de projecgdes de pontos do terreno sobre a superficie de referncia, as quais sdo acompanhadas de um niimero chanado Cota, que & igual & disténcia desse ponto 4 superficie de referéncia, ne dida sobre a vertical. (Fig.5-a). Os pontos so escolhidos de mdo a definirem perfeitamente o relé- vo, isto &, sao os pontos notaveds do terreio, tais que, entre cada dois deles, mais préximos se possa considerar constante a inclinagdo do terreno ‘dentro da preciso exigida na representagao. A duclinagdo do terreno entre dois pontos dados Ae B, €0 Angulo @ que a linha AB que os une, forma coma horizontal. . "@ ° | 8 0 deckive do terreno entre of mes~ a : i e “ wos pontos & a tengente trigonométrica do dngulo a. (Fig.5-b). “s h ieee tase. i h - diferenga de nfvel entre os pontos Ae 8 (ou diferenga , das cotas de B e A) 7 4 - distancia horizontal entre Ae 8 © ph 5) FIG.5 Este método usa-se, em geral, na representag3o das zonas urbaniza~ das das cidades, vilas ou outras povoagées, na de regides pouco acidentadas, ou para completar o tragado das curvas de nfvel, quando estas nao definam perfeita~ mente o relévo. Assim nos arruamentos escolheram-se para pontos cotados, os de cru zamento e de mudanga de declive dos seus eixos,representagao altimétrica que per mite ao técnico efectuar o estudo do tragado das redes de distribui¢ao de aguas e de evacuagao de esgotos. Vejamos agora alguns problemas de Geometria Descritiva que interes. sam & Topoghagiat 12 Problema Dados dois pontos cotados determinar a cota de um terceiro sobre a recta que passa pelos dois primeiros. a me) 8138) i iB FIG.6 Para resolver este problema basta rebater o plano projectante da Tecta AB sobre o plano horizontal que contém o ponto de cota mais baixa, ¢ eesol ver um simples problema de triangulos semethantes. 0 terceiro ponto pertence a0 terreno visto que se considera constante o declive entre os dois pontos dados. Da Fig.6, tiramos 22 Problema Determinar a cota de um ponto qualquer do terreno (MW). Em face das condigoes que presidem a escolha dos pontos cotados, pode substituir-se o ter, A reno, na zona que contém o ponto M de cota procurada pelo plano do tridngulo ABC definido por trés pontos . cotados A, Be C (Fig.7). Para determinar a cota do ponte M, une -se C com M obtendo-se D sobre AB; at Por aplicagao do problema anterior, calcula-se a cota de 0; final mente pelo mesmo proceso determina-se a cota de M, visto que conhecemos as com tas de Ce de D. TOPOGRAFIA “4 32 Problema Tragar 0 perfil do terreno segundo uma linha dada sobre um plano cotado. Chama-se pergil do terreno segundo wna Linke dada a superficie do terreno coma superficie cilfndrica que tem por directriz a linha ntersecgio da dada e cujas gerat eS $80 rectas verticais; obtém-se o perfil planificando a superficie cilindrica. Para construir essa planificacdo, basta determinar as cotas dos pontos notaveis da linha dada NN e medir as distancias desses pontos a .um outro considerado como origem, obtendo-se as~ sim os elementos necessdrios para cons~ truir a planificago, to é, para dese~ nhar © perfil relativamente a dois elxos rectangulares. No exemplo apresentado (Fig.8) tomou-se para origem 0 ponto 1. No estudo das redes de d tribuigo de aguas © de evacuagio de es~ gotos tragam-se perfis segundo os eixos dos arruamentos onde ja existem os pon tos cotados necessarios para esse fim (Fig.9 e 10). FIG.8 Fig.9 FIG.10 1.6.2. MBtodo das Curvas de Nivet Sups “se © terreno cortado por pla- nos horizontais equidistantes (superffcies de ni- vel) @ projectam-se as interseccdes (curvas de af vel} sobre a superficie de referéncia, projeccées que, por extensio do termo, se chamam também cwr- vas de nivet sendo cada curva definide pela sue COTA. A distdn @ constante que separa en tre si os planos considerados, chama~se equidis- taneia naturat |E), eo seu valor reduzido a esce la é a equidistineia grtfioa (2). Assim sendo 1/m a escala teremos FIG.11 © valor da equidistancia deve variar conforme o valor da escala da carta, 0 acidentado do terreno e 0 objective do levantamento. Féxagho da equidistineia natural A equidistancia natural, para escalas com denaminador igual ou in= ferior a 10.000, € igual, expressa em metros, a 1/1.000 do denominador da escala, isto €, corresponde a uma equidistancia grafica constante de 1 nm. m 1.000 No caso de terreno mito acidentado deve duplicar-se o valor da equidistancia e, quando ele seja muito plano, adopta-se uma equidistancia grafi- $8 0,25 mm, Para escalas com denominador superior a 10.000, a equidistancia na ca de 0,5 mm ou mesmo, em casos espec tural 8 igual, expressa em metros, a 1/2000 do denominador da escala,isto é,cor, responde a uma equidistancia gréfica constante de 0,5 mm. TOPOGRAFIA 13 Exceptua-se a carta militar |/25.000, em que se adoptou a equidis- tEncia natural de 10 metros, a que corresponderd uma equidistancia grfica de 0,4 om, As equidistancias naturais usadas normalmente sao: 1/50.000 25 metros 1/25.000 18 1/10.000 i" 1/5.000 SHEE 1/2500 25" 1/2.000 oe 1/1.000 Tet 1/500 o5 1 Nas cartas corograficas de Portugal em escalas 1/100.000 e 1/50.000 adoptou-se a equidistancia de 25 metros, valor que & pequeno para a primeira car~ ta, pois em certas regides mais acidentadas, as curvas de nivel apresentam-se mui, to préximas, o que dificulta bastante a leitura das suas cotas, e aa consequente interpretagio do relévo. A nogao de dective dada atras, aplica~se neste método entre pontos das curvas de nfvel, designando-se por Linha de maion decfive, a linha do terreno, que em qualquer dos seus pontos faz o maior angulo como plano horizontal 0 deckive (Fig.12) &, como sabemos,dado por h tga =F Fig.12 FIG.13 Em face da definigao, a linha de maior declive, é normal 4s curvas de nivel, visto que o valor maximo de i correspondera ao mfnimo de L, pois 0 va~ lor de h (diferenga de cotas entre as curvas de nivel) & constante (Fig.13). 0 declive é tanto maior, quanto menor for a disténcia entre as cur vas de nivel na carta, € por isso a observagdo dessas curvas dé-nos uma ideia perfeita do relévo do terreno. Sejam dois pontos Ae 8 (Fig.12) pertencentes a duas curvas de nf- vel consecutivas, de cotas Hy 2 Hy. 0 declive do terreno entre os pontos Ae 8 é i= teas ou Biriatn ele donde Adoptando uma equidistancia grafic constante para o mesmo decl ive 4, a8 curvas de nivel esto igualmente afastadas, seja qual for a escala de car- tay por isso 2 observagdo dessas curvas di-nos um idea perfeita do relévo do terreno, pois conforme o espacamento das curvas de nivel, o terreno sera mais ou menos inclinado (respectivamente curvas mai Préximas ou mais afastadas). Como se acaba de mostrar, a representagao por curvas de nivel, per, mite uma apreciagdo completa e sugestiva do relévo do terreno, e consequentemen- te, uma interpretagao facil de todas as suas formas, Quando entre curvas de nivel existen pormenores com interesse espe cial, pode completar-se esse sistema de representagao com alguns pontos cotados, ou com curvas intermédias a tracejado Para a interpretacio das formas do zerreno duma planta a curvas de nivel, bastard conhecer as duas formas fundamentais destes: © tergo © vale TOPOGRAFIA 15 Texgo Resulta da intersecgdo de duas superficies com a concavidade volta da para baixos aos dois lados dé-se o nome de vertentes ou encostas, @ a sua in~ tersecgdo chama-se Linka de cuniada, Linha de gesto ou Linha dévisdria das aguas. Esta linha é de maior declive e, portanto, normal 35 curvas de nivel. vere Resulta da intersecgdo de duas superffcies com a concavidade volta da para cima; as duas faces chamam-se {Lancos ou margens. A sua linha de intersecc3o chama-se tatvegue ou Linha de reunite das Gguas. Também esta linha & de maior declive, e, portanto,nermal aS curvas de vel, como a da forma anterior. Nas Figs.1h e 15 esto representados um tergo e um vale respectiva mente, nelas se indicando também a linha diviséria das aguas e a linha de talve- gue. Vemos que a sua representagao por curva de nfvel & idéntica, sé se distin= guindo pelo sentido de crescimento das cotas das curvas. No tergo as cotas cres~ cem de fora para dentro, € no vale de dentro para fora, ou seja nos” tergos as curvas que tém menor cota envolvem as que tém maior, e nos vales as curvas de nf vel cuja cota é maior, sao as que envolvem as que tém menor. Todas as formas do terreno resultam da associacSo destas duas for- mas fundamentais. a FIG.14- TERGO FIG.15 = VALE FIG.17 Assim, a associagio de doi tergos, constitui uma eclénd ou outed- 20 (Fig.16) A associagao de dois vales constitu’ um Lago (Fig.17). Comparando as Figs.16 © 17 vemos que a representagdo da colina ¢ do Jago é idéntica apenas se distinguindo pelo sentido de crescimento das suas cotas, isto é, na colina as cotas crescem de fora para dentro, e no lago de den- tro para fora. Temos ainda a portela, colo ou garganta, que é constituida pela as sociagdo de dois tergos e de dois vales. Temos assim quatro sistemas de curvas opostes dois a dois, voltando todos a sua convexidade para o mesmo ponto P, cres, cendo as cotas a partir desse ponto em dois sistemas opostos, e diminuindo nos outros dois sistemas Fig.18 TOPOGRAFIA W Na Fig.18 esta representada uma porteta, estando também indicados © perfil do terreno segundo a linha divisdria das aguas e a linha de talvegue. A portela tem muita importéncia na construgao de estradas e cami- nhos de ferro, pois permite a passagem de um vale para outro. Vejamos agora alguas problemas que se podem apresentar: 12 Delimitagdo da bacia hidrografica de um curso de agua relativa- mente a deterninada seccdo desse curso de agua Chama~se bacia hidtogr&fica a drea que contribui para a alimenta- g30 de um determinado curso de agua. A sua determinacio faz-se, tracando, em am bas as margens, a linha de separacdo das aguas (Fig. 19). FIG.19 29 Transformar a representagio do relévo por pontos cotados em cur vas de nivel Este problema & a base do tracado des curvas de nivel nos métodos classicos de levantamento, pois nestes métodos, o relévo obtem-se a partir de um conjunto de pontos cotados, procedendo-se em seguida ao tracado das curvas de nf vel. Este tragado exige o conhecinento directo do terreno afim de evi- tar solugdes \correctas. 0 probleme fundamental € o seguinte "Dados dais pontes cotados, reativanente proximos, determin os pontos de cota redonda situados sobre a xeota que os une”. Resolvido este problema para o maior ndmero possfvel de pares de pontos, as curvas de nivel obtém-se, unindo os pontos com a mesma cota. A operagaa de determinar os pontos de cota redonda chama-se ghadua gio. © processo mais simples de graduar um segnento, consiste em consi~ derar um plano verti al que passe pelos pontos de cota conhecida A e Byrebaté-1o sobre o plano horizontal, e tragando paralelas a AB, a uma distancia igual & que deve separar as curvas de nivel, determinamse 05 pontos de intersecgdo X'Y'Z' da superficie do ter reno AB, com os planos de nivel compreendidos en- tre eles. Tragando agora por X'Y! e Z' perpen diculares a AB obtemos sobre este segmento os p« tos X, Ye Zde cotas redondas respectivamente iguais a 325 m, 330 me 335 m (Fig.20) ax ¥ 28 Entre 0s numerosos processos que te Se 9 as mos, 0s de mais simples aplicagSo, além do indica Peete do acima, sao FIG,20 Processo numérico Sejam dois pontos cotados P; e Py da carta (em geral nao sio de co ta redonda), entre os quais pretendemos marcar os pontos de cote redonda compre- endidos entre as suas cotas Hy € Hy (Fig.21). Dada a pequena distancia entre os pontos podemos admitir que o terreno entre eles Ft 7 7 4 & plano, sen uma Fr: inl " plano, sendo entao ecta a linha -que os "Yt une Aa Atendendo & semelhanga dos triangu Paty] Jos AP|P 2 BPsP, temos eeepc cee 1 2 e & wT ————____. jere isto dizer, que 0 ponto P de cota redonda aia Bates FtG.2 TOPOGRAFIA 19 Hi, divide o segmento P,P, em duas partes 2; € 2) proporcionais as diferencas de cotas hy @ hy entre o ponto P e os pontos Fy © Py. Por uma propriedade das propercées vemos by +h, 2) + By = como tpt heel e hy + hg = Hy - Hy donde tiramos a ee Has esta determinacdo seria demorada e nem mesmo & necessdria, por que ao seu rigor nao correspondeu rigor igual na escolha dos pontos ‘do terreno pois ela é baseada na hipdtese de ser constante o declive entre os pontos cota- dos. oe A 131.20 Com a pratica, basta-nos o rigor do 131 cdlculo mental e @ marcacdo dos pontos por estima tiva. Seja por exemplo o caso de dois pontos A e a 1 Bde cotas respectivamente iguais @ 131,20 © g 129,40 m. Entre os dois pontos podem marcar-se os Ces FIG.22 pontos de cotas 130 e 131. Adiferenga de cotas entre Ae B é de 1,8 € a diferenca entre a cota de Be a cota 130 & de 0,6. Por- tanto divide-se por estimativa o segmento AB em trés partes, valendo cada uma 0,6 © marca-se 0 ponto de cota 130 na primeira divisdo a partir de 8. Para o ponto de cota 131 procede-se de forma andloga. Interpolagio gnasica Apenas faremos referéncia aos processos de déapasi& de rectas con correntes ¢ de rectas paralelas. a) Digpaséo de neetas parateras Traga-se num papel vegetal um Fei xe de rectas paralelas equidistantes. Coloca~se eee 132, © papel sobre a carta com a obliquidade necessé {3420 Hd tla para que os pontos Ae B Fiquem compreendi~ 131 dos entre as paralelas correspondentes 3 sua co 130 ta, como se indica na Fig.23. 0s pontos de cota a 28.40 130 @ 131 marcam-se sobre a carta por meio de um alfinete, no caso de se poder inutilizar 2 Fig.23 carta, ou directamente'sobre ela levantando 0 vegetal, no caso de se no poder inutilizdla. b) Diapasée de rectas concorrentes Traga-se em papel vegetal um feixe de rectas concorrentes,semethante ao da Fig.24. Procede-se de maneira andloga ao diapas3o anterior, devendo a recta de unigo dos pontos Ae B manter-se paralela 4s linhas verticais do diapaséo.Towa-se pa ra ponto de concorréncia do feixe de rec~ tas um ponto qualquer. Na Fig.25, apresenta-se um exemplo do tragado das curvas de nivel, a eon : partir da planta a pontos cotados. A determinagdo dos pontos de cota redonda é feita por quaiquer dos Processos indicados atras. Determinados estes, unindo os diferentes pontos de igual cota obtemos as curvas de nivel, como se vé na Fig.25 51 FIG.25 TOPOGRAFIA at 32 Determinar a cota de um ponto qualquer do terreno (Fig.26) Resolve-se este problema, tragando uma recta que passe pelo ponto e seja_ sensivel- mente normal as curvas de nivel entre as quails ™ se encontra 0 ponto; com o declive se considera PSCC constante segundo aquela recta, 0 problema resol. ve-se como no caso dos pontos cotados. FIG.26 42 Determinar o maior declive do terreno na zona de um ponto M qualquer (Fig.27) ieeeeeeraaeaeeeeeeeeeceees Faz-se passar por esse ponto uma recta que seja sensivelmente normal as duas cur | vas de nivel; o declive dessa recta € 0 declive procurado am de i=tgas Bee EE eee FIG.27 52 Tragar o perfil do terreno segundo uma linha qualquer (Figs.28 e 23) A linha pode ser recta, poligonal ou curva, resolvendo-se este pro izam-se os blema como para o caso dos pontos cotados. Para desenhar o perfil uti pontos de interseceao da linha com as curvas de nfvel, e ainda outros — intermé: dios, de que se determinam as cotas, a fim de se definir perfeitamente o perfil. F1G.28 FIG.29 As escalas do desenho podem ser iguais para 0s comprimentos ¢ para as alturas (cotas), ov diferentes. Nos perfis longi udinais a escala das alturas é sempre maior que e dos comprimentos, correntemente dez vezes maior, como fim de tornar mais aparen te as pequenas diferengas de nivel entre os diversos pontos, pois sem isso, tais diferencgas passariam desprecebidas. Em assuntos de hidraulica, a escala das alturas chega a ser maior que dez vezes a dos comprimentos 6% Tragar uma linha com um determinado declive (Fig.30) Se for é 0 declive dado, ¢ @ a equidistancia grafica das curvas de nf- 2 vel sera: ia 7 a projecgio horizontal do segmanto de rec> | ww ta com aquele dec! Ive,entre duas curvas de fete nivel. Com centro no ponto Ada curva de nivel, traganse um arco de circulo de raio 2 que corta a curva contfgua no ponto 8; com centro em 8 procede-se do mesmo modo e assim sucessivamente. A linha que une os pontos A, B, C,..., € a linha procurada. Este problema pode ter duas, uma ou nenhuma solugdo, conforme o de @ dado & menor, igual ou maior que o maior declive na zona considerada. 1.6.3, Método das Normacs Neste método o relévo do terreno & representado pelas linhas de maior declive, isto 8, pelas normais que so tragadas entre as curvas de nivel de forma que n3o fiquem no prolongamento uma das outras e que Fiquem afastadas entre si de uma distancia igual & quarta parte do seu comprimento, ou seja o que se chama Led do quarto. Nestas condigdes as normais ficam tanto mais préximas entre si quan to maior fdr o declive do terreno. TOPOGRAFIA 23 As normais devem ser mais grossas quanto __ mais curtas forem. Quando as curvas de nivel nao forem paralelas as normais devem ser curvilineas, voltando a convexidade para o lado do maior afastamento. Tragadas as normais apagam-se as curvas de nivel (Figs-31 e 32) Este método tem sido empregads em plan tas de escala muito reduzida por exemplo nas cartas francesas nas escalas 1750.000 e 1/80.000, e na carta da Alemanha na escala 1/100.000. P 1013 09530 pe 1.6.4. Hétede Hépsometrice Representa-se o relévo do terreno por meio de aguarelas dadas en- tre as curvas de nivel, todas da mesma cor, (regra geral Terra de Siena) mas de modo que 0s seus tons vao sendo mais esbatidos 4 medida que a altitude diminue. Supée-se que o terreno é iluminado por luz genital. Deste modo as partes do terreno menos inclinadas recebem mais luz. Este método s6 tem sido empregado em cartas de escala muito peque- na, ¢ normalmente para uso pessoal do engenheiro. Existem diapasdes graduados com faixas esbatidas 7. Medigdo de distancias na carta 7.1. Generatidades Apresentavse-nos, frequentemente, nos trabalhos de topografia, a necessidade de determinar distancias entre pontos do terreno, Essas distancias tanto podem ser em linha recta como em linha curva. 1.7.2. Em Linha recta Quando a distancia a determinar & en linha recta, € muito facil achar a sua honéloga no terreno, empregando un duplo decimetro. A medida dada por este multiplicada pelo denominador da escala, dé nos a tancia horizontal real entre os dois pontos. No caso de, na carta existir uma escala grafica (simples ou compos ta) basta tomar entre as pontas de um compasso ¢ aplicd-lo sobre a escala grafi~ ca, obtendo~se a distancia real sem necessidade de quaisquer operacdes ari tméti~ cas. 1.7.3. Em £inka curva Quando a tancia que se pretende evaliar é em linha curva, pode~ mos proceder de varias maneiras: 8) substituindo a linha curva por uma linha poligonal, que se ob- tém unindo os pontos de inflexSo da linha curva por — segmentos de recta; a soma dos conprimentos de todos estes segmentos, mul tiplicados pelo denominador da escala, da-nos a distancia total. Este processo é pouco rigorcso, mas em certos casos € su- Ficiente a aproximagio obtida. TOPOGRAFIA 25 b) utilizando instrumentos chamados cwrvimetaos (Fig-33), que nos dio a distancia pela leitura num mostrador. 0 curvimetro é for- mado essencialmente por una pequena roda dentada, que, 20 rolar sobre a linha a medir, transmite o seu movimento de rotagdo a um ponteiro que indica, num mostrador circular, 0 valor do com- primento que se pretende determinar, Este mostrador tem varios circulos, correspondentes 3s diversas escalas mais usadas,o que permite calcular directamente as distancias sem ser necessério recorrer a quaisquer operacées aritméticas. FIG.33 1.8. Avaliagao de areas na carta 1.8.1. Generaeidades © calculo de dreas & um problema que se apresenta em variados ca~ sos - projectos de estradas (dreas dos perfis transversais e reas a expropriar), partilha de propriedades, terrenos para construcao de ediffcios ~ ¢ tanto pode ser feito sobre a carta como no terreno Considera-se sempre, nos levantamentos correntes, como superficie de um terreno a drea da sua projeccao horizontal, que nao é exactanente icual a do terreno proprianente dito, o que se justifica pois as plantas crescem verti- calmente e os edificios sdo limitados por planos verticais Em geral as superficies que querenos avaliar nao s3o regulares nem de contornos rectilineos, 0 que impede o emprego de férmulas geométricas. Temos, por isso, de recorrer @ processos que nos permitam obter a drea pretendida a par tir de figuras geonétricas simples. Podemss fazer esta determinacio per: - método analitico > métodos geométricos = método mecanico 1.8.2. MEtodo anatiticn (Netede de Gauss) Utiliza-se quando as figuras tém um contorno poligonal © se conhe- cem as coordenadas rectangulares ou polares dos seus vertices. E um método bastante rigoroso e usado apenas na avaliacdo de areas cujos limites so definidos por marcos de coordenadas conhecidas. A Fig.3h representa uma parcela ABCDE que querenos determinar a su perficie S} esta sera: 5 = [rece] = [sccy8,] + [c00,¢o] - [eaayss] - [actaAs] - [E0022] $= 5 by # xa) (v2 ~ ya) + F Ga # mg) - Fb Ga te) 2 1) > =F bes + Onn = 5) > f Oxy + a5) C5 > YQ) J fra bea = 28) + yaGer = 24) # ya beu = xa) + yale = 0) + yslourxe] a) Podemos portanto enunciar a regra seguinte: “para determinar 2 superficie de uma parcela de que conhecemos as coordenadas dos seus vértices, multiplicamos a ordenada de cada vértice pela di- ferenga entre as abcissas do vértice segui te ¢ anterior, subtraindo sempre alge bricamente a segunda da primeira. A superficie procurada é igual a metade da so- ma dos referidos produtos'. TOPOGRAFIA 27 Ftg.34 Exempeo: Oeterminar a drea de uma superficie cujas coordenadas sao: VERT ICE 1 2 3 4 5 ABC ISSA 100 | 130 | 190 | 300 | 380 oRDENADA | 90 | 250 | 380 | 300 | 120 Aplicando a regre indicada vem: s = 4[ 90 (130 - 380) + 250 (190 - 100) + 380 (300 - 130) + + 300 (380 - 190) + 120 (100 - 300) | s } [+90 x 250 + 250 x 90 + 380 x 170 + 300 x 190 = 120 x 200 ] = = 48 800 m2 Podenos dar & equacéo (1) a forma: 1 = [ wav + xave + Haya + XSvu + YS 7 GYe 7 AVS 7 KYU 7 US > i > xn | Q@) Para obtermos facilmente esta formula, escrevenos cada ordenada por baixo da abcissa correspondente yr Ye Ya om Ys 1 Os produtds correspondentes aos tracos 10s so as parcelas posi- tivas, 05 correspondentes aos tragos grossos as negativas. 1.8.3. Métodos Geométricos Baseiam-se na medigdo de distancias na planta, decompondo a area em Figuras simples de superficie conhecida da geometria (trapézios e triangulos). Se a figura for limitada por uma curva podemos medir a” Srea por dois métodos geométricos aproximados: ~ dos trapézios = de Simpson Para aplicar qualquer destes métodos 3 drea Iimitada por uma linha curva, tragamos uma recta segundo a maior dimensdo da figura e dividimos em par~ tes iguais 0 segmento AB dessa recta tragando nornais a AB pelos pontos de divi~ so até encontrarem a curva. 1.8.3.1, Método des Trapezios Dividimes a area a medir numa sé de trapézios por meio de rec~ tas paralelas equidistantes normais a AB, subs vindo-se a curva por uma linha poligonal. A area sera dada por TOPOGRAFIA 29 FIG.35 4g ¥g tot Yo) Esta férmula é também chamada de BEZOUT e pode enunciar-se: "Somam-se a média das ordensdas extremas com as ordenadas intermé: dias e multiplicanse 0 resultado pelo intervale constante h, ob- tendo-se a drea procurada". Exempte Aplicando a regra de Bezout, calcular a area compreendida entre um alinhamento e uma linha curva, tomando ordenadas com intervatos de seis me- tros e cujos valores sao hy = 0,96 m hg = 3,12 m 3,84 m 3,36 m 1,32 m 2 drea sera 0,96 + 1,32 se6 CRS + 3,12 + 3,8h + 3,36) = 68,76 m? 1.8.3.2. Método de Sémoson Aplica-se este mtodo sempre que se pre- tende maior preciso, e consiste em considerar a linha curva composta por arcos de parabola. Este método con= in sidera um nimero par de intervalos d. Na Fig.36, esta representado um t-oco de hy ” fd poligonal AB; DFC representa uma parte da linha curva | “foodoebo@ood que se supde de forma parabdlica e hy hy e hy so trés : ordenadas consecutivas levantadas com intervalos iguais FIG.36 4 A superffcie compreendida entre o alinhamento AS e a curva pode considerar-se composta pelo trapézio ABCD e pelo seamento conpreendido entre 0 arco parabdlico DFC e a sua corda DC A Srea de um segmento parabdlico DFC é igual a dots tercos da su- perficie do paralelograno envol vente CDEFG. Logo a drea limitade pela curva ¢ pe lo alinhamento AB de conprimento 2d sera 2d +t (hg = A) 2g = 2 (my + Bhp + 5) Analogamente para os dois intervalos seguintes seria d ee) A soma de todas estas dreas parciais nos (n - 1) intervalos, sendo um nimero impar, sera Thy thy + 2 (hg thy tee hyip) +H (hy + hy te204 yay) Podemos entao enunciar Rega de. Simpson A area procurada obtémse multiplicando um tergo do intervato cons, tante entre as ordenadas, pela soma das ordenadas extremas com o dobro da soma das ordenadas impares e com o quédruplo da soma das ordenadas pares. TOPOGRAFIA 31 Exemp£o Determinar, por este método, a area da superficie do problema apre sentado em 1.8.2.15 8 £ [os + 1,32 #2 (3,84) + 4 (3,12 + 3,36) ] = 71,76 mt Na cadeira de ESTRADAS E CAMINHOS DE FERRO, serdo estudados outros métodos geométricos para a avaliacdo de areas - de Garceau, de Colignon, da role ta de Dupuit © da quadricula. 1.8.4. Ntodo Necdnéco Neste método usa-se um instrimento muito simples ~ © planimetro ou integrador ~ e é este método que na maioria das vezes se emprega, porque é muito simples e pratico. 0 planimetro mais utilizado é 0 planimetro polar. A teoria do emprego deste planimetro é estudada na Cadeira de Fisi ca. 1.9, Conretacto entre a Planimetria e o nivekamento Leis de Brisson © método de representagSo do relevo do terreno por curvas de nivel apresenta mui tas vantagens: grande clareza no desenho, indicag3o do valor dos de clfves pelo afastamento das curvas de nivel, etc. As curvas de nivel tém as se= guintes propriedades: 2) correspondem a planos horizonti equidistantes b) quando cortam uma linha de Squa a convexidade Fica voltada para montante da linha “de gua (Fig.37) Fig.37 a planimetria eo ni <) a) F) duas curvas de nivel nunca se cruzam uma curva de nfvel nunca corta a mesma linha de agua em mais que um ponto uma curva nunca deve ser interromida dentro da carta, salvo quando encontra o sinal de escarpado, sinal que se deve usar sempre que o declive & igual ou superior 1/1 uma linha de nfvel sé se interronpe quando encontra um edi ff cio, uma estrada, caminhos e cursos de dgua, e quando estes pormenores sao representados por mais de um traco; as infle~ xdes nunca se fazem em Sngulo Estas propriedades tém interesse para o estudo da correlagio entre elanento, quando se pretends fazer a reconstituigo do as~ pecto geral do terreno sobre uma carta a curvas de nivel. Estas relagdes estio expressas pelas chamadas Leés de Brisson, que apresentamos a seguir, juntamente com outras que a experiéncia permitiu deduzir FIG. 38 A> Quanto Gs Linhas de agua 13, 2, 38. Qualquer linha de Agua esta conpreendida entre duas linhas de festo, que desde a origem até 4 foz se vao afastando & medida que descem e o declive vai sendo menor (Fig.38). Quando dois cursos de agua se juntam num dnico, este fica sen Sivelmente na mesma direcgo que a linha de festo que os sepa ra (Fig.39) Quando duas linhas de dgua correm paralelamente e, em determi- nada zona do terreno, inflectem em direccdes opostas, tal zona determina a existéncia provavel de um colo {Fig-4a}. = 70 = 3 2 20 FIG.40 ~ TOPOGRAFIA 33, 4, Quando existem varias linhas de agua, seguindo em direcgdes di ferentes, tendo par fo de um ponto comum ou préximo, este 6, geralmente, um ponto culminante (Fig.41). Quando, pelo contra- rio, varias linhas de 4qua, que corriam em direcgdes diferen- tes, se juntam, o lugar de conflugncia representa uma depres- 380 notavel. 53. Quando duas linhas de dgua, depois de caminharem paralelamente, mas em sentido contrério, mudam de direccSo, 0 ponto mais bai- xo da linha de festo que as separa, acha-se sobre a linha de uniao dos dois cotovelos (Fig-42). 6, Se 36 uma das linhas de dgua mda de direcc3o, a parte mais baixe do festo encontranse sobre a perpendicular tirada do co- tovelo sobre a direcgdo da outra linha de agua (Fig.43). 7 ieee. @ : | N SES a a SATS eg 8 FIG.AT FIG. 42. FIG.A3 7A. Quando um curso de agua se divide em varios bragos, — formando ilhotes irregulares, existe uma planicie ou vale largo, sendo © talvegue sensivelmente horizontal (Fig.l). 8. Se existe um Gnico braco aproximadamente rectilineo, o vale estreito e 0 talvegue muito pronunciado e de grande inclinacdo longitudinal (Fig.45). Fig.4h FIG.AS 8. Quando duas linhas de agua correm Ree eet eee eee paralelamente, mostrando wma de- Jas um vale longitudinal a8, e a outra uma sucessdo de afluentes perpendiculares CD, EF, GH, cons clui-se, desta disposi¢go que a c € 6 linha de agua AB corre ao longo de um escarpado. 0 vale respecti~ reas vo indicara, frequentemente, um caminho praticdvel, e, prove- velmente, outro mais acima, na parte superior a escarpa [ 46). 108, Quando um curso de dgua apresenta sinuosidades, a margem da do lado da convexidade tem comandamento sobre a outra (Fig 47) © @ sinuosidade de uma linha de Sgua corresponde, numa mar gem, um tergo, e na oposta, um vale (Fig.48). FIG.A7 112, Quando uma Tinka de gua forma um cotovelo (Fig.49) a margem situada junto da convexidade é mais escarpada do que a oposta. A parte plana do fundo do vale &, também, mais estreita perto da margem escarpada do que da outra. FIG.Ag, Pela andlise da Fig.49 con cluimos que as Aguas quando cheyam ao cotovelo NN, chocam em N, gastando esta margem. Pelo contrario, em M, a corrente é mui to mais fraca. TOPOGRAFIA 35 B - Quanto Hs curvas de névet Se as curvas de nivel se apresentam iqualmente afastadas o declive do terreno representado & constante (Figs.50 ¢ 51). e 2 8 8 a fy RESSaR FIG.50 FIG.S1 Se o intervalo entre as curves de nivel for sucessivamente “dimi nuindo, de cima para baixo, a superffeie representada é convexa (Fig.52). Se pelo contrario, 0 intervalo for sucessivamente aumentando, de cima para baixo, a superficie representada € céncava (Fig.53). Fig.52 F1G.53 1.10, Orientacao 10.1. Generatidades Na execucdo dos trabalhos topograficos temos necessidade de nos orientarmos, a fim de podermos sempre, determinar com seguranca, 0 caminho a se- guir. Esta determinagdo da direcgio que pretendenos seguir, tanto pode ser feita em terreno pouce como muito acidentado, coberto ou descoberto, quer de dia quer a noite A orientagao consiste,pois, em determinarmos a direcgdo sdo Norte geografico em qualquer lugar e ocasiao, podendo ser feita por varios processos: = pela bussola - por mio da carta = pelos astros > por indicios e informagées Para definirmos direcgdes temos de dispor de referéncias,pontos cu Ja posigS0 seja invaridvel, qualquer que seja o lugar da Terra em que nos encon~ tramos. O movimento aparente do Sol pernitiu a0 homem a determinacdo des~ Ses pontos - os pontos cardeais - Norte, Sul, Leste e Oeste. 0 Norte é 0 ponto fundamental e ao qual se referem, quasi sempre, -odas as direccées. © conhecimento dos pontos cardeais é a base elementar da orienta~ so, mas como as direcgdes que permitem definir, ficam por vezes, bastante afas~ tadas das que desejamos determinar, criafam-se outros pontos, que representam di, recgdes intermédias daquelas - so os chamados pentes colaterais. Temos ainda novas direcgSes intermidias definidas por outros pon- tos a que damos 0 nome de sub-colaterais. Ho total conseguem definir-se 32 runos, considerando novos pontos entre os sub-colaterais. 0 conjunto de todos estes rumos chama-se Rosa dos ven- 08. ‘ecco principal é a Norte-Sue, e é em relagdo a ela que costy mamos orientar os trabalhos topoaraficos. TOPOGRAFIA, 31 110.2, Peta bussota Este processo & o geralmente usado em levantamentos topograticos Para nos orientarmos com a bussola, colocano-la horizontalmente e de forma que a ponta azulada da agulha coincida como ponto do mostrador, indicativo da declina 80. A agulha dar-nos~4 a linha N-S magnética. 1.10.3. Pela carta Comegamos por localizar na carta 0 ponto onde nos encontramos. E5~ colhenos em seguida, dois ou mais pontos dc terreno, que sejam bem visiveis, © que se localizem na carta, Rodanes esta de modo que as linhas definidas pelos poncos do terreno fiquem em coincidéncia ccm as correspondentes da carta. FIG.S4 110.4, Petos astnos Podemos orientarmo-nos pelo Sol, pelo Sol como reldgio, pela som- bra de uma estaca, pela estrela Polar (no hemisfério norte), pelo Cruzeiro do Sul (no hemisfério Sul e pela tua) 1.10.4.1. Polo Sok com o regi Neste processo, 0 reldgio é colocado ho jontalmente, com o mostra dor voltado para cima, e com o ponteiro das horas apontado na direcg3o do Sol A bissectriz do Angulo formado por aquele ponteiro e a linha centro - 12 do relé gio, define-nos uma direcgo que é aproximadamente a da linha N-S; 0 Norte fica para o lado das costas do observador, quando este esté no Hemisfério Norte. Quan do © observador esta no Hemisfério Sul apontamos a linha centro -12 para o Sol e @ bissectriz do Sngulo formado por esta direcgdo com 0 ponteiro das horas, no mo mento da observagao, di-nos a direcgao do Norte FIG.55 FIG.56 j TOPOGRAFIA 39 1.10.4.2, Peka Estrela Polar A Estrela Polar & a ditima da cauda URSA MAIOR » da Ursa Menor. A localizagio por esta estrela que / nos indica o Norte, faz-se a partir da Ursa Maior: prolongando a linha que une as duas estrelas mais brilhantes desta constelagao - as da frente - pa rao lado da convexidade da cauda de um conprinen, to igual a cinco vezes a distancia entre elas(Fig. 57). FIG.S7 ESTRELA POLAR 1.10.5. Pon tndietos e éngormacdes Estes processos sao os mais susceptiveis de erros. Abalxo apresen- tamos alguns dos varios indfcios que nos podem servir para indicar o Norte: - 0 altar-or das igrejas esté a Nascente e portanto a porta a Poente. Porém, modernamente, hd muitas igrejas que,por imposi¢go urbanistica, ndo so construidas nesta posigio, motivo porque o processo 6, as vezes, falto de confianca. > existéncia de una cruz horizontal indicando os pontos cardeais, ou de uma barra fixa indicando o Norte nos cataventos das torres © canpanarios das igrejas. ~ a casca das drvores apresenta-se mais rugosa © coberta de musgo no lado Norte (lado menos exposto ao Sol). $8 devems recorrer 8 orientazSo por informagées quando n3o ¢ispu- sermos de outro modo de nos orientarmos. Cono precaugao, devemos sempre pedir a varias pessoas diferentes, as informagdes de que necessitamos para definir um ru mo, afim de controlarmos as informagdes recebidas. 0a maneira de fazer as pregun tas depende fundamentalmente a obtenc3o de conseguir respostas correctas. Assim podemos, por exemplo, preguntar: + "de que lado nasce o Sol e de que lado se pe!’ ~Naonde 6 que dada estrada vai dar (e nunca "se ela vai para A ou 8") ~ "Como se chama o lugar que pretendemos identificar"', etc. CAPITULO IT INSTRUMENTOS + Generakidades Para as operagdes 2 realizar sobre o terreno certos instruments S80 necessdrios, sendo muitissimo grande 0 némero de modelos existentes. E, toda via, facil agrupé-los em um certo niimero de classes ou categorias, visto que as variedades de cada categoria conservam, geralmente, os mesmos Srqdos essenciais © 36 diferem por disposigdes de pormenor. Além disso, grande parte dos érga0s es senciais so comuns a varios instrumentos. Vamos, portanto, examinar ssueessiva~ mente, pelo menos, um tipo em cada categoria de instrumentos, visto que, geral- mente, sera suficiente conhecer bem um tipo de cada categoria para conhecer igual mente os outros. Distinguiremos: acessdrics, Srgios comuns a diversos instrumen- tos; instrumentos para a medida de comprimentos, de angulos horizontais, de alty ras, instrumentos mistos e instrumentos grificos. Daremos, a propésito de cada instrumento, a sua descrigdo eo seu uso 11.2. Acessonios 11.2.1. Estacas. Marcos. Sua émp£antagiio Hé pontos importantes que devem ficar marcados no terreno, quer pa Ta serem utilizados mais que uma vez durante as operagées, quer para servirem de ligagdo a operacées ulteriores. Utilizam-se, para isso, as estacas © os marcos, conforme a importancia dos pontos a marcar e a duragdo que se pretende — impor “Ines. As estacas sao de madeira, de seccdo quadrada, agucadas numa extremidade © de comprimento variavel com a consisténcia do terreno e a importancia do ponto Marcar-se-3o com elas, por exemplo, 03 vertices de uma poligonal. Pontos mais Im Portantes so as vezes marcados com marcos de pedra, solidamente fixos no terre~ no € em cuja superior se marca © seu ponto central. Tal & 0 caso, por exemplo,pa raos vértices de uma triangulago. Para triangulacdes importantes, esses marcos 880 as vezes construgdes de alvenaria que chegar a ter grandes dimensées. Ne maior parte dos casos, existe una certa margem para a escotha €2 posi¢3o dos pontos, que apenas se tornam definidos depois de cravadas as esta cas ou OS marcos. Outro tanto nao acontece, porém, quando esses pontos resultam de uma operacao prévia, a intersecgao de dois alinhamentos, por exemplo.Neste ca so, depois de marcado o ponto no terreno, tornanse necessario fixd-lo mais soli- damente. Se em rocha, pode abrir-se um furo, a cinzel, de dimensdes adequadas para nele se fixar o ferrao de uma bandeirola; em caso contrario & preciso cram var precisamente no ponto uma estaca ou um marco. . Para isso, de um lado e do outro do ponto P (Fig.58), © em direcgdes aproximadamente em Sngulo recto, martam-se distancias d, sendo possfvel iguais e de um me~ tro, pelo menos. Em seguide comeca~se a cravar a sestaca em Pe vai-se verificando, pela medicao das distancias d, que 2 estaca se ndo afaste da verticalidade. Cravada a es FiG.58 taca de forma a ficar fora do solo alguns centimetros ape nas, marca-se © ponto na cabega da estaca, ainda por meio das mesmas distancias d. No ponte, ou se crava um prego ou se abre um furo de trado. Se em lugar de uma estaca se tratasse de um marco, proceder-se-ia da mesma forma, abrindo primeiro a cova, onde depois se introduzia o marco. Na Parte superior deste, depois de bem apertado, marcava~se 0 ponto, por meio das mesmas distancias d, com tinta ou com um furo de cinzel Também se pode proceder, de outra forma: com trés bandeirolas, cra vadas no terreno, forma-se uma espécie de tripé ‘Fig.59), de que se suspende um fio de prumo, precisamente na vertical do ponto P, marcado no terreno. Depois vai-se cravando a estaca © verificando varias vezes se ela se afasta da vertical. De~ pois de cravar a estaca, marca-se nela o ponto, _procedendo P como anteriormente. A mesma coisa se pode fazer também com ard uma Gnica bandeirola, mas os resultados sao de menor confian a. Algumas vezes poderd ser necessério marcar pontos 2em edificios, muros, etc. Marcam-se ent3o com tinta, assim como no proprio terreno, quando é em rocha. Mas quando, principalmente neste dltimo caso, os pontos devem ser con- servados por muito tempo, é entdo necessério grava-los. TOPOGRAFIA FE 1.2.2. Regertneias Referéncias so apontamentos que facilitam a procura de pontos as- sinalados no terreno, pois os pontos importantes devem ser referenciados de ma- nelra a poderem ser restabelecidos no caso de desaparecerem. Marcam-se entao, o mais perto que seja possivel, pontos de reseténcia, medindo as suas distancias & estaaa ou a0 ponto. As distncias so pintadas junto aos préprios pontos de refe, réncia, e na caderneta de que o operador 6e estiver servindo, desenhar-se-3 um croquis, em que se Inscreverdo, tanbém, essas medidas. Outras vezes,a referéncia dada pelos prolongamentos de alinhamentos existentes, como fachadas de ediff cios, suros, ete. A Fig.60, dd alguns exemplos, de referéncias, mas é evidente que as combinagdes podem ser extremamente variadas SIE BE v7, 7 FIG.60 11.2.3. Bandecroeas So hastes de madeira ou de metal de secede circular ou octogonal, de comprimento igual a 1,5 ou 2,0 metros As de madeira tém cerca de 3 a 4 cm de diametro e as de ferro 1,5 a 2,0 cm. So pintadas em zonas alternadamente brancas e vermelhas com o com primento de meio metro para melhor se distinguirem a distanciaj na parte infe- rior sao munidas de um ferrdo, por intermédio do qual se cravam no terreno A bandeirola cravarse com a méo direita, batendo como Ferrio no solo energicamente, tao verticalmente quanto possivel ¢ sempre no mesmo orificio, © que s6 com alguma pratica se conseque. Depois veriFica-se a sua posicao no pla no vertical da direcg3o segundo a qual ela ceverd ser observada, colocando-se 0 observador nesta direccdo com o fio de prunc. Se a bandeirola se desvia do plano vertical assim gerado, reetifica-se e volta-se a verificar. Esta operag3o chama~ ~se Anplantagio de bandednotas. Acima nao falamos de bandeirola vertical, mas sim num plano verti- cal, 0 que é diferente, mas em todo o caso sufi nte quando ela sé deve ser vi- sada nesse plano. Mas se a bandeirola tem de ser visada também em qualquer outra direcgo é preciso tornd-la vertical, o que se consegue fazendo uma outra ve cago colocando-se 0 operador como fio de prumo numa direcg3o bastante diferen- te da primeira (de preferéncia normal) e corrigindo-se qualquer afastamento; de~ pois voltar-se-d primeira posicao e em seguida 4 segunda, e isto tantas vezes quantas forem precisas para nos assegurarmos da sua verticalidade em ambas as di, recgdes; nessa ocasiao estaré ela vertical, pois materializa a intersecgio de dois planos verticais. 11.2.4, Avinhanentos e seu tragado Un alinhemente neeto é a intersec~ gao da superficie do terreno com um plano vert cal. Um afinhamento circular & a inter~ seccao da superficie do terreno com um cilindro. de geratrizes verticais Um alinhamento recto AB (Fig.61), Fica definido por dois seus pontos e é represen tado sobre o plano horizontal pela linha recta aefb, entendendo-se por txagado de wi aténhamen= to a determinagao de alguns dos seus pontos. Este tragado pode ser continuo ou descontinuo, Rarissimas vezes 6 contfnuos @ quasi sempre descontfnuo. 0 tragado continuo poderia efectuar-se por meio de um fio bem ten- so, entre dois pontos, duas estacas ou duas bandcirolas. 0 tragado descontinuo, unico que nos interessa, consiste em marcar © alinhamento por meio de bandeirolas alinhadas a vista desarmada ou com instru- mentos de luneta Para isso 8 preciso que 05 dois pontos conhecidos Ae B sejam assi nalados com duas bandeirolas bem aprumadas. Na pratica aparecem-nos os seguintes problemas: marcar um ponto ¢ TOPOGRAFIA 45 entre Ae B, além de 6 ou aquém de B. Vamos resolver estes problemas supondo que apenas disposmos de bandeirolas para a sua resolucao. 12 Problema - Colocar uma banieirola entre Ae B Fig.62 0 observador coloca-se a uma certa distancia, um a dois metros, de uma das bandeirolas extremas, A por exemplo, e indica ao ajudante que transporta a bandeirola C, 0 sentido em que ele se deve deslocar. A bandeirola ¢ esta alinhada quando parece compreendida entre os planos visuals ab e a'b', tangentes 3s bandeirolas extremas, 0 que se verifica observando, alternadamente, pela esquerda e pela direita da bandeirola. 0 traga~ do dos alinhamentos muito extensos ou que necessitam de uma preciso que este mé todo no comporta, sio efectuados por meio dos instrumentos de luneta. 29 Problema - Profongar um atinhanento a mesma forma que anteriormente, se procederia para prolongar um alinhamento, isto &, cravando a bandeirola F no plano de Ae B (Fig.62). Se o tragado tem de ser rigoroso deve-se evitar, tanto quanto possTvel, esta operagso, cujos resultados s3o tanto mais incertos quanto osppntosf estiver mais afastado de A. Nesse caso empregar-se-ia, como no problema anterior, um instrumento de lu neta 39 Problema - Puchar wn a&inhamento F1G.63 Consiste em colocar uma bandeirola C aquém de A, de modo a ela fi- que entre 0 observador e a bandeirola A (Fig.63). 42 Problema - Tragar um atinhanento sobre. um obsticuee FiG.64 05 instrumentos de medida de Angulos permitem resolver esta dificul dade de maneiras diversas. tir uma Todavia, se 0 obstaculo for uma elevacSo de terreno e e zona intermédia CO (Fig.Gh), com uma certa extensio, de onde se possam ver os dois extremos Ae B, procede-se da seguinte forma, por tentativas: 0 operador © o seu ajudante, colocan-se na elevagdo de terreno CD. Un crava 0, na presumfvel direccdo do alinhamento, e manda cravar ¢, no alinha~ mento AyD); 0 outro manda em seguida deslocar 0, para D2, no alinhamento C\8,, ¢ assim sucessivamente, até que as bandeirolas Ce D se encontrem sobre o alinha- mento AB. TOPOGRAFIA 40 5 Prob£ema - Cruzar dois atinhanentos FIG.65 Suponhamos que se pretende encontrar 0 ponto de cruzamento dos dois alinhamentos AB © Cb, (Fig.65). Un auxitiar caminha sobre um dos alinhamentos DC, por exemplo, se~ idade de A gurando uma bandeirola verticalmente. 0 operador, colocado na pro: visa tangencialnente 3s bandeirolas A e 8 ©, fazendo sina] coma mio, faz parar © ajudante no momento em que a bandeirola trazida por este Gitimo, se encontrar no alinhamento AB. E necessdrio verificar depois se as bandeirolas C, 0eD es- tao alinhadas. — claro que para o ajudante se poder deslocar no alinhamento OC é preciso ter cravado primeiramente @ bandeirola E. 69 Problema - Tragar wna perpendicutar a um abinhanento Com uma Fita métrica marca~se sobre o alinha~ mento um comprimento de 3 mj com centro no ponto A descreve is -se um circulo de raio de 4m, e do ponto & descreve-se ou tro cfrculo de raio igual a $m: a recta AC a perpendicu- lar pedida porque 4 52 = 32 4 42 " FIG.66 © processo indicado oferece couco rigor. E preferfvel proceder como se indica a sequir: marcam-se, para cada lado de A, comprimentes iguais, por ex. 5 metros; com centro nos pontos Ce D descrevem-se dois cfr- culos de raio igual (por exemplo, 10 m). 0 ponto 0 de cruza~ eae mento dos dois arcossdezcfrculo, unido com A define-nos a a perpendicular AB sabre CD. FIG.67 79 Problema - Tragar uma paralela a um alinhamento dado Por dois pontos Ae 8 do alinhamanto dado, le~ ¢ vantam-se a este duas perpendiculares, e marcam-se sobre es~ tas comprimentos iguais AC = 80; os pontos Ce D definem o alinhamento pedido, paralelo a AB FIG.68 82 Problema - ProLongar um atinkamento para além de um obstaculo FiG.69 Seja AB o alinhamento que queremos 2rolongar para além de um obsta culo (um bosque, um rochedo, um lago, uma casa, etc), Por Ae B tracam-se perpendiculares ao alinhamento AB e marcam-se comprimentos iguais AA' = BB', prolonga-se o alinaamento A'B! © pelos pontos ¢! @ D! marean-se C'C = D'D; os pontos C @ D definem o prolongamento do al inhamento AB pretendido. TOPOGRAFIA 49 11.2.5. Minas, Estadias As miras s40 0 acessrio indispensdvel dos nfveis. Tanto as miras como as estadias sao réguas divididas, de 2 2 4 mde comprimento, raramente de 5 ou 6 no maximo; correntemente s3o de 4 m. Em geral as divisdes das miras e as das estdédias sao guais. Quando a régua se destina somente 4 determinacdo das distancias, toma o nome de estédéa e as suas divisdes ndo s30 necessariamente subriltiplos do metro; para nivelamento toma o nome de mia e as divisdes sio mé tricas. E evidente que a mira pode servir de estadia e correntemente as estddias estao abrangidas na designacao de miras. As miras sdo de duas espé a mira de alvo e a mira falante. 1.2.5.1. Mina de alo Amira de alyo, ja 56 usada com niveis de visada directa, esta ho- Je quase abandonada. & formada por duas récuas de dois metros; a primeira apoia no terreno e tem uma ranhura, formando corrediga, onde eneaixa a segunda, que po de deslizar a longo dela; assim, quando aterta, a mira tem 0 comprimento de 4 m @ fechada parece una 56 régua com a seccao de cerca de 4 x 4 cm. 0 alvo, de cha pa e de cerca de 0,20 x 0,25 m, € dividido, por os dois eixos rectangulares, em quatro partes pintadas alternadamente de branco e vermelho; 0 eixo horizontal é FIG.70 i a linha de fé. Para alturas até 2 mo alvo, montado num cursor com parafuso de pressao posterior, & deslocado na mira fechada ¢ inobilizado na altura convenien te por meio do parafusos para alturas superiores a 2 mo alvo é fixo como mesmo Parafuso no extreno superior da régua mével e & este conjunte que o porta ~ mira desloca segundo os sinais do observador que, tal como no caso anterior,o mandara fixar na altura devida, isto 6, quando a linha de f& coincidir comsa de visada, por meio de outro cursor @ respectivo parafuso. Depois & o préprio porta-mira que faz 2 leitura na divisdo respectiva - até 2 mna parte posterior, e ao lado dai para cima ~ e a diz em voz alta para o operador registar. Isto constitui o maior inconveniente destas miras, porque se o porta-mira nao sabe ler, ou ndo merece confianga, tera de vir todas as vezes juntos do operador, com a mira apertada, para ser lida por este, 0 que representa grande perda de tempo e uma causa de er Fo, porque no caminho pode dar-se um deslocamento se o aperto nio foi suficientes como verificagao pode a mira voltar ao mesmo ponto, para segunda visada antes de ser desapertada, mas a perda de tempo sera ainda maior. 1.2.5.2. Mina fatante Nestas miras as divisces sao suficientemente aparentes para serem lidas por 0 operador quando visa por a luneta, assim desaparecendo 0 inconvenien te apontado. As miras ordindrias so sempre constituidas por uma régua de madei ra, geralmente dividida em duas partes, unidas de topo por uma charneira, Fig.71, ou podendo deslizar uma sobre a outra, o que facilita os transportes por se redu zir o comprimento. Sao, porém, muito variadas as suas formas, assim como a manei_ ra de dispor as divisdes e os niimeros, que sdo pintados em uma das faces, mas um rapido exame suficiente para as poder usar. A divisdo € em centfmetros, lendo- “se os metros, os decfmetros e os centfmetros directamente e os milfmetros por estinativa. As lunetas invertem as imagens (Fig.72), aparecendo na parte supe- rior do campo dptico 0 solo em que a mira assenta; por isso a leitura faz~se de cima para baixo e os niimeros na mira esto invertidos porque na luneta se véem na posigao normal, o que facilita a Teitura Ha, contudo, aparelhos cujas lunetas dio Imagens direitas, existin por isso, miras cujos niimeros estado direitos (Fig.73). TOPOGRAFIA 51 FIG.71 Fig.72 FIG.74 Ha casos em que as divisdes sio de 2 cm, sendo a mira graduada co- mo se fossem de 1 cm, e portanto qualquer altura sera lida por metade do seu va~ lor real. Empregando estas miras quando sobre cada ponto se fazem duas leituras, a soma destas é j4 a nédia a registar; fazendo uma s6 leitura seria preciso du- a-la. Como & indispensavel assegurar a verticalidade das miras,estas tén quase sempre um pruno rigido ou uma nfvela esférica na parte posterior (Fig-74), bem como dois punhos ou duas asas laterais para serem mantidas na posicao devida. (Fig.76). Amira falante evita os erros de leitura que o porta-mira poderia cometer; a leitura é mais segura e mals rdpida, ¢ 0 nivelamento ganha em rapidez © precisao, enbora com maior fadiga para o operator. 1.2.5.3. Mira de invar Sao de invar, as miras que se empregam nos nivelamento de alte pre cisdo € tém correntemente 3 m. A a de aco invar esta montada numa ranhura aberta onuma réqua, geralmente de madeira (Fig.75); na mira Kern esta régua é um tubo .motddico de secgdo apropriada (Fig.76). A fita, que é ada de modo a nao ser influénciada pelas variagGes de comprimento da régua, tem duas séries de divisdes, uma ao la- do da outra, © diferindo entre si de um certo valor, estando os nlimeros respect’. vos pintados na régua; as leituras feitas nas duas escalas dio, portanto, uma di. ferenga constante, 0 que permite a sua permanente verificagio. A diviséo é geral. mente em 1/2 om, por ser este o desvio normal da linha de visada dado por os mi- crometros, mas este desvio é de 1 cm no Wild 3, como se disse, e por isso esta Firma tem agora a sua "mira invar de alta precisao "' dividida em cm,o. ques tem van tagens evidentes. S80 munidas de uma nivela esférica sastante sensfvel e assentam sempre, como atras fi dito, numa sapata metdlica (Fig.77). 1.2.5.4, Estadia E também uma mira falante cujas divisdes nao so necessariamente métricas, como se disse, mas na pratica sao geralmente de 1/2, de 1 ou de 2. em, segundo os aparelhos com que devem trabalhar. Servem, a maior parte das vezes,pa raa determinagdo das distancias e das alturas, dois elementos que so dados,si_ multaneamente pelos taquidmetros. TOPOGRAFIA 53 cs < eS RRNA SANS FIG.77 » FIG.75 FIG.96 11.2.6. Suportes dos instrumentos Os instrumentos usados em Topografia, se exceptuarmos os que se destinam 3 medida directa de distncias, devem ser todos colocados a uma altura tal que permita uma observaggo Facil e cémoda. Precisam, por isso, de assentar sobre suportes especiais. 11.2.6.1. Jaeio 0 Suporte mais simples € 0 Jalao (Fig,78), simples haste de madei_ ra, igual a uma bandeirola mas mais curto, pois sd tem cerca de 1,20 metros;tem também um ferrdo na parte inferior para se cravar no terreno; na parte superior termina em tronco de cone que entra numa bainha ou manga da mesma forma do insé trumento que nele deve tomar apoio, como se mostra na Fig.78. S6 se emprega com instrumentos de pequena importancia, como esquadros, pantdmetros, ete. 1.2.6.2. Trépe. 0 tripe mais ples & constituido por trés pernas de madeira com ferro; por meio de parafusos apertam, na sua parte superior, uma pega, também de madeira, terminada com 0 jaldo ¢ onde o instrumento se adapta como no caso ante rior (Fig-79). Este trips também 36 se emprega com instrumentos de pequena impor tancia, substituindo © jaldo com vantagem nos terrenos ande este se nio pode cra var. Noutros tripés, jd mais perfeitos, em lugar da pega superior indi- cada h3 um prato que é mantido numa posi¢éo aproximadamente horizontal pelas trés pernas © a0 qual se fixam os instrumentos por diversos sistemas (Fig.80), As per nas, que podem ser simples ou duplas (Figs.79 © 80), sio munidas de ferrdes eli, gam-se, geralmente, por meio de cavilhas roscadas a umas abas do prato.As pernas podem ainda ser extensiveis (Fig-81). fm muitos destes tripés hi uma pega de Vi- gagio, chamada bomba (Fig.84), que é constitufda por uma mola helicoidal encerra da em um tubo, sendo tudo atravessado por uma haste, roscada na parte superior, que vai atarrachar no eixo vertical do instrumento, que assim fica solidamente Fi x0 20 prato. A parte inferior da haste tem, para certos instrumentos, um gancho de onde se suspende o fio de prumo. Alguns tripés terminam na parte superior por uma cabega, com alguns centrimetros de diametro; esta cabega é entdo roscada e atarrachada em um prato ao qual se fixam os pés (parafusos calantes) do instru mento por meio de um dispositive especial Instakagao do Tripe Para pdr o tripé em estagio,é preciso que os parafusos que o ligam a0 prato nao estejam completamente apertados.A pesicSo a dar acs pés resulta, ge, ralmente,da constituigao e forma do terreno.Num terreno horizontal, as trés pon- tas devem ocupar os vértices de um triangulo de tal extensao que cada perna fi- que fazendo com o solo um angulo de cerca de trés quartos de um dngulo recto. Num terreno inclinado convém, geralmente, dispor duas pontas numa mesma horizontal ¢ a terceira para o lado mais alto. Se numa estagie se prevé que as visadas so particularmente numerosas numa certa direccao, convém que o tripe seja colocada de forma que nao fique nenhuma perna embaracando o observador nessas visadas. Se tivermos de realizar visadas apenas na direccao AB (Fig.82), tanto para um lado como para 0 outro, devemos colocar duas pontas numa paralela a AB ou 4 linha média das visadas »ae ‘i a é efectuar. Em geral o observador deve evitar de calcar e que outros calquem, 0 terreno perto das pontas do tripé; 0 peso de uma pessoa pode provocar uma leve compressio do terreno, F16.82 que se traduzird num desnivelamento do instrumento. As per- nas do tripé devem ser cravadas quase até a nega. Para isso apoianse 0 pé sobre o pedal de cada perna, dirigindo 0 esforgo exercido paralelamente a ela; um esforgo vertical seria obliquoea perna do tripé © poderia parti-la. As pernas devem ser cravadas de maneira que, no fi- nal, 0 prato do tripé fique sensivelmente horizontal; além disso, ainda muttas vezes & preciso que o centro do prato fique precisamente na vertical de um ponto marcado no terreno, sendo para isso que a haste da bomba tem um gancho para sus- pensdo do fio de prumo (Fig.83). As vezes hd uma certa dificuldade, em terreno acidentado, em realizar simultaneamente as trés condigdes a que deve obedecer o estacionamento do tripé: horizontal idade do prato; centragem sobre o ponte da es. tagdo e cravagao dos ferrdes até a nega. Para reduzir as tentativas,colocar-se-3 © tripé sobre o ponto da estagao, respeitando as recomendagoes relativas 3 posi- ¢30 das pernas, procurando colocar o centro do prato sobre a vertical do ponto; enterrammse depois, levemente, apenas dois dos pés e a terceira perna desloca~ -se, entao, de maneira que, depois de cravada tanto como as outras, se realizem, tanto quanto possfvel, as duas primeiras condig&es. A seguir, termina-se a crava go dos ferrdes, carregando, sucessivamente sobre cada perna. Algumas vezes, pa- ra obter um resultado satisfatério, hd necessidade de recomegar a operagdo, de- pois de ter modificado um pouco a posigao inicial do tripé, havendo casos em que TOPOGRAFIA 57. chega a ser dificil pdr um instrumento em estacdo, como quando, em terreno aci dentado, se procura fazé-lo sobre algu- mas fragas onde, demais a mais, os pés se nao podem cravar. FIG.83 . Pratos de transtacto Para evitar a perda de tempo, causada por estas tenta as, perda tanto mais importante quanto mais curtas e, portanto, mais numerosas sdo as esta ges, imaginou-secum post vo que consiste em colocar, sobre o prato, um se- gundo prato mivel, chamado paato de transtagéio (Fig.84), que se desloca ide al- guns centimetros, para qualquer lado, gracas a combinagdes diversas. & este se~ gundo prato que recebe 0 instrumento,cujo eixo, por este movimento de translagSo, & facilmente colocade na vertical do ponto desejado. Desapertando uma porca infe rior, junto ao primeiro prato, o prate superior tornase mével e volta a tornar- ~se fixo quando de novo se aperta a mesma porea. Além dos pratos de translacdo, devemos ainda citar, enbora sejam menos vulgares, os pratos do catote esferica, que permitem tornar rapidamente horizontal o prato sobre que deve assentar o ins trumento, da mesma maneira que 05 pratos de translacdo permitem, coma mesma ra- pidez, colocar o instrunento na vertical do ponto de estacao (Fig-85) Ha ainda os pratos de calote esférica © de translagao, que partici pam dos dois sistemas 0s tripés de pernas extensiveis com prato de translagio fazem des. parecer as dificuldades de estacionamento atras citadas. 1.2.6.3. Joethos Alguns instrumentos, como as pranchetas, ligam-se ao tripé por in= termédio de joelhos ov rétulas. 0 mais usado é 0 de esfera ou rotula esferica,que consiste, essencialmente, numa esfera, fixa ao instrumento, podendo ser imobili- zada entre duas maxilas que se ajustam perfeitameate sobre ela e que sSo aperta~ das por um parafuso. Os joelhos permitem dar aos instrumentos, mito rapidamente, 2 posigdo desejada (Fig.86). FiG.86 TOPOGRAFIA 59 11.3. Ongaos comuns a diversos instnumentos 11.3.1. Paragusos e mofas 0s parafusos desempenham um papel importante nos instrunentos de topografia, ndo somente como orgéos de Fixagdo permanente, mas também como or~ gos de fixagdo temporaria, de rectificagdo, de translacdo, etc. Temos, por exem plo, 05 parafusos calantes (ou niveladores) para nivelar os instrumentos; parafu 0s de pressio, para momentaneamente tornar solidarios dois orgaos; parafusos mi_ crométricos, que permitem lentas deslocagées relativas de dois orgaos imobiliza~ dos por parafusos de pressios parafusos de -ectificacdo, necessdrios “em certos orgaos, etc. Por vezes, hd molas opostas aos parafusos, como por exemplo em al- guns niveis. S80 umas vezes helicoidais © outras formadas de pequenas laminas. 11.3.2. Paragusos catantes 0s parafusos calantes, ou niveladores, so assim obamédos porque servem para cafat, ou fazer estacionar, os ‘nstrumentos. Cdlar um instrumento &, portanto, tornar horizontal 0 limbo ou prato div 'do ou, 0 que 6 0 mesmo, tornar vertical 0 seu eixo principal. Nos istrumentos modernos existe, para esse efei- to, um sistema de trés parafusos, chanados parafusos catantes ou nivetadores Vv (Fig.87) por intermédio dos quais os instrumentos assentam na cabeca cdo tripé. Una pega T, com tras fortes hastes hor zontais e iguais, faz corpo com a coluna & do instrumento. Estas hastes sdo atraves sadas pelos parafusos V que, assim, ocu p [ep pam os vértices de um triangulo eq) ate ro; as hastes sao fendidas nos extremos © pequenos parafusos p perniten regular a pressao sobre a haste filetada dos pa~ rafusos V. Esta pressio deve ser requla~ da de maneira que Fique suave o movimen= to dos parafusos V, sem que, contudo,ela FiG.87 seja exageradamente diminuida. 0 melhor seré ndo alterar o aperto dos parafusos P) a ndo ser em caso de necessidade absoluta. 0s parafusos V tém formas diferen= tes na parte inferior para assentarem na cabega do tripé. Vamos ver como se pro- cede para por em estagdo o instrumento, isto é, como ele se cala ou se nivela.To dos os instrumentos tém uma ou mais nivelas, de que adiante falaremos; suponha- mos a existéncia 13 29 de uma devidamente rectigicada. Faz-se girar o instrumento, de maneira que a nivela N (Fig.8) Fique tanto quanto possivet paratea a direcgdo AB de dois para fusos calantes (P) e Py por exemlo). Fazem-se em sequida girar estes d parafusos em sentido contrario (ambos para fora ou ambos para dentro) e, tanto quanto possfvel, de quantidades iguais, até que a botha do nivel Fique entre os seus reparos, precisamente ao centro. FIG.88 Feito isto, obriga-se o instrumento a descrever um quarto de ro, tagao em torno do seu eixo vertical, pelo que o nfvel vem para N', ocupando egora uma posigio normal 4 anterior; actua-se en~ tao sobre o terceiro parafuso P3 até que a bolha volte ao cen- tro: © eixo nao saiu do anterior plano vertical, pois 2 rotagdo dada pelo terceiro parafuso se fez em torno da linha > P\P2 dos outros parafusos. Geralmente, ao fim desta segunda operagio 0 instrumento ainda ndo esté precisamente nivelado, pois sé em ca s0s especiais isso acontecera; entio preciso repetir a dupla operagao descrita, até que a bolha Fique imével no centro, en- tre os seus reparos, seja qual for a posigao da nivela; ento 0 eixo principal esta situado em dois planos verticals, e,por con seguinte, esta vertical. Convém ter presente que a bolha se des loca no mesmo sentido em que se rove o polegar esquerdo TOPOGRAFIA 61 11.3.3. Méveis. Névelas Vimos que os parafusos calantes permitem nivelar os Instrumentos, isto 4, dio ao seu eixo principal a posigdo vertical, ou 20 prato ~ que & normal Aquele por construg3o ~ a posig3o horizontal desde que se sigam as instrugées for necidas por outro orgio, de import&ncia capital nos instrumentos de topografia = a niveta - (nfvel de bolha de ar). Todos conhecem 0 nivel de bolha de -ar que 05 operarios de construg3o usam para horizontalizar ou verticalizar os elementos diversos duma construg3o. Neste caso ele 6 um instrumento completo. Jé nos apare, Thos de topografia ele 6, apenas, um orglo; para evitar confusdes com os apare~ Ihos usados em topografia para efectuar os nivelamentos, o Coronel Goulier, ¢ a maior parte dos autores e construtores depcis dele, deram o nome de nivela aos niveis de bolha de ar, sempre que eles ndo so mais que um orgio, ainda que es~ sencial, de instrunentos mais completos, reservando para estes Gltimos a designa, go de niveis. Podenos, entao, definir névetas come os orgos que se encontram | gados aos instrumentos como fim de horizontalizar um plano, horizontalizar ou verticalizar um eixo ou medir pequenas inclinagdes residuais dos eixos a que se encontram |igados. Temos trés espécies de nivelas: toricas reversiv estéricas 1.3.3.1, Nivega tirica E constituida (Fig-89) por um tubo de vir a dro fechado nas extremidades, coma forma de uma porgao a e de toro, sendo o seu circulo gerador de pequeno raio (em média 1 cm) e 0 circulo equador de grande raio (de 15 a 200 metros ou mais), quase shefozpor um Ifquido (eter ou alcool} nao viscoso que nao congele as baixes temperatu~ ras nao se altere como tempo nem ataque o vidro, sendo ° © espaco restante ocupado pelos vapores, que cons vem a bolha da nivela. FIG.89 Em virtude dos principios de equilfbrio que regen o equi ibrio dos fluidos, @ bolha ocupa sempre a parte mais alta do toro, e sendo © plano do equa dos vertical, a tangente ao toro no meio da bolha, contida nesse plano, é shori- zontal 0 plano do equador & 0 plano medio da niveta, o qual corta o toro segundo dois arcos de circunferéncia concéntricos, designando-se o exterior AB R por rade de eurvatura da néveta(Fig.89). Déireetriz da névela DD", & a tangente & linha média no seu ponto por Cénka madia da niveta, eo seu r nédio, chamado centte da niveta C. No tubo esto gravadas escalas graduadas - ordinariamente em duas séries de tragos simétricas em relagdo ao centro C, e a3 vezes uma escala de ze~ ro central ~ que servem de reparos & bolha e, portanto, para medir os deslocamen tos da bolha, e para a leitura desta. Chama~se leitura da bolha 3 média das lei- turas feitas nas suas duas extremidades. A nivela estd calada quando ia leitura coincide como zero ou com a diviséo média da escela, isto &, quando a bolha es~ td no centro, e neste caso a directriz esta horizcntal. © tubo & montado num estojo metalice T (Fig.90), aberto na parte superior para se poder observar a bolha com as divisées, que sio ordina~ riamente de 2 ou 3 am. Em virtude do parafuso Ve do eixo A, ambos apoiados sobre o suporte ou base Fic.90 MN, a nivela pode girar em torno de A. Se a base es tiver horizontal, estar paralela 8 directriz 0D, quando, por meio do parafuso V, chamarmos a bolha ao centro C. Anivela esté entdo rectificada e tanto que, se a invertermos, a bolha nao se deslocard. 0 parafuso V, parafuso de rectificacdo, serve para restabelecer esse paralelismo, quando destruido, isto é, para rectifi car a nivela. Mobélidade da botha A qualidade de uma nivela dependem mito da facilidade de desloca~ 0 da bolha, ou seja da sua mobilidade. Para se obter o méximo de mobilidade é preciso que 12 A bolha tenha o maior comprimento possivel, pois @ experiéncia demonstrou que a mobilidade da bolha & proporcional ao quadrado do seu comprimento. Apesar disso nao se pode exagerar esse com- TOPOGRAFIA 63 primento pois € preciso pcder observar simultaneamente as duas extremidades da bolha. 0 comprimento desta é varlavel com a tem peratura. 22 0 tubo de vidro tenha um diametro suficiente, cerca de 12 mili= metros, afim de que @ espessura do Iiquido sob a bolha seja su- Ficientemente grande para evitar resisténcias excessivas. 3A superficie interna do tubo seja muito lisa, porque as peque- nas asperezas dio lugar a resisténcias. & preciso notar que a mobilidade e a sensibilidade sd duas qualidades distintas. Como casos limites da mobilidade temos o da botha preguicosa ¢ o da bolha Louca, designagao prove nte da extrema dificuldadé, ou extrema facili dade com que a bolha se desloca. Este iiltimo caso sucede quando a nivela fica ex posta ao calor, a que corresponde mudanga de sinal da curvatura. Principio fundamentae Seja uma nivela N (Fig.91). A bolha occupa o ponto mais alto A. A ermal a curva da nivela neste ponto passa pelo centro 0 e é vertical. Fagamos agora ‘ar a nivela em torno do centro 0 ¢ de um dngulo a no sentido da flecha A nivela toma a posiggo 11; a bolha vai para 8, ponto mais alto. Sendo Ro veraio de curvatura da nivela, temos: arco AB= Ra Por tanto: F16.91 12 Para uma nivela de raio de curva tura dado, o deslocamento da bolha proporcional ao deslocamen to angular a dado nivela no seu plano médio; & este o princi, pio fundamental da teoria das nivelas. 22 Para o mesmo deslocamento angular a da nivela o caminho percor~ rido pela bolha é proporcional ao raio de curvatura. Vemos, por tanto, que o deslocamento da botha mede o deslocamento angular da nivela no seu plano vertical ou médio. Sensibilidade, A sensibilidade da bolha de uma nivela, & medida pelo comprimento do arco AB percorrido pela bolha para um determinado deslocamento angular a. Evi dentemente, a sensibilidade de uma nivela sera tanto maior quanto, para a mesma inclinagdo, © destocamento da botha for mais pronunciado. Has acabanos de ver Vidade que o deslocamento da bolha é proporcional ao raio de curvatura. A sens €, portanto, proporcional ao raio de curvatura. 0s fabricantes indicam a sensibi lidade das suas nivelas pelo Angulo ao centro correspondente a uma diviséo da es cala. Exemplo: Sensibilidade da nivela 2" para 2 mm Rectif e outro mito distante - 0 objecto a visar. Por outro lado as visadas s30 pouco exactas porque o fio de crina (Fig.102) ,a-umaucer ta distncia, cobre uma largura apreciavel x, mes x 1 = i mo supondo que a visada se faz pelo cixo do fenda, > mas 0 erro cometido seria ainda maior se a visada oer fosse feita a um dos lados desta (Fig.102). H1.3-4.2. Abidade de Luneta fm virtude dos inconvenlentes apontados, o emprego dos instrumen- tos de pinulas é cada vez menor A alidade de luneta (Fig.103) consta igualmente de uma régua sobre @ qual se monta uma luneta, mével em torno de umeixo horizontal. A linha de Fé @ 0 eixo optico da luneta estao no mesmo plano vertical quando a alidade assenta hum plano horizontal. As vantagens da substituiggo das pinulas pelas Tunetas nos instrumentos de topografia s3o as seguintes: 1. aumentam muito 0 comprimento das visadas 2. dio mito maior preci sao 3. no cansam a vista do operador, pois as imagens do ponto visado e do retfculo formam-se no mesmo plano Fig. 103 11.3.5. Lunetas - tipos As lunetas so outro orgie dos instruments que vieran substituir as pilulas, permitindo assim, nao s6 aumentar 0 raio de acgio dos instrumentos a que séo ap icadas como Ihes dando também uma prec'sdo que, sem elas, seria impos, sivel conseguir Temos dois tipos de luneta - astronémica ou de Kepler ~ de focagem interna A luneta astronémica & composta essencialmente por dois sistemas de lentes convergentes (Fig. 10H). = TOPOGRAFIA 1 A ¥ FIG. 10% @ obfjectiva (0) - orientada para o objecto a ocugar (0') - por onde se visa A objectiva da, de um objecto distante AB, ume imagem real © inver, tida ab e a ocular uma imagem a‘b! virtual © ampliada. A luneta esta construida de rodo a que @ imagem ab se forme entre © foco € 0 centro dptico da ocular e muito perto daquele Para permitir que se possa visar com preciso a luneta possui um reticulo no ponto onde se forma a imagem ab. A luneta & constituida (Fig.105) por erés tubos: tubo porta-objectiva (A) "8 sreefeule — (B) vocular (c) Estes tubos podem deslizar urs nos outros, quer 3 ndo quer por meio FIG. 105 de parafusos especiais. 11.3.5.1. Objectiva E formada (Fig.106) por uma lente biconvexa a que se Justapde quase sempre, 9elo lado interior, uma outra lente plano- ~céncava, sendo a primeira em vidro comum (crown glass) e a outra em cristal (flint glass). Com estas duas lentes, desigualmente re~ Fringentes, forma~se a objectiva, chamada actonditiea porque anula, i. +o x, + FIG.106 ou pelo menos diminui, as irisagées que se produzem nas imagens, chamadas aberrag3o de refrangibilidade, em virtude da decomposigao sofrida pelos raios luminosos ao mesmo tempo que se refratam. £ essencial para a nitidez das imagens que as duas lentes se encontrem na ordem indicada e, para a exactidio das observagdes, que a objectiva nao oscile no seu engaste ou armadura, pelo que € recomenddvel que se nao desmonte a objectiva a no ser em casos de absoluta ne cessidade. ‘ 1.3.5.2. Oowtares Distinguense duas espdcies de oculares: a positiva ou de Ramsden © a negativa ou de Huyghens. A ocular de Ramsden (Fig.107), compdecse de duas lentes plano-con- vexas lL, € Ly, idénticas, com as suas faces convexas voltadas uma para a outra, © separadas por um intervalo igual a dois tergos da sua distncia focal comum Diz-se positiva porque deixa formar a imagem real ab fornecida pela objectiva 0, um pouco atrés do seu foco pri cipal Fy. Esta imagem sofre uma dupla ampliagao, resulcando uma imagem Final arb) ampliada e invertida em relacdo ao objecto visado. v FIG.107 A ocular de Huyghens (Fig. 108) ,8 formada por duas lentes convergen tes {Ly © Ly) geralmente plano-convexas, voltando a sua convexidade para o lado da objectiva, e dispostas de tal maneira que @ imagem do objecto visado se forma entre elas. FIG. 108 TOPOGRAFIA 3 A lente Lz colocada a frente de ab, impede esta imagem de se for- mar (dai 0 nome de ocular negativa) ¢ formendo uma imagem real ayb; mais peque- na. A lente Ly amplia aquela imagem, obtendo~se Finalmente uma imagem virtual ampliada e também invertida em relacdo ao objecto. Vé-se portanto que,em igualdade de circunstancias, a ocular negativa de Huyghens fornece uma ampliaggo menor que 2 de Ramsden €, por conseguinte, di a luneta um campo mais extenso. . 11.3,5.3. Retieweo Nos instrumentos antigos era constitufdo (Fig. 103), por dois fios de teia de aranha cruzendo-se rectangu- larmente no centro de um diafragma, com ume abertura circu lar, mantido no tubo porta-retfculo por quetro parafusos P. Estes fios, como didmetro de cerca de 1/200 de mm, so co- lados a quente com uma mistura de cera e resina. Os bordos do diafragna formando saliéncia no interior da tuneta inter, FIG.109 ceptam os raios luminosos que nao encontrariam a ocular; a campo da luneta é assim diminuido, mas a inagem torna-se mais aftida. 0 retfeulo de fios de teia de aranha, tem um grave inconvenient os fios podem deteriorar- vse fa mente, e qualquer operagao se torna desde logo impossfvel. Por isso sao hoje substituidos por tragos mito finos gravados em um vidro plano. Este siste- ma, Superior ao precedente, apresenta o inconveniente de tornar mais escura a imagem, por a luz ter de atravessar um vidro suplementar. Algumas vezes este v dro € suprimido ¢ a lente ©, chamada Lente de campo, da ocular Ramsden, € monta da no lugar do reticulo; na sua face plana sao gravados os tragos a diamante. A primeira lente 0' é entdo mével em relagio A lente de campo (Fig.110). Fig.110 1.3.5.4. Eixo dptice ou de coLimagdo E a recta que liga 0 ponto de cruzanento do reticulo ao centro da objective. Nas lunetas bem construidas, devem coincidir 0 eixo dptico,o-eike ge9 métrico © a recta que liga os centros da ocular e da objectiva. Segundo a vista do observador, a ocular deve ser mais ~ ou menos aproximads da imagem; por isso os tubos A, 8 e C iFig.105) destizam uns nos ou- tros, modificando 2 distancia das lentes. A rectificagao dos instruments exige que o retfculo possa ser des locado tanto no sentido vertical como no transversal. Esta deslocagdo é obtida pelo jogo dos quatro parafusos P que Fixamo diafragma porta-retfculo; a dnice Precaucdo @ tonar na manobra destes parafusos consiste om desapertar primeiro,mui to levemente, o parafuso do lado para que o reticrlo deve mover-se, 56 em segui- da se apertando o que Ihe fica diametralmente oposto. Esta manobra . é-prepetida até que o retfculo tenha chegado 4 posicio conveniente, que se determina exper mentalmente como mais tarde veremos 1.3.5.5. Uso da funeta Para poder efectuar uma visada coma luneta, é preciso realizar una operagao prévia, designada por por em foco, ou focar, ¢ que se desdobra em duas outras operages, uma relativa 4 ocular, que consiste em focar o reticulo, © a outra 3 objectiva, que consiste em focar o objecto a visar. Para realizar a primeira destas operagdes aponta-se a luneta sobre um fundo claro (0 ceu, uma fo Tha de papel ou uma parede branca) e faz-se avancar ou recuar o tubo porte-ocu- lar at& que os fies do reticulo se vejam com toda a nitidez. Esta operacdo sé ca rece de fazer-se uma Gnica vez para cada observador. Apontando agora a luneta so bre 0 objecto a visar, manobratse o botao de cremalheira, que arrasta simultanea mente ocular e retfculo, até que a imagem fique perfeitamente nftida. Realizada esta segunda operag3o devem ver-se, no mesmo plano, os fios do reticulo e a ima- gem do objecto visados isto € condigéo essencial para que haja rigor nas observa goes. TOPOGRAFIA 15 Se, deslocando tevemente o olho diante da ocular, se vém os fios do reticulo mover-se sobre a imagem, é porque esta, a imagem real ¢ invertida fornecida pela objective, no se forma exac 3 tamente no plano em que se encontra o reticulo, isto é,ha pa 7 pee nakaxe. Quando esta coincidéncia se nao realiza, isto é,quan . a do ha paralexe, um fio qualquer F, (Fig.111), projecta-se em pontos distintos A, 8 e C da imagem, quando, deslocando a FIG.111 vista diante da ocular, € observado dos pontos 1, 2 e 3. Ora esta paralaxe tem de ser destruida porque torna impossiveis as visadas exactas. Para isso 8 preciso, por tentativas, manobrar muito levemente o botao de crema~ Iheira e, se & necessdrio, altera-se, também muito levemente, a posigho da ocu= lar, até que a paralaxe seja destruida sem prejudicar a nitidez da imagem nem do retfculos @ luneta ests entSo apta para a cbservagao. 0 mesmo observador nao te~ rd que modificer novamente a posi¢o da ocvlar mas ter, para cada novo ponto a visar, desde que se encontre a uma distancia sensivelmente diferente da anterior, que actuar sobre o botao da cremalheira como fim de levar o retfculo ao plano da imagem, visto que a posicdo desta na luneta varia coma distancia do ponto ob servado 2 objectiva 1.3.5.6. Ampeiagdio A anpliagZo de uma luneta astronémi a & sensivelnente igual 3 re lagao entre as tancias focais da objectiva e da sua ocular, ou ainda, ao prom duto da poténcia da ocular, pela distancia focal da objective, como se demonstra em Sptica. Ao nosso ponto de vista interessa a definigdo de ampliagio como sendo a relagao entre o didmetro aparente da Imagem, vista na luneta, e 0 diametro apa rente do objecto visto a olho nu. Dois processos podem ser empregados na pratica para avaliar a ampliagio de uma luneta: 1° Apontarse a luneta sobre uma mira, ou régua dividida, colocada a ume distancia tal que se possam ver facilmente as suas divisdes & vista desarma~ da; depois observa-se a mira, simultaneamente, a olho nu com um dos olhos e pela luneta com o outro. Consegue-se facilmente apreciar 9 nimere de divisdes que, a olho nd, parecem ter a mesma extensio que una sé das divisdes vista pelo luneta; seja n este alnero; isso sig ica, evidentemente, que o didmetro aparente de uma di- visao vista na luneta én vezes maior que o diametro aparente da mesma divisao vista a olho ni. A ampliagdo &, portanto, igual an. Este processo, conhecido pe lo nome de processo de Galileu, é utilizivel com todas as lunetas. 2° Qs raios luminosos que atravessan a luneta podem ser recebidos, atras da ocular, sobre uma superficie qualquer onde formam um circulo — luminoso que & @ imagem da objectiva; deslocando aquela superficie acha-se a posigso em que esse circulo ou ane) é mfnimo. Este anel temo nome de ancl [ou eXrouto) ocw Lan de Ramsden. A medida do didmetro deste anel serve para determinar a amplia~ cao da luncta, que € dada pela relacdo entre os metros da objectiva e do anet ocular. A medida do diametro do anel ocular faz-se por meio do dé ndmetho de Ramsden, que consta de uma pequena lente de forte am , pliagdo, (Fig. 112), montada num sistema de trés tubos, a, 6 e e [hs No tubo b esta montada uma.superffcie trans lic la Hee P i a me m com divisées microscépicas - as vezes centésimas de mm. 0 tubo ¢ fixa-se na ocular da luneta, deslocando-se depois a até se ver nitidamente a divisao do micrémetro mj depois desloca~se b até FIG.112 que sobre nm apareca bem nftide o cfreulo ocular cujo didmetro se pode entao avaliar com precisao. Para me: © diimetro da objectiva emprega-se um compasso cujas pontas, colocadas sobre a objectiva, vio formar a sua imagem sobre a circunferéncia do cfrculo ocular. Este process, conhecido pelo nome de processo de Ramsden, s6econ vém as lunetas simples, quer dizer, que nao tenham lente suplementar entre a ob~ Jectiva e a ocular. A ampliacio no caracteriza, s6 por si, a poténcia de uma luneta, quer dizer, a maior ou menor faci! dade com que se notam certos pormenores de ob Jectos afastados. Uma luneta pode ter grande ampliagio © no ter poténcia,porque, para uma luneta de dimensdes dadas, a luminosidade diminut a medida que a amplia 30 aumenta. A luminosidade de uma luneta é fungio da abertura desta, isto é, da superficie da sua objectivas por isso as lunetas dos instrumentos modernos tm geralmente um alargamento considerdvel do lado da objectiva, o que permite dar 2 esta maior diametro. TOPOGRAFIA it 11.3.5.7. Luneta de focagem interna A luneta de Kepler tem 0 inconve, , niente de os continuos deslocamentos do tubo por tarretfculo provocar alteracéo da posicdo do el- feb i xo dptico e, além disso, de haver o perigo da pe netragao do pé e da humidade pelas juntas dos tu FIG.113 bos. Por isso, 05 aparelhos modernos passaram a ser equipados com a Lunota de go cagem interna nas quais é invariavel a distancia entre a objectiva 0' (Fig.113), € 0 plano do reticulo R. A focagem deste obtem-se pela rotagao da ocular 0,poden do entdo ler-se numa escala em dioptrias a posigao da ocular, que é constante pa ra 0 mesmo observador. Depois, a Focagem do objecto visado resulta da deslocacao longitudinal interior de uma lente divergente D comandada pela rotacdo de um ane! existente na parte exterior da prépria luneta. Assim, esta é, pode dizer-se,b dada, ndo podendo entrar o po nem a humidade, como acontecia nas lunetas antigas com 05 inconvenientes apontados. 11.3.6. Limbo e afédade Chama-se limbo, qualquer arco de cfr ae culo que tem uma isdo propria para me os Angu= los. Na maior parte dos instrumentos o limbo tem a forma de um disco anular ou coroa L, (Fig. 114) novin terior do qual gira um prato A, a que esta fixo um visor “que: pode ser de pinulas ou uma luneta; este prato & a agédade. Os Lindos sao ididos em graus ow em grados. Eram sempre metélicos e so agora de cris tal os dos mais modernos instrumentos. A alidade tem um Indice <5 por motivos que depois veremos, existe geralmente um segundo indice i! na outra extremidade do diametro que passa por (. Em certos casos limbo reduz~se a um semi-cfreulo ou a um sec~ tor. Para aumentar o rigor das leituras, os Tndices i e {' foram substituidos por ndnios, 0 que permite avaliar fracgdes da menor divisio do limbo. 1.3.6.1. Dévisdo dos Lémbos Quasi todos 03 aparelhos antigos tinham a divisdo sexagesimal. Neste sistema a circunferéncia do limbo é dividida em 360 partes iguais ou grauss cada grau subdivide-se em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos. Este modo de diviso & hoje substituido muito vantajosamente pe- lo sistema centes.onal: a circunferéncia é dividida em 400 partes iguais, chama- das grades; cade grado subdivide-se, segundo as regras do sistema decimal, em de cigrados, centigrados, miligrados, decimiligrados, etc. 0 grado vale 100 centigrados ou nénutos centesémais; o minuto centesimal vale 100 decimiligrados ou segundos centesimais. Para distinguir os minutos © segundos centesimais dos minutos e segundos sexagesimais usa-se a nota gio ve. 0 sistema centesimal é cada vez nais usado e & de crer que chega rd a ser geralmente adoptado em geodesia e topografia; contudo, nao convém aos astronomes © marinheiros porque ndo concorda com a medida do tempo. Porém, adap~ tavse melhor ao calculo com escelas logariticas. Os fabricantes empregam qual~ quer dos dois sistemas, conforme o desejo do comrador Ha uitas vezes necessidade de exprimir no sistema sexagesimal um 2ngulo dado no sistema centesimal e vice-versa Desde que no sistema sexagesimal o quadrante vale 90 x 60 x 60 = 324 000" (segundos sexagesimais) ou 100 x 100 x 100 = 1 000 000% (segundos centesimais) © resultado pretendido odtém-se por uma simples proporgio em qualquer dos casos. Mas podemos fazer de um modo mais simples estas converses. Podemos escrever: 9° 10 gr —- Bor donde a = 3, oor ou Bgr - Fy Bor logo: © niimero de graus da medida de um Sngulo & igual a 9/10 do ndme~ ro de grados; daqui deduzimos a regra: TOPOGRAFIA "para transformar em graus um angulo dado em grados, basta sub- trair do ndmero de grados a sua décima parte” Exemplo: Converter em graus © ingulo a) deduz-se a decima parte b) multiplicando a parte decimal por 60 0,50255 x 60 = c) mltiplicando a parte decimal por 60 0,153 x 60 = 101 ,66950 gr 10, 16695 91 50255 30,153 9518 0 valor do 2ngulo dado em graus & 91° 30' 9,18 Igualmente temos Bar ou logo 0 niimero de grados da medida de um anguto € igual a 10/9 do nimero de graus; daqui deduzimos a regra: “para exprimir em grados, um Sngulo dado em graus, trans formam= ~se 05 minutos e segundos sexagesimais em fracgdo decimal e somarse ao resultado assim obtido a sua nona parte!!. Exemp loz Converter em grados um angulo de 919 30" 9,18 Reduz-se 0 complexo a inconplexo 9,18 : 60 = 05,153 30,153 » 60 = 0,50255 o que da 91° 50255 Somando @ nona parte 10, 16695 0 valor do angulo dado, em grados € 101 ,66950 gr Na pratica utilizam-se tdbias de conversdo que acompanham hoje todas as tabuas de logaritmos e muitas outras. As tabuas de Guedes Vaz e de Mario Abilio de Almeida usadas nos estudos de tragados de estradas e caminhos de ferro, tém também tabelas que per~ mitem fazer rapidamente a conversao. 1.3.6.2. Modo de divisao dos Lénbos A graduagao pode ser cres cente no sentido do movimento dos pontei~ 713940 40 30120 ros de un relagio ou no sentido contra~ ries FiG.116 rio} na pratica este sistema (sentido di- recto) & preferivel ao primciro (sistema inverso ou retrégrado) por estar mais de harmonia com os nossos hdbitos de ler e escrever da esquerde para a direita e €, portanto, menos sujeito @ enganos na leitura. Para limbos graduados no sentido directo (Fig.115), as divisdes apresentanrse de maneira tal que, pelo habito, se 18 sem hesitagao: 1323 no ou- tro caso 0 hdbito levar-nos-4 3 ler, igualmente, 132 em vez de 128, 0 .que pode dar-se com uma pequena falta de atengao. 11.3.6.3. Poségdo retativa do Linbo @ do ninio Nos instrumentos de medidas de angulos, 0 arco do nénio deve ter © mesmo raio que o do limbo a que est& adaptado; além disso é preciso que os cen tros do linbo ¢ da alidade, e portanto do nénio, coinci dam, ¢ ainda que os zeros ou indices dos dois nénivs opostos (quando existam) estejam nas extremidades do mesmo diametro. Claro esta que a divisao tem de ser exacta tanto no limbo como no ndnio. E algumas vezes necessario verificar se estas condigées, ou pelo menos alguns delas, sao satisfeitas. Adiante falaremos dessas verificacées. TOPOGRAFIA 51 11.3.7. Nonéo Fazendo as leituras com o [ndice da alidade, as dimensdes dos. limbos nao permiten avaliar, com suficiente rigor, as Fracgdes das suas divi- sdes a contar na medida dos Sngulos- Para apreciar essas fraccbes temos de recorrer ao nénio. 0 nénio foi inventado, no século XVI, pelo célebre matemitico e astrénomo portugués Pe~ dro lunes, de cujo apelido tirou o nome. Pedro Nunes foi cosmégrafo-mor do reino © um dos maiores gedmetras do seu século. 0s franceses chaman-Ihe Vernier, por atribuirem a sua invengdo a um seu compatriota com aquele nome, que viveu no sé- culo XVII. 0 nénio & uma engenhosa combinacao simples ¢ pratica, construida de tal modo que nos permite avaliar fracgdes da menor divisdo das escalas graduadas. Seje HN (Fig.117), uma régua dividida, sendo cada uma das suas divisdes igual a 0; tomemos (n-1) destas dvisées, cujo comprimento é, portanto, AB = (nl) 0 Marquemos este comprimento noutra régua AB © dividanos esse con- Primento em n partes iguais; cada divisdo de AB sera igual a d. Temos que o com- primento AB & oH ABen-d Podemos ent3o escrever que (n-1) D=n-d 0 comprimento d de cada divisao do ndnio tera o valor -p=0- 2 n A diferenga entre o comprinento de uma divisdo D da escala e uma iso d do nonio chama~se natureza ou aproximagao do ndnio e é dada por FIG.1I7 FIG.118 E a natureza ou aproximagao que nos permite avaliar uma fracgio da divis3o D da escala. Consideremos a Fig.118. Seja medir o comprimento do segmento PS. Este segmento 6 igual a 3 divisdes da escala mais x = RS; temas entao: PS = 30 4 RS = 30+ x Coloquemos o fndice do ndnio em contacto com a extremidade S$ do segmento a medir; vemos que a divisio 7 do nénio esta no prolongamento da divi- G0 10 da régua dividida. Ora entre os tracos 3 e 10 da régua temos 7 divisdes, 40 passo que de 0 a 7 do nénio temos igualmente 7 divisdes. Os comprimentos de 7 divisdes da escala e do igual niimero de divisées do nénio diferem de x = RS. Ja vimos que a diferenga entre uma divisao da régua e 1 divisio do nénio era D/n entre duas divisdes da regua e duas do ndnio é © assim sucessivamentes logo a diferenca entre mdivisdes da régua e m divisées do nonio & a2 a Concluimos, entéo, que 0 xamd a Daqui deduz-se a sequinte regra: A Fracgao x da divisio da escala que precede o Indice do nénio & isdes do nénio igual & aproximago D/n deste multiplicada pelo niimero m de compreendidas entre o indice © 0 ponto onde uma divisao do ndnio esta sensivel- mente no prolongamento de outra divisao do limbo. coincide exacta~ Acontece muites vezes que nenhum trago do né mente com um trago do limbos neste caso nota-se que dois tragos consecutivos do nénio se aproximam mito da coincidéncia e a leitura exacta corresponde, portan- to, 2 um valor intermédio entre os que correspondem a esses dois tragos. A observagao do nénio faz-se por meio de uma lupa. ~ TOPOGRAFIA 33 Exemplos: af Consideremos a Fig.118. Supondo que as divisées da regua MN s3o de 0,5 cm, temos D = 5 mm, € como o nénio tem 10 divisdes, a sua aproximagao se~ ra: Dest N= 7 7 5 mm © comprimento do segrento FS sera, portanto, PS = 304 x= 304 m223%54 7% 0,5 = 15 + 35 = 18,5 mm 2. Suponhamos um Timbo di vidido em meios graus, isto é, 0 = 30! (Fig. 119). Para construir 0 nénio to- mou-se um arco igual a vinte e nove di FIG.119 visdes do limbo e dividiu-se em trinta partes iguais. A natureza deste nénio.é portanto: Sic f 0 zero ou fndice do nénio encontra-se além da divisao 35°, e é a divisao 10 do ndnio que esta no prolongamento da divisao 49%, do limbo;logo m=10 Vé-se, portanto, que a fraccdo x da divisio a considerar 6 1D x1 = 10" sle Por conseguinte, a leitura do limbo no caso da Fig.119, da: 359 10 Se um limbo é dividido em meios 95" graus e se, para formar 0 nénio, tomamos 14 des sas divisdes que foram divididas em 15 partes, i o a natureza do nénio Fig. 120 Ne ao cia A leitura do limbo no caso da Fig. 120 é 659 20'. Suponhamos ainda que temos um limbo dividido em quartos de grado © que pretendenos construir um nénio que dé a aproximagio de 50% Entdo, como te mos D = 25> = 2500“ e N= D/n = 50%, acharemos: Dd 2500" _ 5 50" "50 Portanto tomariamos um arco igual 2 49 divisdes do limbo que se- ria dividido em 50 partes. 0 ndnio abrangeria, assim, um arco de 12,25 grados. 11.3.8. Mécrosedpios Os nénios foram empregados em todos os instrumentos antigos e a Sua aproximagio depende do numero de divisdes. Na grande maioria dos instrumen= tos modernos a leitura dos limbos faz-se por meio de microscépios de forte am- pliagao com dispositivos diversos. 11.3.8.1, Micnoscdpéo de tragos E solidario da alidade, com 0 eixo sensivelmente normal ao lim= bo, tendo um retfculo com um trago paralelo aos tragos do limbo (Fig.121)que ser TOPOGRAFIA Ocular Reticule objective Fig.121 ve de Indice. 08 pouca preciso. No caso da Figura o centigrade é obtido por es- tima. Hé-os com trés tragos, fazendo-se entdo a média das trés leitu- ras, © que reduz 0 erro de observagio. 11.3.8.2. Micnasedpio de paraguso mécromotrico Baseia-se no anterior, mas a fracgdo, em vez de ser obtida por estimativa, mede~se pela deslocagao que é necessdria dar ao traco do reticulo pa rao levar @ coincidéncia com © trago do limbo que © precede. Essa deslocacao é lida no tanbor que constitui a cabega do parafuso micrométrico que comanda 0 mo~ vimento. Permite grande precisao. FiG.122 1.3.8.3. Mécrosedpdo com mécrdmetno Gptico Baseado ainda nos anteriores; a fraccao & medida pela deslocagao a dar & Imagem do limbo, por meio de uma lamina de faces paralelas para levar o trago da graduago, que precede o do retfculo & coincidéncia com este. Essa des- locagdo € medida pelo Sngulo de rotagio da lamina transmitida a um tanbor gradua do de cristal cuja imagem também é observada por um microscépio. Permite a leit ra direta do centigrado, ou mesmo meio. E usado actualmente em aparelios Fennel, Zeiss e Wild (Fig.123). 104», 055 Fig. 123 11.3.8.4. Mécroseapio de escata Em vez do retfculo, tem uma escala de comprimento igual a uma di viso do limbo, gravada sobre uma lamina de cristal e graduada em sentido contra 20 da graduagao do imbo para se poder medir a fracgdo entre o seu zero, que 0 indice, e a divisdo precedente do limbo. Podem dar 0 centigrade por leitura directa. Usa-se actualmente em aparelhos Fennel, Galileo e Witd (Fig. 124) TOPOGRAFTA El 94 oe 0 © 20 30 9 50 60 70 40 90 00 0 20 30 a So 69 70 80 99 On iene al 192 (St Az Lolli con Circulo vertical: 98.1758 Girculo horizartals, 192 04% FIG.124 1.3.8.5. Mécroscopio de ninio Igual ao anterior mas em vez da escala é un nénio que esté gravado na lamina de cristal. Utiliza~ se actualmente nalguns aparethos Salmoiraghi (Fig.125) e Fennel, podendo ler-se directamente 1 centigrado FIG.125 tame ertcaats aos I1.W, Tnstrumentos para a medida de distancias 11.4.1, Genorabidades A medigao de distncias sobre o terreno € um problema importan= tis © em engenharia, quer para a execugdo de levantamentos, quer para outros trabalhos principalmente no estudo e implantagao de obras. A medida das distancias pode ser directa ou indirecta; no primei, ro caso hd que percorrer em toda a extensao o alinhamento a medir,’ aplicando a unidade de medida tantas vezes quantas o exigir aquela extens3o, 30 passo que no segundo a distancia é deduzida de uma iinica observagao, feita de um dos extremos € baseada em processos pticos. A medida directa exige que se fasa previamente o tragado do ali- phamento, que se faz por meio de bandeirolas, cono se indicou em 11.2.4. 11.4.2, Detenménagte directa de distineias 1.2. Reducao ac horizonte Vimos que as plantas e as cartas topograficas s30 uma redugSo da projecgao horizontal do terreno. Interessam-nos, portanto, as distancias horizon tais, ¢ quando os instrumentos nos fornecem as distancias reais, quer dizer, me- didas segundo a inclinagao do terreno, é preciso, por um cdlculo simples, chama- do de redugdo ao horizonte ou & horizontal, determinar as projecgdes horizontais dessas distancias, visto que 56 essas projeccdes so utilizaveis para a execugio da planta. Seja D, (Fig.126), a distancia medida na in- B clinagao, entre os pontos Ae B, e ao Angulo .que a linha 9 que 05 une faz com a horizontal. A projeccio hor’zontal de AB sera: BZ d= D cos a ee F1G.126 A distancia D tem, pois, de sofrer uma cor- recgao que é: §=d-D=Dcosa-D=0 (cos a- 1) TOPOGRAFIA 9 Esta correcgao, sempre negativa, calcula-se com 0 auxilio de té- buas numéricas ou gra as. Se a inclinagio for muito grande, e dispusermos de um instrumen- to que nos dé 0 valor do angulo de inclinagao, é mais pratico fazer a medida se~ gundo 0 terreno e depois fazer a redugao ao horizonte por célculos analiticos. 0 quadro abaixo permite-nos fazer essa reducdo. Este quadro da-nos a grandeza da projecgéo de 1 metro para as in inagdes entre 19 @ 459, . Quadro para a redugio de distancles 20 herizonte 1 1201 bal Exemplo: Suponhamos que, no terreno, medimos uma distancia de 185 m com uma inclinagio de 16%; a redugao ao horizonte desta distancia serd, portanto: 185 x 0,96125 = 177,8331 m Para valores intermédios da inclinag’o procede-se por interpola Gao. 1.4.2.2. Netto ¢ duplo metro 0 metro € o duplo metro sao as vazes titeis, nado diremos no campo, mas no levantamento de plantas de edificios, pelo menos dos seus pormenores. FiG.127 1.4.2.3. Réguas de madeira Foram outrora empregadas na medio de distancias, mas apesar de certas vantagens, devida & sua rigidez, foram postas de parte,principalmente por a sua manobra exigir muito tempo. Prefere-se-thes hoje a Fita de ago, que permi- te operar mais rapidamente. Em geodesia empregam-se ainda réguas, de 4 a 5 me- tros, munidas de acessérios especiais destinados a aumentar a precisao das medi~ das, para a medigao de bases de triangulagdes. Mesmo nesta ltima aplicagio es- to substituidas pelas fitas de ago especiais e pelos fios de ago invar () SRI Ciodalliadaaaa FIG. 128 11.2.4, Cadeéa A cadeia, que todos conhecemos, tem geralmente dez metros de comprimento (Fig.129). Com poe-se de cinquenta fusis ou elos de fio de ferro, ligados entre si por argolas do mesmo metal, e ter~ minando por dois punhos. Um fusil com metade de cada uma des FIG.129 sas duas argolas adjacentes mede 0,20 ms cada purho TOPOGRAFIA 3 como fusil imediato e metade da argola que se se gue, tem também 0,20 m. 0s metros so indicados por argolas de cobre e a meio da cadeia hd uma marca especial (Fig.130).A cadeia também pode ser de 20 metros, sendo ent3o constituida por 100 fu- sis. A cadeia tem como acessério indis, pensdvel um molho de 10 fichas, ou o que é prefe- rivel, de 11 (Fig.131). As fichas (Fig.132) so hastes de ferro, de vinte a quarenta centinetros FIG.132-133, de conprimento, terminadas em ane] numa das extre midades.. A Ficha de contrapeso (Fig.133), mais comprida e mais forte que as fichas ordindrias, tem um contrapeso na parte inferior para se cravar verti- calmente quando, suspensa pelo ane}, a abandonamos accdo da gravidade. A cada molho de 11 fichas ordindrias junta-se, as vezes, uma ficha de contrapeso, mas nas operagées no deve esta andar misturada com aquelas. 11.4.2.5. Fétas de aco e de pane Para a maloria dos trabalhos correntes, emprega-se muito vulgare mente a fita métrica de pano, desde que nao se trate de medidas que exijam certo rigor E uma estreita fita de pano (Figs. 134 @ 135) com 0 com primento de 10, 20 ou 30 metros, ra ramente 50, que se enrola nun eixo dentro de uma caixa. Gtil para a me digho de pormenores, é muito ports tile de um emprego facil, mas ofe- rece pouca precisao, porque a humi- dade e a tracco modi ficam notavel- FIG. 134 a mente 0 Seu comprimento, apesar dos Fios metalicos que 3 vezes tem. A fita de ago (Fig.136 e 137), tem geralmente 10 ov 20 metros de comprimento. Termina por dois pur nhos cavados ao meio no sentido do comprimento e da largura, por canais semi-circulares onde se aloja a Ficha quando se faz a men digdo. 05 metros $80 indicados por cravos de cobre e as decime- tros sao indicados, al ternadamen- FIG. 136 FIG.137 te, por um oriffcio circular e por um cravo mais pequeno que o que marca os met-os (Fig.138). Estas marcas va riam. ‘ Ht Hoje usam-se principalmente fi- tas de ago de 20 m que se enrolam dentro de cai, xas iguais as das fitas de pano e que nao sd0 mais volumosas. S30, como as de pano, graduadas Lowest wens tm Se etros @ centfmetros em toda a : Z Fig. extensao. 0 modo de emprego da fita de ago ¢é ie 38 em metros, decfi idntico ao da cadeta, com ela evitamse os nds, mas a sua rigidez acarreta o pe rigo de quebrar, quando n3o é manejada com cuidado, qualquer dobra brusca provo~ ca a ruptura. 0 seu fraco peso torna menos sensivel o erro devido 8 catendria, quando se medem distancias horizontais em terrenos inclinados. Da mais precisao que a cadeia 11.4.2.6. Féo de ago invar Para uma precisao : superior & que é dada pela fita,re corre-se a outros métodos.Um deles consiste no emprego do fie de aco invar (Fig.139), de 20 m de compri, mento, ou mais, com 1,5 mm de dia~ metro, terminado, em cada uma das Fig.139 extremidades, por um cilindro C de TOPOGRAFIA 93 gorne G, a0 qual se liga o gancho de um dinamdmetro; este tem divisdes por baixc do ci indro C', que tem um trago de referéncia. No gorne 6 passe um fio de prumo que projecta 6 no terreno.0 fio tem de ser mantido com uma certa tensdo, medida pelo dinandmetro 0 énvat, metal descoberto no princfpio do século XX, é uma liga de ago e niquel (36 % de niquel) que possue um coeficiente de dilatagio muito pe queno e constante, (x=0,000001/1C) qualidade fundamental para a medida de dis- tancias de alta precisdo. Com este material consegue-se reduzir os erros a 1/20 000 ¢ mes~ mo 1/50 000 dos comprimentos medidos. Em geodesia recorrense também a fios de aco invar com dispositi- vos mais aperfeigoados, que permitem, na medida das bases das grandes triangula- entos medi dos goes, reduzir o erro a 1/500 000 € mesmo a 1/1 000 000 dos comp! 1.4.2.8. Uso dos instnumentos de medida Para empregar a cadeia ou qualquer dos outros instrumentos dé me dida, hd necessidade de um medidor, ou o proprio topégrafo, = um ajudante; o pr: neiro caminha atras e 0 ajudante na frente © emprego das fitas de ago e de pano na medicdo de comprimentos & Feito de modo idéntico ao descrito para a cadeia. Estas apresentam sobre a ca- deia as seguintes vantagens: maior comodidade no seu emprego e maior exactidao nas medidas efectuadas. Temos a distinguir os casos de medigao em terrenos ho em terreno inclinado. Medico em terreno horizontat Se 0 terreno é sensivelnente horizontal, a medigao faz-se coma cadeia estendida sobre o terreno, exercendo-se sobre ela uma tracgio moderada, de 5 a 10 kilogramas no miximo. 0 operador coloca 0 extremo do punho da cadaia a0 lado do eixo da primeira bandeirola; 0 ajudante tem o segundo punho e as Fi- chas, e marcha na direcg3o dada até que a cadeia esteja perfeitamente estendida; sendd precisé rectifica, segundo os sinais que Ihe faz o operador, a posigao to- mada; entao crava no solo uma ficha, tangencialmente ao exterior do punho, e os dois, operador e ajudante, levantando a cadeia, e mantendo-a com certa tensio,mar cham na direcgdo do alinhamento, simultaneamente. 0 operador vai apoiar contra a primeira ficha @ parte exterior do punho que segura; © ajudante coloca segunda ficha, © assim sucessivanente. Deixando um ponto, 0 operador arranca a ficha e quando tem dez entrega-as ao ajudante e toma nota de dez decdmetros, ou vinte, conforme 0 com Primento da cadeia, Chegando ao extremo da linha a medir, o ajudante coloca a ca deia em posicao junto da Gltima bandeirola do alinhamento e 0 operador, deixando a cadeia no solo, avalia o comprimento total medido, que consta de: 12 Tantos hectémetros (ou duplos hectémetros, segundo o compri~ mento da cadeia) quantas foram as entregas do molho de fichas a0 ajudante 22 Tantos decametros quantas so as fichas que o medidor tem na mao (verificase neste momento, se este niimero mais o das fi- chas que 0 ajudante tem na mio somam onze, contando a que ain da esta cravada no terreno) 32 Uma fracgdo do decdmetro, constituida por um certo namero de metros, contados por as argolas de cobre, mais um certo nime~ ro de fusis, cada um com 0,20 m, € ainda uma fracgao de fusil, que se avalia 4 vista. Regista-se entdo o resultado e arranca vse a Gltima Fiche, 0s molhos de fichas devem ser,cono sedis se, de 11, Com 10 fichas, nao é possivel ao operador entrega~ slas todas no fim de um hecténetro, porque sempre preciso que Fique uma cravadai com 11 fichas, quando o operador entre, gar 10, a 119 fica.cravada € serve de ponto de partida da me- digo seguinte. No inicio da medida, o operador entrega 10 ao ajudante © fica coma 114, Hedigto em terreno inekinado A medigao em terreno inclinado pode efectuar-se de trés formas: a) Hedindo na inclinag3o~Procede-se entdo como em terreno hori- zontal, arrastando a cadeia sobre o terreno, mas é preciso me, dir, a0 mesmo tempo, a inclinagio do terreno para se efectuar depois 0 caleulo da redugdo ao horizonte. TOPOGRAFIA 95 b) Medindo em ressattos, des gendo-0 operador aplica uma das extremidades da cadeia no ponto A, (Fig. 140), © ajudante estica a FIG.1ho cadeia de maneira a colo~ ca-la horizontalmente, em AD e para determinar © ponto E, que corresponde 4 extremidade da cadeia, deixa cair a ficha de contra-peso. Medem-se sucessivamente os comprimentos de 10 m AD © EF, e, por fim, 0 comprimento GH. A soma das horizontais AD, EF e GH é 0 comprimento procurado da projeccao CB.A ficha de contranpeso $6 se deve largar quando deixou de oscilar e logo que se cravou no terreno é substitufda por uma Ficha or- dindria, cravada exactamente ao mesmo ponto. Em vez da ficha de contra-peso, e dando maior exacti d30, emprega-se mais correntemente uma bandei ola, suspensa entre doi dedos, ou mesmo o fio do prumo. ¢) Medindo em ressaltos, subindo~Agora é 0 medidor que tem de elevar os bragos para menter @ cadeia horizontal. Mas como é preciso, ao mesmo tempo, manter o seu extremo na vertical da Ficha que marca a origem da nova medigao, & preciso recorrer a0 auxilio de uma bandeirola cravada verticalmente. Este prom cesso é inferior ao anterior. As medigdes em ressaltos tém de fazer-se por fraccées tais que nao dém um desnivel exagerado, pois em tal caso ja se ndo pode manter correctamente a cadeia. Também, quando o terreno € muito inclinado, ndo se faz a medigdo por langos de 10 metros, mas sim de 5, 3s vezes 4 e mesmo 3, ou menos. Vantagens e inconvenentes da cadeia A cadeia tem a vantagem do baixo preco © da facitidade con que, com ela, se atravessam certos abstaculos sem receio de deterioragao.Se os punhos ndo tém ranhura para aplicagio da ficha, produz~se um erro constante em cada vio, qualquer que seja a maneira como as fichas so colocadas. 0 melhor é colocar sem pre estas, como se disse, exteriormente aos punhos, porque assim se comete um er ro igual 3 grossura da ficha, mas como esse erro & negativo, compensa em parte outros erros inerentes ao uso da cadela € que, como veremos, so quase todos po- sitivos. A cadeia tem o inconveniente dos nds que se for- mam Frequentemente nas articulagées (Fig.141), cada um dos quais —S- di io comprimento da cadeia de cerca de dois ou trés cent metros, © que acarreta um aumento de outro tanto a0 comprimento | FtG+1M1 medido. Outro inconveniente consiste no seu alongamento, resultante de um esfor- 0 de tracgao exagerado ou continua, em virtude de tenderem a abrir os aneis dos extremos dos fusis. 0 primeiro destes inconveniertes - nds - remedeiavse prestan do atengao 3 cadeia, e 0 segundo, com frequentes aferigdes, comparando o compri- mento da cadeia com a medida padrdo. Esta deve ter sido marcada com todo o rigor, com uma Fita de ago, por exemplo, e fazendo as necessdrias correccées de tempera tura, em uma superficie sobre a qual se possa considerar nula a influgncia da temperatura. Se verificando a cadeia, se acha que ela se alongou, encurtar-se~a, batendo as extremidades dos fusis no sentido do comprimento. Com 0 emprego da cadeca ee ‘ Taanchart (Fig.142) desaparecem os in convenientes citados. Difere da cadeia ordindria, pela substituigio do fio de ferro pelo flo de ago e pela supressio Fig. 142 das argolas de ligagdo entre os fusis. & mais leve © no sofre outras variagdes de comprimento além das devidas & temperatura. A forma especial dada aos ancis que terminam os fusis e a supressio das argolas impedem a formagdo de nés. 95 A CORRECGOES DAS MEDIDAS DE DISTANCTAS Quando 0 comprimento da fita ou cadeia ndo corresponde ao seu va- lor nominal deve fazer-se uma correcgde As medidas efectuadas. As correcgdes slo feitas atendendo as seguintes regras : + Se a fita § mais comprida - a distancia medida cerd mais pequena -a correcgio sera positiva. P Se a fita § mais curta - a distancia medida ser4 mais compri- da ~ a correcgio ser negativa. Se o comprimento de uma fita de comprimento nominal 1 8 1+%1_, © erro por unidade de comprimento & ot Sh Se a distancia medida for d, © © verdadeiro valor a, , entéo In a, =a a2. 2 8 ca comp. "actual da fita Coup. t9 nominal da Fita BXEMPLO Una fita con o comprimento nominal de 20 m quando comparada con uma meddda aferida medin : a) 20,05 m b)- 19,95 @ Se se modiu um alinhamento AB com esta fits e se obteve o valor: a)= 131,35 a b)- 11,45 m qual o verdadcire valor do comprimento de AB? ig RESOLUGIC 0,05 a)- Erro por unidade de comprimento —— = + 0,0025 20,00 Comprimento exacto d)= 131,35( 1+ 0,0025) = 131,68 a Veriticagéo a= 22505 5 151,55 = 151,68 2 20,00 0,05, b)- Erro por unidade de comprimento = -0,0025 20,00 Comprinento oxacto 4, = 142,45(2 = 0,005 )= 142,10 m Verificagao ay A298 x ann yhs = 11,10 m ¥ 20,00 GORRECGRO DAS MEDEDAS DE AREAS © valor da Grea medida com una determinada fita cujo comprimento nao corresponde ao seu valor nominal 6 Age Keds day (o) em que - Srea medida 4. @ 4,5 dimensdes lireares da superficie medida Tendo a fita de comprimento nominal 1 un conprinento 1s51 , os verdadeiros valores ded. ed. sac: mi ° “m2 Atendendo a (T) vem $1)? a, = 4,288 Area verdadeira = rea medida x fcomprinento actual da fita y conprimento nominal da fita (1.4.2.9. Conreccdo da glecha Na medida em ressaltos descrita atras, a cadeia fica suspensa en tre dois pontos, ¢ toma, portanto, uma forma curva formando uma = caténdnia ANB (Fig. 143). A esta curva pode confundir-se com ume pardbo la, cujo desenvolvimento D entre os pontos Ae 8 é dado pela expressio: . ae BE 2tomee., TOPOGRAFIA 7 @ correcgao (negativa) & dada por 82 3t em que £2 = AB (vao) e f = MR (flecha). Sendo p 0 peso por metro linear da cadeia e t a tensio aque a Fita estd submetida, em quilogramas, temos entdo 29 Cee 2a? © valor de t determina-se com um dinamdmetro 11.4.3. Detenménagdo indineta de déstineias 1.4.3.1, Generatédades Por este processo as distancias so medidas sem ser preciso per- correr 0 alinhamento, o que se torna bastante pratico e rapido. A sua preciséo, inferior & das fites de ago, varia entre limites muito largos, © que implica um emprego mais limitado deste processo. A determinaco indirecta de comprimentos pode ser feita por pro- cessos estadimétricos ou telemétricos. 11,4.3.2. Estadémetria 0 principio da estadinetria € muito simples e baseia-se numa semelhanga de triangulos. Seja Da distancia a medir (Fig. 144), AB una = mira graduada, EF uma paralela 4 mira e $0 observadors sejam ainda SA e SB dois raios visuais passando par Ee Fe que abrangem na mira a altura H. Temos a i donde oe oxn ‘ FIG. 144 métricos d © uma das duas grandezas Hi ou Nos instrumentos esta: h, mas geralmente h, sao constantes. Temos, portanto, a relagao d/h como constante instrumental, que permite calcular D. Esse cdlculo é ainda reduzido @ sua maior simplicidade, por~ que essa constante & geralmente igual a 50, 100 ou 200. Quer dizer,para H = 1 te remos D igual 2 50, 100 ou 200. A réqua dividida, sobre a qual se avalia H, da- “se 0 nome de esdidéa (do grego stadion, tancia) e @ estadimetria tem por ob- Jecto a medigdo indirecta das distancies; mas, para operar, & necessario outro orgao, 0 visor, e que, para se obter a necessdria precisao, tem de ser uma tune ta especialmente disposta para esse fim, como adiante veremos. 1.4.3.3. Luneda estadimetricn Ja falamos da es- tadimetria, que se baseia no em, Prego da estadia e de uma luneta e. apropriada, a luneta estadimétri- 1 ee ee ca, que & uma luneta ordinaria cu [ jo retfevlo (Fig.145), tem dois Fios ou tragos ~ os Fios estadiné. eat tricos ab e a'b' ~ paralelos a um dos fios diametrais e simétricos em retago a ele. 0s fios estadinétricos podem, portanto, ser horizontais ou verticais, mas so ordinariamente horizontais. Sejam: ae b (Fig. 146), as projeccdes dos mesmos fios estadimé- tricos sobre o plano diametral da Iuneta normal 4 sua direcgao, Oa objectiva e AB a estddia, paralela ao plano dos fics e normal 3 sua direcgio, isto é, verti- ocuas © FIG. 146 TOPOGRAFIA 9 cal se eles so horizontals ou horizontal se s3o verticais. Quando a luneta esta focada, a imagem da esta acha-se situada no préprio plano dos reticulos e os Pontos ae b da imagem correspondem, portanto, aos pontos Ae 8 da estadia.Temos D 16 ete 1 Th a) Esta expressao nao serve para calcular Dj, porque d,distancia da imagem & objecti ‘a, no & constente; varia com 0 afastamento Dy da mira, segundo a lei da dptica 1 anne @ sendo f a distancia focal principal da lente. Para determinar a quantidade, que em todos os casos, igual a relagdo G/h, bastard eliminar a variavel d entre as equagdes (1) e (2); atendendo a que a distancia da estadia ao foco anterior da objectiva é b! Dy - Fy achacse tatge Dia = kG (3) sendo k = f/h uma constante - a "constante de mibtip£icagao” - visto que fe h S80 constantes para a mesma lunetas portanto, a medida da altura G, abrangida na estadia entre os fios estadimétricos, permite determinar a distancia 0’ da esta- dia a0 foco anter da objectiva fF. Este ponto, a partir do qual as alturas @ 25 0', & chamado centro de anatatismo (do grego,ana 80 proporcionais as distan Natto, imutavel, invariavel) porque dele se vé, sempre sob o mesmo Angulo w, 0 segmento &. E Facil verificar geometricamente que as distncias avaliadas com a luneta estadimtrica tém para origem o foco F. 0 raio luminoso a a', paray lelo ao eixo dptico, refratando-se na objectiva toma a direcg3o a'A, que passa no focos por outro lado, 0 raio luminoso ad passa no centro 0jda objectiva e nao sofre qualquer desvio; a intersec¢ao de ambos determina o ponto A da estdia cu- Ja imagem se produz em a. Da mesma forma se veria que 0 ponte & tem a sua imagem em b. Ora, dos triangutos a'Fb' e AFB tira-se precisamente a mesma equacio (3) atras achada por outro método. Portanto, é sempre D' = kG. A constante k é geralmente igual a 50, 100 ou 200, valores que facilitam o cdlculo mental, principalmente o segundo que & 0 mais usado e permite considerar uma estédia dividida em cm comorersendo uma escala de distGncias em metros. Assim, se na estadia se tiver lido 6 = 1,0 a distancia D! ser de $0, 100 ou 200 m, conforme a constante a considerar. Anguto estadinétrico ou anguto parataticn, é 0 Sngulo w formado por os raios luminosos FA e FB. Como este ngulo é sempre muito pequeno podemos considerar h tgu=F © portanto a equacdo (3) poder-se-a escrever 6 tu Db Niner geradon Chama-se niimero gerador ao niimero n de divisdes da estadia com- preendidas na altura G, abrangida pelos fios estadimétricos. Conrecciio de Reichenbach No basta determinar a distancia D', pois o que interessa conhe- cer & a distancia D da estadia ao ponto da estagao, ou seja a vertical que passa pelo ponto C do instrumento. Esta vertical est a uma distancia c atras da objec tiva; a distancia procurada é, entao: D = D! + ¢+ fs ee F sao constantes para cada luneta, sondo geralmente ¢ + f = 40 a 50 cm, Para obter a distancia D & ne~ cessario, portanto, juntar em cada caso, a tancia D', uma constante k'=c+f, a "eonstante de adigdo". # esta operago que se conhece por Conrecgio de Reichen- bach. A mesma correcgio se pode obter também, cono foi propasta pelo corone? Gou lier, introduzindo na estadia uma divisdo mal pequena; este processo obriga o operador a assegurar-se de que a mesma divisdo sz encontra sempre compreendida entre os fios do reticulo, o que nem sempre & possivel conseguir. A correcgao de Reichenbach nao tem este inconveniente mas representa um acréscimo de trabalho. 1.4.3.4. Luneta analatioa Imaginada em 1840 por Porro, oficial superior de engenharia pie~ montez, realiza:uma solugdo mais pratica do problema. Nesta luneta o centro de analatisme pode ser levado a um ponto conveniente, mesmo ao centro do instrumen to. Para isso intercala-se entre a objectiva 0 (Fig.1h7), @ 0 seu foco posterior (lado da ocular) uma lente suplementar 09 chamada fente analatica. (Fig. 148), refrac Un raio tu 1050, vindo do ponto Ay da esta TOPOGRAFIA lot FIG.147 FIG.148 tavse na objectiva e vai passar no foco F da lente analatica; nesta lente sofre novo desvio ¢ torna~se paralelo a0 eixo. Se esta paralela passa pelo fio ay, do reticulo, previamente levado ao plano da imagem pela focagem da luneta, & porque © ponto Ay considerado é 0 que forma a sua imagem em a,. Da mesma forma o ponte 8, forma a sua imagem em b,. Prolonguemos os raios exteriores Aja" e @,b!' até se encontrarem no ponto C. Este ponto ¢ &, agora, o centro de anatatisno. de facto, Suponhamos a estddia transportada para AgB,; € preciso focar novarente a luneta € 08 reticulos deslocam-se para apbgi seguindo na figura, a partir de aj © by, a marcha dos raios luminosos, vé-se que os pantos da estadia que formam as suas imagens sobre estes fios sao, respectivamerte A, e 8, nos prolonganentos de CAy as da esta € (By. Sendo Dy @ Dp as distancias suces: 20 ponto €, temos: quer dizer; a partir do ponte C as distancias D sao, na verdade, proporcionais és alturas C. 0 Sngulo estadimétrico &, agora AyCBy. A disposigao especial da lente suplementar permite, como foi di- to, colocar o centro de analatismo, na vertical do eixo do instrumento fazer variar, a0 mesmo tempo, o angulo estadimétrico w de maneira a tomar o valor con- veniente, Para facilidade de rectificagao, a lente analatica é montada num tubo, chamado tubo anatiitico, Fixo por dois parafusos exteriores da luneta. & importan te notar que & suficiente, para regular o angulo estadimétrico, fazer variar a distancia 6 da lente analatica 4 objectiva, por deslocagio do tubo analatico, de sapertando aqueles parafusos. E certo que assim modi ficamos, a0 mesmo tempo,a po sigio do ponto Ce, portanto, a sua distancia x4 objectiva; mas a translagio do ponto © ndo excede nunca poucos milfmetros, e este erro é desprezavel. Nas modernas lunetas de focagem interna é a lente divergente que funciona como lente analatica, embora dando D a partir do centro éptico da ob- Jectiva, © que implica o uso duma constante de adigo, que todavia os fabrican= tes conseguem tornar nula para determinadas caracteristicas das lentes (Fig. 149). FIG. 149 11.4.3.5. Verigécagao do angulo 2stadémetrico Para verificar o angulo estadimétrico, coloca-se uma mira num Ponto situado a uma certa distancia horizontal do centro do instrumento, medida com cuidado por meio da fita de ago. Vé-se depois, se o numero gerador lido cor- responde & distancia medida. Se assim nao acontece desapertam-se um pouco os pat rafusos de fixagao do tubo analatico que se faz deslizar até que, por tentativas, se obtenha, muito exactamente, 0 nimero gerador devido. As lunetas,de-focagemsin terna nao exigem esta rectificacgao. TOPOGRAFIA 103 Se a luneta néo for analatica, a rectificagdo exigird a substi~ tuigdo do retfculo, mas pode fazer-se uma série de observagdes e deduzir novo va lor de k. 11.4.3.6. Uso da Luneta estadinatrica Colocando a mira no ponto cuja distancia se pretende medir,regis tam-se as leituras feitas com os dois fios estadimétricos e obtemmse o numero ge nador G, por diferenga; este, multiplicads por a constante k, di a distancia. Se por exemplo, se leu na mira, em divisdes e décimas: Fio superior 50,2 "inferior 17058 120,6 Nine ro gerador 6 @ se as divisdes sao centimetros, a distancia procurada, sera 60,30; 120,60 ou 241,20 m, segundo a constante k For 50, 100 ou 200. Na pratica é preferfvel fa~ zer coincidir o fio superior com uma divisdo de cota redonda. Simplificasse as~ sim 0 cAlculo da diferenga e aumenta-se um pouco @ precisde do resultado. Nas Iu netas estadinétricas o fio médio ce! (Fig.145), 6 0 chamado fio nivelador. Regis, tam-se muitas vezes as leituras dos trés fios e verifica-se que as duas diferen. gas, duas a duas, sejam i mite verificar se alguma falta foi cometida na leitura ou no registo. Exemplo: iferengas apenas de 2 a 3 décimas, o que per Leitura do fio superior 1000 48,5 "8 nivetador ——178,5 som ferior 257.2787 Nimero gerador 157.2 15742 Todavia usando a estadia vertical, aquela igualdade ss existe quando as visadas so horizontais ou pouco inclinadas. 00 contrario a segunda di, ferenga deve ser superior 2 primeira. : A leitura do fio nivelador é necessSria para o cdlculo das dife~ rencas de nivel, como veremos. Quando nao foi feita determinase coseaeualovalor achando a média dos fios superior e inferior. 4.3.7. MEDIGAO ELECTRONICA DE DISTANCIAS. 43.7.1. Introdugdo. Nogées gerais. Na medigao incirecta de disténcias estas eram obtidas sem ser necessério percorrer @ alinhamento, o que se tornava muito pratico e rapido. Atéhd alguns anos os processos de medizao indirecta de distancias eram os seguintes: lestacimétricos telemétricos Estes processos s6 eram aplicévels — com precisdo aceitével nos trabalhos topogré- ficos — quando as cistancias a medir eram relativamente pequenas. Por esta razao, « sempre que era possivel op go, a medicao de anguios era utlizada de preferéncia a medigao de distancias, dado a maior preciso ‘que se obtinha pare os resultados encontrados ( ver, por exemplo, o subcapitulsIIL3.3). Os aparethos de medigdo electrénica de distdncias apresentam uma grande versati- dade de aplicagao, estando actualmente vulgarizada a sua utilizagao tanto em geodesia como em topogratia. tipo de onda electromagnética utlizada 6 determinante no alcance do apareino, e consequentemente, no seu campo de aplicagdes . Os mais divulgados — os distanciémetros de infravermethos — tém alcances liteis que vao de alguns metros até 3.5 Km; esta caracteristica aliada aos pequenos peso dimensao bem ‘como ao prego moderado, torna estes aparelhos ideais para utllza¢ao em trabalhos topogrsticos, Este tipo de aparethos permite atingir resultados com erros telativos de cerca de 0,002 % (2 mm em 100 m) ou mesmo menos; idénticas medigées, utiizando taqueémetros em estadimetiia, sdo afectadas de erros relativos que oderdo atingir, em condig6es normais de operacdo, cerca de 0,1 % ( 10 cm em 100 m). Um distanciémetro de infravermethos consague cobrir distéincias 10 vezes maiores que um aparelho éptico classico'; este facto, aliado & maior preciséo conseguida para as medig6es efectuadas, permite cobrir uma dada area com um niimero de estagbes inferior ao que seria necessario utilzando estadimetria, Por outro lado, consegue-se uma apreciével economia no tempo gasto nas leituras de campo, dado que é 0 préprio apareiho que afixa 0 valor da medicao efectuada, enquanto que em estadimetria & necessario proceder a leitura ¢ registo de 3 valores (0s 3 fios o reticulo ). Deve também ser referido que o aumento na precisdo na medigao das distancias se ird reflectir intensamente num aumento na precisao da determinagéo, por métodos trigonométricos, dos correspondentes desniveis Embora estes aparelhos sejam muito mais dispendiosos que os taquedmetras, a redugao conseguida no tempo necesséirio nao s6 na realizagéo dos trabalhos de campo mas também nos “ Hoje em cia, uttizando certo tipo de aparelios de medio electronica ded para pontos fora do aleance éptco, iste 6, pontos para além do horizentovieual. € claro que estes apatalhoe néo em Topografa TOPOGRAFIA trabalhos de gabinete, permite uma grande diminuigéo nos custos de operagao e uma répida amortizagéo Go investimento efectuado na sua aquisigao. Antes da generalizagao do emprego dos instrumentos para medigao electromagnética de distancias ( MED ), sempre que se revelava imprescindivel a medicao directa e muito precisa de uma istancia, tornava-se necessério o emprego de flos de invar suspensos em catenétia, 0 que era um processo extreiamente moroso e consequentemente muito dispendioso, Na medigéo quer de bases de triangulagies quer dios lados de poligonais frequen- temente exigida grande preciso. Por exemplo, na trianguiagao geodésica inglesa, na medigéo em catendria da base de Ridgway ( cerca de 11,8 Km ), obteve-se um ero relativo de 0,9 x 10°° . ‘al precisao nesta distancia s6 pode ser obtide, utilizando os métodos tradicionais, com grande estorgo e gastando muito tempo; porém, empregando um instrumento MED com caracteristicas adequadas, pode realizar-se esta operagao com preciséo idéntica num sé dia e necessitando apenas de 2 pessoas. Os instrumentos MED executam de forma automatica grande parte das acgbes neces- sérias & execugao das medig6es, 0 que se traduz numa evidente diminuigao da probabilidade de erros acidentais bem como numa diminuigao daimportancia do operador. A principal misséo do topégraio é decidir a colocagao dos instrumentos @ seus acessérios; se 0 aparelho dispuser de algum sistema automético de leitura e registo de resutados — em fita de papel perfurada ou, 0 que actualmente é mais frequente, em fita magnética ~ entao nem sera necessario que 0 operador anote as leituras efectuados no campo. A precisao dos instrumentos MED depende, em citima insténcia, da preciso da avaliagao da velocidade de propagagao da luz ( ou, mais correctamente, da velocidade das ondes electro: magnétioas ) através da atmostera, © vator actuaimente adoptado para velocidade das ondas electromagnéticas que se propagam no vacuo foi fixado em 1957 pela Assosiagdo Cientiica internacional de Radio e é de 299792,5 + 0,4 Kim/s ; este valor foi também aceite pola Associagao Internacional de Geodesia e de Fisica. Deve notar-se que este valor padrao da velocidade depende de outros dois padroas: o do metro-padrao e 0 da unidade de tempo segundo, 4.3.72, Modos de propagagao das ondas electromagnéticas © modo e a velocidade de propagacao de uma onda electromagnética depende, até certo ponto, da sua frequéncia e das caracteristicas da atmostera terrestre. Os instrumentos de MED sfio capazes de realizar medigoes de comprimentos com grande precisao, mas apenas segundo as linhas de propagacéo das ondas electromagnéticas utilzacas_e no forgosamente segundo linhas rectas, Assim, a informagao obtida pela utiizagao destes aparelhos apenas podera ser plenamente utiizada se as caracteris- tricas destas linhas de propagagéo forem conhecides. Como a gama de frequéncias utilizadas pelos aparelhos MED 6 muito ampia, entao os modos de propagagéo das ondas electromagnéticas por eles gerados diferirao grandementa, A tabela da fig. 1 mostra a gama de frequéncias e comprimentos de onda em uso. FREQUENCIA COMP DE ONDA (Hertz) -# (Metros) os - 1-10 luz. He 7s Mate 10 Imicron LW infra- Lig? p10" vermetho 5 }.107 [-19* 1terahz i L107 1mm }-10 EHF - |0* -10 SHE _ 10" }-10° Igigahz | UHF 1 1 —108 VHE " os -10 |_19 HF “ 107 -10° Imegahz [MF : 10° Tkm a) Le i‘ [10% 10’ s 7 L-1 M t--10 I kilohz a 2 —108 }—10' 4 107 10 [-10" Li tciclo por seg, Figuea 1 Eepecto de loquéneies para as ondas slactromagnétions frequéncias inferiores a 30 MHz frequéncias superiores @ 30 MHz Porvezes écon- veniente caracterizar a onda pela sua frequéncia, em outras ocasiées sera mais vantajoso caracterizé-la pelo seu comprimento de onda, Estas duas grandezas esto relacionadas entre si de acordo com a expresso Yo “ fem que Am representa ocomprimento de onda, Vm 6a velocidade de propa- gagao da onda no meio em questo e 6 a frequéncia da onda, Quando se determina 0 comprimento de onda uti lizando esta férmula, @ para as fre- quéncias mais usualmente utilizadas, 6, de um modo geral, suficiente tomar ara vm Ovalor de 3 x 10° m/s. Para a andlise das linhas de propagacdo das ondas 6 conveniente considerar duas gamas de frequéneias, que apresentam ca racteristicas de propagagéo cistintas, Assim serao considerados dois casos: Na fig. 2 estao representados os diferentes medos de propagagao de uma onda de baixa frequéncia, os quais sao: ‘1- onda directa (OD ) — apenas no interior da zona de alcance visual directo TOPOGRAFIA Io 2 onda de superficie (OS ) — capaz de aleangar pontos para além do horizonte visual 3 - onda reflectida (OR ) — proveniente da ionostera 0s instrumentos MED que usam ondas de baixa frequéncia ( € consequentemente de grandes comprimen- tos de onda) sao instrumentos especialmen- te vocacionados para a medigao de grandes distancias, tipicamente de algumas centenas de quilémetros © 0 elemento receptor da onda electromagnética estara bem fora de aleance visual directo a partir do emissor Nestas condigdes a onda directa reveste-se de pouco significado para a utiizagao deste tipo de instrumentos; o modo de propagagao Figura Modes de propagagi de ondes de bsixa frequéncia mais importante 6 a onda de superficie cujas caracteristicas permitem que sinais emitidos bem para lé do horizonte sejam recebidos e utilizados. A onda retlectida, quando existente, € prejudicial pois pode causar erros nas medidas encontradas. Para as ondas de alta frequéncia existem igualmente tiés modos de propagago, a saber: 1 - onda directa (OD) —no interior da zona de aleance visual directo 2. onda reflectida (OR) — na superficie terrestre 3- onda dispersa ( ODI) — causada pela interacgao entre a onda e a tropostera ou a fonostera Os instrumentos MED que uilizam altas frequéncias empregam to- ! dos a onda directa; 0 seu alcance & um poucd inferior @ 100 Km a menos que o apa: Telho seja colocado muito acima do solo (transportado em avido ou helicéptero). A reflexéio da onda na supericie terrestre é prejudicial e pode causar erros nas medidas das distancias, A onda dispersa 6 utiizada apenas em telecomunicagoes a longas cis. Figura’3 Modes do propagagio des ondae de eta fequénca —_t4ncias. — emissdo em ondas curtas — nao sendo utiizada na mediao de disténcias, ‘Todos os modos de propagagao ja referidos, & excepgo da onda directa, resultam da reflexdo, difracgao ou retracgao das ondas electromagnéticas, causadas por variagoes no indice de refracgao da tropostera ou da ionosfera. 4.3.7.3, Principio de funcionamento ‘Todos os instrumentos MED determinam o valor das distancias tomando como termo ‘de comparacao 0 comprimento da onda electromagnética que emitem, Na sua esséncia estes instrumentos determinam intervalos de tempo — geralmente expresso em nano-segundos ( 10~® segundos ) — que posteriormente so convertidos em unidades de comprimento desde que seja conhecida a velocidade de propagagao do sinal no meio considerado ( ver equagao t ) ‘A distancia obtem-se por comparagéio das tases da onda emitida num dos extremos da linha a medir € da onda reflectida na outra extremidade, Consideremos dois pontos, A e B, afastados do ‘uma distancia D, Em A ¢ emitida uma onda com uma frequéncia fque é recebida e analizada em 8; se D néo ‘onda 6st) para x=xy KS \KA WO \K Nips) no instante t [ee x6 percorrido no intervalo At ; vm=9% ; At= tito ; Ax=x—x0 Figura Onda em dues posigdes sucessivas (x20 x1) © emdbis instants (1p © tr) sucessives TOPOGRAFIA variar entao a trequéncia da onda recebida em 8 serd também f. Se admitimos que 0 sinel emitido em ‘A—ha— é representével por uma onda sinusoidal entéo teremos ba) Ha sent = Ha sen ¢ co) onde Ha representa a ampitude da onda emitida, # @ 2 velocidade angular (w = 2x1) eg 60 angulo de fase do sinal, A onda electromagnética percorre a disténcia D no intervalo de tempo At dado por D e @ Entéo 0 sinal recebido em 8 — he — serd dado por he (t) = He sen (t~At) = Hp sen(wt—wAt) = Ha sen (y—A¢) 4) ‘sendo a amplitude He inferior a Ha devico 8 perda de energia que o sinal sofre durante o percurso entre Ae By Ag € a cierenga de fase entre os sinais emitido e recebido, Duas oscilagdes dizem-se om fase quando A = k 2x , onde k & um niimero inteiro. Assim, 0 sinal em B estara em fase com o sinal em A sempre que (5) T designa-se por periodo da onda; compondo a eq. 1com a expresso anterior facilmente se veritica que os dois sinais estardo em fase sempre que a distéincia que separa os dois pontos A @ B for igual a Vin AU Vn kT Am © De acordo com as equagées (8) e (4), a expressao da onda recebida num ponto genérico P situado @ uma distancia x do ponto de emissio A sera FO) =H) senw (te) 7 que representa uma onda sinusoidal com velocidade angular a e que se propaga com uma velocidade vm. Do que foi dito resulta que a determinagao da diferenga de fase entre dois pontos tais como A eB permite obter uma estimativa da distancia que os separa desde que de algum modo seja possivel determinar o valor do inteiro k. De uma maneira geral podemos escrever Ap = k2rtAg" don Am Ag 52 = kame ag’ Se kAm+ Mmm (8) Para comparar a fase do sinal em A e em B seria necessério utilizar um aparetho (oscitador) que, colocado em A, era sintonizado paraa frequéncia da onda emitida; em seguida este aparetho seria deslocado para 8 onde poderia comparar 0 valor determinado em A com o lido em B. Na pratica o que se faz 6 colocar em B um dispositive que provoque a reflexao da onda al recebica de novo para A; entéo em ‘Aa comparacao ¢ feita com facilidade, Note-se que a diferenga de fase assim medida diz respeito a uma distancia dupla da pretendida, o que iré conduzir a uma preciso nas medidas dupla da que seria conseguida ‘com uma medigao sem reflexao da onda ( ver figura 5 ). AA / oO aa \ emissor onda reflectioas a onda néo reflectioa oO Figura Mediglo do diatincies com ¢ som reflexio da onda emitida 43.7.4, Constituigéo dos aparelhos MED Estes instrumentos séo usualmente constituidos pelas seguintes partes: 1 -GERADOR de luz au de microondas que produz @ onda emitida 2- OSCILADOR que gera uma frequéncia precisa e estével, para modelagao da onda emitida ‘8 MODULADOR transforma a onda emitidaem onda modulada (amplficagao de zero até um maximo) com o mesmo ritmo da frequéncia gerado pelo oscilador 4-EMISSOR que faz a emissio da onda modulada TOPOGRAFIA 5-RECEPTOR que recebe a onda reflectida 6-AMPLIFICADOR que ampitica a onda recebida 7 -COMPARADOR que faz a comparacao entre as fases das ondas emitidae recebida 8 - LEITOR onde se procede a leitura dessa diferenga de fase ou da distancia Note-se que os instrumentos que utiliza ondas rédio de baixas frequéncias nao necessitam de modular o sinal, n&o possuindo portant © modulador @ que quase todos dispoem de um acessério reflector, Gerador Le IModuiador Ly Emissor Joscilador t L,IJComparador Leitura cpmparad «A mpliticador Lot Receptor ¥ Reflector Figures CConstituigéo dour instrumento MED 4.37.5 Tipos de ondas utilizadas Os apareihos MED actualmente existentes utilizam ondas que pertencemaum dos trés grupos de comprimentos de onda referidos em seguida: ‘ondas longas — comprimentos de onda da ordem das centenas de metros microondas — comprimentos de onda de alguns centimetros luz visivel e infta-vermelhos — comprimentos de onda da ordem dos microns A propagagao é fungao da faixa de frequéncias da onda utilzada; assim teremos: luz visivet infravermethos ‘micro-ondas ondas longa propagagéo rectilinea mas fraca penetragao atmostérica propagagdo rectilinea e boa penetragao atmostérica penetragao quase retilinea e maxima penetragao permitem grandes alcances devido ao efeito de onda de superticie; 1ndo so grandemente afectados pelas condigées meteorolégicas datropostera mas sao muito sensiveis avariagbes na condutividade © permitividade da superficie terrestre; assim, para se obterem resultados com preciso satistatéria, s6 devem ser empregados — ap6s calibragdo — sobre éreas de superficie muito homogénea, como 6 6 caso do mar 43.7.6. Tipos de instrumentos MED utilizados em Topografia Os tipos de ondas referidos em 5. dao origem aos seguintes tipos de instrumentos: Distanciémetros de luz visivel ou de Distanciémetros de micro-ondas ‘Compreendemtodo o grupo dos geodimetros, As ondasluminosas tém atissimas frequéncias (0,5 x 10° a 10° MHz ) e consequen- temente apresentam comprimentos de onda muito curtos (3,6 x 10° a 7,8 x 10°A) que inviabilizam, no estado actual da técnica, a sua uilizagao como medida de disténcias ( conduzem a siterengas de fase demasiadamente pequenas ). Por esta razao necessério modelar ( sobrepor ) esta onda luminosa, dita onda portante, com uma outra de muito mais baixa frequéncia (clita onda padréo ) com comprimento de onda adequado as medigoes a realizar. So apareltios de grande alcance ( até 30-50 Km) espe- ciaimente vocacionados para trabalhos de geodesia e wiangula- ges topogréticas de 1# ordem; tém no entanto uma grande versa- tilidade sendo capazes de medir disténcias pouco superiores a 10m podendo portanto ser aplicados em grande parte dos trabalhos topograticos. Neste grupo esta incluidos os telurémetros, Utilizam ondas radio de alta frequéncia, 0 que Ihos contere caracteristicas muito seme- thantes aos anteriores. A onda portadora é uma onda radio de alta TOPOGRAFIA Distanciémetros topograticos ie frequéncia ( meis de 8000 MHz ) modelada por uma onda de baixa frequéncia ( menos de 10mHz }. As ondas de aka trequéncia propagam-se em linha recta a grandes distancias com muito mais facilidade e sotendo menores perturbagées que as de baixa fre- quéncia. No entanto, a detecgo, ampliicagao @ sobretudo a me- digdo de pequenos comprimentos de onda ( 10 cm para3000 MHz) so dificeis e pouco precisas; esta dificuldade mantem-se qualquer que seja a natureza da onda de alta frequéncia ). Tem preciso semelhante acs anteriores, Em vez de serem utilizados espelhos reflectores sao utiizacias estagdes de transmissao e retransmissao, Gama de alcances semelhante a do grupo anterior; so portanto aparethos priortariamente indicados para geodesia, podendo no entanto sor utiizados em certos trabalhos de topografia ‘Tem um aleance que nao ultrapassa os 5 quilémetros, Embora, em geral, apliquemo principio dos geodimetros , utiliza porém luz nao visivel da bande dos infra-vermelhos. So aparelhos ligeiros, robus- tos, do prego nao exagerad, tacilmente colocdveis em estagao ¢ de facil e répida operagao. Permitem medigao de distancias que variem de alguns metros (4 ou 5) até mais de 1 Km (5 Km no ‘méximo). A onda portadora esté na gama préxima dos infraverme- thos ( comprimento de onda de aproximadamente 0,8 microns ). Utitizam espethos para provocar a retiexdo da onda lurninosa emiti- da Resumindo podemos dizer que os distancidmetros electrénicos de curto alcance correspondem & banda dos infra-vermethos, os de médioalcance & banda da luz visivel e os de maior alcance ‘A banda dos raios laser, das micro-ondas e das ondas longas. Obs. : Os instrumentos que usam as ondas radio de maior comprimento ( @ consequentemente de mais baixas frequéncias ) — ondas longas — so os que tém maior alcance, © seu principal emprego & na navegagao paraalacalizagao de navios e aviges, sendo também de grancte utilidade em pesquisas oveonograticas hidrogréticas. Embora nao tao precisos, em termos absolutos, como os restantes distanciémetros — permitem avaliar comprimentos da ordem da centésima parte do seu comprimento de onda — 0 seu elevado aleance ( de 60 a 2000 Km ) conduz a erros relativos perteitamente aceltévels. Como 6 claro nao sao aparelhos utilzavels em trabalhos topograiticos. 11.5. Instrumentos pana a medida dos angutes horizontais 11.5.1. Conerakidades Em Topografia apenas se considera a medida dos angulos em planos horézontais, para a planimetria, e, em planos veaticats, para a altimetria. Os Gngulos horizontais permitem, como veremos, deduzir o Gngulo que uma direcg3o forma como meridiano do lugar, chamado azimute, e por isso se chamam também Sngulos azimutais. Os instrumentos para a medida dos angulos horizontais dio a pro- Jecg%o do Angulo sobre 0 plano horizontal; para isso slo estabelecidos de forma que 0 limbo, onde estao gravades as divisées, pode tomar a posig3o horizontal e, além disso, as visadas Fazem-se em planos verticals que passam pelos lados do an gulo marcados no terreno, estes planos verticals tém a sua intersecg3o na verti cal do vértice do angulo, na qual também esto instalados o elxo do instrumento © 0 centro das suas divisdes. Por conseguinte, o arco horizontal do limbo limita do por planos verticais, mede o valor do angulo diedro dos dois planos, quer di- zer, 2 projec¢ao horizontal do angulo situado no espaco. Estes instrumentos tém também, algumas vezes, um outro limbo que pode tomar a posigio vertical,e que se destina 3 medicdo dos angulos. 0s instrumentos pera a medida dos dngulos horizon. tais, que se podem designar sob o nome genérico de gonidmetros (do grego gonia, Sngulo, e metron, medida) conpéem-se, portanto, essencialmente, de um limbo gra~ duado © de uma alidade concéntrica com ele, munida de um Indice e sustentando um visor. Segundo a natureza deste visor podem dividir-se -os gonidmetros em duas categorias: a) Goniémetros de visada directa, ou de pinulas b) Gonidmetros de luneta TOPOGRAFIA 105 11.5.2. Gondometros de pénueas Nestes instrumentos o visor é constitufdo por duas pinulas, que JA estudamos atras (pig.68). Dentro deste tipo podemos considerar os seguintes instrumentos: ~ esquadro do agrimensor =" Gilindrice - " esférico ~ pantdnetro Embora nfo sejam instrumentos de pinules, estudaremos, — tanbém, neste capitulo os esquadros dpticos - de espelhos e de prismas - que servem, tal com 0s esquadros referidos acima, para o tragado de perpendiculares. Qs esquadros de pinulas slo muito simples, portateis e sélidos, mas a grande distancia tém as vantagens e inconvenientes inerentes aos instru= mentos de pinulas (pig.69) Por outro lado @ condigio de s6 dar Sngulos rectos, se as vezes 6 vantajosa, & tanbém inconveniente em mii tas ocasiées. E por isso muito mais reconendavel o panténetro. Tanbém 0 uso destes esquadros é cada vez mais restrito, podendo dizer-se que j4 se ndo usame que foram substituidos pelos esquadros épticos. (1.5.2.1, Esquadna do agidmenson Serve para 0 tracado de ngulos rectos que, em certas operagies, se repete muitas vezes. : E constitufdo (Fig. 150) por um prisma ortogonal oco; quatro faces A, 8, C, D, (Fig.151) opostas duas a duas, sio munidas de pinulas 0s planos de visada determinay dos por AB e CD cortamse rectangularmente no eixo do prisme. As outras quatro faces tém fen das compridas terminadas por pequenos or ifT- FIG.151 clos circulares. Cada plano determinado por FIG, 150 I duas fendas opostas GH e EF encontra os planos AS e CO sob um dngulo de 45°. Pos sui uma manga em que entra @ parte superior do jalao. 0s esquadros nao sao, por~ tanto, goniémetros na verdadeira acepgao da palavra, pois apenas dio angulos de 90% e 45°, ou de 100 ge 50 g. 11.5.2.2. Esquadao eétindrico Da-se Frequentemente a0 esquadro do agrimensor a forma cilindrica. A disposigao das pinulas e das ferdas é idéntica @ precedente (Fig. 152). FIG. 152 11,5.2.3. Esquadto es garéco inde Acusamse 03 esquadros octogonais & cos de 56 permitirem visadas pouco inclinadas. Para grandes inclinagoes seria preciso completar estes esquadros por fen das na face superior, ou recorrer ao esquadro esférico. Este & consticufdo por uma esfera oca que $6 possui fendas diame tralmente opostas terminadas por oriffcios circulares (Fig. 153). E muito cémodo para visadas muito inclinadas, mas é pre ferfvel um plano de visada determinado por uma fendae 0 fio de uma janela oposta ao formado por duas fendas corresponden~ tes Fig. 193 11,5.2.4. Uso dos esquadros Gs esquadros empregam-se correnterente con 0 jalao, mas as vezes também com um tripé simples. 0 esquadro serve para tragar alinhamentos e perpen- diculares © para construir dngulos de 45°. Deve ser colocado verticalmente para que os planos de visada sejam também verticais. Visando por uma fenda 0 fio da Janela oposta, determinase um plano vertical, ¢ a intersecgao deste plano com o terreno consti tui um alinhamento.

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