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32 SPDA CUIDADO REDOBRADO EM EPOCA DE RAIOS Em um pais campeao no nimero de descargas atmosféricas como o Brasil, é primordial que o assunto seja tratado com mais atencao, uma vez que, na grande maioria dos casos, vitima vidas de forma fatal PorLuciana Freitas verdo & uma época bastante esperada pela maioria dos brasileiros, por conta da grande incidéncia de sol em todo o Pais, favorecendo, assim, 0 perfodo de férias © recreagao. No entanto, devido ao calor Intenso, esse perfodo & conhecido por vir acom- panhado de fortes tempestades e, consequentemente, de ralos ue, simplificadamente, podem ser descrtos como curtos-circuitos entre a nuvem e a terra, um fendmeno da natureza imprevisivel @ aleatério, que ocorre quando a energia acumulada em uma rnuver atinge um valor critico e rompe a rigidez dielétrica do ar Fendmenos naturais que podem matar pessoas, causar Incéndios «e danifcar aparelhos eletroeletrénicos, as descargas atmosféricas sempre foram um transtomo para a populacdo. Campedo em Incidéncia de raios, o Brasil é constantemente palco de historias, alarmantes. E 0s grandes centros urbanos so as principais éreas afetadas, jé que estudos indicam que a poluigdo atmosférica e as ilhas de calor contribuem para a ocorréncia de raios. Felizmente, estes eventos sio estudados ha muito tempo as medidas de prevencdo esto em um estégio bem avancado. Ainstalagdo do para-raios, tecnicamente chamado de Sistema de Protecéo contra Descargas Atmosféricas (SPDA), & 0 meio mais adequado de se proteger uma edificacao e as pessoas que estejam em seu interior. Vale lembrar que para garantir a seguranca e eflciéncia do siste- ma, 0 projeto deve ser elaborado segundo os preceltos da norma NBR 54ip da Associacéo Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Um levantamento inédito realizado pelo Grupo de Eletricidade ‘Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espacials (INPE) revela valores mais precisos da incid@ncia de ralos no Pals Nos Gltimos seis anos, 0 nimero médio anual de ralos no Brasil fol de 77,8 mithdes. Este valor & bem superior ao obtido no levantamento realizado em 2002, que apontava cerca de 55, rmithoes de raios, A diferenca 6 atribuida as limitagbes do levantamento anterior feito com base em dados de satélites que apresentavam res trigBes devido a amostragem temporal (os satélites nfo eram geoestacionarios), eficiéncia de deteccdo (dependente do tipo de tempestade) e discriminagdo entre as descargas que atingem © solo (raios) e aquelas que ficam dentro das nuvens. anos, em partes, devido a redugao no namero de raios, ainda 0 novo levantamento foi obtido por melo da rede BrasilDAT que integra diferentes tecnologias de deteccdo de raios lem superficie e permite identficar 0s raios com maior preciséo. Os novos dados apontam que 2022 registrou o ntimero maximo de raios em todo o perfado analisado: 94,3 milhBes. A justficativa std no aumento acentuado de ralos na regio norte relacionado ao evento La Nifia observado naquele ano. ‘Ap6s 2012, um decréscimo quase que constante é visto ao lon- g0 do perfodo. Em 2013, foram 92 milhGes, em 2014 foram 62,9 milhdes e em 2015 foram 68,6 millhées de raios, ano em que um acréscimo 6 observado devido ao registro do evento intenso El Nifio, responsavel pelo aumento acentuado dos ralos nas regides Sul e parte das regides Sudeste e Centro-Oeste. ‘A quantidade de raios identificada indica que os fendmenos ELNifo € La Nifia modulam a ocorréncia de raios no Brasil numa intensidade muito acima do que podetia ser esperado em conse: quéncia do aquecimento global. “O novo ranking permite ter-se nGmeros mais precisos sobre a ocorréncia de raios no Pais e suas varlacdes anuais, 0 que permite identificar quais fendme- nos so responsévels por estas variagdes, além de permitir, em longo prazo, acompanhar os efeitos das mudancas climéticas sobre a Incidéncia de raios em nosso pals", comenta Dr. Osmar Pinto Junior, coordenador do ELAT. Outro dado relevante mostra que, no levantamento anterior, 0 ‘ndimero de raios na regido Norte fol subestimado. Coma exemplo, ‘© Estado do Amazonas, que no primeiro levantamento apresentou ‘a média de 11 milhGes de raios por ano, passa ater, atualmente, uma média de aproximadamente 45,8 milhdes de raios por ano. A nova rede BrasilDATDataset, além de detectar cerca de 99% das tempestades que ocorrem no Pafs, tem uma base de dados de raios que permite esclarecer a causa da maior parte dos eventos assocados aos raios, que anteriormente muitas vezes nao tinham uma explicacao satisfatéra, tis como danos patrimonials em que do ha vestigio da ocorréncia de raios, mortes de pessoas sozi- ‘nhas no meio rural cuja causa suspelta € um infarto, entre outros ‘A rede também permite aperfeicoar as ferramentas de alerta para a protecdo de vidas, considerando que no Brasil, em média, 300 pessoas por ano sio atingidas por ralos, das quals cerca de 200 morrem. 0 nGmero, embora tenha reduzido nos Gltimos © Produto Interno Bruto (PIB) ~ mesmo com as quedas dos 6 muito alto comparado a palses desenvolvides. AREALIDADE BRASILEIRA Apesar do grande potencial do mercado de SPDAs, ainda hd baixa preocupado entre os responsdveis pelos iméveis. 0 setor ganhou grande notorledade, principalmente, apés a Altima revisdo da norma NBR 5439, em junho de 2015. Desta forma, o crescimento vem sendo linear, atingindo a totalida~ de da esfera do mercado de elementos para protecao contra descargas atmosféricas e surtos elétricos. (0 engenheito eletricista, Hélio Eiji Sueta, Doutor e Mestre em Engenharia Elétrica, além de chefe-substituto da Divisio Cientt fica de Planejamento, Andlise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de Sao Paulo (USP) explica que, apés a revisao da norma, 0 termo correta do mercado passou a ser: Protecio contra Descargas Atmostiricas (PDA. no SPDA), pois SPDA é apenas uma parte do PDA. Além disso, destaca que o segmento deveria estar bem aquecido, pois ‘apés um pouco mais de dois anos da publicagdo da NBR 5419 (2015), muitas editicagGes deveriam estar se adequando as novas regras. “Porém, em virtude da prépria situagao econdmica do Bre sil, acredito que o mercado ainda esteja melo morno”, sustenta, Embora a economia esteja fragilizada, por conta de inves: timentos que minguaram, Rinaldo Junior Botelho, engenheiro eletricista e diretor da empresa Fastweld, afirmaa que o Brasil ainda € um grande pafs (literalmente falando), uma vez que Gltimos anos ~ é representativo, a populacdo é grande ¢ a necessidade de investimentas é latente. “O mercado de SPDA, ou PDA (mais abrangente, segundo a versio atual da NBRS419) deve crescer nao s6 a medida em que os investimentos sejam retomados, mas também a medida em que o conhecimento, a responsabilidade e a consciéncia da necessidade de se ter um bom sistema se tornem principios basicas para os profissionais que atuam na area”, enfatiza IMPACTOS DA REVISAO DA NORMA ‘A mudanga entre a versio de 2005 ¢ a de 2015 fol enorme, saltando de 42 paginas para mais de 300, na nova versio, Face & modificagao, muitos profissionals que atuavam nesta érea esto ainda se reciclando através de cursos e treinamentos especificos. Anecessidade de realizar uma andlise de risco, segundo a verséo de 2015, requer treinamento e 0 uso de planithas desenvalvidas para este fim. “A verso de 2015 € bem mais completa, mals se- gura e abrangente que as verses anteriores. Deve ser estudada com bastante detalhamento e carinho pelos profissionais desta rea, de preferéncia, em treinamentos espectficos", comenta Sueta. Como a norma evoluiu de um documento de 42 paginas para 389, ela foi subdivida em quatro partes, sendo: Parte a: Principios gerais; Parte 2: Gerenciamento de risco; Parte 3: Danos fisicos a estrutura e riscos & vida; Parte 4: Sistemas elétricos e eletrOnicos intemos na estrutura. Dados de densidade de raios por Estados e municipios Foram det por quilémetro quadrado por ano) para 0 Estado com maior densidade é 0 Tocantins (ei feleovolarAvnatey40)n) (11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9), Piaut (7,7) e com maior densidade de rai primeiros Estad oc ia Belém (14,47) e Sao Paulo (13.2 Isler gle] lensr-lOha ados valores mais precisos da densidade de raios (quantidade de raios diversos E e municipios brasileiros. com 17,1 raios por quilémetro quadrado, (15,8), Acre (15,8), Maranhao (13,3), Para (12,4), Rondénia Paulo (5,2), que sao os 10 por quilametro quadrado por ano das cinco primeiras capitais com maior densidade de raios por quilémetro quadrado por ano fica por conta de Rio Branco (30,13) Palmas (1 , Manaus (18,9 Luis (15,12), ) asso que as Capitais com maior probabilidade de mortes tivamente, Porto Velho, Boa Vista, Campo Grande, Rio Branco e Palmas com mais de 650 mil habitantes, Osasco, Santo André, Guarulhos Campo, todas localizadas na grande Sao Paulo, apresentam, te, valores de densidades acima de 10, em consequeéncia da Influéncia Atualmente, existe uma pequena resisténcia do meio técnico com relacdo a aplicagdo da nova norma NBR5419 datada de 2015, mas essa pequena dificuldade se deve, principalmente, aos projetistas que ainda nao se atualizaram na nova norma ou a press6es dos clientes para nao atualizar a instalagao. “Essa pequena resisténcia sempre existe quando uma nova norma é publicada; ent&o nao é novidade”; expressa o engenheiro de Seguranca, Normando Virgilio Borges Alves, membro da comis- sdo que revisa a norma NBR5419 e diretor de Engenharia na empresa Termotécnica Para-raios. De acordo com ele, toda atualizacdo de norma gera certo des- conforto no mercado, pois exige reciclagem para se atualizar, e diz que com a NBR5419, verso de 2015, nao é diferente, mas garante que haverd uma rapida adaptacao. “Tenho certeza de que em pouco tempo o mercado ja estara ciente das novas regras e as estar usando rotineiramente”, complementa. Dentre os muitos fatores que dificultam a correta instalagaéo do SPDA, destaca-se a impericia sobre as normas. A correta instala- cdo sempre é possivel, pois a norma respalda subsidios que se n&o forem possivel de uma forma, ha solugGes a serem aplicadas que resultam numa instalacao correta e muito segura. “Talvez a grande barreira seja ndo se ter um projeto adequado antes da constru¢&o, pois normalmente s6 se pensa no SPDA depois que a edificacdo esta pronta, e muitas variantes seriam possiveis durante a construgao que minimizariam problemas futuros para a instalacéo e o custo seria muito menor”, salienta Milton Julio Zanluqui, formado em Administragdo e Marketing/Eletrotécnica e sdcio diretor da empresa Raycon. Outro problema recorrente observado € a falta de responsa- bilidade e de conhecimento. A responsabilidade por parte de as cidades, Sao Jo instaladores, que buscam por itens mais baratos (tanto em ter- mos de materiais quanto definicdo de projeto e instalac&o) e o conhecimento n&o s6 de quem instala, mas também por parte de quem fiscaliza estas instalagées. A NBR 5419:2015 veio trazendo ares de mudanga, principal- mente no que diz respeito a parte 4 e protetores de surtos. Vale lembrar que para se utilizar bem a parte 4 da NBR 5419, deve-se levar em consideracao mais trés normas, sendo elas: NBR 5410:2004 (Esta norma precisa ser atualizada. Ja existe publicada a versdo da IEC 60364:2016, que é a norma-base para 5410, com diversas atualizacdes pertinentes a parte 4 da NBR 5419:2015); NBR IEC 61643-1 (Norma de produto para protetores de surto; possui hoje 32 partes, mas no Brasil, ha apenas a parte 1 traduzida); EN 50539-11 (Norma de produto especifica para protetores de surto fotovoltaicos, sem processo de uniao com a IEC para ser integrada 4 61643 como parte 33). Segundo André Luiz Afonso Pinheiro Filho, engenheiro de Processos Industriais com especiali- zacao em SPDAe MPS pela empresa DEHN+SOHNE GmbH Co.KG, além de gerente de Produtos da Proauto, esta norma, hoje, é uma das mais importantes para o Brasil, pois o crescimento do mercado fotovoltaico é eminente e deve ser levado a sério para serem evitados acidentes precoces em instalacdes FV e perda da confiabilidade no segmento. “Observacao importante! Muita gente pode criticar a citago de tantas normas internacionais, porém, a nossa NR-10 nos diz que na falta ou omissao de nossas normas nacionais, devemos nos orientar por normais internacionais”, lembra o especialista. Apesar dos aspectos positivos trazidos pela nova versao da NBR 5419, Milton Julio Zanluqui, da Raycon, aproveita a oportuni- Prédio externo - O primeiro passo de um projeto é fazer o gerenciamento de risco (parte 3 da norma) para saber se é preciso protecdo e qual o grau de protecdo e as medidas adicionais que sao necessarias para garantir uma instalacao segura e eficiente, de acordo com as normas vigentes que pode ser, inclusive, um sistema natural (usando as ferragens) ou um sistema convencional (com condutores externos). dade oferecida por esta reportagem e comenta sobre a mudanca da norma, dizendo que a antiga de 2005, de repente, sofre uma brusca alteracao e é langada a nova em junho de 2015. “Nossa empresa mesmo foi questionada sobre isso, pois estavamos entregando algumas obras de porte em inddstrias e algumas ja haviam sido entregues recentemente, com a instalagéo dentro da norma de 2005, até entao em vigor. Da noite para o dia, essa norma de 2005 nao valia mais, pois estava em vigor a nova de 2015, € a questao era: como ficam estes clientes que acabaram de investir um grande valor na instalacdo, e agora, alguns dias depois, estavam com sua instalagao fora da norma?”, questiona. De acordo com ele, a ABNT afirmou em cursos ministrados que estas empresas deveriam ser adequadas aos novos padrées, do que ele discorda, pois nesse caso pode entrar o direito do consumidor, para garantir seus direitos sobre o que acabou de adquirir. “No meu entender, os novos projetos a partir de junho de 2015 ja deveriam ser elaborados com a nova norma, mas estas instalagdes mais antigas eram respaldadas pela norma anterior, mas por que agora nao funcionaria mais? Nestes casos, deveria ser dado um prazo razoavel para que estas edificacées fossem sendo enquadradas nos novos padrées”, orienta. Ainda segundo Zanluqui, outra questao a mencionar é a de gue ha que se fazer uma reviséo bem rapida no texto da nova norma, para que os calculos e determinacdes da andlise de ris- co sejam simplificadas a padrdes pré-determinados, pois hoje, sem um programa de computador, praticamente nao se faz uma analise de risco corretamente no calculo manual. A obrigatoriedade do uso do SPDA vem da anilise de risco onde edificagées podem apresentar um risco de perda de vida humana com valor acima dos toleraveis. Outras instalacdes, tais como as que possam ter perdas de patrim6nio cultural insubstituivel ou perda de servico ao piblico, também podem ter obrigatoriedade no caso de riscos referentes a estas perdas acima do toleravel. “A norma NBR 5419:2015 traz praticas e calculos que indicam quais edificagdes terao necessidade de possuir SPDA. Entretanto, como o mercado ainda nao atingiu 0 pice da sua evolucado face 4 norma, os profissionais e em- presas ligadas a area estao em desenvolvimento e adaptacéo 4 cultura de SPDA”, frisa Thiago Gomes, engenheiro eletricista, que faz parte da equipe de Suporte Técnico da empresa Clamper. QUEM VERIFICA O SPDA? A nivel municipal, os Cédigos Municipais deveriam indicar e fiscalizar as execugdes destes sistemas. A nivel estadual, mui- tos Instrumentos Técnicos dos Corpos de Bombeiros citam a protecdo contra descargas atmosféricas de edificacdes (alguns ainda citam a norma antiga) e fiscalizam estas protecdes e/ou solicitam a fiscalizagéo ou inspecao por parte de profissionais habilitados. A nivel nacional, 0 Ministério do Trabalho e Emprego através da NR-10 cita que as edificagdes devem ser providas de protecdo contra descargas atmosféricas. Segundo a norma, o SPDA deve ser verificado e seu laudo re- novado periodicamente. “Os perfodos variam de seis a 12 meses e, normalmente, de acordo com o tipo de instalacdo protegida, 0 corpo de bombeiros exige laudo de SPDA para estabelecimen- tos comerciais com grande fluxo de pessoas”, conta André Luiz Afonso Pinheiro Filho, da Proauto. O fato @ que nao existe um Grgdo nacional responsavel por essa atividade, porém, em alguns municipios e/ou Estados, pode ser o Corpo de Bombeiros ou outro érgao pUblico definido por lei 35 We ion re BE yeree MMM ces ene eT Cure Protecdo contra Descargas Atmosfericas + Os condutores de descida sao distribuides ao longo do perimetro da edificacdo, de acordo com 0 nivel de protegdo, com preferéncia para as quinas principais, + Em edificacées acima de 20 metros de altura, os condutores das descidas e dos aneis intermediarios horizontais devern ter a mesma bitola dos condutores de captacdo, devido a presenga de descargas laterals; + Para minimizar os danos esteticos nas fachadas e no nivel dos terragas, pode-se utilizar condutores chatos de cobre; + Amalha de aterramento deve ser feita cam cabo de cobre nu de 50mm? e instalado na profundidade de 0,5m no solo, interligando todas as descidas; + Os eletrodos de aterramento tipo copperweld dever ser de alta camada (254 microns). Os eletrodos de baixa camada nao sao permitidos, + As conexdes enterradas devem ser preferencialmente com solda exotérmica. Se forem usados conectores de aperto, instala-se uma caixa de inspecao de solo para protecao e manutengao do conector; + As equalizacdes de potenciais devem ser executadas no nivel do solo e acada 20 metros de altura, onde sao interligadas todas as malhas de aterramento, bem como todas as prumadas metalicas, além da propria estrutura da edificacao; + As tubulacoes de gas com protegao catédica ndo podem ser vinculladas diretamente. Neste caso, deve-se instalar um DPS tipo centelhador, + Lembre-se que o cobre ¢ o melhor condutor de energia e tem papel fundamental na instalacao dos para-ralos que protegem o seu patrimonio e a Sua vida (FONTE: Programa Casa Segura) ae at ame eee Es a ie a organica. “Teoricamente, o Bombeiro faz esta vistoria, ou exige que a vistoria tenha sido feita”, cita Edson Martinho, engenheiro eletricista e diretor Executivo da Associa¢ado Brasileira de Cons- cientizagdo para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). Para Milton Julio Zanluqui, da Raycon, o processo de verificagao e fiscalizacao deveria ser tratado com mais seriedade, porém afirma que qualquer 6rgao de fiscalizacao, na verdade, s6 pede “papel”, mas nunca vistoria uma instalagao, até por desconhecimento. As Prefeituras, 0 Ministério do Trabalho, os Bombeiros, todos tém a obrigacao de fiscalizar, mas todos, quando o fazem, s6 pedem o laudo técnico e nao vistoriam as instalacdes fisicamente”, relata. E acrescenta: “Isso 6 muito ruim, pois as empresas que trabalham corretamente acabam sendo prejudicadas por outras inescrupulosas, que néo seguem a norma e acabam emitindo o laudo. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) que habilita a emissdo de Anotacao de Responsabilidade Técnica (ART), documento obrigatério quando se emite um laudo ou um projeto de SPDA, deveria fiscalizar, mas em 36 anos neste ramo nunca soube de uma fiscalizagao deles”, detalha. Com a mudanga da norma, muitos profissionais ainda nao se capacitaram e, como a mudanga foi significativa, diversos estao desatualizados para projetar ou avaliar o SPDA. Pela quantidade de novos conceitos e informacées/mudancas desta norma, um curso especifico nesta versdo (2015) deve ser realizado pelos profissionais que querem atuar neste ramo. “A grande maioria precisa fazer um curso de reciclagem para se atualizar com as novas normas. O modo de projetar um SPDA mudou, e é necessario ter conhecimento dessas mudancas para garantir que um projeto seja realmente projetado de acordo com a norma vigente, mas infelizmente, ainda existem profissionais projetando na norma antiga, o que é ilegal”, observa Normando Virgilio Borges Alves, da Termotécnica. Em termos de comissdo de estudo para implementacao de normas, o Brasil tem um corpo técnico altamente preparado e conhecedor do assunto. Segundo Rinaldo Junior Botelho, da Fastweld, a comissao de norma é, sem diivida, formada por pes- soas extremamente qualificadas e preparadas tecnicamente. “O Brasil 6 membro do IEC e vem se aprimorando cada vez mais nos estudos, analises e implementacao de sistemas de protecdo. O que ainda nos falta, mas que esta caminhando, é a divulgacao cada vez mais abrangente de forma a levar este conhecimento a todos que atuam nesta area”, finaliza. |

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