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WAYLON B. MOORE ws te OMETODO . NEOTESTAMENTARIO PARA 0 CRESCIMENTO DAIGREJA 4? Edicéo Traducdo de Adiel Almeida de Oliveira. 4 JUERP ‘Todos os direitos reservados. Copyright © 1995 da Junta de Educagao Reli- giosa e Publicagdes da Convenc¢ao Batista Brasileira. Direitos cedidos, mediante contrato, pela NavPress, Colorado Springs, USA. Copyright © 1981 by Waylon B. Moore Moore, Waylon B. M825m Multiplicando discipulos; o método neotestamen- tario para o crescimento da igreja/ Waylon B. Moore. Traducao de Adiel Almeida de Oliveira. 42 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1995. 135p.20,5cm. ‘Titulo Original: Multiplying Disciples: The New ‘Testament Method for Church Growth. 1. Igreja — Evangelizagao. 2. Evangelizagao — Igreja— Novo Testamento. 3. Igreja — Crescimento. I. Titulo. CDD — 248.5 Coordenacao Editorial IJcsemar de Souza Pinto Edigdo de Arte Nilcéa Pinheiro Capas Concepeao do original em Inglés Execucdo do SDA Codigo para pedidos: 235019 Junta de Educacdo Religiosa e Publicacées da Convencao Batista Brasileira Caixa Postal 320 — CEP: 20001-970 Rua Silva Vale, 781 — Cavalcanti — CEP: 21370-360 Rio de Janeiro, RJ — Brasil 3.000/1995 Impresso em graficas préprias. Apresentacao Alguns anos atras, eu estava em uma grande igreja dos Estados Unidos, para realizar uma série de reunides. Aquela nao era uma igreja comum. O aconselhamento realizado em seguida, com os novos convertidos, foi o mais minucioso que eu ja vira. Uma classe formada para os novos membros foi a mais eficiente que eu ja encontrara. Acima de tudo, havia um grupo de leigos que estavam equipados como competentes lideres espirituais. Esses homens assumiram a principal tarefa de equipar os outros. O pastor daquela igreja era 0 autor deste livro: Waylon Moore. Waylon é um dos pioneiros do moderno movimento de discipulado, que d4 uma énfase total ao ‘“‘seguimento”’ (*) e ao treinamento minucioso, feito um-a-um, dos lideres espiri- tuais. Este livro expressa 0 espirito do autor, que tem levado a visio da multiplicagao de discipulos nao s6 aos Estados Unidos, mas também a muitos outros paises do mundo. Talvez a mais forte caracteristica de Multiplicando Discipu- _ los seja a sua evidente base biblica. Como era de se esperar, um livro baseado biblicamente a respeito deste assunto deve ter uma mistura de evangelizagao com discipulado, nas devidas proporcoes. Este livro magnifica ambos. O autor escreve: ‘Quando a igreja exala discipulos, inala convertidos.”’ Para Waylon, o alvo de discipular é o desenvolvimento de um grupo dedicado de crentes que penetrarao com eficiéncia em (*) Traduziremos como ‘‘seguimento’’ a expressao inglesa “follow-up”, que significa a assisténcia dada ao novo convertido durante o tempo em que ele esta se arraigando na £6. um mundo perdido. Este livro também liga fortemente o ministério de fazer discipulos com a igreja local. Os livros a respeito de discipulado precisam ser escritos por pessoas que estejam praticando o que escrevem. Este explén- dido livro é escrito por um homem que por muitos anos tem posto em pratica o que escreveu. O seu objetivo é criar visdo e acao na vida do leitor, para com os ministérios de evangelis- mo, ‘‘seguimento”’ e treinamento de lideres. Este livro sera uma ferramenta extremamente util para qualquer pessoa que esteja comprometida a obedecer plenamente 4 Grande Comis- sao. Roy J. Fish Professor de Evangelizacéo Semindrio Teoldgico Batista do Sudoeste dos Estados Unidos Fort Worth, Texas, Estados Unidos Prefacio Um novo sopro do Espirito esta operando nos coragées, através da América do Norte e em muitas nagdes ao redor do mundo. Novos padrdes de ministério esto sendo tentados, com crescente sucesso. Nunea, na histéria da igreja, mais pessoas professaram a sua fé em Cristo do que neste século. Todavia, a qualidade de vida espiritual na igreja local é, infelizmente, ainda questionavel, em uma época quando milhdes anseiam por experimentar a plenitude da vida em Cristo. Na sociedade contemporanea, o supremo valor do indivi- duo tem sido redescoberto politica e socialmente. Os grupos de minoria tém conseguido novas liberdades. Os lideres eclesisticos, por toda parte, esto come¢ando a perceber o vasto potencial que existe na abordagem feita a pequenos grupos, e especialmente no discipulado um-a-um, para conseguir uma multiplicacao espiritual efetiva. Trés desafios se colocam diante dos que tém 0 corac&o voltado para a evangelizacio e 0 crescimento da igreja. Primeiro: precisa haver uma dedicacao radical 4 validagao da experiéncia da conversao, através do aconselhamento de todos os novos membros que entram na igreja local. E demasiado o ntimero de individuos sem vida espiritual estuante, que estao enchendo os bancos das igrejas, para assisiir (apenas), o que tristemente se tornou uma espécie de culto memorial pés-cristao. Segundo: precisa haver uma renovada dedicacgéo a um seguimento responsavel e a integracio de todos os novos membros em uma comunhao viva dentro da igreja local. E essencial que-esses novos membros recebam o tipo de ajuda que os leve a desfrutar pessoalmente de habitos regulares de “hora trangiiila”’, estudo biblico e testemunho de sua fé. Terceiro: cada igreja precisa dedicar-se a um treinamento responsavel e de longo alcance, dos seus lideres, através dos ministérios de discipulado, para produzir multiplicadores espirituais capazes de edificar outros ‘‘trabalhadores para a seara . Missiondrios veteranos de trés continentes me disseram: “Estamos atrasados vinte a quarenta anos, quanto ao treinamento de lideres. Nao somos capazes de nos manter a altura da atual exploséo de novos crentes. Os lideres que poderic instruir esses grupos de novos crentes simplesmente nao podem ser produzidos de maneira suficientemente rapida, através dos métodos usados atualmente, em nossos seminarios e institutos biblicos.”” Se um pastor, ou missionério, comecar um ministério individual, um-a-um, com um ou dois discipulos, todavia, o processo de multiplicagao podera ter lugar bem rapidamente. Infelizmente, a maioria das abordagens, quanto ao treina- mento em uso hoje em dia, gira em torno da sala de aulas, do grupo ou da congregacao. Equilibrar estas classes maiores de treinamento com algum tempo que se dedique ao contato um-a-um é algo extremamente necessario. Discipular os outros é nada menos do que o investimento de uma vida inteira: ‘‘dar a vida pelos irmaos”’ (I Joo 3:16). Simplesmente nao pode ser acondicionado a uma sesso um-a-um de duas horas, durante a semana. No meu primeiro livro, New Testament Follow-up, com- partilhei alguns conceitos biblicos praticos e provados, para dar inicio a aconselhamento e ‘‘seguimento” na igreja local. Este livro trata de como estabelecer um treinamento de lideres de longo alcance, de forma a produzir multiplicadores 6 cuidadosamente diseipulados, capazes de edificar ainda outros “‘trabalhadores para a seara”’. Ver os principios de multiplicagao espiritual aplicados em algumas igrejas ajudou-me e encorajou-me a partilhar esses principios com um audit6rio maior. Trés principios esto no cerne da multiplicagao : intercesso junto a Deus por outro discipulo, ajuda para que ele cresga até o seu pleno potencial em Cristo e estar sempre disponivel para ele, Nada do que fiz em trinta anos de ministério se compara com a eficiéncia deste tipo de dedicagao pessoal para ajudar outra pessoa a se tornar o melhor que ela pede ser em Cristo. Permitam-me recomendar este livro para os que desejam multiplicar discipulos em sua igreja local. Waylon B. Moore Tampa, Florida, Estados Unidos Agradecimentos Meus especiais agradecimentos a minha esposa, Clemmie, que jamais cessou de me encorajar; a Avery € Steve, que creram; e aos amigos que permaneceram conosco fielmente, através dos anos. Também agradeco a Monte Unger, sua habil cooperacéo, e a David Tucker, que me ajudou a expressar de forma mais clara as minhas idéias. As fontes das citagdes encontradas no inicio dos capitulos sao: pagina 15 — Goforth of China pagina 21 — The Quotable Billy Graham pagina 53 — The Incredible Christian pagina 59 — A New Heaven pagina 77 — Choosing and Changing pagina 95 — Master Plan of Evangelism 10 Sumario Apresentagao 3 Prefacio 5 Agradecimentos 9 Parte [ O DESAFIO: ALCANCAR O MUNDO 1. Vocé Pode Multiplicar-se Através de Outros 15 Parte II OMETODO: MULTIPLICANDO DISCIPULOS 2. O Significado do Discipulado 21 3. Por Que Edificar Discipulos? 27 4, Exemplos Biblicos de Multiplicagao Espiritual 37 5. Onde Comega o Fazer Discipulos 43 Parte III O PROCESSO: COMO EDIFICAR DISCIPULOS MULTI- PLICADORES 6. Qualidades Espirituais do Fazedor de Discipulos Multi- plicador 53 7. Tenha um Coragio de Servo 59 8. Presenca com o Discipulo 69 9, Tenha um Coracio de Pai 77 10. Determine o Ritmo 95 Parte IV A PRATICA: DE INICIO AGORA 11. Selecionando Lideres Multiplicadores Potenciais 107 12. Comece na Sua Igreja Hoje 115 13. Qualquer Pessoa Pode Se Multiplicar 125 aa PARTE! O DESAFIO: ALCANCAR O MUNDO 1 Vocé Pode Multiplicar-se Através de Outros Todos os gigantes de Deus foram homens fracos que fize- ram grandes coisas para Deus, porque se estribaram no fato de Deus estar com eles. — Hudson Taylor VOCE PODE COMECAR a se multiplicar espiritualmente hoje, e comecar um processo dinfmico que alcance além de sua geracaio, que chegue até o proximo século. Esta pode ser a sua parte em levar a cabo a Grande Comissao de Cristo, de ir atodo o mundo e fazer discipulos (veja Mat. 28:18-20). Afinal de contas, é isto que é este livro: multiplicagdo espiritual atra- vés do processo de fazer discipulos, com o objetivo final de alcangar 0 mundo para Cristo. Isto é algo que qualquer pessoa pode fazer, em qualquer lugar, mas o melhor lugar para comegar é a sua igreja local. Considere o exemplo de um professor de Escola Biblica Dominical do século XIX, chamado Edward Kimball, que comegou a fazer discipulos em sua classe. Os resultados sao 15 patentes aos nossos olhos até hoje, em 1983. De fato, pode ser até que vocé seja um resultado direto da multiplicagao espiritual de Kimball. Edward Kimball comprometeu-se a alcancar cada jovem perdido em sua classe de Escola Biblica Dominical. Tinha ele um grande senso de responsabilidade, especialmente por um rapaz acaipirado, recém-chegado da roca, que havia comega- do a trabalhar em uma loja de calgados das redondezas. Um dia Kimball foi a loja e, numa saleta dos fundos, persuadiu 0 rapaz a aceitar Cristo como seu Salvador pessoal. Quando estava descrevendo esse jovem, Kimball disse: “‘Tenho visto poucas pessoas cujas mentes fossem espiritual- mente mais obscuras do que quando ele entrou na minha classe de Escola Biblica Dominical, ou alguém que parecesse mais improvavel tornar-se um crente de opinides claramente decididas, quanto menos com condicées de preencher qual- quer esfera de utilidade publica extensa.”! Mas o jovem, Dwight L. Moody, chegou a tornar-se conhecido como o pioneiro das modernas técnicas de evangelizagao em massa e como pregador ungido pelo Espirito, cuja mensagem tocou milhdes de pessoas na América do Norte e na Europa. Na verdade, foi durante as campanhas de Moody, na Inglaterra, que a cadeia de multiplicagio espiritual ensinada por Kimball foi poderosamente posta em pratica. Mais de um pastor inglés rejeitou a abordagem fervorosa do visitante, a respeito de evangelizagao. Um deles, o Rev. F. B. Meyer, nao sentiu-se, de forma alguma, impressionado com a crueza do evangelista iletrado e Aspero. Contudo, até o seu coracio se derreteu quando ele ouviu duas senhoras, que eram ambas professoras de Escola Biblica Dominical em sua propria igreja, contarem como haviam sido influenciadas pela dedica- ao de Moody em ganhar para Cristo todos os membros da classe de Escola Biblica Dominical que ele dirigia. Essas duas senhoras, por seu turno, vieram a alcangar todos os membros de suas classes. Avivado pelo Espirito 16 Santo, através da dedicac&o dessas mulheres, Meyer juntou-se As reunides evangelisticas de Moody com entusiasmo, de todo o coragao. Mais tarde, Moody convidou Meyer para ir aos Estados Unidos. Entre os que foram alcangados pelo ministério de Meyer, de ensino da Biblia, estava um esforgado pregador jovem, chamado J. Wilber Chapman, cuja maneira de agir foi transformada de tal maneira que ele também passou a dedicar-se a um ministério evangelistico. Embora ele tenha sido usado por Deus, através de todo 0 mundo, para levar pessoas a Cristo, foi o proprio diretor de promocdes da cruzada de Chapman, ex-escriturario da Associacao Crista de Mocos, quem deveria levar avante a cadeia de multiplicagéo de Kimball. O seu nome era Billy Sunday. Sunday pregou através de toda a América do Norte, com resultados espetaculares. A sua campanha em Charlotte, Carolina do Norte, nos Estados Unidos, produziu alguns convertidos, que organizaram um grupo de oracao, que manteve reunides por anos a fio, orando para que Deus continuasse 0 ministério de evangelizacao através do povo de Charlotte. Esse grupo de homens de oracio foi levado pelo Espirito Santo a planejar uma campanha que alcangasse toda a cidade. Convidaram Mordecai Ham, o evangelista ‘‘cow- boy’’, para ser o orador. Durante uma das reunides, alguns adolescentes estavam entre os que foram alcangados para Cristo. Um deles era um rapaz chamado Billy Graham. S6 o céu revelaré o nimero real de pessoas alcancadas através da cadeia de discipulos multiplicadores, como resul- tado dos humildes esforgos de Edward Kimball, em sua igreja local, no século XIX. Cristo nos chama para sermos discipulos que se multipli- quem espiritualmente. A multiplicagaio deve ser resultado de uma aplicacdo consciente de principios biblicos, e nado apenas 17 coincidéncia. Seja vocé leigo, pastor ou outro obreiro cristao, este livro foi escrito para ajuda-lo a se multiplicar por muitas geracoes futuras, ao fazer discipulos. Este ministério perduraré através de toda a eternidade, se vocé investir na vida de individuos que, por seu turno, se disponham a alcangar outros... que alcangarao outros... que alcangarao outros. Vocé pode comegar essa cadeia ilimitada em sua igreja hoje! PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Com que freqiiéncia vocé vé outras pessoas sendo influenciadas a se entregarem a Cristo como resultado de um plano cuidadosamente elaborado? Discuta alguns exemplos de multiplicacéo espiritual encontrados em sua propria experiéncia, observagao ou leitura. NOTAS 1. A. P. Fitt, The Life of D. L. Moody (Chicago: Moody Press, n. d.), p. 23. 18 Parte IT OMETODO: MULTIPLICANDO DISCIPULOS 2 0 Significado do Discipulado A salvacdo é de graca, mas o discipulado custa tudo o que temos. — Billy Graham DISCIPULO ERA A PALAVRA favorita de Cristo para aqueles cuja vida estava ligada entranhadamente com a dele. A palavra grega traduzida como ‘“‘discipulo’’, mathetés, é usada 269 vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa pessoa “ensinada”’ ou “‘treinada’’. No Evangelho de Joao, Jesus define a palavra discipulo de trés maneiras: Primeiro: Discipulo é um crente que esta envolvido com a palavra de Deus de maneira continua. ‘‘Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vés permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discipulos” (Joao 8:31). A Biblia 6 muito mais do que um mero livro; é um guia ai confiavel para a vida didria. A continua aplicacéo da Escritura resulta em aprendizado das verdades que, de acordo com Jesus, libertam a pessoa (veja Joao 8:32). Segundo: Discipulo é alguém que da a sua vida pelos outros. ‘‘Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vés, que também vés vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerao todos que sois meus discipulos, se tiverdes amor uns aos outros’ (Jodo 13:34,35). Mas que qualidade de amor é essa? E muito mais do que simplesmente fazer algumas boas agdes. Em Joao 15:13, Jesus diz: ‘‘Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.”’ Isto empresta ao amor um significado ainda mais profundo: o discipulo ama o suficiente para se tornar impopular, para se tornar mal-entendido, para ficar sozinho, para sofrer. O amor é incondicional. Jesus cativou 0 corago dos seus discipulos com o seu amor incondicional. 0 seu amor sempre procurava fazer o que era melhor para as pessoas que ele estava treinando. Para amar os nossos irmaos, precisamos sacrificar-nos para satisfazer as mais profundas necessidades deles. Como escreveu Joao, 0 discipulo amado: ‘‘Nisto conhecemos 0 amor: que Cristo deu asua vida por nés; e nos devemos dar a vida pelos irmaos”’ (I Joao 3:16). Jesus define discipulado, em parte, como amor pelos outros crentes. Os homens podem ver Cristo em nossas vidas tao-somente quando nos véem amando uns aos outros. Mas este é um amor incomum. “‘Dando a nossa vida’ pelos outros, morremos para certas coisas. Abrimos mio de certos direitos. Pode ser que precisemos sacrificar dinheiro, tempo e possessdes, a fim de melhor amar os outros. Isto é possivel em nossas igrejas, hoje em dia, quando ‘‘o amor de Deus esta derramado em nossos coragées pelo Espirito Santo”’ (Roma- nos 5:5). Terceiro: Discipulo é alguém que permanece diariamente em uma unido frutifera com Cristo. Jesus disse: 22 “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vSs; como a vara de si mesma no pode dar fruto, se nZo permanecer na videira, assim também vés, se no permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vés sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse da muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Joao 15:4,5; a grifo é meu). A palavra fruto é usada de varias maneiras na Escritura. Esta passagem parece ilustrar mais o fruto da nossa uniao com Cristo do que o fruto do Espirito, como é explicado em Galatas 5:22,23. Isto é discutido em maior profundidade em Joao 15:8: 'Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discfpulos.”” Desta forma, os discipulos de Cristo so as pessoas que produzem o fruto que resulta de se permanecer em unido com ele. A oragio de Cristo pelos discipulos, registrada em Joao 17, demonstra que os frutos mencionados em Jodo 15 sio pessoas: ‘E rogo n&o somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hao de crer em mim” (Joao 17:20). Em seus ensinamentos, Jesus enfatizou um fruto que permanega: ‘'Vés nfio me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vés, e vos designei, para que vades e deis fruto, eo vosso fruto permanega, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda’? (Joao 15:16). A nossa uniao com Cristo torna possivel uma yida através de que os outros possam ser salvos. Quando uma Arvore esta tao cheia de seiva que nao pode mais conté-la, 0 resultado é fruto! Quando um crist&o esta cheio de Cristo, os outros 0 véem, e ouvem a respeito dele, e entdo- so renascidos espiritualmente no reino de Deus. Desta forma, novos crentes so um fruto do verdadeiro discipulado. Se ficar meramente sentada quietinha, a pessoa pode ter o fruto interno do Espirito, mas Jesus diz que devemos “‘ir e dar fruto’”’, ‘*Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores sao poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalha- 23 dores para a sua seara’’ (Mat. 9:37,38). O mundo precisa desesperadamente de trabalhadores (discipulos), homens e mulheres que estejam permanecendo em Cristo, obedecendo e aplicando diariamente as Escrituras, evangelizando os perdi- dos eficientemente, e se desdobrando em amor semelhante ao de Cristo, para com os seus irmaos e irmas na igreja. Desta forma, podemos ajudar a aleancar o mundo — esse campo grande e maduro para a colheita! CONDICOES DO DISCIPULADO Jesus, em Lucas 14, elabora mais minuciosamente o conceito de discipulado, e apresenta algumas condigdes praticas para aqueles que desejam segui-lo. Em Lucas 14:26, ele fala de o amarmos mais do que o pai, mie ou familia. Ele também iguala o discipulado com um amor sem rivais por ele, até acima da propria vida. ‘‘Quem nao leva a sua cruz e nao me segue, nao pode ser meu discipulo”’ (Luc. 14:27). Vocé quer ser discipulo dele? Entio, deve carregar a cruz. Este é 0 instrumento de morte para o eu, que devemos carregar diariamente. O verdadeiro discipulado reclama uma atitude de dedicag&o vontade revelada de Deus — vontade que considera todas as coisas que se colocam em nosso caminho como algo enviado por suas maos. Ao invés de nos apegarmos firmemente as coisas terrenas, devemos estar dispostos a abrir mAo delas (levar a cruz), por causa dele. Paulo, um missionario que centralizava-se em Cristo, entendia que tem que haver uma dedicagio a Jesus, pois ele comprou o direito de ser nosso Senhor mediante o seu proprio sangue: ‘‘E ele morreu por todos, para que os que vivem nao vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”’ (II Cor. 5:15). Cristo deve ter proeminéncia em nossa vida 'e em nosso ministério. A. W. Tozer disse que ha trés caracteristicas da pessoa crucificada com Cristo: ‘Ela nao tem planos préprios, olha apenas.em uma diregao e nao se deixa vencer.’”! 24 Se queremos gozar de um relacionamento emocionante e vivo com Cristo, diariamente, precisamos estar dispostos a pagar o prego; requer-se disciplina pessoal. Pode haver solidao. Pode haver falta de popularidade, quando progredi- mos da morte de nossos sonhos e planos para a gloriosa ressurreigao de viver através da vida dele em nés. Muitos crentes avancam para o alvo de levar a cruz em sua identificagéo com Cristo, mas desistem logo. ‘‘Demas me abandonou, tendo amado o mundo presente” (II Tim. 4:10), escreveu Paulo a respeito de um discipulo que comegara a jornada, porém desistira cedo demais. Cristo insiste em que ele precisa ser o foco exclusivo de nossa vida. ‘‘Assim, pois, todo aquele dentre vés que nao renuncia a tudo quanto possui, nao pode ser meu discipulo” (Luc. 14:33). Fazer uma entrega irrevogavel a Cristo como Senhor é essencial para o discipulado biblico, mas mao é suficiente. Essa entrega precisa ser renovada todos os dias. Reavalie o seu caminhar com Cristo, a luz dessas definigdes biblicas de discipulado, pois vocé mesmo precisa primeiro ser um discfpulo, antes de poder discipular outros. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Expresse, em suas proprias palavras, as trés definicdes de um discipulo apresentadas por Jesus no Evangelho de Joao. 2. Como pode vocé resumir a énfase que Jesus da em Lucas 14:26-34, a respeito do discipulado com rendigao total? 3. Cite algumas das qualidades que vocé acha que devem caracterizar um moderno discipulo de Cristo. 4. Discuta a relagao de seguir a Cristo, em Lucas 14, com a recuperagao das coisas perdidas, em Lucas 15. 5. Discuta o conceito de que ‘‘cada salvo 6 um discipulo de Cristo”” em relagao a definic&o de discipulo de Cristo 25 (“‘aquele que satisfaz as qualificagdes biblicas esbocgadas nos Evangelhos’’). NOTAS: 1. A. W. Tozer, de uma palestra feita na Christian Missionary Alliance Church, Chicago, Illinois, 1957. 3 Por Que Edificar Disc{pulos? a Vocé despenderia 0 mesmo tempo, para se preparar a fim de satisfazer as necessidades de uma pessoa, que usaria pa- ra se preparar a fim de pregar um sermdo para cinco mil pes- soas? Quanto vocé cré no po- tencial de uma pessoa? — K. Bruce Miller HA PELO MENOS trés importantes precedentes biblicos para se edificar discipulos: 0 uso do discipulado no Velho Testamento e os ministérios ptblico e privado de Jesus. O DISCIPULADO DO VELHO TESTAMENTO O conceito de compartilhar com outrem 0 que Deus esta compartilhando com vocé tem séculos de idade. Moisés abriu © seu coracéo e a sua vida para Josué. Mas a idéia de compartilhamento no era natural para Moisés. Deus estabe- Jeceu um padrao de instrucao, quando ordenou a Moisés que compartilhasse a sua vida com Josué, em Deuterondmio 3:28: ‘*Mas d4 ordens a Josué, anima-o e fortalece-o, porque ele passar adiante deste povo.” 27 Moisés devia ministrar ao seu aprendiz, Josué, tudo o que Deus lhe estava ensinando. Isto significou a dedicagao de muito tempo a Josué, em que ele aprendeu por observacio e conversa pessoal. Moisés, o servo de Deus, tornou-se um canal humano para levar Josué a ser um servo de Deus. Por que precisou Deus ordenar a Moisés que se afastasse do padrao de ministracao a milhares, para tocar apenas uma s6 vida? Porque a tendéncia natural do homem é ver as necessidades de muitos em massa, em vez de ver o potencial de uma sé vida rendida 4 completa vontade de Deus. Como disse certa vez Sam Shoemaker: “Os homens nfo sao lavrados por atacado, da massa mediocre, mas um por um.””! ‘Elias também tinha discipulos, em uma escola para jovens profetas. Através desse pugilo de homens, Deus iria traba- lhar, para acarretar reavivamento ou julgamento a Israel. Entre eles estava Eliseu, jovem que tinha um coragao como 0 de Elias. Surpreendentemente, Eliseu pediu de Elias porgao dobrada do poder que este recebera de Deus. Ele vira os milagres e o poder de Deus manifestados através do braco forte de Elias. Através de disciplina e de participagao na visao, Eliseu aprendera a pedir coisas ousadas de Deus. Ha outros exemplos veterotestamentarios de uma pessoa investindo a sua vida na vida de outrem: Davi e seus valentes; a forma como os patriarcas treinaram os seus filhos; e as ordens concretas aos pais para ensinarem os seus filhos, que, por seu turno, ensinarao os seus (veja Deut. 4:9 e 6:6,7). Esta énfase. no relacionamento entre mestre-e-aluno\langou o alicerce para 0 ministério de discipulado em o Novo Testa- mento. O MINISTERIO PUBLICO DE JESUS Jesus teve um amplo ministério piblico, abrangendo quatro abordagens basicas: 28 Ele pregou. As multidé6es ouviram falar do reino, do julgamento da hipocrisia religiosa e da natureza de Deus, através da pregacao de Jesus. Ele propiciou nova revelacao a conceitos veterotestamentarios que estavam enterrados na tradic¢&o. Ele revelou a verdade final, além do legalismo. ‘‘E a grande multidao o ouvia com prazer”’ (Mar. 12:37), enquanto ele pregava com amor e autoridade. Ele ensinou. Ele ensinou como homem nenhum jamais ensinara — 4 multidao em um monte com vistas para o Mar da Galiléia, a grupos em aldeias, a individuos na privacidade dos seus lares, aos curiosos e aos que com ele se tinham comprometido. Ele revelou a verdade em sua pureza crua, através de parabolas que iluminavam as realidades da vida. Nao é surpresa que ele usou todos os dez métodos de ensino catalogados pelos eruditos modernos.” Ele curou. Ninguém jamais saiu da presenga de Jesus ainda carecendo de satide. Em certa ocasiaio, muitas pessoas se reuniram ao redor dele, ‘‘e toda a multidaéo procurava tovar-lhe; porque safa dele poder que curava a todos’’ (Luc. 6:19). Um mundo sem hospitais nem previdéncia social encontrou o Grande Médico, e porfiou por nunca deix4-lo ir-se. Ele realizou milagres. As multidées 0 rodeavam, e seguiam, enquanto o Mestre curava os leprosos, dava vista aos cegos, alimentava as multiddes e ressuscitava os mortos. Os seus discipulos ficaram aténitos quando ele acalmou a tempestade. Na bonanga que se seguiu, eles viram Jesus andando sobre as Aguas, atravessando o nevoeiro, e vindo na diregio do barco deles. Historicamente, a igreja cristi tem abragado cada um desses aspectos do ministério ptiblico de Cristo, mas freqiien- temente ela tem-se esquecido dos exemplos dados por Cristo em seu ministério privado. 29 O MINISTERIO PRIVADO DE JESUS Jesus também teve um estratégico ministério privado, que era tao simples que tem sido passado despercebido como principio de miss&o eclesidstica. A dedicagio coercitiva de Cristo era edificar discipulos que multiplicassem a mensagem de sua vida, morte e ressurreic&o por todas as nacées. Disse ele: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discfpulos de todas as nagées, batizando-os em nome do Pai, ¢ do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado”” (Mat. 28:18-20). Se quisermos copiar todo o ministério de Jesus, a igreja precisa se estender tanto em evangelizagio quanto no estabelecimento dos convertidos. Enquanto os convertidos crescem, eles também podem ser ensinados como equipar e treinar outros crentes, que, por seu turno, alcancem outros através do processo de multiplicacio espiritual. Ganhar almas nfo é fazer discipulos; mas ganhar almas é importantissimo, se os discipulos visam se tornar aptos a se reproduzirem na vida dos outros. Evangelizagao é o primeiro ele da cadeia de multiplicacao espiritual. As igrejas que tém dado uma énfase exagerada a batismos e programas ou tém uma preocupagao indevida com a “‘quali- dade de membros”’ precisam reconsiderar a ordem de Cristo para fazer discipulos. Salvar almas e edificar discipulos sao duas coisas inseparavelmente ligadas na Biblia. FAZER DISCiPULOS & UM METODO EXEQUIVEL Ao recapitular a minha motivagio para discipular os outros, lembro-me de como alguém cuidou de mim, e como esse cuidado amoroso e o subseqiiente fluxo, para a minha 30 vida, do que essa pessoa havia aprendido de Deus, mudou a minha vida. Fazer discfpulos nao tem grau de prestigio, nem categoria denominacional; mas os resultados sao sempre melhores do que qualquer coisa que experimentei em trinta anos de trabalho com o povo. Ha varias razdes para isso. Discipular é uma das maneiras mais estratégicas para se ter um ministério pessoal ilimitado. Isso pode ser feito em qualquer tempo, por qualquer pessoa, em qualquer lugar e entre qualquer grupo etario. Discipular é 0 mais flexivel dos ministérios. Visto que n&o precisa ser executado dentro de qualquer esquema cronolégi- co ou estrutura organizacional, o fazedor de discipulos pode ser extremamente flexivel. Discipular é a maneira mais rdpida e mais segura de mobilizar todo 0 corpo de Cristo para evangelizar. O alvo de discipular nao é apenas conseguir mais discipulos, porque um clube composto de almas salvas logo morreraé sem uma eficiente penetracaio no mundo perdido. Uma das formas mais rapidas de aumentar o nimero de batismos e aprofundar a qualidade de vida dos que sao alcangados para Cristo é 0 discipulado, Fazer disefpulos de todas as nagdes torna-se tanto um resultado da evangelizagdo quanto uma forma de realizar a evangelizacao do mundo. Discipular tem um potencial de mais longo aleance para produzir frutos do que qualquer outro ministério. O Senhor deseja que sejamos arraigados e edificados nele, e estabeleci- dos na fé (veja Col. 2:7). Isto exige tempo e interesse. Interesse pelo povo é o componente essencial. O seguimento é feito por alguém, e nao por algo. Discipular propicia & igreja local maduros lideres leigos centralizados em Cristo e orientados para a Palavra. Os “‘esquentadores de bancos”’ saio muitos; os trabalhadores sio poucos, Os trabalhadores sao produto de discipulado feito na igreja e orientado pelo Espirito. A edificagdo na vida de outros é 0 plano de Deus para o levantamento de novos diaconos, “ 31 professores e outros lideres da igreja. O apelo do comité designador por obreiros se tornaré um brado de louvor a Deus, quando os membros da igreja forem discipulos multi- plicadores semelhantes a Cristo. Q CICLO DE LIDERANGA Como acabamos de ver, edificar discipulos é 0 que desenvolve os futuros lideres da igreja. Como, portanto, podemos acelerar o treinamento de lideranca de forma a estar preparados para o futuro? O evangelismo é 0 meio para se fazer convertidos, e 0 campo de treinamento para discipulos em desenvolvimento. Quando a igreja exala discipulos, inala convertidos; desta forma, ela cresce. O discipulado é a forma mais rapida de multiplicar lideres que apressarao tanto a evangelizacao quanto o discipulado. A ilustragao do “Ciclo de Lideranga’’ na igreja local (veja a Figura A, na pagina 33) pode ajuda-lo a entender a multiplicacao de lideres. Esta figura nao tem o objetivo de ser uma simples colocacéo de etiquetas nas pessoas, na igreja, mas uma representacao dos niveis de crescimento dentro da igreja. Através do seguimento, o novo convertido € amado, alimentado, protegido e treinado (veja o Capitulo 5). Ele torna-se um discipulo, um seguidor de Cristo em crescimento. A medida que o discipulo recebe treinamento individual (por um discfpulo mais maduro), ele se torna capaz de multiplicar- se. Um multiplicador tem treinado um ou mais discipulos, que alcangaram outras pessoas. Um edificador de multiplicadores treina outros multiplicadores. O processo de discipulado é representado pelas setas que se dirigem para baixo — enquanto cada lider desenvolve discipulos em crescimento. O ciclo é completado e comeca de novo quando cada converso cresce até 0 seu pleno potencial, a 32 O CICLO DE LIDERANCA OS EDIFICADORE: E MULTIPLICADORES' TREINAM pelo Principio “Com-Ele” Lo — fe —\-- OS MULTIPLICADORES) EQUIPAM por Homem-a-Homem Efésios 4:11-16 OS DISCIPULOS ESTABELECEM por Seguimento Colossenses 2:6,7 OS NOVOS CONVERTIDOS EVANGELIZAM pelo Testemunho SS O Corpo de Cristo Edifica Dentro Figura A 33 semelhanca de Cristo, fato representado pelas setas que apontam para o edificador. As setas que apontam para o mundo perdido representam a evangelizagao realizada pela igreja, isto é, por todos os convertidos cheios do Espirito, discipulos, multiplicadores e edificadores. Este ciclo de lideranga é um conceito visual de crescimento da igreja, através do treinamento recebido para a tarefa e do ato de se estender para os que nao sao salvos. Através de um ministério pessoal, os multiplicadores (a primeira geragio) aconselham, encorajam e adestram os discipulos (segunda geracao). Em poucas semanas ou meses, Deus desenvolve uma equipe de testemunhas. Eles visitam amigos, parentes, vizinhos ou colegas de trabalho, e algumas pessoas nascem de novo. Quando esses discipulos da segunda geracao tiverem ganho novos conversos (terceira geracaio), a multiplicacao comecou. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Em relacao ao ministério de sua igreja, discuta a maneira pela qual Cristo se concentrou em quatro abordagens basi- cas para ministrar. 2. Asua igreja fez uma decisao de imitar 0 ministério privado de discipulado exercido por Jesus? O que sugere vocé para uma uniaéo mais forte entre os ministérios ptblico e privado em sua igreja. 3. Que lugar tém a Escola Biblica Dominical e os ministérios de treinamento da igreja e da mocidade, no ministério privado de discipulado? Que pontos fortes e fracos sao visiveis na maneira de realizar os ministérios ptblico e privado usados através da Biblia? 4. Como pode vocé tomar uma decisio de praticar o discipula- do que se modela no ministério privado de Jesus? 5. Que razées para discipular outra pessoa séo mais impor- tantes para vocé? 34 6. Discuta algumas das outras vantagens do discipulado. 7. Discuta o ‘Ciclo de Lideranga’”’ do ponto de vista da sua igreja: a) Quantos, em sua igreja, sao novos convertidos, discipu- los, multiplicadores e edificadores de multiplicadores? b) Por que a evangelizacao é essencial em cada parte do ciclo? 8. Como vocé pode iniciar um ministério de discipulado em sua igreja, ou fortalecer a énfase atual em treinamento de discipulado? NOTAS 1. Sam Shoemaker, Revive Thy Church Beginning with Me (New York: Harper Brothers, 1948), p. 112. 2. F. H. Roberts, Master’s Thesis, Dallas Seminary, 1955. p. iii-iv. 35 4 Exemplos Biblicos de Multiplicacao Espiritual Ora, quem despreza o dia das coisas pequenas? — (Zacarias 4:10) E DIFICIL identificarmo-nos com os gigantes edificadores de multiplicadores como Paulo e Pedro. Poucos de nds exercerio tao grande autoridade e poder espiritual como Paulo. Ainda mais, poucos pregarao como Pedro, e verao trés mil salvos em um sé culto. Mas nao poderemos deixar que isso nos desencoraje, pois ha homens e mulheres da Biblia com quem podemos nos identificar em nosso afa pessoal de fazer discipulos. ANDRE Nos Evangelhos, André estava sempre trazendo pessoas para Jesus. Ele levou o seu irmao, Simao (veja Joao 1:40-42); 37 este Simfo se tornou Pedro, o gigante da fé. André encontrou o menino cujo lanche Jesus multiplicou para alimentar cinco mil pessoas (veja Joao 6:8,9). E quando os gregos disseram: “Senhor, queriamos ver a Jesus” (Joao 12:21), André sabia aonde os levar. Contudo, foi ao alcangar o seu irm&o Pedro, que o ministé- tio de André se estendeu até os nossos dias. No Pentecostes, Pedro evangelizou milhares de judeus, que confiaram em Cristo (veja At. 2). Os que se converteram em Jerusalém mais tarde sairam de la por causa da perseguiciio (ee at 4) e viajaram para a Antioquia (veja At. 11:19), outros judeus se converteram através da evangelizacaio pessoal deles. Quando Pedro cresceu em graga, depois da ressurreigaio, Deus The deu poder para abrir a porta para a conversio dos gentios, quando Cornélio e sua familia creram (veja At. 10). Isto é multiplicagaio; desde André, a Pedro, aos milhares convertidos em Jerusalém e a primeira igreja missionaria em Antioquia. André realizou a sua pregacio através de evange- lizag&o pessoal; ele levou pessoas a Jesus uma por uma. Ao levar 0 seu irmao Pedro a Cristo, André participou das recompensas de tudo 0 que Simo Pedro mais tarde realizou para 0 reino de Deus. E desta forma que vocé pode expandir o seu ministério ao redor do mundo, alcancando apenas uma outra pessoa que possa se multiplicar poderosamente. Joxo O apéstolo Joao treinou homens: as suas trés epistolas, dirigidas a lideres eclesidsticos, revelam a sua continua responsabilidade como pai espiritual. A historia da igreja registra que Joao ganhou e treinou uma testemunha dinami- ca, chamada Policarpo, que, por seu turno, alcancou e discipulou Irineu, que se tornou um pastor. Esses homens deram as suas vidas durante as perseguigdes do segundo 38 século. Contudo, através da multiplicagao, o seu ministério continuou a viver. BARNABE Em Atos 4, encontramos um cristao chamado José, homem suficientemente proximo dos apéstolos para receber um novo nome: ‘“‘Barnabé, o encorajador.”” Que homem! Ele ouvira o testemunho de um jovem convertido chamado Saulo de Tarso, e creu que era genuino. Barnabé sempre olhava para os problemas passados das pessoas, a fim de visualizar o potencial que enxergava nelas pela obra da graca de Deus. Quando Saulo viajou para Jerusalém, todos tinham medo dele. Barnabé, todavia, confir- mou Saulo diante dos irm&os. Mais tarde, eles se empenha- ram juntos, durante um ano, num ministério pessoal em Antioquia (veja At. 11:22-26). Paulo ja havia sido ensinado particularmente pelo Espirito Santo durante trés anos, no deserto. Mas Deus usou Barnabé para encorajar, refinar e fortalecer esse rabi de muitos talentos, de quem outros nao ousariam se aproximar. a Barnabé decidiu-se a discipular 0 seu sobrinho Joao Mar- cos. Quando Marcos abandonou a primeira viagem missiona- tia, Paulo recusou-se a dar-Ihe uma segunda chance. Na divisao de opinides com Barnabé, a respeito de Marcos, Paulo escolheu Silas e Timéteo, e entrou na historia. Barnabé permaneceu com Marcos. Porém, em II Timéteo 4:11, quan- do Paulo pede a Timéteo para mandar os seus livros e a sua capa, ele também escreve: ‘“Toma a Marcos e traze-o contigo, porque me é muito til para o ministério.”’ O que transformara um desertor em um ajudador? Certa- mente nao somos capazes de avaliar Marcos a parte do tempo, do amor e do treinamento que recebeu tanto de Pedro quanto de Barnabé. Deus usou esses multiplicadores para 39 desenvolver aquelas qualidades em Marcos que estavam escondidas dos olhos de Paulo. AQUILAE PRISCILA Paulo comecou outra cadeia de multiplicagio quando en- controu-se com Aqiiila e Priscila. Este casal cuidou de e discipulou um homem chamado Apolo (veja At. 18:24-28). Os judeus ficaram ‘‘poderosamente convencidos” através do ministério didatico de Apolo. Deus formou uma cadeia de quatro geragdes de multiplicagdo espiritual: de Paulo a Aqiiila e Priscila, depois a Apolo e, finalmente, aos judeus. Paulo alcancou muitos outros de maneira pessoal, que continuaram a exercer um impacto sobre a histéria, inclusive Lucas. Lucas se dedicou a escrever tanto o seu Evangelho quanto o Livro de Atos, para realizar o seguimento de um homem: Teéfilo (veja Luc. 1:1-4 e Atos 1:1). Tito, outro fruto do ministério de Paulo, mais tarde veio a pastorear uma igreja em Creta. VOCE PODE MULTIPLICAR-SE Considere a ‘‘Cadeia de Multiplicagdo”, Figura B, que mostra a reprodugao espiritual no Novo Testamento. Nem André nem Barnabé eram tao talentosos quanto as pessoas que eles alcancaram. Contudo, ambos compartilha- ram alegremente com os outros o que eles conheciam de Cristo. E ambos participaram das recompensas espirituais dos que eles ajudaram. Podemos ser encorajados por exemplos como os de André e Barnabé, e reconhecer que cada um de nés é capaz de fazer discfpulos e se multiplicar. Deus quer nos dar um potencial Pedro, ou Paulo, ou Timéteo. Estar disponivel a diregao do Espirito é 0 fator essencial para que multipliquemos. Vocé pode ser um André. 40 CADEIA DE MULTIPLICAGAO 2. André 3. Simao Pedro 4. Pentecostes 5. Antioquia 6. Barnabé 7. Jodo Marcos 8. Paulo 9. Timéteo. 10. Homens Fiéis 11. Outros Também 12. Priscila e Aquila 13. Apolo 14. Judeus 15. Lucas 16. Teéfilo 17. Tito 18. Creta 19. Efeso APOSTOLOS 2. Joao. 3. Policarpo. 3. Irineu Figura B PERGUNTAS’ PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Lembre-se dos ‘‘Andrés’’ que foram responsveis por levar yocé a Cristo. Vocé sabe algo a respeito da cadeia de multiplicagao que os levou a Cristo? 2. Quem desempenhou o papel de Barnabé em sua vida, encorajando-o como crente novo, ou em alguma deciséo recente? 3. Das passagens em Atos 9, 11 e 15, como vocé acha que foi Paulo discipulado por Barnabé? Foi facil ou dificil? 4, Que espécie de pessoa pode Deus usar para comegar uma cadeia de multiplicagio em sua igreja? Especifique algu- mas das qualidades que vocé observou na vida de André ou de Barnabé. 4] 5 Onde Comeca o Fazer Discipulos A decisdo é cinco por-cento; 0 seguimento a esta decisdo é noventae cinco por-cento. — Billy Graham TODA PESSOA nascida de novo é um milagre da graca de Deus. Est4 no plano de Deus que cada milagrosa vida nova cresca até a plenitude de Cristo. Um nascimento espiritual sadio é essencial para o crescimento no discipulado. Parte do retardamento espiritual, nos membros da igreja, pode ser levado a conta de decisées iniciais obscuras em aceitar Cristo. A implementacao dos métodos de Paulo, de cuidar dos novos crentes, capacitara a igreja local a fortalecer os novos crentes imediatamente, para um discipulado responsavel. O novo crente é uma crianca espiritual, e precisa ter imediatos cuidados maternos e paternos. O tempo longo, que, chocantemente, se deixa passar entre a decisao e o seguimento inicial, 6 um fator negativo de monta, que impede o futuro crescimento. Dentro de vinte e quatro horas 0 novo convertido 43 deve receber orag&o, ser contatado pessoalmente, e deve-se mostrar a ele como pode comegar a alimentar-se com a Palavra de Deus. Um bebé necessita de carinho e de alimento! Quando lembramos os trés anos do discipulado diério de Jesus, e os anos de comunh4o de Paulo com Timéteo e Tito, vemos que 0 seguimento n§o é resolvido por um ou dois cultos na igreja. A BRECHA DO BATISMO Nos Estados Unidos, os pastores tém indicado que quase cingiienta por-cento dos que tomam decisées por Cristo, em suas igrejas, nao sao batizados posteriormente. Na América do Sul, alguns pastores tém dito que oito, dentre dez dos que tomam uma deciséo por Cristo em reunides evangelisticas, nunca voltam a igreja. A mesma coisa esta acontecendo na Africa ena Asia. Ha uma brecha dolorosa entre as centenas de profissdes de fé nas igrejas e as poucas diizias de pessoas que na verdade sao batizadas, efetivamente integradas na vida da igreja local e crescendo em Cristo um ano mais tarde. Embora haja muitas razdes por que as igrejas perdem tantos novos convertidos (tais como uma obscura apresenta- ¢ao do evangelho ou decisdes baseadas em pressao de cole- gas), a maior causa de perdas é 0 resultado de uma compreen- sao inadequada dos principios do seguimento que nos sao apresentados em o Novo Testamento. O aconselhamento imediato é essencial. (Para uma ajuda no estabelecimento de um ministério total de seguimento em sua igreja, consulte alguns dos livros disponiveis acerca do assunto.)! QUATRO METODOS DE SEGUIMENTO EM I TESSALONICENSES No primeiro século d.C., como foram os apéstolos e evangelistas capazes de transformar um pequeno grupo de 44, pessoas sem instrucao em vibrantes discipulos, que revolucio- naram o mundo romano no periodo de poucas centenas de anos? Sabemos que o evangelho havia permeado todo o mundo conhecido, dentro de trinta e trés anos, depois da ressurreigao. Isso foi feito sem impressoras, telefones, televi- so ou satélites. Os crentes usaram 0 “‘tele-homem”’ e “‘tele- mulher’’. (*) Algo havia sido feito com os novos convertidos, que transformou dinamicamente as suas vidas, em meio as “panelas de carne” do mundo antigo. Os novos cristaos, crescendo em Cristo, se tornaram comunidades eclesiasticas, eas novas igrejas se multiplicaram! I Tessalonicenses foi uma das primeiras epistolas do Novo Testamento a serem escritas, e contém tanto a respeito do seguimento inicial, quanto qualquer outro livro, sem se contar os quatro Evangelhos. Aqui esta o que Paulo ensina em I Tessalonicenses: Correspondéncia Pessoal Paulo pés em pratica o seguimento de novos crentes com cartas pessoais (veja I Tess. 1:1). A maior parte do Novo Testamento consta de uma série de cartas pessoais para ajudar o seguimento de membros das varias igrejas novas em particular. Como podemos usar este conceito hoje em dia? Cartas pessoais, juntamente com estudos biblicos simples, de uma s6 pagina, sao um bom alimento espiritual para a nutric¢&o dos novos crentes. Os estudos devem ser simples, sistemAticos, aplic4veis pessoalmente, facilmente transmissi- veis, e devem levar o novo crente a escrever as suas respostas. Até mesmo uma carta circular, enviada a todos os novos crentes, em sua igreja, para explicar alguns dos principios da nova vida em Cristo — como vitéria sobre a tentacao, perdao, (*) Ha aqui um jogo de palavras. Em inglés, “‘tell”’ 6 “contar”; portanto, estas expresses significam: “‘conte a um homem”, ‘conte a uma mulher”, isto é, evangelize pessoalmen- te. — Nota do Tradutor. 45 como ter uma hora trangiiila e como testificar — pode colher grandes dividendos. Quanto mais tempo um novo convertido leva para comegar a crescer, menos provavel € que ele amadurega plenamente, e menos tempo ele tera para ministrar a outros. Pedro e Joao escreveram cartas para o seguimento das pessoas de quem eles estavam separados. E, se nao fosse o fato de Paulo ter sido preso, pode ser que nao tivéssemos um. quarto do Novo Testamento. Uma das béngaos daqueles “‘anos perdidos”’ na prisao foi a riqueza de alguns dos livros do Novo Testamento, que sao mais lidos: as cartas que Paulo escreveu para ajudar os novos crentes a crescer. Toby era um agradavel adolescente, que freqiientava a minha primeira igreja, na roca. Ele era espiritualmente sensivel, e faminto para crescer no Senhor. Quando assumi um pastorado em outra cidade, comecei a escrever para Toby regularmente, encorajando-o nos assuntos basicos da vida crista. Encorajei-o a pensar em ir para a universidade. Ele o fez, e chegou a fazer um curso de pés-graduagio, e se tornou professor universitario. Recentemente, Toby juntou a uma de suas cartas, dirigidas a mim, fotoc6pias de todas as cartas que eu lhe havia escrito durante vinte e cinco anos! Algumas delas eram tao hesitan- tes, mas Toby agradeceu por me interessar por ele, e guardou- as todas, a despeito das imperfeicoes de estilo. Pense em uma carta que vocé recebeu em uma hora critica de sua vida. Relembre a maneira sobrenatural como Deus usou um coragao carinhoso, a muitos quilémetros de vocé, para alcangar sua vida e produzir mudangas. Alguém minis- trou a vocé por carta. Ha cartas, dentro de cada um de nés, que precisam ser escritas, para edificar e fortalecer outras pessoas. Escrever cartas 6 um ministério importante, disponivel a qualquer pessoa, inclusive aos idosos e enfermos. 46 Intercesséo Pessoal As cartas de Paulo as novas igrejas revelam a importancia que ele dava a intercessao pessoal. Ele lembrou aos tessaloni- censes: “Sempre damos gragas a Deus por vés todos, fazendo mengao de vés em nossas oracdes” (I Tess. 1:2). Paulo também descreveu essas oragdes: ‘‘Rogando incessantemen- te, de noite e de dia, para que possamos ver 0 vosso rosto e suprir o que falta a vossa fé”’ (I Tess. 3:10). Em Efésios 3:13,14, Paulo escreve: “Portanto, vos peco que nao desfalegais diante das minhas tribulagdes por vos... Por esta raz&o dobro os meus joelhos.”? Vocé conhece alguém que esta desfalecendo espiritualmente? A intercessiio fortale- ce. Quando nao oramos pelos crentes novos, eles desfalecem e caem — algumas vezes permanentemente. Se nao orarmos, nds também desfaleceremos (veja Luc. 18:1). Ponha em pratica a declaracio de Tiago, de que ‘a stiplica de um justo pode muito na sua atuaciio” (Tiago 5:16). Como e quando vocé deve interceder pelos crentes novos? Ore quando vir alguém sendo batizado; senfo, pode ser a Ultima vez que vocé o veja. Nas reunides de oragao, relacione o nome de todos os crentes novos em um quadro-negro, e ore por eles. Pega voluntarios, que adotem cada novo crente, para fazerem oragao intercess6ria pessoal por ele durante a sema- na. Estamos, em nossa maioria, onde estamos espiritualmente, porque alguém orou por nés com fé. Em Romanos 16, Paulo relaciona os nomes de pelo menos vinte e oito individuos ou familias. Como ele conhecia tanta gente? Talvez essa chamada dos fiéis, em uma longinqua estagiio missionAria, refletisse a sua lista pessoal de oracao. Nés captamos o espirito do fardo de intercess&o que ele carregava através das palavras ‘noite e dia’”’, que aparecem em varias cartas de Paulo. No fim de uma longa lista de dificuldades, que alegremente enfrentou por amor a Cristo, ele escreve: ‘‘Além dessas coisas exteriores, 47 ha o que diariamente pesa sobre mim: 0 cuidado de todas as igrejas’’ (II Cor. 11:28). Encoraje a memorizagio das oragdes de Paulo, pois elas so excelentes exemplos do tipo de pedido a que Deus responde, a fim de multiplicar os seus discfpulos e igrejas em todo o mundo. Representantes Pessoais Paulo muitas vezes ajudou crentes novos, enviando um representante — alguém que ele havia treinado pessoalmente para ministrar a eles. Em I Tessalonicenses 3:1-5, Timéteo foi enviado para ministrar, porque Paulo no podia ir. Epafrodi- to, Tito e outros também foram enviados, ocasionalmente, em lugar de Paulo. i, . Paulo enviava homens “‘que tinham a mesma mente”? — homens que se caracterizavam pela mesma convicgaio e fora de vontade que o seu treinador. A respeito de Timéteo, Paulo disse: ‘‘Como filho ao pai, serviu comigo a favor do evange- Tho”’ (Fil. 2:22). Quantas pessoas, que tém a mesma mente, vocé tem treinado, que podem fazer o seu. trabalho, se vocé nao puder realiza-lo? Contato Pessoal O cuidado carinhoso e terno, ministrado por um crente mais maduro, é uma necessidade essencial de todo novo convertido. Enviar cartas é bom, oracaio é importante, e representantes pessoais também o sao; mas nada substitui o contato pessoal. Satanas sabe disso, e esta decidido a fazer parar a obra regular de visitagio da igreja. Por duas vezes ele impediu a volta de Paulo, para visitar os novos crentes em Tessalonica (veja I Tess. 2:18). A experiéncia corrobora a importancia do contato pessoal. A maior parte dos membros da igreja, com quem tenho conversado a respeito do seu crescimento até chegar a lideran- ¢a da igreja, indica uma ou duas pessoas cujas vidas espiri- tuais ajudaram a colocar Cristo em um foco central para eles. 48 Quando um coracio faminto vé Cristo em outra pessoa, é encorajado para continuar crescendo em Cristo. Paulo estabeleceu um bom padrao: ele nunca pregou e saiu correndo. Embora sejam mencionados especificamente ‘‘trés dias de sAbado”’, alguns eruditos créem que Paulo passou cerca de trés meses em Tessalénica, e durante esse perfodo dedicou centenas de horas aos novos convertidos. Ele também trabalhou, fazendo tendas, para sustentar a equipe de homens que estava com ele. E de se admirar, que Tessalénica tenha-se tornado uma igreja missionaria maravilhosa (veja I Tess. 1:7-9)? Em nenhum outro lugar das Escrituras ha uma descric¢io mais forte ou mais expressiva de um discipulado pessoa-a-pessoa, do que na referéncia de Paulo ao comparti- Thamento com 0s tessalonicenses como seu pai e mie espiritual (veja I Tess. 2:7 ¢ 11). Uma expressio mais literal do versiculo 11 pode ser: “‘Assim como vocés sahem, como estivemos com vocés um a um, como um pai com os seus filhos, exortando, chamando e testemunhando.”’ A vis&o e 0 carAter de coragao de pai que Paulo expressa sao claramente comunicados. Como sugere o exemplo de Paulo, dinamica de grupo e reunides s&o nécessarias para ajudar um novo convertido a erescer até o discipulado, mas o tempo pessoal que se gasta individualmente produzira discipulos mais fortes e mais ama- durecidos. Grande parte dos nenés espirituais tem problemas que s6 podem ser resolvidos em bases privadas individuais. O discipulado, portanto, é realizado por alguém, e nao por algo. A literatura é uma boa ferramenta, mas apenas isso. Deus, em Ultima analise, usa carne e sangue cheios do Espirito Santo para edificar vidas (veja II Cor. 4:7). PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Quais sio algumas das brechas deixadas pelo processo costumeiro de trazer o crente novo para a vida da igreja? 49 2. O que pode ser feito para se receber os novos crentes € orienta-los para a congregacdo, de maneira que se assegu- re um crescimento espiritual continuo? » Discuta algumas da maneiras pelas quais um novo conver- tido pode ser ligado a um discipulo em crescimento em sua igreja. 4. Quais eram os quatro métodos de seguimento de novos crentes que se mencionam em I Tessalonicenses? 5. Qual desses quatro métodos ja est4 funcionando no minis- tério de sua igreja? 6. Como a sua igreja pode tornar-se mais ativamente envolvi- da em aplicar cada um desses quatro métodos biblicos de seguimento, neste ano? NOTAS 1. Por exemplo: Hal Brooks, Follow-up Evangelism (Nashville, Ten- nessee: Broadman Press, 1972); Waylon B. Moore, New Testament Follow-up (Grand Rapids, Michigan: Wm. B. Eerdmans, 1964). 50 Parte II O PROCESSO: COMO EDIFICAR DISCIPULOS MULTIPLICADORES 6 Qualidades Espirituais do Fazedor de Discipulos Multiplicador Ea transformacdéo, e ndo o tempo, que faz os néscios se tornarem sdbios, e os pecado- res, santos. — A. W. Tozer FOMOS DESAFIADOS pelo exemplo de Edward Kimball, na Parte I, para nos multiplicarmos espiritualmente através de outras pessoas, a fim de ajudar a cumprir a Grande Comissao de alcancar 0 mundo para Cristo. Na Parte II, aprendemos 0 que é um discipulo, e por que devemos edificar discipulos. Estudamos alguns exemplos biblicos de multiplicagio, e aprendemos que o seguimento inicial de um novo convertido é 0 verdadeiro ponto de partida para fazer discipulos. Na Parte III deste livro, focalizaremos inicialmente as qualidades espirituais que os discipulos precisam ter antes de poderem se multiplicar; depois, nos Capitulos 8 a 10, exami- 53 naremos trés principios basicos de como trabalhar com os discipulos, para que eles continuem se multiplicando em geracoes futuras. SEJA DOMINADO PELA GRAGA DE CRISTO Em II Timéteo, Capitulo 2, encontramos que o multiplica- dor em potencial precisa, em primeiro lugar, ter uma vida que seja dominada pela graca de Cristo. Paulo ordena a Timéteo: “Fortifica-te na graga que ha em Cristo Jesus” (II Tim. 2:1). Este € 0 alicerce para um ministério eficiente. ‘Nao que sejamos capazes, por nés, de pensar alguma coisa, como de nés mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus”’ (II Cor. 3:5). A verdade que transforma outra vida precisa provir da fonte da graga de Deus em nossas vidas, que abre coragées e nos d& uma mensagem transformadora para compartilhar. Onde é que se consegue essa graca? Uma fonte é menciona- da em Hebreus 4:16: ‘‘Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graca, para que recebamos misericérdia e ache- mos gra¢a, a fim de sermos socorridos no momento oportu- no.”’ Quando chegamos ao trono de Deus em intercessao, ele derrama, em nossas vidas, a propria graca de Jesus Cristo: nés ‘‘recebemos misericérdia’”’ e ‘“‘achamos graga”. Como somos necessitados! E como ele é suficiente para suprir tudo 0 que nos falta para ministrar, enquanto vivemos na sua presenca! Outra fonte de poder para nos apropriarmos da graga é decorréncia de conhecermos Cristo experimentalmente. “‘Graga e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor” (II Ped. 1:2). O nosso conhecimento de Cristo aumenta 4 medida que nos apro- priamos dos meios da graga — falando com ele em oragao, e permitindo que ele fale conosco através de sua Palavra. Graga € paz resultam do tempo gasto em oracio e no diligente estudo das Escrituras. 54 Graca também é dada ao humilde (veja I Ped. 5:5,6). A pessoa que tem coragao de servo recebe amplas oportunidades de ministrar. Além disso, A medida que ministramos humil- demente, as nossas palavras se tornam uma fonte de graca (veja Ef. 4:29). A desobediéncia, todavia, pode neutralizar a operacao da graca de Deus (veja II Cor. 6:1). SEJA DEDICADO AO MINISTERIO DE MULTIPLICACAO Como discipulos e multiplicadores em potencial, precisa- mos também nos dedicar ao ministério de multiplicagao, como € ilustrado em II Timéteo 2:2: ‘SE o que de mim ouviste diante de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idéneos para também ensinarem os outros.”” Timéteo devia ser um canal para outros, ‘ao compartilhar o que Paulo lhe havia ensinado. Ganhar uma pessoa para Cristo € 0 inicio essencial, mas apenas quando esse novo crente, por sua vez, alcanga outra pessoa, acontece a multiplicagao espiritual. A palavra transmite é imperativa. Precisamos transmitir a outrem o que temos ouvido, visto e experimentado. Para algumas pessoas, é amedrontador pensar em comunicar as experiéncias de sua vida a uma classe ou grupo; porém podemos comecar compartilhando apenas com uma outra pessoa, e permitir que a mao de Deus abengoe esse relaciona- mento. Paulo caracteriza especificamente os homens a quem deve- mos transmitir 0 que aprendemos: eles devem ser ‘‘fiéis”’, estar na palavra de Deus, pois ‘‘a fé é pelo ouvir, e 0 ouvir pela palavra de Cristo” (Rom. 10:17). Escolha aqueles em quem se possa confiar. Paulo também enfatiza que eles devem ser ‘‘iddneos para também ensinarem os outros’. Para ser capaz de ensinar os outros, a pessoa primeiramente precisa ser apta para apren- der. H& muitas pessoas que so fiéis em freqiientar a igreja e 55 em ajudar em fungoes especiais, mas nao passam adiante o que ouviram e aprenderam. Sé Deus pode colocar no coragiio de uma pessoa 0 desejo de transmitir as Escrituras. Procure o tipo de pessoa apta para aprender. O potencial que existe na pessoa determina o que vocé pode fazer com ela e através dela. Em toda igreja ha dezenas de crentes que nunca foram desafiados, ou nunca se lhes mostrou como transmitir eficien- temente as verdades biblicas a outras pessoas. O fazedor de discipulos aprende primeiramente como fazer isso; depois, aprende como ensinar 0s outros a fazé-lo. SEJA DISCIPLINADO PARA UMA VIDA QUE AGRADE A DEUS A terceira qualidade que os discfpulos precisam ter, antes de poderem se multiplicar, é disciplina para uma vida que agrade a Deus. Estamos na terra para agradar-lhe (veja Apoc. 4:11). Discipular nao é uma rotina facil, e cémoda; é uma vida de exigéncias. ‘‘Sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em servico se embaraca com negocios desta vida, a fim de agradar aquele que o alistou para a guerra”’ (II Tim. 2:3,4). O multiplicador deve esperar sofri- mentos, e deve suporta-los. Ele nao deve queixar-se quando o seu ministério se torna dificil. Embora nos tenhamos apresentado como voluntarios, es- pontaneamente, fomos escolhidos para ser soldados de Cristo. Um soldado obedece a ordens, é orientado para um alvo e é obediente ao seu comandante supremo. Precisamos de disci- plina, para viver esse tipo de vida. As qualidades espirituais que fazem com que um discipulo se torne multiplicador, portanto, sao: em primeiro lugar, uma vida dominada pela graca de Cristo, visto que os seus poderes e conhecimentos pessoais sao insuficientes; em segundo lugar, 56 uma dedicag4o sem vacilagdes ao ministério de multiplicacio; e, por fim, uma vida disciplinada, visto que tudo isso deve ser feito para agradar a Deus. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Descreva as trés qualidades enfatizadas por Paulo em II Timéteo 2:1-4 como essenciais para multiplicar o seu ministério. 2. De acordo com II Timéteo 2:2, que elo da cadeia é vacé: a) Um Barnabé que alcangcou um Paulo, comegando a cadeia de multiplicagao; b) alguém alcangado como Timéteo; c) um dos “‘homens fiéis’’ sendo treinado por um Timé- tea; d) um dos “outros também’’; ou e) outro? Explique a sua resposta. 3. Discuta os “‘sofrimentos’’? que precisam ser suportados pelo soldado (discipulo) de Cristo (veja II Tim. 2:3,4). 57 7 Tenha um Coracao de Servo Espera-se que vocé encarne em sua vida o tema de sua adora- cdo: vocé deve ser tomado, consagrado, partido e distri- buido, para que possa ser o meio de graca e o veiculo do Amor Eterno. — Santo Agostinho UM CORAGAO DE SERVO é um dos canais supremos de Deus para ganhar os perdidos para Cristo. Edificar pontes de amor para os coracées dos que nao tém Cristo é uma preparacaio para compartilhar o evangelho. Algumas pessoas podem ser alcangadas com apenas uma apresentacéo do evangelho. Muitas outras vém a Cristo somente quando nos tornamos servos dele. Vocé conhece alguém a quem poderia classificar como servo do Senhor? Ser servo é uma atitude, e nao uma posicao. Envolve uma disposigao para satisfazer as necessidades de outros por conta do servo. Muitas vezes 0 servo no sera visivel, porém mais cedo ou mais tarde os outros comecarao a depender dele e a procura-lo. Esse ministério de servico pode, 59 com o tempo, tornar-se o canal que sirva de modelo de Cristo para os discipulos em crescimento. O SERVO MODELO A profecia do Velho Testamento identifica o Messias como o “‘servo sofredor’’. Isaias diz: “‘Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu escolhido, em que se compraz a minha alma, pus 0 meu espirito sobre ele; ele trara justica as nacdes”’ (Is. 42:1). A personificagéo de Jesus como servo, nesta passagem (versiculos 1 a 4) e em outras passagens, é diametralmente oposta aos nossos desejos carnais de sermos servidos. Contu- do, a nossa identificagao com Cristo faz com que um coragao de servo se torne necessario. Através do seu servico aos ingratos, Jesus estabeleceu um padrao de ministério que os seus discipulos — e fazedores de discipulos — precisam seguir. Diante daqueles que vigiavam cada movimento que fazia, Cristo apresentou as qualificagdes para lideranga: ‘E qual- quer que entre vos quiser ser 0 primeiro, sera vosso servo; assim como 0 Filho do homem nfo veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mat. 20:27,28). O caminho para cima é descendo. Jesus veio para servir, para servir como escravo. Quando Abraao e seu sobrinho Lé tiveram dificuldades para alimentar o seu gado na mesma regiao, Abraaio deu a LO a oportunidade de escolher em primeiro lugar a terra para onde quisesse ir, embora o privilégio de escolher primeiro fosse dele. Lé escolheu a terra proxima a Sodoma. E entao Deus falou a Abraio e lhe disse que toda a terra era dele. Deus fez de Abra&o o senhor inconteste de tudo o que ele podia ver — depois que ele preferiu ser servo. 60 Pode ser dificil os brasileiros entenderem o conceito de servidao. A nossa sociedade e a énfase que da ao lazer fizéram 9 servigo aos outros ser considerado aviltante e depreciador. Servir € estar nos degraus mais baixos da escala social. Jesus contra-ataca todo o nosso orgulho com o ponto de vista divino de Joao 12:24,25. Em suma, Cristo diz que morrer para 0 eu é viver; perder a vida é acha-la. Quando seguimos e servimos a Cristo, nao ao eu, nos tornamos disponiveis para servir aos outros. Discipulado e servigo est&o irrevogavelmente ligados. O exemplo de nosso Senhor, no decorrer de toda a sua vida, foi viver sempre e apenas em completa submissao a outrem. A escolha deliberada de Jesus de se tornar servo de Deus, em favor dos homens perdidos, é enfatizada por Paulo em Filipenses 2:5-10, particularmente no versiculo 7: ‘'Mas esva- ziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo’ (escravo). A natureza da obediéncia, como escravo, é submissio, A vontade do Pai era a vontade de Cristo. A palavra do Pai era a sua palavra. O caminho do Pai era o seu caminho — por escolha. Isso é submissao. Precisamos escolher viver através do Espirito, sempre em completa submissao ao Filho. Da mesma forma como a manifestagao exterior de um escravo obediente é¢ submissio, a sua manifestacdo interior como escrayo ohediente é mansidao. O que é mansidao? A palavra manso significa ‘“‘domado” ou “subjugado”’, e, por isso, controlado, Vocé lembra qual foi a tinica coisa que Jesus recomendou que aprendamos dele? ‘‘Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coragao”’ (Mat. 11:29). Cristo deseja que aprendamos mansidao com ele. Vocé se lembra de uma coisa que Jesus disse que devemos copiar como exemplo, na sua vida? ‘Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vos deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, fagais vos também”? (Jodo 13:14,15). Servir aos outros é ser semelhante a Cristo. 61 Em I Pedro 2:21-24 Pedro nos faz recordar outro exemplo que Jesus deixou para nés: “Cristo padeceu por vos, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas... sendo injuriado, ndo injuriava; e quando padecia nado ameacava, mas entregava-se aquele que julga justamente.”” A mansidao da fé — sofrendo em siléncio — é a natureza de Cristo. Os seus discipulos, portanto, devem ter o atributo de servir a Cristo e aos outros com submissao e mansidao. Jesus resumiu a sua peregrinacao terrena em Lucas 22:27: ‘‘Pois qual é maior, quem esté 4 mesa, ou quem serve?... Eu, porém, estou entre vés como quem serve.”’ Jesus parti 0 pao durante as refeigdes, reabasteceu a festa de vinho em Cana, e preparou uma refeigao a beira do mar. Ele estava constante- mente disponivel, a qualquer hora, para os corpos e coragdes feridos. Cingindo-se da vestimenta de um escravo, ele lavou os pés dos discipulos, inclusive de Judas. VIVA COM UM CORACAO DE SERVO Paulo comecou quatro cartas chamando-se de “servo de Cristo’’ (veja Rom. 1:1; Gal. 1:10; Fil. 1:1 e Tito 1:1). Depois de trés anos dificeis em Efeso, ele recorda ter estado “‘servin- do ao Senhor com toda a humildade, e com lagrimas... ‘mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim... estou limpo do sangue de todos. Porque nao me esquivei de vos anunciar todo o conselho de Deus... Em tudo vos dei o exemplo de que, assim trabalhando, é necessario socorrer os enfermos (ou fracos)”’ (At. 20:19-35). Paulo se deu como servo de Cristo, de forma que Deus, por seu turno, podia dar Paulo para uma cidade. Por que Paulo enfrentou turbas e multidées que nao estavam dispostas a ouvir? Por que foi que ele aceite agoites e prisao em Filipos? Como servo de Cristo, Paulo foi levado pelo Espirito a ficar em siléncio a respeito de sua cidadania romana. Ele foi jogado 62 em uma masmorra. E entao Deus disse ao seu servo, Paulo, para abrir a boca e cantar; s6 depois disso ele iria falar. Que coisa intrigante fez Paulo, fez Deus. Paulo e Silas estavam dispostos a ser presos para serem servos de Cristo para aquela cidade, e para levar um carcereiro e sua familia a Cristo. O preco da servidao é elevado, mas as suas recompen- sas nao tém preco. Algumas vezes tenho orado: “‘Senhor, da-nos esta cidade para Cristo.’’ N&o obstante, parece que Deus esta dizendo através do ministério de Paulo: ‘Eu lhe darei esta cidade.” Freqiientemente — geralmente na hora do jantar — al- guém batia 4 porta de nossa casa, pedindo comida ou dinheiro; uma pessoa queria até uma passagem de aviao. O que dizer a alguém que em todos os respeitos mostra que esta abrindo caminho através da vida, usando os seus filhos sujos e mal vestidos para conseguir esmolas? Nunca recusamos conce- der as coisas pedidas. Algumas vezes eu nao podia deixar de dar alguns cruzeiros para passagens, roupa, ou outras coisas necessarias. Porém, 4 medida que os anos foram-se passando, tornei-me endurecido. Podendo estar em casa apenas uma hora ou duas, vendo a minha familia pela primeira vez no final do dia, eu queria sossego. Logo depois eu estaria de volta ao meu carro, para ir visitar os perdidos até tarde da noite. Com quanto amor o Senhor persistiu em procurar ensinar- me que alimento e dinheiro nao eram as verdadeiras necessi- dades! O alvo dele era a minha atitude, mas fracassei tantas vezes, porque, por detras do meu sorriso e de minha esmola, estava a ira contra o povo da minha igreja, no outro quartei- rao, que-havia enviado aquela gente 4 minha porta. Eu detestava ter que trabalhar as minhas dezesseis horas por dia, s6 para dar alimentos e dinheiro a pessoas que eu sinceramen- te achava que n4o queriam trabalhar. 63 Minha esposa dizia: “‘Se é para vocé ajuda-los, faga-o com boa vontade. Vocé perde todo 0 mérito para com as pessoas, se a sua atitude é azeda, e vocé perde a sua recompensa da parte de Deus.’’ 0 Senhor comegou a me ensinar que ‘‘ao servo do Senhor nao convém contender; mas, sim, ser brando para com todos” (II Tim. 2:24). “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coragéo, como ao Senhor, e nao aos homens, sabendo que do Senhor recebereis como recompensa a heran- ¢a; servi a Cristo, o Senhor’’ (Col. 3:23,24). Quando ew estava servindo a mim mesmo, a minha atitude era errada. Mas quando comecei a me identificar com Cristo, como seu servo, as oportunidades se tornaram béngiios, e algumas vezes vi mudangas nas vidas dos outros. As passagens biblicas que enfatizam o poder do coragao de servo para ganhar os perdidos simplesmente saltam das paginas da Biblia. “Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior nimero possivel; fiz-me como judeu para os judeus... para os que esto debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei... para ganhar os que estao debaixo da lei... para os que esto sem lei... para os fracos... Fiz-me tudo para todos, para Por todos os meios chegar a salvar alguns... tudo faco por causa do evangelho” (I Cor. 9:19-23; 0 grifo é meu). Paulo se fez servo; depois, prossegue escrevendo que fez-se “tudo para todos”. O Espirito comegou a sua obra de fazer Paulo disponivel para ser servo de Cristo. Em seguida, Paulo se tornou as maos, 0 coragao e os pés de Cristo, para ministrar aos condenados e moribundos. Mas Paulo nao terminou. ‘‘Nao vos torneis causa de tropeco nem a judeus, nem a gregos, nem A igreja de Deus; assim também como eu em tudo procuro agradar a todos, nao buscando o meu proprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos”’ (I Cor. 10:32,33). Identificagao com a vida e a 64 mensagem de Cristo significa uma decisdo de alcangar os perdidos através de um corag&o de servo. ‘‘Fazer-se tudo para todos’? é alvo alcancado sobrenaturalmente. Precisamos co- megar cedendo em nossos direitos, de forma que Cristo possa servir livremente através de nés. Os MUNDOS QUE EVANGELIZAMOS Devemos evangelizar o mundo em que vivemos. Os estratos de nosso mundo sao o nosso lar, a vizinhanga, a comunidade, a escola, 0 trabalho e a igreja. Tornamo-nos servos de Cristo onde estamos agora, e, 4 medida que ele nos dirige, “até os confins da terra’’. Ao servir a vizinhos que nao eram salvos, ajuntamos 0 lixo deles quando uma lata estava tombada. O Senhor nos levou a aparar a grama de alguns quintais. Através destas e de outras experiéncias, os nao salvos se abriram para 0 evangelho, e alguns aceitaram Cristo. Transmitir esta idéia a uma pessoa que vocé esta treinando jeva A realizacao de alguns projetos especificos por vocés juntos. Encoraje o seu discipulo a executar projetos criativos, incluindo os seus vizinhos e amigos, bem como pessoas necessitadas e idosas. Um discipulo com um coracao de servo pode expressa-lo em nosso mundo turbulento: @ Sendo acessivel (veja Gal. 6:10). @ Sendo hospitaleiro para com todos, e nao fazendo acepgao de pessoas. e Dando valor as pessoas, arranjando tempo para visita-las e servi-las. e Sendo criativo em encontrar formas de ajudar os outros (veja Heb. 10:24). e Servindo apenas quando necessdrio, ao invés de servir para merecer reconhecimento dos outros (veja Gal. 1:10). e Exercitando o seu dom espiritual como canal de servigo (veja I Ped. 4:10). 65 SERVINDO IRMAOS EM CRISTO Os nomes dos que tém coragao de servo sao como pepitas de ouro espargidas através das tltimas paginas de algumas das cartas de Paulo. A familia de Estéfanas, em Corinto, estava sempre procurando servir aos outros. ‘‘Sabeis que a familia de Estéfanas é as primicias da Acaia; e que se tem dedicado ao ministério dos santos”’ (I Cor. 16:15; 0 grifo é meu). Dedicado significa literalmente “autonomeado”’. Refere-se a um ‘‘de- ver auto-imposto’’.! No mesmo capitulo, Aqiiila e Priscila tam uma igreja em sua casa, em Corinto, como tinham anterior- mente em Roma. O ministério de servico de Epafrodito para com Paulo é registrado para mostrar-nos o valor que Deus da as tarefas quotidianas (veja Fil. 2:25-30). Um dos versiculos mais emocionantes das Escrituras que pode ajudar o discipulo a desenvolver um coraciao de servo é Hebreus 10:24: ‘SE consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e as boas obras.”’ Devemos observar os outros e estimula-los a amar e ministrar. Precisamos pedir ao Senhor para colocar uma pessoa em nosso coracgao, para que procuremos entender as suas necessidades, e depois provoca- la a buscar a Deus. Uma familia da igreja, em cujas vidas tinhamos um ministério ativo, parou de falar conosco. Procuramos saber qual era a causa daquilo, para pedir desculpas, mas eles nao queriam conversar conosco, ou com outras pessoas, a respeito da razio para aquele procedimento. Por causa do nosso genuino amor e respeito, oramos diariamente por eles. Nada parecia acontecer. Ent&o o Senhor mostrou-me a necessidade de aplicar Hebreus 10:24 a situacdo. Minha esposa e eu decidimos juntos, depois de termos orado, demonstrar 0 nosso amor mandando flores aquela familia. Encomendamos lindos crisantemos, mas duas semanas se passaram sem qualquer mudanga de atitude que se pudesse notar em nossos amigos. Verificamos com 0 florista: a entrega havia sido feita. Entao, oramos. Uma semana depois, 0 casal veio ao meu escritério, e 66 conversamos. Eles contaram qual era o problema e disseram gue passariam a fazer parte de outra igreja, se eu achasse que era melhor. Eu lhes disse que os amava, que estava orando por eles e precisava do ministério deles. Deus uniu os nossos coragdes novamente, naquela tarde, e o nosso relacionamento foi restabelecido. Hebreus 10:24 é um versiculo que encorajo os discipulos a aprenderem e aplicarem. Um grande grupo de pastores ingleses foi a uma das grandes Conferéncias Biblicas de Northfield, realizadas por D.L. Moody, no fim do século passado. Como era costume na Inglaterra, cada pastor colocou o seu sapato a porta, do lado de fora do quarto, para ser engraxado pelos criados durante a noite. Porém nfo havia criados naquela Conferéncia. Moody estava andando pelo dormitério naquela noite, e viu dez ou mais pares de sapatos sujos nos corredores. Vendo nisso uma oportunidade para servir aos seus irmaos, Moody mencionou o fato a alguns dos seminaristas. Em resposta, houve apenas siléncio da parte deles. Moody voltou, entao, ao dormitério, e juntou todos os sapatos. Marcou cuidadosamente o. n&mero do quarto em cada par de sapatos, para nao os trocar. Sozinho, em seu quarto, ele comecou a engraxar todos os sapatos. Ocorreu, entéo, que um amigo bateu a porta do quarto de Moody, e viu-o atacando com dedicagao a pilha de sapatos. Quando os pastores ingleses abriram a porta de seus quartos, na manhi seguinte, os seus sapatos estavam brilhan- do, mas eles nao ficaram sabendo de nada. Moody nao o contou a ninguém; porém o seu amigo cansado contou-o a algumas pessoas. Dai em diante, durante o restante da conferéncia, diferentes pessoas se dispuseram voluntariamen- te a engraxar secretamente os sapatos. Um coracio de servo é contagioso! O que pegamos por contagio com Cristo pode, em seguida, ser ‘“‘pego’”’ pelos que querem ser moldados 4 imagem de nosso Senhor Servo. Um coragao de servo atraira outros a vocé, fara com que eles se sintam confortaveis na sua companhia, e futuramente fara I 67 com que os discipulos que vocé esta treinando desejem ser mais parecidos com Jesus. ‘‘Porque Deus nao é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que para com 0 seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, € ainda os servis’? (Hebreus 6:10). PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Por que a lideranca biblica esta ligada com o servigo? Como este conceito se compara com as suas experiéncias no trabalho, na igreja e em outros lugares? 2. Como podemos aprender mansidao com Cristo, desta forma cumprindo a sua ordem (veja Mateus 11:28-30)? 3. Vocé é capaz de lembrar alguns dos custos pessoais que teve que pagar para ser servo de Cristo para 0 povo? 4, Leia, em voz alta, Hebreus 10:24. a) Escolha uma pessoa, em sua igreja, que necessite de ser estimulada a amar. Ore, perguniando a Deus 0 que vocé pode fazer para levar essa pessoa a praticar boas obras. Asse um bolo, para ela, mande-lhe flores, ou escreva-\he uma notinha de agradecimento por algo. Para. causar um impacto especial, nao coloque o seu nome; envie o presente secretamente. b) Relacione trés pessoas sem Cristo, em cada um dos mundos do seu testemunho (veja a pagina 65). Ore diariamente por elas. Pergunte a Deus o que ele quer que vocé faca para aplicar Hebreus 10:24 de alguma forma 4 vida delas. Deus apontara uma pessoa em cada esfera de sua vida, para vocé servir. Comparti- lhe os resultados corn outros discipulos. ‘NOTAS: 3. Archibald Robinson e Alfred Plummer, International Critical Com- mentary: A Critical and Exegetical Commentary on the First Epistle of St. Paul to the Corinthians (New York: Charles Scribner’s Sons, 1911), p. 395. 8 Presenca com 0 Discipulo Disponibilidade é mais rara do que capacidade. — Andnimo ATOS 20:17-38 DESCREVE os anos que Paulo passou em Efeso, uma comunidade que emergira da idolatria, até ser uma igreja plenamente crescida, com lideres e pastores bem estabelecidos, em apenas trés anos. Paulo edificou essa igreja usando trés principios para edificar multiplicadores espiri- tuais. O primeiro principio é a necessidade de presenga prolonga- da com o seu discipulo. O segundo é a dimensio de carinho e amor associada com um coracdo de pai ou de mde (Capitulo 9). Terceiro, Paulo usou o principio de ritmo (Capitulo 10). COM ELE,0O PRINCIPIO DA PRESENGA Jesus escolheu os doze discipulos para estarem com ele, a fim de participarem de sua vida, bem como observarem e 69 aprenderem do seu ministério, copiando dele. Em Marcos 3:14, lemos que ele ‘‘designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar’’. Este versiculo contém trés passos, no processo de edificar multiplicadores: escolhé-los, trein4-los e envia-los. Cada um desses passos exigiu a presen- ¢a de Cristo. Desta forma, uma questao critica, em qualquer ministério biblico de discipulado, é 0 tempo, pois investir a vida em um discipulo que esta em crescimento nao é coisa que se possa fazer sem gastar grande parte do tempo com ele. O tamanho da equipe que Cristo escolheu estava em correlagao direta com a sua decis&o de tornar o seu tempo disponfvel a eles. Ele nao tinha possibilidade de dar 0 seu tempo a todo mundo. Depois de curar o endemoninhado gadareno, por exemplo, ele lhe disse para voltar para casa. O nimero de pessoas em que vocé pode investir a sua vida é limitado pelo tempo que vocé esta disposto a usar para satisfazer as suas necessidades individuais. Uma hora por semana com um grupo pode ser um método simplesmente académico. Nao produzira, necessariamente, discipulos de qualidade, porque nao é pratica modelada segundo 0 exemplo de Cristo de investir tempo — isto é, ele mesmo — na vida dos outros. Intercessio por aqueles que discipulamos é o cerne invisivel do amor; gastar tempo com eles é a expresséo publica de um estilo de vida fazedor de discipulos. Através de Atos e das Epistolas, vemos a quantidade extraordinariamente grande de tempo que Paulo gastava em comunhio e treinamento em pequenos grupos. Ele estava com 0s novos crentes ‘‘sempre”’ (At. 20:18). Ele resume a sua permanéncia em Efeso, escrevendo: ‘‘Lembrando-vos de que por trés anos nao cessei noite e dia de admoestar com lagrimas acada um de vos”’ (At. 20:31). O que fez Paulo durante os seus trés anos em Efeso? Além de sustentar-se e 4 sua equipe, ele esteve pregando e ensinan- do “‘publicamente e de casa em casa” (At. 20:20). Ele 70 também mostrou, aos crentes, todos os principios que sao essenciais para servir e evangelizar em uma capital paga (At. 20:35). A recapitulagao que Paulo faz, do seu ministério aos presbiteros efésios, nos leva a lembrar a absoluta prioridade que ele dava a edificagio de uma comunidade eclesidstica de crentes multiplicadores. O treinamento de lideres se baseava na textura de evangeli- zacao e ensino, de forma que Paulo deixou em Efeso presbite- ros que podiam ministrar independentemente do fato de ele estar presente. Porque o amor de Cristo havia sido derramado através de Paulo e de sua equipe, nao é de se admirar que, quando ele deixou Efeso, ‘‘levantou-se um grande pranto entre todos, e, langando-se ao pescoco de Paulo, beijavam- no” (At. 20:37). Muitos pastorados tém-se tornado exercicios de curto prazo, Missionaérios, em muitos paises, estio enfrentando cada vez mais limites de tempo, 4 medida que os governos mudam e as portas se fecham para muitos estrangeiros. Stephen Neill escreve algumas penetrantes palavras de acaute- lamento: ‘‘O missionario (ou pastor)... precisa guardar-se conscientemente contra a ilusdo de permanéncia, em que tantos dos seus predecessores ficaram presos.’”! O obreire crist&o no se desanimar4, por pequeno que seja o seu grupo, se ele puder focalizar-se em discipulos individualmente. O impacto duradouro do seu ministério sera exercido sobre os discipulos treinados que ele deixar atras de si! A qualidade do treinamento, no fazer discipulos, precisa ser extremamente alta, para que as mutagées de terceira e quarta geracées nao venham a desfigurar os discipulos biblicamente definidos. Quanto mais torrente abaixo, longe da fonte, alguém bebe, mais poluida sera a agua. A nossa vida é a nossa mensagem. Abraio Lincoln disse: “‘Nao sei quem era 0 meu avo. Estou muito mais preocupado em saber 0 que ser4 0 seu neto.”” 7 O QUE VOCE ENSINA A UM DISCiPULO FAMINTO? Se uma pessoa lhe dissesse: ‘Vou dar-lhe dez horas por semana, nos préximos seis meses: alimente-me, ensine-me; estou a sua disposigao”’, qual seria a sua reacio? Muitas pessoas na igreja teriam dificuldade em responder a esta pergunta. Primeiro, aqui esta o que nao fazer. « Atire na mosca. Vocé tem alvos biblicos especificos para alcangar. Nao perca tempo com coisas que nao sao essen- ciais. « Nao se queixe a respeito da igreja. « Nao chorem no ombro um do outro. « Nao percorra o material de estudo biblico num ambiente de orador ouvinte. Certas caracteristicas biblicas essenciais sio 0 amago do principio da presenca. Cinco prioridades devem ser observa- das, quando nos encontramos regularmente com os discipu- los, € 0 tempo a ser gasto em cada uma delas varia de reunido para reuniao, conforme o Espirito Santo dirigir. Progresso — Falar nao é ensinar; e ouvir nao é aprender. Compartilhe os progressos feitos. Insista em revisar 0 que foi alcancado na reuniao anterior. Jesus nao transigia nunca a respeito de algo que neutralizasse a possibilidade de alcangar as geragdes futuras. Um exame ou verificagao garante que vocé nao tera discfpulos voluntarios que nao estejam dando prioridade ao estudo. Principios biblicos — Discuta os principios biblicos com o discipulo. Ensine doutrina e como aplicar a Palavra de Deus a vida diaria. Uma lista de assuntos relacionados com a Biblia, para cobrir um perfodo de varios meses, pode incluir os seguintes 72 topicos (a maior parte deles é coberta no meu Building Disciples Notebook):° ° Certeza de salvacio Hora tranqiiila Oracao O Espirito Santo Confissio de pecados Vitéria sobre 0 pecado Separagao do mundo, da carne e do Diabo Comunhio (dentro e fora da igreja) A Biblia: ouvir, Jer, decorar, meditar e métodos de estudo Reivindicando as promessas de Deus Aplicando a palavra a vida Testemunhar: como dar um testemunho pessoal e fazer uma apresentacdo basica do evangelho O senhorio de Cristo Relacionamentos pessoais: os nao salvos, a familia, a igreja, os conjuges Vis&o mundial e missdes Estabelecimento de alvos Financas Uso do tempo Seguimento e discipulado e Como desenvolver um ministério homem-a-homem e A vontade Deus (como ser guiado pelo Espirito) Controle da lingua Atitudes A segunda vinda de Cristo Satanas 73 Embora dois discipuladores (fazedores de discipulos) pos- sam nao concordar com a ordem destas prioridades de treina- mento, a maior parte deles geralmente concorda com o seu contetido. As pessoas diferem tanto que a apresentactio destes assuntos e a sua aplicac&o precisarao ser ajustadas as necessi- dades de cada pessoa. As ligdes pessoais ensinadas a vocé pelo Espirito de Cristo devem ser compartilhadas. Nada eleva um relacionamento a um plano biblico mais rapidamente do que se mostrar a um discipulo um principio biblico que tenha sido levado a efeito em sua vida. Resolucdo de problemas — Procure resolver as dificuldades atuais e prevenir problemas futuros que retardem o cresci- mento na vida pessoal do discipulo. A medida que o relaciona- mento se tornar mais aberto e mais livre, o discipulo comegara a falar, quando estiver sendo ferido, questionando, duvidan- do e tendo dificuldades. A maior parte das cartas do Novo Testamento foi escrita para resolver problemas da igreja local. Uma elevada porcen- tagem do seu contetido trata de problemas de doutrina, conduta e relacionamentos interpessoais. Muitos de nés crescemos e aprendemos ao enfrentarmos e resolvermos pro- blemas. A vida cristé inclui sofrimento e o aprendizado de como suportar as pressdes (veja Fil. 1:29; 3:10; I Ped. 2:20,21). Controle cuidadosamente a quantidade de tempo que vocé dedica a resolver problemas, pois ha necessidades de equili- brio. Algumas pessoas parecem viver para nada mais senao ventilar os seus problemas, e sao facilmente reconhecidas. Elas geralmente desejam compartilha-los nao apenas com vocé, mas também com outras pessoas. Procuram conselhei- Tos que concordem com elas. Oracéo — Orem juntos, em intercessio e louvor. Uma das atividades mais intimas da vida é orar com outra pessoa. Vocé nao conseguira conhecer bem outra pessoa enquanto nao orar 74 por um bom tempo com ela. Nada ajuda vocé a aprender mais depressa qual é a dor de outra pessoa, ou quais séo suas necessidades, desejos e alvos, do que prolongados periodos de oracio. Use listas de oracao. Encoraje o seu discipulo a ter paginas de oragao, onde ele registre pedidos especificos, respostas, promessas biblicas reclamadas e datas que demonstrem a fidelidade de Deus em responder as suas oracdes. Revisar essas paginas alimentara a sua fé para mais oragao, por ver as maneiras miraculosas pelas quais Deus agiu para com ele no passado. Prética — As primeiras quatro coisas essenciais de progres- so, principios, problemas e oragao precisam ser ligadas com por em pratica tudo isto. A canalizacgéo do tempo que vocés passam juntos para a ministracao das necessidades de outras pessoas propiciara aplicagées biblicas novas e praticas. Fa- ¢am as coisas juntos, especialmente compartilhar Cristo com os perdidos. E desta forma que vocé demonstra ser cumpridor da palavra, e nio apenas ouvinte (veja Tiago 1:22). A sua intercessdo pelo seu discipulo e o fato de vocé testificar com ele unem vocés dois em crescimento espiritual mituo. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Dé alguns exemplos de ocasides, em sua vida, quando outro crente gastou uma hora, ou periodo correspondente, ass com vocé,de ae o edificou espiritualmente. 2. Discuta como vocé aprendeu através do ministério de ensino de outra pessoa na escola, em casa, no trabalho ou durante periodos de lazer. s Discuta o fator tempo para aprender a fazer algo. Quanto tempo é necessario para aprender a dar lacos aos cordées dos sapatos, cantar bem uma misica, ensinar uma classe de adultos, testificar a uma pessoa perdida ou aconselhar alguém que tenha um problema? 75 4. Como a disciplina do tempo deve diferir de outras aulas estruturadas e periodos de comunhao? 5. Dé um valor cronolégico aos cinco itens deste capitulo, quando se reunir com outra pessoa para discipula-la, Por que o tempo é um fator importante em muitas areas do discipulado? 6. Revise os topicos que podem ser compartilhados com outra pessoa. O que parece mais importante, menos importante ou desnecessario? Ha alguns topicos que vocé acrescenta- Tia ou modificagdes que vocé faria na ordem sugerida? Explique a sua maneira de fazé-lo. 7. Qual é a diferenca entre falar, ensinar e treinac? Por que © treinamento é essencial no discipulado? NOTAS 1, Stephen Neill, citado por Ted Engstrom, What in the World Is God Doing? (Waco, Texas: Word Books Inc., 1978), p. 61. 2. Abraham Lincoln, citado em “‘Quotable Quotes,” Reader’s Digest, dezembro de 1979, p. 157. 3. Waylon B. Moore, Building Disciples Notebook (disponivel através da Missions Unlimited, Inc., Box 8203, Tampa, Florida, 33603, Estados Unidos). Esse caderno inclui estudos e equipamentos devo- cionais para um periodo de vinte e seis semanas a trés anos. 6 9 Tenha um Coracao de Pai Seja pai, e ndo possuidor. Seja atendente, e ndo senhor. — Lao Tsé HA MUITOS BEBES espirituais em nossas igrejas, mas ha poucos pais ou mies espirituais assumindo responsabilidade por eles. Paulo disse que confiava que Deus iria amadurecer aqueles que ele salvara (veja Fil. 1:6). Qual era a razdo para a sua confianga? Como pai espiritual, ele sempre orava pelos seus filhinhos em Cristo (veja Fil. 1:3,4), e ele os amava, dizendo: ‘*Tenho por justo sentir isto a respeito de vés todos, porque vos retenho em meu coracéo’’ (Fil. 1:7; 0 grifo é meu). Os que desejam multiplicar-se através do mundo precisam ser amorosamente responsaveis pela vida dos outros, da mesma forma como um pai, ou mae, o é para com um filho. 77 Paulo ministrava tanto como mae quanto como pai para os novos cristaéos de Tessalénica (veja I Tess. 2:7,11). A tnica maneira pela qual um pai, ou mae, consegue treinar é de pessoa-a-pessoa. Uma crianca de trés anos de idade tem necessidades diferentes de outra de dez anos. Semelhan- temente, as necessidades espirituais na igreja podem ser supridas de maneira mais satisfatoria por cuidado e treina- mento individual. Nao é facil ser um pai fazedor de discipulos. Ha um prego pessoal a ser pago em amor e disciplina, ao se trabalhar com uma alma que viver4 por toda a eternidade. Uma vez aceita essa tarefa das maos de Cristo, um relacionamento de discipu- lado de pai para filho algumas vezes perdura por toda a vida, crescendo, até ser uma comunhio de colaboracao madura. Alcancar outra vida e fazer nela um depésito permanente da graca de Deus é um privilégio tao grande que toda a igreja devia estar correndo para conseguir esta oportunidade! Por- que, quando um investimento espiritual é feito em outra vida, vocé participa de toda a gloria das recompensas espirituais que serio colhidas através da vida, para sempre. Paulo referiu-se a isto quando escreveu aos cristaos em crescimento que ele treinara, dizendo: ‘Na verdade vés sois a nossa gloria eo nosso gozo”’ (I Tess. 2:20). Temos uma quadrupla responsabilidade como pais, ou mies, espirituais: de amar, alimentar, proteger e treinar os nossos discipulos. O Pal(OUMAE) AMA OS SEUS FILHOS ESPIRITUAIS ‘‘Nisto conhecerao todos que sois meus discipulos, se tiverdes amor uns aos outros’’ (Joao 13:35). A motivacao soberana, em todo o ministério de Cristo aos seus discipulos, era 0 amor; e deve ser a caracteristica mais reconhecivel de cada um de nés, como discipulos do século vinte. Nem sempre Jesus aprovou as atitudes ou desejos dos seus discipulos, mas ele sempre aceitou-os e amou-os como indivi- 78 duos. Na sua presenga, os discipulos sentiam liberdade e conforto. Eles sabiam que ele era diferente. Quando os inimigos de Cristo disseram que ele era amigo de publicanos e pecadores, sem querer eles chamaram a aten¢ao para o amor que ele tinha pelos outros. Amor é uma atitude que se dedica a satisfazer as mais profundas necessidades de outra pessoa, nao importa qual seja o prego. Paulo disse aos presbiteros em Efeso: ‘Nao me esquivei de vos anunciar coisa alguma que ttil seja, ensinan- do-vos’’ (At. 20:20). Ele lembrou aos tessalonicenses: ‘De boa vontade desejavamos comunicar-vos... as nossas proprias almas, porquanto vos tornastes muito amados de nds” (I Tess. 2:8). Da mesma forma como Cristo se deu em amor por nés, 0 nosso amor precisa expressar-se em renunciarmos a nés mesmos € aos nossos direitos, para ajudar os outros. Esta entrega amordvel em favor das necessidades dos outros muitas vezes requerera que enfrentemos alguns proble- mas frontalmente. Paulo recordou aos efésios um problema dificil que havia no meio deles: ‘Nao cessei noite e dia de admoestar com lagrimas a cada um de vés”” (At. 20:31). Que amor ousado foi necessdrio que Paulo tivesse, para poder admoestar constante e carinhosamente, até 0 problema ser enfrentado e vencido! Nem sempre tem acontecido isso comigo, e pode ser também que nao com vocé. Algumas vezes tenho evitado uma confrontagao particular em amor. Tenho tido medo de hesita- c&o para amar suficientemente algumas pessoas, ao ponto de enfrenta-las, mostrar-lhes 0 seu pecado, e procurar humilde- mente leva-las ao arrependimento e restauraciio. Porém, nao deve ser assim. ‘‘Nisto conhecemos 0 amor: que Cristo deu a sua vida por nés; e nds devemos dar a vida pelos irmaos”” (I Joao 3:16). “Dar a nossa vida” significa considerarmo-nos mortos para 0 pecado e vivos para Cristo diariamente, de forma que nos tornemos os canais vivos de seu amor (veja Joao 17:26). 79 Amor € 0 teste do controle do Espirito em nossa vida (veja Gal. 5:22), e resulta em uma aproximagdo aos outros, que torna mais certa a multiplicagao através deles. Este amor pelos nossos discipulos significa, todavia, ‘‘nao fazer conver- tidos as nossas maneiras de pensar, mas fazer discipulos de Jesus’’. Ha anos eu disse a um didcono de minha igreja que ele tinha o dom de pastorear, e devia pensar seriamente em entrar no pastorado. Durante esse periodo algumas coisas desagrad4veis aconteceram, e ele abandonou a igreja. Varias pessoas vieram interrogar-me a respeito, mas recusei-me firmemente a dizer algo negativo a respeito dele, e continuei a crer que ele poderia servir a Cristo em um ministério mais amplo. E continuei também orando fervorosamente por ele. Com o passar dos anos, ele respondeu ao chamado de Deus para um pastorado de tempo integral, e agora esta desempe- nhando um ministério dinamico. Recentemente, encontramo- nos pela primeira vez, depois de varios anos. Ele disse: “Grande parte do que uso, que realmente funciona, e que tem mudado a minha vida, recebi de seu ministério, Pastor.’’ ’ Nunca ha prejuizo quando amamos! O verdadeiro amor de Paulo pelos seus filhos espirituais brilha através das paginas de II Corintios. A despeito de ter sido mal-entendido e acusado falsamente, Paulo prosseguiu. Em certo ponto, com seu corag&o explodindo de amor pelos corintios, ele exclamou: ‘‘Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas. Se mais abundantemen- te vos amo, serei menos amado?”’ (II Cor. 12:15). O poder para amar nunca depende de pessoas ou de coisas: origina-se de um relacionamento com o Espirito Santo (veja Rom. 5:5). O seu fruto é 0 amor (veja Gal. 5:22). Falta de amor revela falta de um relacionamento intimo com o Espirito Santo. Se vocé permitir que o Espirito Santo lhe dé poder para amar os outros, seu amor retornara nos seus relacionamentos de discipulado. Vocé alcancara seus alvos através do amor. 80 O PAI(OU MAE) ALIMENTA SEUS FILHOS ESPIRITUAIS Ao resumir os seus trés anos em Efeso, em Atos 20, Paulo lembra como ele constantemente alimentou os discipulos com a palavra de Deus: ‘‘Nao me esquivei de vos anunciar coisa alguma que Util seja, ensinando-vos” (At. 20:20); ‘Nao me esquivei de vos anunciar todo o conselho de Deus’ (At. 20:27). A principio, a crianca é alimentada pelos outros; mais tarde, ela comeca a se alimentar, e finalmente, quando adulta, passa a alimentar outros. Um dos alvos primordiais do fazedor de discipulos é ensinar o discipulo a se alimentar, de forma que ele possa, mais tarde, alimentar também outros. Aqui esto algumas das maneiras pelas quais vocé pode ajuda-lo a aplicar a palavra de Deus A sua vida: Alimente-o Ensinando-lhe a Hora Trangqiiila Daniel 6:10,11 é um modelo eficiente de uma hora tranqiii- Ta com Deus, pois diz onde Daniel orava, quando ele orava e por que orava. Um lugar definido — Precisamos de um lugar para estar sozinhos com o Senhor, livres de distracgdes. Se a sua casa no é silenciosa, talvez algum lugar fora dela funcione melhor para vocé: em seu carro, estacionado em uma rua tranqiiila; andando pela vizinhanca, de manha bem cedo; ou mesmo correndo sozinho. Mas seja o que for que vocé escolha, tenha a certeza de que entrou no seu recolhimento, no lugar de devogio privada, diariamente (veja Mat. 6:6). Um tempo definido — Encontrar-se com Deus de manha era o habito de Cristo (veja Mar. 1:35). Esta 6 a melhor hora para muitas pessoas, porque constitui uma boa preparagao para o dia cheio que se prenuncia. Para obter vitéria em se levantar para se encontrar com o Senhor, marque um encon- tro com ele na noite anterior. Dez minutos de comunhao com Deus de manhi sao melhor do que nada; é melhor comecar 81 com um periodo curto e permitir que ele cresca naturalmente. O seu perfodo se estenderé & medida que vocé ansiar por conhecé-lo melhor e experimenta-lo na sua vida. Um conteido definido — Uma hora trangqiiila 6 um tempo de alimentagao espiritual para o crente. Vocé enche a sua mente e 0 seu espirito com a presenga de Deus, alimentando- se com a sua Palavra, enquanto ele fala com vocé. Depois, vocé conversa com ele em oracao. Prepare-se na noite anterior. Deixe prontos sua Biblia, materiais devocionais e caderno. A Biblia e a literatura devocional sao o seu alimento. Use o caderno para registrar novos pensamentos e pedidos de oracao. Escreva também as respostas que recebeu as suas oragdes. Alimente-o Ensinando-lhe Como Fazer Anotacées de Sermées Esquecemo-nos de cerca de 90% do que ouvimos. Fazendo anotagdes dos sermées, cortamos esta porcentagem de perda em pelo menos a metade. Uma forma rapida de ensinar um discipulo como se alimentar é ajudando-o a aprender como fazer anotagdes de cada mensagem que é transmitida do pulpito. As anotagées dos sermées devem ser de tamanho uniforme, cada semana. Devem incluir o nome do orador, data, titulo do sermao, passagem ou passagens biblicas, referéncias, um esbogo do contetido e algumas sentencas especificas. As anotagdes podem ser arquivadas segundo o livro da Biblia usado, ou segundo o assunto. Assim, elas permanecerdao disponiveis para meditac’o, para estudo, ou para serem usadas na preparacao de suas proprias palestras devocionais. Ensine seu filho espiritual a descobrir a ligo principal do serm4&o, e depois, como aplicar as verdades basicas as situa- Ges de sua vida. Os membros da congregaciio sao tao respon- saveis por sair da igreja com 0 serm&o quanto o pregador por prepara-lo. E ambos tém diante de Deus a responsabilidade de vivé-lo! 82 Alimente-o Ensinando-lhe Como Ler a Biblia Lembramo-nos apenas de um pouco mais do que a metade do que lemos (60 a 80%), de forma que é imperativo que facamos anotagdes para melhorar a nossa retengao. Enquanto o discipulo lé, aqui estaéo algumas coisas especificas que ele pode procurar, fazendo anotagoes acerca do texto: e A licao principal e O que a passagem ensina a respeito de Deus Pai, Filho e Espirito Santo e Um versiculo que resuma a passagem e Uma ordem para ser obedecida e O que Deus esta ensinando agora mesmo, desta pas- sagem E importante que o discipulo leia toda a Biblia, para se dar conta de sua unidade. Ler livros especificos de uma assentada é especialmente valioso para satisfazer as necessidades indivi- duais. Marque, como tarefa, leituras regulares, com 0 alvo de que a leitura da Biblia se torne um h4bito de uma vida inteira. Ajude o seu discipulo encorajando-o e testando-o, para ver como ele esta tirando proveito da leitura. Alimente-o Ensinando-lhe Métodos de Estudo Biblico Se o discipulo aprender como estudar a Biblia por si mesmo, ele se tornara livre e capacitado para “‘comer a Palavra’’ sempre que desejar, em vez de ficar dependendo de outrem para a sua comida espiritual essencial. Quando estiver ensinando métodos de estudo, faga com que 0 discipu- lo gaste um minimo de vinte minutos diariamente em sua tarefa de casa. Quatro métodos de estudo, especialmente, resultam em crescimento dindmico. Sao meditagdo por versiculo, em que um versiculo é estudado em profundidade; andlise por capitu- lo, em que um livro é estudado capitulo por capitulo; estudo por palavra, em que palavras especificas, como gozo, amor ou 83 paz, sao estudadas; e estudo de personagens, em que as pessoas da Biblia sao analisadas. A riqueza destes quatro tipos de estudo pessoal alimenta e prepara o leigo para encontrar a vontade de Deus para toda a sua vida. Aqui esto algumas sugestdes do meu plano favorito de estudo biblico: a andlise por capitulo. Requer apenas Biblia, papel e caneta. Sugira, ao discipulo, pelo menos quatro coisas: Pardfrase — Usando as suas proprias palavras, escreva o que o capitulo revela. Isto ajuda-lo-4 a entendé-lo plenamen- te, apropriar-se desse capitulo, fazendo-o seu. Perguntas — Escreva qualquer coisa, a respeito do texto, que vocé nao tenha entendido. E, também, relacione pergun- tas que vocé acha que outras pessoas podem fazer, para as quais vocé achou a resposta. Isto ajuda muito quando vocé come¢a a ensinar a outros. Apresente uma referéncia biblica como base para a resposta a essas perguntas, sempre que possivel. Referéncias — Encontre uma referéncia (outro versiculo que contenha uma verdade relacionada, ou semelhante, em outra porgao da Biblia) para cada versiculo do capitulo que estiver considerando. Dessa forma, a Biblia se torna o seu proprio comentario (0 melhor), explicando e esclarecendo cada passagem estudada. Aplicagéo — Depois de orar, escreva uma aplicagao pessoal baseada em um versiculo do capitulo em foco. Explique o que vocé vai fazer, com forgas recebidas de Deus, para aplicar essa passagem A sua vida diaria. Seja especifico. Por exemplo, ao invés de escrever: ‘Vou orar mais na semana que vem”’, 0 que é genérico demais, escreva: ‘‘Tenho pecado por falta de oragao; na semana que vem orarei pelo menos dez minutos por dia.” Examine-se e fiscalize-se, para ter a certeza de que cumpriu o que decidiu. O fato de vocé aplicar fielmente a Palavra de Deus em sua vida vai ajudé-lo a se tornar prati- cante, e nao apenas ouvinte da palavra. 84 Salmos 1, Salmos 23 e livros curtos do Novo Testamento, como Filemom, Filipenses e I Tessalonicenses, sao excelentes porgdes para um discipulo que esta comegando a aprender como estudar a Biblia. Uma ou duas semanas geralmente sao um bom perfodo para cada capitulo. Depois que vocé tiver ensinado o seu discipulo como estudar a Biblia, nao se esqueca de ensinar-lhe como ensinar a outros. Em todo o seu discipulado, tenha em mente 0 alvo final-de multiplicar. fazedores de discipulos — aqueles que est4o treinados e aptos para transmitir 0 que aprenderam. | = Alimente-o Ensinando-lhe a Decorar Passagens Biblicas A memorizagio de passagens biblicas resulta em muitas béngaos e maior poder. O discipulo pode vencer a tentagio e andar vitorioso sobre qualquer pecado (veja Sal. 119;11). Ele pode ter uma vida frutifera e de sucesso (veja Sal. 1:2,3). Ele descobrira novos interesses na Biblia, e maior compreensao. A sua capacidade de ensinar sera aumentada (veja Col. 3:16). Ele experimentaré um novo poder para testemunhar, e vera resultados positivos (veja I Ped. 3:15). Ele conhecera melhor a vontade de Deus para a sua vida, 4 medida que mais ‘luz brilhar no seu caminho (veja Sal. 119:105). Ele poderé experi- mentar maior crescimento em sua fé, nova alegria e um espirito mais positivo em sua vida diaria (veja Sal. 119:103). Ele poder orar com nova certeza. O aprendizado de promes- sas da Biblia aumenta a ousadia na orac4o (veja Joao 15:7). Todas estas béncdos, e muitas mais, resultarao da memori- zacao de textos biblicos, por parte do discipulo, se esta fizer-se acompanhar de meditag&o para a sua aplicacio. Como decorar um versiculo — Sua atitude faz diferenca. Ao aprender os versiculos, vocé tem a ajuda do Espirito Santo para “‘guid-lo em toda a verdade’’. Vocé “pode todas as coisas’’ naquele que o fortalece (Fil. 4:13; 0 grifo é meu). Ele lhe dara poder para aprender, se vocé lhe pedir para fazé-lo. 1. Depois de ter escolhido um versiculo, leia-o no contexto da Biblia. Ler o capitulo que inclui o versiculo em questo o 85 ajudara a entendé-lo. Leia esse versiculo cuidadosamente varias vezes, em voz alta. Se outra pessoa ja nao o fez, decida qual é 0 tépico do versiculo. 2. Aprenda o versiculo nesta ordem: o tépico, a sua referéncia (onde se encontra na Biblia), o primeiro trecho do versiculo e a sua referéncia novamente. Repita isso varias vezes. Depois comece de novo; sempre iniciando com a referéncia, adicione outro trecho do versiculo e termine com a referéncia. Continue pouco a pouco, até aprender todo o versiculo. 3. Recapitule o versiculo durante o dia; use, para isso, momentos de folga. Digamos: na hora das refeigdes, enquan- to esta viajando ou esperando, e antes de dormir. Pega a alguém para verificar a sua memorizagiio. Repita o versiculo diariamente, durante varias semanas. Depois disso, revise-o semanalmente. 4. Comece decorando dois versiculos por semana. 5. Medite sobre cada versiculo que aprender. Ore, usando- o. Pega a Deus uma experiéncia, com esse versiculo, em sua vida. Cada versiculo contém algo para vocé conhecer, parar, comegar ou compartilhar. O propésito final de cada versiculo é identificd-lo com Cristo, em Sua vontade, conhecé-lo melhor e multiplicar a sua gloria. O PAI(OU MAE) PROTEGE OS SEUS FILHOS ESPIRITUAIS Satan4s planejou a destruigdo sistematica dos discipulos de Cristo, mediante amargura, desanimo, impaciéncia e outros pecados. Embora as tragédias sejam milhares, 0 poder para resistir aos violentos ataques de Satands esta disponivel instantaneamente, quando nos apropriamos da prépria vida de Cristo. ‘‘Maior é aquele que esta em vés do que aquele que esta no mundo” (I Joao 4:4). Cristo deu o exemplo de como nés, os pais espirituais, na fung&o de protetores, devemos agir, quando disse a Pedro: 86 ‘Eis que Satans vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé nao desfaleca; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmaos”’ (Luc. 22:31,32). Protegéo Contra a Tentagaéo Trés tentagdes basicas, que Satands usa para nos levar a pecar, encontram-se em I Joao 2:15,16: ‘Nao ameis 0 mundo, nem 0 que ha no mundo. Se alguém ama 0 mundo, o amor do Pai nao esta nele. Porque tudo 0 que hé no mundo, a concupiscéncia da carne, a concupiscéncia dos olhos e a soberba da vida, nao vém do Pai, mas, sim, do mundo,” A concupiseéncia da carne — A concupiscéncia ou cobiga comeca apenas com um olhar. ‘‘Dirijam-se os teus olhos para a frente, e olhem as tuas pdlpebras diretamente diante de ti. Pondera a vereda de teus pés, e serao seguros todos os teus caminhos. Nao declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal”’ (Prov. 4:25-27). Ajudar os discipulos significa observar a sua conduta para com 0 sexo oposto. Palavras honestas e francas a esse respeito, ditas em amor, precisam ser compartilhadas tanto com os discipulos (e discfpulas) casados como com os solteiros, para que aprendam como devem se precaver: “‘guarda com toda a diligéncia o teu corag&o, porque dele procedem as fontes da vida”’ (Prov. 4:23). A concupiscéncia dos olhos — A vontade de ter dinheiro e o desejo de possessdes so igualmente destrutivos para os discipulos. Ambos sao resultado de uma concentracao iniqua nos cuidados deste mundo. O dinheiro nio 6 mau em si mesmo; usado corretamente, ele pode ser um meio de ministério eficiente para um grande ntmero de pessoas. Contudo, o amor a ele 6 mau. ‘Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentagio e em lago, ¢ em muitas concupiscéncias loucas e novivas, as quais submergem os homens na ruina e na perdig&o. Porque o amor 87 ao dinheiro 6 raiz de todos os males; e nessa cobiga alguns se desviaram da fé, ¢ se transpassaram a si mesmos com muitas dores’’ (I Tim. 6:9,10). ‘Nao podeis servir a Deus e As riquezas”’ (Mat. 6:24). A chave é nao se deixar possuir pelo dinheiro. Verifique se 0 seu discipulo tem o dinheiro sob controle, ou se o dittheito o tem sob controle. Observe as suas motivagdes nos negécios. Observe quanta energia ele dedica a obter dinheiro. Quais'sio as suas prioridades? Ele tem tempo para o Senhor, para sua fimilia e para o seu ministério na igreja? Observe como ele. gasta e como economiza. A respeito de que ele fala? Compar- tilhe princfpios sadios acerca da diregao das finangas, para ajudar o seu discipulo a nao fazer dividas, pois isto The dara mobilidade e o libertara para ouvir o chamado de Deus. Intimamente relacionado com o desejo de ter dinheito esta o desejo de ter propriedades. Devemos perguntar-nos:’ De quanto realmente precisamos, para as necessidades basicas da vida? ‘Tendo, porém, alimento e vestuario, estaremos com isso contentes”’ (I Tim. 6:8). Tudo o mais é extra: casas, carros e diplomas universitarios. Agradega a Deus os extras, mas nfo coloque o seu coragiio neles. . Alguns missionarios tiveram que sair do Vietna, e recebe- ram noticia disso duas horas antes. Eles tem algo.a comparti- Ihar a respeito da ‘‘perda de todas as coisas’’ (Fil. 3:8). O pouco que levaram com eles revelou 0 seu senso de valores. Alguns levaram retratos de familia, ou outro objeto sentimen- tal portatil, mas no muito mais do que isso. a Esses missionarios podem testificar experimentalmente que nao devemos acumular para nés tesouros “‘onde a traca e a ferrugem os consomem, e onde os ladrdes minam e roubam’’, mas ajuntar “‘tesouros no céu’’ (Mat. 6:19,20). Pense em todas as suas possessdes. De que vocé realmente necessita? Vocé pode passar sem 0 qué? Agora, mentalmente, 88 entregue a Deus o direito que vocé tem sobre todas essas coisas. Quando fizer isso, as coisas perderao qualquer domi- nio sobre vocé, e vocé as usara com a consciéncia de que elas sao-de Deus, e nao suas. A soberba da vida — As tentagdes para sermos soberbos muita vezes se manifestam através de um desejo excessivo de reconhecimento proprio. Quando Satanas nao pode deter um homem com a impureza, nem pega-lo na armadilha do dinheiro, ele cochicha: ‘‘Vocé precisa de mais apreciagiio. Vocé fez um bom trabalho, mas ninguém reconhece.”’ Muitos soldados perderam a batalha de multiplicar discipulos “‘por- que amaram mais a gloria dos homens do que a gloria de Deus’ (Jodo 12:43). Tome cuidado com orgulho ferido, azedume, zanga, amargura em seus discipulos. Grande parte disso tem a raiz no desejo de obter gloria pessoal. O desejo de ser apreciado e honrado é natural; contudo, é um luxo que poucos podem aspirar. ‘Fale pouco, sirva a todos, prossiga”’, € um moto devastador para o orgulho humano. Lembre-se que o Senhor é 0 recompensador de todos os que 0 buscam. Ele mesmo é a nossa tltima recompensa (veja Gén. 15:1). A soberba da vida pode também ter a forma de competi¢ao excessiva. Queremos ser o melhor que pudermos, diante do Senhor, de forma que o agrademos em tudo o que fazemos. Enquanto uma competic¢io sadia pode promover o nosso desejo de exceléncia, uma concentragéo demasiada em nés mesmos pode enevoar a nossa viséo das necessidades dos outros. Precisamos ter em mente as palavras de Paulo aos filipenses: ‘‘Nada fagais por contenda ou por vangloria, mas com humildade, cada um considere os outros supe- riores a si mesmo; nao olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros’’ (Fil. 2:3,4). 89 Protecéo Através da Disciplina Quando as adverténcias de Deus nao sao ouvidas, e o discipulo peca, o pai espiritual precisa disciplina-lo. Este é um ministério essencial na igreja. ‘‘Antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama hoje, para que nenhum de vés se endureca pelo engano do pecado”’ (Heb. 3:13; 0 grifo é meu). A passagem-mestra a respeito de disciplina é Hebreus 12:5-13. Devemos disciplinar os que esto sob o nosso encar- go; ndo devemos punir! O alvo da punic&o é parar um habito ou ofensa, mas o objetivo da disciplina é a restauragao da comunhiao com Deus. Ser sincero e franco para com os outros quanto aos pecados deles é uma questo delicada, mas necessaria. A repreensio e exortacdo n&o so apenas uma forma rapida de recuperagdo e crescimento espiritual, mas também demonstram um amor raro, da parte do repreensor; poucas pessoas estiio dispostas a arriscar o rompimento de uma amizade devido a disciplina. Paulo usa varias palavras para descrever essa confrontagaio amorosa: encarrega, admoesta, repreende, reprova, corrige, exorta e até consola. Se um pai espiritual permite que o discipulo continue desobedecendo 4 Palavra, sem repreendé- lo em amor, esta falhando no exercicio de amor genuino nesse relacionamento. Disciplina em amor é fator essencial agora, para que os discfpulos venham mais tarde a crescer, amando a pureza e procurando viver uma vida piedosa. Pequenas sementes de pecado produzem grandes arvores, que bloqueiam a luz solar dos propésitos de Deus. Uma falha em corrigir e disciplinar os nossos filhos naturais enquanto sdo jovens significa que aqueles “‘pequenos’’ defeitos futuramente crescerao, tornan- do-se grandes problemas. 0 mesmo acontece em nossos relacionamentos com os nossos filhos espirituais. Corrija a desobediéncia rapidamente. ‘‘Porquanto nao se executa logo 90 0 juizo sobre a ma obra, o coragio dos filhos dos homens est& inteiramente disposto para praticar o mal’’ (Ecl. 8:11). Anos depois, os que foram repreendidos amorosamente olharao para o passado com alegria, porque Deus os amou suficientemente para tocar as suas vidas permanentemente, através de alguém que se importou com eles 0 suficiente para disciplina-los. ‘‘O que repreende a um homem achara depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a lingua” (Prov. 28:23; 0 grifo é meu). Como admoestar em amor — Quando estiver falando com os discipulos a respeito do pecado em suas vidas, faca-o 4 luz de I Corintios 13 e Galatas 6:1-3. Quando o Espirito 0 levar a confrontar o discfpulo, aqui estao algumas regras basicas para admoestacao. 1. A Palavra de Deus é sempre a base para qualquer admoestagao. E imperativo que saibamos que a ofensa prati- cada é claramente contraria as Escrituras (veja Tito 2:1). 2. Use de discrig&o. A hora certa é essencial. Algumas vezes o plano de Deus é que usemos a sua verdade: ‘‘A discrigao do homem fé-lo tardio em irar-se, e a sua gléria esté em esquecer ofensas”’ (Prov. 19:11). 3. O disciplinador precisa cumprir os requisitos de Galatas 6:1: ‘*Vés que sois espirituais’’. Precisamos ser controlados pelo Espfrito Santo. Precisamos ter vitéria em nossos coragdes sobre a area de culpa revelada na vida de outrem. 4. Nao somos chamados para confrontar qualquer pessoa que encontrarmos, que tenha um problema de pecado. Ga- nhar o coracao da pessoa é a chave para conseguir uma reagao positiva; mas isso leva tempo. E, também, nao somos os pais espirituais de todo mundo. 5. A admoestagao precisa ser razoavel, dada de maneira amorosa, como partindo de um irm4o mais velho, e deve expressar compaix4o e ternura (veja II Cor. 2:4). 91 6. A admoestagao a outra pessoa precisa ser feita com brandura (veja Gal. 6:1). Lembre-se de que 0 mesmo pode acontecer a vocé algum dia — ou ja pode ter acontecido. Fale cuidadosamente, e com um cora¢ao humilde. 7. Faga-o particularmente (veja Prov. 25:9 e Mat. 18:15). 8. Faca-o com perseveranca. Nao se permita ficar cansado ou desanimado. Seja persistente, porém nao importuno. Uma vez resolvido, dé o assunto por encerrado (veja Prov. 13:19 e 28:23). A responsabilidade do pai (ou mae) espiritual de treinar o seu filho reflete 0 propésito basico deste livro. Revise todos os capitulos a respeito de treinamento, e prepare um plano basico de treinamento bem seu, para o seu discipulo, nao algo que seja inflexivel, mas algo que contenha os temas essenciais do discipulado. Quando se deve apresentar ao discipulo esses temas essenciais e como ensin4-los sao coisas que vao variar de pessoa para pessoa, mas todos os temas basicos devem ser incluidos no treinamento de cada individuo, PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Por que a comparagao entre pais fisicos e espirituais é usada tao amplamente nas Escrituras? O que podemos aprender disso? (veja I Cor. 4:15,16; II Cor. 12:14,15; Gal. 4:19; II Tim. 1:2; Tito 1:4; III Joao 4). . 2. Qual das quatro responsabilidades do pai espiritual para com as pessoas que ele esta treinando é a mais usada, e qual é a menos usada em sua a) classe de Escola Biblica Dominical b) culto de adoracao c) treinamento da igreja d) treinamento pessoal da parte de outra pessoa? - 92 3. 4, 5. 6. 7. 1. 2. O que pode ser feito agora dentro da sua comunidade para estimular uma reagdo amorosa para com cada novo mem- bro da igreja ou novo convertido? Discuta algo que vocé achar util, tirado da sua experiéncia com a hora trangiiila esta semana. Como pode vocé encorajar outra pessoa em seu contato diario com Deus? Discuta a possibilidade de a) fazer anotagdes dos sermées e compartilha-las em fami- lia b) fazer a andlise de um capitulo da Biblia em grupo, como Salmos | e Salmos 23. Discuta as trés areas de tentag&o que podem destruir os discipulos em crescimento. Como pode vocé ajudar alguém que conhece a experimentar vitéria em uma dessas areas? NOTAS Oswald Chambers, So Send I You (Fost Washington, Pennsylvania: Christian Literature Crusade, 1972), p. 75. O Topical Memory System, publicado por The Navigators (Colorado Springs, Colorado: NavPress, 1969), esta disponivel em varias linguas e é vendido nas livrarias evangélicas, 93 10 Determine o Ritmo Um sermao vivo vale cem ex- plicacées. — Robert Coleman Ritmo é um termo emprestado das corridas. Um corredor lidera o grupo, determinando o ritmo para os outros seguirem. Desta maneira eles nao correrao depressa demais, para nao se esgotarem, nem devagar demais, e nao terminarem bem. Se o discipulo n&o tem um ritmo determinado para ele, é-Ihe muito dificil saber como est se saindo. JESUS DEU-NOS 0 EXEMPLO Jesus ensinou primeiramente pelo exemplo de sua vida diaria, que ele compartilhou abertamente com os seus discipu- los. J. M. Price escreve: ‘‘O primeiro, e provavelmente o maior aspecto do treinamento dos discipulos foi a associagaéo pessoal com ele, aprendendo através do exemplo e imitagdo. 95 Eles o observavam enquanto ele mostrava simpatia, consola- va, alimentava e curava, e captaram o seu espirito.’’! Jesus dedicou-se muito a ensinar pelo exemplo. Ele mandou que os discipulos testificassem dele, como ele lhes disse: “Porque estais comigo desde o principio” (Joao 15:27; 0 grifo é meu). Mais tarde, quando os membros do sinédrio observa- ram a intrepidez de Pedro e Joao, ‘‘reconheciam que haviam eles estado com Jesus’ (At. 4:13). O tempo gasto em observar e aprender pelo exemplo de Jesus foi evidenciado publica- mente na vida de Pedro e Joao. PAULO — OUTRO DETERMINADOR DE RITMO Paulo também deu exemplo deliberado para os seus segui- dores. Ele Ihes ordenou: ‘‘Q que também aprendestes, e recebestes, € ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus de paz sera convosco”’ (Fil. 4:9). “Porque vos mesmos sabeis como deveis imitar-nos... para vos dar em nds mesmos exemplo, para nos imitardes”’ (11 Tess. 3:7-9). Q exemplo de Paulo como regulador de ritmo preparou o caminho para os seus discipulos se tornarem multiplicadores. Em I Tessalonicenses 1:6-9 ficamos sabendo que os novos crentes (a segunda gerag&o) eram seguidores de Paulo (pri- meira geraciio), de forma que imediatamente se empenharam. na evangelizacao. No versiculo 7, Paulo se refere aos tessalo- nicenses como exemplos para os outros (que se tornariam uma terceira geraco espiritual). A palavra grega traduzida como exemplo também significa “‘molde’’ ou ‘‘padrao’’. Os primei- ros imitadores de Paulo, entio, se haviam tornado os moldes, através dos quais outros podiam, por sua vez, tornar-se imitadores; desta forma a multiplicacao ocorrendo. QUALIDADES ESPIRITUAIS DOS DETERMINADORES DE RITMO O que faz uma pessoa querer seguir outra de maneira genuinamente biblica? Deve haver, na vida do determinador 96 de ritmo, certas qualidades dignas de serem copiadas, que desafiem o discipulo. Vocé precisa exemplificar essas qualida- des, para que possa multiplicar-se através de outras pessoas. Entrega — Precisa haver tanto uma entrega inicial (veja Rom. 12:1) como uma renovacao diaria, 4 medida que Cristo continuamente va revelando novas verdades através da Pala- vra. Essa entrega significa a desisténcia de direitos; nao apenas os meus direitos individuais, mas o meu trabalho, familia e futuro precisam ser todos rendidos a Cristo. Oswald Chambers faz a observacdo, a respeito da recusa a se render: ‘Se eu ouvir o chamado de Deus e me recusar a obedecer, torno-me o mais estipido e vulgar dos crentes, porque ouvi e vi, e me recusei a obedecer.””” Se vocé esta achando que a vida crista é insfpida, talvez haja, em sua vida, uma Area de desobediéncia nao confessada. Pergunte-se: Cristo é o Senhor, agora mesmo, neste momento, em todas as Areas de minha vida? A resposta precisa ser sim, para que vocé possa orientar outras pessoas. Separacéo — Precisa haver separacao das coisas mundanas e de um padrao mundano de valores. Devemos ter um gume cortante de pureza que transforme pessoas sem visio em discipulos orientades para o alvo. Precisamos perguntar a nds mesmos: A minha vida é parecida com a de Cristo? Ela o glorifica? Estamos escutando a ‘‘voz mansa e delicada’”’ de Deus? Reconhecemos que a nossa cidade, alvos e futuro esto no céu (veja Col. 3:1)? Pedro escreveu: ‘‘Pelo que, amados, como estais aguar- dando estas coisas, procurai diligentemente que por ele sejais achados imacula\os e irrepreensiveis em paz’ (II Ped. 3:14). Ele recomendou aos crentes de sua época que cultivassem uma percepcao da segunda vinda de Cristo, a fim de se separarem das preocupacées do mundo. Basicamente, mundanismo é a exclusaéo do senhorio de _ Cristo como centro da vida. E uma atitude mental de desejar 97 fazer as coisas 4 nossa maneira. O acréstico TEMPO 6 um teste bom e positivo da vontade de Deus: Tempo — E. 0 meu servo ou meu senhor? Eqiiidade — Com este ato, 0 que estou me tornando? Isto é algo que me ajudaré a crescer espiritualmente? Ministério — Sou capaz de ministrar as necessidades mais profundas dos outros, através desta agaio? Pregacéo — Esta escolha me capacita a fazer avancar a Grande comissao? Oracéo — Posso fazer isto em oragao? Esta agao desfaz a minha comunh&o com Deus? Disciplina sistemdtica — Outra qualidade importante que caracteriza um multiplicador eficiente é disciplina sistematica na palavra e na oragao — fatores basicos da vida espiritual. - Vocé dirigira outros, se tem h4bitos disciplinados de cresci- mento. A medida que aqueles que 0 seguem adaptarem os seus bons habitos, eles também cresceriio. QUALIDADES DE LIDERANCA DO DETERMINADOR DE RITMO Além das qualidades espirituais, aqui esto alguns elemen- tos basicos de lideranca que todo edificador de multiplicado- res precisara ter, para que possa liderar. Motivagéo — Oswald Chambers observa: A motivagao precisa ser primeiramente a ordem de Jesus... a grande nota dominadora nao sao as necessidades dos homens, mas a ordem. Conseqiientemente, a verdadeira fonte de inspiragao esta sempre por detras, e nunca na frente. Hoje em dia, a tendéncia é colocar a inspiragio na frente... para varrer > tudo diante de nés, e expor tudo de acordo com o nosso conceito de sucesso: \ 98 As motivagées sao traigoeiras. Quando as coisas esto indo bem, as pessoas esto alegres. Mas, quando os tempos sao maus, 0 missionario, pastor ou fazedor de discipulos fica em davida se deve desistir ou se entendeu mal a sua vocagao recebida de Deus. Ele nao deve ser desviado do alvo pelas circunstancias. A ordem de nosso Senhor: ‘‘Enquanto ides, fazei discipulos’’, precisa ser a nossa motivagaio suprema. As suas ordens so a sua capacitacio. Os homens mudam, desmaiam e falham. A sés com Deus, o lider recarrega as suas baterias espirituais, meditando no exemplo do seu vitorioso Senhor. Bom julgamento — Espere pacientemente diante do Se- nhor. Retina todos os fatos. Consiga o conselho, de que necessita, de pessoas esclarecidas. Creia que o Senhor supriré a sua sabedoria (veja Tiago 1:5). Depois, tome uma decisao de todo 0 corag&o. Deus abengoaré um coragao inteiramente dedicado a discernir e a por em pratica a sua vontade. Iniciativa — Iniciativa é fazer a coisa certa sem necessidade de ser mandado. Algumas pessoas tém medo de tentar qualquer coisa nova. Alguns crentes esperam para serem guiados pelo Espirito, com medo de que “‘passem A frente do Espirito’’. Se vocé é um filho de Deus, pode estar certo de ser guiado pelo Espirito (veja Rom. 8:14). Creia nele! Entusiasmo — A emocio é contagiante. O povo é empolga- do por ela. A visio de um Deus todo-poderoso, evidenciada na vida de um lider, contagia o discipulo. ‘Tudo quanto te vier 4 mio para fazer, faze-o conforme as tuas forgas’” (Ecl. 9:10). “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coragio, como ao Senhor, e nfo aos homens, sabendo que do Senhor recebereis como recompensa a heranga”’ (Col. 3:23,24). Certa vez J. C. Ryle escreveu: Zelo, em matéria de religiéo, é um desejo abrasador de agradar a Deus, fazer a sua vontade e fazer a sua gloria brilhar pelo mundo de todas as maneiras possiveis. £ um desejo que ninguém pode sentir naturalmente — mas que o Espirito coloca no coragdo de cada crente quando ele se converte — e que alguns crentes sentem muito mais fortemente do que outros, a ponto de acharem que sé eles merecem ser chamados de ‘‘zelosos”’... Um homem zeloso em matéria de religiao é proeminentemente um homem de um alvo s6. Nao é suficiente dizer-se que ele é sério, sincero, nao se abala, é eficaz, cordial e fervoroso de espirito. Ele sé vé uma coisa, dela cuida, para ela vive e é por ela absorvido: agradar a Deus... e fazer brilhar a sua gloria.* Um zelo santo é essencial para a lideranga. Cristo é 0 nosso exemplo: ‘“‘Lembraram-se entio os seus discipulos de que esta escrito: O zelo da tua casa me devorara’’ (Joao 2:17). Flexibilidade — A experiéncia é uma grande mestra, mas alguma vezes ela nos pode trancar em tradigao estéril. Fique alerta a respeito da possibilidade de que haja sempre um caminho melhor. Abertura para o Espirito Santo conserva a pessoa num relacionamento correto para com 0 mundo ao seu redor. Aprenda a diferenga entre um principio da Palavra de Deus e os métodos dos homens. O evangelho permanece o mesmo; os métodos humanos mudam. Apreciagéo — A arte rara de encorajar alguém através de louvor genuino é um sinal de sua capacidade de amar. Manifeste reconhecimento verbal pela energia despendida pelas pessoas que est%o ao seu redor. Uma carta pessoal de apreciacao é um raro tesouro. Paciéncia — Jesus nunca estava com pressa. Atos e pala- vras silenciosas instilam confianca em seus seguidores. Tao- somente esta qualidade de lideranga tem-se demonstrado mais proeminente, quando observo lideres, do que qualquer outro ingrediente. A pressa sempre implica em falta de método definido, confusao e impaciéncia, por causa de crescimento vagaroso. A pressa parece prover um substituto de energia para um plano claramente definido. E uma falsificag’o da rapidez. N. G. Jordon escreve: ‘Tudo o que é grande, na vida, é produto de 100 crescimento vagaroso; quanto mais novo, maior, mais alto e mais nobre for o trabalho, mais lento sera o seu crescimento e mais certo 0 seu permanente sucesso. POR QUE OS LIDERES FRACASSAM De acordo com um estudo recente, 0 sucesso na lideranga é devido 15 por-cento ao treinamento e pericia técnicas, e 85 por-cento a dedicacao, experiéncia e dons espirituais do lider. A lista de principais razées para o fracasso inclui: e Falta de iniciativa e Falta de ambicao e Descuido e Falta de espirito de cooperacio YL e Preguica “ O fazedor de discipulos deve analisar a sua vida a luz das Escrituras, para ver se alguma dessas caracteristicas esta presente. ‘‘Sonda-me, 6 Deus, e conhece o meu coragiio; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vé se ha em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno”’ (Sal. 139:23,24). QUANDO A DETERMINACAO DO RITMO PODE SER PERIGOSA Corremos 0 risco de esperar muito de uma pessoa, ou de dar valor demasiado a outra. Os homens falham e continuarao falhando. Quando um membro da igreja abandona a comuni- dade, porque vé pecado ou falhas na vida de um lider, esta-se centralizando em pessoas, e nao em Cristo. Para evitar esse perigo, precisamos correr a carreira da vida focalizados no determinador de ritmo final: ‘‘Fitando os olhos 299 em Jesus, autor e consumador da nossa fé’’ (Heb. 12:2). 101 Focalize-se em Jesus, mas lembre-se que, como determina- dor de ritmo, outras pessoas estarao se focalizando em vocé como seu exemplo terreno. Prefiro antes ver do que ouvir um sermio. Prefiro que a pessoa ande comigo, em vez de meramente me mostrar 0 caminho. 0 olho 6 um aluno melhor, ¢ muito mais disposto do que o ouvido. O bom conselho é confuso, mas.o exemplo é sempre claro. O melhor de todos os mestres é que vive o que ensina. Ver as coisas boas postas em agio é 0 que todo mundo precisa. Logo.aprenderei como fazé-lo, se vocé me deixar ver como é que se faz. Posso ver as suas m&os em ac&o, mas a sua lingua pode correr demais. E as palestras que vocé faz podem ser muito sabias e verdadeiras, mas prefiro aprender a minha ligao observando 0 que voeé faz, pois eu posso entender mal os sublimes conselhos que voeé da, porém néo ha mal-entendidos quanto A maneira como voeé age e vive. Autor desconhecido PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Por que o principio de ‘‘segue-me’’ do Novo Testamento é basicamente negligenciado como principio operante nos ministérios de discipulado, hoje em dia? 2. Por que a obediéncia a Biblia é muito mais compulséria do que cantar, freqiientar os cultos ou ouvir ligdes e mensa- gens? 3. Descreva trés qualidades de um determinador de ritmo que vocé precisa desenvolver de maneira especial. 4. Considere as sete qualidades de lideranga para os determi- nadores de ritmo. a) Qual delas é a mais importante para vocé? 102 b) O que vocé adicionaria a essa lista, e por qué? 5. Discuta um ou mais riscos na determinagao de ritmo, aos quais vocé é susceptivel. 6. Como pode uma pessoa encontrar o equilibrio essencial a um ministério “‘modelador’’? 7. Por que um determinador de ritmo é essencial para treinar um cirurgiao, um piloto de aviao ou um discipulo multipli- cador? NOTAS 1. J. M. Price, Jesus the Teacher (Nashville, Tennessee: Sunday School Board, 1946), p. 43. 2. Oswald Chambers, Disciples Indeed (London: Marshall, Morgan and Scott, 1955), p. 10. 3. Oswald Chambers, So Send I You (Fort Washington, Pennsylvania: Christian Literature Crusade, 1975), p. 74. 4. J. C. Ryle, citado em Knowing God, por J. I. Packer (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1973), p. 156 ¢ 157. 5. N. G. Jordan, The Majesty of Calmness (Old Tappan, New Jersey: Fleming H. Revell Company, 1956), p. 17. 103 Parte IV A PRATICA: DE INICIO AGORA 11 Selecionando Lideres Multiplicadores Potenciais Néo & quantos homens, mas que tipo de homens. — Dawson Trotman O DR. HUDSON TAYLOR, fundador da China Inland Mission, no fim do século XIX, tinha, no interior da China, cerca de mil mission4rios, o que é um ntimero surpreendente. Em apenas um ano, o pugilo de trabalhadores de Taylor perdeu trinta e oito mission4rios e filhos de missionarios, por meio da morte, mas outros estavam prontos a substitui-los. Muitas vezes o Dr. Taylor foi interrogado acerca de como era capaz de recrutar tantos obreiros. Ele replicava que havia duas raz6es para esse fluxo extensivo de trabalhadores para a China: Oracéo — ‘‘Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara’’ (Mat. 9:38). Cada ano, pela 107 fé, Taylor e seus colegas pediam um nimero especifico de pessoal novo, em suas oragdes. Deus honrava a sua interces- sfio especifica. Vidas saturadas com a palavra de Deus — O Dr. Taylor dizia que, para conseguir trabalhadores, precisa haver um aprofundamento da palavra de Deus diariamente, nas vidas de leigos de ambos os sexos, de forma que eles nao possam dizer “‘nZo”’ ao chamado de Deus. Estes dois conceitos revolucionaram mais de um ministério. COMO ENCONTRAR DISCiPULOS POTENCIAIS EM SUA IGREJA Procurar um discipulo com quem vocé possa compartilhar a sua vida é uma aventura emocionante. Aqui esto algumas diretrizes acerca de como consegui-lo. Comece em oragao. O foco da estratégia de oragio de Jesus, em Mateus 9, era pedir ‘‘trabalhadores, ceifeiros, obreiros e discipulos’’. Pega a Deus trabalhadores para a seara. Esta é a ordem de Cristo. Jesus passou uma noite inteira em oragiio antes de escolher os doze (veja Luc. 6:12). Procure uma pessoa faminta. Dawson Trotman, fundador dos Navegantes (The Navigators), disse que precisamos ‘‘en- contrar um homem que deseje o melhor que Deus tem para a sua vida, e que esteja disposto a pagar qualquer preco para consegui-lo”’.!‘*Bem-aventurados os que tém fome e sede de justica, porque eles serio fartos’’ (Mat. 5:6). Uma pessoa dessas era um homem culto chamado Charles, que desejava obter respostas para as suas interrogagdes acerca da Biblia. O seu primeiro dia, em nosso programa da Escola Biblica Dominical, foi 0 comego de uma nova vida para Charles. O seu professor era um ex-missionario, que nao apenas respondeu 4s dificeis perguntas de Charles com textos biblicos, mas visitou pessoalmente Charles, para proceder ao 108 seguimento. Eles se reuniram durante seis semanas, usando, cada semana, estudos sobre o Evangelho de Joao, que nés usdvamos para todos os novos membros. Depois disso, comecei a visitar Charles em sua casa. Encontrei um homem faminto. Ele havia descoberto a palavra de maneira nova. Comegou a estudar a Biblia, primeiro durante uma hora, depois duas, por noite — descobrindo pessoalmente novos tesouros nas Escrituras. Levei-o para visitar nao-crentes e Charles comegou a ganhar outras pessoas para Cristo. Enquanto ele continuava a crescer espiritualmente, pedi- mos-lhe para dar aulas a uma classe de jovens casados do sexo masculino. Depois ele se tornou diacono. Daquela mente questionadora, cientifica, originou-se um homem piedoso e terno. Agora alunos que sairam da sua classe esto espalhados por todo o mundo, e pelo menos oito deles esto no ministério de tempo integral. Estao reproduzindo a vida de Charles repeti- das vezes, através da multiplicagao espiritual. Procure mais do que uma aparéncia exterior agradével. ¥ dificil olhar para uma pessoa apenas com os olhos da fé. Temos a tendéncia de olhar para a pessoa que tem aparéncia de lider. Contudo, Deus nao nos escolhe baseado no que somos, mas no que podemos nos tornar, pela sua graga. As pessoas menos provaveis freqiientemente se tornam as maio- res fazedoras de discfpulos. “‘O homem olha para o que esta diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coragao”’ (I Sam. 16:7). Ao considerar os membros médios da igreja no primeiro século, Paulo disse: “Ora, vede, irmaos, a vossa vocagio, que nZo so muitos os sabios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos 0s nobres que sao chamados. Pelo contrario, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sabios; e Deus 109 escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignobeis do mundo, e as desprezadas, e as que nao sao, para reduzir a nada as que so; para que nenhum mortal se glorie na presenga de Deus” (I Cor. 1:26-29). Tinhamos quatro obreiros, no nosso ministério de 6nibus (para buscar as pessoas para os cultos), que estavam sempre atrasados, mas eles estavam trazendo cerca de cem criang¢as e adolescentes, para a Escola Biblica Dominical, todos os domingos! Outras pessoas, que eram as mais pobres da igreja, tinham o coracio mais aberto para contribuir. Muitos com menos cultura gastavam mais tempo ministrando na igreja do que os que tinham qualificagdes académicas impressionantes. Deus pode obter mais gloria, algumas vezes, parece, dos que tém menos qualificagdes que os recomendem. Por exemplo, um de nossos filhos é retardado, devido a problemas no nascimento. Nao obstante, a sua fé em Cristo e a sua crenca extasiante em respostas instant@neas 4 oragéo continuam a ministrar a mim ea me desafiar. Deus utiliza tan- to os fracos quanto os fortes. Nao despreze nenhuma fonte de mio-de-obra. Fique alerta quanto aos que sao fiéis e capazes de ensinar. S6 os fiéis sio qualificados para exercer um discipulado pessoal extenso. Procure discipulos nas sessées de aconselhamento. Um dos membros de nossa igreja, Hugo, estava tendo profundos problemas de pecado. O seu casamento estava em fran- galhos. Nivel de vida alto, barcos caros e pressdes nos negécios haviam cobrado um prego alto na sua vida. Ele tinha pouco a ver com Cristo. Um de nossos leigos comegou a aconselhar Hugo. Tinhamos um grupo que orava diariamente por ele, e Deus comecou a virar a maré em sua vida. Aos poucos, ele comegou a crescer, e fez uma decisao ptblica por Cristo. Abandonou 0 emprego que lhe pagava um alto salario, terminou a universidade e cursou um seminario. 110 Usando a sua casa como base, Hugo e sua esposa comec¢a- ram um 6timo ministério, discipulando pessoalmente adultos jovens, ministério esse que produziu um fluxo constante de vidas transformadas. Muitos mogos estao no seminario agora, através da multiplicacao espiritual de Hugo. Deus usou um problema para transformar um coragdo duro em um devotado fazedor de discipulos. Esteja aberto para fontes inesperadas. Algumas pessoas irfio a vocé vindas ‘do nada’’. Bem pode ser que essas sejam as que Deus mandou atravessar 0 seu caminho, em resposta as suas oracoes pedindo um discipulo para treinar. Mas lembre- se: se uma pessoa esta verdadeiramente faminta, buscara a verdade em qualquer fonte que vocé sugerir em sua igreja. Observe os que desejam ser instruidos apenas pelo pastor ow por determinada pessoa. O orgulho pode estar impedindo-os. Aproveite-se de todas as reunides de grupos. Uma classe de Escola Biblica Dominical é um lugar natural para encontrar discipulos (lembre-se do aleance do ministério de Eduardo Kimball, iniciado na Escola Biblica Dominical). Retiros e conferéncias propiciam impulso extra, através de interacio intensiva, em grupos pequenos, e uma série de mensagens acerca de dedicacéo. Um orador cheio do Espirito e lideres fortes de grupos de estudo ajudarao os membros da igreja a avancar bastante no caminho do discipulado. Utilize um grupo escolhido que jé esteja servindo na igreja. Nao deixe de lado o dbvio: professores, didconos e adminis- tradores. Néo ignore os membros de sua familia. Nao podemos negligenciar as pessoas mais importantes de nossa vida. Um pai pode reunir-se com o seu filho adolescente, a mae, com a filha. O lar da mais exposigao 4 sua vida do que qualquer outra situagao de discipulado. Pode-se perguntar: Se vocé nao pode desenvolver um discipulado em seus filhos, trabalhando com eles o tempo todo, como podera ajudar outras pessoas, ll trabalhando apenas um tempo parcial? Estabeleca o ritmo, comecando em casa. ALVOS-CHAVE PARA OS MULTIPLICADORES Para quando vocé comegar a ensinar e treinar outros, aqui estio alguns alvos especificos a estabelecer diante do seu discipulo. Desenvolvimento do cardter — A qualidade de vida é mais importante do que a quantidade de atividade no ministério. 0 seu discipulo é puro e honesto? Quais sao os padroes de sua vi- da diéria? Se, por exemplo, recebe um troco errado em uma lo- ja, ele imediatamente o devolve? ‘Quem é fiel no pouco, também € fiel no muito; quem é injusto no pouco, também € injusto no muito” (Luc. 16:10). Como foi explicado no capitulo a respeito de se determinar oritmo, as qualidades do multiplicador se tornam um modelo motivador para o discipulo. A transmissao da verdade pelo exemplo é uma responsabilidade solene. Se o original € distinto, as suas cépias também serfo claras. Um ponto de vista compreensivo — Ensine a pessoa que voes esta discipulando a ter uma visio do mundo todo. Ela precisa aprender como alcangar pessoas além do seu ninho. Ore com ela sobre mapas da cidade, do estado, da nagao e do mundo. ‘‘Ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At. 1:8). Comece em casa, mas depois projete e cultive uma visdo para alcangar o mundo todo. Competéncia — A respeito de Jesus, falou-se: ‘Tudo tem feito bem’ (Mar. 7:37). A filosofia moderna é fazer 0 minimo que pudermos. A sindrome do ‘‘vai-levando”’ esta tomando conta da igreja. Paula escreveu: ‘Nao servindo somente a vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coragéo a vontade de Deus’? (Ef. 6:6). Estabelega alvos e 112 padrées elevados para vocé mesmo e para o seu discipulo, e graciosamente envide os seus melhores esforgos para o Se- nhor. Depois de um programa de visitagao, testemunho, ou qualquer outra atividade no ministério com o seu discipulo, assentem-se e avaliem juntos 0 que fizeram. Tendo alvos, planejamento e padrées, o discipulo em crescimento aprende a edificar qualidade no seu ministério. Estabilidade — O fazedor de discipulos tem apenas a forga do amor e a sua estabilidade na vida para atrair e aleangar os outros. Aqui estao algumas caracteristicas espirituais estaveis que atrairao pessoas famintas aos seus discipulos: e Ser cheio do Espirito, o que resulta em uma atitude positiva e Memorizacao das Escrituras e Vida devocional didria, que inclui estudo biblico e oragio intercessoria e Expressdo pessoal de fé no lar, no trabalho e em ambien- tes sociais Ore para que o Senhor da seara lhe mostre as pessoas que desejam conhecer melhor o seu Senhor. Comece, logo que possivel, a desenvolver o carater, a visio mundial, competén- cia e estabilidade no seu discipulo. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Que duas maneiras sao sugeridas por Hudson Taylor para conseguir ‘‘mais trabalhadores para a seara”’ através de sua igreja? 2. O que pode fazer vocé agora para implementar essas duas idéias no ministério de sua igreja? Personalize a lig&o: a) Relacione o nome de pessoas de sua igreja que sao discipulas em potencial: 113 Outros b) Depois de orar, reduza a sua lista de pessoas a cinco. Relacione os seus nomes aqui. Elas precisam ser famin- tas e fiéis e aptas para ensinar. c) Agora pega ao Senhor para mostrar-lhe especificamen- te uma ou duas pessoas deste grupo que ele gostaria que vocé discipulasse. NOTAS: 1. Dawson Trotman, de uma mensagem apresentada em uma conferén- cia da equipe dos Navegantes em Santa Barbara, California, Estados Unidos, em 1951. 114 12 Comece na Sua Igreja Hoje A igreja existe por meio das miss6es assim como o fogo existe por meio da queima de combustivel. — Emil Brunner NADA QUE PERDURE cresce da noite para o dia. Os cogumelos crescem rapidamente, mas as sequdias levam séculos — a diferenga em seu valor duradouro é indisputavel. Edificar discipulos é propésito que esta no coragao de Deus para a sua Igreja. O seu plano é que a Igreja multiplique trabalhadores para a seara. Nunca precisamos ter medo de comegar algo silencioso, em pequena escala. Deus fara com que o que é seu cresga. “Se a raiz 6 santa, também os ramos 0 sao’’’ (Rom. 11:16). CoMO ENSINAR E MOTIVAR OUTROS A SE MULTIPLICAREM Visto que é necessério um discipulo para edificar outros discipulos, a cadeia de multiplicagdo comega com vocé. 115 Comece com um discfpulo apenas. Derrame a sua vida nele, usando algumas das diretrizes exaradas neste livro. Ao come- car, use estes principios-chave de ensino e motivacao: Diga-lhe por que. Ao ensinar o seu discipulo a orar, por exemplo, diga-lhe por que é importante orar. Ha pelo menos quinze razées biblicas para orar. Compartilhe isso com ele, durante certo tempo, enquanto vocés oram juntos. Mostre-lhe como. Jesus disse: ‘‘Segue-me’’, e nao: ‘‘Es- cuta-me.’’ Aprendemos fazendo. As palavras sio um pobre substituto para uma figura. Vocé ja leu um livrete ensinando “Como Dar Lacos em Sapatos’’? Imagine construir as frases para descrever os passos necessarios para isso. Se vocé quer encorajar o seu discipulo a estudar diariamen- te a Biblia, convide-o a reunir-se com vocé para ver como vocé o esta fazendo. Ensine-lhe como usar os varios métodos de estudo biblico. Sendo, ele se tornara tragicamente depen- dente de outras pessoas, para ser alimentado com as Escritu- ras. Ensine também por exposigao. A raz&o por que tao poucas pessoas testificam é que nunca tiveram uma experién- cia positiva em ganhar almas. A sala de aconselhamento de sua igreja deve ser o lugar mais emocionante da cidade. Leve um discipulo-conselheiro em perspectiva a essa maravilhosa experiéncia. Mostre-lhe como levar alguém a Cristo. Leve-o com vocé a uma casa, e deixe que participe do seu testemu- nho, até que ele seja capaz de levar outra pessoa a Cristo. Faca com que ele comece. Dé, a seu discipulo, tarefas especificas. Ele precisa saber que sao tarefas que vocé execu- tou, ou esta executando atualmente. Porque vocé estabeleceu oritmo de padrées elevados, espera-se que ele complete o seu trabalho com exceléncia. Deixe que ele fique sabendo, se tem um problema com o projeto, que vocé é uma pessoa a quem recorrer, que 0 ajudara de qualquer forma que lhe seja possivel. 116 Telefone-lhe durante a semana. Intensifique o seu relacio- namento pessoal com ele. Torne-se disponivel para ele. O evangelho nao teria sido levado a todo o mundo romano, ¢ até além, se Cristo tivesse formalizado e limitado 0 acesso dos seus discipulos a ele. Mantenha-o em movimento. Verifique a tarefa que lhe foi atribuida. Seguimento é importante. Nao hé nada mais desapontador para um jovem discipulo do que ter trabalhado durante a semana com todas as forgas, e depois ver vocé passar os olhos por alto sobre os seus esforgos, ao vocés sé encontrarem. As pessoas dao mais atengdo ao seu trabalho, quando sabem que ele sera inspecionado. Uma professora da Fundacao Narramore recebeu a respon- sabilidade de ensinar criangas desajeitadas e criancas- problemas. Orando fervorosamente em favor de cada crianga, essa professora incomum se dedicou a escrever diariamente uma nota de congratulagées a cada crianga, acerca de algum aspecto de seu trabalho. Algumas vezes era um desafio mesmo escrever apenas uma sentenga, nos casos mais dificeis, mas essa cuidadosa professora sempre encontrou algo cons- trutivo para dizer. Gradualmente, a sua classe se transformou em um milagre. Algumas criancas passaram a tirar boas notas pelo resto do ano. O aprendizado aumenta mediante um sistema positivo de recompensas. E facil qualquer um fazer outra pessoa em pedacos, mas é necess4rio inspiracao do Espirito Santo e amor para cumprimentar sinceramente uma pessoa pelo bom traba- lho que ela esta realizando. Para motivar enquanto ensina, aceite a pessoa totalmente. “Como na agua o rosto corresponde ao rosto, assim o coragao do homem ao homem”? (Prov. 27:19). Nao podemos esconder uma atitude de nio-aceitacao, isto é, de rejeicao. Isto nao significa que aprovemos tudo 0 que a pessoa fizer, a fim de aceit4-la totalmente. Cristo nos aceitou, amando-nos 1? em extremo; nao obstante, os nossos pecados estavam diante dele (veja Joao 13:1 e Rom. 5:6-8). Mostre a sua aceitagio, ouvindo atenciosamente. Fique quieto e deixe a outra pessoa falar. Vocé vai aprender muito! Afirme o seu discipulo. Nao deixe que uma atitude de “sabichao’’, de sua parte, o destrua. Logo que nos casamos, minha esposa vinha a mim com o estudo biblico dela, e entusiasticamente mostrava-me uma nova verdade que havia acabado de descobrir. Algumas vezes eu dizia: “Que bom que vocé achou isso, querida; mas eu achei isso ha doze anos, quando estava pesquisando um verbo grego.”’ Puxa! Eu matava a alegria dela imediatamente. Desde ent&o, aprendi a demonstrar entusiasmo quando ela compartilha as Escrituras comigo. Verifico também a aplica- fio que faco da descoberta dela, e comento-a com ela. Desta forma ela é encorajada e eu também aprendo. A minha necessidade de encorajamento tem sido satisfeita muitas vezes, enquanto faco estudo da vida de personagens biblicas, vendo a maravilhosa graca de Deus em suas vidas. Lendo biografias, tenho também encontrado uma excelente fonte de encorajamento através da capacidade sobrenatural de Deus de usar pessoas comuns para a sua gloria. Ensine-lhe a multiplicar-se. Mantenha o alvo de multiplica- cao espiritual constantemente diante dos olhos do seu discipu- lo. Juntamente com os métodos e materiais tirados da Biblia, ensine-lhe também como passar adiante, o que ele aprende, aos discipulos que ele futuramente alcangara. EXECUTANDO TREINAMENTO PARA O DISCIPULADO EM SUA IGREJA Aqui estiio varios meios pelos quais vocé pode levar a sua igreja a executar um treinamento extensivo de discipulos: 1. Use as estruturas e organizagdes em grupo existentes na 118 igreja, tais como classes da Escola Biblica Dominical e unides de treinamento. 2. Use a visitagao evangelistica para engajar a pessoa que vocé esté treinando para o discipulado num trabalho com os perdidos. Isto se torna uma importante fonte de multiplica- cao. 3. Use retiros e conferéncias. Através de varios retiros ou acampamentos, de um ou dois dias, Deus levara os discfpulos em potencial a dedicac&o essencial, para 0 passo seguinte do seu crescimento em diregdo a multiplicacao. 4. O pastor tem um papel importante no discipular. Ele deve ser um modelo para os outros membros da igreja seguirem. Ore fielmente pelo crescimento espiritual de seu pastor. A formacio de lideranca deve ser uma prioridade no ministério do pastor. Ele pode comegcar a discipular os seus oficiais e seus didconos, e deve reunir-se também regularmen- te com um ou dois leigos. 5. As pessoas que esto discipulando outras devem reunir-se mensalmente, para analisar os progressos feitos. O crescimen- to futuro da igreja e a preparacao de lideres dependem mais da influéncia deste grupo do que de qualquer outro grupo na congregacao. Ore nominalmente por todos aqueles que esto sendo influenciados pelo ministério de discipulado. Durante o més, observe experiéncias positivas que possam ser partilha- das, nessa reuniao, para encorajamento. Recapitule a ordem de Cristo de fazer discipulos de todas as nacées. Ore para que Deus chame pessoas de sua igreja para o trabalho missionario nacional e estrangeiro. Diagrame o progresso do seu ministério de discipulado, desenhando as cadeias de multiplicagao de sua igreja em um quadro-negro. Observe o aparecimento do fruto da quarta geracao, “também... os outros’’ de II Timéteo 2:2. Dé valor aos que estado investindo as suas vidas em uma ou duas pessoas. 119 COMECE AGORA! Comece escolhendo um multiplicador em potencial, depois de muita oracio. Ele precisa ser fiel e apto para ensinar. Realize uma série de reunides, com tarefas para casa, a respeito dos principios basicos do discipulado, para ele reali- zar. Se ele mostrar ainda mais interesse, entéo marque reunides para um perfodo de até seis meses. Logo vocé vera se Deus esta usando vocé para ministrar a ele — e se ele é um multiplicador em potencial. Tenha encontros regularmente com a pessoa que vocé est discipulando. Esse periodo ininterrupto é de valor inestimavel para medir o ritmo de uma pessoa em Cristo. Leva tempo para se conhecer bem uma pessoa. A hora do dia nfo é tao importante quanto reunides regulares. Escolha um local neutro, que seja suficientemente silencio- sO, para vocés conversarem e orarem juntos sem interrupgoes, telefonemas ou outras coisas que desviem a atengao. A média deve ser de uma hora para esse abrir de coracao, verificagdo de tarefas, oracio-e ensino de novas matérias. Cuidado para nao passarem o tempo todo resolvendo proble- mas. Um pouco disso é essencial, mas pode ser que vocé: precisem marcar outro hor4rio, dedicado a essas dificuldadés, se elas comegarem a absorver o tempo das suas reunides. A ba- se do seu tempo de treinamento em um ministério pessoal é uma énfase em uma nutrigéo que propicie crescimento, e na aplicagao da Biblia a vida pessoal. Contudo, o discipulado nao termina no fim dessa hora. Dedique-se a se conservar disponi- vel para edificar e orientar o discipulo por um periodo mais prolongado de tempo. Trabalhe com apenas uma ou duas pessoas por ano, em discipulado pessoal. Deixe que a sua multiplicagao aconteca a partir desse comego pequeno. Funciona mais depressa do que vocé pensa. Em seis meses vocés serao dois; quatro em um ano. E ent&o oito, dezesseis, trinta © dois, e sessenta e quatro 120 em apenas trés anos. Se vocé continuar durante trés anos, na vida espiritual, sem qualquer multiplicagdo, pense no que poderia ter feito — pense no que pode comegar a fazer AGORA! Os seus descendentes espirituais podem logo alcan- car os confins da terra! Mantenha o seu outro grupo de treinamento de ministérios, mesmo enquanto estiver se concentrando em. um discfpulo; vocé simplesmente nao ser capaz de treinar um grupo tao especifica e intensamente como o fara com o seu discipulo, individualmente. Comece um plano de estudo biblico pessoal, que vocé realize com o seu discipulo. Dé pelo menos um passo adiante, nesse estudo, pois assim vocé poder estar preparado para as perguntas e problemas dele. Vocé sera um modelo e determi- nador de ritmo, que ele seguira. Use todos os excelentes materiais disponiveis hoje, que tém © objetivo de enriquecer e encorajar o discipulado pessoal. Contudo, lembre-se que é 0 homem, e n&o os materiais, 0 foco de Deus. A lista de materiais apresentada no fim deste capitulo propicia muitas fontes, que tém sido usadas ampla- mente e com sucesso para ajudar as pessoas a crescerem através do discipulado individual e em grupo. Envolva o discipulo na evangelizacéo pessoal. Leiam juntos 0 livro de Atos. Faga com que ele prepare o seu testemunho e 0 pratique, dando-o a vocé. Em seguida, saiam juntos. Inicial- mente, vocé testifica, mostrando-lhe como proceder; depois, progressivamente, deixe que ele aja. Dediquem tempo a visitagio de membros da igreja e moradores das vizinhangas. Muitas geragées espirituais futuras serao 0 produto direto da dedicagaio do discipulador, em compartilhar uma hora por semana com 0 seu discipulo, em evangelizagao direta. Lembre, a equipe de discipulos que Deus lhe der, que 0 alvo deles é penetrar em todas as esferas da igreja com o amor de Cristo. Ajude-os a aplicarem pessoalmente as verdades de I Tessalonicenses 5:12-25 a toda a vida da igreja. O crescimento 121 acontecera. Outros serio atraidos para a comunhao de inte- regse amoroso e disciplina, e a multiplicagao da vida de Cristo continuara. Temos aprendido como escolher potenciais multiplicadores através da oragao e vidas saturadas com a Palavra de Deus. Verificamos os muitos lugares em que vocé pode encontrar discipulos, inclusive em sua prépria familia, e reconhecemos que pessoas comuns, fracas, podem ser usadas por Deus. Discutimos as qualidades de carater, ponto de vista compre- ensivo, competéncia e coeréncia que devem ser edificados na vida de um discipulo. Os coragées famintos querem tudo 0 que o Senhor tem para eles na vida. Eles esto dispostos a pagar o prego, através de sofrimento, amor, estudo e disciplina. Esta vocé disposto a pagar 0 preco para conseguir alimento espiritual e depois distribui-lo? PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Para cada um dos cinco passos do ensino esbocados neste capitulo, descreva um exemplo concreto que vocé pode implementar. 2. O que o motivou no comego de sua vida crista? Qual é a influéncia motivadora mais eficiente em sua vida agora? 3. Que ferramentas motivadoras estéo sendo usadas para encorajar 0 povo em sua Escola Biblica Dominical ou igreja? 4. O que vocé pode fazer para encorajar pelo menos uma pessoa a caminhar pessoalmente mais perto de Cristo? a Discuta o papel de Barnabé como motivador e encorajador nas vidas de Joao Marcos e de Paulo (veja At. 4:36,37; 9:26-28; 11:22-26; 13:1-3; 15:25,26,35-41). De que modo vocé caracteriza o Novo Testamento como ferramenta motivadora para hoje em dia? Partilhe algu- mas das passagens biblicas que o motivaram. a 122 7. Come pode vocé introduzir uma mensagem motivadora, a respeito de discipulado ou de fazer discipulos, em sua Escola Biblica Dominical, culto evangelistico e outros programas eclesiasticos? 8. Discuta 0 significado (vantagens e efeitos) de comecar com uma ou duas pessoas, € no com um grupo grande. MATERIAIS PARA ESTIMULAR 0 CRESCIMENTO ESPIRITUAL Christ in. You. Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1979. Coleman, Lyman. Serendipity Bible Studies Series. Waco, Texas: Word Publishers, 1979. Cosgrove, Francis M. Essentials of Discipleship. Colorado Springs, Colorado: NavPress, 1980. Design for Discipleship. Colorado Springs, Colorado: Nav- Press, 1980. Discovery I: A Guide to Christian Growth. San Bernardino, California: Here’s Life Publishers, 1975. Grow Your Christian Life. Downers Grove, Ilinois: Inter- Varsity Press, 1979. Growing in Christ. Colorado Springs, Colorado: NavPress, 1980. Klein, Chuck. So You Want Solutions. Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, 1979. Lord, Peter. 2959 Plan. Titisville, Florida: Park Avenue: AGAPE Ministries, 1976. Miller, Chuck. Now That I’m a Christian. Vol. 1 e 2. Glendale, California: Regal Press, 1979. Moore, Waylon. Building Disciples Notebook, Tampa, Flori- da: Missions Unlimited, Inc., 1978. 123 Myra, Harold. The New You. Wheaton, Illinois: Victor Books/Scripture Press, 1972. Neighbors, Ralph W. Survivial Kit for New Christians. Nashville, Tennessee: Convention Press, 1979. Pratney, Winkie. 4 Handbook for Followers of Jesus. Min- neapolis, Minnesota: Bethany Fillowship, 1976. Ten Basic Steps to Christian Maturity. Arrowhead Springs, California: Campus Crusade for Christ, 1968. . Willis, Avery. Masterlife Notebook. Nashville, Tennessee: Convention Press, 1980. Nota do Editor: A JUERP dispée de uma série de livros de estudo biblico-devocional que visam o crescimento espiritual do crente. Abaixo transcrevemos os titulos de alguns deles: Coracées em Chamas Eles Morreram pela Fé Sede de Deus A Vontade de Deus e Minha Vida O Apéstolo da Amazénia Como Agradar a Deus Deus Precisa de Vocé Em Seus Passos, Que Faria Jesus? O Espirito Santo na Experiéncia Cristé Em Busca dos Perdidos 124 Qualquer Pessoa Pode Se Multiplicar Vocé esta se dando por alguma coisa — 0 que vocé estd rece- bendo em troca de sua vida? — Roy Robertson QUALQUER PESSOA PODE DISCIPULAR outras. Afinal de contas, este é 0 tema deste livro. E um ministério fazedor de discipulos pode ter um bom inicio em sua igreja local. Comecamos, no inicio deste livro, contando como foi a cadeia de multiplicagao de um professor de Escola Biblica Dominical. Terminaremos com a historia de outro professor, isto é, professora, de Escola Biblica Dominical — alguém que influenciou-me e deu inicio 4 minha cadeia de multiplicagao espiritual. Quando eu tinha dez anos de idade, a minha classe da Escola Biblica Dominical teve uma rapida sucesso de profes- sores. Nés éramos um grupo dificil de agiientar! A mais recente professora, a empertigada Sra. Wallen, tinha seus 125 cingiienta anos, e parecia uma presa facil para nés. Com toda a facilidade destruimos a sua primeira aula. Ela, porém, rapidamente mudou tudo aquilo. Visitou-me e perguntou-me se eu nao podia ajuda-la a conservar a classe quieta, para que os garotos pudessem ouvir a Biblia. Prova- velmente ela visitou cada um dos alunos da classe, com 0 mesmo pedido, pois no domingo seguinte as coisas foram muito mais silenciosas, e nds comecamos a ouvir 0 evangelho. Ela tornou Jesus tao real que todos nos convertemos no primeiro ano. As pessoas que influenciam outras de maneira duradoura, para Cristo, parecem ter esta capacidade de torna-lo real para os outros. Pouco antes de sua morte, a Sra. Wallen contou-me que tinha orado em favor de cada um dos seus garotos nominal- mente durante trinta e oito anos. Ela sabia onde estavam todos eles, e como estavam servindo ao Senhor. Imagine quantas cadeias de multiplicacio de discipulos ela comegou, bem ali em sua classe de Escola Biblica Dominical! Outro crente comum que influenciou o meu crescimento espiritual foi Bruce Miller. Eu estava cursando a Faculdade de Direito, na Universidade Baylor, quando conheci Bruce. Ele estava na minha classe de oratéria. Eu tinha pouco em comum com esse “‘pregadorzinho’’, contudo, parece que eu sempre estava trombando com ele. Conversévamos por alguns minutos, e eu sempre saia da presenca dele com o coragaéo abrasado. O Senhor estava trabalhando em mim através dele. Comecei a tentar esquivar-me de Bruce, mas parecia que ele me encontrava em toda parte. Falei com ele a respeito do trauma causado pela morte de meu paie pela séria enfermidade de minha mie. Disse-lhe que minha irmazinha estava vivendo com parentes, meu irmao mais novo ja estava se virando por conta propria eeu ja nao estava mais tao entusiasmado com respeito a seguir a carreira de Direito. O amor e o interesse que Bruce demonstrou por mim, naqueles dias de provacao, venceram-me. 126 Orando por mim, compartilhando a Palavra comigo, e vivendo uma vida espiritual: disciplinada diante de mim, Bruce foi usado por Deus para levar-me a uma posi¢ao de total entrega a Cristo. Foi durante aqueles iltimos meses na universidade que Deus me chamou para 0 ministério. A diregao de minha vida foi mudada para sempre. S6 mais tarde percebi que o que Bruce fizera comigo, e estava fazendo com outros estudantes, era discipulado neotestamentdrio padréo. Ele estava fazendo as coisas descritas neste livro. Enquanto cursava 0 seminario, comecei a orar de maneira diferente. Em uma conferéncia, ouvi Dawson Trotman, fun- dador dos Navegantes (The Navigators), descrever como anos antes ele havia orado especificamente em favor de cada estado dos Estados Unidos, depois por muitos paises estrangeiros. Ele pedira a Deus para fazer trés coisas: levantar obreiros nacionais, enviar missionarios para treinar os nacionais, e usar a ele pessoalmente em cada um dos paises pelos quais orara. Tomei essa visio de empréstimo, para ser a minha oragao. Em minha sala pequena, perto da universidade, ajoelhava-me sobre um mapa do mundo, e orava. Algumas vezes sentia-me como um bobo, quando colocava o dedo sobre os nomes das capitais dos paises estrangeiros. Nem tudo estava indo bem em minha vida pessoal naquela época. Eu nao tinha emprego fixo. Parecia que as juntas ou conselhos das igrejas nao queriam nem pensar em um prega- dor jovem, sem experiéncia. Mas Deus estava usando aqueles dias para alisar as minhas arestas asperas e alargar minha visio. Tornei-me totalmente convencido de que as minhas oragdes pelo mundo perdido seriam respondidas. . Logo Deus abriu os meus olhos para homens de coragaio faminto por toda parte. Aprendi muito, embora tenha come- tido muitos erros ao tentar ajudar outros. Mais tarde, pastore- ei uma igreja na roga e uma igrejinha na cidade, gastando muito tempo, pessoalmente, com qualquer pessoa que me 127 desse oportunidade de falar. Fiz com as pessoas o que Bruce fizera comigo. Almas foram ganhas e vidas transformadas. Anos mais tarde, preparei uma série de estudos biblicos simples para o ministério radiofénico da Pacific Garden Mission em Chicago. As seis ligdes acerca do Evangelho de Joao, que tinham o objetivo de ajudar o seguimento de novos crentes, comegaram a fazer efeito. De fato, no.decurso de um ano, pessoas de todos os estados e de nove paises estrangeiros escreveram que haviam aprendido a confiar em Cristo através daqueles estudos biblicos! Os seus testemunhos eram respos- tas aquelas horas de oracao sobre o assoalho, com o meu mapa. E isso era apenas 0 inicio. Encontrei-me com um jovem texano de elevada estatura, chamado Max. Ele tinha muito desejo de testificar, e eu o encorajei em seu ministério de evangelizagiio entre os estu- dantes da Universidade A e M, no Texas. Passamos horas juntos, através dos anos, enquanto discipulei Max e orei por ele. No ano passado, enquanto estava visitando a Tailandia e a Indonésia, encontrei estudantes atuando ali, que me disse- ram: “‘Vocé é o nosso bisavé espiritual!”” Tragamos a cadeia de multiplicacio espiritual até Max. Agora Max Barnett é 0 Diretor de Alunos do ministério de ‘“‘campus” da Baptist Student Union, na Universidade de Oklahoma, que tem um alcance mundial. O discipulado fica melhor com o passar dos anos, porque fica mais rico em produco, através da multiplicacdo. Por algum tempo ajudei um mecanico que estudara até 0 sexto ano, um engenheiro, alguns seminaristas, um aluno da escola biblica e Max. Todos os seminaristas mais tarde foram para 0 campo missionério: México, Panama, Vietna, Indonésia, Brasil e Barbados. O mec&nico tornou-se um ativo diacono e lider espiritual em sua igreja. O engenheiro passou a ensinar, de forma a ter oportunidade de passar mais tempo diretamen- te com pessoas a quem ele pudesse discipular. Isto funciona na igreja? Certamente! O pilpito nao é apenas para pregar e evangelizar; é também um ponto de 128 onde se pode satisfazer coragdes famintos em cujas vidas 0 Senhor est4 trabalhando. No comego do meu pastorado em uma grande igreja na cidade, perguntei 4 congrega¢ao se havia alguns homens que gostariam de reunir-se comigo na manha seguinte, em meu escritorio, as seis horas, para comecarmos a estudar a Biblia em profundidade. O grupo nunca passou de oito homens, mas com o passar dos meses eles cresceram espiritualmente. Eles desenvolveram:habitos de auto-alimentacao espiritual que revolucionaram suas vidas. A maior parte deles foi eleita diaconos, professores e diretores de departamentos na igreja. Daquele grupo de estudo, escolhi, em oracao, dois cada ano, a quem dava mais tempo, para discipul4-los intensa e pessoal- mente. Da ministracfo a esses homens selecionados originaram-se quase todas as vinte e cinco pessoas de nossa igreja que entraram no servico cristao de tempo integral. Quatro outros foram para o campo mission4rio no estrangeiro. E centenas foram ganhos para Cristo ano apés ano por esse grupo. Estavamos batizando uma média de cem pessoas por ano, durante treze anos. Os leigos entao comegaram a treinar outros em aconselha- mento e seguimento, nas igrejas vizinhas (ministério que esta continuando até hoje). Agora nossa cidade esta rodeada de pastores e obreiros que fizeram sua decisao inicial para o ministério através desses pequenos grupos de estudos biblicos e ministérios discipuladores individuais. O Senhor continua a reponder a outra parte de minhas oragdes. Constantemente recebo convites de outras terras para compartilhar os principios de seguimento e treinamento para 0 discipulado. Tenho falado em mais de trintas nagoes € ensinado pessoas de mais de oitenta nagoes. Qualquer discipulo pode multiplicar sua vida em Cristo, aplicando os principios biblicos 4 sua igreja local. De sua 129 igreja, Deus enviara homens e mulheres que farao discipulos de todas as nagoes. Pega-lhe e creia nele. Posso compartilhar uma oragao com vocé, enquanto vocé comega esta semana a orar por alguém que vocé possa discipular? ‘‘O Senhor Deus de vossos pais vos faga mil vezes mais numerosos do que sois; e vos abengoe, como vos prometeu”’ (Deuteronémio 1:11). PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1, Quem tem sido a pessoa mais influente em ajudé-lo a desenvolver sua vida espiritual? Mencione uma ou duas pessoas. — Mie — Pai — Professor da Escola Biblica Dominical — Pastor — Seminarista ou oficial da igreja — Parente — Amigo ~— Conhecido — Outro 2. Como essas pessoas o influenciaram? 3. A sua vida espiritual seria diferente hoje, se o seguimento ou discipulado individual tivesse comegado imediatamente depois de sua conversao? 4, Se alguém efetuou o seu seguimento ou o discipulado, como procedeu? 5. O que precisa ser feito para encorajar sua Escola Biblica Dominical a se tornar mais envolvida no seguimento e discipulado? 130 6. n A quem esta vocé agora influenciando espiritualmente? Mencione alguém de uma das categorias seguintes: — Lar — Trabalho — Escola — Igreja Por quem est4 vocé orando diariamente? Enquanto ora por essas pessoas, faga as seguintes perguntas: a) Qual éa sua maior necessidade? b) Qual éa minha parte em satisfazer essa necessidade? c) Qual é 0 primeiro passo em fazer a minha parte? 131 Apéndice DISCIPULADO INDIVIDUAL E EM GRUPO A produc&o de lideres é uma necessidade critica nao satisfeita nas igrejas locais. O treinamento de um grupo pode ser 0 ponto de partida para o desenvolvimento de lideres, mas pode ter algumas limitagdes. Todavia, o discipulado pessoal, um-a-um, abrange o envolvimento pessoal e a dedicagéo de tempo necessario para treinar lideres de maneira eficiente. Um relacionamento biblico de discipulado deve dar inicio a uma dedicacao vitalicia 4 intercessio e ao encorajamento, a medida em que a pessoa a quem discipulamos cresce. Qual dos dois? Ministério individual ou em grupo? Nem um, nem outro, mas ambos. O discipulado individual nao é um relacionamento restrito. As mesmas pessoas podem ser envolvi- das em ambos os ministérios. RAZOES PARA DISCIPULADO INDIVIDUAL 1. Qualquer pessoa na igreja local pode realizar o discipulado individual. Consiste em simplesmente compartilhar com outrem o que o Senhor esté fazendo em sua vida, e levar a outra pessoa ao degrau a que se subiu. 2. O ministério individual é modelado na igreja pelo aconse- Ihamento pessoal aos perdidos, doentes, confusos, desani- mados e os que tém necessidades expressas. E igualmente légico dedicar tempo a pessoas que desejam crescer espiri- tualmente. 133 3. 10. ll. 12. O ministério de Cristo era amar os seus discipulos e dar a sua vida por eles (veja Joao 13:1). Trabalhando com uma pessoa, apreendemos a dedicagaio de Cristo a cada um dos seus discipulos. . Poucas pessoas tém tempo ou capacidade para se envolver intimamente com a vida de varios individuos. Qualquer pessoa pode arranjar tempo para trabalhar com uma pessoa apenas: O discipulado individual tem a intimidade da amizade e a precisdo de um relacionamento de mestre-aprendiz. Ele é flexivel-em termos:-de hordrios, duragao, tarefas dos estudos biblicos e treinamento. Essas coisas podem ser mudadas ou demorar, de acordo com as necessidades individuais. O crescimento espiritual é mais rapido. . Este método de discipulado individual é copiado com facilidade. Fazemos para os outros 0 que nos foi feito. Exortagao, corregao e admoestag4o sdo ministradas rapida e facilmente no contexto do discipulado individual. . A vida do discipulador reforga a verdade da mensagem, e é de facil observacdo para o discipulo. As necessidades da pessoa vém & tona na privacidade do ministério individual. Tanto o relacionamento quanto os resultados parecem mais duradouros no discipulado individual. O discipulado no nivel pessoal, um-a-um, 6 a maneira mais rapida que conhecgo. para se desenvolver lideres espirituais que podem multiplicar-se em outros discipulos. RAZOES PARA DISCIPULADO EM GRUPO . Aministragdo em grupo € 0 método mais usado nas igrejas locais. As pessoas sentem-se 4 vontade com ele e esperam a sua metodologia. 134 10. ll. 12. . E um método fluidico. A pessoa pode entrar e sair de um grupo sem destruir o grupo nem seu relacionamento com os que esto participando. Permite que as pessoas participem sem sentir que esto sendo focalizadas toda hora. Algumas nio estao prepara- das para o discipulado pessoal. Varios métodos didaticos podem ser usados no contexto do grupo. . Doutrina geral pode ser ensinada com facilidade a varias pessoas ao mesmo tempo, com economia de tempo para o instrutor. O estudo biblico é muito estimulante, quando outras pessoas participam das pesquisas e da aplicacao das ligdes. . A intensidade pode crescer, em grupos. Um espirito de aventura e de unidade pode motivar outras pessoas menos interessadas durante certo periodo de tempo. O efeito da correcdo e exortagao gerais é mais sutil do que a confrontagao direta. . Um efeito aconselhador em grupo pode resultar do fato de pessoas se tornarem interessadas e comegarem a orar pelas necessidades de outras. Os grupos s&o canais eficientes para canalizarem as pessoas em um relacionamento e tempo de treinamento pessoal, um-a-um, que seja mais intenso. O Espirito Santo pode usar os antecedentes e as experién- cias de inémeras pessoas para ensinar outras. Os dons espirituais que ministram a individuos podem ser equilibrados com os dons de outros para fortalecer e ministrar a grupos. 135

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