You are on page 1of 26
As Classes na Teoria Sociolégica Contemporanea Introdugéio O conceito de classe reve um hugar central na teora social durante muito cempo. Na ta digo marssta cle sempre fo um conkico cave para compreensio das sociedades capitalitas, de seus confltese transformagées. Na tadigio weberiana, cle ¢ essencal para aprender uma das dimensbes da dstribuigéo de poder naso- ciedade. Essa tradigéesfundaram as premisas das teoriasde classe contemporincas Do ponto de vista dos estudos de clase, foco deste artigo, algumas perspectivas se so- bressaem no contexto da sociologia conter poranea. Duas delas propéem construir es quemas de posiges de dasse deforma acaprar as divis6es produzidas pelo mercado ¢ pelo procesto produtive eo impacto delas sobre fenémenos socais diversos. Seus expoentes io John Goldthorpe e Erik Olin Wright. Outra ‘oma as clases como categorias analitieas para 2 investigagéo do processo de formagio de coleiviadessocais.A principal referéncia aqui € Pierre Bourdieu. Tais perspectivas tém in- Auenciado a maior parte da produgio tebrica ce empirica recentes sobre classes. Por outro Jado, alguns estudos passaram a contestar se- riamentearelevancia dos escudos de clase para a investigagio da dinamica das sociedades contemporineas. ‘Meu objetivo aqui é duplo. Em primeiro lugar, esaminoas trésperspectivasidentifica- dlasacima. Em segundo lugar, tento responder A questo dese asclasses si tis teorasocio~ légicae, seo forem, como podem sé-o. Edison Ricardo Emiliano Bertoncelo No Brasil, aandlise de classe cem uma t+ dligio que acompanhou, mesmo que fora de ccompasso ecom menor intensidade, a emer- {géncia de novas perspectivasanalitcas. Valio- 30s balangosbibliogréfieos jd foram produzi- dos tentando caprar dimensées distintas da prodagio de clase, Destaco alguns dels. Gui- ‘mares (1999) investiga a produgio sociolégi- ‘asobre lasses feta especificamente no Brasil especialmente os estudos que dialogarn coma radigio sociolégica marsista. Silva (1999), por sa ver, discute manciras dstintas de opera cionalza os etratossociais de formaa medi os movimentosentre eles, Scalon (1999}aborda ‘0 campo de anslise de classes comparando cri- ticamente as perspectivas de Erik Olin Wright cJohn Goldthoepe. Este artigo difere esses balancosao consic dlerar 0 seguinte aspecto: de que o principal cixo que estrutura 0 cdmpo da andlise de classes atualmence é um que opée, de um lado, as abordagens que enfocam a construgio de es- ‘quemas de posigBes de classe com base ein di- menses objetivas de outro, as abordagens ‘que tomam as classes como (possiveis) coletivi dades sociais, razendo ao centro da investiga- io as privicas de classificagio dos aroressociais A Perspectiva de Anélise de Classe no Programa de Nuffield A parti da década de 1960, os estudos so- bre estratficagio social na Sociologia britinica tiveram como base académica principal 0 Co- leégio de Nulield, que abriga o Departamento BIB, Sio Paulo, n° 67, 1° semestre de 2009, pp. 25-49. 8 dle Sociologia na Universidade de Oxford ~e, «1 menor medida, a Universidade de Essex. Nuflield € considerado © principal nucleo de estudos sobre estratificagio social na Grae -Bretanha desde meados da década de 1980, tendo coordenado e realizado pesquisas com> pparativas em escala internacional sobre estru- turas de classe, mobilidade social e progresso «ducacional.! Agtnese a dinimica desse conjunto de ceseudos bascados em Nuffield estaoligadas a ume proptiagio peculiar da teorasociol6gica clissica eos embates com a teria pesquisa sobre eseatificasto socal levadas a cabo no Estados Unidos. ‘Nessa lena, a estratificagio das soceda- des moderns & coneebida em tetmos de um sistema de papéis sociais funcionalmente di- ferenciadas hierarquizados segando sua im- ortincia pate o funcionamento do sistema social (Parsons, 1964). Sob essa perspectiva, a cstraificacto social pode ser entendida como tum mecanismo de ineegragio social. A hierar- quia de fungdes eos difereaciais de recompen- sas matctiais ¢ simbdlicas expressam valores instcucionalizados no sistema socal einterna- lizados pelos atores sociais (Davis ¢ Moore, [1945) 1996). (Os estuclos mais recentes sobre o tema nos Estados Unidos (especialmente aqucles de Otis Blau, Peter Duncan ¢ Donald Tieiman) foram, bastante influenciados pela toriafuncionalis- ta, Ei geal, ris estas salientam que os pro- cessosalocativosno sistema social seriam cres- centemente conformados pelos valores do “universalismo” edo “desempen” (compo- nentes dos dilemas de orientagio parsonianos), sob o impacto dos imperativos funcionaisas- soclados aos processos de industializagéo ¢ diferenciagdo social. Em tas estudos, as ocupa- s6es io diserbufdascm uma escalac hierarqui- ‘adas segundo variaveis socioecontimicas(es- Pecialmenterenda e qualficasSo educacional), pois se concebe que osdiferenciais de renda e 2% ducagio expressariam expectativas de tecom ppensas matetiis¢simbdlicas conformadas pe- los valores insttucionalizades no sistema social Blau e Duncan, 1967; Treienan, 1977) Diferentemente, a teoria e pesquisa sobre cstratificagio social (ais specificamente, 0s estudos sobre clase) na Sociologia briténica foram em grande parte influenciadas pela tra- digso socilgca clssca, confoumada peasteo- sigs macxiia € weberiana, A influéncia mat- 2ista dtecionou o foea de muito esudos para ‘grupos de crabalhadores manuais ¢ para a ppossvel consticuigéo deles como atores coe vos (Lockwood, [1960] 1996). Foi, no encan- to, a teoria weberiana (¢ os modos como foi ptopriada) que inspirou mais diretamente os modelos tedrcos eos aparatos coneeituas que deram fundamento s proposes e pesquisas ‘Como aspecto mais geral da influéncia weberiana (Weber, 1982), afumosa distingio enire dase, at patio foi aprapriada como uma forma de diferenciar as diversas dimen ses da esttatiticagio social ede sceatuara pos- sibilidade de confites em torino das diferentes formasde distibuicio de poder. Com base nis- 80, perspectiva norte-americana sobre esrati- ficagio social oi criticada por reduziraescruru- sasocial a seus componentes normativos (ti), rmarginalizando, dessa forma, os componentes ‘matetiis (Scott, 1996). Essa énfase sobre a di- ‘mensfo normativa que conformaas expecta sivas de tecompensas materiaisesimbdlicas— Jmpeditia quese caprasse oclemento do confi- to gerado pela escassen (Crompton, 2003). Na perspectiva mais sintétca, basead na tworia weberiana,aestratifcagio social éconce- bida como uma estruturs eonformada por com- ponentes maceriaise notmativos que se inter- ‘conectam empiricamente. Com base nesse cntendimento, a distinggo weberiana entre si- ‘tuagio de clase clase social foi apropriada como uma forma de investiparcomoas lags evondmieas que estruturam diferentes scuagses dleclasse se conectam a relagSes no-econdm «28, Oconocito de classe social permitiria, por. ‘tanto, eapear a imbricagio empiric entre classe status? A.essa vertente de intengio sinctiea, po- demos conteapor outra que sublinhou as di smensécs instrumental eeoerciiva da vida social om base na obra weberiana, Destaco a obrade Frank Parkin (1975). Nel, a estrueura social das sociedades modemnas é conformada por dduas esceacdgias antagénicas. Uma dela aes twatégia de monopolzagao, em que 03 ind duos grupos em posigéessocisis privlegiadas ‘mobilizam mecanismosde fechamento social pata restringir 0 acesso a estas posigées e 205 ‘ecursos-e ecompensas associadas a clas, Por ‘outro lado, os individuose grupos exclutdoe de posigbes socials privitegiadas buscariam am. pliaro sceso a reearsos socisimente valoriaa- dos, através de estratégias de murpagdo. Os estuos sobre estatificasio socal ba- seadosem Nuffield foram conformados pelas clstntas formas de apropriagio da obra webe- ‘ana na Sociologia bricinica. Enfatizou-se a distingéo entte as formas de disttibuigéo de poder ¢o componente do conflto entreos ate- tes socais por recursos posigéessociais valor 2adas Igualmence importance, nta-e,em tals estudos, uma oscilagio entre as duas formas Principas de apropriagio da teria weberiana, aquela maissincética ea outra que enfatiza as dimensbes inserumentais e coercitivas da vida social. Ao longo do tempo, as preocupagses sineéticas dram lager a uma tearizasfo unidi- ‘mensional, baseada na teotia da age racional John Golechompe seuscolaboradores tm Produsido os principais estudes de clase den- tro daquilo que foi denominado de Programa de Nuffield (Goldthorpe e Marshall, (1992) 1997). Com excogéo dosestudos sobre os tae balhadores afluentes (que enfocaram as teses sobre a diluigéo da fronteira entre abatho ‘manual eno-manual Lockwood eral, 1969), seus estudos de classe enfocaram a construgio. dle um esquema de posigbes de classe que cap- tasseas principas divisbes produridas peo fur. cionamento do mercado ¢ sistema prodacive, deforma ainvestigaro impacto desasdivissey sobre padroescle mobildade sociale progresn educacional. Por isso, esse squiema nie tem uuma forma hierdrquica claramente definida, difereremente das escalas de prestigio ou de stacussocioecondmico (Goldthorpe, Llewelyn «© Payne, 1987; Erikson ¢ Goldchorpe, 1992), Em um de seus primeiros estudos, Gold. thorpe, Llewellyn e Payne (1987) construiram, tum esquema de posigbes de clase pela agrega- ‘io de 36 categorias ocupacionais em termos de sicuagdes de mercado e de trabalho (Locle- wood, 11958} 1989) Esse exquema fi parcialmentealterado em «studos postriores, Neles, as posigbesde classe ds empregader sto diferencindas em termes de relagées de emprego, Estas tomam a forma de contrates empregatcis, que so uilizados pe losempregaores pas lidar com doistipesprin- Cipais de problema que emergem nas relagbes com os empregacos: o monitoramento do tex balho ¢ o grau de especificidade do capital humano, Duas Formas tipicas de contrato em regaticio io diferenciadas com basenisso. De tum lado, os contratos de trabalho, que servern para estabelecerrelagées de emprego em que o ‘monitoramenco do trabalho se dé, em geral, por supervisio direta eem que o capital hu ‘mano nfo éesasso esses so contratos tipicos detrabalhadores manuais. Em consequéncia disso estabelece-se uma relagao de trocasim- ples, relativamente de cucta duragio, entree forgo pagamento. Deoutro lado, os contratos de serves, que regula as relagbes de emprego «emqueo capital humano ébastante epectio, difcutando o monitoremento do tabilho, Tals contratosestabelecem relagbes de emprego de longo prazo com maiores beneficios (como ‘cali salarais, planos de pensio, esabilidade ‘a posigdo) ¢ maior autonomia no erabatho, le forma acria esustentarum alinhamento de interessesentse 0 empregador eo empregade, Formas modificadas ou mistas de contrat sfo reconhecidas, como resultado, doze posigées de classe sio diferencias (Erikson e Goldthor- pe, 1992; Goldthorpe, 20072; Goldthorpe e MeK night, 2006) (ver Quadro 1). Quadro 1 Esquema de PosigGes de Classe de Erikson e Goldthorpe Chase Regalagio do-emprego 1 | Profisionais,administradoresegerentesdenivelalto | Relagiode srvigos | Profisionais,administradorese gerentes de nfvelbaixo | Relacio de ervigos Hla | Empregados nio-manuais de otina (nivel alto) Misea lb | Empregados nao-manuais de cotina (nivel baixo) ~geral- | Contrato de trabalho mente mulheres Va |Pequenosempregidores - IVb _ | Pequenosproprietiios, conta propria - Te _ | Pequenosempregadoresrurais - V__| Péenicos de nivel baixoe supervisoresde trabalho manual | Misa Vi__ | Trsbalhadores manuais qualficados Contrato de trabalho Vila} Trabalhadores manusis ndo-qualificados ‘Contrato de trabalho Vilb_|"Trabalhadoresrurais Contrato de trabalho Fone: Bikson e Goldthoxpe (1992). Osestudos de mobilidade social sio cen trai nessa perspectiva analitica. Quando me- dlidas em termos absolutos (flaxos empirica- mente observiveis de entrada ¢ de saida das posig6es de clase), as axas de mobilidade social ppermitem revelar graus variados de asociagio, a0 longo do tempo, entre individuos fam Uias de um lado, e posgSes de classe, de outro. Grausclevadosdeassociacio demogréfica podem faciltar a emergéncis de identidades cultarais ¢ polfticas comuns ente os indivi duos em uma mesma posigso de classe e com. tajetérias socias similares. Quando medidas «em termos relatives (que controlam os efeitos das variagBesno tamanho das ctegorias de ori- gem e destino), 28 taxas de mobilidade social permitem calcularas chances dcindividuos de diferentes rigens de classe slcangarem certos destinos sociais. Neste sentido, servem como tum indieador do grau de abertura ou flui- diez de uma sociedade (Kurz e Muller, 19875 Goldthorpe, Llewellyn e Payne, 1987; Erike son e Goldthorpe, 1992, 2002) ‘Talver os resultados empiricos mais im- postantes produzidos por essa perspectiva ana- Iitca sereiram as evidéncias de cegularidades macrossocias, ou seja, a persisténcia de di- ferenciaisde progresso educacional ede chan- cesde mobilidade social em termos de posigbes de classe. Em onteas palavras, isso quer dizer «que, ao longo das décadas (na Gri-Bretanha e «cm outras sciedades capitalists avangadas), as chances de individuos de diferentes origens socks aleangarem destinossociasreativamente ptivilegiadose percorrerem as rajetrias edu- cacionais que levam a qualificagses educa- «ionaisvalorizadas permaneceram exteemamen- tedesiguais (Erikson ¢ Goldthorpe, 1992). Por isso, nos iltimosanos, a producto teéviea nessa perspeceiva tem-se voleado para aconstrusio deum modelo testico que permitaexplicar ais regularidades macrossciais Para esses autores, © objeto da teotia socolbgica deve ser nao a smuudanga socal, mas sim aexplicagio da esta bilidade de clase, ou melhor, da poderosa re siscEncia a mudangas demonstrada plas rela- Ges de classe e chances de vida asociacas a elas (Goldthorpe ¢ Marshall, [1992] 1997; Breen ¢ Reteman, 1995; Goldthorpe, 20072). Ar- sgumenta-se, com base no individualioma me- todoldgico, que 2 explicagéo das regulatidades smacrossociais deve ser buseada na dimensio ‘ierossocial, isto é aquelas devem ser vistas como o resultado deagbesindividas Uma versio da teoria da agio racional é focmulada para dar conta dos processos de de- . PAKULSKI, Js WATERS, M. (1996), “The reshaping and dissolution of social class in advanced society". Theory and Society, 25: 667-91. PARKIN, Frank (1975), Clas inequality and political erder, social stratification in capitalist and communisesocieties. Londres, Paladin, PARSONS, . (1964), Esa insocolgicalheory. Nova Yorks, Free Pres; Londres, Cllier- Macmillan. POULANTZAS, Nicos (1979), Clas in contemporary capitals. Londees, New Lefe Books RIBEIRO, Carlos Antonia C; SCALON, Maria Celi (2001), “Mobilidade de classe no Brasil em perspectiva comparada’. Dados, 44:53-96. ROEMER, John (1982), A general sheor ofexploitaton and clas. Cambridge, Harvard University Pres. UPR J. (1997), “Rethinking cultural and economic capita”, in J. Hall (org.), Reworking clas, ‘Nova York, Comell University Press. SALLUM J, Braslo 2005), "Classes, cultura eagio coletiva", Za Nova, 65: 11-42. SANTOS, José A. F (2002), Extra de povgts de clases no Bail Rio de Jancio, luperiUcem. SAVAGE, Mike (1988), “The missing link2The relationship between spatial mobility and social mobility”. British Journal of Sociology, 39: 554-77. (2000), Clasamalris and social anformation. Buckingham, Open University Pres SAVAGE, Mike et al. (1992), Property, bureaucracy and culture, Middle-class formation in contem- porary Britain, Londres; Nova York, Rourledge. SAVAGE, Mike; WARDE, Alan; DEVINE, Fiona (2005), “Capitals assets, and resources: some ctitical issues", The Birtsh Journal of Sociology, 56: 31-47. SAVAGE, Mike era. (2005), “Culcural capital in che UK: a preliminary report using corcespon- dence analysis”. CRESC Working Paper, 4, Dispontvel em: . SCALON, M.C. (1999), Mobilidade social no Brasit padres e tendéacas. Rio de Jancro, Revant Tupey. SCOTT, John (1996), Satification and power: structures of clas, status and command, Cam- bridge, Policy res. (2000), “IF class is dead, why won' i tie down?". Disponivel em: . —— (2002), “Social elass and stratification in late modernity”, Acta Sociologia 45: 23-35, SCOTT, John; MORRIS, Lydia (1996), “The attenuation of class analysis: some comments on G, Marshall, Roberts and C. Busgoyne, ‘Socal class and the underclass in Britain in the USA™ The Brith Journal of Sociology, 47: 45-55. SILVA, Nelson (1999), "Mobilidade social”, in S, Miceli (org), O que ler nas Ciéncias Sociais brasieires (1970-1995), 2.04, Sko Paulo, Editora Sumaré/Anpocs Brasilia, Capes. SKEGGS, B. (2004), Clas, ef culture Londees, Routledge. ‘SORENSEN, Aage (2000), “Towards a sounder Sociology, 105: 1523-58, TAYLOR, Charles (1993), "To follow arule...", ix C. Calhoun B. Lipuras M. Postonc (orgs), Bourdieu. Critical perspectives, Cambridge, Polity Press. ‘THOMPSON, E. P ((1968) 2004), A formacio da classe opertria inglesa, Bio de Jancito, Pane Tera ‘TREIMAN, David (1977), Occupasional presigein comparative perspective. Nova Yotks,Acadernic Pres, ‘VESTER, M: (2005), "Clas culturein Getmany", in Devine; M, Savage; J. Scott: R. Crompton (orgs), Rethinking clas. Culeure, identities and lferyle, Hampshire; Nova York, Palgrave Macmillan. WACQUANT, Loic (1991), “Making class the middle cass(s) inthe socal theory and social structute" nS. MeNall;R Levine; R, Fantasia (orgs), Bringing elas back in. Contemporary and historical perspective, Oxford, Boulders San Francisco, Westview Press WARDE, A. MARTENS, L.; OLSEN, W. (1999), “Consumption and the problem of varity: cultural omnivorousness, social distinction and dining out.” Sociology, 3: 105-27. \WEAKLIEM, D, (2001), “Social clas and voting: the case against decline, nT: Clack, Lipset (orgs), The breakdown efcaspoltcs—a debateon postindastral stratification, Washington, D.C, Woodrow Wilson Center Press. WEBER, Mac (1982), Ensaos de Sciologie, Rio de Jancito, Guanabara Koogan, WEININGER, Elli (2004), “Foundations of Bourdieu’ class analysis". Dispontel em: vows. wiseedu/-wrightl>, For class analysis", The American Journalof WITZ, A. (1995), “Gender and social class formation”, én T: Butler; M. Savage (orgs), Social ‘change and the middle clases, Londves/Nova York, Routledge. « | | WRIGHT, Erik 0, ((1976) 1996), "Classboundaries in advanced capitalist societies’, in). Scott (org), Clas. Critical concepts, vol. Il, Lonces/Nova York, Routledge. ____. (1985), Clases, Londres, Verso. (1989), The debate on clases, Londres, Verso. (1996), “The continuing relevance of class analysis", Theory &-Society, 28: 693-716. (19971, Clas counts. Comparative seudiesin class analysis. Nova York, Cambridge Univer- sity Pres. Aigo recede em abril2007 Aprovado em janeiro/2009 Resumo As Clases na Tevia Contemporivica (© presente atigo investiga at principas perspoctvas de anise de classe que tem influenciade a pesquisa sacildgica contemporiaca. Apso exame dos mais impartantesestades produrides no sleimos anos, busca avangar na andlite que enftize a concep de clase como coleividades sociis, Palavras cave: Classe social Coesvidade social Fatilode vida; Cultura; Bconoria;Pitiescasifcatis ‘Agha coletiv, Abstract (Clases inthe Contemporary Theory ‘The present article investigates che main perspectives of class analyses thar have influenced the conten porary sociological research. Aftec examining the most relevant studies produced in the pas years, we aim at advancing in the analysis thar emphasizes che conception of class as socal collectvies, Keywords: Social class Socal collectivity; Lifestyle; Culture; Economy: Clasificatory practices; Col lective action Resumé Let Clases dant la Théorie Contemporaine Le présene article consite en une recherche des principales perspectives analyse de clase qui ont influence la recherche sociologique contemporaine. Aprts un examen des étades les plus imporantes rodiites au cours des demies années, nous arangons sur analyse qui met accent su la conception de classe en tant que colletvités sociale, Mots-clés: Clase sociale: Collecivté sociale; Style de vie; Culture: Feonomie; Pratques clasificacoires; Action collective ” Diese Sastre sec eres Nason Agricultura en América Latina Nee nmagceins wkS COYUNTURA: Gabriel Aguilera Peralta. Cubs y ls oek Apuntes do na larga y compicadia lacin, iss econ 1 loba: mpactos econdminos y polfions en Amética Latina, APORTES: Frances Negrén-Muntaner / Raquel Z. Rivera. Naccn Reggooten TEMA CENTRAL: José Graziano da Silva, (in Wow Das! pra la agi- culture. Ugo Pipitone, Ties foreves) historias agrarias. Oaxaca, Kea, ia, Raquel AWarado. La expansién fornstal en el Con Su. Peiticae pibloas, itereses \ronsnacioiles y vensforraciones tatoos. CristObal Kay. Le pesistencla de fa pobveza real fen Honduras, Nicaragua y Sola: un racavo del nackoealoms, Miguel Uriaste F de C, La «vo Lucio agraas de Evo Morales: desatos de un proceso compielo. Agustin Morales Espinoza. (a ‘cues agrostinentera en Venezuela. Aron Favareto. La nea ruaided brasieha, Lo ous cambio fy 1 que no cai) en el mbito ral jogo Garcia-Say 222 eolver Drogas en al futuro? América Latina Estade y mercado Dospués dela guerra on América ating perdida, que? Crisis en América Latina FACOG, Soke recs oa iota. 0 air

You might also like