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Estrutura ortodoxa do text dissertativo — Introdusao © texto dissertativo pode ser construido com ase no que se convencionou chamar de estru- tura ortodoxa: a introducéo, o desenvolvimento ea conclusao. Nestas aulas, nossa atencdo estar voltada para a introducdo. Boa introdugao é aquela que faz uma ponte entre a questo proposta para debate e a visdo de mun- do do enunciador, tornando o tema e as posiges defendidas por ele claros e acessiveis ao leitor. Assim o leitor percebe a relagao do texto com a proposta e é estimulado a prosseguir na leitura Uma boa dissertacao nao comega com a introdu- cao: comeca antes, com aleitura atenta da propos- ta de discussao e o planejamento do texto. f pre- ciso, inicialmente, decidir aonde se quer chegar ¢ quais sao os passos para atingir esse objetivo. © primeiro passo é apreender com clareza a questao polémica a respeito da qual se deve refle- tir. Feito isso, é necessdrio assumir uma posigao, formular uma tese defensavel, considerando 0 repertério cultural e os valores éticos coletivos. O objetivo da introdugao é que o leitor consiga identificar 0 tema em discussao e obter uma pista para prever a tese adotada pelo enunciador. Nao existe uma cao. Ha, entretanto, algumas estratégias bastan- te eficazes, perceptiveis tanto em textos de auto- res consagrados quanto em muitas redagdes de vestibular consideradas exemplares pelas bancas examinadoras. Essas estratégias podem ser re- sumidas em quatro tipos de introdugao: classica (ou por contextualizagao), questionadora (ou por interrogagao), provocativa (ou pela transgressao) e insinuante (ou pela sugestao de figuras). ‘receita infalivel” de boa introdu- Introdugao classica (por contextualizagao) consiste em situar a questéo em debate no in- terior de um universo mais amplo, do ponto de vista histérico, geogrético ou ideolégico. A in- tengo é criar um painel no qual a questao se en- quadre, relacionando-a com o repertério de co- Aulas l e 2 nhecimentos do leitor, para enfatizar a impor- tancia do tema, Os dados que compéem esse contexto podem ser de diversos tipos, compon- do, por exemplo, um percurso histérico, uma enumeracao de exemplos concretos, uma apre- sentacao de dados estatisticos, uma defini¢ao de termos implicados no problema + Introdugao questionadora (por interrogacao) consiste em lancar interrogacées a respeito da ques' curso textual, As perguntas delimitam o tema e que seré analisada e respondida no per- podem servir para antecipar quais serao os pas- Sos seguidos pelo enunciador na sequéncia do texto, situando o leitor. Note-se que essa estraté- gia é valida para conquistar a atengao do leitor desde que as perguntas admitam resposta fun- damentada em uma argumentagao consistente, * Introducao provocativa (por transgressao): consiste em atacar opinides difundidas no sen- so comum, por meio de afirmagées de impacto. O sucesso dessa estratégia depende, evidente- mente, da argumentagao que a sucede: a postura contestatéria pode ser eficiente para atrair o leitor, mas exigiré esforgo redobrado na susten- tacao de um ponto de vista que renega crencas difundidas. * Introducao insinuante (por sugestao de figu- ras): consiste em sensibilizar o leitor para a ques: tao, por meio da breve narragao de um caso par- ticular ilustrativo, de comparagdes ou de citagbes que sirvam como motivagao para a discussao do tema e para a leitura ‘TexTO PARA OS EXERCICIOS DE 1A 4 Narevista Caras de 8 de junho de 2007, na secao “Citagdes’, foi publicado o seguinte depoimento de Ian Fleming (1909-1964), criador do persona- gem James Bond: Nao gostariamos todos nés de comer melhor, morar nos hotéis mais luxuosos, guiar os mais elegantes carros? Bond é que € feliz: leva uma vida confortavel e, a0 mes- mo tempo, emocionante. série Com base nesse depoimento, propomos as se- quintes questoes: 1, Imagine que 0 trecho seja a introdugéo de um texto dissertativo, Por meio dele, seria possivel depreender a questao em discusséo. Qual a ques- tao subjacente ao texto? Possiveis formulates da questo: "O que traz fli Pa dade?” Omais importante, neste caso, que oaluno se 48 conta de que o personage James Bond é apenas Um pretexto, ou seja, uma figura que serve para ilustrar determinada corcepgao de felcidade. "50 que é ser fe é a receita da fell 2. Nessa introdugdo, o enunciador da pistas sobre a tese que defende. Qual seria 0 seu posiciona- mento? Na perspectiva do enunciador, conforto ¢ emogio tea zem felicidade. Em outros termos: ser feliz é ter uma Vida confortdvel e emociorante. 3. Faga uma introdugdo questionadora para uma dissertagdo a respeito do mesmo tema, usando perguntas para delimité-1o, como fez Ian Fleming. Resposta pessoal. Exerplo: Quem no gootarla de vver a dois, ao lado da pessoa amada? Quer rifo gostaria de iver na companhis dos amigos, contando histérias di vertidas? Quem niio gostaria de viver para amare ser 4. No excerto de Fleming, a personagem Bond & usada como figura que concretiza determinados valores, considerados positivos pelo enunciador. Em outros termos, Bond simboliza a nogao de felicidade defendida por seu criador. Que per- sonagem, real ou ficcional, vocé escolheria para concretizar sua visio a respeito desse tema? Faca um pardgrafo introdutério utilizando essa estratégia (por sugestao de figuras) Resposta pessoal. Exemplo: Vinicius de Moraes, 0 sau dose “poetinna’, é que era feliz. Para muitos, ele era a prépria encarnacio da felicidade, a concretizagio da alavea abstrata, Era feliz porque sem licidade. Era feliz porque persegula 0 prazer. Casou nove vezes, madardo de parceira sempre que a felicidade comegava a dimirvir. Alegrava 06 amigos com suas boas historias ¢ era alegrado por eles: gente legal abrai gente legal. Era conhecido e respeitado em varios cantos do mundo. Corheceu peosoas interessantes, Comeu e bebeu do melhor. Compés miisicas que sirda hoje embalam co: rages, espalhando amor ¢ alegria ‘TEXTO PARA OS EXERCICIOS DE 5 A 7 (FRAGMENTO) Ligagao direta ‘No mundo pontocom, amigos sdo feitos com apenas um clique. 56 cuidado para néo ficar com 0 mouse na méo, perdido em relagées de mentira, Por André Caramuru Aubert E claro que esta mais facil se relacionar. No mun- do digital vocé pode encontrar quem gosta das mes- ‘mas coisas, nao importa o lugar onde esteja, evitando a obrigagao de conviver com quem esta perto s6 porque esta préximo. Isso ndo € pouca coisa porque quebra um paradigma ancestral, que € a limitaa0 geografica. Voce entra no Orkut e escolhe as comunidades das quais quer fazer parte. Se vocé nao é cachorro nao € gosta dos bo- leros do Waldick Soriano, existe uma comunidade para voce. Se vocé prefere o Jerry Adriani, entao sao duas. Fas de ciclismo (344 comunidades), truco (mais de 1.000), admiradores de gordinhas (idem), das baixinhas (idem) ou das sardentas (11), no mundo virtual vai, com facil dade, encontrar seus iguais. 0 Orkut & 0 mais famoso entre os brasileiros, mas est longe de ser 0 tinico ou o mais famoso site de rela cionamentos no mundo, Existem mais de 100, uns mais abertos, outros mais segmentados. Do lider genérico MySpace, com impressionantes 166 milhdes de mem- bros, a0 MiGente, dos latinos nos Estados Unidos, com 3 mmithdes € meio de pessoas, tem muita coisa por ai. Uma das caracteristicas do mundo virtual é que la vocé pode, sem as dificuldades do mundo real, construir “personas” que podem ir de "vocé mesmo" a um "totalmente falso", passando por infinitos “voces intermediarios’, algo que sites como Secondlife levam ao extremo, Revista Trip, n, 155, mato 2007, p. 70. ensino mésio| série Com base nesse trecho, responda: 5. Qual é a questao posta em debate? A questiio postia em debate &: Até que ponto o rela cloramento entre as pessoas no mundo digital é ver dadeiro? 6. Qual é a tese defendida pelo enunciador? 0 enunclador defende a tese de que 0 mundo digital torna mais facil o relacionamento entre ae pessoas, mas pode levérlas a faloas relagées 7, Faca um paragrafo introdutério posicionando- -se a respeito desse tema. Respostia pessoal, Exemplo (em um dos posicionamen 0s possiveis): Nao é unanimidade que o mundo digital terhs tornado mais facllo relacionamento entre as pes 9099. 1960 depende de como se define o que é um rela cloramenvo, Se este for entendid mo simplesmente estabelecer contatos, aquela tese seria verdadeira Mas s¢ entendermos relacionamento como algo mais intimo, que exige proximidade ¢ contato fisico, 0 mundo virtual deixa muito 2 desejar. Enquarto as pessoas per dem um valioso tempo de suas existéncias navegando ha rede, entrando ¢ saindo de sites de relacionamento como @ Orkut, perdem oportunidades de oe deleitar com as maravihas do mundo real ‘Texto PARA OS EXERCICIOS DE 8 A 11 (FRAGMENTO) 133,60 reais. E quanto se paga para ter 4 megas de bbanda larga. Dé acesso 24 horas por dia a tudo que a In termet oferece, ineluindo filmes, séries e miisicas, via Bit- Torrent a jato. 0 mesmo pacote oferece 52 canais de TV € 30 de dudio. Otimo negécio, mas tem melhor. O Mini tério das Comunicagées anunciou um "pacote de Internet popular”: 7,50 reais por 600 minutos mensais. Jd o novo CD do Linkin Park esta anunciado por 39,90. Da para cin- cco meses de Internet popular e sobra pra cerveja. A indiistria fonografica tem futuro? Nao, mas nao es- +t4 sozinha. Um livro qualquer de 300 paginas nao sai por menos de 35 reais (quase cinco meses de Internet popui- lar). Com 0 prego de um ano da Folha de S.Paulo, 541 reais, vocé tem seis anos de Internet. O que estou dizendo aqui € 0 seguinte: isso tudo ai em cima ja se foi - livro, revista, jornal, CD, DVD. Ficou no século 20. As bancas © as lojas estéo cheias de ectoplasma. Tudo que pode ser igitalizado est sendo ou foi. 0 prego da banda larga, do processamento ¢ da armazenagem de bits esta se apro- ximando do zero. 0 suporte fisico nao faz mais sentido econdmico para o consumidor abaixo de 40 anos. Isso no quer dizer que o consumidor nao topa pagar nada. Topa sim. 7,50 reais por Internet popular, ou no meu caso 133 por Internet de luixo. 0 que ele nao topa € pagar 29,60 para baixar todas as milsicas do Actistico MIV - Lobao no UOL Megastore. Sobrou para 0 Lobao, porque ele € 0 miisico mais articulado ¢ independente de sua geragao. Tem seu préprio selo, sua propria revista, suas préprias ideias. ‘André Forastiri, Revista Bizz, n. 214, p. 24 ‘Com base no texto, responda: 8. Qual é a questo em discussio? O tema proposto para discussie éo futuro da indistria Fonogréfica no contexto das tecnologias di 9. Qual é a tese defendida por André Forastieri? A bese defendida por André Forastieri é que a indiistria Fonogréfica (¢ talvez outras) esta com 08 dias conta dos, isto é, no tem futuro na era digital 10. A introdugao do texto recorre a estratégia da contextualizacao por meio de exemplos contras- tantes: de um lado, faz-se referéncia ao prego de produtos digitais; de outro, ao custo dos pro- dutos veiculados nos suportes convencionais. Explique em que medida tal recurso torna mais consistente a posi¢ao defendida pelo enunciador. Recorrendo & contextualizaglo do tema por meio da apresentagio de exemplos contrastantes,o enunciador mostra que o suporte fisico tradicional, como o CD, nilo Faz mais sentido no quadro do deservolvimento das Lecrologias digitais. Nesse novo quadro, “tudo 0 aue pode ser digitalizado est sendo ou jd fol’. Ao mostrar 09 precos dos produtos nos dois suportes, 0 enuncia ensino mésio| série dor da pistas da posigiio que deiende: economicamente, é mais vantajoso adquirie produtos digitalizados do que hos suportes tradicional. Tal dado, na lina de defesa de Forastieri, sesinala a morte dos suportes tradizionais. 11. Voeé concorda com essa tese? Faca um parégra- fo introdutério posicionando-se sobre o tema Resposta pessoal. O importante destacar exemplos ‘que demonstrem as vantagens oudesvartagens dos res" pectivos suportes, apontando ou para a morte dos veiculos tradicionais ou para a sua corvivéncia harmdri- A com 08 novos suportis. Consulte Livro 3 - Unidade I - Capitulo 20 Caderno de Exercicios 3 ~ Unidade I ~ Capitulo 20 Tarefa Minima Avia 1. Leia os itens de 1a 4. 2. Faca os exercicios 1, 2.¢ 3. Auta 2 1, Leia os itens de 5 a8 2. Faca os exercicios 4 ¢ 5. Tarefa Complementar Autas 12 1. Leia os itens de 9 a 13, 2. Faca o exercicio 6. CSS: = Atividade de criagae ‘Texro PARA OS EXERCICIOS DE 1A 3 Vocé liga o computador € se conecta. Mal o sistema car- regou, entra no Orkut, no MSN e abre 0 Soulseek. Enquanto responce a mais de dez “olés’ no MSN, checa novos recados no Orkut entra no fotolog de um desconhecido que te deixou tum recado, As janelas do MSN pipocam na tela: colegas de classe perguntam sobre o trabalho que vao fazer on-line, seu namorado te dé bronca por causa de algum scrap. Entio voce abre seu blog para desabafar quando percebe que... esta zon- 20. Levanta da cadeira,olha o relégio e entra em pane. Arranca computador da tomada e assume: "Cansei de internet!!!" Essa histdria & parecida com a de Rodrigo Souza, 15, que passou mal de tanto navegar na rede ha trés meses. "Comecei a ficar tonto, levantei assustado e falei: ‘Meu, 0 ensino mésio| “Sed que & isso? Passe’ seis horas aqui! Nao acredito!™ E,0 pior, ele nao fazia nada de itil: "Foi simplesmente uma pausa na minha vida, no aconteceu nada’. Depois desse episodio, Rodrigo decidiu nunca mais deixar de jogar futebol nem de encontrar os amigos para ficar na net. "Foi uma ligdo, Tem uma hora que chega’, diz 0 garoto, que desconfia ainda estar viciado. Jilia Alberto, 16, (..) tomou uma atitude radical aos 14 anos. "Ficava o dia inteiro no MSN, uma coisa horrivel. Falar pelo MSN é facil, porque vocé monta as palavras direitinho. Mas ao vivo eu tinha medo de falar alguma besteira Isso ime deixava nervosa" diz a estudante que, para resolver seu problema de ansiedade, ficou um ano sem entrar na inter net. "Na net as pessoas querem parecer perfeitas e ficam fugando as vidas das outras. Vocé fica meio louca, entende?” Estuclante de cursinho, Maria Reininger, 18, abandonou biog € fig (blog com foto). “Encheu o saco. No comeco & rnovidade, as pessoas comentam as baboseiras que voce es creve. Depois, vocé cansa de ficar andando com a maquina fotografica embaixo do brago para tirar fotos pro seu flog. Prefiro gastar meu tempo jogando rugby’, conta a garota 3¢ série (.) Outro “cansado", 0 carioca Tiago Gehrmann, 18, mal comegou a navegar na net ¢ ja pegou raiva. “Quando me ‘mui para Sao Paulo, tentei usar a net para ficar acessivel ‘205 meus amigos, mas pra mim & intl, Amo ler, mas de testo ler no computador", diz Tiago, que vai prestar Filoso- fia na USP € € £3 do fildsofo alemao Friedrich Nietzsche. Se alguma dessas historias parece a sua, comemore. Seu “sistema” interno "dew pau’, e vocé percebeu. Desco- briu que existe vida la fora, onde se pode praticar esportes, fazer um agrado no cachorro, ir a0 cinema ler um livo vertido, Coisas que alguns adolescentes esto percebendo pelos mais diferentes motivos, mas quase sempre estresse, frustragdo ¢ tédio (até no Orkut ha comunidades para falar ‘mal da internet). Contramao Esses depoimentos, no entanto, parecem vir na con- tramao de dados estatisticos. Uma pesquisa do Ibope de margo deste ano revelou que os internautas domiciliares brasileiros sao campedes mundiais de horas de navegacao - 21 horas e 30 minutos por més, em média - batendo até os japoneses. “Esses jovens que acordaram pra vida podem ser uma luz no fim do tunel", diz Rosa Maria Farah, coordena~ dota da clinica de psicologia da PUC-SP, que percebeu © aumento da procura de adolescentes em sua clinica por conta do uso excessivo da internet. “As reclamagoes antes sé vinham de parentes", completa. ‘Achar que a rede nao serve para nada também nao €a solugao, porque ha um mundo de coisas produtivas que ela oferece. 0 problema é quando as delicias da vida virtual roubam muito tempo da vida “real”. "A internet & um campo de ensaios de coisas boas € ruins’ diz 0 professor Cristiano Nabuco de Abreu, coorde- nador do projeto Dependentes de Internet do Hospital das Clinicas. "0 que se deve € promover um uso mais liicido, menos deslumbrado, com objetivos, aconselha Farah. Moises Balassiano, coordenador do Nuicleo de Estudos: de Carreiras da Fundacao Getiilio Vargas, pesquisa jovens craques em jogos eletrdnicos ¢ ainda incentiva: “Jovens que se dao bem no mundo digital podem focar isso para a carreira deles", Ou seja, dé pra aproveitar o mundinho dentro e fora da net, sem perder o rumo da vida. Juliana Lopes. Fotha de S.Paulo, Folhateen, 11 jun. 2007, (Alguns nomes foram alterados para preservar os adolescentes entrevistados.) Suponha que vocé tenha que fazer uma disser- tagao para discutir o tema da relagao do jovem com ainternet, mostrando que a frustragdo e 0 cansaco levam muitos adolescentes a abandonar o computa- dor em busca do mundo real. Como vocé aprendeu em aula, hé estratégias distintas para introduzir a discussao. Retire do texto, fazendo as adaptagoes necessarias, dados para redigir trés introdugdes diferentes: 1, Introdugao por contextualizacao usando da- dos concretos (mimeros, estatisticas etc.) Resposta-exemplo: Uma pesquisa do Ibope de marco deste ano revelou que os internautas brasiliros so campedes mundiais de horas de naveqagiio ~ 21 horas ¢ 30 minutos por més, em média ~ batendo até os japo: neses. 0 uso excessivo da internet afasta 0 jovem do mundo real: tanto tempo diante da tela provoca cansa- g9.além da sensagio de frustragii, uma vez que area lidade & menos previsivel do que 0 mundo virtual. 2. Introdugao por meio de narrativa sintética. Respost: 2 se conecta, Mal o sistema carregou, erira no Orkut, ho MSN ¢ abre o Soulseek. Enquantio responde a mais sxerplo: O Jovem moderno liga 0 computador de dez% no MEN, checa novos recados no Orkut € entra to fotolog de um descon! recado. As janelas do MSN pipocam na tela: colegas de 56 pergunitam sobre. i ido a alho que vo namorado reclama por causa de algum scrap. Ent bre seu blog para desabafar quando percebe que... estd o zorzo. Levanta da alka o relégio ¢ entra em pa: ne. Arrarca 9 computador da tom ume: “Can I". uso excessivo da rede virtual afa -a 0 jovern da realidade: muito tempo diante da tela provoca cansaco e frustrago, JA que o usuario preciea ediferentes demandas cr estas a mull no mundo digital ensino mésio| série 3. Introdugdo por citagao de argumentos de au- toridade. Respostarexemplo: "A internet 4 um campo de ensaios de coisas boas ¢ ruins’, ensina 0 professor Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do projeto Dependentes de Internet do Hospital das Cilricas. No caso dos efeitos nocves, as pessoas deslumbradas com a tec rologia, utiizando-a excessivamente, podem passar a softer de cansago ¢ frustragio: muitas horas na frente do computador, além de desqastar fisica ¢ menvalmen- 20 usudrio, afastam-no das relagdes do mundo real 4, Sabemos que um dos recursos para introdu- rir a dissertacao é 0 uso de citacées. Em 11 de junho de 2007, véspera do Dia dos Na- morados, 0 Folhateen propés, para comemorar a data, que o leitor enviasse ao jornal (Folha de S.Paulo) uma resposta a seguinte reflexao: “O que é 0 amor?”. Como estimulo, selecionou alguns depoimentos de personalidades entre- vistadas pela escritora Clarice Lispector, extra- fdos do livro Entrevistas (editora Rocco, 2007). Escolha uma das citagdes e faa um paragra- fo introdutério recorrendo a estratégia acima mencionada. Vocé deve iniciar o parégrafo com a cilacao, depois comenté-la brevemente, usando suas préprias palavras para apresen- tar a questdo em debate e, assim, indicar a di- regao argumentativa que pretende seguir. 1." a propria vida, € 0 melhor da vida, tudo. No amor ‘do sou profano, ai nao. Sou sectario.” GORGE AMADO, escritor) II, “Eu sou um romantica no sentido quase caricatural ‘Acho que todo amor é eterno e, se acaba, nao era ‘amor. Para mim, o amor continua além da vida e além, dda morte. Diga isso e sinto que se insinua nas minhas palavras um ridiculo irresistivel, mas vivo a confessar que 0 ridiculo é uma das minhas dimensbes mais vé- lidas." (NELSON RODRIGUES, dramaturgo, escritor e cronistal IIL, “Amor ¢ dadiva, remincia de si mesmo na aceitagao do outro. Amar 0 préximo como, a simesmo ea Deus sobre todas as coisas.” [FERNANDO SABINO, cronista e romancista) Resposta pessoal. Apresentamos as sequintes gos- sibilidades apenas como orientag3o: |) “E a prdpria vida (..)". E assim que Jorge Amado define 0 amor. Para cle, tratarse de um sentimento tio importante gue se confunde com a vida, © que permite concluir gue nlo amar é 0 mesmo que nio viver. Ao se dizer sectério, ¢ no profane ro amor, o escritor destaca a devogio do sujeite a0 objeto amoroso: quem ama, ama_uma pessoa certa, tinica, exclusiva: quem ama de veedade rio pode amar indistintamente qualauer Essa é a definigio um. Il) “Eu sou um romantica de amor dada por Nelson Rodrigues. 0 amor, assim, & gxagerado, excessivo, caricatural: para o dramaturgo, pa_mesma linha do poeta Fernando Pessoa, quem ama é ridicule — mas mais ridfculo ainda, poderia- mos dizer. é quem no ama, Amor de verdade ultra passa qualquer limite: tem validade Indeverminada, cardter atemporal, atravessando até mesmo a titi ma das barreiras, a que separa a vida da morte. Il cAmor € dédiva (..)”. Segundo Fernando Sabino, isso 0 amor, Nessa perspectiva, 0 amor é visto como uma espécie de milagre, de dadiva, de presente divic po. Para o escritor, amar implica abandonar 8 postur ra egocéntrica, narcisista, para clhar 0 outro ¢ acei delo como é. Amar, entdo, é doar-se ao parceiro. Trxtos PARA 08 exERCICIOS 5k 6 Em 8 de marco, comemora-se o Dia Interna- cional da Mulher. Em 2007, a Revista da Folha ho- menageou a data pedindo a personalidades femi- ninas que escrevessem sobre o tema “A mulher”. Nas palavras do jornal, os textos buscavam definir aquela sobre quem Clarice Lispector disse um dia: “Cavalo bravio, além de mie, ela é ela”. Leia dois desses textos. ensino mésio| série " Para ver as meninas Mulher vem do latim e significa esposa. Moga tem a ver com concubina e com meretriz. Fémea ¢ 0 fe nino de macho. Outros sindnimos que se encontram no diciondrio sao: saia, filha de Eva, uma pobre de Cristo, matriarca, a mais bela metade do género humano, dama, madona, vitiva, matrona, mulherao, ninfa, rapariga, ga~ linha, porca, cadela, égua e cabra. Pelo que saiba, sou mulher € 0 dia oito de margo é meu Dia Internacional Mas nao sou casada nem amante ou prostituta; uso calgas, nao sou crista, néo vim de uma costela, minha familia nao € grande, nao sou feia nem bonita e nao dou atengo para todo mundo. Assim, a tinica acepcao com a qual me sinto mais proximamente identificada € mesmo com fémea, Mas essa palavra também tem uma cono- tagdo quase estritamente animal e acho que ja estamos muito longe disso. Como definir entao uma criatura que € um titero atu- almente também falico, que quer proteger e ser protegida, que quer conter e ser contida? Alguém que permanece na caverna cuiddando do abrigo ¢ da prote, mas que também vai a caca ¢ prové? Que € longeva ¢ tem orgasmos mil- tiplos? (E nao entendo como Caetano Veloso nao sinta inveja também da maternidade e da lactagao.) Noemi Jaffe é professora e escritora Publicou“Polha Explica Macunaima” (Publifolha) P6 Se hoje todas deixassemos de ir ao trabalho. Se nao fizéssemos a cama, nao puséssemos a mesa e, ao longo do dia, néo ocupassemos vagées nos trens, nao tomas- semos Gnibus € nao dirigissemos carros, Se abandonas- semos as ruas, 08 espagos conquistados. Se, hoje, nao saissemos deste quarto, por conta de contas ~ qual a diferenga salarial comprovada entre se- X0s hos mesmos cargos?, quantas vezes no IML 0 Corpo Delito examinado? ~ ainda nao acertadas. Se acaso nao engolissemos que tenha sido necessario um Dia da Mu- iher € protestassemos. Vocés ainda nos queimariam aqui dentro deste quarto? Cecilia Giannett, 31 (www.escrevescreve blogger.com.br), Com base nesses textos, propomos a vocé os seguintes exercicios: 5. Noemi Jaffe recorre a estratégia de introduzir © tema por meio da definigao do termo “mu- Iher”. Faga um paragrafo introdutério sobre 0 tema usando 0 mesmo recurso. Resposta pessoal. 0 texto de N. Jaffe serve como par 6. O texto de Cecilia Giannetti é um exemplo de introdugao questionadora, isto é que recorre a perguntas para delimitar o tema em discus- sao. Faga um paragrafo introdutério sobre o tema , utilizando 0 mesmo recurso. posta pessoal, 0 texto de C. Giarnettl serve como pardmetro para a correedio. Consulte Livro 3 - Unidade I - Capitulo 20 Caderno de Exercicios 3 - Unidade I - C: Tarefa Minima Avtas 354 1. Leia os itens de 14 a 18. 2. Faca os exercicios 7 ¢ 8. Tarefa Complementar Avtas 354 Faga os exercicios 9 10. série 2

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