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Modernidade* Jean BAUDRILLARD A inodernidade no ¢ nem um conceit socal, nem um conceit poli, nem propramente um conceit hisérice. A moderidade 6 um modo d cizaio Caracteristico que se opie ao mado da tadiio, sto a Ys a outascltras anteriores ou tradicionais: face A diversdade geogrsine simbolcndesas outs cufturay, a modernidade se Imp como una homogtnes, st iadiando Trundalmentew pati do Ociente la permanect, entetanto, nanos cones, {que Beta. Nobalmente ta ma evelugio strca © ema mdance de mentalidade Tnewrincavelmente ito €zealidade, @ modernidade se espeifis em todos o> dominos: Estado moderne, enea modern, asia epintara moderns, costumes seins modernae como wna especie de categoria gral ¢ de imperative cultura wer nde eovtas mdangas profundas da organizao econdmics ¢ socal last item no nivel dos costumes, do modo de vida eda quotianidde— am gu a ald meernisme, Mente em sta fora em 2 coeds POP ec Spac ean etal «severe! senda como stems d¢ wre, ao erecta seep, seria neces exrever a palawra modaridads com <2 rr joculora Moderidade, Nisso a moderidades ase b TSS ram nto tum conceit de and, no este ies da moderate 2 1 nmi, Ni exist gutta orn es a moderidade e ama ideologin, Moral canine da muda osemidade se see moral anna da adi, se regard, ren mudangs radia oreo do nov = FavldRovebexp Ligh un ns SSS de stra, ror dade nko no nant seo osname dss ns Uae alse rere mig, rua contin ga pas ene (it ut Fla aolgia dominane, shimano, ras tos im olr, uma, orl ftua como idéiaforsa © ne a no, a contadics da iti, Et A= © criti Assim, enquanto iin, ne qual od civic s recto ia fngto de regeacso caltral & Sele modo, s¢ aprow ubreptciamente da tradi SpA mtr me mt tgs Ys est ao srvenn, ve ann gna mora? BOVERTEMGLA: ESTA TRADUTAD CO Taye ronna € S=PRESSAM Génese da modernidade, atta co ave ema» ¢ mas ogy que & Ne do “Rare No inpraen gn cao sang ¢2 sede ‘eran icine nv na a madera lugar isto 6, uma estruturahistria polemics de mdangae crs. Sob «eta forma, a modernidade¢ locales sem mo ocalcve somente na Europe partir do stelo XV ¢ 20 sentido tendo a partido stulo XIX ‘© Rensscimento. econ sr tem eens ms ae a fa América por Crstvo Colombo (1492. vengio da tpogafia, as descobertas de Gale inauguram © hamanismo moderna do Renascimento plano da ates, singularmente da itertur, vise desenvolver, par cubinar nos Seculos XVil-e XVIIl a quersla dos Antgoe e Modernos. Os ecos profundos da parttha da modernidade aparecem tabém no dominio reigos: pels Reforma {Latero publica em Wittenberg suse 24 teres contra as indulgéncias em 31 de outubro (de 1517) « pela rupture que ea inaugur pars os pases protestants, mas também por san repercussdo no mundo eatslco (Conetio de Trento, 155-1549, 1551-1552 1562-1553) Igeja cate opera uma eatuaizagio; com a Companhia de Jesus 5 far moderna, undana e missonéria, 0 que talve explique que tena sido nos fase que preservaram a trig romans, eu ios seus costumes embers 08 Penovand progeesivament, que 0 terme moderniade tenha uma acepyso mais ovrente, amas signfiativa. © trmo no toma forga senio nos pats de longa Trade ala de moderniade no tem nenhum sentido quando tata dew pals ser tradigto, nem dade Média, como, por exemple, 05 Rstados Unidos ¢ sam pamente, a moderizasio tem um impacto muito forte nos pases do Teeero ‘Mundo, de fort cultura tradicional Nos putes aingdos pelo Reascimeio calico, « conunsio| de um humanism leigo © secular com 0 siualismo mais mundano das formas ¢ doe vrares do mundo calico se pesta melhor a todn a complexidade david sect « Srotcn qu o desenvolvimento da moderidade implica do que esti ins de arccaitmo ¢ do moraismo na caltura protestante, ois 2 modemidade no ¢ sarc areavdade das mudanastercscienfis ¢ plas oor des © ane XVI mas tambo og desgnos de corres «decal qe Wades = edo habitus social Imudangps de esrutara no nivel di (Os séculos XVI XVI Durante os séalos XVII € XVI Cerra nero penameta dita» recone rates dot se estraturam 05 fundaments filsaios € 3 ‘quis Descartes ea filosofia do tlaminsmo so representativos: 0 Estado mondrguico cena, com suns ens ams, suedendo oo steno eal a dle uma ciéneia flea e natural, que provoca ot primaire efeitos de uma tecnologia aplicada (a Encicopi) Culturalmente ¢o perodo da secularizagio total fas ates e das eencas. A querela dos Antigo «dos Modernes, que aavessa todo fesse perodo, de Perault (Plelo dos Antiges ¢ dos Moderos, 1658) « Fontenelle (Digresio sobre os Antigo os Moderns, 1688), dando lugar uma le de progresso do ‘spirit humano, a Rousseau (Diserin sbrea mist moderna, 178) «a Stendhal (Racine Shaker, 1823), que conesbe @ «romantismo como um moderismo radical, tomando por tema os costumes da epoca eos sues emprestados 3 histria nacional, define um movimento autinomo libero de todo « Rensscimento» ot TA modemidade no & ainda umn modo de vida (0 termo and nfo existin Mas clase tora uma ida (igada & de progresso). Ela tomou, entio, uma tonaidade ‘burguesa liberal que nio cessaré depos de maren1sWeologicaments ‘A Revolugio Industrial eo século XIX ‘A Revolugio de 1789 instaura @ Estado burgués moder, cenralizado © demoeritico, a nagio com seu sistema constitcional, sua organizacso politica ¢ burocratica ‘© progresso continuo das cignciase das ténicas, a diviso raional do trabalho industea,infroduzem na vida eocal wma dimensio de madanga permanente, de esestruturago dos costumes © da cltara tradicional. Simultaneamente, a divisio Social do trabalho introduz profundas clvagens poltias, wma dimensio de Tatas soci ede confitos que se epercutico através dos séculos XIKe XX Estes dois aspectos maiores, demogrstico, a concentragio urbana e ogigantsco desenvolvimento dos meios de “omunicagio e de informagio, marcario de modo decisivo a modernidads como pra social e modo de vida aticulado sobre a mudanga, a inovago, mas também Fobra inguietude, a instablidade a continua mobilizes, a subetividade maven, ‘Stensdo a rise, do mesmo modo que como representacio ideal ou miologs.A ese repost, data de aparigio da paavra moderniade CTophile Gautier, Poudeite hn toro de 1850) ¢signufcativa € 0 momento em que a soiedade moderna se penss aermesona enquanto tal, em termos de modernidade, A modernidade «torn endo vim valor transcendent, um model cultura, uma moral — um mito de refers presente em todo lugar, em pare mscarando as esratras ¢ 26 conta ‘08 quis virdo se juntar 0 crescimento Iistrieas que he fizeram nascer ‘A gica da modernidadeconesitoenico-ienttica, seni ogres Soba de un tao pre dn cin «in rc 0 delve aoa senda is de produ de at esto ede sua organizagio, marca a moderidade como sera da produtvidade: lotensiicasto do trabalho humano eda dominagio humana sobre a raturez, um € onto ids 20 estat de fons roatis¢as equa de fc de ‘ertimento msimo, Este dnominadorcomum de fdas ages moder. Se sta revolugiow das forgas produtivas, em razio do fato que ela deisa relativamenteimutivels s relagses de produto eas eases soca, no mudow 8 ida, ela modifica, ao menos, de uma geragio 8 outa, as condiges de vida Ela instaura hoje uma profunda mutago na moderidade: a passagem de uma uilizagSo do taba «do progress 2 uma czas do consumo edo lazer. Mas fits mutagio no € radical ela no mada a finalidade produtvist, » dvisio ‘ronométrca do tempo, of constrangimentos prevslomis ¢ opeaconais que ppermanecem & coordenadae fundamentais da ica moderna da socedade produtiva. Conceito politico. A absteagio do Esta politico enquanto tal no pertence seo aos Tempos rmodernos, porque a abstragio da vide privada azo pertence senéo 20s Tempos tmodernos.(-) Na Idade Média vida do povo ea vida do Fstado st ita: 0 fhomem é 0 principio real do Estado. (.) Os Tempos modemos so o dualsmo sbutat, a oposio abstata pensada» (Mar, Cried fli do stato de Hage ‘Com fet, a transcendéncia absrata do Estado, sb o signa da constitu, ‘a salvaca formal do individuo, so signo da propriedade privada, que defines 3 ‘rutura politica da modernidade. A eaconalidade (burocriic) do Estado ¢ « Treionaidade do interesse © da conscitcia privadas se foclzam na, mesa ‘butrgio, Esta dualidade marca o fim de todos 0s sistemas anteriores, onde a vida Folin s defini como uma Nerarguaintgrada de relapes pesos A egemonia vo Paido burocrtico no fez sendo aumentat com o progresso da moderidade. Ligaca 9 extent do campo da economia police ds sistemas de organizain la lnceniy todos os setores da vida, -mobilizando-os em proveito proprio, onalizando-o:& sua imagem. © que resste 2 sua ago (vida afta, lingua © reituasteadicionais), 88 vezes obstinadamente, pode Ser considerado como sendo cidual Tedavin, 0 que foi uma das dimensies esencais (e mio ¢ dimensto cena) da modesnidade, o Estado abstrato cenralizado, encontrase, taves seclundo, © constrangimento hegemonico do Estado, a satracio burccsticn VNan soca individual preparam, sem davida, grande ese neste dominio ‘Conecitopicoigic. eon Sma es gn ibn de sce wt comand 9 mes & area pela ener iti, com shame de cen mtn, et pp re i, ns Se id inane emt nen di crn leno mde ua ata Sn prt Meade vo no lazer, incomuniabiidade, te, procura compensa tdo um sistema de peronalizasto atravs dos obeos eds sgn Armodernidade o tempo. Sob odes os aspecos, a tempotaliade moderna € espe. (© aspecto confine o tempo que se mede ¢ pelo qual se medem as atividadesaguele que decompse a divio do taatho ©» vid social, te tompo Sista que se substi a0 ritmo dos tabalos © dat esas 0 tempo do ‘Seip preva earners a cee meee rommanene "0 aspect linear 0 tempo « moderne » nto é mais clio, ele se desenvolve segundo uma linha posndo-futuro,rogendo uma origem e wi fim supstos: A feadigo parece centada sobre © passad, a modernidade sore o ftur, mas de fit, somente a modernidade prota a0 mesmo tempo, um pasado (0 tempo finds) eum fluro, segundo ama dain que The € peop “6 epee itr sobretue depois de Hegel 3 histra se torn isin dominante da moderidade. Ao mesmo tempo como deve real da sociedad «como tne transcendent, deiando ensever sua ealizaco final A modemidade s ens histriamente eo mais miticament Mensurvel ireversivel, sucess cronamtrca ou devir dato, de todo modo, a modernidadeseretou uma teporalidade completamente nova, dimensso rin nagem de sis contadies, Mas no interior deste tempo indefinid, © que es conheee mats «eteridade, uma coisa distingue a madernidade: ea se quet Jeeprescontemporinens, ou se, simutaneidade mundial Depots de tr Tazimente privieplado a dimensso do progresso ¢ do future, ela parse se aac ho, de mais em mais, oma aulidade,oqvotidianiade, 0 rvers9 puro simples da draco sti _Areticica da moderidade, inovacioe vanguard adeno da cultura e ds costumes, a mademidade se radu, em opie formal gas em relagio fundamental oot a entlizagiobarocrai «poe om 3 mopentigo dus formas david scl or uma exci de stptidde peu, da pinto, ds singlaiade, da autenicidade, do cttmero ¢ do imperceptv pearptra dn ga «pl rp da personae ee fade contemporines, marca o comego desta busca do novo, deste deriva do. subjetivor « Assim cle val, ele corre, ele busca, O qué ele busca? CCertamente, este homem tal some © pints, este soto, de imaginagSo alive, viajndo através do geande deserto de homens (.) busca ‘ej permitido chamar modenidade » "A modernidade vai susitar em todos os niveis wa esttcn de ruptrsy de ctiatvidade individual, de inovagso, marcada, em todo lugar, pelo fenomens: soctolgico da vanguatda (quer dominio da cata, quer no do mada) ¢ Pe Serato crescents das formas tadlonal (0s gers na estar, 0 wpe do Tharmonja na misica, as kis da perspectiva « da figuragio’ na pinter, © acrmiame e de modo mas gral a auoridadee a lpitimdade dor modloe aeviors erm materia de moda, desexalsiade ee conduits soc) alguma coisa que nos as media mds car de ma ss eno rena pri dn OC et carn poms un itn carat Tue Ss prone Ser i PAS ee one me ec eva el ro de orm ca ec cprnes nt cin mab. Raden ri i am ce ing 0 Meade a a yew sacl las ot sci eee nes coe pr 8 A tern de ee enn devon eens es a i inn seme sigs No mie se ise 2 Pa mn com dn ets eran nt moderate net naa mn em gu ee aE ene a ans ins win) ss 0 sors or sco so, un ag 0 gn an se men ro A modem te we NS * tase alimenta dos vestigios de todas 66 mere eager valor de rps: lo al ce a rn gi en ars cevalres, ‘Tradigso ¢ modern ‘emudancs, 5 tragos rmodernidade se ade nas sce do Teco Mundo, detract » oF GEEME,& prbleniia «as contigs do Se end seu impute poco cient a # scien ha o enced mains Apa ‘Ramana ui oa madenizane sm «modo peo gas nade nage evean com mats forga a © antigos sistemas de ie de toc so desestruturados pela erp da moeda e de uma conomia de mero, O es de pode ton apap ts Presto ds mina loi onda mvrtwoenreaea ncaa de una ego ptt © nde pena, fequntoment soos pees anos os mas exerted mora ve loc assed em vi de deena toe pedi ede

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