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[uJ Estrategia CONCURSOS Aula 09-A DR el Be CPC) eRe Professor: Renan Araujo : CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PUBLICA. CRIMES CONTRA A PAZ PUBLICA. SUMARIO 1 DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PUBLICA. 1.1 Dos crimes de perigo COMUM ssesssssessecesensanssseteesennsnneeseetnns seseseeeee2 1 Dos crimes contra a seguranca dos meios de comunicagao e transporte e outros servicos publicos 6 1.3 Dos crimes contra a satide piiblica 2 DOS CRIMES CONTRA A PAZ PUBLICA . 3 JURISPRUDENCIA CORRELATA 4 RESUMO. 5 EXERCICIOS PARA PRATICAR 6 7 EXERCICIOS COMENTADOS.. GABARITO Ola, meus amigos! A aula de hoje trata dos crimes contra a incolumidade ptiblica e dos crimes contra a paz ptblica. Estes crimes so pouco explorados, de forma que sero tratados com menos profundidade que os demais. Considerando que o tempo é um elemento escasso, vamos dar mais énfase ao que mais importa, e menos &nfase ao que menos importa. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1de37 Pr gETTO PENAL — POL{CIA Fi = Aula 09-A - Prof. R 1 DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PUBLICA Os crimes contra a incolumidade publica estao descritos no Titulo VIII do CP, compreendendo TRES CAPITULOS: + DOS CRIMES DE PERIGO COMUM; + DOS CRIMES CONTRA A_SEGURANCA DOS MEIOS DE COMUNCAGAO E TRANSPORTE E OUTROS SERVIGOS PUBLICOS; e + DOS CRIMES CONTRA A SAUDE PUBLICA Diferentemente do que costumo fazer, aqui ndo vamos estudar cada um dos tipos penais isoladamente, por dois motivos: + S8o quase 30 tipos penais diferentes; + Eles quase nunca sao cobrados Desta maneira, gastar horas e horas do precioso tempo de estudo de vocés dissecando cada um destes tipos penais seria pura perda de tempo, ja que este tema é praticamente ignorado. Assim, vamos dividir nosso estudo em relacéo a cada um dos capitulos. Transcreverei todos os artigos de cada capitulo e, ao final, farei algumas consideracées importantes sobre eles. 1.1 Dos crimes de perigo comum Incéndio Art. 250 - Causar inc8ndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de ‘outrem: Pena - reclusao, de trés a seis anos, e multa. Aumento de pena § 1° - As penas aumentam-se de um terco: 1 - se 0 crime é cometido com intuito de obter vantagem pecunidria em proveito préprio ou alheio; II - se 0 incéndio é: a) em casa habitada ou destinada a habitaca b) em edificio piblico ou destinado a uso publico ou a obra de assisténcia social ou de cultura; c) em embarcacdo, aeronave, comboio ou veiculo de transporte coletivo; d) em estacao ferrovidria ou aerédromo; ) em estaleiro, fabrica ou oficina; f) em depésito de explosive, combustivel ou inflamavel; 1g) em poco petrolifico ou galeria de mineracao; h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Incéndio culposo § 20 - Se culposo 0 incéndio, ¢ pena de detencao, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24237 ori Aula 09-A - Prof. Explosao Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem, me ‘explosdo, arremesso ou simples colocacao de engenho de dinamite ou de substancia de efeitos andlogos: Pena - reclusao, de trés a seis anos, e multa. § 1° - Se a substéncia Pena - reclusdo, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 20 - As penas aumentam-se de um tergo, se ocorre qualquer das hipéteses previstas no § 1°, 1, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n° II do mesmo pardgrafo. Modalidade culposa § 3° - No caso de culpa, se a explosiio é de dinamite ou substancia de efeitos andlogos, a pena & de detencdo, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, é de detengo, de 3 (trés) meses a 1 (um) ano. Uso de gas téxico ou asfixiante Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade fisica ou 0 patriménio de outrem, usando de gés toxico ou asfixiante: Pena - reclusdo, de um a quatro anos, e multa. Modalidade Culposa Pardgrafo Unico - Se o crime é culposo: Pena - detencdo, de trés meses a um ano. Fabrico, fornecimento, aquisicao posse ou transporte de explosivos ou gas téxico, ou asfixiante Art, 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licenca da autoridade, substancia ou engenho explosive, gas téxico ou asfixiante, ou material destinado @ sua fabricacdo: Pena - detencdo, de seis meses a dois anos, e multa. Inundag3o Art. 254 - Causar inundacdo, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem: Pena - recluséo, de trés a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detengo, de seis meses a dois anos, no caso de culpa. Perigo de inundacao Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio préprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou 0 patriménio de outrem, obstaculo natural ou obra destinada a impedir inundagao: Pena - reclusao, de um a trés anos, e multa. Desabamento ou desmoronamento Art, 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem: Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. Modalidade culposa Pardgrafo tinico - Se o crime é culposo: Pena - detencSo, de seis meses a um ano. Subtracao, ocultagao ou inutilizago de material de salvamento Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3.4837 izada nao é dinamite ou explosivo de efeitos andlogos: m4 tETTO PENAL ~ POLECIA Fi si F Aula 09-A ~ Prof. R ‘Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasiao de incendio, inundacao, naufragio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a servico de combate a0 perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar servico de tal natureza: Pena - reclusao, de dois a cinco anos, e multa. Formas qualificadas de crime de perigo comum Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesao corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, aplicada em dobro, No caso de culpa, se do fato resulta lesdo corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicidio culposo, aumentada de um terco. Difusdo de doenga ou praga Art. 259 - Difundir doenga ou praga que possa causar dano a floresta, plantag&o ou animais de utilidade econémica: Pena - reclusdo, de dois a cinco anos, e multa. Modalidade culposa Paragrafo Unico - No caso de culpa, a pena é de detencao, de um a seis meses, ou multa. Brome nota! Todos! 05 crimes |'sd0COMUNS, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa, ndo se exigindo do agente nenhuma qualidade especial. O sujeito passivo é a coletividade e, subsidiariamente, eventual pessoa lesionada pela conduta do agente. |, mas em quase todos eles ha previsdo de punicéo na modalidade CULPOSA, salvo nos crimes dos arts. 255, 257 € 259, em que no hd punic&o para a conduta meramente culposa. Assim, néo cabe modalidade culposa nos crimes d *Perigo de inundag3o *Subtracdo, ocultacéo ou inutilizagdéo de material de salvamento Muita ateng&o a isso, pois as excegées costumam ser lembradas pelas Bancas em geral. Além disso, todos os crimes sao crimes de PERIGO. O que é isso? Os crimes de perigo so aqueles nos quais é desnecessario, para sua consumacao, jue _o bem juridico protegido pela norma seja efetivamente lesado, Os crimes de perigo dividem-se em: (1) crimes de perigo concreto; (2) crimes de perigo abstrato. Podem ser assim definidos: * Crimes de perigo concreto - embora néo seja necessaria a efetiva les&o ao bem juridico protegido pela norma penal, é necessario que a conduta exponha o bem juridico a uma situag3o REAL de Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 44837 Aula 09-A - Prof. Perigo, ou seja, é necessdrio que fique comprovado que o bem juridico efetivamente esteve sob risco de dano. = Crimes de perigo abstrato! - além de nao ser necesséria a efetiva les&o ao bem juridico protegido pela norma penal, NAO é necessario que a conduta exponha o bem juridico a uma situagdo real de perigo. Basta que o agente pratique a conduta que se PRESUME o perigo. Os crimes dos arts, 253 e 257 sao considerados crimes de PERIGO ABSTRATO, ou seja, se consumam com a mera pratica das condutas descritas, independentemente da ocorréncia de uma situagéo de PERIGO REAL ao bem juridico tutelado. Assim, lembrem-se: CRIMES DE PERIGO COMUM (ARTS. 250 A 259 DO CP) CRIMES DE PERIGO (TODOS) PERIGO ABSTRATO Basta que o agente —*_Fabrico, fornecimento, pratique a conduta aquisigao posse ou que se PRESUME o transporte de perigo. explosivos ou gas toxico, ou asfixiante (art. 253 do CP) + Subtrac&io, ocultaco ou inutilizagao de material de salvamento (art. 257 do CP) PERIGO CONCRETO €£E necessério que a = Todos os demais conduta exponha o bem juridico a uma situagdo REAL de perigo. Deve ficar provado que o bem juridico efetivamente esteve sob risco de dano. A tentativa é sempre admitida, salvo nas modalidades culposas, é claro. + Ha bastante discussio doutrinéria a respeito da constitucionalidade dos crimes de perigo abstrato. Autores como NILO BATISTA endossam a corrente que sustenta serem tipos penais inconstitucionais. Outros, como PIERPAOLO BOTTINI, sustentam que os crimes de perigo abstrato no s8o, a principio, inconstitucionais. ‘Somente sero inconstitucionais se a conduta for ABSOLUTAMENTE inapta a expor o bem juridico a qualquer risco de dano. Para um estudo mais aprofundado: BOTTINI, Pierpaolo Cruz. Crimes de perigo abstrato. 3. ed. So Paulo: Ed. RT, 2013. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 50237 O art. 258 prevé formas qualificadas no caso de crimes de perigo comum de que resulte lesdo ou morte (na verdade, sdo formas circunstanciadas, mas a lei, de maneira atécnica, chama de “qualificadas”). Vejamos: AGRAVAGAO PELO RESULTADO CONDUTA RESULTADO CONSEQUENCIA DOLOSA LESAO GRAVE ACRESCIMO DE METADE DOLOSA MORTE PENA EM DOBRO. CULPOSA LESAO (QUALQUER) _ACRESCIMO DE METADE CULPOSA MORTE PENA DO HOMIC{DIO. CULPOSO + 1/3 Por fim, o crime de incéndio, previsto no art. 250, M&O Se Caracteriza om qualquer'situacdo de fogo. £ necessario que o agente crie uma situacio de risco real (perigo concreto) a pessoas ou coisas. Assim, quem acende uma pequena fogueira, ou ateia fogo a um bem em local ermo, nao pratica este delito. 1.2 Dos crimes contra a segurancga dos meios de comunicacao e transporte e outros servicos publicos Perigo de desastre ferroviario Art. 260 - Impedir ou perturbar servico de estrada de ferro: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tracao, obra-de-arte ou instalacao; II - colocando obstaculo na linha; IIL - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veiculos ou interrompendo ou ‘embaracando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Pena - reclusao, de dois a cinco anos, ¢ multa. Desastre ferroviario § 1° - Se do fato resulta desastre: Pena - recluséo, de quatro a doze anos e multa. § 20 - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena - detencdo, de seis meses a dois anos. § 3° - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicacdo ‘em que circulem vefculos de tragdo mecénica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. Atentado contra a seguranga de transporte maritimo, fluvial ou aéreo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 64837 LICTA Fi _— ee a Aula 09-A ~ Prof. ‘Art. 261 - Expor a perigo embarcacao ou aeronave, propria ou alhela, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegagao maritima, fluvial ou aérea: Pena - reclusio, de dois a cinco anos. Sinistro em transporte maritimo, fluvial ou aéreo § 19 - Se do fato resulta naufragio, submersio ou encalhe de embarcacao ou a queda ou destruicao de aeronave: Pena - reclusdo, de quatro a doze anos. Pratica do crime com o fim de lucro § 20 - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter vantagem econémica, para si ou para outrem. Modalidade culposa § 30 - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: Pena - detencdo, de seis meses a dois anos. Atentado contra a seguranca de outro meio de transporte Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte ptiblico, impedir-Ihe ou dificultar-Ihe o funcionamento: Pena - detengo, de um a dois anos. § 1° - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusio, de dois a cinco anos. § 2° - No caso de culpa, se ocorre desastre: Pena - detengo, de trés meses a um ano. Forma qualificada Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta leséo corporal ou morte, aplica-se 0 disposto no art. 258. Arremesso de projéti Art. 264 - Arremessar projétil contra veiculo, em movimento, destinado ao transporte publico Por terra, por agua ou pelo ar: Pena - deteng&o, de um a seis meses. Pardgrafo Unico - Se do fato resulta leséio corporal, a pena é de detengéo, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3°, aumentada de um terco. Atentado contra a seguranca de servico de utilidade ptiblica Art. 265 - Atentar contra a seguranga ou o funcionamento de servigo de gua, luz, forga ou calor, ou qualquer outro de utilidade publica: Pena - reclusao, de um a cinco anos, e multa. Pardgrafo tinico - Aumentar-se-4 a pena de 1/3 (um terco) até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtracdo de material essencial ao funcionamento dos servicos. (Incluido pela Lei n° 5.346, de 3.11.1967) Interrupcao ou perturbacio de servico telegrafico, telefénico, informatico, telematico ou de informago de utilidade publica (Redago dada pela Lei n° 12.737, de 2012) Vig€ncia Art. 266 - Interromper ou perturbar servico telegrafico, radiotelegréfico ou telefénico, impedir ou dificultar-Ihe o restabelecimento: Pena - deteng&o, de um a trés anos, e multa. § 10 Incorre na mesma pena quem interrompe servico telematico ou de informagao de utilidade Publica, ou impede ou dificulta-Ihe o restabelecimento. —_(Incluido pela Lei n° 12.737, de 2012) Vigéncia § 20 Aplicam-se as penas em dobro se o crime & cometido por ocasiéo de calamidade Publica. _(Incluido pela Lei n® 12.737, de 2012) __Vigéncia Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 74237 eoria Aula 09-A - Prof. Brome nota! ‘ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa, ndo se exigindo do agente nenhuma qualidade especial. © sujeito passivo é a coletividade e, subsidiariamente, eventual pessoa lesionada pela conduta do agente. O elemento subjetivo € o DOLO, mas nos crimes dos arts. 260 a 262 ha previsdo de punicio na modalidade CULPOSA, sempre que da conduta culposa ocorrer DANO, nao bastando que haja apenas o perigo! Desta forma, haverd punig&o no caso de: CONDUTA DOLOSA - Em relagao a todos os tipos penais (arts. 260 a 266) CONDUTA CULPOSA - Somente em relagao aos crimes de: * Desastre ferroviario (art. 260, §2° do CP) - Somente se ecorre « Sinistro culposo em transporte maritimo, fluvial ou aéreo (art. 261, §3° do CP) - Somente se (nao ha forma culposa em relac&o a conduta caput do artigo). = Atentado contra a seguranca de outro meio de transporte (art. 262, §2° do CP) - Somente se Os crimes dos arts. 260 a 262 886) €rimeS/de|PERTGO|CONCRETO, de forma que é desnecessério, para sua consumac&o, que o bem juridico protegido seja lesado, bastando que a conduta do agente crie uma situacdo de perigo real de lesdo ao bem juridico. CUIDADO! Na forma culposa (aquelas admitidas, conforme explicando anteriormente) sera sempre necessdrio que ocorra o desastre. Assim, se 0 agente cria a situacao de perigo de forma culposa, duas hipdteses podem ocorrer: «Nao ocorre desastre algum (nao chega a ser lesionado o bem juridico) = no havera punigSo = Ocorre o resultado (desastre) - poderé haver punigéo, desde que se trate de uma das condutas citadas anteriormente (art. 260, §2° do CP, art. 261, §3° do CP e art. 262, §2° do CP). Os crimes dos arts. 264 a 266 s&o considerados , ou seja, se consumam com a mera pratica das condutas descritas, independentemente da ocorréncia de uma situagéo de PERIGO REAL ao bem juridico tutelado. A tentativa é sempre admitida, exceto: + Nas modalidades culposas. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 84237 Aula 09-A - Prof. * No crime do art. 264 (arremesso de projétil)”. O art. 263 prevé a aplicacdo do art. 258 aos crimes do art. 260 a 262, no caso de a conduta do agente provocar lesao grave ou morte em alguém. Ou seja: AGRAVACAO PELO RESULTADO CONDUTA RESULTADO CONSEQUENCIA DOLOSA LESAO GRAVE ACRESCIMO DE METADE DOLOSA MORTE PENA EM DOBRO. CULPOSA LESAO (QUALQUER) | ACRESCIMO DE METADE CULPOSA MORTE PENA DO HOMIC{DIO CULPOSO + 1/3 1.3 Dos crimes contra a satide publica Epidemia Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagacao de germes patogénicos: Pena - reclusdo, de dez a quinze anos. (Redaco dada pela Lei n® 8.072, de 25.7.1990 § 1° - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. § 20 - No caso de culpa, a pena é de detencdo, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. Infragdo de medida sanitaria preventiva Art. 268 - Infringir determinacéo do poder publico, destinada a impedir introducdéo ou propagacao de doenca contagiosa: Pena - detencdo, de um més a um ano, e multa. Pardgrafo tinico - A pena é aumentada de um terco, se o agente é funcionério da satide publica ou exerce a profissdo de médico, farmacéutico, dentista ou enfermeiro. Omissao de notificagao de doenca Art, 269 - Deixar 0 médico de denunciar & autoridade publica doenca cuja notificacdo é ‘compulséria: Pena - detencdo, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Envenenamento de agua potavel ou de substancia alimenticia ou medicinal Art. 270 - Envenenar agua potavel, de uso comum ou particular, ou substancia alimenticia ou medicinal destinada a consumo: Pena - reclusao, de dez a quinze anos. (Redacao dada pela Lei n° 8.072, de 25.7.1990 da maioria da Doutrina (exceto Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 94837 2EITO PENAL ~ POLICTIA FI eoria Aula 09-A - Prof. § 19 - Esta sujeito 4 mesma pena quem entrega a consumo ou tem em ser distribuida, a 2gua ou a substancia envenenada. Modalidade culposa § 20 - Se o crime é culposo: Pena - detencdo, de seis meses a dois anos. Corrupgao ou poluicéo de dgua potavel Art, 271 - Corromper ou poluir agua potavel, de uso comum ou particular, tornando-a imprépria Para consumo ou nociva & satide: Pena - reclusdo, de dois a cinco anos. Modalidade culposa Pardgrafo Unico - Se o crime é culposo: Pena - detencdo, de dois meses a um ano. Falsificago, corrupgéo, adulteracéo ou alteracao de substan: alimenticios (Redacao dada pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998 Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substancia ou produto alimenticio destinado a consumo, tornando-o nociva a satide ou reduzindo-Ihe o valor nutritivo: (Redacéo dada pela. Lei no 9.677, de 2.7.1998. Pena - reclusdo, de 4 (quatro) a 8 (cito) anos, e multa, (Redacdo dada pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) § 10-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expde 4 venda, importa, tem em depésito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substancia ienticia ou 0 produto falsificado, corrompido ou adulterado. (Incluido pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) Estd sujeito as mesmas penas quem pratica as acdes previstas neste artigo em relacdo a bebidas, com ou sem teor alcodlico. (Redacao dada pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) Modalidade culposa § 20 - Se o crime é culposo: (Redacdo dada pela Lei n® 9.677, de 2.7.1998 detenso, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redacéo dada pela Lei n® 9.677, de deposito, para o fim ou produtos adulterac3o ou alterac3o de produto destinado a fins terapéuticos ou medicinais (Redacao dada pele Lei n° 9.677, de 2.7.1998 Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapéuticos ou medicinais: (Redacdo dada pela Lei n° 9.677, de 2,7.1998) Pena - recluséo, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redacdo dada pela Lei n® 9.677, de 1998) § 1° - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expde a venda, tem em depésito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redacao dada pela Lei n® 9.677, de 2.7.1998 § 19-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacéuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnéstico. (Incluido pela Lei n® 9.677, de 2.7.1998) § 10-B - Esta sujeito as penas deste artigo quem pratica as acées previstas no § 19 em relacao a produtos em qualquer das seguintes condi¢des: (Incluido pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) I - sem registro, quando exigivel, no érgao de vigilancia sanitaria competente; (Incluido pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) II - em desacordo com a férmula constante do registro previsto no inciso anterior; (Incluido pela Lei n® 9.677, de 2.7.1998) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 37 eoria , Aula 09-A - Prof. TIT - sem as caracteristicas de identidade € qualidade admit ‘Incluido pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) 1V - com redugo de seu valor terapéutico ou de sua atividade; ((Incluido pela Lei n® 9.677, de 2.7.1998) V - de procedéncia ignorada; (Incluido pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) VI - adquiridos de estabelecimento sem licenca da autoridade sanitaria competente. (Incluido pela Lei n° 9.677, de 2,7,1998) Modalidade culposa § 20 - Seo crime é culposo: Pena - detengao, de 1 (um) a 3 (trés) anos, e multa. (Redacdo dada pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) Emprego de processo proibido ou de substancia nao permitida Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificaclo artificial, matéria corante, substancia aromatica, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra no expressamente permitida pela legislacao sanitaria: Pena - recluséio, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, ¢ multa. (Redacéo dada pela Lei n° 9.677, de 1998) Invélucro ou reci Art. 275 - Inculcar, em invélucro ou recipiente de produtos alimenticios, terapéuticos ou medicinais, a existéncia de substancia que ndo se encontra em seu contetido ou que nele existe ‘em quantidade menor que a mencionada: (Redacso dada pela Lei n® 9.677. de 2.7.1998) das para a sua comercializacao; Pena - reclusdo, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redacio dada pela Lei n® 9.677, de 1998 Produto ou substancia nas condigées dos dois artigos anteriores Art. 276 - Vender, expor & venda, ter em depésito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas condigées dos arts. 274 € 275. Pena - recluséo, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redacso dada pela Lei n® 9.677, de 2.7.1998) Substancia destinada a falsificagao Art, 277 - Vender, expor & venda, ter em depésito ou ceder substéncia destinada a falsificacéo de produtos alimenticios, terapéuticos ou medicinais:(Redacdo dada pela Lei n° 9.677, de 2.7.1998) Pena - reclusdo, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redacso dada pela Lei n® 9,677, de 2.7.1908) Outras substancias nos jas a satide publica Art. 278 - Fabricar, vender, expor & venda, ter em depésito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substdncia nociva & satide, ainda que nao destinada a alimentagéo ‘ou a fim medicinal: Pena - detencdo, de um a trés anos, e multa. Modalidade culposa Pardgrafo Unico - Se o crime é culposo: Pena - detencdo, de dois meses a um ano. Medicamento em desacordo com receita médica Art, 280 - Fornecer substancia medicinal em desacordo com receita médica: Pena - detencdo, de um a trés anos, ou multa. Modalidade culposa Pardgrafo tinico - Se o crime é culposo: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ii de 37 2EITO PENAL ~ POL{CTIA Fi \ eoria F Aula 09-A - Prof. R Pena - detencao, de dois meses a um ano. Exercicio ilegal da medicina, arte dentaria ou farmacéutica Art, 282 - Exercer, ainda que a titulo gratuito, a profisséo de médico, dentista ou farmacéutico, ‘sem autorizacgo legal ou excedendo-Ihe os limites: Pena - detencdo, de seis meses a dois anos. Pardgrafo tinico - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. Charlatanismo, Art, 283 - Inculcar ou anunciar cura por melo secreto ou infalivel: Pena - detengdo, de trés meses a um ano, e multa. Curandeirismo Art, 284 - Exercer 0 curandeirismo: I- prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substncia; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnésticos: Pena - detengdo, de seis meses a dois anos. Pardgrafo Unico - Se o crime é praticado mediante remuneracio, 0 agente fica também sujeito & multa. Forma qualificada Art. 285 - Aplica-se 0 disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capitulo, salvo quanto ao definido no art. 267. Brome not Todos os crimes séo COMUNS, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa, nao se exigindo do agente nenhuma qualidade especial. EXCEGAO: No entanto, o crime do art. 269 (omissao de notificag&o de doenca) é CRIME PROPRIO, sé podendo ser praticado por médico. O sujeito passivo é a coletividade e, subsidiariamente, eventual pessoa lesionada pela conduta do agente. CUIDADO MASTER! 0 crime de Epidemia com resultado MORTE (art. 267, §1° do CP) é considerado hediondo, nos termos do art. 1°, VII-B da Lei 8.072/90. Além deste, o crime do art. 273 (Falsificacéo, corrupcdo, adulteragéo ou alteragdo de produto destinado a fins terapéuticos ou medicinais) também é considerado HEDIONDO, em todas as suas formas DOLOSAS, nos termos do art. 19, VII-B da Lei 3 oreo) Ou seja, tal delito NAO & O elemento subjetivo é 0 DOLO, mas nos crimes dos arts. 267, 270 a 273, 278 e 280 ha previséo de punicéo na modalidade CULPOSA. Desta forma, haveré punicdo na modalidade culposa em relag&o aos seguintes delitos: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 37 Epidemia (art. 267, §2° do CP) - + Envenenamento de agua potavel ou de substéncia alimenticia ou medicinal + Corrupgo ou poluigéo de agua potavel + Falsificag&o, corrupc&io, adulteragao ou alterac&o de substancia ou produtos alimenticios «= Falsificagdo, corrupcao, adulteracgao ou altera a fins terapéuticos ou medicinais ~ NAO E MEDIONDO NA FORMA = Outras substancias nocivas & satide publica = Medicamento em desacordo com receita médica A maioria esmagadora dos crimes previstos neste capitulo é considerada de PERIGO ABSTRATO, ou seja, nao é necessério que se comprove a existéncia de um perigo real e concreto gerado pela conduta do agente, pois este perigo é presumido. No entanto, os crimes do art. 267 (Epidemia) e 280 (fornecimento de medicamento em desacordo com receita médica) séio considerados pela Doutrina majoritaria como sendo de PERIGO CONCRETO, 0 primeiro se consumando no momento em que a epidemia é causada, mediante a propagac&o dos germes, e 0 segundo se consumando no momento em que 0 infrator entrega o medicamento a vitima (momento que gera o perigo concreto).? A tentativa é sempre admitida, exceto nas modalidades culposas. O art. 285 prevé a aplicacéo do art. 258 no caso de a conduta do agente provocar lesdo grave ou morte. No entanto, o prdprio art. 285 ressalva, contudo, que ao art. 267 (Crime de Epidemia) nao se aplica o art. 258, por ja possuir regramento préprio no caso de ocorréncia de algum resultado de dano. Ou seja: DOS CRIMES CONTRA A SAUDE PUBLICA (ARTS. 267 A 285 DO CP) AGRAVAGAO PELO RESULTADO CONDUTA RESULTADO CONSEQUENCIA DOLOSA LESAO GRAVE ACRESCIMO DE METADE DOLOSA MORTE PENA EM DOBRO CULPOSA LESAO (QUALQUER) ACRESCIMO DE METADE 3 CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 70 edigo. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 606 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 37 Aula 09-A - Prof. CULPOSA MORTE "PENA DO HOMIC{DIO CULPOSO + 1/3 EXCEGAO: Nada disso se aplica ao crime de epidemia (art. 267 do CP). Em relacdo ao crime de epidemia se aplica o seguinte regramento: CONDUTA RESULTADO CONSEQUENCIA DOLOSA MORTE PENA EM DOBRO. CULPOSA MORTE PENA DE 02 A 04 ANOS DE DETENGAO 2 DOS CRIMES CONTRA A PAZ PUBLICA Os crimes contra a paz publica so apenas trés. Vejamos: Incitagao ao crime Art, 286 - Incitar, publicamente, a pratica de crime: Pena - detencdo, de trés a seis meses, ou multa. Apologia de crime ou criminoso Art, 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena - detencdo, de trés a seis meses, ou multa. Associacao Criminosa (REDACAO DADA PELA LEI 12.850/13) Art, 288, Associarem-se 3 (trés) ou mais pessoas, para o fim especifico de cometer crimes: Pena - reclusdo, de 1 (um) a 3 (trés) anos. Pardgrafo Unico. A pena aumenta-se até a metade se a associacéo é armada ou se houver a participacao de crianca ou adolescente.” (NR) Em todos os casos temos a coletividade como sujeito passivo. Qualquer pessoa pode praticar os delitos, sendo crimes COMUNS. © elemento subjetivo é apenas o dolo, mas o crime de ASSOCIACAO CRIMINOSA (antigo crime de “quadrilha ou bando”) exige a finalidade especial de agir, consistente na intencdo de praticar crimes, ou seja, néo basta o dolo genérico de reuniao. Nao ha forma culposa. Atentativa NAO E ADMISSIVEL, em regra, salvo nos crimes dos arts. 286 e 287 quando a conduta for praticada por outra forma que nao seja a verbal (por meio de carta, internet, etc.).* A Doutrina e a Jurisprudéncia entendem, ainda, que o delito de ASSOCIACAO CRIMINOSA €é crime permanente e independe da pratica de * CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 618/621 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 37 outros crimes pelos infratores, bastando que eles se reunam com a finalidade de praticar delitos (com intengao de atuar de forma > O § Unico do art. 288 nos traz uma causa especial de aumento de pena, que ser aplicada: * Quando se tratar de associagéo armada; ou * Quando houver participacao de crianga ou adolescente. Nesses casos, a pena ser aumentada até a METADE! CUIDADO! Tal causa de aumento de pena, como vimos, sera aplicada em duas hipsteses: + Quando se tratar de associagéo armada; ou + Quando houver participacéo de erianga ou adolescente. No primeiro caso (associagéo armada), a Lei 12.850/13 (que alterou a redacao do § Unico do art. 288) trouxe uma disposigdo mais benéfica ao acusado, jé que a disposig&o anterior previa que a pena seria aplicada em dobro no caso de se tratar de associac&o armada. Assim, a lei nova é mais benéfica ao acusado, sendo, portanto, aplicdvel retroativamente. No segundo caso (participacao de crianca ou adolescente), contudo, a nova disposigao € prejudicial ao acusado (pois a redag&o anterior nao previa aumento de pena nesta hipotese). Assim, tal disposicdo no sera aplicada aos crimes praticados ANTES da entrada em vigor da Lei 12.850/13. Por fim, a Lei 12.720/12 nos trouxe a figura da “constituigao de milicia ada”, prevista no art. 288-A do CP. Vejamos: Constitui¢ao de milicia privada Uncluide dada pela Lei n° 12.720, de 2012) Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organizacao paramilitar, milicia particular, grupo ou esquadrao com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Cédigo: (Incluido dada pela Lei n® 12,720, de 2012) Pena - reclusao, de 4 (quatro) 2 8 (oito) anos. —_(Incluido dada pela Lei n® 12.720, de 2012, Trata-se de figura semelhante ao tipo penal do art. 288 do CP, mas que com ele no se confunde. ° Caso tenhamos uma reunlio de quatro ou mais pessoas, organizadas de forma hlerérquica e com diviséo de tarefas, poderemos estar diante de uma ORGANIZAGAO CRIMINOSA, caso preenchidos os demais requisitos, nos termos da Le! 12.850/1: Art. 19 (...) § 10 Considera-se organizacao criminosa a associacao de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturaimente ordenada e caracterizada pela diviséo de tarefas, ainda que informaimente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prética de infracées penais: cujas penas maximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caréter transnacional. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 37 Aula 09-A - Prof. R ‘Aqui nés temos uma infinidade de condutas possiveis (constituir, financiar, integrar, etc.). Além disso, a Lei néo prevé um numero minimo de integrantes. Contudo, como o texto da Lei nada diz a respeito da quantidade minima de integrantes, duas correntes surgiram: = &necesséria a reunido de pelo menos 03 pessoas, pois isso é 0 exigido para a associacg&o criminosa * Enecess4ria a reuniéo de pelo menos 04 pessoas, jd que esta é a atual exigéncia para a configuracéo de Organizacao Criminosa, nos termos da Lei 12.850/13. E a que prevalece’. Vejam, ainda, que a pena é bem mais severa (Varia de 04 a 08 anos de recluso). 3_JURISPRUDENCIA CORRELATA ‘% STJ - HC 216.996/BA - O STJ confirmou entendimento no sentido de que, para a caracterizacdo do delito de associac&o criminosa, é necessdrio o elemento subjetivo do tipo, consistente na intengéo de integrar uma associagao criminosa com carater ESTAVEL E PERMANENTE (requisitos da estabilidade e permanéncia), caso contrario teriamos mero concurso de pessoas: (...) 2. Para a caracterizagio do crime descrito no artigo 288 do Cédigo Penal, é necessario, entre outros, o elemento subjetivo do tipo, consistente no nimo de associacao de carater estavel e permanente. Do contrario, seria um mero concurso de agentes para a pratica de crimes. 3. Reconhecido que a unio do paciente com os demais corréus foi estavel e permanente para o fim de cometer crimes, nao h4 como absolvé-lo do delito no artigo. 288 do Cédigo Penal. (HC 216.996/BA, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 18/09/2014, DJe 02/10/2014) % STJ - Resp 1.497.490 - O STJ entendeu que é possivel o concurso de crimes entre o delito de milicia privada (art. 288-A do CP) e os crimes do Estatuto do Desarmamento. Assim, nao teria havido “novatio legis in mellius” pela auséncia de previséio, no novo tipo penal, de causa de aumento de pena por se tratar de milicia armada: (...) N8o hd que se falar em novatio legis in melius por conta da superveniéncia da Lei 12.720/2012, que introduziu o art, 288-A ao Cédigo Penal e tipificou o crime de milicia privada. No novo tipo penal, o legislador deixou de prever a aplicacao da pena em dobro na hipétese de milicia armada, contudo, nao descartou 0 concurso formal entre o crime do art. 288-A e os delitos previstos no Estatuto do Desarmamento. E, considerando os inumeros episédios em que a quadrilha se impés ® Nesse sentido, Cezar Roberto Bitencourt, Rogério Sanches @ Rogério Greco. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit, p. 628; GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume IV. Ed. Impetus. Nitersi-RJ, 2015, p. 238/239. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 37 Aula 09-A - Prof. 4 comunidade mediante a utilizacao ostensiva de fogo, induvidosa a perspectiva de aplicacéo da fracao maxima do art. 70 do CP, conduzindo a pena a patamares idénticos aqueles do art. 288, p. nico c/c art. 8 da Lei 8.072/90. (ST)_- RECURSO ESPECIAL N° 1.497.490 - RJ (2014/0312370-8) - Pub. Em 21.09.2015) CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PUBLICA CRIMES DE PERIGO COMUM Sujeitos - T6d65/65!Erimes 540 COMUNS, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa. O sujeito passivo é a coletividade e, subsidiariamente, eventual pessoa lesionada pela conduta do agente. Elemento subjetivo - Dolo. H4 previsio de punicio na forma culposa, exceto nos crimes (dos arts. 255, 257 e 259): * Perigo de inundac&o + Subtraco, ocultaco ou inutilizagao de material de salvamento + Difuséo de doenca ou praga (tacitamente revogado pela Lei de Crimes Ambientais) ATENGAO! Todos os crimes s4o crimes de PERIGO. Alguns s&o crimes de perigo concreto e outros sio crimes de perigo abstrato: CRIMES DE PERIGO (TODOS) PERIGO Basta que o © Fabrico, fornecimento, _aquisigo ABSTRATO agente pratique posse ou transporte de explosivos ou a conduta que se gas téxico, ou asfixiante (art. 253 do PRESUME ° cP) perigo. * Subtracéio, ocultacéo ou inutilizago de material de salvamento (art. 257 do CP) PERIGO Enecessdrio quea +» Todososdemais CONCRETO REAL de perigo. Deve ficar provado que 0 bem juridico efetivamente esteve sob risco de dano. Qualificacao pelo resultado Conduta dolosa + lesdio grave = Acréscimo de metade Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 37 Aula 09-A- Prof. Conduta dolosa + morte = Pena em dobro Conduta culposa + lesdo (qualquer) = Acréscimo de metade Conduta culposa + morte = Pena do homicidio culposo (acrescida de 1/3) DOS CRIMES CONTRA A SEGURANCA DOS MEIOS DE COMUNICACAO E TRANSPORTE E OUTROS SERVICOS PUBLICOS Sujeitos - Todos 65 crimes Sao COMUNS, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa. O sujeito passivo é a coletividade e, subsidiariamente, eventual pessoa lesionada pela conduta do agente. Elemento subjetivo - Dolo. H4 previsdo de punicdo na forma culposa para os crimes dos arts, 260 a 262, desde que ocorra dano. Assim, sao puniveis na forma culposa os seguintes crimes: = Desastre ferroviario (art. 260, §2° do CP) - Somente se ecorre oO desastre . tro culposo em transporte maritimo, fluvial ou aéreo (art. 261, §3° do CP). Somente se corre © Sinist/l(ndo hé forma culposa em relago & conduta caput do artigo). = Atentado contra a seguranca de outro meio de transporte (art. 262, 2° do CP) ~ Soment se @eorrew desaatre, Crimes de perigo « Os crimes dos arts. 260 a 262 sdo crimes de PERIGO CONCRETO. = Os crimes dos arts. 264 a 266 sdo considerados crimes de PERIGO ABSTRATO. Qualificacdo pelo resultado (apenas em relagdo aos crimes do art. 260 a 262 - crimes de perigo concreto) Conduta dolosa + leséio grave = Acréscimo de metade Conduta dolosa + morte = Pena em dobro Conduta culposa + leséio (qualquer) = Acréscimo de metade Conduta culposa + morte = Pena do homicidio culposo (acrescida de 1/3) DOS CRIMES CONTRA A SAUDE PUBLICA Sujeitos - Todos os crimes séo COMUNS. EXCECAO: O crime do art. 269 (omiss&o de notificagéo de doenga) € CRIME PROPRIO, sé podendo ser praticado por médico. O sujeito passivo é a coletividade e, subsidiariamente, eventual pessoa lesionada pela conduta do agente. OBS: © crime de Epidemia com resultado MORTE (art. 267, §1° do CP) é considerado hediondo, nos termos do art. 1°, VII-B da Lei 8.072/90. No & Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 37 Aula 09-A - Prof. Alem deste, o crime do art. 273 (Falsificacao, corrup¢ao, adulteragao ou alteragéo de produto destinado a fins terapéuticos ou medicinais) também é considerado HEDIONDO, em todas as suas formas DOLOSAS, nos termos do art. 1°, VII-B da Lei veulpoes |. Ou seja, tal delito Elemento subjetivo - DOLO. Haverd punicdo na modalidade culposa em relagao aos seguintes delitos: * Epidemia (art. 267, §2° do CP) - NAO|E|HEDIONDO|NA|FORMA + Envenenamento de agua potavel ou de substancia alimenticia ou medicinal + Corrupgio ou poluigéo de agua potavel * Falsificago, corrupc&o, adulteracéio ou alteragdo de substéncia ou produtos alimenticios + Falsificag&o, corrupcéio, adulteragSo ou alteracéio de produto destinado a fins terapéuticos ou medicinais ~ NAO E HEDIONDO NA FORMA = Outras substancias nocivas 4 satide publica * Medicamento em desacordo com receita médica Crimes de perigo Todos sao crimes de perigo abstrato, EXCETO os crimes do art. 267 (Epidemia) e 280 (fornecimento de medicamento em desacordo com receita médica, que so considerados como crimes de PERIGO CONCRETO. Qualificagao pelo resultado O art. 285 prevé a aplicacao do art. 258 no caso de a conduta do agente provocar lesdo grave ou morte (nao se aplica ao crime de epidemia). Desta forma: Conduta dolosa + leséio grave = Acréscimo de metade Conduta dolosa + morte = Pena em dobro Conduta culposa + les&o (qualquer) = Acréscimo de metade Conduta culposa + morte = Pena do homicidio culposo (acrescida de 1/3) EXCECAO: Nada disso se aplica ao crime de epidemia (art. 267 do CP). Em relacdo ao crime de epidemia se aplica o seguinte regramento: CONDUTA RESULTADO CONSEQUENCIA DOLOSA MORTE PENA EM DOBRO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 37 Aula 09-A - Prof. CULPOSA MORTE PENA DE 02 A 04 ANOS DE DETENCGAO DOS CRIMES CONTRA A PAZ PUBLICA Sujeitos - Em todos os casos temos a coletividade como sujeito passivo. Qualquer pessoa pode praticar os delito, sendo crimes COMUNS. Elemento subjetivo - DOLO. O crime de ASSOCIACAO CRIMINOSA (antigo crime de “quadrilha ou bando”) exige a finalidade especial de agir, consistente na intencao de praticar crimes, ou seja, nao basta o dolo genérico de reunido. Nao ha forma culposa. Associaco criminosa Tépicos importantes * Crime permanente « Independe da pratica de outros crimes pelos infratores, bastando que eles se retinam com a finalidade de praticar delitos (com intengo de atuar de forma * Causa de aumento de pena ( 1) = (a) quando se tratar de associagéo armada; ou (b) quando houver participagéo de crianga ou adolescente. Constituigdo de milicia privada Condutas - Diversas condutas possiveis (constituir, financiar, integrar, etc.). Numero de integrantes - A Lei nao prevé um numero minimo de integrantes. Prevalece que é necessaria a reunido de pelo menos 04 pessoas, ja que esta 6a atual exigéncia para a configuragéo de Organizacéio Criminosa, nos termos da Lei 12.850/13. Bons estudos! Prof. Renan Araujo ESS OE Yar & ps icar! 01. (FCC - 2015 - TJ-PI - JUIZ SUBSTITUTO) Segundo a nova redag&o do art. 288 do Cédigo Penal, conferida pela Lei n° 12.850/13, o crime de associagaio criminosa a) deve ter a pena aumentada até o dobro, se houver a participacéio de crianga ou adolescente. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 37 b) consiste na associacéo de mais de trés pessoas para o fim especifico de cometer crimes. c) deve ter a pena aumentada até a metade, se houver a participagdo de crianca ou adolescente, nao retroagindo tal disposicao. d) conduz a aplicagéio da pena em dobro, se a associacéo é armada. e) deve ter a pena aumentada até a metade, se a associacéo é armada, néo retroagindo tal disposicao. 02. (VUNESP - 2015 - CRO-SP - ADVOGADO JUNIOR) Figure que em consultério odontolégico exista uma pequena copa, onde os dentistas e demais profissionais que ali trabalham realizam suas refeicées. Imagine, ainda, que por imprudéncia na manutengdo do fogéo e respectivas mangueiras ocorra um vazamento de gés, seguido de uma exploséio. Dela decorrem danos materiais de razoavel monta, mas néo se registra nenhum dano a incolumidade fisica. Independentemente de quem seja (eventual) responsavel, & correto afirmar que a) no houve ilicito algum. b) apenas poderé haver responsabilizac&o civil, uma vez que o fato é penalmente atipico. c) houve crime de explosao dolosa. d) houve crime de explosao culposa. e) houve crime de uso de gas téxico ou asfixiante. 03. (CESPE - 2015 - TJ-PB - JUIZ SUBSTITUTO) Constitui causa de aumento de pena o fato de o crime de incéndio ser praticado a) mediante utilizagdo de explosivos. b) em situagao de violéncia doméstica ou familiar contra a mulher c) em estaleiro, Fabrica ou oficina. d) em canteiro de obras em érea de grande densidade demogrdfica e populacional. e) por motivo futil ou torpe. 04. (FCC - 2015 - TJ-SC - JUIZ) Sobre os crimes de perigo comum previstos no Cédigo Penal, é correto afirmar: a) Todos os crimes de perigo comum admitem forma qualificada pelo resultado. b) O crime de incéndio, por ser de perigo comum, pode se consumar com a Provocagéo do mero perigo de incéndio, independentemente de expor diretamente a risco 4 vida ou a integridade fisica ou patrim6nio de outrem. c) Os crimes de perigo comum néo admitem forma tentada. d) Os crimes de perigo comum no admitem forma culposa. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 37 is Aula 09-A - Prof. e) Os crimes de perigo comum exigem elemento subjetivo especifico. 05. (FUNCAB - 2013 - PC/ES - ESCRIVAO) Laurindo, comerciante do ramo de joalheria, cansado de sofrer roubos em suas lojas, passou a financiar um esquadrao formado por ex-policiais, com a finalidade de que o referido grupo executasse os ladrdes. O esquadrao ja havia planejado a morte de dois ladrées, quando foi descoberto pela policia. Assim, Laurindo e 0 esquadrdo: a) devem responder pelos delitos de bando ou quadrilha (artigo 288 do CP) e por duas tentativas de homicidio. b) devem responder unicamente pelo crime de constituigdo de milicia privada (artigo 288-A do CP). c) devem responder unicamente pelo crime de bando ou quadrilha (artigo 288 do cP) d) devem responder pelos delitos de constituigéo de milicia privada (artigo 288- A do CP) e por duas tentativas de homicidio. e) devem responder somente por duas tentativas de homicidio. 06. (INSTITUTO CIDADES - 2010 - DPE-GO - DEFENSOR PUBLICO) Quatro individuos retinem-se, de forma estavel e permanente, com o fim de cometer crimes de estelionato. Todavia, tendo cometido um Unico estelionato, o grupo é desmantelado em virtude de uma denuncia anénima. Nesses termos, todos os quatro devem responder penalmente por a) estelionato, apenas. b) quadrilha ou bando e estelionato, em concurso formal préprio. c) quadrilha ou bando e estelionato, em concurso formal impréprio. d) quadrilha ou bando e estelionato, em concurso material. €) quadrilha ou bando, apenas. 07. (VUNESP - 2012 - TJ-RJ - JUIZ DE DIREITO) O crime de infrag&o de medida sanitéria preventiva tem pena aumentada de um tergo se o agente I. € funcionério da satide publica; IL. praticou 0 ato com intengao de lucro; III. exerce profissdo de médico, farmacéutico, dentista ou enfermeiro. Completa adequadamente a proposic&io o que se afirma apenas em a) I. b) I. c) IIL. d) Tell. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 37 08. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGENCIA) Leticia, mediante arremesso de dinamite, expés a perigo a vida e a integridade fisica de passageiros de uma aeronave. Nessa situagao, Leticia deve responder por crime de explosdo, que admite a modalidade culposa. 09. (CESPE — 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGENCIA) Flavia arremessou projétil em énibus destinado ao transporte publico, enquanto © 6nibus estava em movimento e com passageiros em seu interior. Nessa situag&o, a conduta de Flavia somente seré considerada crime se tiver resultado em les&o corporal ou morte; caso contrario, sera considerada apenas ilicito civil. 10. (FCC - 2010 - TRT8 - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Mario, revoltado com os sucessivos defeitos de seu velho carro, levou-o até um lugar ermo e desabitado e ateou fogo no veiculo, destruindo-o. Mario a) cometeu o crime de incéndio culposo. b) cometeu o crime de incéndio, em seu tipo fundamental. c) cometeu 0 crime de incéndio, em seu tipo qualificado. d) n&o cometeu crime de incéndio, porque era o proprietario da coisa incendiada. e) nao cometeu crime de incéndio, porque tratando-se de local ermo e desabitado, 0 fato ndo ocasionou perigo comum e concreto. 11. (PC-RJ - 2008 - PC-RJ - INSPETOR) Relativamente ao tipo objetivo, pode-se afirmar que o crime de incéndio (“art. 250: Causar incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem”) é considerado: a) de perigo abstrato. b) de perigo concreto. c) de perigo presumido. d) de alto risco. e) de baixo risco. 12. (FGV - 2014 - PREF. FLORIANOPOLIS-SC - FISCAL DE SERVICOS) Inserto no Titulo VIII, do Cédigo Penal “Dos crimes contra a incolumidade publica”, exemplo de “crime de perigo comum”, previsto no Capitulo I do mesmo cédigo: a) expor alguém, por meio de relagdes sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contagio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que estd contaminado; Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 37 b) obter, para si ou para outrem, vantagem ilicita, em prejuizo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artificio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento; ) falsificar, no todo ou em parte, documento puiblico, ou alterar documento public verdadeiro; d) praticar ato obsceno em lugar puiblico, ou aberto ou exposto ao publico; e) fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licenca da autoridade, substancia ou engenho explosivo, gés téxico ou asfixiante, ou material destinado & sua fabricacao. 13. (FGV - 2014 - OAB - XIV EXAME DE ORDEM) José, mestre de obras, foi contratado para realizar a reforma de um escritério no centro da cidade de Niterdi. Durante a reforma, José, sem analisar a planta do edificio, derruba uma parede do escritério, com o intuito de unir duas salas contiguas. Dois dias apés a derrubada da parede, o prédio desaba, e, no desabamento, morre uma pessoa que estava no local na hora da queda. A pericia consegue apurar que a queda foi provocada pela obra realizada por José, que nao poderia derrubar a parede, pois esta seria estrutural no edificio. Diante dos fatos narrados, assinale a opcéio que indica a responsabilidade penal de José. a) Desabamento doloso em concurso formal com o crime de homicidio doloso. b) Desabamento doloso em concurso material com o crime de homicidio culposo. c) Desabamento culposo, circunstanciado pela causa de aumento de pena em raz&io da morte culposa da vitima. d) Desabamento culposo, circunstanciado pela causa de aumento de pena em razéio da morte dolosa da vitima. 14. (FEPESE - 2014 - MPE-SC ~ PROMOTOR DE JUSTICA) Constitui causa de aumento da pena do crime de inc&ndio, previsto no Cédigo Penal Brasileiro, agdo de colocar fogo em balsa que transporta veiculos na travessia de um rio que liga dois municipios do mesmo Estado. 15. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - PROCURADOR) O crime de perigo de inundacao (CP, art. 255) apenas esta caracterizado se a) o agente age dolosamente. b) a inundagéo efetivamente ocorre. c) a remogo de obstaculo se dé em obra publica. d) 0 autor do fato tinha o dever de evitar o resultado. e) ocorre dano efetivo a vida, integridade fisica ou patri-ménio de outrem. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 37 16. (VUNESP - 2014 - CAMARA MUNICIPAL DE SAO JOSE DOS CAMPOS. - ADVOGADO) O crime de incéndio, do caput do art. 250 do CP, tem expressa previsio de aumento de pena de um tergo se 0 incéndio a) ocorre durante o repouso noturno. b) causa interrupcao dos servicos piblicos de agua, luz, gas ou telefonia. c) € praticado por vinganga ou com o fim de receber indenizagao securitéria. d) resulta em comogéo social, como grande numero de feridos ou desalojados. e) é em edificio publico ou destinado a uso publico ou a obra de assisténcia social ou de cultura. 17. (CESPE - 2014 ~ PM-CE - OFICIAL) Julgue os itens a seguir, acerca dos crimes contra a incolumidade publica. Em se tratando de crimes de incéndio e explosdo, admite-se o concurso de crimes, afastando-se a aplicagao do principio da consungao. 18. (CESPE - 2014 - PGE-BA - PROCURADOR) A associagao, de trés ou mais pessoas, para o fim especifico de cometer crimes, configura quadrilha ou bando, devendo a pena imposta ao condenado com base nesse tipo penal ser aumentada até a metade quando tomarem parte da associagao crianca, adolescente, idoso ou pessoas com deficiéncia. 19. (CESPE - 2014 - TCE-PB - PROCURADOR - ADAPTADA) Causar incéndio, expondo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem sé € punivel na modalidade dolosa. 20. (CESPE - 2014 - TCE-PB - PROCURADOR - ADAPTADA) A pratica de constituir, organizar ou manter milicia particular sujeita o agente a pena de reclus&o de trés a oito anos e multa. 6 EXERCICIOS COMENTADOS 01. (FCC - 2015 - TJ-PI - JUIZ SUBSTITUTO) Segundo a nova redacao do art. 288 do Cédigo Penal, conferida pela Lei n° 12.850/13, o crime de associacao criminosa a) deve ter a pena aumentada até o dobro, se houver a pai crianga ou adolescente. pacdo de Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 37 Aula 09-A - Prof. b) consiste na associagao de mais de trés pessoas para o fim especifico de cometer crimes. c) deve ter a pena aumentada até a metade, se houver a parti crianga ou adolescente, nao retroagindo tal disposi¢ao. d) conduz a aplicacao da pena em dobro, se a associacio é armada. e) deve ter a pena aumentada até a metade, se a associacao é armada, n&o retroagindo tal disposigao. COMENTARIOS: a) ERRADA: Neste caso a pena é aumentada até a metade, nos termos do art. 288, § tinico do CP. b) ERRADA: O crime de associac&o criminosa exige a reuniéo de 03 OU MAIS pessoas (minimo de 03) e nao de “mais de 03” pessoas. c) CORRETA: Nos termos do § Unico do art. 288 do CP, no caso de haver participag&o de crianca ou adolescente a pena deveré ser aumentada até a metade. Tal disposicéo, contudo, néo pode retroagir para alcancar fatos praticados antes da entrada em vigir da Lei 12.850/13, eis que se trata de lei nova prejudicial ao acusado. d) ERRADA: Neste caso a pena também é aumentada até a metade, nos termos do art. 288, § Unico do CP. e) ERRADA: Neste caso a pena é aumentada até a metade, nos termos do art. 288, § Unico do CP. O erro, contudo, reside no fato de a questo afirmar que tal causa de aumento de pena nao serd aplicada de forma retroativa. Isto porque tal disposig&o configura lei nova mais benéfica, ja que a disposig&o anterior previa que a pena seria aplicada em dobro no caso de se tratar de associacSo armada. Assim, a lei nova é mais benéfica ao acusado, sendo, portanto, aplicavel retroativamente. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. jpacdo de 02. (VUNESP - 2015 - CRO-SP - ADVOGADO JUNIOR) Figure que em consultério odontolégico exista uma pequena copa, onde os dentistas e demais profissionais que ali trabalham realizam suas refeigdes. Imagine, ainda, que por imprudéncia na manutengao do fogao € respectivas mangueiras ocorra um vazamento de gas, seguido de uma explosdo. Dela decorrem danos materiais de razoavel monta, mas nao se registra nenhum dano 4 incolumidade fisica. Independentemente de quem seja (eventual) responsavel, é correto afirmar que a) n&o houve ilicito algum. b) apenas podera haver responsabilizacdo ci penalmente atipico. ¢) houve crime de explosdo dolosa. d) houve crime de explosdo culposa. e) houve crime de uso de gas t6xico ou asfixiante. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 37 I, uma vez que o fato é COMENTARIOS: Neste caso, houve crime de explosao culposa, nos termos do art. 251, §3° do CP: Explosio Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem, mediante explosdo, arremesso ou simples colocacdo de engenho de dinamite ou de substncia de efeitos andlogos: Pena - reclusdo, de trés a seis anos, e multa. (a) Modalidade culposa § 3° - No caso de culpa, se a explosao é de dinamite ou substancia de efeitos andlogos, a pena é de detencdo, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, é de detencao, de 3 (trés) meses a 1 (um) ano. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 03. (CESPE - 2015 - TJ-PB - JUIZ SUBSTITUTO) Constitui causa de aumento de pena o fato de o crime de incéndio ser praticado a) mediante utilizacaéo de explosivos. b) em situacao de violéncia doméstica ou familiar contra a mulher c) em estaleiro, fabrica ou oficina. d) em canteiro de obras em 4rea de grande densidade demografica e populacional. ) por motivo fatil ou torpe. COMENTARIOS: Constitui causa de aumento de pena no crime de incéndio o fato de ser praticado em estaleiro, fabrica ou oficina, nos termos do art. 250, §19, II, “e” do CP: incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou o Pena - reclusao, de trés a seis anos, e multa. Aumento de pena § 19 - As penas aumentam-se de um terco: Gad II - se 0 incéndio é: (a) e) em estaleiro, fabrica ou oficina; Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 04, (FCC - 2015 - TJ-SC - JUIZ) Sobre os crimes de perigo comum previstos no Cédigo Penal, é correto afirmar: a) Todos os crimes de perigo comum admitem forma qualificada pelo resultado. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 37 Aula 09-A~ Prof. b) O crime de incéndio, por ser de perigo comum, pode se consumar com a provocacao do mero perigo de incéndio, independentemente de expor diretamente a risco a vida ou a integridade fisica ou patriménio de outrem. c) Os crimes de perigo comum nao admitem forma tentada. d) Os crimes de perigo comum nao admitem forma culposa. e) Os crimes de perigo comum exigem elemento subjetivo especifico. COMENTARIOS: a) CORRETA: Item correto, pois ha expressa previsaio nesse sentido, conforme consta no art. 258 do CP. b) ERRADA: Item errado, pois 0 crime de incéndio é considerado crime de perigo CONCRETO, exigindo-se que da conduta do agente resulte efetivo perigo a vida, & integridade fisica ou ao patriménio de terceiros. c) ERRADA: Item errado, pois a forma tentada é admitida, exceto nas modalidades culposas. d) ERRADA: Item errado, pois ha previsdo de forma culposa nos crimes dos arts. 260, §2°, 261, §3° e 262, §2°, todos do CP. Na forma culposa, porém, é necessdrio que o desastre efetivamente ocorra (ndo basta mera situacdo de perigo). e) ERRADA: Item errado, pois tais delitos nado exigem elemento subjetivo especifico (dolo especifico ou especial fim de agir), bastando o mero dolo genérico. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E£ A LETRA A. 05. (FUNCAB - 2013 - PC/ES - ESCRIVAO) Laurindo, comerciante do ramo de joalheria, cansado de sofrer roubos em suas lojas, passou a financiar um esquadrao formado por ex-policiais, com a finalidade de que o referido grupo executasse os ladrées. O esquadréo ja havia planejado a morte de dois ladrées, quando foi descoberto pela policia. Assim, Laurindo e o esquadrao: a) devem responder pelos delitos de bando ou quadrilha (artigo 288 do CP) e por duas tentativas de homicidio. b) devem responder unicamente pelo crime de constit privada (artigo 288-A do CP). c) devem responder unicamente pelo crime de bando ou quadrilha (artigo 288 do CP). d) devem responder pelos delitos de constituicéo de milicia privada (artigo 288-A do CP) e por duas tentativas de homit e) devem responder somente por duas tentativas de homicidio. COMENTARIOS: Neste caso, o agente deverdé responder pelo delito de constituig&o de milicia privada, previsto no art. 288-A do CP. Vejamos: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 37 Constituicso de milicia privada (Incluido dada pela Lei n° 12.720, de 2012) Art, 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organizacao paramilitar, milicia particular, grupo ou esquadrao com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Codigo: _—_(Incluido dada pela Lei n° 12.720, de 2012) Pena - reclusio, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluido dada pela Lei n° 12.720, de 2012) Nao ha que se falar em punigao por tentativa de homicidio, pois a execugao destes delitos no chegou a ser iniciada, ficando apenas no planejamento. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 06. (INSTITUTO CIDADES - 2010 - DPE-GO - DEFENSOR PUBLICO) Quatro individuos retnem-se, de forma estAvel e permanente, com o fim de cometer crimes de estelionato. Todavia, tendo cometido um Gnico estelionato, 0 grupo é desmantelado em virtude de uma dentncia anénima. Nesses termos, todos os quatro devem responder penalmente por a) estelionato, apenas. b) quadritha ou bando e estelionato, em concurso formal préprio. c) quadrilha ou bando e estelionato, em concurso formal impréprio. d) quadritha ou bando e estelionato, em concurso material. e) quadrilha ou bando, apenas. COMENTARIOS: Cuidado! Como a questo foi aplicada antes de 2013, a conduta praticada é a de formacSo de quadrilha ou bando (além do estelionato, em concurso material). Atualmente, o nome do delito foi alterado para “associag30 criminosa”. Vejamos: Associagao Criminosa Art, 288, Associarem-se 3 (trés) ou mais pessoas, para o fim especifico de cometer crimes: (Redag&o dada pela Lei n° 12.850, de 2013) (Vigéncia) Pena - recluso, de 1 (um) a 3 (trés) anos. (Redacdo dada pela Lei n° 12.850, de 2013) (Vigéncia) Paragrafo \inico. A pena aumenta-se até a metade se a associacao é armada ou se houver a participagao de crianga ou adolescente. (Reda¢ao dada pela Lei n° 12.850, de 2013) (Vigéncia) Mas nao foi sé o nome que mudou. Anteriormente se exigia mais de 03 pessoas para a formago da quadrilha. Atualmente, exige-se um minimo de 03 pessoas para a formacao da associagao criminosa. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 07. (VUNESP - 2012 - TJ-RJ - JUIZ DE DIREITO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 37 O crime de infracao de medida sanitaria preventiva tem pena aumentada de um tergo se 0 agente I. € funcionario da satide publica; II. praticou 0 ato com intengao de lucro; III. exerce profissao de médico, farmacéutico, dentista ou enfermeiro. Completa adequadamente a proposicao o que se afirma apenas em a)I. b) IL. c) III. d) Terr. COMENTARIOS: Tal delito esta previsto no art. 268 do CP: Infracéo de medida sanitéria preventiva Art. 268 - Infringir determinacao do poder publico, destinada a impedir introducao ou propagacao de doenca contagiosa: Pena - detencdo, de um més a um ano, e multa. Parégrafo Unico - A pena é aumentada de um terco, se 0 agente é funcionério da satide publica ou exerce a profissao de médico, farmacéutico, dentista ou enfermeiro. Assim, podemos ver que haverd incidéncia da causa de aumento de pena caso 0 agente: + Seja funcionério da satide publica; + Exerca profisstio de médico, farmac&utico, dentista ou enfermeiro. Desta forma, as assertivas corretas sao as de n° Te III. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 08. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGENCIA) Leticia, mediante arremesso de dinamite, expés a perigo a vida e a integridade fisica de passageiros de uma aeronave. Nessa situacao, Leticia deve responder por crime de explosdo, que admite a modalidade culposa. COMENTARIOS: 0 item esta correto, pois a conduta de Leticia configura 0 delito de explosao. Vejamos: Explosio Art, 251 - Expor a perigo a vide, a integridade fisica ou o patriménio de outrem, mediante explosdo, arremesso ou simples colocacao de engenho de dinamite ou de substancia de efeitos anélogos: Pena - recluso, de trés a seis anos, e multa. § 19 - Se a substéncia utilizada nao é dinamite ou explosivo de efeitos andlogos: Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. Lembrando que a conduta de meramente “arremessar” é uma das condutas puniveis, que somente consumaré o delito com a efetiva exposic&o a perigo, ja que se trata de crime de perigo concreto. Tal delito, ainda, é punivel também na modalidade culposa: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 37 Aula 09-A - Prof. § 3 - No caso de culpa, se a explosao é de dinamite ou substancia de efeitos analogos, 2 pena é de detencao, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, é de detencéo, de 3 (trés) meses a 1 (um) ano. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 09. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGENCIA) Flavia arremessou projétil em 6nibus destinado ao transporte publico, enquanto o 6nibus estava em movimento e com passageiros em seu interior. Nessa situagdo, a conduta de Flavia somente sera considerada crime se tiver resultado em lesdo corporal ou morte; caso contrario, sera considerada apenas ilicito civil. COMENTARIOS: 0 item estd errado, pois a conduta do agente, aqui, jé consumou o delito de arremesso de projétil, previsto no art. 264 do CP: Arremesso de proj Art, 264 - Arremessar projétil contra veiculo, em movimento, destinado ao transporte publico por terra, por agua ou pelo ar: Pena - detencdo, de um a seis meses. Paragrafo Unico - Se do fato resulta leséo corporal, a pena é de detencao, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3°, aumentada de um terco. Trata-se de crime de perigo abstrato, n&o sendo exigivel a efetiva criagdo do perigo real. Além disso, a ocorréncia de lesdo corporal ou morte apenas qualifica © delito, mas é irrelevante para sua consumagao na forma simples. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 10. (FCC - 2010 - TRT8 - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Mario, revoltado com os sucessivos defeitos de seu velho carro, levou-o até um lugar ermo e desabitado e ateou fogo no veiculo, destruindo-o, Mario a) cometeu o crime de incéndio culposo. b) cometeu o crime de incéndio, em seu tipo fundamental. c) cometeu o crime de incéndio, em seu tipo qualificado. d) n&o cometeu crime de incéndio, porque era o proprietario da coisa incendiada. ) nao cometeu crime de incéndio, porque tratando-se de local ermo e desabitado, o fato nado ocasionou perigo comum e concreto. COMENTARIOS: 0 delito de “incéndio” é crime de perigo concreto, ou seja, exige que ocorra a situag’o de perigo real ao bem juridico tutelado, de forma que o crime néo se verifica se 0 agente cria 0 incéndio em local ermo, sem expor o bem juridico a qualquer situac3o de perigo. Vejamos: Incéndio Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Bide 37 Aula 09-A~ Prof. Art. 250 - Causar incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou 0 patriménio de outrem: Pena - reclusdo, de trés a seis anos, e multa. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 11. (PC-RJ - 2008 - PC-RJ - INSPETOR) Relativamente ao tipo objetivo, pode-se afirmar que o crime de incéndio (“art. 250: Causar incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica Snio de outrem”) é considerado: a) de perigo abstrato. b) de perigo concreto. c) de perigo presumido. d) de alto risco, e) de baixo risco. COMENTARIOS: 0 delito de “incéndio” é crime de perigo concreto, ou seja, exige que ocorra a situag3o de perigo real ao bem juridico tutelado, de forma que o crime no se verifica se o agente cria o incéndio sem expor o bem juridico a qualquer situag3o de perigo. Vejamos: Incéndio Art. 250 - Causar incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou 0 patriménio de outrem: Pena - reclusao, de trés a seis anos, e multa. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 12. (FGV - 2014 - PREF. FLORIANOPOLIS-SC - FISCAL DE SERVICOS) Inserto no Titulo VIII, do Cédigo Penal “Dos crimes contra a incolumidade publica”, é exemplo de “crime de perigo comum”, previsto no Capitulo I do mesmo cédigs a) expor alguém, por meio de relagdes sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contdgio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que esta contaminado; b) obter, para si ou para outrem, vantagem ilicita, em prejuizo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artificio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento; ¢) falsificar, no todo ou em parte, documento publico, ou alterar documento publico verdadeiro; d) praticar ato obsceno em lugar pUblico, ou aberto ou exposto ao publico; e) fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licenga da autoridade, substancia ou engenho explosivo, gas téxico ou asfixiante, ou material destinado 4 sua fabricacdo. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32. de 37 Aula 09-A~ Prof. COMENTARIOS: Das condutas apresentadas apenas a que consta na alternativa E representa um crime de perigo comum, o delito de “Fabrico, fornecimento, aquisigao posse ou transporte de explosivos ou gas toxico, ou asfixiante”, que configura 0 delito do art. 253 do CP: Fabrico, fornecimento, aquisicao posse ou transporte de explosivos ou gas téxico, ou asfixiante Art, 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licenga da autoridade, substdncia ou engenho explosive, gas téxico ou asfixiante, ou material destinado 4 sua fabricacao: Pena - detenco, de seis meses a dois anos, e multa. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 13. (FGV - 2014 - OAB - XIV EXAME DE ORDEM) José, mestre de obras, foi contratado para realizar a reforma de um escritério no centro da cidade de Niteréi. Durante a reforma, José, sem analisar a planta do edificio, derruba uma parede do escritério, com o intuito de unir duas salas contiguas. Dois dias apés a derrubada da parede, 0 prédio desaba, e, no desabamento, morre uma pessoa que estava no local na hora da queda. A pericia consegue apurar que a queda foi provocada pela obra realizada por José, que nao poderia derrubar a parede, pois esta seria estrutural no edificio. Diante dos fatos narrados, assinale a opcdo que indica a responsabilidade penal de José. a) Desabamento doloso em concurso formal com o crime de homicidio doloso. b) Desabamento doloso em concurso material com o crime de homicidio culposo. c) Desabamento culposo, circunstanciado pela causa de aumento de pena em razio da morte culposa da vi d) Desabamento culposo, circunstanciado pela causa de aumento de pena em razdo da morte dolosa da vitima. COMENTARIOS: Como, neste caso, José agiu de forma negligente (ao ndo analisar a planta do imovel). Dever, portanto, responder pelo delito de desabamento culposo, circunstanciado (causa de aumento de pena) pela ocorréncia do evento morte (também culposa). Vejamos: Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou 0 patriménio de outrem: Pena - reclusio, de um a quatro anos, e multa. Modalidade culposa Pardgrafo Unico - Se o crime é culposo: Pena - detengo, de seis meses a um ano. ( Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 33. de 37 Art, 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesao corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta leséo corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicidio culposo, aumentada de um terco. Vejam que, a despeito de responder por tal delito, seré aplicada a José a pena do homicidio culposo, aumentada de um terco (0 que nao altera a resposta da questo). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 14, (FEPESE - 2014 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTICA) ui causa de aumento da pena do crime de incéndio, previsto no Cédigo Penal Brasileiro, a¢io de colocar fogo em bal: e transporta veiculos na travessia de um rio que liga dois municipios do mesmo Estado, COMENTARIOS: Item correto, pois neste caso teremos aplicagdo da causa de aumento de pena prevista no art. 250, §19, II, c do CP: Art. 250 - Causar incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou 0 patriménio de outrem: Pena - recluso, de trés a seis anos, e multa. Aumento de pena § 19 - As penas aumentam-se de um terco: () IL- se 0 incéndio é: () ) em embarcaco, aeronave, comboio ou velculo de transporte coletivo; Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 15. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - PROCURADOR) crime de perigo de inundagao (CP, art. 255) apenas esta caracterizado se a) o agente age dolosamente. b) a inundagao efetivamente ocorre. c) a remogao de obstaculo se dé em obra piiblica. d) o autor do fato tinha o dever de evitar o resultado. ) ocorre dano efetivo a vida, integridade fisica ou patri-ménio de outrem. COMENTARIOS: Cuidado! Nao confundam este delito com o delito de INUNDACAO. No delito de INUNDACAO (art. 254) é indispensdvel que a inundagao efetivamente ocorra, por meio de uma daquelas condutas. No delito de PERIGO DE INUNDACAO (art. 255) a inundacao no precisa ocorrer. Além disso, 0 delito de PERIGO DE INUNDAGAO sé pode ser praticado dolosamente, nao havendo previsdo de punigao na forma culposa. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 34.de 37 Aula 09-A - Prof. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 16. (VUNESP - 2014 - CAMARA MUNICIPAL DE SAO JOSE DOS CAMPOS - ADVOGADO) © crime de incéndio, do caput do art. 250 do CP, tem expressa prs de aumento de pena de um terco se 0 incéndio a) ocorre durante o repouso noturno. b) causa interrupgdo dos servicos publicos de Agua, luz, gas ou telefonia. c) @ praticado por vinganca ou com o fim de receber indenizacao securitaria. d) resulta em comocio social, como grande nimero de feridos ou desalojados. e) € em edificio publico ou destinado a uso publico ou a obra de assisténcia social ou de cultura. COMENTARIOS: Das alternativas apresentadas apenas a letra E apresenta uma causa de aumento de pena no crime de incéndio, nos termos do art. 250, §1°, II, b do CP: Incéndio Art. 250 - Causar incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem: Pena - reclusio, de trés a seis anos, e multa. Aumento de pena § 19 - As penas aumentam-se de um terco: () IL- se 0 incéndio é: (+) b) em edificio puiblico ou destinado a uso publico ou a obra de assisténcia social ou de cultura; Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 17. (CESPE - 2014 - PM-CE - OFICIAL) Julgue os itens a seguir, acerca dos crimes contra a incolumidade publica. Em se tratando de crimes de incéndio e explos4o, admite-se o concurso de crimes, afastando-se a aplicacao do principio da consungao. COMENTARIOS: Item errado, pois no hd que se falar em aplicac&o do principio da consung&o em relacdo a tais delitos, eis que um néo € considerado meio para a pratica do outro. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 18. (CESPE - 2014 - PGE-BA - PROCURADOR) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 37 Aula 09-A - Prof. R ‘A associagao, de trés ou mais pessoas, para o fim especifico de cometer crimes, configura quadrilha ou bando, devendo a pena imposta ao condenado com base nesse tipo penal ser aumentada até a metade quando tomarem parte da associagéo crianca, adolescente, idoso ou pessoas com deficiénci COMENTARIOS: Item errado por dois motivos. Primeiro, porque tal conduta configura 0 delito de ASSOCIAGAO CRIMINOSA (que substituiu o antigo crime de quadrilha ou bando). Em segundo lugar, porque a causa de aumento de pena sé se aplica se hd participacéo de crianga ou adolescente, e no no caso de idoso ou pessoa com deficiéncia: Associagao Criminosa Art, 288, Associarem-se 3 (trés) ou mais pessoas, para o fim especifico de cometer crimes: (Redagao dada pela Lei n° 12.850, de 2013) —(Vigéncia) Pena - reclusio, de 1 (um) a 3 (trés) anos. _ (Redagio dada pela Lei n° 12.850, de 2013) (Vigéncia) Pardgrafo Unico. A pena aumenta-se até a metade se a associacéo é armada ou se houver a participacao de crianca ou adolescente. _ (Redacao dada pela Lei n° 12.850, de 2013) — (Vigéncia) Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 19. (CESPE - 2014 - TCE-PB - PROCURADOR - ADAPTADA) Causar incéndio, expondo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem sé é punivel na modalidade dolosa. COMENTARIOS: Item errado, pois tal delito também é punivel na forma culposa: Incéndio Art. 250 - Causar incéndio, expondo a perigo a vida, a integridade fisica ou o patriménio de outrem: Pena - reclusao, de trés a seis anos, e multa. oo) Incéndio culposo § 20 - Se culposo o incéndio, é pena de detencao, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 20. (CESPE - 2014 - TCE-PB - PROCURADOR - ADAPTADA) A pratica de constituir, organizar ou manter milicia particular sujeita o agente a pena de reclusdo de trés a oito anos e multa. COMENTARIOS: Item errado, pois a pena, neste caso, é de quatro a oito anos de reclusdo: Constituicéo de milicia privada (Incluido dada pela Lei n° 12.720, de 2012) Art, 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organizacao paramilitar, milicia particular, grupo ou esquadrao com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Cédigo: —_(Incluido dada pela Lei n° 12.720, de 2012) Pena - reclusdo, de 4 (quatro) 2 8 (oito) anos. —_—_(Incluide dada pela Lei n? 12.720, de 2012) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 37 GABARIT' PF Reabarito 11. 12. 13. 14, 15. 16. 17. 18. 19. 20. ALTERNATIVA C ALTERNATIVA D ALTERNATIVA C ALTERNATIVA A ALTERNATIVA B ALTERNATIVA D ALTERNATIVA D CORRETA ERRADA . ALTERNATIVA E ALTERNATIVA B ALTERNATIVA E ALTERNATIVA C CORRETA ALTERNATIVA A ALTERNATIVA E ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 37

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