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[uJ Estrategia CONCURSOS Aula 02 Pree ein a Ure este oD eT e CnC Professor: Renan Araujo AULA 02: PROCESSO, PROCEDIMENTO E RELAGAO JURIDICA PROCESSUAL. ELEMENTOS IDENTIFICADORES DA RELACAO PROCESSUAL. FORMAS DO PROCEDIMENTO. PRETENSAO PUNITIVA. TIPOS DE PROCESSO PENAL. ACAO PENAL. SUMARIO 1 PROCESSO, PROCEDIMENTO E RELACAO JURIDICA PROCESSUAL. 1.1 Elementos identificadores da relagao processual 1.2 Sujeitos processuais 1.3. Objeto da relacdo processual 1.4 Pressupostos processuais Subjetivos... Quanto ao j Quanto as partes. ObjetiVvOs ....es.0 2 FORMAS DO PROCEDIMENTO.. 3 PRETENSAO PUNITIVA 4 ACAO PENAL.. 4a 414 Interesse de Agi Legitimidade ad causam ativa e passiva de Acao Penal ‘Aco penal personalissima Dentincia e queixa: elementos .. ExposigSo do fato cri Qualificacdo do acusado Classificagao do delito (tipificagao do delito) Rol de testemunhas.. Enderecamento Redago em verndculo. Subscrig&o .. 5 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1des53 6 SUMULAS PERTINENTES 6.1 Stimulas do STF. 6.2 Stimulas do ST3.. 7 JURISPRUDENCIA CORRELATA . 8 RESUMO... 9 LISTA DE EXERCicIos. 10 EXERCICIOS COMENTADOS 11 GABARITO.. Old, pessoal! Hoje vamos estudar a acao penal, analisando suas caracteristicas, espécies, etc. Muita atengio & aula de hoje, pois possui alguns pontos bem relevantes para fins de prova! Antes de tudo isso, porém, vamos fazer uma breve introdugao sobre o processo penal, estudando temas como a diferenca entre “processo e procedimento”, a natureza da relacdo juridico-processual, etc. Bons estud: Prof. Renan Araujo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20653 Aula 02 - Prof. 1 PROCESSO, PROCEDIMENTO E RELACAO JURIDICA PROCESSUAL O processo é 0 meio do qual o Estado se utiliza para exercer a jurisdig&o (0 poder de “dizer” o direito aplicavel ao caso concreto). E 0 instrumento necessario para que o Estado-Juiz conheca a pretensdo do autor e, ao final, Ihe diga se possui ou nao razao. Na classica definigéo de Hélio Tornaghi, 0 processo é “um caminhar para frente (pro cedere); é uma sequéncia ordenada de atos que se encadelam numa sucesso ldgica e com um fim: o de possibilitar, ao juiz, o julgamento.” No ambito penal, o processo pode ter inicio pela jativa do Ministério PGblico (acéo penal publica) ou do ofendido (aco penal privada). O procedimento, por outro lado, nada mais é do que o utilizado no processo. Antes de adentrar em uma definigdo mais técnica, podemos compreender a diferenca entre processo e procedimento com uma simples comparag&o com 0 instituto do casamento. Como assim? Vamos entender a comparacéio! Todas as religiées possuem a celebragéo do casamento. O casamento, assim, é a forma pela qual cada uma das religides ira, ao final, dizer que os nubentes esto casados. O casamento, assim, € 0 instrumento utilizado para que os nubentes adquiram o estado civil de casado. No entanto, cada uma das religides existentes adota uma forma diferente de ceriménia. Assim, temos que a ceriménia de casamento dos catélicos é diversa da existente entre os muculmanos, que, por sua vez, em nada se parece com o casamento dos budistas, etc. No entanto, todos, ao final, buscam o casamento. Essa € a nogéo de processo e procedimento. Enquanto o processo (ou “casamento”) € 0 instrument pelo qual o Estado exercerd a jurisdigao, o procedimento é 0 caminho que seré perseguido até 0 objetivo final (na comparagao, seriam as diferentes formas de celebrar 0 casamento). Dito isto, acredito que a nog&o de procedimento fique mais facil de ser aprendida. Segundo Frederico Marques, ‘Quando 0s atos se coordenam numa série sucessiva com um fim determinado, fala- e que hé proceso, se o movimento se realiza em funcao da atividade jurisdicional; | e é uma atividade administrativa que se desenvolve, o que existe nessa série de | Quanto & natureza juridica do processo, diversas foram as teorias que se preocuparam em defini-la. Assim, parte da doutrina defendia que o * TORNAGHI, Hélio. A relago Processual Penal. 28 ed. Séo Paulo: Saraiva, 1987, pag. ® MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Vol. I. Campin: 2002, pags. 348/349. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30653 processo era um verdadeiro contrato entre as partes. Outros, contudo, entendiam que o processo seria um quase-contrato. Atualmente, prevalece © entendimento de que, na verdade, 0 processo possui natureza de relagdo juridica. O grande idealizador do processo como uma relagao juridica foi o autor Oskar Von BUlow*. Segundo afirmava Bulow, ha duas relagdes processuais distintas: uma de direito material e outra de direito processual. Arelagdo de direito material, segundo aquele autor, seria a causa de pedir da ago, consistente na prépria relag&io debatida em juizo. Assim, no ambito penal, a relacéio de direito material seria a propria violagao da norma penal pelo sujeito ativo do crime. Jé a relagao de direito processual consistiria naquela estabelecida com 0 proprio processo, em que estariam relacionados juiz, autor e réu. Assim, definia que a relagao juridica processual era distinta da relagao de direito material. € importante destacar que relag&o juridica é o vinculo entre varias pessoas, mediante a qual uma delas pode pretender alguma coisa a que a outra estd obrigada. Destarte, considerando que as partes em um processo tém seus direitos, deveres, énus e poderes regulados por lei processual, temos, ent&o, configurada uma relacao juridica processual. Embora a teoria acima tenha surgido no processo civil, sua aplicag3o do direito processual penal é totalmente valida. Trazendo a questo para a esfera processual penal, podemos identificar verdadeira relagdo juridica entre o juiz, 0 6rgdo de acusacao e o acusado, inteiramente regulada por leis processuais. OQ acusado deixa de ser um mero objeto da persecucdo penal para ser verdadeiro sujeito de direito, a quem se confere © direito 4 ampla defesa, ao julgamento por juiz natural, ao contraditorio, de nao ser preso se nao houver flagrante ou ordem escrita da autoridade judicidria, 4 presung&o de inocéncia, entre outros. A doutrina costuma identificar 6 caracteristicas da relacéo juridica processual. So elas: 1 - NATUREZA PUBLICA ~ a relac&o juridica processual é ptiblica, tendo em vista que 0 processo é um instrumento de que se vale o Estado para exercer uma fungdo que lhe é propria: a jurisdicdo. 2 - AUTONOMIA - significa que a relacdo de direito processual é diversa da relag3o da relag&o juridica de direito material, que dela independe. Significa dizer que a relac&o juridica processual independe que © autor da aco tenha raz&o em suas alegacdes. Mesmo que 0 acusado seja inocente, ou seja, que a suposta relagdo juridica de direito material inexista, a relagao juridica processual permanece higida e valida. > Em obra lancada em 1868 (A teoria das excecdes processuals e os pressupostos processuais).. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40653 Te Aula 02 - 3. - PROGRESSIVIDADE (ou CONTINUIDADE, ou DINAMICIDADE) - a ideia aqui é de que os atos processuais possuem um encadeamento légico e progressivo até a prolag&o da sentenca. 4 - COMPLEXIDADE - de acordo com a doutrina, a complexidade decorre da progressividade. Significa que 0 carater complexo da relagao processual advém dos numerosos atos praticados pelas partes, no exercicio de seus direitos, obrigacdes, énus e poderes. 5 - UNICIDADE (ou UNIDADE) - exprime a ideia de que a relacdo juridica processual é Unica, permanecendo a mesma do inicio ao fim. 6 - TRILATERALIDADE - trata-se do carater triplice da relacéo processual, na qual temos a presenca de trés sujeitos distintos: o érgao de acusago, 0 acusado, eo juiz. Resumidamente, temos: 1.1 Elementos ident A configuracSo da relag&io processual pressupée a existéncia de trés elementos: sujeitos, objeto e pressupostos processuais. icadores da relacdo processual Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 53 1.2 Sujeitos processuais Quanto aos sujeitos processuais, marcam a existéncia da relacao processual o juiz (ou Estado-Juiz), o autor (6rgao do MP ou ofendido) e o réu (acusado). Ha quem diga que no processo penal nao existiriam partes. Isso porque, na definicdo de Francesco Carnelutti, a lide se caracterizaria por um conflito de interesses, qualificado por uma pretensdo resistida. Ocorre que, no processo penal, o acusado no precisa necessariamente resistir & pretenséo do Ministério PUblico. No entanto, ainda que o acusado concorde em ser punido, o Estado néo podera abrir mao da utilizagdo do processo. E mais. Nao poderé sequer condenar o acusado com base apenas em sua confissdo. E nesse sentido que a definicdo de parte acaba se esvaziando, ja que, no processo civil, para que se fale em lide (e, por consequéncia, em parte), € necessdria a resisténcia a pretensao. Ademais, aqueles que defendem a inexisténcia de partes no processo penal afirmam que nao hd um conflito de interesses envolvido. Com efeito, no processo civil, o autor objetiva a satisfacéo de um interesse que Ihe é proprio, sendo certo que a condenac&o do réu Ihe reverteré algum acréscimo patrimonial (na maioria das vezes). Por outro lado, no processo penal, a vitima em nada aproveitaria a condenag&o do réu. Ainda que a vitima tenha um forte desejo de punig&o do acusado, nao se pode concluir que estariamos diante de um verdadeiro conflito de interesses. Por fim, sustenta-se que a atuacéio do Ministério Publico é imparcial, na medida em que a ele interessa a condenacéo do culpado e a absolvic&o do inocente. Assim, nao seria um sujeito parcial. Nada obstante, se em sua prova néo contiver qualquer aluso as discussées ora trazidas, vocé deve entender que os sujeitos da relagéo processual so: 0 érgdo de acusacdo, 0 juiz e 0 acusado. Apesar da discusséo acerca da existéncia ou néo de parte no processo penal, sem duvida alguma, juiz, érgdo de acusagiio e acusado sao sujeitos do processo. Existem outros sujeitos no processo penal, mas eles nao integram a relac&o juridico-processual (peritos, defensor do acusado, etc.). 1.3 Objeto da relacao processual Consiste na aplicacdo da lei penal ao caso concreto. Dessa forma, no caso de um roubo de um aparelho celular, 0 objeto da relago juridica processual é a sentenga, que decidira sobre a aplicacao da lei penal ao caso concreto, conforme pedido do autor. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6de53 1.4 Pressupostos processuais S80 os requisitos necessdrios para a existéncia de uma relacéo juridica processual valida. De acordo com a doutrina, podem ser: 1.4.1 Subjetivos 1.4.1.1 Quanto ao juiz 1) investidura — 0 juiz deve ser um agente oficial do Estado, que tenha ingressado na magistratura por intermédio de concurso publico; IL) competéncia - todo juiz possui jurisdig&o. No entanto, por questo conveniéncia, os diversos érgaos jurisdicionais tém sua atribuiggo (leia-se: competéncia) limitada por lei. Assim, um juiz que atua em uma Vara Criminal, por exemplo, nao pode decidir acerca da nulidade do casamento de uma pessoa. Da mesma forma, um juiz que atua na drea civel nao possui competéncia para julgar uma demanda trabalhista. Dessa maneira, podemos entender que a competéncia € o poder de exercer a jurisdicao nos limites definidos pela lei. III) imparcialidade - a nog&o de imparcialidade do érg&o judicial € prépria do sistema acusatério, devendo o juiz permanecer em uma posig&o equidistante das partes. Ao contrario do que ocorre no sistema inquisitivo, no sistema acusatorio é vedado ao juiz praticar atos de persecug3o penal na fase de investigacéo, no podendo, ainda, ter qualquer relagao com as partes, com a causa a ser julgada ou com outros juizes. Por essa razo, a legislago processual penal traz uma série de motivos causadores de suspeicéo, impedimento ou incompatibilidade do juiz (artigos 112, 252, 253 e 254 do CPP).* + art. 112. 0 juiz, 0 6rgao do Ministério Pablico, os serventuérios ou funcionarios de justica @ os eritos ou intérpretes abster-se-ao de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declarardo nos autos, Se néo se der @ abstencdo, a incompatibilidade ou impedimento poderd ser arguido pelas partes, sequindo-se o processo estabelecido para a excecéo de suspelgao.” “art. 252. 0 juiz no poderd exercer jurisdig&o no processo em qui 1 - tiver funcionado seu cénjuge ou parente, consengdineo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, érgéo do Ministério Publico, autoridade policial, auxiliar da justica ou perito; 11 ele proprio houver desempenhado qualquer dessas fungées ou servide como testemunha; IIT - tiver funcionado como juiz de outra insténcia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre @ questo; 1V - ele préprio ou seu c6njuge ou parente, consenguineo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 70253 Parte da doutrina se refere a capacidade do juiz, que se subdividiria em objetiva (competéncia) e subjetiva (imparcialidade). No entanto, entendo que o termo no esta correto, na medida em que a capacidade, instituto definido pela lei civil®, possui sentido técnico bem diverso. Assim, no € recomendavel a utilizacdo do mesmo termo para a indicacéo de situagées totalmente distintas. 1.4.1.2 Quanto as partes I) capacidade de ser parte - trata-se da aptiddo genérica para ser autor ou réu em agdo judicial. Dessa forma, menores de 18 anos de idade n&o possuem capacidade para ser parte em processo penal (nao obstante os maiores de 12 anos respondam por seus atos na forma do Estatuto da Crianga e do Adolescente); II) capacidade processual - além de ter capacidade para ser parte, a pessoa deve ter as condicées de exercer validamente seus direitos; III) capacidade postulatéria - aptidao para representar a parte, caso ela prépria no tenha, por forca de lei, capacidade para atuar em juizo em nome proprio. Dessa forma, devera ser verificado se a parte encontra-se devidamente representada por advogado ou defensor ptiblico. Excegio a regra: habeas corpus (qualquer pessoa pode elaborar um habeas corpus). Art. 253. Nos juizes coletivos, no poderéo servir no mesmo processo os julzes que forem entre si parentes, consanguineos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. Art. 254, 0 juiz dar-se-é por suspeito, e, se no 0 fizer, poderd ser recusado por qualquer das partes 1 se for emigo intimo ou inimigo capital de qualquer deles; II ~ se ele, seu cénjuge, ascendente ov descendente, estiver respondendo a proceso por fato anélogo, sobre cujo caréter criminoso haje controvérsia; III - se ele, seu cénjuge, ou parente, consanguineo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; V- se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; V1 - se for sécio, acionista ou administrador de sociedade interessada no proceso.” > & a aptidio para o exercicio de direitos, por si préprio ou por intermédio de representante ou assistente. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br B0e53 1.4.2 Objetivos Extrinsecos - jinexisténcia de fatos impeditivos, como litispendéncia e coisa julgada (art. 95, III e V); Intrinsecos - procedimento adequado, citac&o valida do réu, interveng&o do Ministério Publico e da defesa, inexisténcia de qualquer nulidade prevista na legislagao processual etc. 2_FORMAS DO PROCEDIMENTO A doutrina divide as formas do procedimento em trés aspectos: de lugar, de tempo e de modo. + DE LUGAR: em geral, os atos processuais devem ser realizados no local da sede do juizo. Ha casos, todavia, que a lei excetua essa regra, como a oitiva de uma testemunha que resida em outra comarca, feita por intermédio de carta precatéria, ou a busca e a apreensdo de documentos em outro Estado da federacao. — DE TEMPO: deve-se considerar a época em que os atos deve ser praticados e lapso temporal entre os diversos atos processuais. A classificacéo mais comum dos prazos pode ser abaixo observada: * ordindrio ou dilatério: aqueles que admitem reduc&o ou ampliac8o por vontade das partes. jis: determinados em lei; determinado pelo juiz; ‘convencionais: estabelecido pela livre vontade das partes; peremptérios: inalteraveis. Se a parte nao praticar o ato no prazo determinado, n&o podera mais fazé-lo; * comuns: quando correm para ambas_ as_ partes simultaneamente. Na ado penal publica, a existéncia de prazo comum no é possivel ocorrer. Isso porque, no prazo comum, em regra, os autos nao podem ser retirados do cartorio. Vamos esclarecer melhor essa ideia. Imagine-se que o juiz determine as partes a manifestacdo sobre o laudo pericial produzido nos autos. Sendo ambas as partes representadas por advogados, serao intimadas por diario oficial. Nesse caso, os advogados tero ciéncia do ato processual na mesma ocasi&o, contando- se 0 prazo para manifestacdo a partir do primeiro dia util subsequente & publicagéo no didrio oficial. Assim, sendo o prazo comum, em regra, ndo poderao levar os autos. No entanto, 0 Ministério Publico sempre é intimado pessoalmente, contando-se o prazo para sua manifestacdo a partir do dia util seguinte ao da data em que os autos deram entrada no MP. Dessa forma, nao ha como termos prazo em comum na acao Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 90e53 penal ptiblica, na medida em que as partes (MP e acusado) séio intimadas em momentos e de formas diferentes. + préprios: a nao observancia pode trazer sangées processuais. Dessa forma, se 0 acusado nao apresentar a apelacdo no prazo fixado, perderé a chance de recorrer. + impréprios: podem acarretar apenas sangées de carater disciplinar. Como exemplo, podemos citar 0 prazo de 8 (oito) dias para a apresentagao de razées ao recurso de apelacéo. Mesmo que nao as apresente no prazo, a parte poderd apresenta-las posteriormente (artigo 601 do CPP). — DE MODO: * quanto a linguagem: temos um sistema misto no processo penal, informado pelo principio da oralidade (por exemplo, nas alegacées finais, que sdo feitas oralmente em regra) e pela forma escrita (denincia e defesa prévia, por exemplo). + quanto & atividade: 0 processo inicia-se pelo impulso das partes e desenvolve-se, predominantemente, pelo impulso oficial. Cabe ao juiz dar andamento ao feito determinando a pratica de atos processuais; + quanto ao procedimento: é escolhido com vistas, em geral, & natureza da relagdo juridica material levada a apreciacéio do Judiciério. Dessa forma, tratando-se de crime apenado 4 (quatro) anos ou mais de privacdo de liberdade, seré observado © procedimento ordinario (salvo se houver previséio legal de outro procedimento especial). Se a sancéo maxima for de até 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade, sera adotado o procedimento sumdrio, salvo previséo legal de outro procedimento especial. Por fim, adotar-se-4 0 procedimento sumarissimo nos crimes do Juizado Especial Criminal (que sao apenados com até 2 anos de pena privativa de liberdade, cumulados ou n&o com pena de multa). Os procedimentos especiais est&o previstos nos artigos 406 a 497 do CPP (Tribunal do Juri), no artigo 514 do CPP (crimes cometidos por funcionarios publicos), no artigo na Lei 11.101/2005 (crimes falimentares), no artigo 519 a 523 do CPP (crimes contra a honra a que sejam cominadas penas maximas superiores a dois anos de privacao de liberdade) e artigos 524 a 530-I do CPP (crimes contra a propriedade imaterial. dy Nee ae ANZ Violada a norma penal, surge para o Estado o poder/dever de punir (jus puniendi). & a expresso do poder de império do Estado, Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 53 visando & punicéo daqueles que feriram gravemente bens juridicos penalmente tutelados. Pode-se compreender 0 jus puniendi sob duas perspectivas: in abstacto e in concreto. No primeiro caso, tem-se que o Estado possui o jus puniendi no momento em que elabora leis penais, cominando penas ao que transgredirem uma norma penal. Contudo, no exato momento em que determinada pessoa viola a norma penal, surge o jus puniendi in concreto. Diversos pensadores tentaram explicar a legitimidade estatal para o exercicio do jus puniendi. De acordo com John Locke, o Estado teria o direito de punir, j4 que o homem, no estado de natureza, tem o direito de punir. Contudo, abre mao desse direito para passar a viver em sociedade (pactum subjectiones), conferindo ao Estado esse poder, a fim de preservar a si proprio e a sua liberdade. Rousseau, de outro lado, defendia que os homens, ao sairem de seu estado de natureza, constituiam a sociedade por intermédio de um verdadeiro pacto (contratualismo). O homem abriria m&o de sua liberdade natural em troca da garantia de sua paz e seguranca. Quanto a sua natureza juridica, a doutrina diverge. Parte da doutrina entende que o jus puniendi seria um “direito penal subjetivo” (tese capitaneada por Karl Binding). Para outros, o jus puniendi seria um verdadeiro poder, n3o um direito subjetivo (Enrico Ferri). Ha, ainda, aqueles que entendem que o jus puniendi seria uma faculdade do Estado (Cobo del Rosal e Vives Antén). Na doutrina brasileira, prevalece o entendimento de que 0 jus puniendi é um poder-dever. 4 ACAO PENAL Quando alguém pratica um fato criminoso, surge para o Estado o poder-dever de punir o infrator. Esse poder-dever, esse direito, é chamado de ius puniendi. Entretanto, o Estado, para que exerca validamente e legitimamente o seu ius puniendi, deve fazé-lo mediante a utilizacéo de um mecanismo que possibilite a busca pela verdade material (néo meramente a verdade formal), mas que ao mesmo tempo respeite os direitos e garantias fundamentais do individuo. Esse mecanismo € chamado de Processo Penal. Mas, professor, onde entra a Aco Penal nisso? A aco penal é, nada mais nada menos que, 0 ato inicial desse mecanismo todo chamado processo penal. 4.1 Condicées da acao penal Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ii de 83 Tal qual ocorre no processo civil, no processo penal a ago também deve obedecer a algumas condigdes. Sem elas a ac&o penal ajuizada deve ser rejeitada de imediato pelo Juiz. Nesse sentido temos o art. 395, II do CPP: Art. 395. A dentincia ou queixa serd rejeitada quando: (Redacao dada pela Lei n® 11.719, de 2008). (od IT - faltar pressuposto processual ou condi¢o para o exercicio da acéo penal; ou (Incluido pela Lei n° 11.719, de 2008). So condig6es da aco penal: 4.1.1 Possibilidade Juridica do pedido Para que esteja configurada essa condi¢ao da acdo, basta que a acao penal tenha sido ajuizada com base em conduta que se amolde em fato tipico. Assim, no se exige que a conduta tenha sido tipica, ilicita e 0 agente culpavel. Mesmo se o titular da ag3o penal (MP ou ofendido) verificar que o crime foi praticado em legitima defesa, por exemplo, (exclui a ilicitude) a conduta é tipica, estando cumprido o requisito da possibilidade juridica do pedido. 4.1.2 Interesse de Agir Se no processo civil o interesse de agir é caracterizado como a necessidade da prestacdo da tutela jurisdicional, devendo a parte autora comprovar que nao ha outro meio para a resolucéio do litigio que nao seja a via judicial, no processo penal é um pouco diferente. No processo penal a via judicial é obrigatéria, nado podendo o Estado exercer o seu ius puniendi fora do processo penal. O processo civil é facultativo, podendo as partes resolver a lide sem a intervencéio do Judicidrio. © processo penal, por sua vez, é obrigatério, devendo o titular da ac&o penal provocar o Judiciério para que a lide seja resolvida. H4 quem defenda, inclusive, que nao necessariamente ha lide no processo penal (a lide é o fenémeno que ocorre quando uma parte possui uma pretensdo que é resistida pela outra parte), pois ainda que o acusado reconheca que deve ser punido, a punicéio so pode ocorrer apés 0 proceso penal, dado o interesse puiblico envolvido. No processo penal o interesse de agir esta mais ligado a questdes como a utilizagdo da via adequada. Assim, néo pode o membro do MP oferecer queixa em face de alguém que praticou homicidio, pois se trata de crime de ac&o penal ptiblica. Nesse caso, o MP é parte legitima, pois Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 83 é 0 titular da agao penal. No entanto, a via escolhida esté errada (deveria ter sido ajuizada ago penal ptiblica, dentincia). Alguns autores entendem que o interesse de agir no processo penal esta relacionado a existéncia de lastro probatério minimo (existéncia de indicios de autoria e prova da materialidade). Esses elementos, no entanto, formam o que outra parte da Doutrina entende como justa causa. Obviamente que os autores que entendem serem estes elementos integrantes do conceito de “interesse de agir”, entendem também que nao existe a justa causa como uma condigéo auténoma da aco penal. © CPP, no entanto, em algumas passagens, prevé a existéncia da justa causa: Wt. 395, A deniincia ou queixa serd rejeitada quando: On) 11 - faltar justa causa para o exercicio da acéo penal. one] yt. 648. A coacao considerar-se-é ilegal: IT - quando no houver justa causa; Percebam, no entanto, que em nenhum momento o CPP trata a justa causa como uma condigSo da aco. Mais que isso: no momento em que o art. 395, II do CPP diz que a denuncia ou queixa sera rejeitada quando faltar alguma das condicées da aco penal, e, logo aps, em inciso diverso, diz que também seré rejeitada a dentincia ou queixa quando faltar justa causa, esta, implicitamente, considerando que a justa causa nao é& uma condigéo da acéo penal. O tema é bem polémico, e vocés devem saber que hé divergéncia, Em provas discursivas, vale a pena se alongar sobre isso. Em provas objetivas, vocés devem ter em mente que, OST), por sua vez, quando da anilise de diversos HCs que pretendiam © trancamento da ago penal por auséncia de justa causa, deixou claro que Justa causa € a existéncia de lastro probatério minimo, apto a justificar 0 ajuizamento da demanda penal em face daqueles sujeitos pela pré daqueles fatos’. ® Ver, por todos: “(...)1. A alegada auséncia de justa causa para o prosseguimento da acdo penal - fem razo da inexisténcia de elementos de prova que demonstrem ter o paciente participado dos fatos narrados na dentincia e da auséncia de vinculo entre ele ¢ os supostos mandantes do crime - demanda a anélise de fatos e proves, providéncia incabivel na via estreita do habeas corpus, carente de dilagao probatéria. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 83 4.1.3 Legitimidade ad causam ativa e passiva A legitimidade (e aqui nos aproximamos do processo civil) € 0 que se pode chamar de pertinéncia subjetiva para a demanda. Assim, a presenca do MP no polo ativo de uma denuncia pelo crime de homicidio é pertinente, pois a Constituigao 0 coloca como titular exclusivo da Ac&o Penal, o que é corroborado pelo CPP. Também deve haver legitimidade passiva, ou seja, quem deve figurar no polo passivo (ser o réu da ac&o) é quem efetivamente praticou o crime’, ou seja, 0 sujeito ativo do crime. }O! O sujeito ativo do crime (infrator) sera, no processo penal, 0 passivo na relacao processual! Parte da Doutrina entende que os inimputédveis so partes ilegitimas para figurar no polo passivo da agao penal. Entretanto, essa posicéio merece algumas consideragées. A inimputabilidade por critério meramente biolégico é somente uma, e refere-se 4 menoridade penal. Ou seja, somente o menor de 18 anos sera sempre inimputavel, sem que se exija qualquer an4lise do mérito da demanda. De plano se pode considerar sua ilegitimidade, conforme prevé 0 art. 27 do CP: Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos so penalmente inimputaveis, ficando sujeitos 4s normas estabelecidas na legislacao especial. (Redacio dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Assim, se 0 titular da ag3o penal ajuiza a acdo em face de um menor de 18 anos, falta uma das condigdes da ac3o, que é a imputabilidade penal, pois de maneira nenhuma pode o menor de 18 anos responder criminalmente, estando sujeito as normas do ECA. Entretanto, se estivermos diante dos demais casos de inimputabilidade, a hipé6tese nao é de ilegitimidade passiva, pois a andlise da imputabilidade do agente dependera da avaliacdo dos fatores, das circunstancias do delito, podendo se concluir pela sua inimputabilidade. E 0 que ocorre com os doentes mentais que ao tempo 2. 0 trancamento da acéo penal pela via do habeas corpus cabivel apenas quando demonstreda @ atipicidade da conduta, a extingo da punibilidade ou a manifesta auséncia de provas da existéncia do crime e de indicios de autoria (ay (HC 197.886/RS, Rel. Ministro SEBASTIAO REIS JUNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 10/04/2012, Die 25/04/2012) 7 Ninguém pode responder por crime alheio, jé que se adota o principio da INTRANSCENDENCIA, da pena. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 53 do crime eram inteiramente incapazes de compreender o caréter ilicito da conduta e se comportar conforme o direito. A prova mais cabal de que nesse caso nao ha ilegitimidade é que, considerando 0 Juiz que o agente era inimputavel 4 época do fato, nao rejeitara a dentincia ou queixa (o que deveria ser feito, em razao do art. 395, II do CPP), mas absolverd o acusado e aplicaré medida de segurancga (absolvigao imprépria). Assim, o Juiz adentraré ao mérito da causa. Ora, se a auséncia de condicao da acdo obsta a apreciacdo do mérito, fica claro que nessa hipétese n&o ha ilegitimidade. Quanto a pessoa Juridica, é pacifico o entendimento doutrindrio e iurisprudencial no sentido de que a Pessoa Juridica pode figurar no polo btive (podem ser autoras) do processo penal, até porque ha previsdo expressa nesse sentido: Art. 37. As fundacées, associagées ou sociedades legalmente constituidas poderéo exercer a acao penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no siléncio destes, pelos seus diretores ou sécios-gerentes. Quanto a possibilidade de a pessoa jurfdica ser sujeito pas: processo penal, ou seja, quanto 4 sua legitimidade passiva, a Doutrina se di uns entendendo nao ser possivel, outros pugnando pela possibilidade. |, conforme previsto no art. 225, § 3° da CF/88, regulamentado pela Lei 9.605/98. Quanto aos crimes contra a ordem econémica, por néo haver regulamentacao legal, a jurisprudéncia ndo ver admitindo que a pessoa juridica responda por tais crimes®. 4.2 Espécies de Acado Penal A ac&o penal pode ser publica incondicionada, ptblica condicionada, ou privada. Nos termos do quadro esquematico, para facilitar a compreensao de vocés: ® & jurisprudéncia CLASSICA adota a teoria da DUPLA IMPUTACAO para que a pessoa juridica possa ser sujeito PASSIVO NO PROCESSO (sujelto ativo do crime), exigindo a indicacéo, também, da pessoa fisica que agiu em seu nome. Contudo, ha decisées recentes no STF e no STJ admitindo a punico da pessoa juridica sem que haja necessidade de se imputar o fato, também, a uma pessoa fisica, dispensando, portent, a dupla imputago, Contudo, néo sabemos se ird se confirmar como “jurisprudéncia’. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 53 INCONDICIONADA CONDICIONADA PERSONALISSIMA, Assim pode se resumir, graficamente, as espécies de ac&o penal previstas no CPP. A Doutrina cita, ainda, a acdo penal popular, prevista na Lei 1.079/50, mas essa espécie é polémica e n&o possui previsdio no CPP, motivo pelo qual, nao seré objeto do nosso estudo. Vamos estudar, agora, cada uma das seis espécies de acio pena 4.2.1 Aco penal publica incondicionada E— a regra no ordenamento processual penal brasileiro. Sua titularidade pertence ao Ministério Publico, de forma privativa, nos termos do art. 129, I da Constituig&o da Republica. Apesar de ser a regra, existem excecdes, € claro. N&o precisamos, contudo, saber quais séo as excegées. Precisamos saber que, independentemente de qual seja o crime, quando praticado em lento do patriménio ou interesse da Unido, Estado e ipio, a acao penal sera piiblica. E o que prevé o art. 24, §2° do Art. 24 (...) § 20 Seja qual for 0 crime, quando praticado em detrimento do patriménio ou interesse da Unido, Estado e Municipio, a acéo penal seré publica. (Incluido pela Lei n° 8.699, de 27.8.1993) Por se tratar de uma acdio penal em que hé forte interesse ptiblico na punigao do autor do fato, qualquer pessoa do povo podera provocar a atuagdo do MP: Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderé provocar a iniciativa do Ministério Publico, nos casos em que caiba a acao publica, fornecendo-lhe, por escrito, informacées sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de conviccéo. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 53 Importante ressaltar que este artigo se aplica, inclusive, as agdes penais publicas condicionadas. Alguns principios regem a ago penal publica incondicionada: * Obrigatoriedade - Havendo indicios de autoria e prova da materialidade do delito, o membro do MP deve oferecer a dentncia, néo podendo deixar de fazé-lo, pois néo pode dispor da acao penal. Atualmente esta regra esta excepcionada pela previséio de transacdo penal nos Juizados especiais (Lei 9.099/95), que é hipétese na qual o titular da ago penal e o infrator transacionam, de forma a evitar 0 ajuizamento da demanda. A previs&o nao é inconstitucional, pois a propria Constituig&o a prevé, em seu art. 98, I. A Doutrina admite que, estando presentes causas excludentes da ilicitude, de maneira inequivoca, poder o membro do MP deixar de oferecer dentncia. *« Indisponi Jade - Uma vez ajuizada a acéo penal publica, néo pode seu titular dela desistir ou transigir, nos termos do art. 42 do CPP: Art. 42. O Ministério Publico nao poderda desistir da ago penal. Esta regra também esta excepcionada pela previséo de transacdo penal e suspens3o condicional do processo, que s4o institutos previstos na Lei dos Juizados Especiais (Lei 9.09/95). + Oficialidade - A acao penal publica sera ajuizada por um é6rg4o oficial, no caso, o MP. Entretanto, pode ocorrer de, transcorrido o prazo legal para que o MP ofereca a dentincia, este néio o faga nem promova o arquivamento do IP, ou seja, fique inerte. Nesse caso, a lei prevé que o ofendido podera promover ac&o penal privada subsididria da publica (que estudaremos melhor daqui a pouco). Assim, podemos concluir que a acSo penal publica é exclusiva do MP, durante o prazo legal. Findo este prazo, a lei estabelece um prazo de seis meses no qual tanto o MP quanto o ofendido pode ajuizar a ac&o penal, numa verdadeira hipotese de legitimacao concorrente: Art. 29. Seré admitida aco privada nos crimes de acéo publica, se esta nao for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Publico aditar 2 queixa, repudié-la e oferecer denincia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligéncia do querelante, retomar a ac4o como parte principal. Findo este prazo de seis meses no qual 0 ofendido pode ajuizar a acéo penal privada subsididria da publica, a legitimidade volta a ser do MP, exclusivamente, desde que ainda nfo esteja extinta a punibilidade. + Divisibilidade - Havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP ajuizar a demanda somente em face um ou alguns deles, reservando para os outros, 0 ajuizamento em momento posterior, de forma a conseguir mais tempo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 83 para reunir elementos de prova. Nao nenhum ébice quanto a isso, e esta pratica ndo configura preclusdo para o MP, podendo aditar a dentincia posteriormente, a fim de incluir os demais autores do crime ou, ainda, promover outra acdo penal em face dos outros autores do crime. Com relaco & jade, é importante notar que este é um principio que, por si sé, pulveriza a tese de arquivamento implicito. Inclusive essa é a orientacio firmada pelo préprio ST): Jurisprudéncia (...) 3 - Nao vigora o principi Parquet é livre para formar st que entenda terem praticado: j de indicios de autoria e materialidade, hao $6 podendd falar em/arquivamente implicito em relacao a quem nao foi denun 4 - Recurso n&o conhecido. (RHC 34.233/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 06/05/2014, Importante ressaltar que o membro do MP no esté obrigado a ajuizar a denuncia sempre que for instaurado um inquérito policial. Ele sé ajuizara a denuincia se estiverem presentes dois requisitos: + Prova da materialidade + Indicios de auto1 Caso nao estejam presentes estes requisitos, o membro do MP deverd requerer 0 arquivamento do INQUERITO POLICIAL, ou seja, nao iré ajuizar a denuncia. Mas e se o Juiz nao concordar com o requerimento de arquivamento formulado pelo MP? Neste caso, o Juiz deverd remeter 0 caso para apreciagao pelo Chefe do MP (PGJ), que é quem decidira 0 caso: Art. 28. Se 0 érgao do Ministério Publico, ao invés de apresentar a dentincia, requerer 0 arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer pecas de informacao, 0 juiz, no caso de considerar improcedentes as razGes invocadas, faré remessa do inquérito ou pecas de informacéo ao procurador-geral, e este oferecerd a deniincia, designaré outro érgao do Ministério Publico para oferecé. la, ou insistirs no pedido de arquivamento, ao qual sé entao estaré o juiz obrigado a atender. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 53 © PG) podera: + Concordar com o membro do MP - Neste caso o Juiz deve proceder ao arquivamento. + Discordar do membro do MP - Neste caso, ele mesmo (PGJ) deveré ajuizar a dentincia ou deve indicar outro membro do MP para oferece-la. Alias, se 0 membro do MP ja dispuser destes elementos, poderé dispensar a instauracao do IP. Mas qual € 0 prazo para que o membro do MP ofereca a dentncia? Em regra, 05 dias no caso de réu preso e 15 dias no caso de réu solto. Art. 46. O prazo para oferecimento da dentincia, estando o réu preso, seré de 5 dias, contado da data em que 0 érgao do Ministério Publico receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se 0 réu estiver solto ou afiancado. No ultimo caso, se houver devolucéo do inquérito 4 autoridade policial (art. 16), contar- se-d 0 prazo da data em que 0 Grgao do Ministério Publico receber novamente os autos. § 10 Quando 0 Ministério Publico dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da dentincia contar-se-4 da data em que tiver recebido as pecas de informacées ou a representacao © oferecimento em momento posterior néo implica nulidade da denuncia, que pode ser oferecida enquanto n&o estiver extinta a punibilidade do delito. 4.2.2 Ag&o penal publica condicionada (a representag&o do ofendido e a requisicéo do Ministro da Just Temos, aqui, duas hipdteses pertencentes 4 mesma categoria de acéio penal, a acdo penal publica condicionada. Aplica-se a esta espécie de ago penal tudo 0 que foi dito a respeito da ac&o penal ptiblica, havendo, no entanto, alguns pontos espe Aqui, para que o MP (titular da acéo penal) possa exercer legitimamente 0 seu direito de ajuizar a ac&o penal ptiblica, devera estar presente uma condi¢ao de procedibilidade’, que é a representac3o do ofendido ou a requisicao do Ministro da Justia, a depender do caso. Frise- se que, em regra, a acéo penal é publica e incondicionada. Somente sera condicionada se a lei expressamente dispuser neste sentido. Para facilitar o estudo de vocés, elaborei os sequintes quadros com as peculiaridades da aco penal publica condicionada, tanto no caso de ° NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de proceso penal e execusio penal. 12.0 edigéo. Ed, Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 152/153 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 53 condicionamento a representacéio do ofendido quanto no caso de requisic&o do Ministro da Justiga. ACAO PENAL PUBLICA CONDICIONADA A REPRESENTACAO DO OFENDIDO > Trata-se de condig&o imprescindivel, nos termos do art. 24 do CPP. > A representagéo admite retratagéo, mas somente até o oferecimento da dentincia (cuidado! Costumam colocar em provas de concurso que a retratacéo pode ocorrer até o recebimento da dentncia. Isto esta errado! E uma pegadinha!) > Caso ajuizada a acdo penal sem a representacéio, esta nulidade processual pode ser sanada posteriormente, caso a vitima a apresente em Juizo (desde que realizada dentro do prazo de seis meses que a vitima possui para representar, nos termos do art. 38 do CP). > Nao se exige forma especifica para a representacdo, bastando que descreva claramente a intengéo de ver o infrator ser processado. Pode ser escrita ou oral!” (neste ultimo caso, deverd ser reduzida a termo, ou seja, ser “passada para o papel”). A jurisprudéncia admite que o simples registro de ocorréncia em sede policial, desde que conste informacao de que a vitima pretende ver o infrator punido, PODE ser considerado como representacao. > A representacdo n&o pode ser ida quanto aos autores do fato. Ou se representa em face de todos eles, ou néo ha representacao, pois esta n&o se refere propriamente aos agentes que praticaram o delito, mas ao fato. Quando a vitima representa, ‘esté manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de acdio penal para que sejam punidos os responsdveis. Entretanto, embora no possa haver fracionamento da representagio, isso nao impede que o MP denuncie apenas um ou alguns dos infratores, pois um dos principios da agSo penal publica € a divisibilidade. > A legitimidade para oferecer a representagSo é do ofendido, se maior de 18 anos e capaz (art. 34 do CP). Embora o dispositivo legal estabeleca que se 0 ofendido tiver mais de 18 e menos de 21 anos tanto ele quanto seu representante legal possam apresentar a representacéo, este artigo perdeu o sentido com o advento do Novo Cédigo Civil em 2002, que estabeleceu a maioridade civil em 18 anos. > Se o ofendido for menor ou incapaz, tera legitimidade o seu representante legal. Porém, se 0 ofendido n&o possuir representante legal ou os seus interesses colidirem com o do representante, o Juiz deve nomear curador, por forca do art. 33 do * NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de processo penal e execuco penal. 12. edigio. Ed. Foranse. Rio de Janeiro, 2015, p. 154/155 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 83 » Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitimacao prevista no art. 24, § 1° do CPP". E importante observar que essa ordem deve ser observada'’. A Doutrina equipara o companheiro ao cénjuge. » O prazol paral representacao é de SEIS'MESES, contados da data em que veio a saber quem é 0 autor do delito (art. 38 do cpp)."? > Seo ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, sé comeca a fluir quando este completar 18 anos. > Se a vitima vier a falecer, 0 prazo comeca a correr para os legitimados (cénjuge, ascendente, etc.) quando tomarem conhecimento do fato ou de sua autoria (art. 38, § tinico do CPP) ou, no caso de ja ser conhecido, da data do dbito da vitima. > A representacéio pode ser oferecida perante o MP, a autoridade policial ou mesmo perante o Juiz. J4 quanto & aco penal ptiblica condicionada a requisi¢So do Ministro da Justica: AGAO PENAL PUBLICA CONDICIONADA A REQUISICAO DO MINISTRO DA JUSTICA > Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um juizo politico acerca da conveniéncia em vé-los apurados ou nao. S80 poucas as hipéteses, citando, como exemplo, o crime cometido contra a honra do Presidente da Republica (art. 141, I, c/cart. 145, § Unico, do CP). » Diferentemente do que ocorre com a representacao, decacdencial paras ferecinientoldatrequlaiesd, poderco exe ocorrer enquanto nao estiver extinta a punibilidade do crime. % art. 24 (..) § 40 No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisio judicial, o direito de representacdo passaré ao cénjuge, ascendente, descendente ou Irmo. (Parégrafo unico renumerado pela Let n® 8.699, de 27.8.1993). ® PACELLI, Eugenio. Op. cit, p. 156 art. 38. Salvo disposigo em contrério, o ofendido, ou seu representante legal, decairé no direito de queixa ou de representacdo, se nao 0 exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a seber quem é 0 autor do crime, ou, no caso do art, 29, do dia em que se esgotar 0 prazo para o oferacimento da dentincia; Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 53 ao contrario do que ocorre com a representacdo do ofendido, por néo haver previsdo legal e por se tratar a requisicéo, de um ato administrativo. >» O MP nao estd vinculado & requisic&o, podendo deixar de ajuizar a aco penal. 4.2.3 Acao penal privada exclusiva E a modalidade de aco penal privada classica. E aquela na qual a Lei entende que a vontade do ofendido em ver ou nao o crime apurado e o infrator processado s&o superiores ao interesse pUblico em apurar o fato. Alguns principios regem a agao penal privada: + Oportunidade - Diferentemente do que ocorre com relag&o a aco penal ptiblica, que é obrigatéria para o MP, na acao penal privada compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder 4 analise da conveniéncia do ajuizamento da agio. * Dispor idade - Também de maneira diversa do que ocorre na agéo penal publica, aqui o titular da acdo penal (ofendido) pode desistir da acéo penal proposta (art. 51 do CPP). + In idade - Outra ccaracteristica diversa 6 a 0 ofendido obrigado a ajuizar a queixa, mas se o fizer, deve ajuizar a queixa em face de todos 0s agentes que cometeram o crime, sob pena de se caracterizar a RENUNCIA em relacéo aqueles que nao foram incluidos no polo passivo da acao. Assim, considerando que houve a renuincia ao direito de queixa em relagéo a alguns dos criminosos, 0 beneficio se estende também aos agentes que foram acionados judicialmente, por forga do art. 48 do CP: Art, 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigaré ao processo de todos, e 0 Ministério Publico velaré pela sua indivisibilidade. © prazo para ajuizamento da ac&o penal privada (queixa) é decadencial de seis meses, e comeca a fluir da data em que o ofendido tomou ciéncia de quem foi o autor do delito. O STF e o STJ entendem que se a queixa foi ajuizada dentro do prazo legal, mas perante *4 Nesse sentido, TOURINHO FILHO, FREDERICO MARQUES MIRABETE. Em sentido contrério, NUCCI. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 157/158, Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 83 juizo incompetente, mesmo assim tera sido interrompido o prazo decadencial, pois o ofendido néo ficou inerte."° © ofendido pode ainda, renunciar ao direito de ajuizar a acao (queixa), e se o fizer somente a um dos infratores, a todos se estenderd, por forca do art. 49 do CPP: Art. 49. A rentncia ao exercicio do direito de queixa, em relagdo a um dos autores do crime, a todos se estenderd. A rentncia s6 pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda © pode ser expressa ou tdcita. Com relagéo a rendncia tacita (decorrente da no inclusao de algum dos infratores na ago penal), o STI firmou entendimento no sentido de que a omisséo do querelante (auséncia de incluséo de algum dos infratores) deve ter sido VOLUNTARIA, ou seja, ele deve ter, de fato, querido ndo processar o infrator. Em se tratando de omiss&o INVOLUNTARIA (mero esquecimento, por exemplo), ndo se pode considerar ter ocorrido renuincia tacita, devendo © MP requerer a intimagao do querelante para que se manifeste quanto aos demais infratores.'© Apés o ajuizamento da demanda o que podera ocorrer é 0 perdao do ofendido. Nos termos do art. 51 do CPP: Art. 51. O perdao concedido a um dos querelados aproveitard a todos, sem que produza, todavia, efeito em relacéo ao que o recusar. A utilizagéo do termo querelado denota que sé pode ocorrer 0 perdao depois de ajuizada a queixa, pois sé apés este momento ha querelante (ofendido) e querelado (autor do crime). O perddo, & semelhanca do que ocorre com a rentincia ao direito de queixa, também pode ser expresso ou tacito. No primeiro caso, é simples, decorre de manifestacéo expressa do querelante no sentido de que perdoa 0 infrator. No segundo caso, decorre da pratica de algum ato incompativel com a intengéo de processar o infrator (ex.: Casar-se com o infrator). © perdao pode ser: + Judicial - quando oferecido pelo querelante dentro do processo + Extrajudicial - quando o querelante oferece o perdao FORA do processo (nao o faz em manifestacdo processual) Na acdo penal privada pode ocorrer, ainda, a perempedo da acéo penal, que é a perda do direito de prosseguir na ago como puni¢&o ao #5 (RHC 25.611/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 09/08/2011, Dle 25/08/2011) 2 (RHC 55.142/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 12/05/2015, Die 21/05/2018) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 83 querelante que foi inerte ou negligente no processo. As hipéteses est&o previstas no art. 60 do CPP: Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar- se-d perempta a acao penal: 1 - quando, iniciada esta, 0 querelante deixar de promover 0 andamento do proceso durante 30 dias seguidos; I - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, néo comparecer em juizo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazé-lo, ressalvado 0 disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular 0 pedido de condenacao nas alegagées finais; IV - quando, sendo 0 querelante pessoa juridica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Com relagao ao inciso I (deixar de dar andamento ao processo por 30 dias seguidos), a Doutrina’” € pacifica no sentido de que nao é possivel falar em perempgéo quando o querelante deixa de dar seguimento ao processo por varias vezes, mas todas elas em perfodo inferior a 30 dias (25 dias em uma vez, 15 em outra, etc.). Por fim, a queixa pode ser oferecida por procurador, desde que se trate de procuracado com poderes especiais, nos termos do art. 44 do CPP. 4.2.4 Ac&o penal privada subsidiaria da publica Trata-se de hipétese na qual a ac&o penal é, na verdade, publica, ou seja, 0 seu titular é 0 MP. No entanto, em razéo da inércia do MP em oferecer a denuncia no prazo legal (em regra, 15 dias se réu solto, ou 05 dias se réu preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ag&o penal privada (queixa) que substitui a ac&o penal publica. Esta previséo esta contida no art. 29 do CPP: Art. 29. Ser admitida a¢ao privada nos crimes de agGo publica, se esta nao for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Publico aditar a queixa, repudié-la e oferecer dentincia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligéncia do querelante, retomar a acdo como parte principal. Entretanto, o ofendido tem um prazo de seis meses para oferecer a acdo penal privada, que comeca a correr no dia em que se esgota 0 prazo do MP para oferecer a dendncia, conforme art. 38 do CPP: Art. 38. Salvo disposicéo em contrério, o ofendido, ou seu representante legal, decairé no direito de queixa ou de representacao, se nao o exercer ° NUCCI, Gullherme de Souza. Op. Cit., p. 166 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 53 dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem & e autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denincia. Se o MP requer ao Juiz dilag&o de prazo para realizagSo de diligéncias ou promove o arquivamento do IP, ndéo se pode admitir a acdo penal privada, pois esta somente existe para os casos nos quais o MP permaneceu inerte, sem nada fazer. Se o MP pratica uma destas condutas, n&o ha inércia, mas apenas a pratica de atos que lhe sao permitidos.1* Por fim, nado é admissivel o perddo do ofendido na acao penal privada subsidiaria da ptiblica, pois se trata de ago originariamente publica, na qual sé se admitiu o manejo da acdo privada em razdo de uma circunstancia temporal. Tanto é assim que o art. 105 do CP estabelece que: Art. 105 - 0 perdéo do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da acao. Ora, se o artigo fala em “crimes em que somente se procede mediante queixa”, exclui desta lista a acdo penal privada subsididria da publica, pois esta é cabivel nos crimes que so, originariamente, de ac3o penal PUBLICA. 4.2.5 Ac&o penal personalissima Trata-se de modalidade de ac&o penal privada exclusiva, cuja unica ferenea é que, nesta hipotese, soments o ofendido” (maigininguém, Si hipstesenéhhumal) pocers ajuizar a agdo”’. Assim, se o ofendido falecer, nada mais haveraé a ser feito, estando extinta a punibilidade, pois a legitimidade n&o se estende aos sucessores, como acontece nos demais crimes de ago privada. *® Na Jurisprudéncia, por todos: (AgRg no RMS 27.518/SP, Rel. Ministro MARCO AURELIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2014, ‘Dae 27/02/2018 ‘Na Doutrina, por todos: PACELLI, Eugénio. Op. cit., p. 159 °° A Gnica hipétese ainda existente no nosso ordenamento é o crime previsto no art. 236 do cl Art, 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial 0 outro contraente, ou ocultando-Ihe impedimento que néo seja casamento anterior: Pena - detencéo, de seis meses a dois anos. Paragrafo Unico - A aco penal depende de queixa do contraente enganado ¢ no pode ser intentada senao depois de transitar em julgado a sentenca que, por motivo de erro ou impedimento, anule 0 casamento. ®° PACELLI, Eugénio. Op. cit., p. 157/158 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 53 Além disso, se 0 ofendido € menor, o seu representante ndo pode ajuizar a demanda. Assim, deve 0 ofendido aguardar a maioridade para ajuizar a ago penal privada. 4.3 Denuncia e queixa: elementos ‘A denincia ou queixa deve conter alguns elementos: 4.3.1 Exposicio do fato criminoso Deve a inicial acusatéria (dentincia ou queixa) expor de forma detalhada o fato criminoso, com todas as suas circunstancias, até para permitir 0 exercicio do direito de defesa. 4.3.2 Qualificacdo do acusado Deve a inicial, ainda, conter a qualificagdo do acusado. Se o acusador néo dispuser da qualificagéo completa. do acusado, por faltarem informagées, deveré ao menos indicar os elementos pelos quais seja possivel identifica-lo (marcas no corpo, caracteristicas fisicas diversas, etc.). 4.3.3 Classificacaio do delito (tipificacaio do delito) E a simples indicagao do dispositivo legal violado pelo acusado (art. 155, no crime de furto, por exemplo). Entende-se que este requisito nao é indispensdvel, pois 0 acusado se defende dos fatos, e nao dos dispositivos imputados. Assim, se a inicial narrar um roubo mas indicar o dispositive do furto (indicar o art. 155, erroneamente), 0 Juiz poderd, mais a frente, corrigir 0 equivoco. 4.3.4 Rol de testemunhas A inicial acusatéria deve vir acompanhada do rol de testemunhas, quando houver. 4.3.5 Enderegamento Deve a inicial ser enderegada ao Juiz competente para apreciar 0 caso. O enderecamento erréneo, porém, nao invalida a pega acusatéria. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 53 4.3.6 Redac&o em verndculo Deve a inicial acusatéria ser escrita em portugués (todos os atos processuais devem ser praticados em lingua portuguesa ou traduzidos para © portugués). 4.3.7 Subscricéo Deve a inicial acusatéria ser assinada pelo membro do MP (denuincia) ou pelo advogado do querelante (no caso da queixa-crime). 5S DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO DE PROCESSSO PENAL % Arts. 24 a 62 do CPP - Regulamentacao da Acao Penal no CPP: DA ACAO PENAL Art. 24. Nos crimes de aco piiblica, esta seré promovida por den Ministério PUblico, mas dependerd, quando a lei o exigir, de requi Ministro da Justica, ou de representacdo do ofendido ou de quem tiver qualidade para representé-lo. § 10 No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por deciséo judicial, 0 direito de representacio passaré a0 cénjuge, ascendente, descendente ou irmao. (Paragrafo nico renumerado pela Lei n° 8.699, de 27.8.1993) § 20 Seja qual for 0 crime, quando praticado em detrimento do patriménio ou interesse da Unido, Estado e Municipio, a acdo penal seré publica. (Incluido pela Lei n? 8.699, de 27.8.1993) Art. 25. A representacio seré irretratével, depois de oferecida a dentincia. Art. 26. A acéo penal, nas contravengées, seré iniciada com 0 auto de priso em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciéria ou policial. Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderé provocar a iniciativa do Ministério Piblico, nos casos em que caiba a acdo publica, fornecendo-Ihe, por escrito, informagées sobre o fato e a autoria e indicando 0 tempo, o lugar e os elementos de convicgao. Art. 28. Se 0 érgo do Ministério Publico, ao invés de apresentar a denincia, requerer_o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer pecas de informacao, 0 juiz, no caso de considerar improcedentes as razées invocadas, faré remessa do inquérito ou pecas de informacao ao procurador-geral, e este oferecerd a dentincia, designaré outro érgao do Ministério Publico para oferecé- a, ou insistiré no pedido de arquivamento, ao qual sé entdo estaré o juiz obrigado a atender. Art. 29. Seré admitida aco privada nos crimes de aco piiblica, se esta no for intentada no prazo legal, cabendo 20 Ministério Publico aditar a queixa, repudid-la e oferecer dentincia substitutiva, intervir em todos os termos do proceso, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligéncia do querelante, retomar a aco como parte principal. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 53 ‘Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representé-lo caberé intentar a acao privada. Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisao judicial, 0 direito de oferecer queixa ou prosseguir na aco passaré 20 cénjuge, ascendente, descendente ou irméo. Art. 32. Nos crimes de aco privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeara advogado para promover a acao penal. § 10 Considerar-se-& pobre a pessoa que nao puder prover 4s despesas do Proceso, sem privar-se dos recursos indispensaveis ao préprio sustento ou da familia. § 20 Seré prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscricéo residir 0 ofendido. Art, 33. Se 0 ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e nao tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderd ser exercido por curador especial, nomeado, de oficio ou a requerimento do Ministério Publico, pelo juiz competente para o processo penal. Art. 34. Se 0 ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, 0 direito de queixa poderd ser exercido por ele ou por seu representante legal. Art. 35. (Revogado pela Lei n° 9.520, de 27.11.1997) Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, teré preferéncia 0 cénjuge, e, em seguida, o parente mais préximo na ordem de enumeracao constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na acao, caso 0 querelante desista da instancia ou a abandone. Art. 37. As fundagdes, associagées ou sociedades legalmente constituidas poderdo exercer a acéo penal, devendo ser representadas por quem os Tespectivos contratos ou estatutos designarem ou, no siléncio destes, pelos seus diretores ou sdcios-gerentes. Art. 38. Salvo disposicS0 em contrério, 0 ofendido, ou seu representante legal, decaird no direito de queixa ou de representacao, se nao o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é 0 autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar 0 prazo para o oferecimento da denincia. Pardgrafo Unico. Verificar-se-d a decadéncia do direito de queixa ou representacdo, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, pardgrafo Unico, e 31. Art. 39. 0 direito de representacgo poderé ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaraco, escrita ou oral, feita 20 juiz, ao érgao do Ministério Publico, ou & autoridade policial. § 10 A representacéo feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, seré reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente 0 érga0 do Ministério Publico, quando a este houver sido dirigida. § 20 A representacéo conteré todas as informacées que possam servir 4 apuracao do fato e da autoria. § 30 Oferecida ou reduzida a termo a representacao, 2 autoridade policial procederd a inquérito, ou, néo sendo competente, remeté-lo-4 4 autoridade que o for. § 4o A representacdo, quando feita 2o juiz ou perante este reduzida a termo, seré remetida & autoridade policial para que esta proceda a inquérito. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 53 § 50 0 érgS0 do Ministério Publico dispensaré o inquérito, se com a Tepresentacao forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a acéo penal, e, neste caso, ofereceré a dentincia no prazo de quinze dias. Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juizes ou tribunais verificarem a existéncia de crime de acao publica, remeterdo ao Ministério Publico as cépias e os documentos necessarios ao oferecimento da deniincia. Art. 41. A dentincia ou queixa conteré a exposicao do fato criminoso, com todas as suas circunstancias, a qualificagSo do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificé-lo, a classificacéo do crime e, quando necessario, o rol das testemunhas. Art. 42. 0 Ministério Publico nao poderd desistir da ago penal. Art. 43, (Revogado pela Lei n° 11.719, de 2008). Art, 44, A queixa poderé ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato 0 nome do querelante e a mencdo do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligéncias que devem ser previamente requeridas no juizo criminal. Art. 45. A queixa, ainda quando a acdo penal for privativa do ofendido, poderé ser aditada pelo Ministério Publico, a quem caberd intervir em todos os termos subseqientes do processo. Art. 46. O prazo para oferecimento da dentincia, estando o réu preso, seré de 5 dias, contado da data em que 0 érgao do Ministério Publico receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiancado. No ultimo caso, se houver devolucao do inquérito 4 autoridade policial (art. 16), contar- se-d 0 prazo da data em que 0 érgao do Ministério Publico receber novamente os autos. § 10 Quando 0 Ministério Publico dispensar o inquérito policial, 0 prazo para o oferecimento da dentincia contar-se-4 da data em que tiver recebido as pecas de informacées ou a representacéo § 20 O prazo para o aditamento da queixa seré de 3 dias, contado da data em que 0 érgao do Ministério Publico receber os autos, e, se este ndo se pronunciar dentro do triduo, entender-se-4 que nao tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais _ termos do processo. Art. 47. Se 0 Ministério Piblico julgar necessérios maiores esclarecimentos documentos complementares du novos elementos de convicg3o, deverd requisité-los, diretamente, de qualsquer autoridades ou funciondrios que devam ou possam fornecé-los. Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigaré ao processo de todos, e 0 Ministério Publico velaré pela sua indivisibilidade. Art. 49. A reniincia ao exercicio do direito de queixa, em relacéo a um dos autores do crime, a todos se estenderd. Art. 50. A rentincia expressa constaré de declaracao assinada pelo ofendido, or seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Parégrafo unico. A renincia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos nao privaré este do direito de queixa, nem a renuncia do ultimo excluira o direito do primeiro. Art. 51. O perdao concedido a um dos querelados aproveitard a todos, sem que produza, todavia, efeito em relac30 20 que 0 recusar. Art, 52, Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdio poderd ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas 0 perdao concedido por um, havendo oposicao do outro, nao produzira efeito. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 53 Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e néo tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitac3o do perdéo caberé ao curador que o juiz Ihe nomear. Art. 54, Se 0 querelado for menor de 21 anos, observar-se-4, quanto 4 aceitacdo do perdéo, o disposto no art. 52. Art, 55. 0 perdéo poderé ser aceito por procurador com poderes especiais. Art. 56. Aplicar-se-d ao perdao extraprocessual expresso 0 disposto no art. 50. Art. 57. A rentincia tacita e o perdao tacito admitiréo todos os meios de prova. Art. 58. Concedido 0 perdio, mediante declarac3o expressa nos autos, 0 querelado seré intimado a dizer, dentro de trés dias, se 0 aceita, devendo, 20 mesmo tempo, ser cientificado de que o seu siléncio importaré aceitacao. Paragrafo Unico, Aceito 0 perdao, o juiz julgard extinta a punibilidade. Art. 59, A aceitac3o do perdéo fora do processo constaré de declaracso assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar- se-8 perempta a aco penal: 1 - quando, iniciada esta, 0 querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo 0 querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, ndo comparecer em juizo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazé-lo, ressalvado 0 disposto no art. 36; II - quando 0 querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular 0 pedido de condenacéo nas alegacées finals; IV - quando, sendo 0 querelante pessoa juridica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Art. 61. £m qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deveré declaré-lo de oficio. Paragrafo Unico. No caso de requerimento do Ministério Publico, do querelante ou do réu, o juiz mandaré autud-lo em apartado, ouvird a parte contraria e, se 9 julgar convenient, concederé o prazo de cinco dias para a prova, proferindo 2 deciso dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentenca final. Art. 62, No caso de morte do acusado, o juiz somente 4 vista da certidéo de dbito, e depois de ouvido o Ministério Publico, declarara extinta a punibilidade. CONSTITUICGAO FEDERAL % Art, 129, I da CRFB/88 - Estabelece a titularidade privativa do MP no que tange a aco penal publica: Art. 129, So funcées institucionais do Ministério Publico: I - promover, privativamente, a aco penal publica, na forma da lei; ‘% Art. 5°, LIX da CRFB/88 - Estabelece o cabimento da ag&o penal privada subsidiaria da publica, nos casos de inércia do M Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 53 Art. 50 (...) LIX - seré admitida aco privada nos crimes de aco publica, se esta nao for intentada no prazo legal; ee US aed Ss} 6.1 Sdmulas do STF % SGmula 524 do STF: Estabelece a impossibilidade de ajuizamento da ac&o penal quando houve arquivamento por falta de provas, salvo se surgirem novas provas, em consonancia com o art. 18 do CPP. Stmula 524 do STF - “Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justica, néo pode a acao penal ser iniciada, sem novas provas.” Sdmula 594 do STF: A stimula foi elaborada quando a maioridade civil era atingida aos 21 anos, enquanto a maioridade penal era atingida aos 18 anos. Hoje, com o Cédigo Civil de 2002, 0 ofendido que possui mais de 18 anos € pessoa plenamente capaz, néo havendo que se falar em representante legal. Contudo, a simula permanece vigorando, mas hoje dever ser interpretada como autonomia do representante legal e do ofendido para oferecerem queixa ou representacao. Isso teré aplicagéio pratica quando o ofendido for menor de 18 anos na é€poca do fato e, posteriormente, completar 18 anos (passara a ter o prazo de seis meses Para oferecer queixa ou representacdo, a contar da data em que completou 18 anos). Isso nao impede, todavia, que seu representante legal ofereca queixa ou representacao antes disso (antes de o ofendido completar 18 anos): Stmula 594 do STF: “Os direitos de queixa e de representacdo podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. % SGmula 608 do STF: Considera ser de ac&o penal publica INCONDICIONADA o crime de estupro praticado com violéncia real (mesmo sem les&o grave ou morte). Contudo, a stimula foi editada bem antes da Lei 12.015/09, que provocou mudangas drdsticas no que tange aos crimes contra a dignidade sexual, passando a estabelecer que a acéo penal sera, em regra, publica condicionada & representacao (ndo fazendo a ressalva que 0 enunciado de stimula faz). Assim, boa parte da Doutrina entende que a simula perdeu validade”. Outros, como Cezar Roberto Bitencourt, sustentam que sé se aplica quando houver, ao menos, leso corporal ® NUCCI, Guilherme de Souza. Crimes contra a dignidade sexual, p. 62-63, apud, GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 3. Ed. Impetus. NiteréI-RJ, 2015, p. 584/585 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Bi de 53 grave. Por fim, uma terceira corrente sustenta que a stimula permanece valida em sua integralidade”. ‘Stmula 608 do STF - "No crime de estupro, praticado mediante violéncia real, a aco penal € publica incondicionada.” ‘% SGmula 609 do STF: Consolida entendimento no sentido de que o crime de sonegacéo fiscal é persequivel mediante acéo penal publica incondicionada: Stimula 609 do STF - “E publica incondicionada a acao penal por crime de sonegasio fiscal.” % Sumula 714 do STF: Consolida o entendimento do STF quanto a legitimidade concorrente entre 0 ofendido e o Ministério Public para a aco penal por crime contra a honra de servidor ptiblico em razao do exercicio de suas fungées: ‘Stimula 714 do STF - “E concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Piblico, condicionada a representagao do ofendido, para aco penal por crime contra a honra de servidor puiblico em razéo do exercicio de suas funcées.” 6.2 Sumulas do STJ % Samula 542 do STJ: Seguindo entendimento do STF sobre o tema, o STJ sumulou entendimento no sentido de que a ag&o penal referente ao crime de lesdo corporal, quando praticado no contexte de violéncia doméstica contra a mulher, é publica incondicionada: Stimula 542 do STJ - A aco penal relativa ao crime de lesdo corporal resultante de violéncia doméstica contra a mulher é publica incondicionada. ya 37:10) 4) (a Woe) Uae ‘% STJ - AgRg no REsp 1218726/R)J: Consolida o entendimento do ST) no sentido de que, em se tratando de acdo penal privada, aquele que restar vencido devera arcar com os énus da sucumbéncia, por analogia ao art. 20 do CPC: (...) 1. E possivel haver condenacaéo em honordrios advocati acéo penal privada. Conclusao que se extrai da incidén incipios da sucumbéncia e da causalidade, o que permite a apl ® BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Especial (volume 4). Ed. Saraiva, 99 edigéo, Séo Paulo, 2015, p. 157/158 * GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 3. Ed. Impetus. Niteréi-RI, 2015, p. 584/585 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 83 analégica do art. 20 do Cédigo de Proceso Civil, conforme previsdo constante no art. 3° do Codigo de Processo Penal. Precedentes. (...) (AGRg no REsp 1218726/RJ, Rel. Ministro SEBASTIAO REIS JUNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/02/2013, Dle 22/02/2013) 's STJ - HC 85.039/SP: Consolida o entendimento do STJ no sentido de que o MP pode acrescentar ao processo elementos que influenciem na fixagdo da pena, quando no exercicio da funcao de custos legis na acao penal privada. Nao pode o MP, contudo, incluir novos sujeitos (supostos coautores ou participes) nem inovar quanto aos fatos descritos na queixa- crime: (...) II- Nos termos do artigo 45 do CPP, a queixa poderd ser aditada pelo Ministério Publico, ainda que se trate de acdo penal privativa do ofendido, desde que nao proceda a inclusao de co-autor ou participe, tampouco inove quanto aos fatos descritos, hipéteses, por sua vez, inocorrentes na espécie. Ordem denegada. (HC 85.039/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 05/03/2009, Die 30/03/2009) % STJ - RHC 55.142/MG: Consolida o entendimento do STJ no sentido de que a renuncia sé ocorre quando ha omissdo voluntéria, ou seja, 0 querelante, propositalmente, deixa de incluir algum dos infratores na acéo penal. Se o querelante apenas se esqueceu de incluir algum dos infratores, no ha renuncia. (...) "0 reconhecimento da rentincia tacita ao direito de queixa exige a demonstracdo de que a nao inclusdo de determinados autores ou e se deu de forma deliberada pelo querelante" (v.g.: HC 186.405/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 11/12/2014). Recurso ordinario desprovido. (RHC 55.142/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 12/05/2015, DJe 21/05/2015) % STJ - RHC 55.142/MG: O STI consolidou entendimento no sentido de que © ajuizamento da queixa dentro do prazo legal interrompe o curso do prazo decadencial de seis meses, ainda quando ajuizada perante juizo incompetente, pois nao teria havido inércia do ofendido. (...) Mesmo que a queixa-crime tenha sido apresentada perante Juizo incompetente, 0 certo é que o seu simples ajuizamento é suficiente para ncia, interrompendo 0 seu Doutrina. Precedentes do ST) e 3, Recurso desprovido. (RHC 25.611/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 09/08/2011, Dle 25/08/2011) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 83 % STJ - HC 103.774/PB: O ST) consolidou entendimento no sentido de que 0 prazo para o oferecimento da dentincia é impréprio, ou seja, pode sofrer dilago, quando houver justificativa para tal, néo havendo que se falar em nulidade. Isso nao impede, contudo, o ajuizamento da aco penal privada subsididria. 3. A jurisprudéncia desta Corte jé assentou ser 0 prazo previsto no art. 46 do Cédigo de Processo Penal impréprio, o que significa dizer que, excepcionalmente, pode sofrer sensivel dilacdo, se o atraso estiver devidamente justificado. 4, A consequéncia legal para o atraso no oferecimento da dentincia seria, quando m a abertura de prazo para a propositura de ag3o penal privada subsididria da ptiblica, até porque n3o houve qualquer prejuizo ao paciente, que se encontrava foragido, tratando-se, portanto, de mera irregularidade. (..-) (HC 103.774/PB, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 10/03/2016, DJe 17/03/2016) % STJ - HC 103.774/PB: O ST) decidiu que o fato de a vitima procurar a Defensoria Publica e solicitar assisténcia juridica em favor do infrator (seu filho) néo implica retratagéo da representacaéo anteriormente formulada. O STJ entendeu que nada impede que alguém pretenda que o infrator responda pelo crime praticado, mas, ao mesmo tempo, deseje que seja satisfatoriamente defendido. 2. Doutrina e jurisprudéncia so uniformes no sentido de que a representacao do ofendido nas acées penais piblicas condicionadas prescinde de qualquer formalidade, sendo suficiente a demonstragéo do interesse da vitima em autorizar a persecucio criminal. 3. No caso dos autos, quando da lavratura do auto de prisdo em flagrante, a vitima expressamente requereu a instauracao de inquérito policial contra 0 acusado, seu filho, com relacao aos fatos registrados no boletim de ocorréncia. 4. 0 fato de a vitima haver procurado a Defensoria Piblica no curso da acao penal solicitando assisténcia juridica para seu filho, 0 ora recorrente, nao significa que tenha se retratado tacitamente da representacao anteriormente formulada, ja que a vontade de que o acusado responda criminalmente pelos fatos ndo se confunde com o 4nimo, justificado pela relacdo entre ambos existente, de que seja adequadamente defendido durante a persecucao criminal. (...) (RHC 51.481/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 21/10/2014, DJe 29/10/2014) 8 RESUMO AGAO PENAL - CONCEITO E ESPECIES Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 53 + A acio penal é 0 instrumento que da ao processo penal, através do qual o Estado poder exercer seu ius puniendi. Pode ser de duas grandes espécies: * Publica - (1) incondicionada (2) condicionada + Privada - (1) exclusiva (2) personalissima (3) subsidiaria da publica Assim: PUBLICA INCONDICIONADA Nao depende de qualquer condi SSE CONDICIONADA — Requisicao do Ministro da Justica > N&o tem prazo (pode ser oferecida enquanto nao extinta a punibilidade) > Nao cabe retratacio. > MP nao esté vinculado a requisicdo —(oferecida =a requisicéo, pode o MP deixar de denunciar) Representacao do ofendido: > Deve ser oferecida dentro de 06 meses, sob pena de decadéncia > EMBRBIEIML até o oferecimento da dentincia pelo MP > Nao exige forma especifica > Nao @ divisivel quanto aos autores do fato criminoso PRIVADA EXCLUSIVA O direito de queixa passa aos (titularidade Sucessores do PERSONALISSIMA 0 direito de queixa H&S passa aos ofendido) SGeess0FEs (nem pode ser exercido pelo representante legal). SUBSIDIARIA DA Quando ha ENERCIA)/do)MP, o PUBLICA ofendido passa a ter legitimidade para ajuizar a queixa-crime subsididria, Essa legitimidade dura por seis meses, e neste periodo, tanto o MP quando o ofendido podem ajudar aco penal (legitimidade concorrente). CARACTERISTICAS Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 53 A ac&éo penal ptiblica (tanto a incondicionada quanto a condicionada) é de titularidade exclusiva do MP e goza das seguintes caracteristicas: * Obrigatoriedade * Oficialidade + Indisponibilidade * Divisibilidade A acgao penal privada é de titularidade do ofendido e goza das seguintes caracteristicas: + Indivisibilidade * Oportunidade * Deve ser ajuizada dentro de seis meses (contados da data em que foi conhecida a autoria do delito), sob pena de decadéncia do direito de queixa. INSTITUTOS PRIVATIVOS DA ACAO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA 1. RENUNCIA + Antes do ajuizamento da acéo + Expressa ou tacita (Com relacéio a rentincia tdcita, decorrente da no inclus&io de algum dos infratores na ago penal, o STJ firmou entendimento no sentido de que a omissdo do querelante deve ter sido VOLUNTARIA, ou seja, ele deve ter, de fato, querido néo processar o infrator). + Oferecida a um dos infratores a todos se estende + Nao depende de aceitacéo pelos infratores (ato unilateral) 2. PERDAO + Depois do ajuizamento da agdo + Expresso ou tacito + Processual ou extraprocessual + Oferecido a um dos infratores a todos se estende + Depende de aceitagao pelos infratores (ato BILATERAL) + Se um dos infratores no aceitar, isso ndo prejudica o direito dos demais Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 53 INSTITUTO RENUNCIA PERDAO MOMENTO Antes de iniciado 0 Depois de iniciado 0 processo processo ACEITACAO Nao depende (ato Depende de aceitacao pelo infrator unilateral) (ato bilateral) FORMA Expressa ou tacita _ Expresso ou tacito (pode ser, ainda, processual ou extraprocessual) EXTENSAO, Oferecida a um, a Oferecido a um, a todos se estende todos se estende 3. PEREMPCAO * Penalidade ao querelante pela negligéncia na conducéo do processo + Cabivel quando: > O querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos > Falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, ndo comparecer em juizo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber fazé-lo © querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente >» O querelante deixar de formular o pedido de condenacdo nas alegacées finais » Sendo o querelante pessoa juridica, esta se extinguir sem deixar sucessor. ¥ DISPOSICGES IMPORTANTES * Quando se tratar de crime de aco penal publica, e o MP nada fizer no prazo legal de oferecimento da denuncia (inércia do MP), o ofendido, ou quem lhe represente, podera ajuizar acdéo penal privada subsidiaria da pGblica, tendo essa legitimidade um prazo de validade de seis meses, a contar do dia seguinte em que termina © prazo para manifestacao do MP (consolidando sua inércia). Nao é cabivel a ac&o penal privada subsidiaria se o MP requer o arquivamento ou requer a realizacao de novas diligéncias (neste caso no ha inércia). + A justa causa é a existéncia de elementos de prova minimos, aptos a justificar a demanda penal (STJ). Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 53 Bons estudos! Prof. Renan Araujo 9 LISTA DE EXERCICIOS HORADE raticar! 01. (CESPE - 2016 - DPU - ANALISTA TECNICO ADMINISTRATIVO) Jo&o, aproveitando-se de distragdo de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doa- las a instituic&o de caridade. Jodo foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluido o inquérito policial, o Ministério Publico no ofereceu dentncia nem praticou qualquer ato no prazo legal. Considerando a situac&o hipotética descrita, julgue o item a seguir. Em raz&o da omiss&o do Ministério Publico, a vitima podera oferecer agéo privada subsidiaria da publica. 02. (CESPE - 2013 - DPE-DF - DEFENSOR PUBLICO) Com relagao & ago penal privada, & queixa-crime e a acdo civil, julgue os itens que se seguem. Conforme jurisprudéncia do STJ, nos casos de aco penal privada, ndo incide o énus da sucumbéncia por aplicacao analégica do CPC. 03. (CESPE - 2014 - TJ/SE - ANALISTA) Acerca do inquérito policial, da ag&o penal e da competéncia, julgue os préximos itens. Ainda que no tenha legitimidade para, em ago penal de iniciativa privada, aditar a queixa com o intuito de nela incluir outros réus, 0 MP poderé acrescentar ao processo elementos que influam na fixacéo da pena, no exercicio da fungao de custos legis. 04, (CESPE - 2014 - T3/SE - ANALISTA) Acerca do inquérito policial, da ag&o penal e da competéncia, julgue os préximos itens. Em virtude do principio in dubio pro societate, o juiz no estd autorizado a rejeitar denuincia por falta de lastro probatério minimo que demonstre a idoneidade e a verossimilhanca da acusacao. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 53 05. (CESPE - 2014 - TJ/SE - TECNICO) No que se refere a concurso de pessoas, aplicagéo da pena, medidas de seguranga e acao penal, julgue os itens a seguir. Salvo disposic&o expressa em contrario, © direito de queixa ou de representagao do ofendido decai no prazo de seis meses, contado do dia em que tiver ocorrido crime. 06. (CESPE - 2015 - TJDFT - TECNICO) Acerca da aco penal e suas espécies, julgue os itens seguintes. Em se tratando de crime que se apura mediante ac&o penal publica incondicionada, havendo manifestagao tempestiva do Ministério Publico pelo arquivamento do inquérito policial, faculta-se ao ofendido ou ao seu representante legal a oportunidade para a aco penal privada subsidiaria da publica. 07. (CESPE - 2015 - TJDFT - TECNICO) Acerca da ago penal e suas espécies, julgue os itens seguintes. A legitimagao ativa para a aco penal e a definic&o de sua natureza decorre da lei, sendo, de regra, aco publica, salvo se a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 08. (CESPE - 2008 - TJ/DF - ANALISTA JUDICIARIO - EXECUGAO DE MANDADOS) Nas acées penais puiblicas condicionadas a representacéo da ofendida, esta pode renunciar a representac&o perante o juiz ou a autoridade policial, no maximo, até a data do oferecimento da dentincia. 09. (CESPE - 2008 - PC/TO - DELEGADO DE POL{CIA) Considere a seguinte situagao hipotética. Valmir, penalmente imputdvel, agrediu fisicamente Leandro, produzindo- Ihe lesdes corporais de natureza leve, constatadas em laudo pericial. Apresentado 0 fato @ autoridade policial, e apds a representagdo do ofendido, foi formalizado e remetido ao Poder Judiciario 0 respectivo termo circunstanciado. Nessa situacéo, uma vez procedida a representacdo pela vitima, esta nao mais poderé desistir da persecucao penal, devendo a ago penal seguir sua tramitagdo sob a titularidade do Ministério Publico, até decisao final. 10. (CESPE - 2010 - DETRAN-ES - ADVOGADO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 53 Nas acées penais de natureza privada, n&o se admite o perdao do ofendido depois do transito em julgado da sentenca condenatéria. 11. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIARIO FEDERAL) Apés regular instruc&o processual, mesmo que se convenga da falta de prova de autoria do crime que inicialmente atribuira 20 acusado, néo poderé o Ministério PUblico desistir da acdo penal. 12. (CESPE - 2013 - DEPEN - AGENTE PENITENCIARIO) A ac&o penal publica condicionada a representag&o da vitima inicia-se mediante o recebimento da queixa pelo juiz competente. 13. (CESPE - 2013 - PC/BA - ESCRIVAO DE POL{CIA) Em relac&o ao processo penal e a legislacao pertinente, julgue os itens que se seguem. Na hipétese de o Ministério Publico (MP) perder o prazo legal para oferecer dentincia pelo crime de roubo, a vitima poderé propor queixa-crime em juizo e mover aco penal privada subsididria da publica no prazo de seis meses, tornando-se 0 ofendido titular da ago; o membro do MP reassumira a acéio somente em caso de negligéncia. 14, (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA) Maria, vitima de estupro, comunicou 0 fato a autoridade policial na delegacia de policia. Chamada, seis meses depois, para fazer o reconhecimento de um suspeito, Maria o identificou com seguranga. A partir dessa situagao hipotética, julgue os itens subsequentes. Maria tem o prazo de seis meses para representar contra o suspeito, iniciando-se a contagem, inclusive, do dia em que fez o reconhecimento na delegacia de policia. 15. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA) Maria, vitima de estupro, comunicou o fato a autoridade policial na delegacia de policia. Chamada, seis meses depois, para fazer o reconhecimento de um suspeito, Maria o identificou com seguranca. A partir dessa situago hipotética, julgue os itens subsequentes. Caso Maria seja menor de dezoito anos de idade, cabe ao seu representante legal fazer a representacio junto a autoridade policial no prazo legal, sob pena de decadéncia do direito. 16. (CESPE - 2013 - PC/BA - INVESTIGADOR) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 53 Em relagio ao processo penal e a legislacéo pertinente, julgue os itens que se seguem. A vitima que representa perante a autoridade policial queixa de crime de ac&o penal publica condicionada pode retratar-se até a prolagdo da sentenga condenatéria pelo juiz. 17. (CESPE - 2013 - TJ/DF - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Se o titular da aco penal deixa, sem expressa manifestagao ou justificagao do motivo, de incluir na dentincia algum fato investigado ou algum dos indiciados e 0 juiz recebe a denincia, ocorre arquivamento indireto. 18. (CESPE - 2013 - TJ/DF - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Uma vez apresentada, a representagdo de crime de ag&o penal publica somente pode ser retirada antes do oferecimento da deniincia, nao se admitindo retratagéo da retratacdo. 19. (CESPE - 2013 - TJ/DF - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) N&o se admite a rentincia do direito de representacéo. 20, (CESPE - 2013 - TJ/DF - ANALISTA JUDICIARIO - OFICIAL DE JUSTIGA) A perempgo, admitida tanto na acdo penal privada quanto na publica, acarreta o perecimento da ago penal e a extingao da punibilidade do réu. 21, (CESPE - 2012 - TJ-AC - TECNICO JUDICIARIO) 0 ofendido, ou seu representante legal, decaird no direito de queixa ou de representacéo se ndio 0 exercer dentro do prazo de um ano, contado do dia em que souber quem é 0 autor do crime. 22. (CESPE - 2012 - TJ-AC — TECNICO JUDICIARIO) O Ministério Publico nao podera desistir da aco penal. 23. (CESPE - 2012 - TJ-AC - TECNICO JUDICIARIO) A rentincia ao exercicio do direito de queixa, em relacéo a um dos autores do crime, sera estendida a todos. 24, (CESPE - 2012 - TJ-AC - TECNICO JUDICIARIO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ai de 53 Depois de recebida a dentincia, a representagao sera irretratavel. 25. (CESPE - 2012 - TJ-AC - TECNICO JUDICIARIO) Se 0 ofendido for menor de vinte e um anos e maior de dezoito anos de idade, 0 direito de queixa podera ser exercido por ele ou por seu representante legal. pe > (5 5

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