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EU- A MENTE E A
INTEGRAÇÃO DAS
DIMENSÕES COGNITIVAS,
EMOCIONAL E CONATIVA
Aung San Suu Kyi

2019/2020
GRUPO 2 12LH1
Andreia Campos; Bruna Salgado; Luís Silva; Pedro Barbosa; Teresa Cunha
Psicologia B
Escola Secundária Francisco de Holanda

Índice

Personalidade (construção da identidade) ................................................................................... 2


• Contextualização ............................................................................................................... 2
• Movimentos Sociais e Políticos ......................................................................................... 3
• Relação com o tema .......................................................................................................... 4
Web grafia ..................................................................................................................................... 6

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Personalidade (construção da identidade)

Contextualização

Aung San Suu Kyi, símbolo da luta democrática em Mianmar, nasceu em 1945. Suu Kyi viveu
na Índia no princípio dos anos 60 acompanhando a mãe que tinha sido nomeada embaixadora
em Deli. Foi depois para o Reino Unido para estudar na conceituada Universidade de Oxford,
onde estudou Filosofia, Política e Economia e onde conheceu o futuro marido, Michael Aris.
Depois de viver e trabalhar em países como o Japão e o Reino do Butão, estabeleceu-se outra
vez no Reino Unido com os dois filhos. No entanto, a
Birmânia, apesar de estar longe em quilómetros,
estava perto do pensamento de Kyi.

Suu Kyi não é a primeira da família a lutar pelo país e


tornar-se herói. Isto porque o seu pai, o general Aung
San, é ainda hoje uma das figuras da independência
birmanesa, tendo sido assassinado durante o período
de transição política em julho de 1947.

As ideias políticas de Aung Suu Kyi e a sua vontade de mudança no seu país de origem
começaram a fervilhar.

Neste sentido, durante anos, Aung Suu Kyi foi uma grande ativista contra a Junta Militar que
governava o país desde 1962. No final dos anos 80, Suu Kyi deixou o conforto de Oxford, onde
vivia o seu marido, o professor
britânico Michael Aris, e os dois
filhos para se unir ao protesto que
exigia o fim da ditatura militar.

Sendo filha única do herói da


independência birmanesa, ela
uniu-se às manifestações
inspiradas nos movimentos
pacíficos de Mahatma Gandhi e
tornou-se rapidamente um
símbolo de resistência e luta pelos
direitos humanos. As mobilizações foram reprimidas violentamente pelos soldados. Suu Kyi
pagou pela sua resistência com 15/20 anos de prisão domiciliária (em vários períodos, até
2010), isolada do mundo exterior. O marido morre de cancro em 1999, sem que ela o tenha
voltado a ver e os filhos crescem longe dela.

Em 1990, o Parlamento Europeu concedeu a Suu Kyi o prémio Sakharov de liberdade de


pensamento. Em 1991 foi galardoada com o Nobel da Paz. Os seus filhos, Alexander e Kim,
recebem o prémio, em nome de sua mãe. Suu Kyi permanece presa e recusa-se a deixar o país.

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A carismática dama, como é conhecida popularmente, é alvo de críticas, tanto em casa como
no estrangeiro, pela lentidão nas mudanças para avançar rumo a uma democracia real e pela
forma como vem administrando os conflitos étnicos. A reprovação mais visível surgiu quando
um grupo de 23 ativistas assinaram uma carta na qual recriminavam a inação do Governo
birmanês diante da “limpeza étnica e os crimes contra a humanidade” sofridos pela minoria
muçulmana rohingya, massacrada pelo exército, sem que lhes seja permitida a entrega de
ajuda humanitária.

Vídeo: https://rr.sapo.pt/2019/12/18/actualidade/aung-suu-kyi-nega-acusacoes-de-genocidio-
e-e-recebida-como-heroina-de-myanmar/video/226132/

Movimentos Sociais e Políticos

Suu Kyi ao longo de toda a sua vida foi assumindo cada vez mais um papel de extrema
influência e importância em Mianmar, assim, é possível afirmar que o Pai, grande responsável
pela independência do país e que viu a sua vida findar devido a esta luta, inspirou e serviu de
exemplo para Aung, tal é visível neste excerto do seu discurso: "Como a filha de meu pai não
podia permanecer indiferente a tudo o que estava acontecendo", em Rangoon, em 26 de
agosto de 1988, foi levada a liderar a revolta contra o então ditador, general Ne Win. É
necessário também referir o cargo social que sua mãe ocupava. Sendo estes fatores
dilacerantes para a sua tomada de posição, para as lutas e ideologias que assumiu.

Numa primeira fase, após a conclusão de estudos filosóficos e políticos, que de certo modo,
impulsionaram ainda mais a líder birmanesa, esta assumiu uma posição perante o país,
contrária ao que ali era vivida, ou seja, adotou ideias de liberdade, justiça, equidade.

Devido ao contexto social e político ao qual estava inserida e ao seu sentido de mudança, Aung
viu-se privada da sua liberdade, este acontecimento foi o que a fez mostrar-se ao mundo e
ninguém ficou indiferente à sua luta. O que a fez ganhar diversos prémios, estando o Nobel no
centro das atenções. Neste sentido ganhou os seguintes prémios:

• Prêmio Rafto (1990);


• Prêmio Nobel da Paz de 1991;
• Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento (1990);
• Prêmio Jawaharlal Nehru para a Compreensão Internacional, concedido pelo governo
da Índia (1992);
• Prêmio Internacional Simón Bolívar, do governo da Venezuela (1992);
• Prémio Liberdade de Edimburgo (2005) - prémio retirado em 2018 devido à sua recusa
em condenar a violência contra o povo rohingya;
• Cidadania honorária do Canadá, concedida pelo governo daquele país (2007);
• Prémio Internacional Catalunha (2008);
• Medalha Wallenberg (2011);

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Na verdade, Aung conseguiu aquilo que ela e o pai tanto ansiavam, a liberdade em todos os
sentidos. Após anos de tensões conseguiu a queda do regime que tanto a reprimiu.

Apesar de todo o fanatismo positivo que emergiu à sua volta, a carismática dama
rapidamente, viu a sua fama “cair no charco”, devido á sua lenta e negativa atuação no
massacre ao povo rohingya.

Efetivamente, em causa está a total inação do governo de Myanmar perante o que um


relatório da ONU chamou de “assassínios em massa” e “violações coletivas”, com “intenção
genocida” durante a ofensiva militar que começou em 2017 e levou centenas de milhares de
rohingya (minoria muçulmana) – estima-se em 700 mil – a fugirem para o Bangladesh.

Assim, várias foram as petições que foram realizadas para lhe retirar o premio Nobel, algo que
é irrealizável. Desde que assumiu o poder, além da crise Rohingya, Suu Kyi e seu governo da
NLD também enfrentaram críticas por processar jornalistas e ativistas usando as leis da era
colonial.

Houve progresso em algumas áreas, mas os militares continuam a ocupar um quarto dos
assentos parlamentares e controle dos principais ministérios, incluindo defesa, assuntos
internos e assuntos de fronteira.

É importante referir que San:

• Retomou a democracia;
• Segui a estratégia de resistir de maneira pacífica, expôs a ditadura local e tornou se
num uma líder incontestável;
• Preferiu ficar a presar a visitar o marido que estava doente, visto que, se saísse do país
não poderia mais voltar;
• Embora não tenha sido autorizada a tornar-se presidente por causa de uma restrição
constitucional que impede candidatos com cônjuges ou filhos estrangeiros, Suu Kyi
tornou-se líder em 2016, desempenhando o papel de "conselheira do estado".
• Apesar de todas as evidências de que a minoria muçulmana rohingya esteja sendo
exterminada diariamente, Aung continua negando que haja um massacre;
• Sob sua gestão, o governo tem mandado prender cidadãos que usam as redes sociais
para criticar a conselheira e suas medidas;

Terminamos assim afirmando, que ao longo dos anos, as suas ideologias foram, de certo
modo, alteradas e a “mãe de Mianmar” foi demonstrado cada vez mais, o seu lado não tão
liberal. Apesar de ser amada e respeitada no seu país é contestada e humilhada por todo o
mundo.

Relação com o tema

Catalogada, no tema 2 “Eu a mente e a integração das


dimensões cognitiva, emocional e conativa”, é-nos
explicitado a mente como totalidade constituída pela

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interação de processos cognitivos, emocionais e conativos. Em termos simples, o saber, o


sentir e o fazer.

Por tudo isto, a cognição é o termo que designa os atos, processos e mecanismos envolvidos
no processo de conhecimento, assim como o resultado da conjugação desses elementos.
Deste modo, ser-nos-á útil referir a perceção, a memoria e a aprendizagem. Efetivamente, a
perceção modifica-se a par das nossas sensações e da nossa cultura. Na verdade, a cultura é o
conjunto de informações e de conhecimentos adquiridos por aprendizagem social. A aquisição
de cultura significa que alguém foi instruído e educado, que outras pessoas a instruíram e
educaram. Assim, a transmissão cultural é um processo social. Os povos e as comunidades ao
fim de anos de convivência permanente, acabam por fixar certos modelos de comportamento
que transmitem. Isto é o que habitualmente se designa por padrões de cultura.

Tendo em conta os dados biográficos anteriormente referidos, podemos verificar que as ideias
revolucionárias de Aung San Suu Kyi surgiram quando a Birmânia vivia numa ditadura militar,
marcada pela corrupção, pobreza rural, ausência de liberdade e de instrução, pela
desigualdade social e de género, uma vez que as mulheres viam os seus direitos negados. Visto
que Suu Kyi estudou no Reino Unido e contactou com a cultura ocidental, extremamente
diferente da oriental, vivenciou uma realidade assinalada pelo respeito das liberdades
fundamentais, consagradas na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Aung pretendia,
para o seu país de origem, a consagração das mesmas liberdades.

Ademais, os processos emocionais estão associados às nossas experiências e vivências de


prazer e de desprazer e ao modo como interpretamos os sentimentos e emoções nossos e dos
outros. Assim, estamos na dimensão dos afetos, sentimentos e emoções. Podemos
caracterizar a emoção como um estado mental e fisiológico ligado a uma grande diversidade
de sentimentos, pensamentos, desejos, comportamentos e situações.

Finalmente, os processos conativos relacionam-se com a ação, com o fazer e sobretudo com as
razões e intenções que estão na base das nossas ações. O termo “conação” significa esforço,
empenho, força de vontade associada a uma conduta deliberada, consciente e dirigida para
um fim. Como tal, os processos conativos são processos psíquicos que envolvem a deliberação,
motivação, intencionalidade e empenho ou força de vontade em realizar o que queremos
alcançar.

É indubitável verificar que estes processos influenciam, em absoluto, a mente de Aung San Suu
Kyi, uma vez que a mesma adotou uma posição ativista contra a ditadura implantada em
Myanmar para conseguir, efetivamente, a independência do seu país e a consagração dos
direitos e liberdades fundamentais, ou seja, mostrou empenho e força de vontade para
alcançar um objetivo (processos conativos).

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Web grafia

https://observador.pt/2016/02/01/aung-san-suu-kyi-mulher-ferro-da-birmania/

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/mulheres-que-mudaram-a-historia-aung-san-suu-
kyi/

https://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/05/internacional/1483640044_209400.html

https://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/08/internacional/1446995083_932354.html?rel=mas

https://pt.euronews.com/2012/04/01/aung-san-suu-kyi-historia-de-uma-lutadora

https://observador.pt/2017/09/13/aung-san-suu-kyi-de-nelson-mandela-da-asia-a-cumplice-
de-limpeza-etnica/

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