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8 2 MULHERIO - 3 Liberdade 60 nome do malor bel rovingro de Salvador Bs a gente leva om conta que Salvedor 6 ama eldede cUja. populagdo.€ majoritariamente negra, podesse imaginar o que se)u a Liberiue, eomo ‘dizem os. balenos. Existedil uma ua. que €.o eoragto do balm, mas que minguém chama de uae’ sim de » Curum. Se alguér Gulser sacar de negitude em Salve or, tem de car uma chegada no Cun 2, bentare tomar uma cervela geladl hao Kizumbarde Arsng eGo Taime {eer contar com a comida delltoza), engrengr urs papo ¢ ficar vendo 4 Segadithe passer um desflle de beleza, elegtncia 2 sottara que d& gosto. Mulheres « ho: ‘mena, ovens e velhoe, criangas e adul- tes, com aqueic Jelto gostaco de falar Caigae preta”), aqueta hospitalldade, quel Gime cepontaneamente sedu: ter, fazam com que piniena gente uma Wortade danada de flear por all mes: Tmo, de sentar praga na Liberdade © Yiverseu colldiana negroalricano.& af ie vem & tona ura saudade da Mae ica dos mereados viorantes devida ‘colorido, de alegta e receptividade ‘Afrobania: Forga de ond pulsando entro da gente Beleza negra, ou: Fol no Curuzu que, hé alguns. anos tris, surgiu o pélo Irradlador de uma Verdadelra revolugto cultural afro- Bahlans. Para ser mals precisa, 1 casa de ndmero 233, de ite Hida (Gempre as mes ou as tias, como ja vimos), essa Yialorixa tao querida de todos nés. Juntamente com outros Jo- vers negros, seu filho carnal, o Vos, Fesolveu crlar um bloco. Mas nio se Uatava de um bloco a mals, dentre os ja numerosos, com nome de nagdes indlgenas norte-amerieanas (o que nos eva'a pansar que o optimido sempre Feconhece 0 outro oprimido, mesmo ftravés de filme de faroeste) ou bras. Ielras e sempre objeto du malor violén- cia poltcial (quem nao conhece a terrt vel represséo sotrida pelos Apaches, por exempio?) Tratavase do um bleco alte, ou sefa, um bloco assumidamente negroe dlsposto a afirmar os valores culturals afro-brasflelros, a comegar pelo pré- prio nome: Te Alyé. Enfrentando os mals diferentes tipos de aificuldaces, inclusive acusages de racismo "As avessas" (o que nos leva a afirmar que fo racismo “As direltas” @ rulto bem aveito neste pais), 0 grupo de fundado- res, acrescido por aqueles que acredl- taram ni sua proposta, botou o bloco: nna rua no camaval de 1074. O slerta eral estava dado. Dal em diante co- meceram a surgir outros e mals oll tos, assim como novos afoxts: Bo daué, Male Devele, Olorun Baba Mi ate, ete Hoje, seu nero estdiemtorno de gem ¢ ua falxa de idade situe-se entre 20. 29 anos, Neda de plumase pactes has fantasias, todas elas de algodao e com desenhos inspirades na arte afi. PA RiPOR VIG Lélla Gonzalez cana. No bolo da revolugto- cultural, fambem ovorria uma Tevolugao esi: Hea. Nunca esqueceretocarnaval de 78, que passel em Salvador. Gracas & re eomendaglo do Macalé, um de seus fundadores, participel do deafile do He. Folde arreplar efazer ocoracto da gente bater disparado. Jovens negras lindas, Undissimas, dancando lexd, sem pervoas ott eabelos “estieacos", tom bunda de fore ou marcarar de pintura, pareciam a propria encame Go de Oxum, adeusa da beleca negra, Enquanto isso, a musica dizia:""Aque- la moca/Que ta na praca/Té esperan- oF 9 bloga da raca/E quem ée1e?/Eu ‘you dizer 0 bloso negrole € 0 fb lye. E importante ressaltar que as ati- vidades des bloeos e aloxes nao se restrigem 0 carnaval, mas se desen- volvem durante oanolntelro. E€ nisto que se encontra a sua fore. Seus membros esto sempre Juntos, dis Undo, refletindo, erlando colsas nov: E'fol por al que surgiv a ldéle de Instaurar a "Nolte de Beleza Negra’ visando amarcar anualmente tode um processo de revalorizarao da mulher egra, tao massacrada e inferiorzada Dor win machismo raciste, assim como Dor etn valores entices europoctn: B sto as Jovens negras desses blo- cos e afoxes que organizam suas res- Dectivas festas, convidando de prefe- Tencla pessoas’ da comunidade negra que elas considerem credencladas pa a escolher, dente elas, a mais digna Tepresentante da beleza negra Nao se trata de um coneurso de beleza tipo “miss” Ista cu aquilo, oque ora-yé-yé-6! no passaria de uma simples reprodu Gio da esieitea da ideoiogia do bran- ‘ueamento. Afinal, pra ser “miss” de alguma colsa, a negra tem de ter “fel- bes finas", eabelo “bor” (alisado” 6a ‘disfergado por uma peruca) ou, entdo, fazer 0 genero."eroticolexdil £9". © que ocorre na escolne de uma "Negra IIB", -por exemplo, nfo tem nada a ver com uma estatica européia Ho difundide e exaltada pelot melos de comunleagAo de massa (eobretudo [por revistas tipo "plelb6l" ou de 'mo- da", assim como pela televisto). Na verdade, ignors-se trangtllamente es ss allenagées eolonizadas, complexa- das, nio #6 das classes “brancas” do minentes, como também dos "jaboll abas" etou dos *negros recentes” (ne, Soto Jorge?). © gue conta para ser uma "Negra ile” é a dignidade, a ele- giincia, @ articulacfo hamnfoniosa do frangado do cabelo com o traje, 0 dengo, @ levera, 0 jelto de olhar ou' de sorrir, a grayado gestona quebrada de ombro sensual, omodo doce e altane! rode ser etc. #'se a gente atentar bem fido isso, agente a Nolte da Beler Nogra é um ato de deseolonizagio cul tara Por isso mesmo, fiquel mutta sen- sibilizada quando'minhas inmas do 18 Alyé'me convideram para presidir a ‘escolha da “Negra 118"'de 1982, ocorr! da no dia 8 de feverelzo, Infellzmrente, fs exigéncias da. nosse luta fizeram com que eu permanecesse no Rio € nao participasse, também, de escclha eleza negra do Malé Debal®, nodia 44, De qualquer modo, fleam aqut o rosso testemunho © a nossa solldarie dade pare com este Importantissimo trabalho. ©, para as escoinidas ae 62,2 nossa saudacao. ng saudacto de Oxum: ORAVE-VE-O! parte. dtydi- fep2

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