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Capieulo 3 ‘CONTRADIGOES E CONSENSOS NA COMBINACAO DE METODOS QUANTITATIVOS E. QUALITATIVOS Discussto critica sobre métedos quantiativo © qualitative CO connecimenro cientieico se produz pela busca de ar vinlacio entre teoraerealidade emplrica. O método tem uma fungio fundamental: tornar plausivel @ abordagem da seal- dae a pans das perpunts ets pelo invesigador. No campo da sade coleiva, os metodo frequentemente usados para e- tudos das populacées humanas 330 0 quantitativos (mais fre ‘ientes por meio da epidemiologia)e qualtatvos (mais util ads pels ciéncas soca). Ao se desenvolver uma proposta de investigagio e no desensolae das eapas de uma pesquisa, © incestigadortabalha com o reconhecimento, a convenién- da ea utldade dos metodo: disponives, em face do tipo de Infortagies necesstias para se cumprrem os objetivos do trabalho, Freqientememts,» digcussio relat aos métodos que: siatvos e qualitativos na abordagem do sociale da sande coletiva tems desenvolvido deforma inadequada e por opo siglo, muitas vezes inreoncilisvel, como mostra a historia de seu desenvolvimento (Pires, 1982), & diotomia que se esa. comacioes €conserss de meter quntatos © quaketoe 58 ‘belecenapritica, como j ol refrido anteriormente, ado con diz-com 0 que epistemologicamente & mais conretoe plaus vel. Propriedades numeéricas e qualidades intinsecas 30 at- ‘patos de todos os fendmenos, como lembra Kant (1980). No ‘entanto,historicament,predomminam estados de ordem quan tiativa do social deixando 8 sombra questes de significado ‘ede intencionalidade ‘Neste liso ato sobretudo do método qualitative, Por tanto, nie elaboro nenhuma discussio aprofundada sobce 0 método quanttato e reconheso sua importincia para a and lke de magnitude dos fendmenos. Apenas me aposso deal ‘gumas crticas que vem sendo feitas a esa predomindnda, or virios motivos: a forma de leitimacio centificatradicio- ral €a quantficacao a atiidade imelectal fundaca na men ‘suraqio se tomou hegeménica na producto de dados para se aplicarem as politias publics em todo 0 Ocidente desde 2 ‘Segunda Guetra Mundial 20 reesatem qualquer aalise con ‘extuaizada da realidade por medo do risco da ideologiza Go, os investigadores dexam a porta abera para a manip S20 dos dados pelo poder e, em conseqiéncia,consagiam © tecnicismo, to bem definido por Théodore Roszak © grande seed da teenocracia do social € sua capa cidade de nos convencer do slogismo seguinte: que a: necessdades vitais do se humane, contrariamente 3 to ‘© que nos fl ensinado pelos grades sabios, sto de cari ‘er puramente eno, ou sea, que as exigéncias de nossa spéciesi0 suscetveis de ser plenamente determinadas por uma anise formal, conduaida por especilists qua: lficados; que essas exigéncias podem ser traduzidas ex programas Socais © econdmicos ¢ assim satisfitase ge sun problema ndo tem solugio ténica ee € apenas umm falso problema, uma iusto, uma fsdo nascida de qual: ‘quer tendncia cultura regressiva (1970, p. 24). 56 conta € consent de mtodoe qantas equates 0 iso de métodos quansativos tem 0 objetivo de tazer 2 luz dados, ndicadores etendéndas observiveis ou produzit ‘modelos eorcos de alta abstracdo com aplicabilidade prt a. Suz natureza diferencias, no diver de Kant em sua Ma lemtica Traeendenal (2980), por se refers a0 plano da ex tensividade e das regularidades nos fendmenos. Nas eéncias sociais conlemporineas, a sbordagern quantiativa est pro- fundamente matcada pela reprodusao do postvismo cls 9, segundo 0 qual: (2) 0 mundo socal opera de acordo com leis causais amas, (b)o alicerce dx inci € = observacao sensorial: () a realidad consiste em eseutvase lnstwigdes ‘entiicreisenquanto dado brutos por um lado, ‘er evidenciadas nas investgacbes © agbestransformadoras: {G) a equidade ¢ um principio bésco da promacto da sate (a) 3 panicpagio e responsabilizacio social dos diferentes bores tomados em seus contestos em de ser iicorporadas ‘como pare imegrane da consitugao de uma vida saudavel Do pono de visa discipinr, 2s correntesexplicaivas dos pracearos de adoecimento baseiamnse em tes princpais pla res cencls biolgicas, coals eestatetieas (incluindo-se as ‘dancias matemstcasc a demogrfia)(Peveica, 2000). Ente tanto,» énfave dsciplinae sempre recaiu nas céncas bolég ae e na esiaistica.Incalmente,o satus de ciemificidade da tpidemiologia era dado pela dscricio anatomofisilégica, microbiologica e parastolégica deulhada na meviacio do procesto patoldgico, Posteniommente, “com a sofisticagio da nile estaustica e o emprego da informatica, 2 epidemioto ia dos fatores ders adquire quaneexchisividade como pro ucio centifiea da rea [epidemiologia| e dhega mesmo ade Fini-la® (Medronho, 2002, p. 6). ‘Anda atualmente, na maiosia das vezes, a insereio das eo sas socais na epidemiclogia se faz pela apropriacio de tet: ‘mos de forma ideoldgica ov pelo senso comum. [50 aconte- cendo apenas no memento da reducio de concetos avarave, ‘mas também na incorporagio soperiial e actca de marcos teéricos conadits e consnoe de méodos quantities equities 69 ‘Numa compilaio de referéncias enominada Bases Hits. sicas da Epidmiolgia, Almeida Filho (1989) detalhao proces- s0 de construcio dessa disciplina, numa escalada rumo 20 ‘quanttativismo © 2 abordagem tecnicita: (a) ea remonta 8 uma apropriago da Ariumética Politica de William Petty dos levantamentos de Esatistiea Médica de John Graunt no 6 Jo XVM (Last 1983); (b) aricule-se as estudos pelo modo rumarco para conhecimenta da incidencla e prevaléncia de doengas na Franca, nos Estados Unidos e na Inglaterra, no ‘séeolo XIX (Lllenfeld, 1976) (6) filha da netinacsonaizacao da Estatsica Médica, na Inglatera, 2 parr do wabathos de Wiliam Fatt que, desde 1853, con o regio anual de morta dade e morbidade para a Inglatenae o Pais de Galles (La 1983), mas x6 nstitacionaliza vindo a ser ensinada como Aisciplina naz universiadesj4 no seen XX. MacMahon et (1969) estrerram o primeiro manual de Epidemiologia, na Aecada de 60 do séeuo 3X ‘Abusca de clentfcidade positvista na dscplina nascente ‘ena construgo da propria historia da Epidemiologia ocorcea part pas com a revalucao bacteriana, O extaotdinario de ‘envolrimento da bacteiologs, no final do séeulo XIX e int «io do seulo XX, provacou inegavel fortalecimento da med ‘inaxgancista, contrariando atentaivas da chamada Medina Sle Paice que, nesse mesmo period, tentava buscar o= nexos ene aparecimento das doencase a8 questoes soins (Noes, 1985; 1999), Assim, a epidemiologa quansitativsts passou a se destaar da Sade Pablica, eletindo o diagndstico ééico ontoldgio ¢ nosoldgico da histvia natural das doen (28.0 contri também acon" versio britnia da Medi ‘ina Social evoluis para uma verente pretensamenteténica, constituindoa chamada Sade Publica’ (Almeids Filho, 1989, .3)£ importante obser a simbiose teorica que desde en {Yo vem se processando entre © que € sade publica e o que é tpidemlologa: essa especie de “sinonmia” etd presente em textos, debates © congressos da érea e manifesando-se, ora 70 conde «comeace de métoder guanine quaais sob a fotma de yeducio, ora sob a forma de expansio. Os {educionistasprslegiam a visso técnica e bioldgica da dst buigao das doencas na populagio. Os expansionisas,cuja legea bebe na fonte riginaria da Medicina Social do século XIX (Nunes, 1999), juntam e articulam conceitos € métodos dda epidemiologlae das cia socias.Alguns desses kms conseguem éitos na apropriacio das torias socologicas, ‘outros as incorporam de forma naturalizada e mecinica Em sintese,conclulse que as duas formas mais comuns ‘de absorcao des conceitos socoligicos wados para aandlise de conterto doe proceso de sade enfermidade, pela epide ‘miologi, tin aido a sus instrumentalizaga0 ox et uso Heo. \igico. Neste mo esto, aim de considera a epidemiolo a social como a propria sade pabiica, a abordagem marxista {da epidemiologis tomou uma determinada vertente do mat -xsmo (2 mais vulgas segundo Perry Anderson, 1987) como a totaldade da cincla seca Nessa pris ocorteu um parade’ x0: de um lado, producto de analises em ato nivel de asta lo € uso de csquemas macrossocais antiantropologicos Ge outro, busca cescente de apereigoamenta e uso cada vez mais aprimorado e ecncista dos métedas e das ténicas bio- ‘exadsticas para explicacbes dos problemas de sade €enfe midade. No meio ol gerado umn vazo interprettivo dos pro ‘e908 soraisvivenciados no cotdiane, Portanto, a propos dlifereniadora da epidemiolega ctica esa ainda por ser rea Tieada, tendo em vista que esse termo critica, em sua mati, ‘sgnificou,historcamente submissto 8 corente marist de vis esuturalista, a qual se agregaram, sem mediagGes, andi ‘5 de dados quantiativas, Nos décadae de 20 © 90 do século XX, algumas tentatvas foram feta para tomar conscentes 0s estudios0s da rea so bre o lugar do “sueto” na epidemiologia e nas pritias de planejamento. No entanto,continuar hegemonicas as abor- dlagens tecnicstas em que o dinamismmo do social € wa “ugar vazio" ou, quando muita, “elemento de esuatégia’. Ao com ontadges ontcu 8 tte guamaivose qian 75 trio do Moresimento do tenicismo epidemiot6gico,prat ‘amente calram em desuso a8 anlises da epidemilogia s0- tl tai como era fits ‘Ao terminar esa cia ea bem da verdad, ¢ predso der .que‘o mal-esar em relagdo a0 reducionismo e ao fetichisimo {do método também é relatado e assmida por epidemialo- fdstas que buscam a incomporacdo ds ctncias sociais em sus ‘quadros reflexvos e anallticos, como é relatado na inrodu 0 de dois recentes e importantes livros brasileitos que sex ven de base 3 formacio de uma nova escola de epidemiolo ‘sta, Ambos of textos colocam a incorporagio das citncias socais que uabalham com reagBese signiicados na abou gem epidemiologic como uma condicio essencial para seu ‘esenvolvimento no século XXI (Medronbo et al, 2002; Pe rere, 2000), Por ua parte a inttoducio das Ciéncas Sociais no campo ‘de construc da Sade Pablia em geral se fez de ferma cau datiria, por ausa da hegeronta historia da medicina na sea das clencas da sadde. Embora a eflexdo sobre a inerferéncia dos aspectos econémicos, politicos e socials sobre a sate seja antiga etenha florescido na metade do séeulo XOX, aa ‘donalidade médica sempre predominou nas tentatvas de for ralizaglo teorica da area, Os termos referents a0 social mun- @ mereceram aprofundamento concetval Foi jt no século XX. conta Nunes (1985), que sociclogos, antropologos e psicologos foram chamados, como profisio nal integsar 0 campo de sae. Num primeizo momento, ominous abordagens,o vis condutvstae funcional 4a, espondend & demanda do campo médica que sempre ‘usc er aceso a chaves de compreensio dos cédigns die. rentes com os quais 08 leigos conceituam evivenclam os pro- cessos de sade e doenca, acessam aos servos ¢representam ‘99 ratamentos, O objetivo das primeitasarculagbes fo pag ratio: alminlsrar notmas de comporamento saudavels 20 egos. Num segundo momenta, 2s cemtstas sora foi pedo {que fornecesem anlises mais aprofundadas das “vatives50- lai da histéria das doencas. Or, ess tem sido a forma mais ‘omum de aniculacio dsciplinar enre a area da epidemiolo 'i2 €da clinica com as ciencns sini Ae hoe, muito do que feito nos paises subdesenvolvides com Fnanciamento Je ‘organiagaes internacionae conrerea 0 mesmo paradigma. B precio resata aqui que também nas clécias seis a gen tcnicisa tem predominado. Ela se iadiou dos Esa ‘dos Unidos, sobietudo a pan da Segunda Guerra Mcll, tomou-se hegeménica. Assim a confusio ente cienifiida «dee quansifacio nao consul priiegio da 41e9 da epide mlologia, com ja foi referdo anteriormente po ds sai €relatinamente recente, de tal mode que hist sia de sua inser sistemitica tem pouco mais que trnta anos (Qunes, 1985; Canesqu, 1998; Munes, 1999; 2003, 2005; Mi ayo, 2000; Lz, 2000). A maori, nos anos 1970 ¢ 1980, se guia links académica mais geral na sociologia nacional, dlisuinguindo-se pela realizcao de analises macrossocais, ns Timcionais ede edos a panir de dadossecundsrios e doc ‘meniais. Algimas se destacam pelascontibuiées eisiemots sicaxesocologeas eoutas plas anilises das polities do seo. interessante observa que, antes dos anos 1980, raros ‘ram os ciemsias soca da sate que iar 2 campo e realza ‘vam trabalhos empiricos com a populagio. Os estudos ét ‘os consttuam excsvidade dos antrapélogos sro sens ‘Uma exiensae profunda revisto bibliogrfie realizada por [Nunes ¢ datada de 1985 prticamente mapeia, no Pais, ape ras um estudo antiopotdgico sobre sade no conjunto da produclo cientiSca brasileira de satide. Hoje essa consibul {Bo € substancial e, dente muitos, cto aqui Alves & Rabelo (1998) Rabelo, Alves & Souza (1999); Knauth 1998); Duane teal (1998); Alves & Minayo (1994); Caeaa (1996); Rod _gues (2001); Deslandes (2002), conuadigir €consenss Ge métolos quantities «gular 7 Da mesma forma que na epidemiology, nas décadas de 70 e80 do séalo XX. 0s cents socials que tabalhavam no stor saide no Brasil, na maioria, produziram um saber cuja ‘mata se resrngia 3s tosis marta, no Seu vis postivsta ‘eesrutural de inspiragio akbusserana. A panir da metade for noe 1980 hove uma infledo dos invetimentos ted co-concetuais ¢ metodolégicos em outta abordagens com peensivas diakétias das determinagoese do Togar inter subjetividede Em relaio ao manismo, a fore influgncia de ‘Althusser fo substtuda pelo pensamento de Gramsci (1981). caja elaboracao teérice se mostrava muito mais abera em re lagio ao campo das des, dasubjedvidage edahisioua. Desde enti, vBo se coafigurando algumas tendéncias:(1) se ou 0 abandon dos marcos reerencais baseadot one ditas meta ranativas ow das macroteorias: (2) aumentoda produc cen ics debase comprcensva dierenclando-eda tendéncia cada vez mais acelerada da epidemiologia para reverencat 08 po eres das téniessestatisticas; (3) expressivas tentativas de producio de estudos interdisclplinates, wansdeplinares por Uiangulagio de métodos quantativos equaitaivos nas abor dlagens dos problemos de sade ‘Chamo atengio pata dois tipos de questionamente que frequentemente tém sido feitos ans cientistas sociais pelos ‘ultos prfisionais © pesquisadores sobre estudos qualita vos na ea de saide, De um lado, existe uma eica contan- dente em telagio & alsa potendalidade de apiagio pratca dls conhecimentos geradas, ase questionamento, geralmen- 'e evidencia wma difeuldade de misitos profsionais da sex Social em ulapassr o formato das anilises de alto nivel de aatragiotesrica, pouco propositva, distantes de problemas Imedios eausentes de uma perspectiva de acio que o cam o da sade demanda, Ora, a Srea da snide, mesmo propor ‘Gonando um campo expressvo para o invesimento em pes ‘qisasbasieas clama por uma relagio mais comprometida com 3 pitondades socials 4 coonnces ¢ consents de metotcequaaves€qultio8 [Ness sent, ¢ importante ouvir a sabedoria de Weight Mills em sua obra elissica Imaginecdo Soctligica (1971) sobre asrelagoes enue os Gentistas e arealidade Nela, autor fala {que © pape dos centistas soca deveria sero de evidencia. ana seus contemportneos a significincia da dindmica da so ‘ledade em que vivem e o sentido de sua pancipacio expect fica. A uidade da ciencia, diz Mil, ¢ dada pela sua capaci de de uansformar os grandes problemas sociais que 0 povo vive em quests paiblicas em favor de mudancas socal, co- laborando para que os cidaddos informados sejam capazes de sai de seus limites indiviuats para se sentizem pare de luma historia 2 qua sua biogas est estreitmentevinculs da, As mesmas txes slo endossadas por outuos renomados Auioves come Adomo 4 Horkiseimer (1991), dois expoentes dda chamada Sociologia Ctca Alem ‘utra fonte de cxtica dos epidemiologists d producto das cencias socials na tea da sate diz respeito ao contrtio ‘do que foi exposto anteiormente Diz respelto a0 empitsmo (Minayo, 2002) ingénuo de muitos estadiosos que tansfor ‘mam opinides, crengas © queixas dos usuarios do sistema de sauideem verdades,evidenclando incapacidade de eliza an Tises contextualizadas,fundamentadas e elaboradss teoica mente Fssequestionamento tem como pano de fando a quan- tidade de estudos simplifcades ou Fenomenologios, em que 6s investigadores abrem mio de “consintes de segunda or dem" (Sct, 1982, p. 137), exjo Omus thes deveriacaber Em tais products, a verdade dos informante se confunde com a verdad cent, desacreditande-se sa possivelcontibuici. ‘5 das principals ctiasexpostas acima tensionaino an igo debate sobre © papel da cigncia, da técnica e do que sea 4 construgio de uma tecnociéncia (modelo mais difundido ro campo da sade). Elas expen, também, o significado pra iolbgico da cléncia, sobretido numa érea em que as decor bertas proposas diz respeito a valores to fundamentals, ‘como vida e more, sade e daencs. concise consece de toda quater equation 75 As possibilidades de conuibuigio da interacto entre te rias € méodos para anliss de problemas de said provém, Justamente, de suas diferencas. Por um lado, e fundamen- ‘am na busca de compreensdo em projundidade dos valores, pr ticas,lileas de acto, crencas, habliose atiudes de grupos € Individios sobre a snide. 2 doenca, a terapeutcas, 38 poli as 05 programas e demas acbes protagontzadas pelos servi- «01 de sade F, por outro lado, baseiam-sena letra da exp cagio em enensdo de como eses sueitos agregados em un nivel popilscionl,tomamse expostos ou valneraveis a even- tos ou processos que poem em risco sua sade, como adoe cem, como e com qua} magnitude demandam tatamento € stengSo. Mais que pates de oposides. os métodos quantita 10s e qualitavs taduzem, cada qual sua mancira, 26 ati cages entre o singular, o individual eo coletivo presentes ros process de saide-doenca. interacio dialogea entre ambos os aportes ( ni por justaposiczo ou subordinacio ‘de um desses campos) constitl avanco Inegavel para a com prcensso dos problemas de sade Pata a peta interdisciplnar, o excelsis tebrico dsciph nar € to fundamental quanto 0 didlogo entre as diferentes, teas, Contudo, 4 aniculagio ent diferentes campos de si- ber 86 ¢ poste se passa por tadugies das distintaslogias cttéios de ienificidade, de uma hermenéutica do modus ‘operands de cada metadologia eda arquitenra dos conceitos ‘que cada teoria de referencia apresenta. Sem esse dialogo dos fundamentas de cada uma das citncios os praticantes das dh ferentes tadicdes centfias esardo restos 20 infruiero debate das limites desse ou daquele concsito, das condigBes, de sua operacionalizacbo ou da justaposieao de metodos & teenies, O exrccio de wiangulaco de métodos nlo fail e nem simples, Os que cecdem relia lo precsam aprofundar, con comltantemente,concetosdisiplinates, de a forma que to- os of questo essencias para a investgacSo possam ser con 176 conics « cnmensne de diode gutatvs equator frontados e ensiquecidos wansversalmente, Por razbesepiste moldgicas e pritcas j ctadas,€ preciso saudar os pesquiss ores que estio rompendo barreiras e ampliando fromteiras {do conhecimento, sem abtir mao do rigor e da competéncts, Em sintese a experincia de uabatho com as abordagens ‘quantasivar © qualitativas mostra que: (1) lar nfo sfo in ‘ompatieis © podem ser integradas num mesmo projto de ‘pesquist; (2) uma investigacdo de cunho quantitative pode ‘enscjarquesies passives de serem respondidas 86 por meio de extudos qualittivos, razendo-The um acréscimo compte- censiva vice-verss (3) que 0 acabougo qualitative € 0 que meitor se coaduna 2 estudos de sitacoes panicuares, gru- os expecticas e universas simbélicos: (4) que todo 0 eo ‘hecimento do sais [por método quaniasive ou qualita vo) sempre er un recone uma redugSo ow uma aproaimac; (6) que em lugar de se oporem, os estados quantiatvos © ‘quatativos, quando fetosem conjunto, promovem uma mais ‘elaborada e completa construcio da realidade, ensejando 0 desenvolvimento de teoias e de novastéenicas cooperativas Encerto este texto com palavas de tim epidemiologist £ imperativo abrir a dncia epidemiolégica 3 invest {geo dos aspecossimbalicos (ais come valor rlevincia ® significado) do rscoe de seus determinantes. Se tome mos esta abordagem contextat até sak sltimas conse ‘guencias logics, podemos dizer que “ftores de ico 40 ils’ nada mais sto ques expressio do modo de vida de grupos populacionas. Asim, para dar coma do grande Aesafio de desenvolver uma epidemiologia do modo de vida, precisamos, portant, empreender urna reavaliagio rmetodolégica radical da nossa disciplia (Almetda Flo, 2000, p. 174). Parelt ‘TEORIA, EPISTEMOLOGIA & METODOS: ‘CAMINHOS DO PENSAMENTO tec Spc se Asres pe reatar po TEM ssPEcirico da Metodologia ‘da Pesquisa soil, ¢ importante discui 0 legado das Cin tiasSeciais como menciona Emmanuel Wallestein (1999), fazendo uma caminlbada peas lates dese campo de conhe ‘mento que tem “pais fundadores” data do final do see lo xix eentelaa diacplinas,estratrascomporatvas © com nidades de invesigadores, confgurando uma cultura espe ‘fic. Na sociologia, Durkheim, Weber e Marx consttuer a trloga que presenta contibuicdes eminais a0 mesmo em o,evidenca formas difereniades de vero monde de inter reso,

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