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DOUTRINA Regime Tributario de Operagdes de Hedge Realizadas em Mercado de Baleao: a Distingdo entre Hedge Interno ¢ Internacional Alberto Xavier O presente estudo versa sobre a questiio de saber se si dedutiveis do lucro real auferido no Brasil perdas em ope S40 de hedge contra riscos de variagio de pregos de commo- dities, realizadas em mercado de baledo, com contrapartes domiciliadas no exterior. 1 Conceito e Espécies de Hedge 1. O conceito de operacdo de cobertura (hedge) e seus requisitos essenciais — © conceito de hedge foi definido na lei brasileira pelo pardgrafo 1° do inciso V do art. 77 da Lei n? 8.981/1995, que Pep 1" Pare efeito do disposto no inciso V, considera de cobertura (hedge) as operagies destinadas, exclusivamente, rotego contra riscos inerentes Bs oscilagbes de prego ou de taxas, quando 0 objeto do contrato negociado: 8) estiver rolacionado com as atividades operacionais da pessoa juridica ) destinar-se a protegdo de direitos ou obrigagbes da pessoa jumidica § 2° O Poder Executivo poders definir requisitos adicionais para a caracterizagio das operagBes de que tata o parigrafo anterior, bem como estabelecer procedimentos para registro € apurago dos ajustes didrios incorridos nessas operagGes Da leitura do preceito atras transcrito resulta que o trago cssencial das operagdes de cobertura hedge consiste na sua ‘estinagdio exclusiva @ protecdo contra certos riscos, nota- damente os tiscos de taxas ¢ pregos. Daqui se depreende que 0 conceito de hedge, ao menos para efeitos fiscais, ndo & um conceito estrutural, baseado nas caracteristicas do negécio juridico em que se traduz, mas um conceito funcional ou finalistico, cuja esséncia de: riva da fungao que visa atingir € que é a de protegdo de cettos direitos e obrigagdes do patrimdnio do sujeito contra Fiscos que o possai afetar negativamente, Alberto Xavier 4 Professor Universit Advogado no Rio de Janeiro em Sao Paulo Revista Dialética de Direito Tributério n* 233 Com efeito, varias modalidades de contratos, de estrutura diversa, podem fun cionar para fins da estratégia de neutralizagao de tiscos, como sucede no mercado brasileiro com as operagdes de swap, as operagdes de futuros e as opgoes' ‘Como muito bem observa Elidie Palma Bifano, nao hd operagdes de hedge, mas operagées efetuadas com a finalidade de hedge’ Essa fungdo de estratégia de protegao de riscos encontra-se descrita por Alastair Hudson, numa das mais profundas monografias sobre a teoria dos derivativos “Hodging’ is the aspect of the derivatives market that is strategic rather than speculative, The typical commercial impetus is as follows, A market participant has @ financial instru ment which shows a profitora loss depending upon market movements. Therefore that participant wishes (0 purchase another instrument which will show a profit if the first instrument shows a loss, The second financial instrument, bought to balance the effect ofthe first, is a “hedg tis a litle like betting on a two-horse race. You place a bet on the grey horse to win but you are worried that you will lose your stake if the brown horse wins. So you ‘hedge’ your risk by putting a bet on the brown horse that will produce a large enough ‘win to equal the cost of your stake on betting on the grey. In the financial markets, of course, things are more complex but the principle is the same. If A ple’s treasury strategy anticipates that UK base rates will fall, ple may buy a swap which will be in-the-money if base rates do fall, A ple would be advised to purchase another type of product (perhaps an option indexed to an equity exchange which is expected to move in an inverse direction to UK base rates) which will generate sufficient profit to cover A pl’s loss if UK base rates were to tise. The Commercial decisions are then as to the likelihood of either rise in UK base rates and the amount that A plc would be likely to lose if UK base rates were to go up ara que uma operagio financeira de renda variavel possa ser qualificada como operagio de cobertura, para efeitos de se exonerar, seja da incidéncia na fonte, seja das limitagbes & dedutibilidade de perdas, € necesséria e suficiente a ocorréncia dos seguintes requisitos: i) existéncia de direitos ou obrigagées suscetiveis de risco quanto ao seu valor, em razio da oscilagdo de pregos ou de taxas; ii) conexio do objeto do contrato negociado com as pessoa juridic fii) adequagdo da operacdo de cobertura 2 uma fungao protetiva dos riscos em causa; iv) exclusividade da fungdo de protegio. Dissemos que os requisitos so necessdrios e suficientes para a caracterizagio. das operagées como sendo de cobertura (hedge). atividades operacionais da + Cle Peto Migus! F. Cuno, “Operagbes com devivaivs comp instrumenio de hee: axpetes Wotton’ fests Diati de Dirto Tribuidio w 100, Sto Palo, Dili, janice de 2004 p. 82 € 8 vceinoeimpott sobre arene, Si Paul, 2008, . 320, nota S68. Ver winds dn mesma ao {a fom colaboragdo co Loci Aguiar "AnotegCes sce opeagiesinternacionss com a finalidad de ober (a Revd de Dire Tribu Ineraciona 10, op. 165658 Ce Alaalt Madcon, Te dw n nail devnotives, Cones, Sweet & Maxel, 1996, pp. 86-5; veo ta {en abe a angio prteivn: Clie Aca Delphine Newgate, Pscalité es produ dérivé, Pai, 1996, PR ae eae Antonio Cavin, "eros sce ends opragdes de hedge isrnaciona” Revista Diatic de Dieta Tribu” 2, S80 Paso, Diss, 197, pp. 15172 Tal afir astinuci lidade) sdicionais | Ora, 0 cho atris re 180, tot cadades fisc 8. As opera Nas ope te ¢ Como o sat dica 0 05 valo sgio 0 tid)» obriga nish S&PS produ ice cas ker Ni divisas deriva CAs relag contratos ¢ Do pon 2 norte-am soncebidas tratamento de evitar qt fi foe Ea Revista Dialética de Direito Tributério n® 233 Tal afirmagao decorre do proprio pardgrafo 2° do art, 77 que (embora de forma inconstitucional, por se traduzir numa “deslegalizagio” vedada pelo prinefpio da legalidade) atribuiu ao Poder Executivo competéneia para “(..) definir requisitos adicionais para a catacterizagao dus operagdes de que trata 0 pardgrafo anterior y Ora, 0 certo € que nenhum ato regulamentar foi praticado ao abrigo do disposi- tivo atrés referido, © que confirma a exclusividade e suficigneia dos requisitos em questiio, tornando ilegitima a exigéncia de qualquer requisito adicional pelas auto- ridades fiscais. B, As operagdes cobertas ou subjacentes Nas operagdes de hedge & essencial a distingdo entre a operagtio de hedge pro- priamente dita (operagdo de cobertura) € a operacdo cujos riscos se visa proteger ‘operacdo coberta, operacdo subjacente, underlying asset) Como observa José Engrécia Antune: ‘08 ativos subjacentes (ou derivantes) so hoje praticamente iimitados, podendo re vestir natureza corpérea ou incorporea, real ou virtual, industrial ou financeira, jut dica ou econdmiea - ponto é que se trate de realidades tipicamente sujeitas a riseo de variagdo do respeetivo valor, Entre os mais conhecidos nos dias de hoje, inciuem-se cos valores mobilisrios - de natureza real ou meramente nocional (por exemplo, ima ‘edo ou obrigagio hipotética de determinada empresa, que nunca foi realmente emi tida) -, 08 instrumentos monetarios - vg, certifieados de aforro, papel comercis obrigagbes de caixa -, as taxas de juros - .g.,‘Euribor, ‘Libor, “Mid', “Ribor’, ‘ove night etc. - as divisas - vg., 0 chimbio euro/ddlar, dolarfiene ete. -, 0s sndices fins Ceiros ~ sobre valores mobilidrios, taxas de juro, divisas, ¢ outros (v-g., “PSI20" '§&-PSO0", “Burostoxx 50°, MSCI World’, Dow Jones’, ‘CAC’, 'Nikkey 253, ‘Dax30") ‘os indices econémicos - sobre taxas de inflagdo, de desemprego, de crescimento, de produto nacional interno, e oulros (xg, "US. gross domestic produet’, “Enrozor HICP inflation index’ ete.) -, as mercadorias ~ desde produtos agricolas (v.g., cafe aca, aglicat) até recursos naturais (%g., ouro, prata, ao, patina) ou fontes cas (vg. Megree day’, “weather index’), as tarifas de transporte (v.g., ‘Worldscale Tan ker Nominal Freight), e... 0s préprios derivativos - ou seja, derivativos de segundo ‘Brau, cujo ativo subjacente € constituido por uin outro derivative (vg. ‘swaptions’ de Givisas). Em suma, a gama dos ativos subjacentes ¢ tal que no falta quem defina os erivativos como contratos “tat are based on the price of something else." ©. As relacdes entre operagdo de cobertura e operacio subjacente: a figura dos Do ponto de vista econdmico (que tem influenciado algumas legislagdes como orte-americana) a operagiio de cobertura (hedge) ¢ a operagio coberta devemn ser acebidas como uma sé operagio integrada, de forma a que os ganhos ou perdas Go sejam considerados de forma isolada. A razdo principal para a estipulagao do tamento tributdrio integrado da transagio de hedge ¢ da operaciio subjacente é a tar que, se ambas operagées fossem tributadas separadamente, pudesse haver 10 Revista Dialética de Direito Tiibutario n® 263 lugar a imposto de renda, sem considerar que 0 ganho no hedge supe necessaria- ‘mente uma perda na operacdo principal’ ‘Sem embargo de se dever ter sempre presente esta integragao das duas realida- des - a cobertura ¢ a obrigaco principal - 0 certo & que, do ponto de vista juridico, a0 menos no Direito brasileiro, nao € possivel construir as duas operagdes de uma forma unitéria, como uma single transaction, ato complexo ou unidio de contratos, 46 que se trata de contratos autonomos, celebrados entre partes distintas* ‘0 fendmeno é melhor explicado pela figura da conexdo contratual, objeto de excelente monografia de Carlos Nelson Konder’. Mais especificamente, 0 contrato de hedge ¢ 0 contrato “hedgeado” entram na categoria especial de contratos c xos com diversidade de partes, de vex que a contraparte na operagio de hedge ni tem qualquer papel na operagao subjacente. Orlando Gomes, adotando a terminologia da “unio com dependéncia”, observa que: *(.) dois contratos completos, embora auténomos, condicionam-s em sua existéncia e validade, Cada qual a causa do outro, formando uma unidade econdmica. Enfim, a intengSo das partes que um nfo exista sem o outro. A. coliga- Glo dos contratos pode ser necessdria ou voluntéria. A coligagao necessdria, tam: bem chamada genética, € imposta pela lei, como a que existe entre 0 contrato de transporte aéreo eo de seguro do passageiro, Quando decorre da vontade dos interes sados, como se verifica ordinariament, diz-se voluntéria, Visto que nessa unigo de ccontratos hé reciprocidade os dois se extinguem ao mesmo tempo; a dissolugdo de uma implica a do outro.” Esta tiltima consequéncia nfo se verifica na operagdo de hedge, pelo que mais, se aproxima da realidade Roberto Rosas quando afirma® “Se nio se teconhecer a unidade contratua, no se fugiré, em todo caso, 2 caracter- zagtio dos contratos como conexos, vinculados ou coligndos.(.) Acentuam os {que nko € essencial a vinculagdo externa dos negécios, bastando que as reciprocas prestagdes tenham sido pactuadas como clementos que se coordenam, na intengao das, partes, em visti do fim comum que se quer atingir, Algumas vezes, havers dependén- Cia bilateral, de sorte que cada um dos contratos 86 existe em fungdo do outro; mas pode haver também dependéncia unilateral, se um dos contratos pressupse 0 outro fem que a reciproea seja verdadcira, (.) Se se recorrer, ainda uma vez, 8s luzes da doutrina, ver-se-4 que ela sublinha a importancia pritica da nogio dk x08 (ou coligados ou vinculados) exatamente na perspectiva da influ cissitudes sofridas por um deles so capazes de exercer sobre 0 outro.” reciprocamente, ‘ontratos cone: ncia que as vie Ct: Joo Dicio Roti, “Os feos fas perme mapa de nda eo inpsto sobre operngbes de exit ee feat» mu ¢o conceit de alcaen Financia (hedge Revita da ABDF w 3, n0 2, Belo rion, rail eno de 1999 pp 12 es Joe Raber Pin, "edgealteragdes a tspesgho nti Condos Rae A: (org) Estos tributaries, Rio de Helo, Renova, p39, "se hower geno ma operagio de sep ee sorb “ompensai eove © amnente o vlor pga no cararimenta 8 orga. Se hewrer Pera ns opeaRAO Be way, Tasers um gano eat vinigho do vaora ser pg a brgacio em mocda erangis” {lr nat Barcto Titi," Asopetagsen aterm score mecadaras hedging) vis de Direto Merantils?2, 1 We ke Bituo,"Ancybes sine operas ietranconss com enalidade de eve op. i 9ST {xi Contras conexon, Rio de Jani, Renova, 2006 Odando Gomes, Conta, 2 eign, Ri e Tan, 2001p 104 i Robero Ronse “Conaos colignde”, Revista de Dito Chil Incbilidio, Agri e Empreso Paulo, RT jneiroimargo de 1578, 0.55. Revista Dialética de Direito Tributério n® 233 Estas ponderagdes calgam como Iuva ao fenémeno dos derivativos, pelo que pode afirmar-se que contrato de hedge e contrato subjacente se encontram ligados, por um vinculo de conexdo. Trata-se mais especificamente de uma conexao por acessoriedade, j4 que 0 contrato de hedge 86 existe validamente se 0 contrato que dé origem a operagio subjacente for vilido e existente. D. O reconhecimento da conexao por acessoriedade dos contratos de hedge pelas normas de contabilidade ‘A conexiio por acessoriedade que une 0 contrato de hedge ao da operagiio sub- jacente foi reconhecida pelo Comité de Pronunciamentos Contabeis (CPC), no Pro- nnunciamento Técnico CPC 14°, item 47, da metodologia de contabilizagio que per- mite o reconhecimento das variagdes dos instrumentos de hedge conjuntamente com 0 ativo protegido (hedge accounting), senio vejamos: ara entidades que realizam operagdes com derivativos (e alguns instrumentos fi- nanceiros nio derivativos - ver item 49) com o objetivo de hedge em relagéo a um isco especifico determinado e documentado, hé a possibilidade de aplicagdo da me- todologia denominada contabilidade de operagdes de hedge (hedge accounting). Essa metodologia faz. com que os impactos na variagio do valor justo dos derivativos (ou ‘outros instrumentos financeiros nio derivatives) uilizadas como instrumento de hed: ge sejam reconhecidos no resultado de acordo com o reconhecimento do item que € objeto de hedge. Essa metodologia, portanto, faz.com que os impactos contdbels das ‘operagdes de hedge sejam os mesmos que os impactos econdmicos, em consondincia com o regime de competéncia.” Pronunciamento Técnico CPC 38" também preconiza o reconhecimento instrugBes para a apurato do resullado Iiquido, sobre a movimentagio de divi- sas relacionadas Com essas operagdes, e outras que se fizerem necessérias 8 exeougho do disposto neste artigo.” utra disposigdo consta do art, 24 e determina a revogugao do art. 63 da L 8,383/1991, a partir de 1° de janeiro de 2005. Recorde-se que a disposigao rev cra precisamente aquela que estendeu o ambito de aplicagio do regime especial do hedge, para além das operagdes em bolsa de valores, também para outros mercados futuros no exterior Significa isto que, a partir de 2005, as operagdes de hedge realizadas em mer ccado de baledo deixatam de ficar submetidas a0 regime especial de dedutibilidade previsto no art, 17 da Lei n? 9430/1996. 1V - TributacHo das Operagdes de Hedge Realizadas em Mercado de Bal Tendo-se demonstrado que as operagdes realizadas em mercado de balcto dei- xaram de estar sujeitas ao regime especial de dedutibilidade previsto no art. 17 da Lei 1 9,430/1996, as normas de hermenéutica nos levam a concluir que, néio estan- do submetida certa situagdo a norma especial, deve ela ser regida pela norma geral aplicdvel & matéi Esta norma geral € distinta conforme a operagdo subjacente tenha carter inter nacional (caso em que esti sujeita & Lei n° 9.249/1995) ou tenba carder interno (caso em que a lei aplicdvel é a que regula as operagdes de renda varidvel no Brasil, isto 6, a Lei n° 8981/1995), Bras 1 edigio, Ria de Janeio, Foren, 201, p07 ci. Albeito Xavier, Die Rage Carrarzn eaten, porém. que o peceito gue examinanns no tev alates erogttio at, 3ds Lt at OL nor een bjetos difreeiaos:enquano a. 65 aca de opeenges fond bos, oar. 1 ate cage ooe hen, Nao hevendo sobrepsiao, nko Raver revoyss, Atop cit pp. (PL-ITE: A conus, cree cngeahea ni no convence A sabrepoigo Ocore Watlo ao nsx hedge, conceit que araNgs 85 ivr, de ble de bale, Reviste Dialética de Direito Teibutérlo n? 233 Nos casos de hedge internacional, 0 parégrafo 5° do art. 25 da Lei n° 9.249/19' € claro no sentido de que as perdas ndo serdo compensadas com lucros auferidos xno Brasil, salvo se for aplicavel a norma especial que prevé a plena dedugao dos resultados liquidos obtidos em operacao realizada em bolsa no exterior. Nos casos de hedge interno, ainda que a operagio seja realizada em mercado de balcio, vigora o regime de dedutibilidade plena, conforme a seguit se demonstrard. A Lei n® 8.981, de 20 de janeiro de 1995, na redagao dada pela Lei n° 9.065, de 20 de junho de 1995, regulou, entre outras matérias, no seu Capitulo VI, a tributa- $0 das operagGes financeiras, distinguindo, essencialmente, 0 mereado de renda fixa (Segdo I) € o mercado de renda varivel (Seco 11), contendo ainda regrat muns aos dois mercados (Segao III) e uma regulamentagao especial das operagies financeiras realizadas por residentes ou domiciliados no exterior (Seco IV). A existéncia de normas relativas as perdas assume especial relevancia no mer cado de renda varidvel, uma vez que, na sua generalidade, a tributagdo ocorre nfo pela sistemética da retengdo na fonte, mas na do denominado “autorrecolhimento”, gue consiste na apuragao, pelo prdprio contribuinte, do ganho liquide auferido num certo periodo, consistente na diferenga entre os ganhos ¢ as perdas das operagdes efetuadas naquele mercado. O regime especial de dedutibilidade das perdas nas operagbes de renda varidvel um regime de dedutibilidade limitada aos ganhos obtidos em operagdes da mes- ma naiureza, de modo a constituir como que um “bloco” patrimonial ¢ contébil snomo (uma “cesta” ou “caixa’, respectivamente basket e box, na terminologia nglo-saxdnica) cujos limites nao poderdo ser excedidos de modo a absorverem nhos ou receitas de natureza diferente do mestno contribuinte, Eo que decorre do pardgrafo 4° do art, 76 da Lei n° 8.981/1995, segundo o qual '§ 4° Ressalvado o disposto no pargrafo anterior, as perdas apuradas nas operagGes de que tratam os arts. 72.8 74 somente serio dedutiveis na determinagio do lucro real até 0 limite dos ganhos auleridos em operagbes previstas naqueles artigos.” pardgrafo anterior a que este dispositivo se refere € o pardgrafo 3° do art. 76, qual veio estabelecer, em cardter excepcional, a indedutibilidade total e absoluta perdas nas operagdes de day trade, sejam as realizadas no mercado de renda X, sejain as realizadas no mercado de renda variavel: § 3° As perdas incorridas em operagdes iniciadas e encerradas no mesmo dia (day- trade), realizadas em mercado de renda fixa ou de renda varidvel, ndo serdo dedutt- xeis na apuragio do lucro real.” pardgrafo 5° do mesmo art, 76, ainda relativo & dedutibilidade limitada das, jas em renda varidvel, veio permitir um mecanismo de reporte ou carry-for- ‘«ard, sem limitago temporal, nos seguintes termos 5° Na hipdtese do § 4°, a parcela das perdas adicionadas poderd, nos anos-calendé- rio subsequentes, ser excluida na determinagao do lucro real, até o limite correspon- enga positiva apurada em cada ano, entre os ganhos e perdas decorrentes, das operagées realizadas. Ainda na Secio III, relativa as disposigGes comuns a tributagio das operagdes niceiras, 0 art. 77, V, pargrafo 1°, determina que: 77.0 regime de iributagao previsto neste Capitulo ndo se aplica aos rendimentos anos liquidos: Diatética de Direito Tributério n# 233, 62s de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mescado- ou no mercado de baleda, > do disposto no inciso V, consideram-se de cobertura (hedge) as ope- ,exclusivamente, 2 proteedo contra riscos inerentes as oscilaghes de is ou de Laxas, quando 0 objeto do contrato negociado: iver relacionado com as atividades operacionais da pessoa juridica; 5) destinarse a protegdo de direitos ou obrigagdes da pessoa juriic A referencia desse dispositivo legal ao “regime de tributagdo previsto neste Ca paulo” (0 Capitulo VI - “Da Tributagdo das Operagdes Financeiras”, abrangendo tanto as operagdes de renda fixa quanto as de renda varivel) significa a exclusio da aplicabilidade tanto das disposigdes relativas & incidéncia de retengdes na fonte quanto das disposigées relativas & apuragdo de ganhos e perdas, pois s6 da sua con: sideragzio em conjunto resulta 0 “regime de tributagao", como um bloco, a que 0 caput do ast. 77 se refere Destas consideragdes cecorre que as operagdes de cobertura (hedge caracteristicas e requisitos enunciados no ineiso V e no pardgrafo 1° do art. 77, n se aplica o regime de dedutibilidade limitada do pardgrafo 4° do art. 76, ainda 4 revistam a natureza de operagdes de renda varidvel, abrangidas nos arts, 72.a 74 da mesma lei, em razao da especificidade da sua funedo de hedge ou de cobertura, que as faz livrar do regime de dedutibilidade limitada, para se submeterem ao regime geral de dedutibilidade plena e integral das respectivas perdas, nos termos € con- digdes gerais da legislago do imposto de rend. Confirmando este principio especificamente em matéria de mercado de baleao, © art. 71 da Lei n? 9.430, de 27 de dezembro de 1996: “art. 71. Sem prejutzo do disposto no art. 74 da Lei n? 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 0s ganhos auferidos por qualquer beneficidrio, inclusive pessoa juridica isenta, n demais operagdes realizadas em mercados de liquidagdo futura, fora de bolsa, serio ributados de acordo com as normas aplicdveis aes ganhos liquidos auferidas em ope- ragGes de natureza semelhante reatizadas em bolsa Isso mesmo foi reconhecido pela Insirugao Normativa SRF n° 7, de 1999, cujo art, 2° declara que.*'ndo se aplica as perdas incorridas nas operagdes de cobertura (hedge), limitagzo prevista no parggrafo 4° do art. 76 da Lei n° 8.981, de 20 de ja- neiro de 1995”?! Também 0 Acérdio do Conselho de Contribuintes (unnime) n° 101-94.851, de 23 de fevereiro de 2005, consagrou esta orientagao, como se vé da sua ementa “IRPI - Despesas Operacionais - Dedutibilidade - Na anélise da dedutibilidade das espesas decorrentes de operagdes no mercado financeiro, o Fisco tem ter em conta acteristicas desse investimento as perdas incorridas nas operagSes de cobertura, ‘hedge’, inaplicavel & a limitagio de que cuida 0 § 4° do artigo 76 da Lei n® 8981, de evidente concluir que a perda incorrida nas operagées d va, é dedutivel sem observancia daquete limite.” TorD48st, Je23 205, Const in IN SRE n° 25/2001 disposi con idico sent ‘sapecton ito" Revita Diolética de Dieta Tebudrio 10, Sto Pal, isis, 2004, 9p 86 8, Revista Dialétice de Direito Tributério n® 233 V- A Questiio do Registro O pardgrafo 2° do art. 71 da Lei n° 9430/1996, na redagao dada pela Lei n° 10.833/2003, dispde que: § 2° Somente seré admitido o reconhecimento de perdas nas operagdes registradas nos termos da legislagio vigente.” ‘A mesma exigéncia foi posteriormente formulada pelo pardgrafo 2° do art. da Lei n? 1L05I, de 29 de dezembro de 2004 (© disposto neste artigo aplica-se: 1 no caso de operagées realizadas no mercado de baledo, somente aquelas registra das termos da legislagao vigente.” Elidie Bifano ¢ Luciana Aguiar observam: A expressfo ‘registradas’ tem sido objeto de alguma polémica, no sentido de se pes quisar se 0 registro é io autorizado para tanto (Cetip, Sele, por exemplo), de corrente de contrato nfo defeso em lei, contabil e outros. No easo de operagies com 0 exterior, a maior evidéncia de sua adequacio ¢ registro reside na autorizagao por parte do Bacen.”® De nossa parte, compartilhamos do entendimento das referidas autoras, eis que = interpretagao da exigéncia do “registro” como condigao de dedutibilidade perdas tem que ser adequada a cada caso, consoante a operagao em conereto, sem ‘ue se perca de vista a razdo de ser de sua exigéncia. Com efeito, exigir-se o “registro” da operacio significa exigit-se algum grau de publicidade e o controle das condigdes pactuadas pelos organismos de registro, pre samindo-se que as mesmas esto adequadas com as préticas de mercado. Ora, no caso de operagies de hedge celebradas por pessoas juridicas domicilia- as no Brasil, tendo como contrapartes residentes no exterior, o Banco Central do Brasil indiscutivelmente desempenha o papel de tgto de controle ex vi do Decreto + 6,761/2009 (arts. 1°, V, 3° II, 4°) e da Resolugio CMN n? 3.312, de 31 de agosto 200: ‘Tenha-se, por fim, presente que o principio da verdade material, coroléio que do prinefpio da legalidade, repudia qualquer proibigéo & dedugdo de custos ou seidas efetivos, reais, usuais ¢ normais, quando o contribuinte dispuser de elemet suficientes para comprové-los. V1 - Ilegitimidade das Restrigdes & Dedutibilidade das Perdas de Hedge Face avs Principios Constitucionais Relativos & Base de Calculo do Imposto de Renda Como atrés se viu, as operagdes de hedge internacional submetem-se & regra ral do art, 25, pardgrafo 5°, da Lei n° 9.249/1995, que veda a compensagio de das incorridas no exterior com lucros realizados no Brasil e que institui um sis- na de “compensago compartimentada”, em contraposigao a um método global conducente & plena compensagdo de todo e qualquer elemento negativo com todo e gnutlquer elemento positivo do luero. Como se existissem duas gavetas ou caixas 20 Revista Dialética de Direito Tributario n® 233, (box) em que, de um lado, apenas se consideram as perdas incorridas no Brasil, de outro lado, as perdas incorridas no exterior. O Ambito de aplicagio deste dispositivo se restringe as operagbes de hedge in- ternacional, em que a operagio subjacente se localiza no exterior, mas no assim hos casos em que essa obrigagao se localiza no Brasil. Ainda, porém, que se admi tisse a sua aplicabilidade, a verdade & que essa restrigio deveria ser afastada por inconstitucionalidade. Vejamos, Na legislagio brasileira do imposto de renda, a base de célculo do IRPJ é 0 lucro liquido do periodo de apuragao ajustado pelas adigdes, exclusdes ou compensagdes previstas na lei (art. 247 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo De- creto n? 3.000/1999 - “RIR/1999"), Por sua vez, lucro Iiquido é a soma algébrica do lucro operacional, dos resulta- dos nao operacionais e das participagdes (art. 248), sendo o Iucro operacional 0 resultado das atividades principais ou acessérias que constituam objeto da pessoa juridica, decompondo-se em lucro bruto (a diferenga entre receita liquida das ven- das e 0 custo dos bens ¢ servigos vendidos), as despesas operacionais e os demais resultados operacionais (art. 277), Assim, todos os componentes positivos ¢ todos os componentes negatives da formagio do lucro (sejam eles custos, despesas ou perdas), devem set considerados para efeitos de determinagio do lucro wibutdvel ucede que Direito brasileiro oferece a peculiaridade de conter principios constitucionais que restringem fortemente a liberdade da lei ordindria no que res- peita A definigo das despesas ou perdas dedutiveis para efeitos de apuragio da base do imposto, por exigirem que a base do imposto seja constituida por um acréscimo patrimonial real e efetivo, considerado parimetro constitucional da capacidade conttibutiva. Com efeito, os princfpios da igualdade e da capacidade contributiva foram, no que coneerne ao imposto de renda, abjeto de disposicio especial constante do paré- grafo 2° do ineiso I do art. 153 da Constituigao Federal, segundo o qual 0 imposto previsto no inciso III: “seré informado pelos critérios da generalidade, da universa- lidade e da progressividade, na forma da lei” A generalidade a que alude o preceito citado outra coisa nfo é que a formulagio positiva do principio da igualdade consageado em geral no art. 5° e, em matéria tributéria, no art. 150, 11, da Constituigdo Federal, significando que todos os titula- res de renda devem estar sujeitos a impostos, sem excegdes de natureza pessoal. Todavia, para assegurar a igualdade em matéria de imposto de renda nao basta que “todos” estejam sujeito a imposto. F necessério que “todos os rendimentos” fiquem submetidos a imposto de igual modo. Ora, é precisamente em relagdo a este prinefpio que o art, 153, parégrafo 2°, 1, alude ao referir-se ao critério da universa- lidade. Do principio da universalidade decorrem dois corolérios: o princfpio da tota: lidade e 0 principio da globalidade. O principio da toralidade cxige que todos os rendimentos devam ser tributados e devam sé-lo de igual modo, Rovisto Dialética de Dirsito Tributério n® 253 a O principio da globalidade nao se basta com que todos os rendimentos sejam aributados e o sejam de igual modo, exigindo que a base de célculo do imposto de nda represente um somatério de todos os seus componentes ativo e passivos, com ena consideragdo das despesas, custos e prejuizos. F 0 que a doutrina alema de- igna por Nettoprinzip, segundo o qual o objeto do tributo deve ser uma situagio patrimonial liquida positiva, sob pena de violago do princfpio da capacidade con- tributive? Desta forma se relacionam com plena coeréncia I6gica os principias da capaci- dade contributiva ¢ da universalidade com o proprio conceito de renda entendido como “acréscimo patrimonial”, Corolério deste prinefpio ¢, assim, o art, 43 do Cédigo Tributério Nacional, lei complementar de aplicagio prevalente relativamente A norma ordindria e que ap as permite a esta a tributagdo de variagdes patrimoniais positivas ‘O imposto, de competencia da Unido, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisigio da disponibilidade econdmica ou juridica 1 - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinagao de ‘ambos: TI- de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais niio compreendids no inciso anterior” Destas regras resultam uma consequéncia positiva e outra negativa: a positiva consiste na enunciagdo de uma regra geral de dedutibilidade de todo e qualquer ‘omponente negativo do lucro; a negativa traduz-se na ilegitimidade constitucional de legislagdo ordinéria que, por razdes de mera conveniéncia ¢ oportunidade, prof- ‘a ou restrinja a referida dedugdo em termos de criar distorgdes & realidade do eréscimo patrimonial efetivo. Esta, a ligio de Bulhdes Pedreira: “O ‘acréscimo patrimonial_ que constitui renda tributdvel é formado pela diferenga entre as receitas € 0s custos necessarios para ganhé-las, e € inconstitucional a lei a) que define como base de célculo a receita bruta, ou uma porcentagem dessa reccit, (ou b) que prescreve a determinagéo do lucro real computando receitas, porém vedan- do a dedugao de custos necessarios para ganhé-las: sc a Ii ordingria veda a dedugio de custos necessérios, 0 tributo nfo incide apenas sobre & renda, mas sobre rend © capital, pois a parte da receita bruta correspondente aos custos necessarios ¢ reposi G0 de capital, e nfo renda.”™ Corolétio dos referidos prinefpios ¢ ainda a cldusula geral da necessidade constante do art. 47, pardgrafos 1° ¢ 2°, da Lei 1? 4.506, de 30 de novembro de 1964, hoje consolidada no art, 299 do RIR/1999, que assim estabelece: 10 operacionais as despesas no computadas nos custos, necessarias & atividade da ‘empresa ¢ a manutengio da respectiva fonte produtora, tt, Tipke/Lang, Steuerecht, 1 ego, Cofni, 1951,p. 197; Crezliog, Stuerecty, I, 2° ego, 1994, p26 ‘ero cicelencenstio de Pedro M Herre Molin, Copacidadeecondmia sistema face, Mad, 1998, p. 7 “mpoto de Renda = uo dapessoa usin -compeasaga de pejuaos, Revista de Dito Adiisrativo 207, Ria de Janis, Resor, 19 4, No mesino senda, a mais elevane doutrine bailst: Cle Misbel Dera em Aliomat Baloo, Linitagesconsietona ao poder de tabula, edieo, Ro de Jeni, Foense, pp S78 589; Roque Caras, mpasto sobre a Rendo, Sho Paso, 2005, 9,109; Hugo de Brito Machado, "Ax ms © 0 impostoe rends, Temas de Direito Tribu, Sto Paul, 1993, pp. 163 088, Revista Dialética de Direito Tributério n? 233 § 1° Sio necessérias as despesas pagas ou incorridas para & realizagdo das transagbes ‘ou operagdes exigidas pela atividade da empresa. § 2° As despesas operacionais admitidas sfo as usuais ou normais no tipo de transa- ges, operagies ou atividades da empresa.” Significa isto que as autoridades administrativas e judiciais apenas podem con- siderar indedutiveis aquelas despesas que, face ao objeto social da cmpresa, no se possam considerar como necessérias, usuais ou normais, ‘A “necessidade” da despesa € um critério objetivo, que se verifica sempre que cla for inerente & atividade da empresa ou sua atividade produtora, ou for dela de- corrente ou com ela for relacionada’® Rigorosamente neste sentido, pronunciou-se 0 Acérdio do Conselho de Contri- buintes 1° 101-93.720, de 23 de janeiro de 2002: "A regra geral de definigao do luro real baseado no huero liquido, ou seja, contabil, & no sentido de que, em prine‘pio, todos os dispéndios da empresa so dedutives, AA Iei, niio podendo prever uma a uma as inumersveis atividades ¢ espécies de gastos dda empresa, parte da definigio de que todos os custos ¢ todas as despesas sio admit: ddos na apuragio da base de céleulo do imposto de renda e estabelece as excesses para ceeulo do tucro tribotavel {As excegdes consistem (1) na nfo dedutibilidade, ou (2) na limitagio do valor dedut vel, ou (3) na subordinagiio da dedutibilidade ao preenchimento de certas condigbes. Excepcionalmente, também encontramos dispositivos relativos (1) ao momento em que o custo ou despesa pode ser debitado a lucros e perdas, ou (2) & opgdo para levar custos a despesa, ou (3) a dedugdo a titulo de incentiv fiscal. (.) Partindo dessa premissa, podemos dizer que uma despesa € necesséria quando ine rente i atividade da empresa, ou dela decorrente, ou com ela rlacionvda, ow até mes mo que surja em virtude da simples existéncia da empresa ¢ do papel social que de- sempenha. Em contraposigio, a despesa ¢ nfo necesséria quando for decorrente de ato de ibera- Tidade, nao no sentido de espontaneidade, mas no sentido juridico de ato de favor, estranho a0s objetivos sociais $6 com este eritério objetivo & posstvel conhecer e determinar exatamente, sem pre jufzo de controvérsias pessoais, a natureza da despesa como despesa necessiria a empresa E tal critério ampara-se perfeitamente no art. 47 da Lei n® 4.506. Similar 6 a definigio adotada pelo Parecet Normativo CST nf 32/1981, segundo fo qual “o gasto € necessério quando essencial a qualquer transagio ou operag: exigida pela exploragio das atividades, principais ou acess6rias, que estejam vincu- ladas com as fontes produtoras de rendimentos”. Apenas uma palavra para esclarecer que a usualidade ou normalidade sto ainda ctitérios objetivos que devem levar em considerago nfo apenas a natureza © 0 ob- jeto da empresa, mas também 0 contexto e as circunstancias concretas em que a despesa foi realizada, Pode, pois, concluir.se que a necessidade de despesa exprime uma relagio de pertinéncia, conexiio ou vinculagao objetiva do deeréscimo patrimonial em que ela Ricardo Matiz de Olivein, Fdomentor do Impost de Renda, Sto Paulo, 2008, p. 696, Revista Dialética de Direito Tributério n® 253 se traduz ¢ a atividade da empresa face &s circunstancias em que a despesa se real 208. YI - Conclusio Em face de todo 0 exposto, podemos concluir que as operacbes de hedge con tzatsdas com instituigdes financeiras domiciliadas no exterior, no mercado de bal- io. tendo por objeto a protegio contra riscos de obrigagdes constituidas e exequi- veis no Brasil (operacdo subjacente), revestem a natureza de operagdes de hedge avemo para fins tributarios, em razo do vinculo de conexao e acessoriedade. i, por isso, fiscalmente dedutiveis eventuais perdas incorridas em referidas eperagdes, sempre que forem atendidos os requisitos do art. 77, V,e pardgrafo 1°, da Lai n° 8.981/1995.

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