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Diagnéstico Diferencial e Tratamento dos Abcessos Periodontal ¢ Periapical Aguda Cesirio Antonio Duarte * élcio Augusto Lico ** Associagéo Brasileira de Odontctouio cao - Golas BIBLIOTECA SINOPSE. Sao feitas consideragées clinicas quanto ao diagnéstico ¢ tratamento dos abcessos periodontal e periapical agudo. Discute-se os principais recursos semiotéenicos para o diagndstico diferencial de ambas as eades visando o atendimento de emergéncia do paciente. UNITERMOS: Abcesso, periodontal; Abcesso, periapical; Emergéncia, periodontal; Emergéncia, endodintica. Introdupao, Os io entidades pa- tolégicas que possuem em comum cduas caracteristicas’ Ep Estas condigdes permitem eventu- almente uma falha no diagnéstico, ‘que certamente induz a um trata- mento completamente ineficiente para.arresolugio do problema. Ten- do em vista a importincia do diagndstico diferencial destas le- 88e3, 0 propbsito desteartigo ¢o de descrever 0s recursos que se pode utilizar para um diagndstico segu- ro, além do tratamento a ser conduzido, Bum sto levaa formacio de acentuado edemaagudo no tec do gengival, cuja manifestagao clinica mais importante é a dor. Jé de menor aye — ase te eplenoga nt FOUSP. + Lapecialict om PerlodontiapelaD.CTO, wrous? pe tendo sua! te caso a sintomatologia € menos evidente Auutilizagio de dispositivos de irri- gagio, podem induzir o aparecimento de abcessos periodontais, poisapressio dadeua pode levara introdugao de bactéri- as ou corpo estranho nas porgoes mais profundas da halsa periodontal. © abcesso periodontal agudo se formapreferencialmenteem bolsas periodontais estreitas profundas ssinvosas, sendo que as Areas de bie trifurcagdes sio propivias para o desenvolvimento de tal leso. Representa um: ‘Uma vez.a polpa tendo caminhado para a mortificagao, temos as alte- racdes dos tecidos periapicais. evoluindo para supuragio, consti- tuindo assim 0 —abcesso dento-alveo bree fatores init enciam no tipo de tumefagdo que id ocorrer, quais sejam: a localiza géo do pice, insergdes musculares © a espessura da comical dssea. A dor acompanha todo 0 quadro evolutivo do abcesso de origem endodéntica, diminuindo apenas quando ocorre a flutuago ou so- mente com a drenagem da colegao purulenta. Diagndstico Diferencial 0 enfoque a ser dado, refere-se a lesdios de oariter agnda, as quais demandam intervengdoimediata do profissional frenteao quadro de dor relatade pelo paciente, Aspeetos clinicos Quanto & localizacdo do abcesso, oO do enguanto 0 tem dor ‘Como a dor é revestida de uma subjetividade por parte do pacien- te, fica dificil para 0 dentisia se valer deste dado no diagndstico di- ROBRAC - Revista Ofontoligica do Brasil Centra 15 Porem, em dentes com mais de uma raiz a necrose em apenias um dos canais, impede que haja uma seguranga na determina- do cometa da origem da lesdo. A mobilidade dentiria pode estar presente nos dois quadros, senso mais evidente nos casos de perda ‘6ssea acentuada, caracteristica tipi- cae bolsasperiodontaisprofundas 0 critério de mobitidade pelo fato desercomum ambos os abcessos, nao pode ser utilizado no diagnos- tico diferencial Outro detalhe clinico ase somaréa obseryagao doz dentos, quanto 4 presenga de grandes reconstrugdes dontirias e possiveis cavidades de caries profundas, levandoa eventu- al comprometimento pulpar. een, Testi agen ERT Sondagern qeve ser Teta 1S 360 raus do dente ou dentes cont guns manifestagdoaguda, A sonda deve ser de didmetto 0 menor pos- sivel. Como a bolsa periodontal que originou 0 abcesso pode ter uma morfologia estreita e sinuosa, a sonda milimetrada devido a sua rigidez pode ser inadgguada para.o diaendstico comreto. Devido & sua flexibilidade quando implusionado atraves da fistula ou bolsa periodontal podem se const tuirem excelente instrumento para ‘odiagndstico diferencial (Fig. 1-A eB) 16 as onde temos a presenga de canais laterais ou do assoalho de furca, ‘ocasionando desta forma as altera- des caracteristicas_ do envolvimento. endoperiodontal, Neste caso os sinais tipicos do ab- cesso periodontal, se confundem ‘com 03 do aboesso periapical, exi- gindo, em principio um tratamento endodéntico —seguido do petioduial. Aspectos radiogrificos ce Com a tomada radiogrSi mos observar_ no oon prineipalmente em alteragoesagudizantes de: lesbes erdnicas anteriores. Nan é rara no, entanto, em casos de infecgdes de rapida evolucdo, os tecidos periapicais se mostrarem normais radiograficamente, pois ndo houve tempo suficiente para a destruigzo dssea 2 consequente imagem radioliicida, 13 sonda ou cone de guta-percha)na determina~ do da fonte geradora do abcesso eleven ‘originado periodontal em dente vizinho. Isto se reveste de fundamental impor- tincia: hi uma tendéncia em se assaciar a fistulae 0 abcesso a0 dente sobre o qual esta ocorrendo tais manifestacdes. fama CED fy Utilizando-se de uma sonda periodontal fina, sondamos Volume 2 , Numero 1, 1992 o sulco gengival em toda sua exten- so, até encontrarmosa abertura da bolse periodontal, onde a sonda deverd penetrar ocorrendo entdo a drenagem do exsudato, que poder se apresentar purulento ou sangui- nolento, E interessante neste momento exercer discreta pressdo digital sobre 0 abcesso a fim de concluir a drenagem. Saliente-se que al procedimento pode ser feito uase sempresemanestesia dairea ‘impedir uma recidiva, Na depen- déncia da gravidade da lesdo, este bocheco devera ser feito em inter valos curtas. Caso 0 paciente seja portador de hipertensio arterial, 0 sal pode ser substituido por outro ina de agente revulsiva como pro- dutos a base de malva, sempre em solucdo aquosa aquecida. Com aT preferéncia é pela ordemé =D - parenteral ov ori! recomendar ERED « especial dci- jo acetilsalicihico. O paciente deve ser reexaminado pds 48 horas quando entdo os si- nais e sintomas clinicos terdo desaparecidos caso © diagnéstico tenha sido correto. Uma vee estaremos frentea un Qa ue devera seguir Na tumefacao de origem endodéntica, a palpagdo suave do vestibulo bucal deve ser realizada pelo clinico, com o intuito de se venticar a extensdo e consistencia Figura I-A - Fistula simudande abcesso periapical’ O cone de guta-percha demorsira 0 trajeto da lesao, que emerge (Figurs 1-B) Na face palatina da incisive central superior esquerdo, caracterizando abcesso periodontal da tumefacao. E a0 contririo de tumefagdes moles e flutuantes onde possivelmente te- remos exsudato purulento 0 qual pode ser aliviado em parte pelos procedimentos citados. Noatendimenta decmenzéncia deve O uso de antibidticos sistémicos ¢ raramente indicado em caso de vi- talidade pulpar(biopulpectomia), a menos que o paciente seja de risco (diabetes, car a ). O bochechosalino quente é indica- do quando secorseguiua drenagem do abcesso, Vencida a fase aguda, procede-se a0 tratamento endodontico conven: cional. Conclusio 1-0 diagn6stico das lesdes agu- das, representadas pelo abcesso periodontal « periapical, devs ocr apoiado em exame clinico ¢ radiogrifico, 2-0 diagnéstico diferencial pode estar na dependéncia da deteccao da bolss periodontal 3 - A utilizagdo clinica de cone de Bgw Fistula focalizada na gengiva inserida simulando abvesso periodamal cofocardo de cone de gua-percha para erificugio do trejeto da lesdo. guta-percha como instrumento radiopaco pode ser uma solucio decisiva para 0 diagndstico dife- rencial Summary Clinical considerations about the diagnosis and treatment of acute periodontal and periapical abcess are made, The main caractheristics ofthese diseascs are discussed and the best way of diagnosis are presented. Key words: Abcess, periodontal; Abcess, endodontic; Emergency, periodontal; Emergency, endodontic. Referéncias Bibliogrdfica 1 -Bergenholtz, . Perlodontcs and nds pevovdomology, 2 ed Copenhagen Munkszaatd, 1989, p 258-281 Ks nine, 1s periodontology 5. Philadsipia, Stunders 1979, p_ 2701, 688 605, Poipa. 2-0 Rio de ancin, Figura} Araiiografia demonstra arra- irda cone, prose sade lest eriape ROBRAC Revieta Odo ‘Guanabsea Koogan, 1982p. 26 9, Tid, sivio Bevilgun 4-Killoy, W.. Treatment pero tacesses In: Genco, RJ; Goldman M.:Coben,D. W. Conerspormy erotics, 8 Lous, Oty, 1930. 45-82 $+ Laseal BT Moussa, Ni; Duane, CA. Figura 4 °Apéso tratamento-endodéntic (Pig. 3) acorre @ desaparecimento. da Jistite, comprovando o slingnéstica perfodontals tn Lascala 8 Mousa, NAL esodentin Clinical So Paulo, tes ndias 1989.39. 6 Paiva, LG; Amtoines I, Endod oth Nasesparaaprdienctines.? ol So Palo, Artesméaicas, 1K 111-146 7 Senger Ss Youllis R.A Page, RC, Pertodontaldteases, Pill hia Lea S Febiger 197, p. 241-2 Figura 5 : Observe apés tratemento tendordéntico (30 dias ), 0 rnicto da neo- formagio dssea ldgica do Brasil Conial 7 rr

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