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GABINETE DO CONSELHEIRO

DIMAS RAMALHO
(11) 3292-3235 - gcder@tce.sp.gov.br

TRIBUNAL PLENO – SESSÃO DE 13-05-2020

RECURSO ORDINÁRIO

27 - TC-019910.989.19-3 (ref. TC-017319.989.18-2)


Recorrente(s): Prefeitura Municipal de Paulínia.
Assunto: Contrato entre a Prefeitura Municipal de Paulínia e Única – Limpeza
e Serviços Ltda., objetivando a prestação de serviços de limpeza em unidades
da Secretaria Municipal de Saúde, com fornecimento de produtos, materiais e
equipamentos, no valor de R$2.337.732,54.
Responsável(is): Dixon Ronan Carvalho (Prefeito).
Em Julgamento: Recurso(s) Ordinário(s) interposto(s) contra acórdão da E.
Segunda Câmara, publicado no D.O.E. de 27-09-19, que julgou irregulares a
dispensa de licitação e o contrato, acionando o disposto no artigo 2º, inciso XV,
da Lei Complementar nº 709/93 e aplicando multa no valor de 200 UFESPs ao
responsável, nos termos do artigo 104, inciso II, do mesmo Diploma Legal.
Advogado(s): Diego Marques Santana (OAB/PR nº 82.856), César Henrique
Bruhn Pierre (OAB/SP nº 317.733), Rafael Barroso de Andrade (OAB/SP nº
391.425), Diego Pimenta Barbosa (OAB/SP nº 398.348), Gabriel Curci Tavares
Risso (OAB/SP nº 400.324), Dieggo Ronney de Oliveira (OAB/SP nº 403.301),
Fernando Jorge Damha Filho (OAB/SP nº 109.618), Elisama Franco Paulino
Vantin (OAB/SP nº 333.934) e outros.
Fiscalização atual: UR-3 – DSF-II.

28 - TC-021285.989.19-0 (ref. TC-017319.989.18-2)


Recorrente(s): Dixon Ronan Carvalho – Prefeito do Município de Paulínia à
época.
Assunto: Contrato entre a Prefeitura Municipal de Paulínia e Única – Limpeza
e Serviços Ltda., objetivando a prestação de serviços de limpeza em unidades
da Secretaria Municipal de Saúde, com fornecimento de produtos, materiais e
equipamentos, no valor de R$2.337.732,54.
Responsável(is): Dixon Ronan Carvalho (Prefeito).
Em Julgamento: Recurso(s) Ordinário(s) interposto(s) contra acórdão da E.
Segunda Câmara, publicado no D.O.E. de 27-09-19, que julgou irregulares a
dispensa de licitação e o contrato, acionando o disposto no artigo 2º, inciso XV,
da Lei Complementar nº 709/93 e aplicando multa no valor de 200 UFESPs ao
responsável, nos termos do artigo 104, inciso II, do mesmo Diploma Legal.
Advogado(s): César Henrique Bruhn Pierre (OAB/SP nº 317.733), Rafael
Barroso de Andrade (OAB/SP nº 391.425), Diego Pimenta Barbosa (OAB/SP nº
398.348), Gabriel Curci Tavares Risso (OAB/SP nº 400.324), Dieggo Ronney
de Oliveira (OAB/SP nº 403.301), Fernando Jorge Damha Filho (OAB/SP nº
109.618), Elisama Franco Paulino Vantin (OAB/SP nº 333.934) e outros.
Fiscalização atual: UR-3 – DSF-II.
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EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO. DISPENSA DE LICITAÇÃO.


CONTRATO. SERVIÇOS DE LIMPEZA EM UNIDADES DA
SECRETARIA DA SAÚDE. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE
SITUAÇÃO EMERGENCIAL. REITERADAS CONTRATAÇÕES
DIRETAS. DESÍDIA DA ADMINISTRAÇÃO. EMERGÊNCIA
FABRICADA. NÃO PROVIMENTO.

1. RELATÓRIO

1.1 Em sessão de 03-09-2019, a Segunda Câmara1 –Relator: Conselheiro


Renato Martins Costa– julgou irregulares a Dispensa de Licitação 01/2014 e o
respectivo Contrato, celebrado em 13-11-2017, entre a Prefeitura de Paulínia
e a empresa Única – Limpeza e Serviços Ltda. para prestação de serviços de
limpeza em unidades da Secretaria Municipal de Saúde, com fornecimento de
produtos, materiais e equipamentos, por um período de 90 dias. A mesma
decisão também impôs multa equivalente a 200 (duzentas) UFESPs ao então
Prefeito, Sr. Dixon Ronan Carvalho.

A decretação da irregularidade fundamentou-se na falta de


caracterização da situação emergencial que sustentaria a dispensa de licitação
nos termos do art. 24, IV, da Lei 8.666/93.

1.2 O Município de Paulínia e o Sr. Dixon Ronan Carvalho, então


Prefeito, interpuseram Recursos Ordinários, separadamente, em 12-09-2019 e
02-10-2019, respectivamente.

Em suas razões, a municipalidade alega que a emergência que


motivou a contratação por dispensa de licitação ficou demonstrada, já que
havia a necessidade de continuidade de prestação de serviço essencial à
população. Quanto à desídia do gestor, buscou apartá-la da análise da
regularidade do ajuste, defendendo a responsabilização do então prefeito.

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Conselheiro Renato Martins Costa, Presidente e Relator; Conselheiro Dimas Ramalho; e Conselheiro Substituto
Valdenir Antonio Polizeli.
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O ex-prefeito, por sua vez, argumenta que haviam justificativas


válidas para a formalização do ajuste na época e enfatiza ausência de
transição de governo após ter sido eleito. Afirma que, a assumir o cargo, em
janeiro de 2017, se deparou com o término da vigência do ajuste por meio do
qual os serviços eram prestados. Além disso, afirma que a Concorrência
visando à continuidade dos serviços, embora deflagrada pela gestão anterior,
teria sido suspensa por este Tribunal, o que obrigou à contratação emergencial.
O fim deste contrato antes da conclusão do procedimento licitatório gerou a
necessidade de nova contratação direta, com a mesma empresa.

1.3 Foi facultada vista ao Ministério Público de Contas nos termos do


artigo 69, II, do Regimento interno.

1.4 A Secretaria-Diretoria Geral opinou pelo conhecimento e não


provimento dos recursos.

É o relatório.

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2. VOTO PRELIMINAR

2.1 Recursos em termos2, deles conheço.

3. VOTO DE MÉRITO

No mérito, é impossível dar novo rumo ao processo apenas com


base na alegação de essencialidade dos serviços contratados diretamente,
conforme pleiteiam os recorrentes. A cronologia dos fatos evidencia a desídia
da administração e o descuido nas providências necessárias para realizar a
licitação dos serviços.

Registre-se que a Prefeitura de Paulínia já havia contratado


emergencialmente a mesma empresa, em 12-05-2017, pelo prazo de 180 dias.
O ajuste foi analisado e julgado irregular por este Tribunal no âmbito do TC-
018683.989.17-2, de relatoria do Conselheiro Edgard Camargo Rodrigues, que
entendeu como tardias as medidas tomadas pela prefeitura para realizar o
procedimento licitatório.

O mesmo entendimento cabe aqui, na análise do presente ajuste,


considerando as observações cronológicas do voto condutor do acórdão
combatido:

Em que pese o período de 6 (seis) meses transcorrido da contratação


emergencial anterior, suficiente para o planejamento, instauração e
conclusão do procedimento licitatório desejado, nota-se que o
Executivo Municipal estabeleceu que a data de abertura do pregão
ocorresse somente no dia 11/10/2017, apenas um mês antes do
encerramento do ajuste emergencial em vigor, evidenciando-se a
omissão do Poder Público em seu dever de planejamento, que atuou
com desídia e expôs a risco a prestação de serviços essenciais.

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Acórdão publicado em 27-09-2019; Recursos Ordinários interpostos em 12-09-2019 e 02-10-2019.
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O caso configura, por isso, emergência fabricada por inadequada


ação ou omissão da prefeitura, o que retira o lastro legal da dispensa de
licitação. Por fim, a revogação de certames licitatórios tampouco é aceita por
este Tribunal como justificativa para contratações diretas, visto se tratar de
situação corriqueira e que deve constar do planejamento dos gestores públicos.

Diante do exposto e do que consta dos autos, voto pelo não


provimento dos recursos ordinários, mantendo-se na íntegra a decisão de
primeiro grau que julgou irregulares a dispensa de licitação e o respectivo
Contrato entre a Prefeitura de Paulínia e a Única – Limpeza e Serviços
Ltda.

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