DOUTRINA
PROCESSO ORIMINAL
Inteligeneia. do at. 8 do Gotigo
etal Soatrverats feces
‘Tem dadv origem a interminaveis discusses no Tribunal
do Jury a interpretagio do urt. 408 do Codigo Penal.
Nao ha muitos dias, ma memoravel sessio do Jury da
Franea, em que foram julgados o Coronel Pereira Cassiano e
seus filios, — auctores do assassinato de quatro soldados de
policia, — levantow-se longo e caloroso debate, a proposito da
intervengao do advogado que subscreve estas notas e de um seu
distineto collega, como auxiliares da aecusagto, por parte de
pessba offendida ‘no gravissimo conflicto que fornecet base a0
Processo.
Desperton interesse o debate, prineipalmente porque nelle
figuravam pareceres de provectos juriscousaltos e professotes,
como Ferreira Vianna, Joao Monteiro, Aureliano Coutiaho,
Oliveira Escotel e Brasilio Machado.
E, porque convenba firmat-se doutrina acerca do pohto
controvertido, — maximé neste momento, quando os diversos
Estados confederados, ainda no periodo 'da sua organisagdo
administrativa e judiciavia, tratam de discutir e votar nos seus
Congressos as leis processuaes — entendemos de bom aviso
‘chamar a attengio dos doutos e dos estudiosos para um assumpto
de relevancia, acerca do qual se torna preciso resolver qualquer
duvida,
art. 408 dispie :
«< Em todos 0s terinos da dcgto intentada pot queixa seta
ottvido o ministerio publico, ¢ nos da que o for pot denuncia, on
ex-oficio, poders intervit a parte offendida pata auxilial-o. »
Pergunta-se: Hm face deste artigo, pode 0 offendido, ma
acgdo intentada por denancia, constituir advogado para acom-
ine, vols 64 ; a— 482 —
panhar a instracglo do processo ¢ auitiar a accasagto no ple-
nario ?
0 Sr. Ferreira Vianna responde
<< Nio € de facil interpretagio 0 art, 408 do Cod. Penal.
« A intervencio do offendido, em accasacio promovida pelo
ministerio publico, mio pide ser senio a do art. 279 do Cod. do
Proc. Criminal.
< Admittir que o offendido, que no promoven a accusagio,
{sto &, que desistin de 0 fazer, podesse, como se fora parte
accustdora, usar cumblativaments com “0 ministerio publien,
denunciante ou accusador, da palavra para ststentar 0 libello @
appellar da sentenca, seria, além de quebrar a unidade da
accusagio, expor os ‘interesses da justi¢n a conveniencias ¢
accordos elandestinos do offendido, além de sujeitar 0 accusado
a duas accusagd
< Demais, 0 ministerio publico & 0 unico competente para
exercer a accio publica ¢ acceitar ou recusar 0 auxilio, que Ihe
queira prestar o offendido,