You are on page 1of 4
SECRETARIA DA SEGURANCA PUBLICA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SAO PAULO Sao Paulo, 9 de janeiro de 2020, DESPACHO N° PM3-002/02/20 — CIRCULAR wow poliiamilitrsp gov br Do Cmt G 3empmapolicialitarsp gov br Ao Sr. (conforme lista de distribuigdo) Assunto: Lei sobre os crimes de abuso de autoridade Referéncia: Lei n° 13.869, de 0SSET19 (Dispde sobre os crimes de abuso de autoridade), 1. Em decorréneia da publicagéo e vigéncia da nova Lei de abuso de autoridade, referenciada, solicito a V. S.* que oriente, exaustivamente, o efetivo subordinado de acordo com as exposigdes afetas ao servigo policial-militar, conforme seguem: 1.1, Art. 1°: restringe 0 aleance da norma para os casos onde as condutas descritas na Lei sto praticadas pelo agente puilico, servidor ou nfo, com a finalidade specifica e prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terveito, ou ainda, por mero capricho ou satisfagao pessoal; 12, Art.2%:a norma atual estabeleceu, com clareza, quem slo os agentes ativos que incorrem no delito de abuso de autoridade, referenciando, no inciso I os servidore Piblicos ¢ militares ou pessoas a eles equiparadas; 1.3. Art. 3°: a agao penal passa a ser incon: ionada, no dependendo mais dat representagdio do ofendido; '-4- Att. 13: estabelece como abuso de autoridade o ato de constranger o preso ou detento, mediante violéncia, grave ameaga ou redugdo de sua capacidade de resisténcia, a exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido A curio lade piblica, ser submetido a situagao ‘exatéria ou constrangimento ilegal ou a produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: 1.4.1. depreende-se, portanto que, 0 condutor de ocorréncia ou Tesponsével Pela detengao, independentemente do delito que motivou a prsio, tem o dever de preservar, no ‘apenas @ integridede fisic, mas também odirito de imagem do individuo, sob pena de volagdo de direitoestabelecido conforme o inciso X, artigo 5° de nossa Magna Cart; 14.2. nesse sentido, tem-se a ICC n? 24 e a ICC n? 81 que tratam o assunto Relevante ainda é destacar a Stimula n° 403 do STJ, na qual se deliberou, em detrim Mo ao, direito de acesso a informagio e liberdade de imprensa, que a imagem de pessoas nag deve ser exposta sem consentimento, principalmente para fins comerciais, 1.2 1.5. Art. 16: estabelece como ato de abuso de autoridade a conduta de deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasido de sua captura ou quando deva fazé-lo durante sua detengao ou pris 1.5.1. destaca-se que, 0 ato de identificagao esté consolidado no Processo 1.01.00 (Abordagem de pessoa a pé), no qual se orienta todos os policiais militares a identificarem-se ja durante a realizagao de abordagens; 1.5.2, quando em servigo © fardado, a identificagéo do responsivel pela detengao se faz, ainda, pelo uso obrigatorio da tarjeta no uniforme (R-S-PM), além de constar na nota de culpa que serd entregue ao preso. 1.6. Art. 20: considera abuso de aut lade 0 ato de impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado, 1.6.1. aquele que foi preso, mesmo antes da apresentagdo da ocorréncia no Distrito Policial, estando presente o seu Advogado, nio poder ser impedido de se entrevistar 17, Art. 21: a conduta de manter presos, de ambos os sexos, no mesmo espago de confinamento ou de manter crianga ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Crianga e do Adolescente), tipifica o crime de abuso de autoridade; 1.7.1. a legislagao contempla “espago de confinamento” © “ambiente inadequado”, podendo o compart 1.7.2, nesse sentido, temos a ICC n° 008, a ICC n° 064 € a ICC n° 234, qu wento de preso de viatura ser assim interpretado; ‘ratam do assunto relevante. 1.8. Art. 22: considera abuso de autoridade a conduta de invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou a revelia da vontade do ocupante, imével alheio ou suas dependéncias, ou nele permanecer nas mesmas condigdes, sem determinagao judicial ou fora das condigdes estabelecidas em lei; 1.8.1, incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem coage alguém. mediante violéncia ou grave ameaga, a franquear-Ihe 0 acesso a imével ou suas dependéncias; (ii) cumpre mandado de busca e apreenstio domiciliar apés as 21h (vinte e uma horas) ou antes das Sh (cinco horas): 1.82. cabe salientar que 0 § 2° do artigo 22 prevé que nao havera crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indicios que idiquem a necessidade do ingresso em razdo de situagao de flagrante delito ou de desastre; 1.8.3. 0 tema “busca domiciliar” esta regulamentado na Instituigtio de forma detalhada e ja consolidado por meio do Processo 4.04.00 (Cumprimento de mandado judicial) e da Ordem de Servigo n° PM3-002/02/18 (Busca domiciliar). [ f.3 19. Adl_23: considera abuso de autoridade a conduta \db inovar artificiosamente, no curso de diligéncia, de investigagiio ou de processo, o estado de\ ugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-Ihe a responsabilidade. op 1.9.1. incorre na mesma pena, quem pratica a conduta com 0 intuito de (i) se eximir de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de diligéncia; (i) omitir dados ou informagées ou divulgar dados ou informagdes incompletos para desviar 0 curso da investigagao, da diligéncia ou do proceso. 1.9.2. trata-se de um tipo semelhante & fraude processual, ressaltando-se 0 Processo 2.05.00 (Preservagaio de local de crime) e © POP 2.05.01 (Ago do Policial Militar para preservar o local de crime). 110. Art. 24: € considerado crime de abuso de autoridade constranger, sob violéncia ou grave ameaca, funcionério ou empregado de instituigao hospitalar piblica ow privada a admitir para tratamento pessoa cujo ébito ja tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuracao; 1.10.1. nos easos de constatagao de Sbito no local dos fatos, por profissional de saide habilitado, comunique imediatamente 0 COPOM e em havendo local de crime, mantenha- © preservado, conforme regulamentado no Processo 2.05.00 (Preservagiio de local de crime); 1.10.2. nas ocorréncias de morte natural (constatado o fato por profissional de satide habilitado) o policial militar devera cumprit 0 estabelecido na Nota de Instrugdo n° PM-3- 01/02/15 (subitem “6.3.3.” e divisdes). LIL. Art. 25: considera abuso de autoridade proceder & obtengflo de prova, procedimento de investigagio ou fiscalizagao, por meio manifestamente ilicito, LILI. salienta-se a necessidade de observar este dispositive, quando da atuagdo efetiva nas atividades de fiscalizagao (Ex.: Policiamento de Transito, Policiamento Ambiental, Atividade Delegada etc), 1.12, Art. 28 também tipifica como abuso de autoridade a divulgacao de Bravagdo ou trecho de gravagdo sem relago com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado. 113. Ay interessado, seu defensor ou advogado, acesso aos autos de investigagao preliminar, ao termo 32: “..6 considerado crime de abuso de autoridade negar a0 ‘unstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatério de infragao penal, istrativa, assim como impedir a obtencio de cépias, ressalvado 0 acesso a pegas relativas a diligéncias em curso ou que indiquem a realizagao de di seja imprescindivel...” f4 1.14, Art. 33: igualmente apresenta como abuso de autoridade a conduta de quem se utiliza de cargo ou fungéo piblica ou invoca a condigdo de agente pablico para se eximir-se de obriga 1.15. Art. 43: consigna a alterago da Lei n° 8.906, de 4 de julho de 1994, legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido. passando esta a vigorar acrescida do seguinte art. 7°-B “Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos Il, III, TV e V do caput do art. 7° desta Lei - Pena ~ detengdo, de 3 ({rés) meses a 1 (um) ano, e multa”: Lei n® 8.906, de 4 de julho de 1994 Art. 7° Sto diteitos do advogado: [1 Hl — @ inviolabilidade de seu escritério ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondéncia escrita, eletrénica, telefonica e telematica, desde que relativas ao exercicio da advocacia; (Redacao dada pela Lei n® 11.767, de 2008) IIL comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuragiio, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou ‘militares, ainda que considerados incomuniciveis; IV - ter a presenga de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercicio da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicagao expressa at seccional da OAB: V - nao ser recolhido preso, antes de sentenga transitada em julgado, sendo em sala de Estado Maior, com instalagdes ¢ comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisio domiciliar; 2. A Corregedoria PM deveré adaptar as normas Institucionais Pertinentes aos DISTRIBUIGAO. Gab Cmt G, Subemt PM, Subch EM/PM..... Coord Op PM, Correg PM, CIPM, CComSoc e CAI 19, 39, 43, 6" EM/PM € DSA/CG wns DL, DTIC, DF, DEC, DS, DPCDH e DP. Cmdo Pol, CCB e COPOM Mile Assessorias.... "Ns Plas Mires, ob proto de Ds amas compromises Cara Wa de eR re ET

You might also like