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NOVO TESTAMENTO interlinear analitico Paulo Sérgio Gomes e Odayr Olivetti A partir da 2* edigdo de The Greek New Testament according to the Majority Text, de Zane C. Hodges e Arthur Farstad NOVO TESTAMENTO Inteninear analitico Grego — Portugues Paulo Sérgio Gomes e Odayr Olivetti A partir da 2* edigao de The Greek New Testament according to the Majority Text, de Zane C. Hodges e Arthur Farstad Novo Testamento Interlinear Analitico Grego-Portugués Paulo Sérgio Gomes e Odayr Olivetti Novo Testamento Interlinear Analitico Grego-Portugués - Texto Majoritario com Aparato Critico © 2008, Editora Cultura Crist’, Obra composta com base em The Greek New Testament According to the Majority Text Second Edition de Zane C. Hodges ¢ Arthur L. Farstad © 1985 pela Thomas Nelson Publishers, Nashville, USA. Todos os direitos so reservados. 1 edigtio — 2008 3.000 exemplares Consetho Editorial Ageu Cirilo de Magalhaes Jr., Alex Barbosa Vicira, André Luis Ramos, Cléudio Marra (Presidente), Fernando Hamilton Costa, Francisco Baptista de Melo, Fran- cisco Solano Portela Neto, Mauro Fernando Meister, Valdeci da Silva Santos ‘Conselho Consultivo Augustus Nicodemus Lopes, Jodo Alves dos Santos, Mauro Fernando Meister, Paulo Anglada, Paulo Benicio Produgiio Editorial Tradugéo Interlinear do NT ¢ Notas Analiticas Paulo Sérgio Gomes Traducao Final do NT Odayr Olivetti, Paulo Sérgio Gomes Revisdo e Editoractio Paulo Sérgio Gomes Leitura de Provas Ivani Pereira Gomes, Thais Pereira Gomes Capa Lela Design N859_ Novo testamento interlinear analitico Grego-Portugués - texto majoritario com aparato critica / por Paulo Sérgio Gomes, ¢ Odayr Olivetti . _ Sao Paulo: Cultura Crista, 2008 1024 p.; 16x23 em ‘Texto Grego e aparato com introdugio: The Greek New ‘Testament according to the majoritary text, 2a. ed., de Zane C. Hodges e Arthur L. Farstad © 1985, Thomas Nelson, INC. ISBN 978-85-7622-244-6 1. Exegese Biblica I. Titulo €DITORA CULTURA CRISTA R. Miguel Teles Jr., 394 ~ Cambuci ~ SP — 15040-040 — Caixa Postal 15.136 Fone (011) 3207-7099 — Fax (011) 3279-1255 — www.cep.org. br Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas Editor: Claudio Antonio Batista Marra cpp PREFACIO A Editora Cultura Crista, em seus 60 anos de existéncia, tem se destacado pela qualidade dos livros e revistas publicados, sua fidelidade biblica e, nao menos importante, pelo valor prtico deles. A raz4o é estarmos convencidos de que nossa missio é reformar a igreja no Brasil por meio da literatura. Desejamos que a igreja brasileira nao siga as tendéncias da moda, passageira e mundana que é, mas busque sempre orientagao divina nas Escrituras. Oestudo biblico, sério e profundo, é indispensavel para esse fim. Numa época que descarta © sentido original do texto, priorizando o que eu penso que o texto significa para mim, voltar ao método gramatico-historico de interpretagao é urgente. Os livros que langamos seguem essa orientagao sadia, como se pode constatar de sua leitura e estudo, mas preocupamo-nos também em fornecer aos nossos leitores ferramentas que os ajudem nessa tarefa. Nossos titulos na area de hermenéutica, exegese e estudos biblicos atestam isso amplamente. E com essa preocupagao que lancamos esta obra. O Novo Testamento Interlinear Analitico Grego-Portugués, de Paulo Sérgio Gomes e Odayr Olivetti, traz uma contribui¢do inédita aos estudiosos da Biblia em lingua portuguesa. Primeiramente, pelo uso do Texto Majoritdrio (uma versio bem mais atual e acurada do Textus Receptus), agora, pela primeira vez, publicado em nosso pais. O Texto Majoritdrio Tepresenta a grande maioria dos manuscritos empregados ao longo dos séculos pela igreja crista. As variantes escolhidas para compor o texto de Zane Hodges e Arthur Farstad, publicado pela editora Thomas Nelson ¢ empregado no Novo Testamento Interlinear Analitico Grego- Portugués, sdo as que aparecem com maior freqiiéncia nos varios tipos de manuscritos gregos, citag6es e versées antigas.' A presente publicacao oferece importante auxilio ao intérprete no primeiro passo para a exegese do Novo Testamento - a determinacao do texto ~, visto que as edigdes criticas de Nestle e da UBS nao indicam todas as discrepancias entre essas edigdes e © Texto Majoritério, Em segundo lugar, a contribuicao inédita se deve ao cuidadoso trabalho de traducdo ¢ revisdo, Dele resultaram duas entrelinhas ¢ um texto final primoroso. Desse modo, 0 Pesquisador acompanhara desde a traducao palayra por palavra até a redacao final. Uma exegese cuidadosa, porém, nao dispensaré a anélise apresentada e obteré proveito no uso do aparato critico. O resultado sera um estudo biblico de mais qualidade e fiel as Escrituras. O estudo semintico poderd entao ser aprofundado com 0 auxilio de um léxico especializado, 0 que também a Cultura Crista oferece. O apéstolo Paulo, em suas cartas aos tessalonicenses, demonstrou grande apreciacao e carinho por aqueles crentes. Uma das raz6es foi, segundo Paulo, o modo como eles receberam a Palavra de Deus: “Agradecemos também a Deus, continuamente, porque recebestes a palavra de Deus por nés pregada, e a acolhestes néo como palavra de homens, mas como de fato é, palavra de Deus, a qual também esta operando em vés, que sois crentes” (1Ts 2.13). A igreja precisa desenvolver hoje a mesma caracteristica e a Editora Cultura Crista continuara a contribuir para esse fim. Cléudio Marra, editor (Com substancial contribuigio de Paulo Anglada, do Conselho Consultivo) Na conhecida Pericope da Mulher Adiltera, encontrada em Joio 7.53-8.11, ¢ no Livro de Apocalipse,o texto de Hodges- Farstad segue uma metodologia um pouco diferente da adotada com relacio ao restante do texto, Nesses segs os elitores se basciam em agrupamentos genealégicos dos documentos dispontveis, feltos por H. von Soden, H.C, Hoskier Josef Schmid. APRESENTACAO DO INTERLINEAR © objetivo do Novo Testamento Interlinear Analitico Grego-Portugués & prover uma ferramenta para favorecer a Ieitura ¢ o estudo do NT na lingua original. Para isso idealizamos: 1. Uminterlinear duplo — texto grego usado possui embaixo de cada palavra grega uma traduedo interlinear que busca dar o significado imediato dessa palavra tal como exigido pelo contexto. Abaixo desta traducao interlinear ha uma tradu¢ao final, uma nova versio do NT em portugués, que exprime o significado do texto grego de forma mais idiomatica. 2. Uma andlise morfoldgica — A coluna interna da pagina possui a andlise morfolégica de cada palavra grega. Usa-se uma sigla (ver tabela de siglas na p. xl) justaposta a forma basica (nio flexionada) de cada palavra do texto grego, com a devida numerac4o dos versiculos, 3, Uma nova versao do NT — Para facilitar a referéncia, a coluna externa da pagina coloca em destaque a tradugio final, idiomética, contida na segunda linha abaixo do texto grego. 4, Um edigio critica do NT grego com aparato — Usa-se 0 The Greek New Testament According to the Majority Text, 2a. ed., com todos os seus recursos para a critica textual. Ele nos remete as principais variantes e procura dar as leituras das demais edig6es criticas (UBS e Nestle-Aland). (interlinear duplo_) (traducao interlinear ) edicio critica do NT grego { tradugao final |, ( referencia paralela } titulo de secao )’ _{ sigha da andlise morfoldgica (idiomatica) | nova versio do NT il Jesus cura ogervo de um-centurido | ¢7.1-10) y r 5 Logo que Jesus |. 8.5; ElocAb6vee me air? lg “Kaneputody, | Sclogoyouaw mem" se entrou em Cafar- St nant uml | edrdgFPO™* eLeP Kerneprnoty"? naum, um centu- qpoghAGev air exardveap 0g TapaKaAGy adcdy | npocepyouer”™=™ aici rido aproximou-se C24, AA wc recavoorsmcanoy amt | éenourapynm® dele ¢ lhe suplicou: TappaKarcis PPA aiirdgPPam “Saute M vsavr0v G, Cr vs tw Inoou TR 5 id 4 S'ecocAovs0¢ € 99 S adaoraow nD sa aparato critico duplo } __(ver introdugao) J adsov airdc™ palavraandlise morfolégica do texto a sigla indica que ~ . —= aitbv é 0 pronome epaKehG rapaxaaio'rn pessoal abd flexio- palavra forma basica da palavra com sigla morfoldgica (tabela p. xl) nado no acusativo do texto ‘rapnicaiéw - forma basica da palavra para pesquisa léxica | masculino singular verbo napaxteéw flexionado no participio presente ativo Tapmeanéa'™"" a sigla indica que TEpAKALGV €0 » nominative mase ngular Observagées sobre o interlincar duplo_) A tradugao final, idiomatica, € um tantolivree procuramos deixa-la mais préxima das palavras que traduz. 8.5 ‘Bloeko6ver & abrey? ets sKarnepvaotp, co eyeaelk Bk oie Quando possivel, a ordem grega das monies aie exacrdvtapyoc TapaKadar asdv alavras ¢ seguida na tradueao final. Abeta” PTE. (aioe Gees et so separadas por uma barra (/) 2.25 epee be : fad inv "Exapdétrov, cov Sendo impossivel seguir a ie = | ordem grega, a tradugao final ebchpiv Kai “cma ga cea HOP,” | € “espalhada’ 0 mais proximo Beto ehynooa OM nso concs008 duav 6, dndazohov Kai ezowpyov ote xpelac {;possivel do centro do conjunto ‘Shoow ar iw two, ONC € MOOD, NA, AS, MIS COED _de palavras que traduz, Sees ov, néutjar pds yas, 2.26 am) emooav ee Hie COC ‘Suprimos letras e/ou palavras entre | parénteses para facilitar a leitura da i Tie, Goxel, og nerougevert “ev 2 cl, aa tradugao interlinear. Pee MMO Con itionarri alanine ) Nem sempre uma palavra da ov 3.5 Teptzo| ‘eccmuepoc, Exar P weer eat anoso teoutinton” cays tradugéo final é uma verdadeira _| tradugdo do termo grego, mas vem debaixo dele para demonstrar a adaptagdo que se faz necesséria numa versio idiomatica. 15.21 Kat ehBOv exeidev 6 oe dregboneey dic tk pépn Tigou veal Budwce ‘15.22 Ka Wie bebo g ae oe letras ou palavras entre colchetes fazem parte da tradugio literal, mas precisam ser substituidas. 16.7 Ot. 6 Stehoyifovto ev eavtoic, déeyovtes no commachunaran on SBmies Ye, wee agente "=" (© artigo usado como pronome é de. ““Aprous otx dba y." aa en tion HS traduzido literalmente e em seguida, apés a barra, vem © pronome adequado. © bt recitativo, que em grego introduz citagao ou discurso | direto pode ser representado também pelos dois pontos (:) Observacdes sobre as notas analiticas - O sistema de siglas é semelhante ao usado em programas eletrénicos como o BibleWorks para o texto BYZ; contudo, ndo é 0 mesmo, pois foi desenvolvido especialmente para esta obra em portugués. Ha simplificagdes na anilise como, por exemplo, o termo genérico ‘particula, que inclui o advérvio od. Assim, pode haver divergéncia em relacdo a outros sistemas de anilise. Fonte grega - Foram usadas as fontes Bwgrkl e Bwerki franqueadas pelo programa Bible Works, desde que devidamente atribuidas. Atribuigdes - © Rev. Odayr Olivetti contribuiu com a tradugao final de Mt, Me, Le, Jo, At, 1e2Tm, Ti, Tg, 1 e 2Pe, 1 €3 Jo, Jd e Ap, sendo que na revisao tive a liberdade de introduzir alteragdes. Todas as demais traduges foram feitas por mim. Desejamos que esta obra contribua amplamente para o estudo do NT, para a gloria de Deus, Sao Paulo, 01 de agosto de 2008 Paulo Sérgio Gomes PREFACIO A SEGUNDA EDICAO [do livro The Greek New Testament According to the Majority Text, 2a. ed] Esgotando-se a primeira edicdo do The Greek New Testament According to the Majority Text [O Novo Testamento Grego Segundo o Texto Majoritério}, a Thomas Nelson Publishers nos solicitou que fizéssemos uma segunda edi¢do. As mudancas aqui sio poucas no texto € no aparato, e em grande parte consistem em corre¢Ges de erros tipograficos, principalmente na acentua¢ao. Pensamos também ser util prover um breve prefiicio para resumir a introducao detalhada. RECEPCAO DO TEXTO MAJORITARIO. Os editores estao satisfeitos pelo fato de varias escolas ¢ classes estarem usando nosso Testamento como texto e porque a demanda ¢ ampla o suficiente para garantir uma segunda edigio. ‘Aqueles que sao favoraveis ao ponto de vista do Texto Majoritario estdo contentes por terem uma edigao compacta e de facil leitura de um texto que nunca foi publicado, apenas se discutiu e se escreveu a seu respeito. Aqueles que so neutros acolheram bem a edigio como sendo uma contribuigéo ao livre mercado de idéias numa ciéncia que ainda nao produziu a resposta final. Mesmo aqueles de opinido oposta concordaram amplamente com respeito & utilidade de tal edico, Isto é verdade porque 0 nosso texto pode ajudar na comparagdo com outras formas de texto. Por exemplo, é muito mais facil sentir 0 impacto do triplice tris-hdgios (santo) em Apocalipse 4.8 ao vé-lo impresso do que apenas ler a pequena palavra latina novies no aparato de Nestle-Aland. O QUEE O TEXTO MAJORITARIO O Texto Majoritario é um texto que emprega a evidéncia disponivel da completa gama de manuscritos remanescentes ao invés de apoiar-se primariamente na evidéncia propiciada por poucos textos. Para nds nao ¢ cientifico praticamente ignorar oitenta a noventa por cento da evidéncia em qualquer disciplina. Praticamente, desde o tempo de Westcott e Hort, as leituras da maioria dos manuscritos tém sido rejeitadas como sendo "tardias e secundirias". Grande parte do apoio para esta abordagem tem sido a teoria da existéncia de uma recensao eclesidstica oficial imposta sobre a igreja no quarto século, explicando assim a preponderncia dos assim chamados manuscritos bizantinos desde entdo, Um outro apoio era a opinido de que nenhuma evidéncia manuscritoldgica anterior ao quarto século parecia apoiar as leituras bizantinas. Ademais, um punhado de alegadas conflagées foi usado para sugerir que o texto tradicional estava cheio delas. (Na verdade, todos os manuscritos tm algumas). A histéria nao forneceu qualquer evidéncia de tal recensdo, e hoje em dia este aspecto da teoria foi amplamente abandonado. Papiros do segundo e do terceiro século agora apoiam muitas leituras que uma vez foram rejeitadas como sendo “tardias". E ainda, muitas "conflagdes" podem ser justamente 0 ix contririo: um texto mais completo do qual uma parte foi omitida por circunstancias tais como homoioteleuton, consideragdes estilisticas ou teoldgicas, ou evidente descuido. Sustentamos que em ultima anilise a histéria da transmissao de cada livro do Novo ‘Testamento deveria ser tragada por meio de uma érvore genealdgica. Este método falhou sob Westcott e Hort precisamente porque eles recusaram dar o devido peso e papel 4 maioria dos manuscritos remanescentes. Porém, quando a completa gama de evidéncia é apropriadamente usada, a genealogia se torna a op¢ao mais vidvel e promissora para a determinagao da leitura original quando a evidéncia esta significativamente dividida. Infelizmente, este método hoje & possivel apenas na pericope da mulher adtiltera ¢ no livro do Apocalipse, porque uma grande porcentagem do material no restante do Novo Testamento nunca foi completamente colado. Nesses dois lugares, através da extensa obra de von Soden e Hoskier, a maior parte da evidéncia manuscritoldgica foi minuciosamente colada. No restante do Novo Testamento fomos forgados a depender pesadamente da obra de von Soden, aumentada por Tischendorf (posteriormente aumentada por Legg em Mateus ¢ Marcos). Ha ainda muito trabalho por realizar na critica textual do Novo Testamento, especialmente se a pessoa confia antes no cuidadoso exame de toda a evidéncia ao invés de apoiar-se tao pesadamente num pequeno corpo de manuscritos egipcios que tém a sorte de serem as nossas cépias remanescentes mais antigas. COMO USAR ESTA EDICAO- Na maior parte do Novo ‘Testamento vocé encontrar dois aparatos, O primeiro ¢ o de maior interesse para nés, porque detalha as divis6es dentro da tradicao Majoritaria. Ao invés de listar a sigl da contagem dos manuscritos individuais, usamos um tipo de taquigrafia para indicar quanto da tradi¢ao majoritaria apoia uma leitura, Por exemplo, uma leitura grandemente apoiada pela tradicao, em geral oitenta e cinco a noventa por cento, é indicada pela maitiscula alema 8, o simbolo escolhido por Kurt Aland para o Texto Majoritério como um todo. Se o Texto Majoritario esta bastante unido, porém contém desvios em alguns ramos, usa-se 0 negrito romano M. Quando ha uma verdadeira divisio, M" (pt = do latim partim) indica as divisées. Por vezes — porque os unciais e papiros individualmente citados esto do lado nao escolhido para o texto — parecerd, a partir de uma leitura superficial dos simbolos, que 0 apoio para a leitura escolhida é mais fraca do que para a sua rival. Entretanto, deve-se compreender que 0 M" a esquerda do "vs" em qualquer caso, representa mais manuscritos que ‘0s unciais € papiros citados a direita. Porque tornou-se tradicional colocar peso especial em nossos cédices mais antigos (8, Be A) e, mais recentemente, nos ainda mais antigos papiros, decidimos detalhar este material no aparato. A letra coptica © representa os manuscritos egipcios que em grande parte formam a base da maioria dos textos criticos. Cada livro possui uma formula levemente diferente, indicada no inicio do aparato desse livro, dos manuscritos que apoiam a tradicao egipcia. Quando houver divisio significativa, eles sio listados individualmente. O segundo aparato é de especial interesse para aqueles que preferem 0 texto critico (Cr = encontrado em Nestle-Aland’* e UBS’) ou que gostariam de saber como ele se compara com 0 ‘Texto Majoritario. Aqui sio utilizadas as siglas tao familiares aos usuarios da tradigio Nestle. Elas sao explicadas na introdugao completa. Um novo simbolo que inventamos ¢ um pequeno ponto (+) em frente de uma palavra para mostrar que hé apenas uma variacao na grafia sem qualquer diferenca real de significado, O segundo aparato mostra 0 quao freqitentemente a evidencia textual est dividida entre a vasta maioria, de um lado, e os manuscritos egipcios, de outro. Por vezes alguns deles também apoiam 0 Texto Majoritario. Na passagem acerca da mulher adiiltera, ha apenas um aparato usando notas numeradas de rodapé. Aqui as diversas ramificaces estao divididas entre M' até M’ (a mesma divisio usada por von Soden, exceto pela substituicdo que fizemos ao usarmos M em lugar do miniisculo 41 por ele usado. Embora dependamos bastante de sua detalhada obra aqui, nossa interpretagao da evidéncia é bem diferente da dele. No Apocalipse a obra notavelmente precisa de Hoskier, aumentada pela obra mais recente de Schmid, possibilita um detalhamento maior que em qualquer outra parte, tudo em um ‘inico aparato, Aqui a evidéncia é dividida pelo uso das letras M‘ até M*. S6 neste livro 0 Texto Majoritario concorda com o Texto Critico acima de duas vezes mais freqiientemente do que com o Texto Recebido. Sem ditvida, isto se deve parcialmente ao fato do TR ter sido baseado originalmente num fundamento manuscritolégico bastante estreito, E interessante notar que algumas das leituras escolhidas como originais sio grego mais aspero (mais semiticas, antes de tudo), 0 que ¢ légico, considerando-se as circunstancias limitadoras do autor no exilio. Finalmente, deve-se enfatizar que consideramos nosso texto como um passo significativo para a disciplina da critica textual do Novo Testamento. Mas ao mesmo tempo, reconhecemos a grande quantidade de trabalho ainda por ser feito. Se as nossas premissas estao corretas, o desenvolvimento da historia genealégica para cada livro do Novo Testamento é uma aspiragao. Isso exigiré muitas mentes e mos para a realizacdo da tarefa, entretanto, se futuros pesquisadores concluirem que indicamos a cles a direcdo correta, os editores se sentirao muito recompensados, Também haveremos de ser gratos a Deus por nos ter dado forgas para fazermos a nossa parte. Arthur L. Farstad Zane C. Hodges INTRODUGAO {do livro The Greek New Testament According to the Majority Text, 2a. ed) O Novo Testamento foi originalmente escrito em grego por seus autores inspirados. Por muitos séculos, até a invencdo da imprensa (cerca de 1450 d.C.), ele foi transmitido mediante cépias manuscritas. Destas sobrevivem aproximadamente 5.000 manuscritos completos ou parciais. Os manuscritos disponiveis para a confirmagao do texto do Novo Testamento sio bem mais numerosos que para qualquer outro livro antigo. O processo de reconstrucio do fraseado original do Novo Testamento grego é conhecido como critica textual, A historia desta disciplina ¢ longa ¢ complexa, todavia a questiio mais basica a ser respondida tem sido sempre a mesma: Como se deve usar o material remanescente a fim de se recuperar o fraseado exato dos autografos? As duas edigdes mais populares do Novo Testamento Grego em uso hoje sao produzidas pela United Bible Societies [Sociedades Biblicas Unidas] (UBS 3a. [4a.] Edigao) e pela Deutsche Bibelstiftung [Sociedade Biblica Alema] (O texto de Nestle-Aland 26a. [27a.] Edigao). Estes dois textos sio quase idénticos, Embora sejam ecléticos, ambos se apoiam bastante num ntimero relativamente pequeno de manuscritos antigos procedentes principalmente do Egito. Dentre esses, 0 cédice Vaticano (B) ¢ 0 cédice Sinaftico (8) sdo os mais famosos manuscritos unciais (de letras maitisculas). As testemunhas mais importantes em papiro neste grupo de textos so os papiros Chester Beatty (p*’) e os papiros Bodmer (p"). texto resultante da dependéncia para com manuscritos como estes pode bem ser descrito como egipcio. Nao ha provas de sua existéncia fora do Egito nos tempos primitivos. Em contraste com este tipo de texto est a forma de texto encontrada na maioria dos documentos remanescentes. Este texto é reconhecidamente diferente do texto egipcio e tem sido apropriadamente denominado ‘Texto Majoritario. E bem verdade que os documentos que 0 contém sao no todo substancialmente mais tardios que as testemunhas Egipcias mais primitivas, Porém, nao ha qualquer surpresa nisso. Praticamente, s6 0 Egito oferece as condigées climéticas altamente favoraveis para a preservacao de manuscritos muito antigos Por outro lado, as testemunhas do Texto Majoritario provém de toda parte do mundo antigo. O seu proprio numero sugere que representam uma longa e espalhada cadeia de tradicao manuscrita. Portanto, é necessdrio postular que os documentos remanescentes descendem de documentos ancestrais néo-remanescentes da maior antigiiidade. Estes devem ter sido em seu tempo tao antigos ou mais antigos que as testemunhas remanescentes do Egito. Sendo assim, 0 Texto Majoritario merece a atengao do mundo cristao. Apésa consideragao de todas as questdes envolvidas, 0 Texto Majoritario tem maior reivindicagao de representar © texto original do que teria o texto do tipo egipcio. Este, provavelmente, seria um tipo local de texto sem qualquer circulacao significativa exceto nessa parte do mundo antigo. Por outro lado, a maioria dos manuscritos foi amplamente difundida e suas raizes ancestrais devem recuar aos proprios autégrafos. A luz dessa consideragao, é importante que a Igreja possua uma edigio critica da forma majoritaria. £ precisamente essa necessidade que a presente edicao pretende suprir. Os editores ndo imaginam que o texto desta edigao representa em todos os detalhes a forma exata dos originais. Por mais desejével que seja esse texto, muito trabalho ha por xii fazer antes que se possa produzi-lo. Portanto, deve-se ter em mente que a presente obra, O Novo Testamento Grego Segundo 0 Texto Majoritério, € tanto preliminar quanto provisoria. Ela representa um primeiro passo na diregao do reconhecimento do valor ¢ da autoridade da grande massa de documentos gregos remanescentes. O uso desses documentos nesta edigao devem estar sujeitos ao escrutineo e a avaliagio por eruditos competentes. Tal escrutineo, realizado da maneira propria, poderd resultar num avango em diregao a um Novo Testamento grego que mais acuradamente reflita os inspirados autdgrafos. ATRADICAO DE WESTCOTT-HORT Nos tempos modernos, a popularidade obtida pela forma egipcia de texto deve-se principalmente aos labores de B. F. Westcott e F. J. A. Hort. Sua obra no texto grego do Novo Testamento foi um divisor de aguas na histéria da critica textual. Em 1881, Westcott e Hort publicaram sua obra em dois volumes, The New Testament in the Original Greek (O Novo Testamento no Grego Original). Para produzirem esse texto, eles se apoiaram bastante no testemunho de X e B, mas principalmente em B. Estes dois documentos provém do quarto século e eram os mais antigos manuscritos disponiveis nos dias de Westcott ¢ Hort. O tipo de texto encontrado neles foi descrito como “neutro". Com este termo, Westcott e Hort desejavam indicar um tipo de texto grandemente isento de revisao editorial. Pensavam que 0 Texto Neutro descendia mais ou menos diretamente dos autégrafos e era exibido em sua forma mais pura em B. Um elemento chave no esquema apresentado por Westcott e Hort era a sua teoria de uma recensao siria do Novo Testamento grego. Tinham a opiniao de que a grande massa de manuscritos remanescentes descendia de uma revisdo eclesidstica autorizada do texto, produzida por volta do quarto século, O local de tal revisdo poderia ter sido Antioquia da Siria. Como resultado, sustentaram que a maioria dos manuscritos gregos era de carater secundario e deveria receber pouco peso na determinagao do texto original. A erudicao posterior sabiamente descartou o termo “neutro" para descrever 0 grupo egipcio de textos. A teoria de uma recensio siria também tem sido amplamente abandonada. ‘Mas apesar disso, os textos criticos em uso na atualidade diferem relativamente pouco do texto publicado por Westcott e Hort ha mais de cem anos atrds. De fato, alguns entendem que a descoberta dos papiros tende a fortalecer a tese de Westcott e Hort acerca da superioridade de N e B. Este argumento vincula-se especialmente em relagao a p”, um texto do terceiro século bastante similar a B. Porém, na verdade, p” prova apenas que 0 tipo de texto encontrado em Bé anterior ao proprio B. Hoje em dia, os eruditos nao mais argumentam que o Texto Majoritario procede de uma revisdo de texto mais antigos. Antes ele é visto com freqiiéncia como o resultado de um longo € continuado processo de cépia manual. Porém esta opiniao é freqiientemente apresentada em termos vagos e gerais. Nao é para se surpreender, pois é virtualmente impossivel conceber qualquer tipo de processo nao conduzido que pudesse resultar no Texto Majoritario. A relativa uniformidade neste texto mostra claramente que a histéria de sua transmissao foi bastante estdvel e regular. Com freqiténcia se sugere que o caréter intrinseco do Texto Majoritario é inferior a0 egipcio. Este também era um dos argumentos de Westcott e Hort. Mas esta abordagem implica uma parcela indevidamente grande de subjetividade. O fato é que quase sempre excelentes razdes podem ser dadas em defesa da superioridade das leituras majoritérias sobre as suas rivais, Portanto, em resumo, a tradicdo de Westcott-Hort na critica textual tem fracassado no propésito de levantar objedes convincentes a autenticidade do Texto Majoritério. UM METODO DO TEXTO MAJORITARIO Sao duas as premissas subjacentes a presente edi¢ao e que determinam a sua metodologia. Ambas precisam ser claramente compreendidas pelos usuarios deste texto. (1) Qualquer leitura predominantemente atestada pela tradic’o manuscritologica possui maior probabilidade de ser original do que suas rivais. Esta observacio surge & partir da prdpria natureza da transmissio manuscritolégica. Em qualquer tradigéo em que ndo houver grandes rupturas na hist6ria da transmissdo, a leitura individual que tem o mais antigo inicio é aquela mais propensa a sobreviver na maioria dos documentos. F a leitura mais antiga de todas éa leitura original. A menos que se cometa um erro nos primeiros estagios do processo de cépia, so significativamente reduzidas as chances de sobrevivencia desse erro num grande niimero de cépias remanescentes. Quanto mais tarde surgit uma leitura, é menos provavel que cla seja amplamente copiada. Deve-se ter em mente que a época em que foram copiados os textos nos papiros remanescentes, o Novo Testamento ja possuia mais de cem anos. Uma leitura atestada por tal testemunha, e encontrada apenas num pequeno niimero de outros manuscritos, ndo parece ser a leitura que sobreviveu do proprio autégrafo. Pelo contrério, provavelmente ela seria apenas uma idiossincrasia de uma estreita corrente de tradigo. A tinica maneira de se justificar a aceitagao de um namero substancial de leituras minoritérias seria através da reconstrucdo de uma plausivel historia de transmissao para elas. Logicamente, foi isto precisamente que Westcott e Hort tentaram fazer em defesa de® e B. Mas 0 colapso de seu esquema genealégico sob a critica dos eruditos anulou o mais essencial argumento deles. E nada o substituiu. Na presente edico, onde quer que as consideragées genealdgicas puderem ser invocadas, as leituras impressas no texto so as mais atestadas entre os manuscritos. Porém isto nos conduz.a uma segunda premissa. (2) A decisao final de determinadas leituras deve ser feita com base na reconstrugao da sua historia na tradigo manuscritologica, Isto significa que, para cada livro do Novo Testamento, deve-se construir uma genealogia dos manuscritos. Os dados disponiveis para isso nas fontes padrao sao inadequados no presente, exceto para o Apocalipse. Nesta edi¢ao, portanto, apenas para esse livro oferecemos uma derivagio (drvore familiar) proviséria de manuscritos. As decisdes textuais em Apocalipse sao feitas com base nessa reconstrugdo genealdgica. B ainda, oferecemos uma derivacao proviséria para Joao 7.53-8.11; aqui também as decisdes acerca do texto sio baseadas em fatores derivativos. E fato, naturalmente, que muitos criticos textuais modernos nao créem na possibilidade do uso do método genealdgico. Entretanto, este continua sendo 0 tinico metodo légico, Se Westcott e Hort o empregaram pobremente, ndo serd por essa razdo que deverd ser abandonado. Decerto, o maior impedimento deste método na critica moderna tem sido a falta do reconhecimento das reivindicagées do ‘Texto Majoritario. Qualquer forma de texto com um numero muito grande de representantes remanescentes parece bem ser 0 resultado de uma longa cadeia de transmissio. Todas as reconstrucdes genealdgicas deveriam considerar este fator. Enquanto nao se desistir de uma persistente preferéncia por uma pequena minoria de textos, entao, naturalmente, o trabalho genealégico ser tido como impossivel. Entretanto, esta impossibilidade se apoiard nesta preferéncia e nao em deficiéncias intrinsecas ao proprio método. Esta edicdo nao se encontra de modo algum presa a predile¢do por uma pequena quantidade de manuscritos, quer sejam muito antigos ou um tanto posteriores. Ela busca seguir a trilha do texto original através do vasto corpo de documentos remanescentes. Onde possivel, isto foi feito de forma derivativa. O APARATO BASICO, Visto nao ser possivel ainda tracar a derivacao para a maior parte do Novo Testamento, esta edigéo opera dentro dessa realidade. O aparato, exceto para Joao 7.53-8.11 € para o Apocalipse, toma a seguinte forma basica: (1) 0 Primeiro Aparato. Em todos os casos em que as fontes disponiveis indicam haver uma divisdo significativa dentro dos manuscritos remanescentes, o problema ser tratado no primeiro aparato. Isto se encontra, sempre que necessario, imediatamente abaixo da secéo de texto. Uma outra classe de variantes também aparece neste aparato. A edicéo Oxford 1825 do Texto Recebido foi usada como base de compara¢ao dos dados dos manuscritos. Onde quer que 0 nosso texto difira do Texto Recebido de Oxford, a variagao é anotada no primeiro aparato, Isto nao ocorrera apenas em alguns poucos casos de erro tipografico e de certos tipos de variagio na soletracao. (2) O Segundo Aparato. No segundo aparato serao encontrados todos os casos, ainda nio incluidos no primeiro aparato, em que esta edico difere dos textos da United Bible Societies [UBS] e Nestle-Aland. Aqui, também, serio desconsideradas apenas algumas variacdes na soletragao e erros tipograficos nos outros textos. Ao usar este aparato em conjunto com o primeiro, o leitor desta edi¢do terd diante de si todas as diferengas significativas entre o Texto Majoritério ¢ o texto das duas outras edicdes bastante difundidas. (3) Notas de Rodapé e Siglas. A leitura variante a ser tratada no primeiro aparato sera indicada no texto por um numero de nota de rodapé colocado apés a tiltima palavra afetada pela variacao. Caso a leitura variante deva ser tratada no segundo rodapé, entéo um conjunto diferente de siglas seré empregado. Estas siglas sao as seguintes: ¥ indica a adig4o de uma ou mais palavras no ponto indicado. indica a omissio da palavra que vem apés este sinal. ©. indica a omissio das palavras incluidas entre os dois sinais. #2 indica a transposigdo das palavras incluidas entre os dois sinais. indica a mudanga de forma ou a substitui¢ao por outra palavra em lugar da que ‘vem apos este sinal. © indica algum tipo de alteracao envolvendo as palavras incluidas entre os dois sinais. indica uma variagdo na soletracao na palavra que vem apés este sinal. Se num mesmo verso ocorrer mais de uma variago do mesmo tipo, o sinal apropriado vem seguido por um néimero. Assim, seria a primeira adigdo no verso em questo, "seria a segunda, e assim por diante. 21 Mev PR, [Cr] vsIMEA 21 rw ayo E vs Mp" A No caso de sinal duplo (°°, *, °), apenas o primeiro membro é repetido na nota no aparato. 7H Reyer P™B VSM (heyer Ge N) 7° cee ypqyyucra: & (h.C) vs BRA wv No primeiro aparato, sio mencionadas inicialmente as palavras do texto afetadas pela variacao, em seguida vem a evidéncia que lhes da suporte. O sinal vs (versus) introduz a leitura rival e sua evidéncia. Se mais de uma leitura rival deve ser citada, cada uma ¢ introduzida por vs. No segundo aparato, a leitura das edigdes da United Bible Societies e do Nestle-Aland vém em primeiro lugar, logo apés o sinal apropriado. 26 ‘ev © (h.C) vs MA Seguindo a evidéncia manuscritoldgica para esta leitura, sinal vs introduz a evidéncia para a leitura do Texto Majoritario. 10

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