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Betu Brair Marta CEciL1A Souza-k-SILVA (orcs.) Texto ou discurso? focal Capris © 2013 ds npn nso dsitos dest eit ectadoe Paltora Cometo(Eduora Pinsky Lid) Fos de cop Jaime Psy Monten He op Gas 8 Vos Boas Eso Kens Rossin iva Pola Dados Insemaciona de Catalog (Ciara Bras Mara Ceca Soins iba, — Sho Plo: Contest, 2012. ISBN 978-887244.731-7 1 Anse do discus 2 Linguistic Bis, Beth 1, Sou, Mara Coat oda pas cal 1 Teoria do dco Linguica 401.41 Eitona Contexro Distr etl fine Puy Rw Jol, 520°~ Aho da rett@ediroracontexo comb DA NECESSIDADE DA DISTINCAO ENTRE TEXTO E DISCURSO José Luiz Fiorin ‘A mim pouso importava, Tendo descaberto 0 ‘mundo da palaraeseria, eu estava fli, muito fli. [| Bastavame 0 ato de esrever, Colocat no Pergiminho letra apés lea, palaves apis pave, ern alg que me delcinen, Nao er un texto ‘que eu esta produsindo; era belea, «beleza que resulta da ordem eda harmonia. Eu deseobria, ‘ue uma letra stra outr, ess afinkdade organic zando mio apenas o texto como a va, o univeeso. © que eu via no pergaminho, quand terminava ‘trabalho, era um mapa, como os mapas celestes «tue incicavam a posigio das estos e planets, posigio esa que no resultado acaso, mas da composigio de misterioss forcast mestas gic, fem escal menor, guiavam minha malo quando ela deiava seus sinals sobre o perpaminho. ‘Moacy Sekar Pars muitos estidiosos da linguagein) prineipalmenta os que se ocupam da chamada Linguistica Textual) texto € diseutso sto sinonimos)Encre os autores brasileiros, tomem-se, por exemplo: 146 ‘Texto on diseurso? [Nao estanclo limitadas as fronteiras da linguagem verbal, no plano semid- ‘ico de sentido multidimensional, texto ediscurso sio sindnimos de pro- ‘cesso que engloba as relagdes sintagmaticas de qualquer sistema de signos.! Podese definir texto ou discurso como ocorréncia linguistica falada ou escrita de qualquer extensio, dotada de unidade sociocomunicativa semantica ¢ formal. Antes de mais nada uum texto é uma unidade de lingagem em uso, cumprindo uma fungio identficével num dado jogo de atuagio sociocomunicativa? No entanto, a maioria dos| lois termos, Vamos diferengilos e verificar se essa distingio € necessatia, Isso s6 ocorre quando uma disctiminagao ¢ operatoria, quando permite caracterizar certos problemas. “que precisam ser analisadosi, Paul Ricoeus dizia que o sentid Isso significa, de um Indo, que’ texto € uma estrutura, no sentido de que ele ¢ um todo! organizado de sentid, que é composto com pr 108 linguisticos _priosi® Com efeito, cle nio € uma grande frase nem um amontoado de frases, mas se constitui com Por outro lado, sabemos que nio temos acesso direto i realidade, porque nossa relagio com: ‘el € sempre mediada peli linguagem. Por isso, um dis Odiscurso é 0e 0 +0 que significa que ele é uma construgio linguistiée, gerada por um sistema de regras que define sua especificidade, mas, ao mesmo tempo, que nem tudo ¢ dizivél. O que se pode dizer forma um sistema e delimita uma identidade.* Uma teotia do discurso deve, Isso indica que se pode fazer, nos termos bakhtinianos, uma distingao Linguistica e uma diferenciagio translinguistica entre discurso ¢ texto." Come- cemos a analisar esses conceitos do ponto de vista linguistico. Tanto 0 texto quanto o oO _separado por dois brancos, Tanto um quanto outro supéem uma organizagto. Da nocessidacle dn distingéo entre texto ¢ discurso, 147 Htansfristica}o que significa que, mesino quando 6 discutso tem a dimensto! de uma frase (por exemplo, “Acesso restrito aos funcionarios”), ele mobilizal. d frase: Ademais, o sentido de uma parte -depende da telagio com 0 todo: Na Folha de S.Paulo, ha uma tira de Allan Sieber inttulada Ex ndo te amo." No primeiro quadrinho, um rapa diz para tuma mosa: “Voce foi a melhor coisa que me aconteceu!”, Esta pergunta: Jura, mor? A melhor de todas?”. No segundo quadrinho, ele afirma: “A melhor depots cla minha promosio, depois de descobrir que meu tumor eta benigno, depois de fazer a cirungia de aumento peniano...”. No terceiro quadrinho, ele continua “.. depois de ganhar a rifa do forninho portitil, depois de achar dez reais na rua, depois que meu time ganhou o campeonato da terceia divisio, depois que meus avés se separaram, depois da declaracio da independéncia de Quifiquistio, depois que o...”. Quando se léo primeiro quadrinho, temse um significado absoluto para o valor que o rapae da a seu relacionamento; o todo do texto mostra que ele tem uum sentido muito, mas muito mesmo, elativo, Por outro lado, li ‘gracas a? _propriedade da recutsvidade! Na pesa A cantoa catec, de Tonesco, temres ug exemplo de recursividade na historia sobre o resfriado contada pelo bombei- to. O absurdo, nesse texto, esti relacionado a uma extensao desmesurada do significante, que nao veicula nenhum sentido, porque 0 predicado do longo sujeito é absolutamente banal (“is ‘vezes, no inverno, como todo mundo, pegava tum resfrindo") ¢ porque somos incapazes, dante da recursividade incessante, de compreender de quem se fala. O Sujeito, que se prolonga por mais de duas piiginas, comeca assim: Meu cunhado tina, do lado paterno, um primoirmio, cujo tio ma- femno tinha tim sogro, cujo av6 patemo tinha se casado em segundas ‘iipeias com uma jovem indigena, cujo irmao tinha encontrado, numa de suas viagens, uma mosa pela qual se apaixonow ¢ com a qual teve tum filho, que se casou com uma farmacéutica corajosa, que nko era Seno a sobrinha de um cabo desconhecido da Matinha Britinica,cujo pai adotivo tinha uma tia, que falava espanhol fluientemente e que era talves uma das netas de um engenheiro, que morreu jovem e que era cle mesmo neto de um viticultor, que produzia um vinho mediano, mas ‘que tinha um primosegundo...® 148 ‘Texto ou disenrso? No entanto, ha diferengas entre texto e discurso. Este é da ordem da’ stant sce dod nat Cabe lembray, inicialmen- co imanente nao é o mais profundo, o mais importante, etc. manifesto no €0 mas superficl 0 menos importante semen da estvela, de Clarice Lispector, manifestase por um texto escrito (0 romance) ‘ou por um texto que mescla diferentes linguagens, a visual, a verbal, a auditiva nao verbal (o filme de Suzana Amaral), Poderseia dizer que, quando se passa de uma linguagem a outra, ha diferengas, E verdade. Isso concerne 4 chamada coercdo do material, que sera discutida mais adiante. Existe uma primeira “ipologia de textos: os no sineréticos; que sio a manifestago de um discurs6 _por titna-sé linguagem ou, mais precisamente, por uma s6 substincia de ex pressio (um texto escrito, uma fotografia, uma pintura, etc), eos sincréticos;, ue m: so por varias | 1g ou, mais tecnicamente, pot diferentes substincias de expressi¢ (0 cinema, a épera, 0 jornal, etc.). No entanto, eles virtualidades ea atualidade discursiva, ou sea, entre esti conetetiznglo, Comprovase, no proceso de leitura, a existencia desses a necasidede da dstingio entre texto ediseurio 149 Universais discursivos; dessas generalizagdes, dessas abstragSes: Ler & apreen- der esses universais,¢ fazer generalitagdesi Tomemos, por exemplo, o poema “Campo de Tarragona”, de Joao Cabral: Do alto da torre quadrada dda casa de En Joan Mird ‘© campo de Tarragona € mapa de uma s6 cor. B terta de Catalunha terra de verdes antigos snteada de avela, oliveiras, vinha,trigo. No campo de Tarragona disse sem guardar desvi como planta de engenheiro ‘ou sala de cirurgito. No campo de Tarragona (campo ou mapa o que se ve!) a face da Catalunha € mais clissica de ler Podeis deciftar as vilas, constelagio matematica, que o sol vai acendendo por sobre o verde de mapa, Podeis leas na planicie como em carta geogritica, com seus volumes que ao sal tem agudeza de lamina, podeis vélas, recortadas, com as torres oitavadas de suas igrojas pardas, igrejas, mas calculadas. 150 ‘Texto on discurso? Girandose sobre 0 mapa, desdobrado pelo chio ao pé da torre quadrada, se avista o mar catalao, E mar também sem mistério, € mar de medidas ondas, a prolongar o humanismo ddo campo de Tarragona. Foram guas tio lavradas quanto os campos cataldes. Mas poucas velas trabalham, hhoje, mar de tancas cas.”” E aniversal!cultural a of re -calturalizagao d aturalizag tualidades do universo diseusive: No poema cabralino, aparece essa oposigao quando o poeta se pengunta: “campo out mapa o que seve”. A luzdo sol revela ‘essa paisagem, que ¢ ‘e cultural (mapa): “Podeis decifrar as vilas,/ constelagao matematica,/ que 0 sol vai acendendo/ por sobre o verde de mapa”. A visio € 0 sentido que opera a anilise da paisagem da Catalunha: decifrar, ler, ver, avistar. O que é natural (*E terra de Catalunha/ terra de ver- cles antigos”, “verde de mapa"), a partir do adjetivo “antigo” e da locucao “de rapa” aplicados a “verde”, comega a tornaese cultural, porque racionalmente organizado pelo trabalho humano: € planta de engenheiro ou sala de cirurgio. ‘A vista vai lendo a paisagem como mapa, terra penteada, constelagio mate- tnitica, carta geogrifica, Mesmo as igtejas sio esvaziadas de sua forea mistica, porque sio igrejas, sim, mas calculadas. O mar assim como a tetra foi lavrado pelo trabalho humano da navegacio, que, outrora, num tempo antigo (0 das trandes navegagde), foi muito intensa ("Mas poucas velas trabalham,/ hoje, iar de tantas cis."), Essa operagao niurica levou a um dominio do mar ("E mar também sem mistéri,/ é mar de medidas ondas"), que foi o caminho alevar a civilizacio do campo de Tarragona a outros lugares do mundo ("a prolongar o humanismo/ do campo dle Tarragona”). A paisagem ¢ resultado de uma cultura, de uma civilizagio. O trabalho humano manifestase numa arquitetura que desvela uma historia. ‘Da necessidade da distingSo entre texto ¢ diseurso 151 Como se observa, o percurso figurativo do mapa, do tragado geométrico, ‘atualiza o tema da culturalizacio da natureza, da historicizagao da natureza por condigoes de producio (por exemplo, a biografia do autor ou relatos sobre © perfodo em que o autor realizou sua obra). Ela ¢ captada no proprio movimento” linguistico de sua constituiga®. Ena percepeao das relagdes com 0 discurso do ‘outro quese compreendea histsria que perpassi o discur86. Com a concepcio dlialigica, nanslise historica dos textos deixa de ser a descricio de uma época, a narrativa da vida de um autor, para se transformar numa final e sutil andlise, -seméntica, qt eprovagdes, adesGes ou recusasy _polemicas e contratos, destizamentos de sentido, 0s, ete A historia nao é exterior ao sentido, mas é interior a ele, pois ele ¢ historico, ja que se constitui fundamentalmente no confronto, na contradicio, na oposicio das vores que se entrechocam na arena da realidade. Captar as relagées do texto coma historia é aprender esse movimento dialético de constituigao do sentido. Por participar de um dilogo, sendo, pois, considlerado uma réplica; um dlisoursoitem um acabamento, ou sea, ele permite uma resposta apresenta Uh enunciadof, um enuinelatirlo econtém valoragbes, emogses, tc." A enunciagto Exemplifiquemos. Como o principio central do discurso estruturalista é © da prioridade das relagées sobre os elementos e, por conseguinte, o de que as relagdes que definem a estrutura formam uma hierarquia ~ cujas partes estio relacionadas entre si e mantém relagdes com o todo que engendram ~, o discurso estruturalista esti em oposigio ao discurso transcendentalista, 20 analogista ¢ a0 anomalista ‘Odiscurso transcendentalista € aquele que fax da linguagem meio para) compreendera sociedade humana, o psiquismo do homem, seu sistema concei- 152 Texto ou dliscurso? tual, a marcha do ser humano sobre a Terra, as proptiedades fisicas dos sons, etc. Sem negar que a linguagem possa servir de meio para um conhecimento cujo principal objeto reside fora dela, o estruturalismo opde, ao ponto de CS aaa e sommsmne ec xP oe (Os analogistas ¢ anomalistas veem os fatos linguisticos em si mesmos, Aqueles assentam suas explicagGes na associagio por semelhanca, Como nota Mattoso Cémara, iso “leva, sem diivida, & formulagio de um conjunto, mas nio estabelece um campo de relagdes em que o todo se explique pelas partes ce cada uma das partes pelas outras ¢ pelo todo”." Os anomalistas, por sua vez, prescindem até mesmo de uma soma, “negando a possbilidade de um conjunto por associacio de clementos. A rigor no chegam a gramatica, que se teduz para cles em seguir o uso (cosuetudinem sequens), como dizia 0 anomalista Aulo Gelio”.® Pata eles, a realidade é Unica, no podendo os fatos ser generalizados, Jé notava Hjelmsley que a Linguistica estrutural, em sua busca de uma constin- cia, se chocaria com certa tradigio humanista, que, em sua forma extremada, “nega a existéncia da constincia ¢ a legitimidade de sua procura’, pois quer que “os fendmenos humanos, contrariamente aos fenémenos da natureza, sejam singulares individuais, no podendo ser submetidos, como os da natureza, a rétoclos exatos, nem ser generalizados”" Aos anomalistas, o estruturalismo pds 0 conceito de estrutura que estabelece que *a todo proceso corresponde um sistema que permite analisilo e descrevé-lo com um niimero restrito de premissas”; que o pracesso deve ser composto de um muimero limitado de ele- 'mentos que reaparecem em novas combinagies; que esses elementos podem set agrupados em classes, definidas pelas suas possibilidades combinatériass que, a partir das possibilidades combinatorias, poderia estabelecerse um calculo geral das combinacées possiveis.? Em outras palavras, o que a Linguistica estrutural busca é uma constante que esta subentendida as fluruagée: Aos analogistas, o estruturalismo opés o principio de que a lingua ¢ forma, e nfo substincia, o que leva a considerar nao somente semelhangas na analise Da noocsidade da dstinglo entre toxto @ diseurso 153 dos fatos linguisticos, mas principalmente diferencas. A diferenca supe a se- melhanca, mas, como diz Saussuire, o que importa n liferengas.”” Em telagio aos discursos cientificos precedentes sobre a linguagem, 0 estruturalismo ope o principio da imanéncia, o da estrutura ¢ o da forma. Em oposicio ao discurso utépico constituise o discurso distépico, Aquele desenha uma sociedade ideal, organizada racionalmente, na qual todos vivem em igualdade ¢ liberdade, dedicados ao trabalho e ao cultivo das artes. Nas sociedades utdpicas, ha um equilibrio entre o homem e o mundo. O espago So discursos otimistas, que acreditam no progresso da humanidade, na capacidade de o homem viver em harmonia e de ser feliz. Textos que mani- festam esse discurso so, por exemplo: Utopia, de Thomas Morus ou A cidade do sol, de Tommaso Campanella. Jé o discurso distépico é pessimista, pensa que o destino da humanidade é a degradacao. Nele, ha sempre o dominio dos individuos por uma forga que eles nao podem conter (o estado totalitirio, as maquinas fora de controle, os aparatos de entretenimento, uma grande companhia, etc.). Aparecem a vigilincia constante das pessoas, sua desperso- nalizagio, sua alienagio e seu conformismo, o banimento da liberdade e da individualidade, considerados infamantes. No geral, as paisagens so cinzentas; nao ha verde; as construgdes estdo deterioradas, tudo é escuro e tmido, ha um actimulo de lixo por toda a parte. As distopias revelam os grandes medos: do homem na época em que foram produzidas: a diminuigao e até o desapa tecimento dos direitos individuais com o controle operado sobre as pessoas; autonomizagiio da tecnologia, que escaparia ao controle humano; a devastacao. do meio ambiente. Alguns textos que realizam esse discurso sio: 08 livros Nés, de Yevgeny Zamyatin (1921); 1984, de George Orwell (1949), Admirdvel mundo novo, de Aldous Huxley (1935), Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury; o filme Blade Runner, o cacador de androides, de Ridley Scott (1982). de de manifestagio do discurso, nfo éneces-* dial6gicas com ) oUtTOS textos. No entanto, oR Aste -alenoasanbed deo dairnreawsre que a relagio entre discursos ¢ matetializada em texto8. Iso significa que 4 intertextualidade pressupde sempre uma interdiscursividade, mas que 0 ualidade. No entanto, é preciso verificar que nem todas as relagses dialégicas mostradas no texto devem ser consideradas intertextuais. Quando temos, por exemplo, um 154 ‘Texto oa discursa? caso de discurso indireto livre, as duas vores estio presentes no mesmo texto, Nesse caso, tratase de uma relagio intratextual. A intertextualidade diz respeito a relagdo entre mais de um texto; ocorre quando um texto se relaciona dialogicamente com outro texto jé constituido, quando um texto se encontra com outro, quando duas materialidades se entrecruzam, quando duas manifestagées discursivas se atravessam.?* tem autoria, dirigese a um eros Ordon mtn dedi pes es ‘com outros textos, mas nfio é necesséi Picasso cleo went de Manet ntlado Le Deena se Pee. © quadto de Manet apresenta uma cens idilica, exceto pelo fato de que uma mulher hua aparece diante de dois homens vestidos, marcando, assim, uma critica as convengdes burguesas. Picasso extrema o contetido libertirio dessa obra a0 pintar uma série de releituras na década de 60 do século xx, a década que marca a liberagio sexual © poema “No meio do caminho”, de Drummond, retoma, para parodiie lo, desconstruindo sua solenidade, 0 titulo e um dos elementos centrais da ‘composicio, o quiasmo, do poema "Nel mezzo del camin..”, de Blac, que, por ‘sua ver, cita 0 primeiro verso da Divina comédlia, de Dante Alighieri: he No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma peda no meio do caminho tinha uma pedra no meio do eaminho tinha uma pedra.** Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, ¢ triste e fatigado eu vinha, ‘Tinhas a alma de sonhos povoada, Ea alma de sonhos povoada eu tinha...2° a nocesidade da dstingdo entre texto editeurso 155 Nel mezzo del cammin di nostra vita ‘Mi rivovai per una selua oscura, (Che la diitea via era smarvita ® (Cabe agora perguntar se essa distingio entre discurso e texto é necessétia. Como ja se viu, um mesmo discurso pode ter diversas realizes textuats, Entretanto, é preciso verificar ainda se a textualizagao é diferente da discursi- visaglo, o que garantiria ao texto uma autonomia de construcao ¢ agregaria sentidos especificos ao discurso. A discursivizagio opera pelos procedimentos de tematizacao, figurativi- 2a¢ho, actorializacio, temporalizagdo e espacializacdo, Ja a textualizago valese de outros procedimentos: a linearizagio ¢ a elastizacao. A linearidade espacial ou temporal do significante é uma caracteristica de diferentes sistemas semidticos e isso impée coergées especificas 4 textualizagio. Ha, por outro lado, semiéticas que nao sio lineares, mas simultaneas (é 0 caso. das semioticas planares, como a fotografia, a pintura, etc., que manifestam 0 significado em duas dimensb6es). Assim, hia textos lineares ¢ nao lineares.”* A linearizagié “consiste em organizar em contiguidades temporais ou’ -espaciais (segundo a natureza do significante) a segmentos substituiveis, as estruturas concomitantes, etc.” ‘Um procedimento muito frequente ¢ a sequenciacao dos acontecimentos simulténeos. Na linguagem verbal, para marcar a simultaneidade do que é linear, usamse, por exemplo, locugdes adverbiais, advérbios sequenciadores ‘ou oragdes adverbiais indicando simultaneidade (“E conversavam, enquanto Angelina punha a mesa”); uma série de verbos que indicam concomitancia a ‘um marco temporal (presente, pretérito imperfeito ou presente do futuro) no process conhecido como descricao (“O Atenew ardia. [...] Na casa de Aristarco reinava o maior siléncio.”)." No livro Conversa na catedral, de Mario Vargas Llosas, marcase a simul- taneidade no texto por uma mistura das falas de didlogos que acontecem, a0 mesmo tempo, em lugares diferentes. No filme Monty Python, em busca do edlice sagrado, o rei Arthur convoca alguns cavaleitos para ajudilo a achar o Santo Graal: 0 grupo separa-se e hi narrativas distintas, que ocorrem ao mesmo tempo: a de Sir Robin, a de Sir Galahad, a do rei Arthur com Sir Bedevere e a de Sir Lancelot. Uma legenda introduz o nome de cada cavaleiro quando se vai contar o que ele tinha feito. E 156 ‘Texto on discs? tum tipo de “enquanto isso”: simultancidades narrada em sucessdo. No cinema, hd também simultancidades narradas simultaneamente: em Nate (2002), de Joe Carnahan, dois policiais, Nick e Henry, empreendem uma investigacio pelo submundo de Detroit; eles separamsse ¢ vo fazendo a investigagio; em certos momentos, a tela ¢ dividida em duas e temos as agdes simultaneas dos dois policias; a tela &dividida em quatro e vemos a progressio da investigagio os dois policiais.” Outro procedimento de linearizacio € a inversio da ordem dos aconte- cimentos: eles so nattados do fim para 0 comego. Em lmeversvel, filme de Gaspar Nog, 0 estupro de uma mulher leva dois homens ao submundo de uma grande cidade francesa (pontos de prostituigio, bares sadomasoquistas) (O eptlogo ¢ narrado no inicio e, a partir dai, os fatos sto narrados de tris para frente até 0 desenlace, que esti no prologo no texto. Aparece a frase “O tempo destr6i tudo”, no inicio e no fim, para marcar a irreversibilidade do tempo em sua marcha destrutiva. O exemplo classico de inversio, em nossa literatura, é Memérias péstumas de Brés Cubas, de Machado de Assis, que comega pela morte e pelo enterro do narrador. Outro exemplo ¢ "Conto retroativo”, de Luts Fernando Verissimo.”* -condensigdes ou expanse or como, no caso, por exemplo, de denominagées € dlefinigdes: orvalho é igual a “condensagio do vapor da dgua da atmosfera que se deposita em goticulas sobre superficies horizontais resfriadas, pela manha eA noite”. A paraftasé) que é “uma operacio metalinguistica que consiste em produzir [...] uma unidade discursiva que seja equivalente a uma anterior”, - _s6.€ possivel em virtude do principio da elasticidades Oacamulo de sindnimos é a textualizagao de um significado discursive par ticular de uma denominagio. Assim, Jodo Antonio, em Ledo de chacara, mostra, por meio de um grande ntimero de sindnimos, a onipresenca da preocupacio do dinheito na vida dos desvalidos, que nao tém trabalho vivem na virag Eu bem podia me virar na Estagio da Luz. Também rendia Is. Fazia ali muito fregués de subiitbio e até de outras cidades, Franco da Rocha, Perus, Jundiai... Descidos dos trens, marmiteiros ou trabalhadores do comércio, das loja, gente do escritério da estrada de ferro, todo esse povo de gravata a nocessidade da distinc entre texto ¢ discarso. 157 que ganha mal. Mas que me latgava o earvio, o mocd, a gordura, o mal dito, o tutu, 0 porord, o mango, o vento, a geanuncha, A seda, a gaita, a sgrana, agaitolina, o capim, 0 concreto, 0 abrecaminho, o cabre, a nota, a manteiga, 0 agriio, o pinhao. O positivo, 0 algum, o dinheiro. Aquele tum de que eu precisava para me aguentar nas pernas sujas, almogando banana, pasts, sanduiches. E com que pagava para dormir @ um canto com os vagabundos li nos escuros da Pensto do Triunfo. As relagdes texto e discurso desvelam significados. Trés procedimentos deveriam ser estudados: a expresso da duragio narrativa, as relagdes semis simbélicas eas chamadas figuras de expressic. ‘domnartado,* o que dedamino dbidieaisd No entanto, ela sé pode ser apreendida na relagao entre texto e discurso! Podese ter uma identidade dos dois tempos, ou seja, 0 tempo da narragio corresponde & durago do tempo do narrado; uma condensaglo, em que 0 tempo da narragio ¢ menor do que 6 tempo do narrado; uma expansio, em que o tempo da narragio € maior do ‘que o tempo do narrado; um apagamento, em que © episédio nao ¢ relatado, mas pode ser recuperado por catdise) Na arte verbal, aregray exceto quando? se relatam tos dé fala, é a condensagic) Um dos preceitos da postica clissica, que se tornou lema drcade, era Inutilia runcat A identidade ocorre, na linguagem verbal, quando se relatam atos de fala em discurso direto ou quando se narram agées bastante pontuais: Suponhamos (tudo é de supor) que Romeu ¢ Julieta, antes que Frei Lourengo os casasse, travavam com ele este dilogo curioso:[..} Julieta: [... Juro-vos que no entendo a lingua de minha mie Frei Lourengo: Pode ser que tua mae nao entendesse a lingua da mae dela. A vida ¢ uma Babel, filha; cada um de nés vale por uma nago.”” © Pimentel, que servit de padrinho a0 noivo, dissethe na igreja, que tem certos casos era melhor valsar que nadar, e que a verdadeita chave do coragio de Marcelina nfo era a gratidio, mas a coreografia, Luis, Bastinhos abanou a cabeca sorrindo; 0 major, supondo que eles o elo- sgiavam em vor baixa, piscou o olho.*8 158 "Texto ou dscurto? Em Matar ou momer, de Fred Zimmermann (1952) relatase a historia no tempo compreendido entre o recebimento da ameaga pelo xerife e o duelo final: 85 ‘minutos, marcados pelos reldgios espalhados no cenatio. Andy Warhol, em Kiss, filmou um casal beijandose por entediantes 18 minutos e, em Slep, retratou um homem dormindo por oito horas ‘A expansio, procedimento raro na narracio, ovorre principalmente em descrigSes, que, quando feitas minuciosamente, & como se acompanhassem olhar demorado do espectador. A tarde descia calma e radiosa, sem um estremecer da folhagem, cheia de claridade dourada, numa larga serenidade que penetrava a alma. [u] Do lado do mar subia uma maravilhosa cor de ouro palido, que ia no alto diluir o azul, davadhe um branco indeciso e opalino, um tom de desmaio doce; 0 arvoredo cobtiase todo de uma tinta loura, delicada € dormente. Todos os rumores tomavam uma suavidade de suspiro per- dido. Nenhum contorno se movia como na imobilidade de um éxtase E as casas, voltadas para o pocnte, com uma ou outra janela acesa em ‘brasa, os cimos redondos das érvores apinhadas, descendo a serra numa cespessa debandada para o vale, tudo parecera ficar de repente parado c grave, olhando a partida do Sol, que ‘num recolhimento melancéli ‘mergulhava lentamente no mar. Em Laranja mecénica 971, de Stanley Kubrick, um bando de dlinguentes, num fauro proxi, pratica agdes muito violentas, como espancar mendigos, invadir casas e maltra- tar os moradores, estuprar mulheres indefesas, etc. O chefe do bando, Alex, & preso ¢levado para ser teabilitado numa prisio de seguranga maxima, onde iri softer uma operacio pata acabar com a violencia. Preso, ele fica aos cuidados do capelio, Numa cena, esti na biblioteca da penitenciatia, lendo a Biblia, e ‘comeca a imaginar situagSes que poderiam ocorrer com ele. Por exemplo, numa cena, vemos Alex, vestido de centurio romano, dando chicotadas em Cristo De nocensidade da dstngio entre texto © discus 159 {Um miso de extase felicidad et estampado em seu iso de ssa. Es oe EEG, comeerer ase 6a regea geral das narrativas, No texto a seguir, retirado do romance 2666, de Roberto Bolaito, condensamse uma hhora € quinze minutos de conversa entre as personagens Pelletier ¢ Espinosa, mencionando © niimero de vezes em que certas palavras foram pronuncia das. Como essas palavras tém um sentido no contexto do romance, podese reconstruit 0 didlogo: Os vinte minutos iniciais tiveram um tom trégico em que a palavra destino foi empregada dez vezes ¢ a palavra amizade vinte e quatto. © nome Liz Norton foi pronunciado cinquenta vezes, nove delas em ‘vao. A palavra Paris foi dita em sere ocasiées. Mad, em oito. A palavra amor foi pronunciada duas vezes, uma cada um. A palavra horror foi pronunciada em seis ocasides e a palavra felicidade em uma (Espinosa empregoua). A palavra soluglo foi dita em doze ocasides. A palavra sm sete. A palavra eufemismo em dz. A palavra categoria, no singular e no plural, em nove. A palavra estruturalismo em uma (Pelletier). © termo literatura norteamericana em trés. As palavras jantar ¢ jantamos e café da manbi e sanduiche em dezenove. As pala- vras olhos ¢ maos ¢ cabelos em catorze. Depois a conversa se fer mais fluida. Pelletier contou uma piada em alemio a Espinosa e este riu. Na verdade, ambos riam envoltos nas ondas ou seja Ia 0 que fosse que unia suas vozes ¢ seus ouvidos através dos campos escuros ¢ do vento ¢ da neve pirenaica e rios ¢ estrada solitirias e respectivos e interminiveis subtirbios que rodeavam Paris e Madti.!® Em 2001, uma odisseia no espaco (1968), de Stanley Kubrick, na cena inicial, um dos primatas joga um osso para cima, ha um corte e, em seu lugar, surge ‘uma nave espacial que esta a caminho da Terra: o corte sintetiza toda a historia humana, desde a origem até a conquista do espago. e". “Esse procedimento efetuase com a ajuda de clementos contextuais manifestados e gragas as relagdes de pressuposiggo ue eles mantém com os elementos implicitos”.*' Neste passo do romance A 160 ‘Texto ou discurto? ‘eliquia, de Ega de Queirés, Teodorico conta que finge uma grande devogio: *Prodigiosa foi entio minha atividade devora! Ia a matinas, ia a vésperas."* Nele, est apagado o relato de atividades que nao contribuem em nada para a construgio dos sentidos criados pela narrativa: por exemplo, prepararse para sair, deixar a casa, transportarse até a igreja, entrar no templo para assstir 8 Alencar, em O guarani, mostra ter consciéncia do andamento lento do inicio de seu folhetim. Ao final do segundo capitulo, diz: Demoreime em descrever a cena e falar de algumas das principais personagens deste drama porque assim era preciso para que bem se compreendam os acontecimentos que depois se passaram, Deixarei porém que os outtos perfis se desenhem por si mesmos.# gadeandamento, eliminandose tudo o que contribui para a lentidio do texto, No cinema, a percepgio de um andamento diferente do normal & mais tangivel. Ha um andamento acelerado, nas cenas de sexo, em Laxanja mecdinica (1971), de Stanley Kubrick; ha uma aceleragio em progeamagio inversa, em A bossa da conquista (1965), de Richard Lester, na cena em que um ovo quebrado na frigideira volta para dentro da casca, Oandamento lento mostra a excepcio- nal intensidade do momento: em Zero de comportamento (1932), de Jean Vigo, hha uma cena, em camera lenta, em que meninos, vestindo camisola, estio no meio de uma chuva de penas de uma luta de travesseitos. A imagem sugere anjos em uma tempestade de neve. O andamento pode ser suspenso, detido, congelado. Em Os vistantes da noite (1957), de Marcel Carné, dois cavaleiros, emissirios da morte, interrompem o tempo num baile para levar embora os escalhidos da morte. A miisica cessa, as pessoas ficam estiticas, espago e tempo. congelam-se; somente os emissirios da morte continuam a atuar, Da necessidade da distingio entre texto discurso 161 Segundo a natureza da relagio entre o plano da expresso e 0 do conteido, © que significa ns Um elemento de tum simbolo nao pode servir para construir outro, porque ha uma relagio biunivoca entre expressio e contetido. Assim, por exemplo, a ertiz gamadaé bolo do nazismo € seu contetid6. No entanto, sua expressio ndo € constituida de unidades menores, cuja relago estabeleceria uma forma da expressio. Seu contetido, do mesmo modo, nao se constitui de unidades me- nnores, Da mesma forma, a foice e 0 martelo sio o simbolo do comunismo. A foice ai simboliza o campesinato; 0 martelo, o proletariado, ¢ o cruzamento dos dois, a unio dessas duas classes. No entanto, a foice em outro simbolo nio significaré 0 campesinato; é no simbolo do comunismo que ela tem esse sentido. Constituide simbols, adquir que existe uma con déncia entre as unidades menores ioe as do! contetidas Assim, uma unidade de um sistema semistico pode combinarse com outras unidades para formar outtos significados, Os sistemas semissimb6lico$ sto aqueles em que a conformidade entre os) nos sistemas simbdlicos, (oposigto que se fundamenta numa identidade) dos dois planes. Assim, na gestualidade, a ca- ‘egoria da expressto /verticalidade/ ws. /horizontalidade/ correlacionase & categoria do contetido /afirmacio/ ws, /negacio/, E o semissimnboismo gu etc. Nos versos abaixo do poema “A tempestade”, de Goncalves Dias, hi uma ‘oposigito entre sons continuos (constrtivos, vibrantes enasais) descontinuos (oclusivos). Essa categoria da expressio correlacionase a continuidade da tempestade e a pontualidade de seus efeitos (queda dos troncos quebrados): 162 ‘Texto ou discureo? Nos titimos cimos dos montes exguidos, Ja silva, a rage do vento o pegio; Estorcemse os leques dos verdes palmares, Volteiam, rebramam, doudejam nos ares, ‘Até que lascados baqueiam no chao.” ‘Oestudo dos sistemas semissimbélicos estabelece as gelagdes entre osensl- LEAT pos, 20 canara cores et ieee Em algumas das chamadas figuras da expressio, a organizagio. textual -expresta a organizagdo discursivas por exemplo, a gradagdo,ascendentéyoit descendente e 6 quiasmss, José Dias desculpavase: “Se soubesse nao teria falado, mas falei pela veneracio, pela estima, pelo afeto, para cumprir um dever amango, um dever amarissimo...7 (Camargo adorava Eugenia: era su religiio. Concentrara esforgos e pen samentos em faa8-la felis, e para o alcangar no duvidaria em empregar, se necessirio fosse, a violencia, a perfidia, a dissimulasao.** ‘Nio era tanta a politica que os fizesse esquecer Flora, nem tanta Flora que 0s finesse esquecer a politica.” SHERWIN ou lado cemrelagbesqueecatabelocem entre otex9 codiscurso dio uma dimensio sensivel ao contedd®, porque ele nfio é apenas” ‘Da necessidade da distingSo entre texto e discurso 163 NOTAS * B.Gulmares, 1992, pp. 145. *-M.G.C. Val 199), pp 34 > Pe Rloedr, 1985,p 152. 156. * © veo, em Ricoeur, é uma categoria attocada& de ducuro. NSo interes apron ete pont, ss penar mostrar queo set ¢ dco por uma orange intern pel relagio do dissin com oq ent fora dele. Nese pig, de cera form, nindn eames tomando tents «dacs cna sndninos, * Js Quintiono dz queo tro ¢ umn orgniagar ‘Quod si rumeris ue modi nest quad ats vn ‘mtione en vehementains, gant inte enn fem cub eri effet tant eb ender ‘94compoxtone vl intext iunganeurvelin ine aunt ea quatdam eeseneetispara et octone ‘odie vis hace sla commend” (i. 4,13) Se ns vemos ens harmonias musi i expecie de fora secre cla € vivsima no discuss e tanto «valor do couteodo vara de acondo com a pals qe © exprimem quanco 0 das pleas varia de acordo com #composgio que ane no texto ou fm dos etd rte cnt em condo eb sepa mae mor ar ‘ese meio. © AJ Greimase. Cours, 179, pp 38990, * M. Bakhtin, 1998, p86 ©. Mainguenesu, 1984, pp. 56. * er, p 7 "© M. Batein, 1970, pp. 23841, 1 Fadi 9 206 9.3, 2 oneco, 2005, "Jet Ne 194 pp. 45 NM Baka, 1998.86 «1992, p36, ' M, Bakhuin, 1992, pp. 24041, p. 299, pp. 30812, p. 353 © CE JL Flown, 2006p. 168618 L Bjlmaey, 1975, pp. 25. Idem, 9.7 © J.M, Coma Je, 2d, 9.7 dem, p. 8. 1 Lele, 1975.2. de 8. 28 Sussure, 1969, p39 2 JL Ronn, 2006, pp. 18-2, ® C.D. Andrade, 1983, p60. % 0. Bie, 1997p. 155 ® D. Alighieri p43 ™ Tnteesnos ag a lina, porque o abalho com o texto verbal é get em pa, sm Ge ‘eshimos mosrad que, sendo cle uma unidade de manfetueo, pode apresentrss pot mio de iakguer plano de expresso. Adesso fi eo ainda pls expecta em Semitic lists um rbalo sbre ' simoltanelzgio como o gue fzemes para a Uncazagio: tem dovide nenbte, x perspestivgio ov 0 Schataments so procedinestor de extslingio da senicsplanares. ® A.J Greinas ). Course, 1979, p21. © A Azevedo, 1988p. 228 » Re Pomel, 1997, p. 150 Os expos de to inematogrifcs foram extaidos da dasere de mess de Odi Jost Morita dha Si, 2004 » 1B Vere, 1982. % A.J. Gress]. Courts, 1978, 268 » J. Anubaio, 1975, pp. 64. % CG. Genes, 1972, pp. 12144 7 JM, Machado de Ai 1979, p 615. 164 ‘Texto ou discurso? > dem. 865 ion mc » E Ques, 1966p. 17 °K Bola, 2010; pp 501. © A.J. 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