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Lumend, juris] itore www lumenjuris.com.br ‘Leno Lutz StRECK Procuradar de fs - RS Eorrones utc e Diet ~ Universidade Federal de Santa Catarina Jota de Almeida ie Doutorado em Direlto Conscious Universidade de Lisboa Foto Laz da Siva Ameiga Profesor Trlr ds UNTSINOS-RS Profesor Visitane/Calaborador das Universdades de Cabra, oxeeo mou, Thos Roma TRE UNESH Monro Conse dns de Herne Jucn ‘sn Femetonee tte ib i Mme Cuerio de Academia Basin de Dito Coton Sceucowicnon edger oe 1S ee soe Goto tianoAtsasofipast Heelan Na ‘Giiwdio Carneio i ‘oo Carlos Suro Paulo de Bessa Annunes Coaster Peis comtenne ae net fase ef eS Hvis ede MEienincise” = Sgensureoae Sy Gnome ‘VERDADE E CONSENSO Constitui¢ao, Hermenéutica e Teorias Discursivas cout Far oto Theotnio Mendes de ‘Da possibilidade a necessidade de respostas fo eye eat ccorretas om dines SSatqacesisticeds — Ritalgod Gaus ile Gou Fer aime fone Fema toes gtr icioe ssc Gauss Gate Ga fake, @oe0ncctin Fae ™ 3 edicdo revista, ampliada e com posféicio (Gace far Anam, Oden ‘en Tea ee Mato 1253 Seaehocae at SSotonene sue Tear Jo eta 9s s55806 Sitter BA Te 1696 tuto d2 Cin Sibliotecs SESE eto iors amen fis Sener, coe a Wo dene — Provugko Foros Liveara Eaitora Lumen Juris Lida CCréditos para a CAPA: Fotomontagem de cartaz do Seminario Nacional “Centendrio do nascimenco de Martin Heidegger" (1988), realizado na UFRGSRS, ‘QUARTA CAPA: Cabana em Totasuberg - Alemanha (arquivo pessoal do auto). A LIVRARIA E EDITORA LUMEN JURIS LTDA, rio se responsabiliza pes opinides emitidas nesta obra { proibida a reprodugio total ou parcial, por qualquer ‘mieio ow proceso, inchusive quanto As caracteristicas agrifcas e/a editoriais. A violago de direitos autoras consti crime (Cédigo Penal, at. 184 8, e Lei nt 10.655, ‘de 1407/2008), sujeitando-t 4 busca eapreensio e indenizagSes diversas (Lei 9610/98), ‘Todos os dieios desta edicio reservados vrarla€ Baiora Lumen juris Lx, Impresso no Basi Printed in Beal pom Passados mais de quatro décadas do langamento de Wahrheit und Methode (Verdade e Método) de Hans-Georg Gadamer, ainda persistem mal-enrendidos acerca do titulo, que, segundo ele, deveria ser lido como Verdade contra 0 Método ‘Como titulo da presente obra Verdade e Consenso ~ corro umn ‘isco similar. Mesmo sssim, como uma homenagem a Gadamer, ecidi chamé-lo de “Verdade © Consenso”. Mac, efetivemente, deve ser lido como Verdade contra o Consenso, “Desconstrutores do inconsciente e do ser, 0 psicanalista © 6 filésofo carregamn a culpa pelas incertezas da historia. ‘Certamente teria sido preferivel que © pensamento do ser e do incansciente se conservassem mais puros e mais seguros, mais decentes prestativas também. Mas pensar assim equivale a crer (quea histéria podia ter sido outra. Do mesmo modo, alguns fran- Geses do século 19 quesiam que 0 gaulds foose reconhecido como Lingua primeira do homem. A inspiragio & a mesma: a de uma recusa da histériae da verdade.” Jean-Luc Nancy “0 Reno core pars o norte, 0 Rédano para o sul: contudo ambos brotam na mesma montanha e sio também acionados, para sas diregdes apostas, pelo mesmo prineipio da gravidade IAs diferentes inclinagbes 0 solo por onde correm provocam toda a diferenga de seus cursos.” David Hume AGRADECIMENTOS A claboragio de uma nova edigio, acompanhado de um poscio,reguer um trabalho que ultrapassa o esfrgos empreen- dies quando da obra original. Crtcas, apomtamentos, corzegSes de viros matizes:sio questGes que demandam a paricipacio ¢ colaboraglo de Amigos, espalhados entre pesquisadors, profes- tores e alunos. ‘Assim, agradeso a Erno Stein pela constante interlocu- «80. Mais do que is, agradeso a sua Amizade Também 20s meus alunos, mestandos e doutorandos, va lendo referir Walber Aratjo Carneiro, Mauricio dos Reis © “Mauricio Ramirer, com os quai mantive intenso debate sobrets- do sobre a temitica da vaidade do dieitoe da teoti da decisio; 4 Rafael Tomaz de Oliveira, que colaborou amide coma ekica & defnig de principios,além de Alfredo Culleton, que colabo- rou no tema "metafsia”.Agradeso também a Gustavo Oliveira Vieira, doutorando em direto do PPGD Unisinos, pela revisio de pare da obra; do mesmo modo, inestimivel eolaboragio do ‘meu Amigo Samuel Jobin, que desde a segunda edigzo tabalhan- do para oapereigoamento das revisies do texto ‘Ao Dasein ~ Nicleo de Estudos Hermentuticos (em espe- cial Fausto Santos de Morais, Clarissa Tassnari e Rafael Kiche). ‘Aos participantes e pesquisadores do IH] ~ Instituto de Hermentutia Juridica. ‘4 André Karam Trindade, por ter revisado a segunda eli- so. ‘A Joio Mauricio Adeodato, pela leitura atenta que fez da segunda edicia, Da bisa da montanha e da Dacha de Sio José do Herval, no restante do verdo de de 2009, Lenio Luiz Stree Sumario ‘Apresentagio — Nas Rafzes da Controvérsa vo “Fenildo Stein Capital 1 Todurind a dscusso. A spiro do deo ¢ sus pei ilidades em tempos (dfices) de pér-postivismo ede como o proble- tna da opsio entre compreender efundamencaréparalgméica. li- ‘rien do debate entre hermentutica ¢ teorias dscursivas args ‘Sttneatvas, Compatbilidades e incompatiildades tedrices no Es- tado Democrtico de Direito. ew "2 Conmitucionalismo e democraca: 0 valor da Constinuigio © ° port da juris contrcinal em ples de moderidade tard 12.1, ‘A Consiaigio como tum paradoxo ¢ 08 “éiemas” do constitcional- aera tensio Gnexordvel) entre jurisdglo e lila go wmmm-n~ 2.2. © embate entre as teses procedimentalistas ¢substancialistas-n- Capltalo 3 — As cxcas A concepsto disursve-procediment) bar SA. o problema da ica no discurso ea insustentabiitade do conecto de mundo vivido. se a 132. Um mundo pratico para além do pensado em Habermas 33. A filosoBia hermentutica e a hermendutica filosfica: a abertura de jn espa em que se move todo o dscuro homano ~ a hermen€ti- mantis como wina teora das cidncis ener como expresso da subjeividade : Capito 40 sfasamento (doa prior exisencial) d fatiidde. A cis wre discarsos de fundamensacSo (Begrindungsdisiurs) e diseursos Gr aplcago (Anvwendungadishur)e 3s isufcéncias (Zo principio) da adequabiidade — . 441. Os pega decrrenes a rcaida da teria do discus no rod de fpesar dogmitico-meratsico¢ a ras conegiéncia pare 2 anise aaa fae a insurentabildade do conceive de manda vvido.. 42. De como 0 principio da adequabilidade nio resolve problema di Midnela(efestamento) da conteudistica na toria discursiva-prove- ret a aide da “Yormula liner” adotada pla teria do dis curso habermasiana 3 as ° 35 55 ° CCapieuio 5A (dup) esrutara da linguagem, a auséncia de “grau zero” na compreensio e 0 problema dos discursos previamente fun- da(menta)dos 51, Decome o plano hermentutico precede oapofinic:o problema da sbi da compen pels acionaiade procedinetl- ap 52. Na busca Ge angumentos contrafiticos, 0 que fazer com a pré-com- greens? A vino abermaian (Verde Juris) «nfo superagio da epistemologia... Copfnlo 6 ~ A idealidade da teoria do discurso contraposta is necessidades do direito como saber prético. O papel da Constituiglo na busca da efetividade do direito... 6:1. As demandas pela concretizagio do dteito: como constnair as condigdes para» formasao de discusos de fundamentagSo sem cat em idealizagie? ee (6.2. A dicotomia discursos de: fandamentagio discursos de aplica |Z repereussdes no controle de constiucionlidade. De como o sguli- ‘ado do norma no 6 alcangado no momento da aplicagioe as ra20es plas quis a faticdade no exh apenas no controle difuso de consti- ictonalidade 63. A Constnigio como algo substantive e porque anda deve “const tuire-agio" A inadequagto de uma teoria geral do consitciona~ lism. Anecessidade de uma teoria da Conatiuigéo adequada Capitulo 7 ~ Teoria do dscurso, decisis judiciaise racinaldade argu- ‘mentativa, Os obsticios& concrtizagto dos direitos fandamentas- 7 sis (shaves) stentados em nome do procedimenclsmo 7.3, Os (questionados) limites da atuagso da justca consirucional e de como no se pode confundir a necessria interveng judicial com discricionariedadese decionios ‘A intervengio da justiga consitucional (difisa e concentrada): 3 democracia e risco? A digcusséo da méxima habermasiana de que “os tribunais devem se limitar a assegurar os procedimentos da ddemocracia” © problems represenindo pelas demandas por direitos preszacionais constantes na Constinigio 73. © que pode © o que nio pode ser objeto de intervencio do Poder Judiciario depende de um discurso de Fandamentagio prima face? Capfnulo 8 ~ Hermenéutica “abertura” interprerativa: da disericionarie~ dade (positvista) 4 ponderagio (argumentativa). A teoria da argu~ mentagio juridiea ea ndo-superagio do paradigma da filosofia da Cr - ” 7 a on 102 110 ng ns 138 146 conscitneia. A “abertura” principioldgic e 0 “fechamento” herme- 1, Levemortento sake deiemos que noe dig algo. De como texto evento. A superagio das pretensBes objetivits e subjetivisas, Um 7) pamela esto teo-norma 82,) A ponderasio como repristinacto a dincriconarndade postiviea 27 on “caro diffceie: 2 difeenga entre hermentuticaeteoria da argo- tentagio. Uma ruptura necessiria:@ compreensio da proporcionali~ ade con corns nega ¢ lo como zo eee Ge ponderai. nn Caplrulo 9 A crise de dupla face que atravessa 0 direto ea necessidade da ormacio de um “comportamento constituonal” para superar os diversos émbitos da resist£ncia positivist & Constituigio ‘94, Ainda a questio da crise de paradigmas de dupla face... 9.2. As diversas manifestagGes da operacionalidade do direito como sia- tomas da cris. . io 3. Ua bata en duns rates a manutengSo do pact consiinte © a formagéo de um “comportamento constinaciona” pelo qual pos- samos leva asério a Const a4, A rosea prvi eosen component sinc: de como =~ ‘ricionariedade continua ater amparo “legal” ~0direto € aqulo que 0s juizes e tribunais dem que €. 95. 0 evdecr bemnenético asunido pelo dreto © a& cosegienes ddemandas desse novo perfil: a necessidade de “controlar” a aribuigio {de sentido. A superacio do modelo de 12g eer 96. A inserglo do mundo pritico no direto e a incompatibilidade com fubsungoes. As pautas gerais e conceitos juridicos que escondem aquilo que querem revela: 0 "caso conereto™ 017. Maapeaie da sbungo como un poblrspragmsin and € poseivel falar em “interpreagbes por partes oa em etapas"? CCapiculo 10 ~ A indeva dstngSo estrataral entre easy cass hard cases ‘as consoqitnciae hermenéuticas.. - toa, De como diotomia easy cases har cases cede ua ven cexquema sujeito-objeto sev 102 Canticene ene dfcis So ico wo ontlico ua queso de compreensio ¢ nfo de deducio (ou subsungio): a resposta (coreta) 208 e908 dices 159 159 m 191 ist 194 205 26 26 230 2s 5 Caplralo 11 ~ A (in)determinabilidade do direto ea (necessidade da) busca na, 113, ns, 116. Desconstraindo os “modelos” de juz 17. ne, ne. {De como a resposta correta ultreparsa de report) comet). De explo cma v0 comprender antecipador. ‘Atese da respsta corretadiante de stuages “guase deat” (tora do discurso) e da applicatio hermenéutia ~ condigaese possibilidades. a porsibilidade & necessidade de respostas corretas. A importancia de compreender a diferenga (2 nio cisio) entre texto e norma, AS rasSes pelas ques entender sem aplicagio nio &um entender. ‘A resposta correra (nem a inieae nem a melhor) ea concretarelagfo juice, A diferenca entre respostas conteudistias (verdadeiras hhermeneuticamente) ¢respostas procedurais “analitia da propos Para além da descricéo “rasa” do objeto. “A” resposta correta: nem 3 tinica e nem a melhor entre muita..wom ‘A inerpretasiojuridcae o grau apropiado(minimamente neces rio) de generalizagko para a garantia da integridade eda coeréncia do direito Da mecifora do juiz(Herceles) 8 metfora da respora(coreta) 03 de ‘como a resposta correta deve ser compreendida como uma metfora ‘A busca de (novas) racionalidades no direito e o papel das stimulas ‘inculantes: a ftiidade “eabe" na simula? possvel resolver o pro- blema ds nce no dir com inguages nents de ager © ambigtidades? ‘A compreensio ea expictagio do compreendide.O "momento epi ‘temoldgico” da hermentuticae a resposta correta. De como as bases para uminardo do compreendido dependem de wirkung- sgeschichtliches BewuBtsein. Captlo12~Blango fn empos feds de os posvsmo e oeo on stirucionalisme: a hermenéutica e as possibilidades de superasao do 2 sto-objeto que sustenta as diversas formas de disricio- ‘nariedade (positivist) Um decélogo contra concepgies equivocadas sobre hermenéutice juridica. o os |A viravoltahermenéutica ea crise dos modelos interpretativs - est ‘uperado o esquema sujeto-objets? Constituir-a-agfo: a permandncia do cardter dirigente € compromis sorio da Constinsiggo ~aincindibilidade ent o constitucionalismo & a realizagio dos direitos Fundamentas-socis. 2 2 296 307 318 333 346 355 an a7 an 383 ‘A resiténcia postvista em tempos de neoconsitucionalismo € os inadequados dualismos: de como Kelsen e Hare foram traidos papel de uma Critica Hermenéutica do Direto: a busca (ez neces- sidade) de respostas core en se ‘A (edfora da eepora crea como antidto 20 eta de natureza Ihermenb tien v Capitulo 13 — Sobre as Crticas & Hermentutica Filoséfica~ Prolegimenos de uma Teoria da Decisio e uma Teoria dos Principis: Um Posficio Neceshtio.n 131. Definitivamente, © Direitonio ea Imune 4s Ruparas Paradigms ‘cas Ocoridas na Filosofia. ainda o Problema dos Dualismos "Teoria- Prities’, ‘Direito-Moral’ e “Sujeito-Objeto" 182. A Continuidade desses Dilemas na Teoria do Direto Cantemporinea. 133. Applicatio e Deciso Juridica ~ o Problema da Validade: as Razies Plas Quais Nio se Pode Confundir o Nivel Hermeneutico com 0 Ni- vel Apofanti 13331 Introd ao problema da vaidae no interior da) Teoria) do Direito() 1832. As crccas Hermendutic:€ posvel uma Teoria da Decisfo Judicial... 134.0 Problema do “Relaivisma’ em Face da “Auséncia do Método": O [Necessirio Enfrentamento Dos Nal-Entendidos Acerea da Herme- neutica ~ A Trans (Ainda Nio Feta) do Positivismo 20 Pés Positvismo. 1A Reavismo e autacia do método exclarecimentos ex torn0 do conceito (hermentutico) de pré-compreensio. 13.42. AproximagSes fenomenoldgicas em torno do pés-postivisme: critica do significado de uma Teoria do Direito pis positivist ~ novamente o problema da “mixagem tedrica’. 1843 Um Ciprograna da Disrcionaredade: = relago deiniia centre pés-postivismo,(nev}constivucionalismo ¢ problema 4a autonomia do dreto. 135, Valores, regrase principio o penprinciologome ea refunisg por {tive em pleno Esado Demacritico de Dircico pe-pontiviee, 08, de como tudo isso ¢ feito “em nome do nove paradigna do direto™. 135.1. 0 panprincpiologismo em Terrae Brasil. 135.2. Consttuico come locus dos principios ea doterminagio do conceito de principio para além da distingdo eseruturl "reg 391 8 a5 a5 2 29 a9 485 40 5 w principio": de como a tee dos principios como “abertura” & Tacompativel com a superagao do positivism juridico. 135.21. O necessrio alerta para eventuais sincretismos con- cceituais em tomo do terma princfpio 13522. Delineamento do significado dos principios const rucionais no contexto da revalugdo paradigmética do (novejeonstitucionalismo: esclarecimentos em tomo da imbrieagSe entre principios e moral 185234 ifeeng ere regrse pinhpin pra lem ds dsesfdistingbes estruturis. 13524 ainda problema da dst reg prinipio™ Act ianizagdo da regra pelo principio ou de como as regras as “abrem” a interpretaglo em face de sua poronidade nn 18525. Ox principio ea transcendénca da rea. Os sent dos do diteto para além das “suficiéncias &ticas 135.26. De como principios nlo sio eategorias ox enuncia dos asseréricos ox de como o mundo pritico se {nsttucionaliza no direito do Estado Democratico 135.27. De como nio é possivel uma “livre nominacio dos principios”.. 135.28, Hermenduti Gecado eum minimum spplicandi a partic da uiizagéo de cinco principios. Condigbes de possiilidade para o “principio tara” 186. Condigoes e Possblidades da Hermenéutia Juridica no Estado De- =” moexitico de Direto: Discutindo Respostas Correras ¢ Incorretas 17, Argument Fin: De como um Ditto Fundamental a tens de ‘Resposias Corretas (Adequadas » Constituiio} Referdncias Bibliogrficas 496 498 502 317 523 528 535 539 563 369 575 Apresentagao Nas Rafzes da Controvérsia Eraildo Stein 1 86 longo 0 caminho que fazem juntos Gadamer, Apel e Habermas. Como em todos os trabalhos teéricos que pretendem apresentar determinados pontos de partida novos e prépris na filosofi, as posigdes que nutrem entre si simpa- ‘tias mostram proximidades erevelam até coincidéncias. Nesse sentido, éinevi- tvel que aparegam ceras divergéncias e crticas mutuas. Os trés autores refe- ridos trabalham em suas obras questées que o¢ aproximam muito, na etapa intermedia de suas andlises. Da resulta um didlogo que termina descerran- do visdes novas em campos expectfcos da filosofia, Mesmo que as posigdes se aproximem sobre questOes centais, nesta etapa surgem diferengas que resul- ‘am das reflexdese influéncias que tiveram ao longo de sua evolusio. Se observarmos o caminho de Gadamer, veremos que, no ingcio de sua formacio, afilosofiaclssica grega foi de interesse primordial, sem que o autor deixasee de desenvolver seus estados da filosofiacléssca alem. Foi a convite de Fieidegger que Gadamer aprofundou seu estudo de filosofi, recebendo em ‘seus estudos pescoais uma inevitavel influéncia do orientador pelos seminirios {que participou, Mas foi um texto em que Heidegger apresentava seu modo de compreender a hermenéutica, em que foi determinado o caminho de Gads- mer. Entre 0 texto de 1922 até a publicacio de Verdade e Método em 1960, Gadamer amadureceu sua hermentutia filosfica. E desta obra Habermas receberiaimpulsos decsives, ainda que manifestassecriticxs, ‘Apel, ao término da segunda guerra, escelheu a filosofia para a sua forma ‘io. Os estudos de Pierce, Heidegger e Witrgenstein levaram-no a desenvolver ‘um trabalho filosdfico proprio. Seu modo de compreender a linguagem levou ‘98 semitica transcendental, & pragmtica transcendental e 2 ética do discur- so. Inegivel a originalidade de sua obra e o poder criador de certs posgBes que ‘erminaram fazendo escola, Habermas se alimentou nao apenas das categorias apetianas, mas de muitas de suas iéias, bem come fex uso divergente delas, Habermas, pela influéncia da Escola de Frankfurt, teve um ponto de par~ ‘ida hegeliano-marista ~ apés sua tese sobre Schelling, Teve, assim, influén- cia das posigbes sociais,poiticase ideologicas de seus professoes. Seu estudo ‘do marxismo revelasimpatia por grande parte das eses do marxismo. Eeviden- am te que a presenca das cinelas sociais ¢ os estudos das questbes da politica eda {dcologia o levaram a repensar as questOes marcanas centrais. Sua visio tripar- tite da origem das ciencias a parti dos interessestécnico, prético ¢ emancipa~ tério revela uma presenga da antropologia misturada com questdes hegeliano- Imarxistas. E seu ensoio Trabalho e Interagdo é a prova de ume posigko que pre tende repensar tema central do marxismo e do hegelianismo de esquerda. “Nao € pomivel negar que © cantexto do ponto de partida de Habermas agp Preencasds Lvs 8 Desir ds uri Canccona leven evs do Ii wf) « ise Chanon sno pic do Ire de Marcelo Cos, Devido Proceso Legv (ved, Madame, 2005 p28) ‘Sto prspa dn nwes potas rq io eon brit wae Yass Coss «Bement ~ Un News te do Dio Gre Ro de ceo arent, 200 Traore contented ai ive Decco at qu debe €s- diva Beamon rand, ler pe rnin ven ete oi pico no Ambo ‘Ton Connon jurigapumorns guaanene gue Go por (pete cena deve exert it puta Jenene, uo oceaamere conse. Descente gue ivr wor gut tase dro m cntemersnlade so so de moto sigan, No edo prstsfmnescro No spe pretender ‘ner una eoptc ngen oro cere er fdas Dee odo No ve er qu neces dings dural) pul) om o cond de odor ‘Sines en slg dfetor ua don) s(n, precio in deve Urpin lanlar no conser quay coi ora Heyer ede genes min {ua ququr ons peso oe comengu ais do lf a esa Negra Cando Vat ‘fue a aero accede Reser do conta qu sere do peauento Tider ea ao id, Alam oon Late go scan Hesoge tr evi ata com preoripeysschl (a) (ea sia sci ee "ha cg Gainer moins ipordacia dtd cc" «qoe“seea ener de ‘Dodou caro» quedo de como fran, metodlogament) a compreesio pleaser ‘mada de nod Sn verde te cont pp tao), bom coo elo fer ceeoclio “ua inns cea ners 3 beroeneis” (2 cre, Rl ‘Yau Perc nace Hemi Fae conoconl p5059), Te qc em {re dh"tac”d um drat damocrati, nso sete agen exces, prove [Ee compeens eae «movies or sn eshte elie (pe ens anc Co) ene ps bcs gue esses do pre dn gen Habermst iar spn et) De ola mad, eos onc de que ae “ats hermes (o> Sikes ts oop nda) prc we cata ver ll em eng e ocn Se ‘nats narmerns No upraede,porane, queso que wat: de tents ‘Sto dencrcn Srorndamria jn ben en sees res Guo, OV ‘mnt sn bem if defende ohn Hy que rence Tae ai como, Aly [Ricbsisnainow ssn ro incdsloph sa dum mils coma Bers Sepa Tus pocetsetpno™ Come nr eet snc’ rp alg O ga no pole ‘omer re gun do cor) "et rep ewe a rpnentend as itt ves oto ado prs ear ores de dereriador aia eee etpcme dena Sndng= prt pga és gue cla xs prof GET ciation cogs tlk acs one cc amar dlp ou ‘ha omer no ai semi pe dve aes ‘eerstntor vec verdes gue of ov redo eo arr {hue ees ober cia aa es age ca aque gi" qu ero areata a loge ee foe conss/snpnis vad nes pose: ‘rare cpecnhntnies borne ementnene poco « mnSoaree po {See armene do epor nda danianr por ue oyna eed per os Stara adersinacrum otro oops Qu ca emploena@E> “ ene eComae extn rma ta Ds os i eg wo et Habermas, embor pris 0 proceso politic de formas da vontade lize de disorgbes nfo rela aun segundo plano, eb gualguerhigdes intansgene dees do ieee indamentais ‘Alem dio, a hemenarcanlo quer corgi ou substi gualguer cco epstemo procedimentl.Ipalnene nie preeade concones foe una eo do comberimento gue proce jusficaro elementos de cnt resto empties. A hermenduic nSo pofbe que se fora ea juice ‘tofeplctaio deforma procedural. Soques hermenéusca mio concods ‘ona eiminago do princi pao na comprenso, qué extamente ook ‘mento hermentuic, Em otras paves, ndo sou conta a eo proce mental» afio qo o modo de ser manifexativo da comprenso recede {teri do conbecinen, ‘ que empre diel explicto so as insulins das tess procedimen- talistas habermasianas (que, frise-se, por justica, no Brasil sio retrabalhadas e tora mais avangadas qu as do ppio Habermas), mormente~e ins neste pont se levarmos em conta ariculardades de um pls de made nda ada como o Bal que exige dio exouplenamente comico tua tora du Consign adequada is suas epeidadese uma saga ‘elo «“dcosinsoalia” Gece Tic por tal To Tilo wes confer ‘mocrese, aid gor ps seemirin Manado gu as ology ot eames {a € inpoate,porqe peso examoscorinds nova mista: eco morn, nh Se qu pede moderne adnate ras n lens cmos pst ao igi nib peas deere tora me, oa (nova peeves, cs ‘ended, incl, wt incase tas ce spun dor ao (scr Foon Anat meas or ne es) Ne Na. 12 ‘Autores camo Ralslo Argo comin, caret anbinleate « piglets de abarmas peguza soe se ar Cmrater ems even pepe occa 10 de tiros ar Radamena Por wa pre, Haber dt ste de gi es ‘occ uname uma edema sua dedi eq einem de ‘recede captain igen er compeanisr edit ible at os ole (que compte com ume tea Gedo que garene dit inde yess otk, prec a,oconn dr iene andaene de wt pede tea mwodawrnino plies or ao wo pec denocsna 0 qe eve nq some [ale bver dios sas lip Do ene, a igo de ta too doa "i fice do pecan ¢ rcs So Brads do So Eear mena pe gene {Se dren A pourin smbintete de Haber oto an ion sora dames secre wm doce dade ear de eo sta. Sa connpa be dar aj ‘er ti se site de dts ec cond dng ne ios fandanentat ‘See fund” oleae and Ro ts oo se evel como supa ‘gan se pre de conclo erniranente ano fs vee spe CT he Rednge Ei concen se derchor ser frames, Bog, Usieded Naa oO Leni tai Sek serventiva a jurisdigdo constitucional, sem car, & evidéncia, no “ativismo jdicial’'3 que, als, ter sido praticado &s avesss em terrae brasilis, conte buindo para a inefetividade dos dzetos fundamentais sociais. Entendo, pois, «que podem ser fitas virias objegdes&teoria do discurso (procedural) haber- {baslana, asim como s diversas teoras da argumentagio ~ mormente ba a recepsio no campo da operacionalidade do direito~ e ua interpretacio feta [Polos meus diversosexitcon. £0 que busco fazer na cogiéncia, 13 Proerare mostra que tangs de gu defend “avsmos aca” so tcamente dey frponnds pore eabnbando deb ato com o premapstos ds herent lo Fen manne drihonaindades on cine, pee ips aio de gue aber ‘aves dave a qualges frm era, Paras beta ata Intra no tem 1210 de Inee Hermes Jur em Cre ~ Un explora hence dcop do die (Dread, Pore Alege, Livi do Advoado 2005. HA via sre de euloce confides etede tem aevsee” Tor enna Abra Sours Crus Pace constucoal ee ies dee undamentae Sapna, oe Adi Late or). Hermentatis ursio ‘Siocon Belo Horaonte, Bel Re, 2691) bcs soba 6 avo da jersproinci de ‘Store etn) pation sn» He de autre como Alesy ay aplicacto da Conse (Gonizrrs de tle), wlzenda paral wor pocedmentalhebermaszn, No rerio ‘Woo. tater fxs evade ma eis 4 lng de concen, no ao subsoncalno ‘fiodindo ative com sandals 14 Herendeen Posh de Soper do Pasian pel (Noonan Thmote Leno Lae Sel Leonel Soro Rocha “Coa, Siena Socks ern or Alege Lara do Avogas in Leopold: Cais. 2005; Dien foo ale aan fas disso i Tare, Helena, Doe (Bere nor rae dope edo pada coiemporneos Barer Mana 205 16 Capitulo 2 Constitucionalismo e democracia: 0 valor da Cons- tituiggo e o papel da jurisdigiio constitucional em paises de modernidade tardia. 2.1.A Constituigéo como um paradoxo e 0s “dilemas” do constitucionalismo ~ a tensio (inexorvel) entre juris- digdo e legislacio. | discussio do constincioaliemo implica o enfrentamento de um paradoxo, representado pelo espeilissino modo como esse fenémeno & Engenirade as histone modera-contemporines. Com feito, CConstituigio nasce como um paradaxo porque, do mesmo modo que surge como exigéncia para contro poder absolito do rei transforma-se em um Indispensivel mecansmo de contensio do poder das maioris. , pois, no teaconto de caminhos contraditrioe entre que se desenha oparadavo do Consttucionaismo. E é na constrago de wma férmala abarcadora deses ‘mecanismos contramsjoritros que se eagendra a propria nocto de jurisd- Glo constituciona, percorrendo diversas eapas até o adveno do Fado Democritico de Direito. E talver nese aspect ~a exiténciafexgtnca de ums regracontramsjo- siiria ~ que resdao grande dilema que aavess a democraca naguilo em {que esa a democraia = inca, no decorrer da histsiacontempurdse,pro- finda aizes no dieto (constitciona), tendo com ele rm incomensurivel debito. nese pono, ai, que Lawrence Tribe come su influent tratado sobre diveito consitacional (American Constivitional Law), 20 procurar taitentar ese dlema fundamental epresentado pela dicérda entre a pol a majoritrae os anteparosprevios no texto consiucionsl em sua forma is bisca, a pergunta por que wma nagho que findamenta 3 legsidae fobre 0 consentimento dos governs deciira conti sua vida politica v Leo tae Seek ‘mediante um compromisso com um pacto/acordo original estruturado delibe- radamente para difcultar mudancas? ‘De diversas maneiras este problema tem sido apresentado, aduz Tribe, indagando: como se pode reconciliar 0 consentimento dos governados com a garantia de umn consentimento ulterior mediante uma convengio constitucio- Sal? Por que um marco constituciona, ratificado ha. dois séculos, deve exer- Cer tio grande poder sobre nossse vidac atuais? Por que somente alguns de nnosios concidadios possuem a faculdade para impedir que se facam emendas 3 Constituigio? A revisio judicial, quando esti baseada em uma lealdade ‘supersticiosa em relagSo a intengio de seus criadores, ¢ compativel com a soberania popular”? ‘Se se compreenesse a democracia como a prevaléncia da regra da maio~ a, poder-se-iaafirmar que o constitucionalismo é antidemocratico, na medi- dda em que este “subtrai” da maioria a possibilidade de decidir determinadas ‘matérias reservadas e protegidas por dispostivos contramajoritérios. O deba- te se alonga e parece interminével? a ponto de alguns te6ricos demonstrarem i smn Cnt enn ee 7.9.28 ER tee com ne ein a en ey SE sale Ss ales tos ar ores Sree a sage oe gia Seca Bot a Rae en Sarin ite cata ers cape aa ce Be ar, ete Sep ene Sat ene ln tnd cca ae so etait, pe mec tf ws SeTiimiine, Wena yore Sat tne ep Seid as ale iy do cto sb de eo be Tapa a conan ac ce ane Eanes bh a are, oe Nc yn Gon Gena er "gi etait Chae et Soe Ct dt tent ens trace sae etait ge fo Testa A, Tepe Pennants Serva See sa cmc eat ar eta fr Sores, Sopa Ap aioe ean Ye iene te ear ed Ca ee 2 3 18 Vente» Consens conse, Hermenésn «Todas Discrras, a pone} ace de openan cores direo preocupagio com ofato de que a democracia poss ficar paalisada pelo con Tramajoritarsmo constituciona, e, de outro, o firme temor de que, em nome (das malorias, rompa-se 0 dique constitucional, arastado por uma espécie de etorno a Rousseat ‘Daf que, desde logo. considero necessnio deixar claro que a contrapos lo entre democraca ¢ constitucionalsmo é wim perigoso reducionismo, Nio oss por outras rzdes, nfo se pode perder de vista o minimo, ito é, que 0 ‘Parade Constieuclonal 36 existe © tornow-#e pereno a partir @ por meio de um ‘proceso poltico constitucionalmenteregulado (Loewestein). Ne verdade, a ‘irmagdo da existéncia de uma “tensio”ireconcilivel entre constituciona Tismo ¢ democracia é um dos mitos ceutrais do pensamento politico moder- rot que entendo deva ser desmi(iicado. Frise-se, ademais, que, se existic “lguma contraposgio, eta ocore necessariamente entre a democracia cons- ‘itacional e democracia majoritéria, questio que vem abordada em autores ‘Como Dworkin, para quem a democracia constcucional pressupde wma teoria “A regra contramajoritria, desse modo, vai além do estabelecimento de limites formais is assim denominadas maiorias eventais; de fato, ela repre- senta a materialidade do micleo poltico-essencial da Constituicio, represen tado pele compromiseo ~ no caso brasileiro, tal questo est claramente expli- ‘Giada no art 3da Consttuiggo ~ do resgate das promessas da modernidade, Ge apontari, 20 mesmo tempo, para as vinculages positivas (concretizag20 {dos direitos prestacionais e para as vinculagdesnegativas (proibigéo de reto- ‘cesso secal), até porque cada norma constitucional possui diversos fmbitos hcacais (uma norma pote ser, 30 mesmo tempo, programstica no sentido ‘sic, de eficdeia plena no sentido prestacional ou servir como garantia para “Gack Man, Bigoto Coon Bao Horan, Del Ry, 202 Seen af drat Sats, Ton 197, Cava No ene Cone rs anocraia I Maks, Astonia ©. Movi or), “onus « Der (Sa So Pi Max Lita, 20. Eons op. cp 218 Fe ead im: qui de Pic. Sk Pau: Marine Fees 2000p. 9 = Crete ts Uim ena tain ers ua ema ae ewe mo ce pao como ns Je canna rece een fl kori ia eae sr etetemcr eno permanent ens ca uma et TETRIS CEiIn cor reteset demoed aces or eee gre eo nyc emanated sce ~ sch repjoalcak ae eh elem de Mor [ov ne 8s rs do sa «dCs ator earns dices hares Pre See, Liana Go Adropnn 2002 p10. 1 sgaramtir 0 eidadio contra os excessos do Estado}? Por isto, o alerta que bern representa o paradoxo que é a ConstituicSo: uma vontade popular majoritiria permanente, sem freios contramajoritiris, equivale & volonté générale, a ‘vontade geral absoluta propugnada por Rousseau, que se revelara, na verda~ de, em uma ditadura permanente [Nao hd divida, poi, que o Estado Conesirucional representa uma férmu~ Inde Estado de Diito,talver a sua mais cabal realizagio, pois se 2 esséncia do Estado de Direito é a submissdo do poder ao Diteito, somente quando existe «uma verdadeira Constituigdo esta submissio compreende também a submissio do Poder Legislativo, nos diz Prieto Senchis, aduzindo, ademais, que ico nio deveria constinuir qualquer novidade, uma vez que jé em 1966 Elias Diaz se perguntava se no Estado de Dizeito havia base para o absolutism legislativo sua resposta era categoricamente negativa: 0 Poder Legislativo estélimitado ppela Constitwigio e pelos Tribunais, ordindrios ou especiais conforme os sste- ‘mas, que velam pela garantia da constitucionalidade das leis? [esse contesto, ¢ levando em conta o forte contetido contramajoritirio presente nas decisBes advindas da jurisdiclo constitucional, & que sustemto a tese da absoluta possibilidade de convivéncia entre democracia e constitucio- naliemo, Mais do qua isto, a Constituiclo, nesea quadra da histra. a partir da revolugio copernicana que atravessou o direito piblico depois do segundo ‘pés-guerra, passa 2 ser—em determinadas circunsténcias ~ condigdo de possi bilidade do exercicio do regime democritico, naguilo que a tradieio (no sen tido que Gadamer atribui a essa expresso) nos legou. Afinal, a Constiuigio no obstrui a democracia, questio que jé estava bem clara nae eriticas de James Madison a Thomas Jefferson. Pelo contririo: regras contramajoritérias nfo sio necesseriamente ataduras, mas podem, stn, vir a promover a iberdade, dizia ele. A tete de que, pela regra contramsjor: 7 Tambim ness sont ver Sarlet, Ingo. Hfcicia des Direies Fundaaventas, ed. Port Alegre: Unraa Advogeo, 206 CoD pina, Kath saver gue Routan sm prceber deseeadeo evolu et tment om boc de tm vera Extn, Bsa # vide da mor plc. os ‘av encontando o Endo oa revlugo permanente: 9 manta lepsiade A vonrade tra que aslo lr ecg, in bre sao Serna plo snp ito dee {i esempreetaeate—oque sever Avance ul gue no lr excgeo¢3 enero purse snpls, Assn asbeaciade Rowan vlna Para pone Econ {E rewluclo permanence gue aa Eaao semen CE Kove, Relahar. ates ¢ (he Tn ce Lacan Var Bess Ctl rane Ri amin ER S0002001 pp. Ae 9 Cf Poets Sanchi, Lie Nescoacionallmo y pondsracion dial. I: Neocon ‘aco Edc de Miguel Catone Madi Toma 2003.23 2 ‘este Conant consi, Harmen e Teas Dicuss ‘a posta needed espomecometas em So téria — a explicagdo vem nas palavras de Holmes —, 05 vivos passam a ser ‘governados pelos mortos igualmente jé encontrava em Madison a necesséria critica, Com efeto, por uma parte o repidio ao passado ¢ uma espécie de espa- ‘da com dois fis. As decisées atuais, comadas tendo em mente o futuro, logo pertencerio ao passado. Eo mesmo Madison pergunta: se podemos estabelecer ‘que geracdes subseqiientestatario com soberano desprezo nossasescolhasfei- {tas pensindo no futuro, por que haveriamos de pensar mais no fucuro do que ‘no passado? Desejamos atuar de maneiraresponsivel acerca das geragdes suces- sivas enquanto tendemos a rechagar o eonceito de que as geragGes anteriores ‘io por nés responsiveis. Porém, & congruente adotar essa atitude? A resposta dada por Jon Elster, em forma de paradaxo: cada geraso deseja ser live para obrigar as suas sucesoras, sem estar obrigada por suas predecessoras 10 'Na realidade ~e a tradigdo que engendrou o consttucionalismo nas suas diversas fases aponta para esse desiderato ~ a democracia constitucional & 0 sistema politico talhado no tempo social que o vem tornando a cada dia mais ‘numano porque se enriquece com a capacidade de individuos e comunidades ‘para reconhecer seus prOprios erros, como acentua Holmes. A Constituigéo é ‘uma invengio destinada i democracia exatamente porque possui o valor sim- Dilico que, ae mesme tempo am que atagura o exarcicio de minorias e maio- rias, impede que o préprio regime democritico sejasolapado por regras que ‘ultrapassem os limites que ela mesma ~ a Constituigdo ~ estabeleceu para o futuro. Esta, aids, é «sua prépria condicéo de possibilidade. Vejase, ea lem- branga vem novamente de Holmes, que Locke, Kant e tantos outros aprova- am as regras constitucionais duradouras ainda que no inalterives. E assim fizeram porque reconheciam que tas regras podiam fomentar o futuro apren- dizado, Os mortos ndo devem governar os vvos; devem, sim, fiiar aque os vivos se governem si proprios"! Por tudo isto, a discussio acerca do constitucionalismo contemporineo ~e de suas implicagdes politica ~ é tarefa que (ainda) se impoe. E essa ques to assure especial relevicia em um pais em qae as promessas da moderui dade, contempladss nos textos constitucionai, earecern de uma inaior efeti- vidade. Daf a pergunta: come relegar s um seguado plano as promesses que fizemos a nds mesmos (para utilizar as palavras de Frangois Ost, em seu "O Tempo do Direito")? 0 Gh alme op ce 928, 1 mdr. 202 2 io Le Sree [Nesse sentido, torna-se fundamental discutir, para uma melhor com- preensio de toda essa problemtica, 0 papel da Constituicio e da jurisdigéo Constinucional no Estado Democritico de Direito, bem como as condigdes de possibilidade para a implementacéo/concretizagio dos direitos fundamentais- fociais a partir desse novo paradigma de Direito e de Estado. Parece que a insergo da Constituigo na noglo de paradoxo ~ pelos “interesses" contraditérios que nasceu para albergar ~ raz implicita 2 discus- sio da problemtica tensio entre leislacZo jurisdicéo, pela simples razio de (que a primeira é fruto da vontade geral (majoritéria) ea segunda coloca freios ‘nessa mesma vontade geral, sendo, portanto, contramajoritiria ‘Afinal, a evoluglo da Teoria do Estado ~ que ndo pode exist & margem da Constitwigao (Bercoviei) ~ implica o sargimento da “poltizagao" da Consti- ‘migio. Do normativisme consticucional saltamos para a Teoria Material da Consttuigdo, Este é 0 momento da imbricasdo entre Consteuigao e politica. E 0 Fstado Democritico de Direito serio locus privilegiado deste acontecimento. Por isso, & possivel afirmar que a dimensio politica da Constituicio nao uma dimensio separada, mas, sim, o ponto de estofo em que convergem 35 ‘alain Ebon edo i. no ate se Pode oiiio "nero efor” até de we ons stm cons de pan een, Coo bem asin Rixrdo ened, stale id clade prot por gsm evra, pode de ua dd mine te eonhe (Sin nto cae equvocas mpreni de ques slo dos als elles ola come ‘mpc mado] sesiodeq oSTR.a mais core do yas, tose gue di, No cabia SERED SEfsntar cums onal sree de aria mss sa obs Seva ao Soacasnconerecn, pis a qe conceroe on mann slevs cua erential pra decretdh ‘Banimes en coin Lagan sien omum ou propio STF etn competi yt Sc [ire contin cepacia” A efor foil a pliea Tendénciae ders, Fl de 80 Pula 4331 deranged 2007), Acecenteve genre as hips de prs mando pre- ‘nt be Const no opt "end legends Sb oo pero. eso € nos {rocional no somonte onque nts 3 paramatneidde goers. os. Rndavatalent {orev alrapes lie da lao ere ov Pods da Replica, conaicusndo-s em um ase acd reg "democratconsaraonale” Venda Consens Hemendv « Teo Dacuias ‘a posiiade beta de ropestar caret om isto uma pauta para alterago das estrutrassocais, uma ver que 2 CConstiuigao do Brasil reconhece as desigualdades, colocando & disposgio no ‘acto socal (We the people..) os mecanismos para aleancar esse desiderato Trata-se de uma clasula transformadora permanente, isto €, a Constitugio do Brasil vai incorporer os conitos que antes eram ignorads pelos juris caro que tudo isso se apresenta na contramto do procedimentaismo habermasiano ® De qualquer sore, repit, preciso deixar claro que, apesar das crtiasdirgidas as teses habermasianas, mio se esté negando a contribui- sf de Habermas ~e tampouco de seus pricipais seguidores no Brasil, como ‘Kiva Souza Cruz, Marcelo Catton, Ciudio Perera de Souza, Rogério Gesta Leal, Lucio Chamon jr, Menelick de Carvalho para a reflexdo sobre temas soxias, politicos, uric, ee. Seu trabalhos nos diversas campos do conhe- cimento e das priticasjuridicas sempre tiveram ~e tém~ como norte a forta- Jecimento da democrcia eda forga normativa da Consus. Claro que existem divergences, quando, por exemplo, 25 teorias procedi- smentais sustentam que o conteédo das Constituigbes (ou 0 escopo da Jursd- (fo Consttucional)sejaHimitado a prever (ou 2 asegurar), esencialmente, Jrocedimentes que etabelecem os meis eas garantias para a adosio de dec- es coletivasO problem, poi a advertéaciaé de Bercovici,falcrado em dco de Vega Garcia, é2 auséncia cada vex maior do elemento democritico como jstificador da lepitimidade,redutdo, com o auxio das teri proces- ‘uns da Consituito, a um simples procedimento de escola de governantes3? ‘Nio podlemes esquecer ~ ¢ esta questo se apresenta com absolut rele- ‘aneia para o Brasil, em que di-a-dia correm novas emendas a Consttigéo {projetos deli objetivando desreulamentagées no plano da intervengio do Estado e dos direitos trabalhistas ~ que as teorias procedimentais da Cons- tituigi costumam ser apresentadas como escatéga de desiurdificar 038 que, nos paises centais, entendida como forma de favorece 0 racionalismo © 0 Sa CL Vina, ais Werack, ati d alin estcionlomo demerit « wpa (Go de pores demo 0 Te Pees ne Bran Lale Werneck Viana (Or) ‘Unc! TUPERS, FAPER), 202. St Pema seein compretso do pszment de Hubner Iara dees 32. GF ARAUIO Js Antonio Enver. Le Contain como Posey Debra Cio. i pp 19-1 35 Coniam anal Bolan de Moris (Asctias op. tp. 95)."Malgado «despre pbco ‘Spomads plc cntucoaiano de i muta, ped mao mas aad deegiianes Etnies po souls espensiv pms mpi ncpciando~a Qe oars price SNS Uina Soe resign dove seep ara qve esae caper 39 ars cer para objeto dopa ques modede apes os ges" Universi¢ade do Pe Inslitito de Ciénoias Juridic® fioteca pluralismo juridico, ampliando, para seus defensores, o espago da cidadania. A conseqiéncia é que a Constituiglo, assim examinada, no mais poderia pre- tender regular as sociedades complexas da atualidade, devendo limitar-se, portanto, a fixar a estrutura bisica do Estado, os procedimentos governamen- tais e os principios relevantes para a comunidade politica, como os direitos e Iberdades fundamentais.4 Ora, nko se pode esquecer que a desjurdificacko, especialmente em pal- ses periféricos como o Brasil, deve ser entendida de modo distinto do que nos paises europeus ou nos Estados Unidos. Ali, aqui ocorre o contririo, como ‘bem assinala Marcelo Neves: a desjurdificagso, bem como a desconstitucio- nalizaglo, favorecem a manutencao dos privilégios e desigualdades. A desju- ridificaglo, no Brasil, nio amplia espago da cidadania, uma vez que, enquan- to.a Constituigio néo é concretizada, nio hé nem um espago da cidadania.%6 ‘A Constituiggo nio trata apenas dos meios; cuida também dos fins, que, exatamente, caracterizam o seu aspecto compromissério e dirigente: 0 desen- volvimento e a superacio das desigualdades regionais,previstos no artigo 3¢da nossa Constituicfo, que encarna a obrigagio da construgéo de um estado social E nisso reside o papel transformador do direitoe do Estado, assim como a necessidade da rediscusséo das condigées para a compreensio do fenémeno representado pelo paradigma do Estado Democritico de Direito. ‘A efetividade da Constituiglo &, pois, agenda obrigatéria de todos os jurists preocupados com a transformacio de uma sociedade como a brasil ra que, em mais de cinco séculos de existéncia, produziu pouca democracia e ‘muita miséri, fatores geradores de violéncias insttucionais (veja-se a repres- sho produzida pelos aparelhos do Estado) e socais (veja-se 0 grau execerbado 4 criminalidade) [As diversas concepoSes teéricas acerca do modo pelo qual & possivel alcancar esse desiderato, os limites do papel do dircito do Estado, tém 0 ponto de saa na Constituicdo, que, independentemente do grau de recepcio 3H"Videambim PARIA Jot Eduard, © Dino na Economia Gaba So Pa, Mallon, 1998.90. 32°8. GE bere, Gero, Degulider Reponsc Eeado « Conia. Sto Pale, Max imnad, 200 pp. 291-20, A probes a Congo drgene gue cone: ‘obre 9 cas basi. Revi de Inormasto Lainie 2 42. Bru, send Peder, ribo de 199, np. 40. segs: Canoohn, Gare. "Reveros Romper cm a Casio Dingent” Defender Conmaconlsmo Moraimene Refexna RY CDCCP 315, So 36 Neve sid, ar Beco, Detalles op Conse, Hemen¢Ters Dis a poullndaenin eros in ‘em cada Estado Nacional, possi um sentido forjado na tradiao (revolugto ‘opericana)exsurgente a partir do segundo pés guerra. ‘Sea vontade geral sofre um “encurtamento” em detrimento do “alarga- mento" do espago da jurisdigSo consitucional - questo que ¢decorrenre do Cariterinterventivo assumido pelo dreco (consitucional) nesta quadra da hiséca - parece de fundamental importincia discutir “ese cariter herme- nbutico” que atravessa a metadaloga do direto, “Afinal, em que medida democraca « consizacionalizma so compat ‘eis? Quis os mits dajurisdigfoconstituciona? Corrend sempre o isco de Simplificar, 6 posivel dizer que énessas pauts que substancalsase procedi- rentalstas calcam at suas razdes. Mas uma questio deve ficar clara desde logo: as divergfncias entre at posura substancaistas (que acoplam & nocio de Estado 0 conteddo material das Constiuigdes que apontam para a mudan- {9 do status quo da sociedade,colocando grande énfise no papel da justica Consinacional ma efevacSo dos direitos Fundamentais-sociai) e procedimen talisas (cleadas na nogfo de democraca procedimental propugnada por Jlngen Habermas, mormente em seu Dirito e Democracia~ entre faticidade ¢ validade) nao podem opt-las a ponto dese pensar, por exemplo, que osubs- tancalismo nao é pluralista ou que o procedimentalismo poss ser reduzido a tama perspectiva meramente “formalist ‘Tampouco se pode pensar que uma & democritc, ea outta no, ou que x procedimentalistasndo esto preocupadas cm a concretizasio dos direitos fandamentaise com a preservasio da Constiticdo. I possivel até dizer que alguns defensores das teria procedimentai tm 1uma posture mais avancada que ado prdpro Habermas, talvezem face do pr prio conteido da Consirugio do Brasil ou pela especiiidades de uma justi- {aconsttucional que pratica self restranting onde no deve (ex, 0 esvaria- ‘mento do mandado de injuncio) Por ride isto, a divergéncas no podem, jamais, tar dofoco a neces dae da preservapto da ConstiigSo Brasleire de araques revisioniaas de tentaivas claramentegolpstas como a convocario de uma assembida const! tuinte exclusiva (sic), que transformaria o Brasil na primera democracia do smundo a praticar haraquir isticciona ‘Se existe algo que une substancialists como en ¢ procedimentalistas como cite por todos, Marcelo Catton - (eja-ce, para nt, 0 “Manifesto Republicano Assembléia Conseuinte é Golpe” que capitanearos)” & a dee 37 O Monies es dene om wrong tendo inant pls pips hrs do Leo te Srck 0 da democracia, dos direitos fundamentais e do mticleo politico essencial da Constituigda, Nossas divergéncias no obmubilam a contradicio principal, pois, Os caminhos € que sio diferentes, E estes so diferentes porque calcados em paradigmas filoséficos dstintos. Daf o esclarecimento necessério: 0 debate ndo deve criar falsas questdes ce demonizagées de teorias, deixando que perspectivas por vezes reacionérias sobre o dizeito (mormente as que advém da dogmticajuridica ~ da mais con- servadora Aquela que se pretende crftca), venam a “pegar carona” em uma ‘ou outra perspectiva. Dito de outro modo: apesar das divergnciasteéricas, ninguém pode, por exemplo, apoiar-se no procedimentalismo ou no substancialismo para justifi- car posturas self restraiating do Supremo Tribunal Federal para negar direitos fundamentais. E tampouco para incentivar decisionismes e arbitrariedades (caja origem esté na discricionariedade positivist, da qual a hermenéutica ea ‘eoria discursiva sio inimigos figndais). 36 Capitulo 3 As erfticas & concepgao discursivo-procedimental habermasiana. 3.1. O problema da ética no discurso e a insustentabilidade do conceito de mundo vivido. ara além das objesdes jé apontadas, entendo relevante registrar ~€ con~ cordar ~ com as principais eriticas feitas a Habermas por autores como Karl- ‘Otto Apel, talvez o principal eritico de Habermas. Nesse sentido, penso que ‘Apel! é feliz ao se contrapor & posi¢fo habermasiana que propoe eliminar toda ‘a dimensio ética da teoria de discurso, verbis “a maior dificuldade para a minha terceira tentativa de argumentar, com “Habermas contra Habermas parece consistir em que, na Gltima e princi- ‘pal obra de Habermas, Direito e democracia: entre faticidade e validade (Caktziit und Geleung) 0 projeto de uma ética do discurso, que nos vin- cla, parece defintivamente dissolver-se"2 ‘Mas Apel, ao fazer essa critica a Habermas, tem em vista, primeiro, @ auséncia da dimensio transcendental da pragmética universal (habermasiana). (0 filésofo trabalha com uma espécie de duplo discurso, no qual a pragmiitica ‘transcendental constitu a dimensio bisica de qualquer discurso argumentati- vo, através do principio da autocontradigio performstica, Desde sempre, ‘quando emitimos noses enunciados, estamos operando com estz dimensio ‘io explicta que é base de qualquer discurso,seja ele de cardterassertérice, “CL Ape, KarL-Oe. Fundamestacéo normutiva da Teoria Crt: recomend & tice do ‘tude vine seo da a do Dc! i Morin Lal (0) Com Haters cone ‘tena Slo Ps Landy. 2006 pp 23 se: 201 © 8 12 Verse as percames dnc desde ea, ba Vr qe Tiberm cone a e08 (turin dr deere ecm, prgu est altima a noe hn dee que rum coe banca). ao debanda epg ps cane ner a OS eno Lis Sch em que falamos da verdade e da falsidade, ou de cariter pritico, em que deci- dimos sobre nossas escolhas entre o que ¢ bom ou no. Em toda deliberagio fem que nosss racionalidade exprime a vigéncia da liberdade, sempre trabalhs- ‘mos com esse 3 priori que & 2 base de todos os enunciados descritives e dos cemunciados prescritivos. ‘Segundo Habermas, 0 principio D? do discurso no traria consigo ‘nenhuma dimensio ética imanente; ela seria acrescida ex post, de uma manei- ra exterior. Apel critica de modo muito forte 0 fato de o elemento ético se apresentar como algo "colado” posteriormente, Dai a sua objegéo: ou o discur- so carrega em si mesmo uma dimensio ética, no sentido de que é no préprio discurso que estd implicto o elemento que vai além do discurso, que o impe- le para a dimensio do reconhecimento do outro, da intersubjetividade, de estarmos compromeridos em uma dimensio prévia, ou nio ii como trazé-lo posteriormente. ‘A-escolha de Habermas do conceito de mundo vivido e a transformagio esse conceito reduziram o fundamento que Habermas quer dar ao discursoa uma dimensio de cariter sociolégico ou cultura‘ porque compreendew o mundo vivido simplesmente como um fundamento, representado pelo hori- zonte da cultura, pela cultura como um fundo inesgotivel. A escolha do con: ceito de mundo vivido,além de ser feita a partir do campo da fenomenologia ‘transcendental de Husser!~'portanto, ds filosofia da consciéncia ~e além de ser uma escolha de um fundamento de uma teoria epresentacional, 6 um con- ceito convertido por Habermas em um discurso apenas pragmético-empirico. Esse pode ser 0 ponto que prende ~ de um certo modo (e essa questio sera 3 De szardo com ene principio habermavana, podem pretender vaidade norms qu poem ‘cont twninente 6 oso poeniei aingior na meds er que tes pra ‘ence acon 4 Ports, Mauri Fema (Mion del herent, Madi: Ediciones Ala 200.380) ‘dtr qo oe lo por qu aio una slg pd contin ml que aber ‘ed tao pare conegus verde ue una cocannonlo-tara A scl so crn ologi, o oe deca maditarane 4 meet dota, como parce seer {cars herent foie, Pore ce satars do nner Vereen, de Sckineracher ‘Sane, morta coms bemendetie aioe sens B,scemas, oie fx a er) {retingo cna tow ecthete, sla su supeorade, ao mena sa witoide, pe ‘Since porque wage gue nos tem ade cast srt slsconaa sm soe Imomentor mas levado po zo mexno 6 mar atriade Na maida em que = aie € “Giragoe medal contem flames sm moreno cic, Que er to Lebel {ej rtorl wai neces pre roplrs laia com 9 resent como Masog) € om ours aes quem pos chem fads pla tn tempore que e232 EO) fs aerdde celal (como a eiolg Porte ato ie comport ve 9 ate $o fe om dh ssc ole aera come tc primo som ie ene 38 era «Coe ons, Heron Tee Dict Dupont nein de eps core min shordada na seqéneia)~0discurso de Habermas ao velho paradigma: mundo Yivido, mesmo redesenhado com sofistcadas tintas lingisticas, continua Tendo uma espécie de fundamentum, um senso commum ideal(zado), com fu- ee contrafatuas F por iso que ele recoshece, em Der philosphische Diskurs der ‘Moderne, pubicado em 1989, que, efetivamente, 0 conceito do mundo vivido ¢revrado dsse campo. Ora esse conceit transportado para 0 campo lingiis- ‘deo parece inadequado. Vei-4e que o proprio Habermas reconhece que o deal sera oconceto de ser-no-mundo de Heidegger. Mas ele no owilizc, sob a slegacio de que, no conceitoheideggeriano,faltou o elemento socal (ic). Para cle, apesar de Heidegger ter dado o impulzo para dar entrada no paradigma do ‘mundo pitco este ndo teria coneeguidedesenvolvr o conceit flsifico que pudesse dara verdadeira fandamentagio a politic, 20 direito, et ‘Em rao disso, entendo impossivel~o context de uma realdade ps- safsca ~ “salvar” o conceito de mundo vivido wilizad por Habermas, que forma. horizonte para stuages de fale consti, 0 mesmo tempo, afonte das inerpretaoes, reproduzindo-te somente através de agGes comunicati- ‘as"S Iso demonstra como ele compreende Heidegger de forma inadequada (@ Apel, nesse sentido, é mais heideggeriano do que huseriano) e como per- ‘manece inserido na teoria da representago, ainda que tentedistaré-ae fale da viragem lingtsica,fcando, assim, aguém do que se deveria esperar de ‘uma teflexio que abrise a dimenso filsdfca na qual se move todo o dscur~ 0 humano, que é a dimensio hermenéutica, ‘Habermas considera que, no conceit de ser no mundo, alta a dimen- so social, coletiva. Nisso reside, por exemplo, o preconceito de Habermas conera Heidegger, els race que so sobejanente conhecdase repetias, actitcamente, pelos critic de Heidegger. Exc preconceto€ reoroduzid por ‘onsiderivel parte dos estudioaos de Habermas. Or, a abertura paradigms ta que incroduz 0 mundo petic feito por Heidegger vai bem além do que tensa Habermas, ue permanece no mundo da construc iealzada de uma Situago ieal de comunicagh, que refoge di nogto de uma razio prticaS de TE Fiieras Dio « Doma Jp. Al Veen ej Ue Calamaro Gre st num manent de contunewelafviacho ds vaide, Porno, 0 conto de “Snood opot unlger boa (Wares und Menge Grands imp [aphichentemeaewik TUbge: Mote 1990 p75) Por so mando vie wpe er tafe O son vivian pale = alia {6 Nuon dacane Qisbrmoans bac un fenmect hina ds jules ras Ne ‘forsee posedinetal nbermaiana eve! pober arose eed (Suesntuncasa"verdoe caer materiel “msi qu poe 3° mundo vivido, que, para ele, deve ser afastado (ali, afinal, reside a pré-com- preensfo, que Habermas afata). [Neste sentido, é importante lembrar que essa substtuigdo da razto pré- tica 6 justificada pelo préprio Habermas jé no inicio de seu Fakticitit und Geleung, quando diz que resolveu encetar um caminho diferente, ancando smo da teoria do agircomunicativo:"substtuo a rardo pivica pela comunica- tiva’, que “possui um contetdo normativ, porém somente na medida em que que age comunicatvamente é obrgado sapoiar-e em pressupostos pragma ticos de tipo contractual”. A rarlo comunicativa é assim, uma rato prescri- tiva a posteriori? Veja-se qu, anda em Faksicict und Geleang, o autor deizari claro que a formagio de um discurso de fundamentagdo (validade) sed partir da asoungio ideal de papéis, pratcada argumentativamente, e que se carateriza através de uma reversbiidade completa de todas a perspectives dos paric- pantes, liberando a inersubjetvidade mais alta da coletvidade deliberativa. Auavés dss, ‘0 universal concreto, hegeliano,ésublimado na forma de wma estratura comunicativa purficada de todos os elementos substanciais. 3.2. Um mundo pritico para além do pensado em Habermas. Daf a necessidade de alguns esclarecimentos acerea do problema dessa “substituico da razio pritica” feta por Habermas e suas conseqléncias para © direito, entendido como um saber pritico. No plano filosdfico, Habermas realmente deu um passo importance na medida em que pasta a substtuir 0s dois defeitos da filosofia até ele: o fundamentalismo kantiano e o holismo hhegeliano. E mostra como isso ¢ construido a partir da teoria da representasio e da teoria da consciéncia solipssta, colada, autista, A superagto dessa cons- cifncia solipsista pode ~ e segundo Habermas, deve ~ ser substicuida por um universo de comunicago em que nZo se comunicain individu solipsstica- ‘mente, convictos cada um de sua posigéo (seria a razio prética), mas em que opener tala prom ‘enlineae que opontard pas core do enuncind ou paras verdad (do duc), oe Toivane» pop dscusio sara de ‘alge Sea, pos wns demonsoaia fara demons lgi-ddutva, 0 qu ea lar con eis de que Seu proj Vise 3 sti de uma rotmativdage dives ta take pric Nene sentido ve» estes de ‘ret, base Cam Habermar conta Habwems pst 177 ee Nese serado, ver Mover, Lat Diretot Normale Inv Dic ¢ Legtinidde sn (Chetopte Mare las Manes ~ ng) Sie Pao: Lan. 299,152 0 -—— Verda Cons ens Herendeen upside ncn egerar ea ia 0s individuos coletvamente trabalham sempre jé com a antecipagio de um discurso ideal. me ‘psiece ‘Ou sea, Habermas parte do prssuposto que os ats liga &razSo pri- tice so ato solipsistas,ligados &flosofa do sujet, e, ortanto com estruras 13 prescrtva a prior, dependentes de fundamentasio posterior. Com a sube tituigio da raz priica pes razio comunicativa, Habermas epistemologiza a iscsi,» pests do wma fundamentasio previa dos ats do mundo prac, Assim, of atos do mundo pritco dependerfo dessa fundamentacio anterior et, comromtende- individu com pesos pragma con Sua critica & que a rzdopritica, enquanto faculdade subjtiva,prscre- ve de forma concreta as regras de agio dos individuos,sendo que ese egra- ‘mento tem base morale teleolégia, moldando as ages, Eis a azo pela ual 6 substitu arazio pritica pela razio comunicativa, A rozio pritic nio tem © condio de univerilizar nomas de conduta. Somente miximas universal. ives desde a perspectiva de todos os fetads ~e que somente podem se or- ‘matadas em tums sinacio ideal de fala ~valem como uma norma que pode encontrar aquiesoéncia universal e, portant, gerar obrgatoredade. Habermas constréi, assim, uma pragmaica nio-empirca, porque a azSo ‘comunicativa~ que substrl a raza priicaeivada de subjetividace ~ forma. se descontextualizadamente desde um consenso racional, ue fundamenta a validade de um enunciado nomnativo, deade que ese consenso tenha sido aleangado sob condigdes ideas de comunicagio (simettia,liberdade, et) Ascim, a verdae deia de ser contendstica para ser ma verdade como idealizasio necessria, uma verdade argumentativa, atingida por consenso. 'Nio hd fundamentago valida de qualquer enunciado (norma) que ni seja pela via argumentative, insite Habermas, mesmo mais recentemente em Verdadee Jusificssdo. A fundamenacio é prima facie, porque soment acim ¢ ponivel a universalizaio. A presrividee é a posteriori somente com 0 sacrifcio da contextualidade, das diversas ssagoes concretas is quai norma poderia se destnar, foi possvelformatara aa teoria do discurso, Mas, ve se, desde logo, problema decorente dos discusos de fundamentasio previ, citeunstncia que perseguirda teoria do dicursohabermasiana em tods spre, sente reflex: a préviafundamentacio tem um “algo mais" que no pode ser ‘omitid, isto o modo como se dar a discussio acerca das condiées de fin. ddamentagio das necessidades soins (os direitos soias prestacionais, para, diner menos) Pr iso a critica de Arengo, para quem a findameneagio de conceico de diceito social fundamental nio pode realizar-se com a ajuda de a - eo teak uma concepsio abstratae a priori das necessidades fundamentas (0 que ocor- re nio somente em Habermas, mas também em Rawls e Wiggins). “Tudo isso parece ter implicado o sacrificio do mundo pritico, 0 sacrificio dda conteuaistica, que somente entra em campo depois “de as regras do jogo ‘estarem previamente fundamentadas", através dos discursos de aplicacio; dat 6 papel contrafitico dos discursos de fundamentagio, que transcendem o fiti- ‘or ito &, 06 Fatos sa realizam no contexto do discurso da fala idea. ‘Essa antecipagdo de um discurso ideal ~ que objetiva superar 0 discurso solipsista do sujeito no interior da razlo pritica ~ € uma operagio que vem substicuir a metafsice, a transcendentalidade kantiana e outros tipos de ele- tmentos que hipostasiavam a comunicacdo em um elemento fundante ‘Com essa mudanga, Habermas vai utilizar as conquistas de grande parte da tradigio floséfica para estabelecer a seguinte questéo: 2 interagao dos indi~ ‘viduos somente é possivel mediante uma operagdo antecipatéria de uma fala {deal que nunca vai se realizar efetivamente do modo como ela idealizada: cla vai se realizar de maneira precisia, através de rupturas maiores ou men0- 10s do dislogo. ‘A corresio dessas rupturas ¢ tarefa da filosofia ¢ da ciéncia: € papel da ‘Rlosofia eda cidncia reconstituir a ruptura que havia se instalado, Fess facul Gade nio € de um sujeito forjado a partir de sua subjetividade no plano da rando pritica que regra suas agBes, mas, sim, de miltiplossujetos que agem {ntersubjetivamente formando um discurso de fundamentacio prévio, cuja Fangio é desonerar 0 sueito solipsista dessa tarefa, até entdo a cargo da razio pritica, que estbelece um dever transcendental (morale teleol6gico) de agit. "Em realidade, néo se trata, em Habermas, de substituir a razio pritica; 0 que ocorre & que a ranSo pritica passa a se chamar de agit comunicativo (agora fivre do sujeito solipsista, segundo 0 jusfilésofo alemdo), simplesmente para centuar o lado interativo, dialogal de todas as decisées que resultam da razio p tt, representacional ou consciencialista, através de uma rezio comunicativa, mas que, neste ponto, nfo deixa de ser pritica, porque agora deslocada pars ‘outro lugar: « fundamentagio prévia dos atos do mundo prético ‘Ora, desde 0 comego, essa ra740 € comunicativa porque os elementos gu ‘esto em jogo jé sempre pasticipam de uma possivel fala ideal. Mas para que baja esa fala ideal é precio uma formagio de wontades, que vai levar a cons ica. Entio, Habermas pretende superar a razio pritica no sentido solipsis: SE wrango. Ef concepn de derechos fidamentales op itp 57 2 Verde eConenso ‘Constini, Hermentua Teoria Discunivs a pide ede de respon ores om io situigio desse agit comunicatvo, Ou se, 2 constituigdo do ideal de fala tem como condiglo de possibilidade o agir comunicativo. [Esse €0 ponto nove: ndo mais uma subjetividade, masa propria lingua- gem fanda a razdo pritia. E isso Habermas aplica& sua teoria social. $4 que {sso néo & conguista apenas de Habermas, porque iso decorre de um paradig- ‘ma construido a patir de virios elementos filosficos ¢ lingisticos(teoras da fala, por exemplo) "Entretanto, o que hi ai de diferente entre Habermas ¢a tradigio herme- néutica ow a tradicio apeliana? E que Habermas nfo aceita o a priori prtico; 20 contririo, 0 que ele prope é um discurso de fundamentagao a prior, for- ‘mado independentemente das situagles priticss (ndo devemos esquecer, jamais, que, segundo Habermas e Ginther, para a fundamentacio somente é Televante a propria noma ~ a norma mesma -, independentemente de sus ‘aplicagéo em cada uma das situag6es). Efetivamente, Habermas busca garantir ‘uma findamentagio racional as normas de agéo, s6 que essa fondamentacio se dé previamente, sevindo de “molde” ts agdes cotidianas. Significa dizer que, se a fundamentacio estava, antes, na razio subjetiva, agora ela “passa” para outzo plano, isto é, 3 retirada do “poder” solipssta do ‘sujeito, Habermas contrapée a submissio dos atos individuais as normas de conduta (também nio esqueamee que, para ele, direito e moral slo co-origi- ‘névioe uma vex que a moral precisa do poder de coacio do direito: a exigibi- Tidade dos preceitos moras & 0 que motiva trinsito da moral para o ditto, ‘como deina claro em seu Erliuterungen zur Diskursethif) Por tais razdes, no se pode esquecer que os discurses de apicasio, locus ‘em que estaria“confinada" a razio prtica, somente so provocades apés esta- rem resolvidos todos of problemas relacionados & fundamentago da norma; 6 entio ingressara no cendrio os discursos de aplicacio. isso cria uma e=pé- ce de contradigéo no dizcurso de Habermas, porque ele define dogratica- mente as vegras do discurso ideal, para, no fim, colocar a questio da ‘comunicativa. © problema é que iso ele faz sem a razio comunicativa, por~ (gue elabora, de fro, uma teoria do conhecimento, descritiva e no operativa Repita-se: ele faz sem a razio comunicativa, o que permite dizer que hd uma citcuiaridade viciosa entre fundar tudo wuma razdo comunicativa «, ‘a0 mesmo tempo, estabelecer a razdo comunicativa de uma maneira no- Comunicativa, porque esta € um elemento tesrico-epistem:oldgico, ‘Othandio essa questao a parti da hermenéutica, o estabelecimento da rario comunicativa tem como condigéo de possibilidade 2 antecipagio pré- ‘compreensiva, a autocompreensi, a estrutura do exidado (Sorge).a conscién cia da histria efetual, « modo pritic de ser no mundo, eudo ss jé fen 8 Leo be Sec nando desde sempre. A hermenéutica aceita que hé uma circularidade ineli- ‘mindvel entre nése o compreender, que possbilita a compreensto do ser. Essa dimensio ndo é tautolégica: € uma circularidade virtuosa, porque é nela que sempre desde sempre nos movimentamos. ‘Veja-se, pois, a diferenga em relacio & hermenéutica, em que a razio pr tice niio tem fundamentagio prévia, porque esta se fundaments no proprio ‘modo pritico de ser no munda. Deade sempre jé nos encontramoe em um ‘mundo o qual, ele mesmo, antecipa-nos as possbilidades de compreensio. ‘Afinal, como bem lembra Stein, as condigées prévias que nos sto dadas pela ‘pré-compreensio de ser que acompanham qualquer compreensio do ser Jnumano enquanto é pode servir de ponto de partida que pode ser, por sua ver, invertido, dizendo que, em toda a compreensio do ser, jf temos uma pré-com- preensio do que é o ser humano, Este a priori da compreensio pode tomar "muitas formas, mas com todas elas sempre nos movemos num circulo da com- preensio que, 20 mesmo tempo que nos liberta normativamente para a totali- dade, normatiza a nossa aparente realidade de ser livres 9 E, nas palavras de De ‘Waelhens, o privilégio da compreensio do ser se revela, com efeito, de um tal alcance que ele transforma inteiramente, e até os elementos subjacentes, © lente que dela é dotado, De modo que a investigacio definitéria dos elementos simplosmente comune qua asta ente divide com os outros entes, dos quais ele ‘se distingue pelo seu privilégio especial, torna-se uma operagio que nao con- A adesto de Heidegger ao nazismo nao decorreu de sus pos!- {Ho filosfica Concluir nessa dresio é um equivoco imperdoivel e coloca Bim nadequd nerds scat, pr eer, por Soe Ca, Habermas 0 Dito [sli opi em spel 263 eng 15. Conapo chanasin dew ttor ao pees “no amano” do auto, em fice de unt ‘oulna sundae um dterinado pero histo bands, asin egal {Go ono io se oer sue oo enna cence. Foe 9 cz, 9 que deer do artigo {blind pr Hane a indents samandrio Die Zee de 9 desl e 199. ‘hp Sear and Humans ~ Bp Kreg an der Graze awschen Recht nd Mo’ em eae ‘andes “intervengd humains” de GTAN, sm storia du ONU, na ona leads + {bo pe sect opr do Kove Eapcicaence prs Aleman opi at “Site pe wr pli re, doe 1965, que wlio alm sm dae ote do ‘enna O wee esendees osetia ¢ no fram pwc et» Haberaa oF ‘asp de apo ehumadlerven ana 124. Otalange david edge leo pr Sor mires eudonn de 9m obs, Eno Sin ‘acca ato-plcve “Ar bloga: de Melgper eas tag el ‘ene pobre, com excegso da era por Rudiger Suan ~ Helen’ Um Mee ne “irene Alps i grofananete peas pas que oem, come as Hag Ot ‘arn Heldeggr 2 conn dena ogra, Ot aves Steps spe ‘menos pot ptotincs ma fe opoain,como ade Vitor Fra: Heidegger eo acs: Crlottelnen tendensans peannda dco eden kins, westda Heep ‘Sone sem eres pd perverse do aio aloes, cro = En Soe tine bing de Hedge Eamer maguint onda hedegpea. pres ‘ona cafe tn, posed ver sais cars art de nvesilamaese brea, 33 en Lai Sek em so qualquer sbordagen que se pretend inc acre do fst, por ae peronalzao que no pode nde deve sr persanalizad. Alin & deg Gendo qualguer outs somentro a repeto. Pergante-se a. Stam, Schnideboch,Putl, Ape, Tugendha ou Vato, sob Sere Tempo Tees els iro que 2 maior obra ~on qe seuramente erent sn cn ae imporants~ do sélo 32 poruerecohecem que Sere Tempo nro gue icon o ior ner de ust loses equ trot econ dbo novo paradigm psc eer no mundo (enonenloia herent). doe groans de eer 2) Avegunda nda no fin da gut Por scsi dre ganen ‘© seem da nied, com ep evel gue deem tar dincas «boar e:3 Atria cen rvinds da Frac, no nds ton 5060 com pes denen ¢ etl, aren, ta dea ob 8) & unt od deena pu ne de Vico Fat dee rane edna pl td Eason profs um sees ee tudo, em fvor da onde pnd no Sn do tos 665) neta ens oats ak 50, pacindamene aa m qb ecoece no ff dace» andes Sean yenioe {0 ¢aiamguro de um no pundgns taf de evoaonaie que terpenes ee Sepicierenes SR Te etm efit Pim eo deg pens vo comes. A puget nla shsgernn somal aes 0 ‘in ue OOK we oepei met ene sere tegen thes ton pains ‘meio compl ainda gue ror mt pee Mar aac pl pie ‘ve pes em soto com amon jt de ae cm volumes sees inwme crt, as cr ctl de que uma ues que se acpares com ofoee 4 ete terena vi ob ocoa dost posament® eke Eras, fl sof retro do rine Soro Mepe EDIPUCRS. 197 pe Se mpe, 54 Capitulo 4 O afastamento (do a priori existencial) da faticida- de. A cisio entre discursos de fundamentagao (Begriindungsdiskurs) e discursos de aplicagao (Anwendungsdiskurs) e as insuficiéncias (do prin- cfpio) da adequabilidade. Os perigos decorrentes da recaida da teoria do discurso no modo de pensar dogmitico-metafisico e as varias conse- ‘qiiéncias para a andlise do direito ~ a insustentabilidade do conceito de mundo vivido. ‘A teoria discursiva ~ por sua caraceristica procedural - apresenta com- ponentes muito diferentes da hermenéutica para a compreensio do fenémeno ‘da Constituigio prépria do modelo de Estado Democritico de Direito, mor- ‘mente se se levar em conta que tas textos sto nltidamente compromissarios © dirigentes, ‘Com efeio, enquanto a hermenéutica se assenta na ruptura com o pars digma epistemolégico-representacional, ontologizando-se para abarcar 0 ‘mundo pritico (espago em que os prinelpies ~ compreendidos hermeneutica- ‘mente - ingressam na discussie do dieito),! a teoria do discurso afasta a con- ‘eudistca para sustentar a cisio entre fatoe valor e entre dscursos de justil- ‘a¢40 e discursos de aplicacdo, pretendendo alcancar esse desiderato a pari da instituigio de uma “situagio ideal de comunicagio”, fundada em um “mnundo vivido" que, parsdoxalmente, nio consegue provocar a superagio do paradig- 1 Coo fro no corer ors of principe pio do necconaiucnsino repens to spesars invert co muna pao no eka shesacando, am, 9 mae 6 se (Como tame» spec dor nim denonades prince gi 4 Gta Potn, ‘econ cnsttasons do nov oastacnai) aise conten ema era an Frscso bs repasdo model pili, come sauces open lone aber © "bom justo dio" eet eps to sonar rpresatsem oietodendenao de qulget repens ein eric cm bert ih esa Soo ape) dedagbebrat, nse sm € fer na i ete fo ae 5 Leo Le Seek ‘ma da filosofia da conscitncia (como jé referido, a substituigdo no representa 4 superagio; o sujeto da subjetividade nao tem morte datada). Is0 ocorre, ‘como jé referido, por esse salto que Habermas dé por sabre o esquema sujeito- objeto. Ele ndo o supers. Procura ir além, & verdade, mas o substitui pela razio ‘comunicativa construindo, asim, uma espécie de mundo supra-sensivel Relembremos, a propésito, a propria assertiva de Habermas: 0 mundo da vids forma o horizonte pare situagses de fla e consti, 20 mesmo tempo, a fonte das interpretagées, reproduzindo-se somente através de aces communi

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