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Universidade Federal de Goiás

Escola de Música e Artes Cênicas


Curso: Educação Musical – Licenciatura
Professor: Robervaldo
Aluno: Marcos Galvão Morais

Explicando “Explicação” de Carlos Drummond de Andrade

Explicação é um poema cheio de explicações de si mesmo, no qual Carlos


Drummond se coloca no divã e afirma sua personalidade a cada trejeito e atitude que o
caracteriza. Na primeira e na segunda estrofe percebemos seu apego aos próprios
versos, onde ele se revela, descansa seus reclames, e repousa sua alma na verdade mais
pura. Fala da necessidade de que toda pessoa tem de ter algo que sirva de escape da
loucura da vida real, e possa libertar os demônios contidos na alma. Nos versos do
poema é onde ele pode se libertar e mostrar sua pessoa tal como é, e sendo assim ele
pode ficar mais em paz, pois os versos satisfazem o anseio de sua alma.
Afirmando ainda mais sua veneração, Drummond explica, na terceira estrofe,
porque ele se realiza como pessoa em escrever, e poder ter consciência de si mesmo por
meio do verso. Mesmo sendo uma pessoa realizada em seus versos, ele afirma ser uma
pessoa triste devido a alguma coisa que lhe faz falta.
Ao descrever lugares, atitudes na quarta estrofe, ele continua a explicar com
mais detalhes seus sentimentos de tristeza, sensibilidade trazidos pela nostalgia e
saudade da pátria tão amada. Ele lembra de momentos, de lembranças que o deixa ainda
mais melancólico. São coisas simples que fizeram parte dele em algum tempo de sua
vida e que agora são só memórias, apegos do passado.
Mais a frente na próxima estrofe, ele critica a admiração exagerada que se tinha
pela Europa, na época em que foi escrito o poema, e que ainda é presente nos dias de
hoje. Ele começa falando do orgulho de ter nascido em terras brasileiras e ter
características presentes no viver do povo dessa terra. Depois faz uma comparação da
Europa com o Brasil, onde enfatiza a falta de sentimento do povo europeu, de serem
frios e engessados em suas regras, ao contrário daqui que tudo é uma festa, onde a vida
é vivida de forma integral, e os sentimentos ficam escancarados para todo mundo ver. E
depois do rebuliço, a poeira abaixa e tudo termina bem.
Nas últimas frases do poema ele afirma ainda mais a convicção de seu verso,
mostrando que este tem vida por si própria e não depende do leitor para dar certo.
Seguro do poeta que sabe que é, Drummond deixa claro do começo ao fim, que por
meio do poema passa sua idéia, seus sentimentos e que sua opinião independe da
interpretação do leitor, este concordando ou não com o que diz o poema.

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