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| XADREZ partidas selecionadas de V. V. SMYSLOV ‘Titulo do original sso Izbrannie Partii Titwlo da tredugko inglésa: ‘My Best Games of Chess, 1935-1957 Tranaieted end edited by Copyright by ROUTLEDGE AND KNGAN PAUL LTD. Cope de ‘Aupento Nacen Direitos desta cdigio reservados IBRASA Insure Brastema de Drrusto Cunturar Lipa, Rua 3 de Maio, 365/367 Fone/Fax: (Oxx11)3107-4100/3107-3513 CEP: 01327-000-Sio Paulo -SP ibrasx@ibrasa.com.br WA?WIBRASA COMBR Impresso no Brasil — Printed in Brasil Nota do traduter (inglés) . Nota do tradutor (brasileiro) : . Vassily Vassilievitch Smyslov, por P. A. onary Y. V. Smyslov — 1952-1957, (pelo tradutor) . Preficio ... Partida n 1 Gerasimov x Smyslov, 2 Smyslov x Lilienthal, 3 Belavenetz x Smyslov, 4 Kotov x Smysby, 5 Smysloy x Rabinovitch, 6 Smysloy x Lilienthal, 7 Smyslov x Lilienthal, 8 Smysloy x Botvinnik, 9 Smysloy x Kotov, 10 Ravinky x Smpslov, 11 Smyslov x Makogonov, 12 Smyslov x Konstantino- poly, 13 Smyslov x Rudakovshy, 14 Smyslov x Reshevsky, 15 Rethevsky x Smyslov, 16 Smyslov x Kotov, XT Bondarevsky x Smyslov, 18 Sajtar x Smysbv, 19 Smyslov x Kochg, 20 Smyslov v Steiner, 21 Smyslov x Euwe, 22 Bolelaviky x Smyslov, INDICE 1035 1038 1939 1910 1041 1081 1082 1943, 1013 10 1044 1044 1045 1015, 1045 1016 1046 1046. 1046 1046 1018 3018 ‘Avenruna PD. Defesa Francesa... PD. Defesa India do Ret .. PD. Defesa India do Re Ruy Lopez Defesa Francesa... PD, Defesa Grunfeld Ray Lopez — Defesa Aberta . Defesa Steiliana. V. Fechada . Sistema Cataléo . 7 Defesa Caro-Kann Defesa Sicilian. V. Dragio .. Defesa Siciliana. V. Scheve- rnlngen «+++ Ruy Lopez. Defesa Abert « PD, Defesa Eslava -.-.. Defesa Siciiana ...--- Tuy Lopez, V. dae Trocas « PD. Defese Grunfeld « Ruy Lopez ..-.-+ PD. Defesa Budapest +++ Ruy Lopez. V. Fechada «1. Ruy Lopez, Sistema Tehigorln u 18 15 ae AQSesassrasss Srstsresaa Partida n° Partida n° 28 Smysloy x Kottnauer, 1940 Defesa Sietiana cess 100 64 Ivkov x Smyslor, 1950 Ruy Lopes, V. das Trocas .. 208 24 Smyslov x Denker, 104 Defesa Sicilia 102 65 Uhlan x Smylov, 1950 PD, Defesa fdia da Dama». 211 25 Tolush x Smyslov, 104 PD. Defesa Eslava oo... 108 * 66 Smysloy x Botvinnik, 1957 PD, Defesa Grunfeld « a2 26 Smyslov x Ragosin, 1947 PD. Defesa Semi-eslava 101 67 Smysloy x Botvinnik, «1057 Defesa Francesa ci a8 7 Smysloy x Golombek, 1847 Final = 109 68 Smyslov x 1957 PD. Indo-Benoni . 218 28 Smyslov x Sokolby, 1947 Ruy Loper. Defesa Aberta.. 111 69 Smyslov x 1958 PD. Defesa Grunfeld 220 29 Tavetkov x Smyslov, 1947 Final coe 3 snyslov ey 30 Saysloy x Euwe, 1948 Final us ; eee Seria ceed 1 Smysloy x Reshevs 1948 Ruy Lopez nT ‘32 Smyslov x Keres, 1948 PD... . 121 { 33 Smyslov x Euwe, 1943 Ruy Lopez, Defesa Aberta .. 124 34 Ewe x Smysloy, 1943 PD. Defesa Grunfeld 136 35 Boleslavky x Smyslov, 1948 Ruy Lopez. V. Duras 130 36 Petrosian x Smyslov, 1949 Defesa.Sicliana, V. Scheve~ i ningen ss.» ~ 133 31 Smyslov x Lublinsky, 1049 Ruy Lopez 136 38 Smyslov x Florian, 1949 PD. Defess Grunfeld 138 39 Gereben x Smyslov, 1949 PD. Defesa Grunfeld ....... 140 40 Smysloy x Bronstein, 1949 PD, Defesa Semi-eslava a2 41 Smysloy x Letelier, 1950 Defesa Francesa 146 42 Bondarevsky x Smyslov, 1950 PD. Defesa Nimzovitch 48 ' 45 Aronin x Smyslov, 1950 Abertura Inglésa ... 11 } 44 Smyslov x Tolush, 1951 PD. S154 45 Smyslov x Talmanov, 1951 Sistema Catalio 158 46 Smyslov x Botvinnik, 1951 Ruy Lopez, Sistema Tehigorin 160 47 Lipnitsky x Smyslov, «1951 PD. Defesa Nimzovitch ..... 163 48 Smyslov x Bronstein, «1951 _Defesa_Nimzoviteh 165 49 Smyslov x Simagin, 1951 Abertura Inglésa 169 50 Smyslov x Barcza, 1952 Ruy Lopez, Defesa Clissca .. 173 SI Smyslov x Stablberg, 1052. Defesa Francesa 15 52 Keres x Smyslov, 1953 PD... 18 53 Smyslov x Botvinntk 1954 Defesa Francesa 181 54 Botvinntk x Smyslov, 1954 PD. Defesa India do Rel .... 183 55 Smyslov x Fuderer, 1954-55 PD, India Antige 186 156 Smysloy x Scherbakov, 1955 PD. Defesa India do Rei .... 190 [ST Smysloy x Botvionik, 1855 Ataque Indio do Rel 192 58 Smyslov x Bisguier, 1955 Abertura Reti 195, 59 Smysloy x Trifunovie, 1955 Abertura Rett 197 60 Smyslov x Dukstein, 1955 Ty Lopez. V. Fechada 199 61 Geller x Smyslov, 1956. PD, Defosa Nimzovitch ...... 200 . 62 Smysloy x Pano, 1956 Defesa Siciliana 203, 68 Smysloy x Filip, 1958 Ruy Lopez. Sistema ‘Tehigorin 206 V NOTA DO TRADUTOR (Inglés) © texto russo de Izbrannie Partii, publicado em 1952, contém 60 das melhores partidas do grio-mestre Smyslov, até 0 ano de 1951. Para realizar a edigdo inglesa, considerei interessante com- pletar o trabalho acrescentando uma selegio de partidas entre 1952 e 1957, e ao mesmo tempo, para contrabalancar, omitir algu- ‘mas do original. Realmente, foram deixadas de lado 11 partidas € acrescentadas 18, elevando 0 total para 67. Sempre que posstvel, utilizei-me das préprias notas de Smyslov pata as partidas adicionais, publicadas no magazine in URSS ("Shakhamaty v. SSSR”), a quem aqui deixo meus agrade- cimentos. Do original constam um histérico da carreira enxadristica de ‘Smyslov, pelo mestre soviético K. A. Romanovsky, e um pequeno artigo do préprio autor, comentindo sua atitude diante do tabu- leiro. Para completar 0 quadro, redigi uma nota englobando sua carreira de 1952 até a conquista do titulo de Campedo Mundial. Desejo ressaltar meus sinceros agradecimentos ao Campeao Mundial, permitindo-me realizar este trabalho, Deveras, consi- dero sumamente honroso para a minha pessoa estar associado a0 seu trabalho e apenas espero que a minha pequena tarefa em nada contribua para o desmerecer. © Campedo do Mundo pode estar certo de que suas partidas serio avidamente estudadas e apre- ciadas pelos enxadristas de lingua inglesa. P. Hi. Ceanee ae NOTA DO TRADUTOR (Brasileiro) ‘A histéria de Smyslov, desde seus primeiros passos na arte do xadrez, até a conquista do titulo méximo mundial em 1957, esté relatada nas paginas posteriores. © tradutor inglés, Mr. P. H. Clarke, teve a feliz iniciativa de atualizar o trabalho de Smyslov, incluindo partidas jogadas entre (0s anos de 1952 e 1957 ¢ relatar seus iltimos sucessos, inclusive sua vitéria no “match” com Botvinnik. De la para cé, “muita égua corre por sob a ponte” ¢, assim, sentimo-nos obrigados a acrescentar algo. ‘Apés uma luta érdua que durou cerca de 3 meses, Botvinnik, contrariando a maioria dos prognésticos, reconquistou o titulo de Campeio Mundo, repetindo 0 feito de Alckine. (© desafiante arrancou de forma surpreendente, vencendo as tués primeiras partidas e alterando completamente os planos de Smyslov. Segund> os observadores, faltou entéo a Smyslov aquilo que sempre se constituia em sua grande arma: calma e serenidade, Mesmo assim, recuperou-se, em parte, apés 0s fracassos iniciais © ‘a diferenga, que chegara a 4 pontos, diminuiu para 2; porém ja- mais Smyslov teve oportunidade de a eliminar. Assim, com 0 tempate verificado na peniltima partida, Botvinnik reconquistava © titulo almejado. Nem tudo, porém, esta perdido para Smyslov, pois, justamente ‘com Keres, completaré o sexteto que iri disputar, neste ano de 1959, a oportunidade de enfrentar o Campedo Mundial em 1960, Conseguiré Smyslov realizar a faganha, talvez inédita na his. toria do xadrez, de ser o “challenger” pela terceira vez? Seus con- correntes sio tremendamente fortes, destacando-se seu notavel ‘compatriota, o jovem Tal, recente vencedor do Tomneio de Por- toroz. 13 Para que o leitor possa continuar acompanhando as criacdes desse notivel enxadrista, que é V. Smyslov, tomamos a liberdade de acrescentar 3 partidas recentemente jogadas, incluindo duas do seu “match” com Botvinnik em 1958 (estas infelizmente nao estio comentadas pelo préprio Smyslov), arredondando o total do livro para 70 partidas. ‘Ao concluirmos, queremos deixar aqui registrada a nossa sin- cera convicgio de que o livro de Smyslov, pelas suas profundas observacées, detalhadas explicagoes e, sobretudo, pela indiseutivel autoridade de quem o redigiu, constituiré, sem duivida, precioso manual, que muito poderd contribuir para o aprimoramento do ‘n0sso incipiente nivel enxadristico. A. P. Touro 14 VASSILY VASSILIEVITCH SMYSLOV por P. A. Romanoosky V. V. Smyslov, filho do engenheiro téenico V. 0. Smyslov, nasceu em Moscou no dia 24 de margo de 1921. Vassily Vassilievitch hherdou seu amor pelo xadrez de seu pai, que era um jogador cexperimentado, sendo que aos seis anos ¢ meio jé havia aprendido suas regras e como movimentar as pegas inteligentemente. Aos catorze anos o jovem Smyslov comegou a tomar parte em tor- neios de classficagio e o sucesso assinalou seus dificeis passos no ccaminho dos tornefos oficiais. Como resultado de sua excelente atuago em 1995, nos tomeios de classificagio de verio, no Par- que Central de Cultura e Repouso, Smyslov torna-se um jogador de terceira categoria. Encorajado pelos sucessos, o jovem enxe drista galgou rapidamente a escada dos torneios. Em 1996, passou A classificagéo de segunda categoria. Seu desenvolvimento teve ugar na congenial atmosfera da Casa dos Pioneiros de Moscou, onde suas qualidades inatas atrairam a atengio dos seus colegas € instrutores. Em 1938, ano em que concluiu a escola, Smyslov obteve 0 primeiro lugar no Campeonato dos Colegiais e nesse mesmo ve rio competia no tomeio de Gorky para todos os jogadores de primeira categoria. Nesta altura seu jogo j4 ostentava a segu- ranga da maturidade. Liderando seu grupo, evidenciando sua hhabilidade para o ataque e considerdvel pericia para conduzir dl- Hceis posigées defensivas, Smyslov compartilhou as duas princi. ‘pais classificagbes, nesse tomneio, com Anatole Ufimtsev. Ox suces- 50 que se seguiram elevaram 0 talentoso jovem a categoria de candidato-a mestre. Poucos meses apés, no outono, vamos encon- tré-lo obtendo novos progressos: com 17 anos e estudante do 15 primeiro ano do Instituto de Aviagio de Moscou, Smyslov disputou 0 torneio para o campeonato de Moscou. Os concor- rentes eram muito fortes, incluindo-se entre eles o grio-mestre Lilienthal, mestres experimentados como Panov, Yudovitch, Zu- bareu e Belavenetz e ainda numeroso grupo de candidatos a mestre, representando a nata dos jogadores de xadrez da capital. Smyslov era o mais jovem competidor. Ardua luta se desenvolveu pelo primeiro lugar ¢ Smyslov aparecia como um dos candidatos mais cotados. Na fase decisiva do torneio, mais perigoso se apresentava para seus rivais. Um apés outro, os mestres, Zubarev, Panov ¢ Yudo- vitch foram vencidos ¢ 0 préprio grio-mestre Lilienthal teve que se render numa partida calorosa. Belavenetz, porém, que havia “eripatado com Smyslov, ainda se mantinha & frente do tometo. 'Na pentiltima rodada a situagdo era a seguinte: Belavenetz, 12 pontos, Smyslov e Lilienthal 11,5, A rodada final fot propfeia para Smysloy que, jogando energicamente, conseguia vencer Slonim, apesar de ter conduzido as pegas negras. Compartilhando os dois, primeiros Iugares com Belavenetz nesse magno tomeio, V. Smys- lov obteve 0 titulo de Mestre de Sport da URSS. A revista “Xadrez na URSS", apreciando os resultados do cam- ppeonato, assim se expressou sobre os sucessos do talentoso jovern: “A estrada criadora de Smyslov apenas esté em seu inicio, mas seu jogo jé apresenta uma acentuada maturidade artistica, de perfeita mestria. Raramente outro mestre de Moscou penetrou tio fundo nos pequenos detalhes da estratégia das aberturas como Smyslov. Além disso, & digno de nota que esse seu conheci- mento de aberturas néo seja o resultado de um estudo mecanico das linhas recomendadas pelos tedricos; pois ele nao somente as ‘conhece, como compreende suas esséncias, dom{nio que assegura ‘a Smyslov a obtengao de vantagens no inicio da maioria de suas partidas. Desenvolve 0 meio jogo com espirito criador ¢ exatidao surpreendentes. Com igual perfcia conduz os finais. Deveras si nificativo © valor do resultado obtido por Smyslov: é suficiente acrescentar que, nas seis partidas disputadas contra grdo-mestres fe mestres, marcou 5 pontos, permanecendo invicto, Smyslov re- corda sob diversas formas M. M. Botvinnik no inicio de sua no- tavel carreira. Sem divida, h4 muito para se supor que a cai nhada de Smyslov ainda seré longa, mas largas trilhas abriram-se 16 para seu desenvolvimento criador. A familia dos mestres soviéticos acaba de receber valiosa adesio na pessoa de Smyslov.” © ano de 1940 trouxe novos sucessos para Smyslov. Pela pri- meira vez disputou 0 Campeonato Soviético ~ 0 XII. Concorreu a este memordvel torneio a elite do xadrez soviético, liderada pelo campedo da URSS, M. Botvinnik, A ala jovem estava repre- sentada por numeroso grupo de talentos: lado a lado com os bem experimentados V. Makogonov, P. Keres, V. Mikenas, V. Panov € A. Lilienthal, apareciam os nomes de Stolberg — 0 mais mogo dos concorrentes — e os jovens Smyslov € Boleslavsky, Smyslov iniciou 0 torneio brilhantemente e apés catorze ro- dadas, cinco apenas para 0 seu término, tendo vencido cinco par- tidas seguidas, liderava a tébua de classificagio com 10,5 pontos, mantendo-se ainda invicto. Bondarevsky, jogando muito bem, tinha 10 pontos, enquanto Lilienthal e Botvinnik perfaziam 9,5 pontos, cada um. Nestas condigdes, tudo indicava que 0 primeiro lugar ¢ 0 titulo de grdo-mestre estavam assegurados a Smyslov; contudo, na décima-quinta sessio, ele sofria sua primeira ¢ tnica derrota, frente a Makogonov. Nas quatro sequintes, Smyslov cedeu trés empates e assim, com 13 pontos, terminou atrés de Bonda- revsky ¢ Lilienthal, que conseguiram 13,5 pontos. Porém Smyslov demonstrara possuir a forga de um grao-mestre Em 1941, no torneio hexagonal para o titulo de Campedo Abso- Iuto da URSS, Smyslov classificou-se em 8° Iugar, logo apés Botvinnik e Keres; em vista disso, foi recompensado com o mais elevado titulo — grao-mestre da URSS. De seus feitos apés a guerra, merecem especial relevo seus fencontros com enxadristas de outras nagées. No “match” pelo rédio, URSSxRUA, em 1945, venceu duplamente 0 grio-mestre da América, Reshevsky, ¢ no monumental torneio internacional de Groningem classificou-se em terceiro lugar, sobrepondose a elevado niimero de grao-mestres soviéticos e estrangeiros. Nessa época, mz URSS, Smyslov obtinha excelentes resultados; por trés vezes venceu 0 campeonato de Moscou (1942, 1943 ¢ 1944), classificando-se_muito bem nos campeonatos sovidticos. No décimo-sétimo, em 1949, dividiu os dois primeiros lugares com © grio-mestre Bronstein. Smyslov projetou-se notavelmente no Torneio pelo Campeo- nato do Mundo em 1948, vencendo o grio-mestre holandés Fuwe. Ww por 4e1, ¢ 0 americano Reshevsky por 3x2, No resultado final, Smyslov somou 11 pontos em 20 possiveis, permanecendo em segundo lugar, logo apés Botvinnik. Em conseqiiéncia desses su- e550s, 0 seu talento e a sua habilidade levaram-no a ser consi- derado 0 segundo melhor jogador de xadrez do mundo. Em 1950 no Tomei dos Candidatos de Budapest Smyslov obteve 0 3° Tugar. "As duas vltimas participagdes de Smyslov, no décimo-oitavo ‘Aécimo-nono campeonatos da URSS, foram, como sempre, assina- ladas pelo valor de suas eriagées; mas do ponto de vista, espor- tivo situaram-se abaixo de suas reais possibilidades. No décimo- nono Campeonato, vencido pelo grio-mestre Keres, Smyslov foi 6 quarto colocado, atrés dos jovens mestres Geller ¢ Petrosian, Por dezessete anos 0 talentoso grio-mestre sovitico tem bri- thado na arena do xadrez magistral. Nesses anos, durante os quais a supremacia da Escola Soviética de Xadrez permitiu essa série global de vitérias dos seus representantes sobre os oponentes de Outros pafses, vitérias que definem de forma indiscutivel a supre- macia atual do xadrez soviético, 0 espitito criador de Vassily Vassilievitch foi sendo moldado, ‘Suas “Partidas Selecionadas’, com observagdes préprias, tra- duzem fielmente o retrato da rota criadora, que 0 proprio Smyslov escolheu para si, na arte do xadrez. a Para compreendermes a fonte dos esforgos criadores de Smys- lov, devemos uma vez mais recordar que 0s primeiros ¢ talvez os mais importantes principios, que nortearam 0 desenvolvimento do talentoso jovem enxadrista, foram ministrados por seu pai, V. O. Smyslov. Vassily Osipovitch Smyslov 6 0 nome de um estudante do Instituto Tecnoldgico de $. Petersburgo, que encontramos na re- Tago da Escola de Xadrez de Tehigorin, no inicio deste século. ‘Nos “matches” entre a Universidade de $. Petersburgo ¢ 0 Insti- tuto Tecnol6gico, V, 0. Smyslov respondeu por um dos tabuleiros do Instituto. Naquele tempo, o pai de Vassily Vassilievitch era con- tempordneo de Tchigorin e estudava em S. Petersburgo, quando a 18 Escola Tehigorin crescia e se fortalecia. Este fato, indubitivel- mente, contribuia para que o pai de Smyslov adquirisse evidentes tradigées artisticas, que naturalmente influenciaram benéficamente © talento natural do jovem Smyslov. Se considerarmos, também, que os representantes da primeira geragio de mestres soviéticos — F. I. Dus-Khotimirsky, I. L. Rabi- novitch, V. I. Nenarokov, N. D. Grigoriev, P. A. Romanovsky € outros, — foram todos alunos da Escola Russa, que transmitiu seus egados e tradigées para a geracio que surgia, podemos compreen- der por que os dotes de Smyslov puderam ser moldados e desen- volvidos dentro das tradig6es criadoras de Tchigorin, De fato, deixando de lado por um momento os mais eviderites € caracteristicos epis6dios no trabalho criador de Smyslov, podemos concluir, de um de seus relatos, como préximas de seu génio e de sua atualidade se encontram as idéias, atrés das quais podemos claramente perceber a figura do fundador da Escola Russa de xadrez, Michael Ivanovitch Tchigorin. ‘Nas conclusivas linhas de um curto ensaio sobre Tchigorin, que se encontra no famoso trabalho de N. Gregow “O Grande Mestre Russo de Xadrez, M. I. Tehigorin’, Smyslov expressou sua prépria opiniao e a dos mestres soviéticos a respeito de Tchigorin. “Nés, os enxadristas soviéticos”, escreve Smyslov, “seguimos 0 artistico legado de Tchigorin e respeitamos a meméria déste corifew do xadrez da Réssia.” Quando consideramos as notas de Smyslov nos comeittirios de suas partidas e suas decisées em muitas posigdes de problema, 6 fécil concordar que tais declaragdes nfo sio meras afirmativas. ‘Atualmente, Smyslov segue o legado artistico de Tchigorin e isto © constrange a referir-se céticamente sbbre uma apreciagio qual- quer, em que deva tecer consideragbes gerais, como, por exemplo, sobre a vantagem “do par de bispos”, que é considerada suficl- ‘ente por muitos enxadristas, entre éles alguns, soviéticos. Sio inte- ressanites, para esclarecer éste ponto, as notas da partida disputada contra Euwe (brancas), na iltima -odada do Torneio pelo Cam- peonato do Mundo, Sébre 19. ...BxP, escreve Smyslov: “Euwe esperava com a ajuda do seu.par de bispos recuperar 0 pello em 3CD e obter um melhor final. Tal” — acrescenta Smyslov ~ “6 hhoje em dia a convicgio na vantagem do par de bispos Aqul é interessante recordar” — continua le — “que M. I. Tehigorin eo 19 mumente conduzia a luta com 2 cavalos ¢ obtinha repetides su- cessos. Na arte do xadrea” — afirma Smyslov em conclusio — “no ha leis imutiveis governando a luta, feitas especialmente para cada posigao, pois se assim fosse 0 xadrez perdetia sua atracao € seu cariter eterno.” Neste escrito, demonstra acentuada ojeriza pela rotina, 0 este- reétipo, 0 dogma, contra tudo, enfim, que revoltow M. I. Tehi- gorin em seus dias. Mais adiante, nas mesmas notas, Smyslov combate a anilise do par de bispos que P. Keres faz em seu livro: “Os bispos brancos” = observa — “no revelaram qualquer superioridade na luta con- tra 0s dois cavalos... Apesar disso, a longa explanagio feita por Keres sobre a utilidade do par de bispos causa estranheza.” Smyslov deixou patente nao ter intengdo de negar 0 fato de que em algumas posigdes o par de bispos possa ser mais ativo. Pro- vam-no muitas das suas partidas em que Smyslov tirou exce- lente vantagem da atividade do par de bispos. HA outra coisa que nio agrada a Smyslov: ele considera importante excegio, no dogma sobre a vantagem do par de bispos, a idéia de que sua mobilidade deva ser deliberadamente acentuada, quando hé mera possibilidade de obté-la ‘Nao somente os bispos podem ser ativos, mas as damas, as torres ¢ os cavalos: é incorreto considerar somente 0 par de bis- pos como uma vantagem, “Nao 6 questio de 2 bispos ou de 2 cavalos” — escreveu Tehigorin —, “mas como eles estio colocados ‘e como podem cooperar com as demais pegas.” Smyslov também se refere a esse mesmo ponto em suas notas acima mencionadas. ‘Assim, a imaginagio criadora de Smyslov encontra sua primeira fonte nas idéias de Tchigorin, Além disso, nao & surpresa que em sua opinio 0 processo da partida de xadrez se transforme numa grande arte, ¢ ele, como umn artista, int mentos intimos, profunda cmogio ¢ ger mn ‘A arte do xadrez interessa x V. Smyslov, principalmente do pponto de vista dos problemas insoliveis inerentes a ela, O genio de Smyslov & experimental: cle 6 wn Inovador, um estranho a0 esteredtipo, As solugées téenleas ¢ as varluntes adotadas em-suas 20 ppartidas nao constituem propriamente o fim, mas um meio de criar, um caminho para instrumentar idéias de forma artistica, ‘Uma das mais importantes questées do xadrez contemporineo 60 problema do peio central forte e a luta das pegas contra éle. ‘Atualmente uma profunda e aguda discussio se trava em témo desta questio. A dogmatica superestimagio do significado das configuragées de pedes, provocando fixagio de regras pelos dis- ceipulos ortodoxos e intérpretes da “nova” escola de Steinitz, pro- vocou certa depreciagéo do papel desempenhado pelas pecas em numerosas posigées e isto determinou uma delimitagao na ordem de idéias criadoras na arte do xadrez. (© gradual aumento da influéncia do xadrez raciocinado russo e, finalmente, as conclusivas opinides de Alckine, contribufram para comrigit a barreira da estreita interpretagio posicional das Es- ccolas Germénica e Vienense, sdbre a questo das posigoes do pedo. Contudo, a questio do pedo central forte continuaré a provocar profundas discussdes, enquanto existir 0 xadrez. Sendo um ineansivel pesquisador de novidades, Smyslov nio se péde manter alheio a esta discussio. Mais do que isso, grande parte das suas pesquisas tem sido orientada no sentido de escla- recer 0 “problema do peio central”, Aliés, € 0 que éle préprio nos diz em suas notas sdbre o lance 3... P4D, apés 1.P4D, C3BR; 2.PABD, PSCR; 3.PSCR (vide Partida n.° 7, Smyslov x Lilienthal). “O avango do pedo central reflete a influencia de novas idéias, caracteristicas da moderma compreensio das questées da estra- tégia das aberturas. A luta contra pedo central pelas pegas atuando sdbre es casas do centro — que constitui o problema arene Talvez. nao enista um sinico jogador soviético, embora muitos se tenham dedicado a ésse problema, que 0 tenha analisado sob Angulos tio valiosos e idéias originais como Smyslov, que brava- ‘mente aplica suas conclusdes nas mais importantes partidas. Em resumo, é impossivel deixar de reconhecer que V. Smyslov se apresenta neste setor como o direto propugnador da heranga ¢ das idéias do Tchigorin © a confirmagio disto nés encontramos, por exemplo, no préprio lance do Tchigorin 2. ..C3BD no Gam- bito da Dama (1.PAD, PAD; 2.PABD), Nao apenas a abertura acima mencionada, mas também muitas outras questtes de abertura, relacionadas com a influéncia das 21 pegas sobre 0 centro e, de um modo geral, o jogo das pecas, tem merecido a atengio especial de Smyslov e fomecido material para suas pesquisas. Assim, na Abertura Catald, nio s6 a estbica defesa do PD —o baluarte do centro de pedes — tem atraido sua aten- ‘gio, como também a continuagao PDxP, com a manobra B2D — 8B a seguir. Assim procedeu ele na Partida n° 18, contra Saj- tar; em outro sistema de abertura e em sua prépria critica, deno- minou o lance de experimental. Devido & sua ojeriza 4 rotina e aos esteredtipos, Smyslov est constantemente rebuscando conti- nuagdes fora do uso, Em suas anotagdes de partidas, encontramos sempre nas referéncias aos seus proprios lances: “aqui o usual ba Apesar disso, as continuagées “fora do comum” adotadas por ‘Smyslov nio devem ser atribuidas & vontade de parecer original, inovador, ou por simples requinte para atrair a atengao do espec- tador ou leitor. Na realidade, no jogo de Smyslov nao encontra- ‘mos um indicio sequer que o aptoxime de um anticléssico, onde idade e a profundidade do clissico sejam substitufdas pelo floreio, pelas construgées desnaturais contrérias a0 espirito tra- dicional, No curso de sua ousada negagio da rotina e do lugar comum, ‘Smyslov nio foge aos principios clissicos e aos testamentos: justa- mente o contririo, ele cria uma compreensfvel dependéncia a esses principios, ampliando seus efeitos e abrindo novas perspectivas para o seu desenvolvimento. Um aspecto caracteristico do estilo de Smyslov é a largueza de idéias criadoras, pois ele nfo deixa escapar o detalhe essencial, ainda que muito escondido, no decorrer da luta, no momento ‘exato em que ele tem lugar. Gragas a essa peculiaridade, Smyslov, rmuitas vezes se tem defrontado com amplo campo para escolher entre as varias continuagdes que se apresentam. Tal circuns- ttincia Ihe permite selecionar 6 caminho a seguir, néo somente do ponto de vista da forga, mas entre as diversas variantes de igual valor, aquela que se the apresenta como artisticamente @ mais interessante e que melhor se completa com a sua inclinagio artistica. A isso se atribuem aquelas suas decisdes originais em muitas posigées, revelando ante 0 espectador atdnito linhas té- ticas de existéncia nem sequer suspeitada, Exemplo apropriado constitui a partida ganha contra Reshevsky, no Tormeio do Cam- 22 peonato Mundial (vide Partida n° $1), ou aquele seu 12° ance contra Tolush, no XV Campeonato Soviético (Partida n° 25), oportunidade em que Smyslov principiou a revelar o caréter paradoxal de suss decisées, quando ainda nos primeiros lances de abertura (7. ...B3R). A perda da qualidade na abertura contra Steiner (Partida n° 20) € 0 sacrificio de pedo, despre- tensiosamente preparado com o modesto movimento da torre: 19. T2D, na partida contra Sokolovsky, se apresentaram de forma ‘surpreendente ¢ inicialmente incompreensivel. Na quase totali- dade de suas partidas, encontramos lances ¢ manobras cujo es- copo se apresenta completamente velado; porém, quando mais adiante no deco:rer da luta se torna claro, s6 entio percebemos fa profundidade do raciocinio de Smyslov e sua concepgio artis- tica, (© jogo de Smyslov, especialmente no ataque — uma vez se lecionado 0 alvo — é excepcionalmente objetivo. Ele jamais carece de objetivo em tais ocasiées e lanca-se energicamente sobre 0 tlvo descoberto, insistentemente e sem perda de tempo. Encon- ramos nas partidas de Smyslov muitos exemplos desses ataques que desorganizaram completamente 0 dispositivo oponente, Bas- taria citarmos sua jé mencionada partida contra Sokolovsky, sua vitéria sobre Boleslavsky no toreio sextangular pelo Campro- nato Absoluto da URSS em 1941, ou, finalmente, seu decisivo 19.° Jance contra Kottnauer, em Groningen, ¢ 0 26° contra Euwe (Partidas n.°5 23 © 33), retratos vivos de sua inexorével facul- dade de pesquisa, que permite submeter, uma apés outra, todas fas debilitlades do dispositive adversério, Teenicamente 0 jogo de Smyslov paira em nivel muito elevado, porém ele jamais se furta ao prazer, se a oportunidade se Ihe oferece, de enfeitar sua técnica pura, com um ou dois padrdes artisticos. Exemplo clucidativo deste toque artistico encontramos no quase filigranado final da partida contra Taimanov, no Torneio em Meméria de Tehigorin, em 1951. Se a tudo que acima dissemos acrescentarmos que Smyslov & to estdico e perito na defensiva, quanto & enérgico e veloz nos contra-ataques, teremos completado 0 perfil do artista grio-mestre, fe reflete, em todos os sous trubalhos, « progressiva, profun- didade © a diregio criadora objetiva da Excola Soviética de xadrez. 23 -WV- Discute-se sobre Smyslov: h4 os que consideram como sendo sua principal forga a pericia tética; outros atribuem-na a pro- fundidade de suas concepgies estratégicas. Criticas hi, que su- ‘gerem nao ter ainda Smyslov encontrado seu verdadeiro eu artis- tico e que a orientagio de suas idéias na arena do tabuleiro contraria a feigio caracteristica de seus dons: em uma palavra, que nos trabalhos de Smyslov existe algo de estranho em seus conteiidos, Acreditamos que tais expresses, pretendendo descrever uma imagem simplificada de Smyslov, sio absolutamente incorretas. ‘Até onde seu conceito artistico © opinides exteriorizadas per- mitem coneluir, V. V. Smyslov é um completo jogador de xadrez. Isto nio significa que ele niio possa ainda aperfeigoar mais suas idéias enxadristicas. Pelo contrério, seu caréter de pesquisador exige-Ihe continuas indagagoes: para ele o permanente esforgo para enriquecer a arte do xadrez na URSS com novas idéias & fundamental. Mas, indubitavelmente, existe outra faceta: Smyslov estabeleceu inflexivelmente para si suas principais armas: elas preenchem suas emogdes de criador, permitindo-lhe seguir, com firmeza, suas tendéncias quando o jogo & tenso e refletir suas idéias ¢ inclinagées. No preffécio de seu livro, Smysloy definiu com suficiente clareza a orientagio de seu genio: “O jogo de ‘um mestre deve expressar o desejo de combinar um plano estra- tégico geral com a arguta utilizagio dos recursos taticos na so- ugio dos problemas apresentados. Inclinando-se para um lado ou outro” — esereve Smyslov — “uma subjetividade excessiva na avaliagdo da posigao... prejudica o desenvolvimento légico da partida de xadrez e entra em conflito com a diversidade da for- ma de uma arte realfstica, em que a verdade viva esté refletida @ pela qual nosso socialismo tem sido tio enriquecido.” Singularidade de forma c de contetdo, a fidelidade para com 1a sua arte, a ldgica nos conhecimentos bisicos — sio estes os prin- cipios que norteiam a estrada criadora de Smyslov. "A estratégia profunda, que se ressalta de suas partidas ¢ de suas observagées, unida ao genio e largo tirocinio tético que demonstra na solugio dos inumeriveis problemas, se harmonizam em Smyslov. 4 V. Smyslov ¢ estritamente realfstico na apreciagio das posigdes, e nio facilita com “brilhantismos” que o distraiam do caminho 16- gico e objetivo cue conduz ao ganho, quando o caminho da vi- thria j& se delineia e passa a ser objeto do seu raciocinio. Seu estilo de jogo é extremamente original, & mais notivel quando a partids ainda se desenrola em cizcunstincias que per- mitem iguais possbilidades. Nessas posig6es, Smyslov se empenha para aumentar a tensio, apresentando ao seu antagonista 0$ pro- blemas mais complexos. = a 2 ‘As partidas de Smyslov com Reschevsky no “Match” pelo Radio URSS x EUA, em 1945; com Panov pelo Campeonato de Moscou, em 1943 e especialmente aquela com Makogonof pelo XII Campeonato Soviético, em 1944 (ns. 14, 15 e 11), sao exemplos excelentes dessa estratégia. Igualmente de interesse a este respeito é a partida contra Aronin no XVIII Campeonato Soviético, onde, desde sua aber- tura, Smyslov desenvolveu uma pressio constante e progressiva. Seus comentérios a respeito da partida sio caracterfsticos. Para seu 7° lance, observou: “uma continuagio que néo tinha sido perfeitamente investigada e que conduz a uma luta complicada” Em relagio ao 15.° lance, acrescenta: “uma estrutura de pedes fora do comum, dé ao desenvolvimento da partida um carter tenso (provocado pelo préprio Smyslov). A nota sobre o lance . DIB (em resposta a 19.D6B, que oferecia a troca das ), diz: “as negras recusam trocar as damas, esperando apa- nhar a dama inimiga numa armadilha”, Sobre 26. ... R2B, Smyslov ‘nota com um ponto de exclamagio e cita uma variante, provando que “26. ... 0-0 podia conduzir ... & simplicagio”, Esta permanente orientago para um “campo mais amplo” ca- racteriza a envergadura das opiniGes criadoras de Smystov. “O artista-jogador de xadrez” — escreve Smyslov — “deve esforcar-se por alargar sua visio no xadrez ... A tendéncia para tentar seguir por esquemas individualistcos. ... toda a expansio rica do iddias enxudristicas, diminut o artista ¢, conseqiiente- mente, 0 valor tdealistico de uma partida de xadrez, ‘As palavras de Smyslov niflo extfio ein chaque com seus feitos; mas ao contrario, revelum-nox um grande artista © wm convin- conto e resoluto profemor da arte do xudre7. 25 -v- [As partidas selecionadas que compéem este manual sio sufi cientes para concluir um quadro completo do estilo de um dos lideres representativos da Escola Soviética: elas tragam sua evo- lugdo e revelam idéias criadoras e principios, que servem como fonte ¢ base daquele estilo. Além destas, & ébvio, outras partidas, ccaracteristicas do estilo de Smyslov, poderiam ser inclufdas nesta colegio. Realmente, 0 brilho e a originalidade dos ataques de Smyslov, sua convincente © sempre xememorada violéncia, estié apenas refletidos de forma superficial neste livro. Os padrdes atrativos {das idéias combinativas de Smyslov esto também em parte per- Gidos no fundo cientifico que itbui seus rigidos comentérios, ‘Assim, 0 autor deste preficio considera «til atrair a atengio do leitor para esta faceta do talento do gréo-mestre soviético, ilus- trando. suas assertivas com muitas partidas ndo-inclufdas neste livro, Em razio disso, os exemplos citados a seguir nao devem ser tomados como pretensio nossa de trazer importante acrés- ‘cimo para a'matéria do autor. Nosso desejo ¢ puramente de acrescentar um pouco de colorido e aproximar do leitor 0 molde artistico em que as idéias criadoras de Smyslov vém & luz. A po- sigdo representada no diagrama pertence & partida Alatortsev x x Smyslov (Campeonato de Moscou, 1942), apés 0 25.° lance, ‘A primeira vista se nos apresenta favordivel 2s brancas, que pos suem um pedo extra, passado e defendido de forma excelente no 26 centro do tabuleiro. O desenlace seguinte é tanto mais belo pela sua subitaneidade: 25. ...TXBll; 26.DXT, (se 26.PXT, tem- se 28, ...TIC+; 27.D4C, DXPR+; 28.C2B, TXDX; 20PXT, C3B com rapido final), C5BI; 27.D4C, PATD (a dama é expulsa da casa donde protege 3TD e 2CD); 28.D3C, CXC! (mais fraco teria sido jogar para ganhar a qualidade: 28. .. .C7DX; 29.TXC, DXP+ e 30.DXT); 29.PXC'(nio DXC devido a 29. ...TIC), DXPR+; 30.D3D, TIC-+; 3L.RIB, TIB+; 32RIC, DARI As brancas desistem. ‘A posigéo que se segue, Smyslov x Zagoriansky (Campeonato de Mencou, 1844), ainda pertence & fase Sr abenra ¢ verificou se apés 0 12° lance de uma Defesa Francesa A partida continuou: 13.P4B! (ameagando avangé-lo para 6B), PAB; 14PXP, BXP; 15PACDI, BIR; 16P5B, TIBD; 17.D1B (agora o-PBD nao pode ser detido. Mau seria 17. ... B3B; 18BXB, TXB, 19 C5R.) ...TRID; 18.P6B!: PXP; 19.D6T, DSB; 20.P5CIl (as brancas.conduzem 0 ataque com energia inque- brantivel), T2B (se 20. ...DXB, entdo 21.P6C, PXP; 22.DXP-+, E. Zagoriansky RIT; 2857+ com mate répido); 21. TIC, RIT: 22PXP e as negras desistem. Pela violencia — um ataque marca Smyslovl Repentinamente a desgraca atinge as brancas na partida Lisl- tsyn x Smyslov. (XIII Campeonato Sovistico, 1944). As negras tinham realizado 0 lance 22. ...DIT, atacando o bispo dus braneas. Preocupado pelo fato de o seu bispo t cado, Lisitsyn raciocinou erradamente que, 27 as negras teriam que movimentar o seu de SBR. Mas a ida da D AT ccultava bela combinagdo, Sem de nada suspeitar, as Bfancas jogaram 23,B4B (23B1B era indispensivel), seguindo- fe uma combinagao original e elegante, que decidiu rapidamente 4 partida: 23. ... TXBl 24.D%T, CR! (ameagando simultane: agate o rei e 2 dama, Obviamente a 25.PXC seguir-seia 25. RKP; 26.RIB, DEB+ com mate no lance imediato. As brancas slo forcadas a perder material); 25.DIBR, CX; 26. PXB, DXP; 27-RXC, DAD; 28.BIT, TIC; 29.B9B, PACD; 30. TIDLIB, PAT, S1RIC, PST; 92. TSB, DSR; 59.TIT, PSC: 34.T3CD, POT; 35.TXPT, PEC © as brancas ttm que entregar seu bispo. As negras conduziram o ataque de forma impetuoss- Vejamos agora o final de uma partida recentemente jogada por Smyslov. A Tuta tensa ¢ prolongade, Smyslov x Flohr. (XVI Campeonato Soviético, 1949), chegou a dificil posigio represen- tada na pégina seguinte, ‘As brancas tinham a qualidade e um pedo passado extra, mas as negras ganham forgoramente 0 PR ¢ com isso abrem caminho ppara um ataque direto contra o rei adversitio, Considerava-se Gque as brancas estavam em situagio inferior e que sua principal THortunidade dependia do fato de 0 rei adversirio também io se encontrar perfeitamente seguro, © ‘no da sua superioridade Material, A tempestuosa batalha assim se desenvolveu: 44.718 ICD, BXP; 4B DAT; (um raciocinio profundo: se 45. -.. TXB. Sati 48. DST-+, R2C; 47.DST+, R2B; 48.P6C-+1, PXP; 49.D8B rate), BXP-i (obviamente a melhor chancel); 46D%B, 28 DXD+; 47RXD, TXB+; 48. RAB! TXP; 49.T8B, BAD; 50. POB (ameagando mate em trés, por meio de SL.TTC+- ete. ...), ‘TOB-+; 51.RSR, TOB (as negras esperavam opor ulterior resis. téncia apés 52P7B, com 52. ...R2C ou R2R, embora o seu des- tino estivesse selado, Smyslov, todavia, o olugi mais répida e artistica). ces S2POC-+I, PXP (ou 52 ...RXP; SATBC+, RIB; 54. TIC. 1C, TXP; 55.77 mate, A dinimica situagdo da torre em 1CD, efetivando o mate em dias direp6es, constitui uma parte extra ordinariamente elegante de uma disposigio econdmien part « construgio de nm problema de mate); 53.T7C mate. 29 Acreditamos que as ilustrages contribuiréo para o leitor for- mar um quadro mais claro no estudo desta colegio, em que se entrelagam os complicados labirintos das cogitagdes estratégicas, com a atrativa agudeza e pericia tética do raciocinio de Smyslov. VE © génio de Smyslov, como tivemos @ oportunidade de cons- tatar, é amplamente experimental. E, naturalmente, desde que seus experimentos nio podem ser cientificamente testados, as falhas individuais néo podem ser evitadas. Em xadrez, estas falhas sio em grande parte responsiveis pelas quedas nos resultados es- portivos, algumas vezes de suma importincia, Mas esta ameaga jamais detém Smyslov em suas pesquisas. ‘Como seu antecessor Tchigorin, Smyslov no sente atragéo pelos empates, nem procura jogar de maneira grosseira. Essa sua ati- tude the angariou a grande afeigio de nossos enxadristas, que apreciam, na partida de xadrez, a ousadia, a coragem, os riscose a riqueza da fantasia. A publicacio das partidas de Smyslov cons- titui uma valiosa contribuigdo a literatura enxadristica da URSS. © contetido das partidas ¢ os comentérios detalhados do autor representam 0 montante de dezessete anos de atividade constru- tora no xadrez. O tema principal deste livro é a transcriglo feita pelo autor de todas as suas pesquisas, que 0 conduziram & alta espeitavel posigio que ocupa, como um dos Iideres do xadrez mundial. Seu primeiro trabalho literfrio serve para aproximar seu bri- Ihante génio dos milhares amadores de xadrez e estreitar os lagos entre a grande massa dos enxadristas soviéticos e os jogadores Iideres do seu pais. P. A, Romaxovsky Honrado Mestre de Sport da URSS 30 V. V. SMYSLOV, 1952/57 (Pelo Tradutor) Conforme esclareceu 0 mestre Romanovsky, embora o gréo-mes- tre Smyslov obtivesse bons resultados nos anos imediatos a0 do Torneio pelo Campeonato do Mundo de 1948, eles em absoluto corresponderam a alta reputagio granjeada, Deveras, nesse pe- riodo, Smyslov se viu ofuscado pelo genio de Bronstein e de Keres, e encontrou dificuldades para se sobrepor as novas estrelas, soviéticas, Geller, Petrosian e Taimanov. Na primavera de 1952 uma poderosa equipe soviética, encabe- gada pelo Campedo do Mundo, tomou parte no Torneio em Me- méria de Maroczyk, em Budapest. Smyslov iniciou 0 torneio pes- simamente, obtendo apenas 2 pontos em 6 partidas, porém recupe- rouse para o final conseguindo repartir os terceiro a quinto lugares com Botvinnik e Stahlberg, logo apés Keres e Geller. Isto constituiu 0 seu toque para a recuperago. No Tomeio Inter- nacional por Equipes em Helsinki, Smyslov disputou com notivel forga e serenidade, merecendo estas palavras de Bronstein, a0 vé-lo jogar um dia: “Seri o melhor jogador do torneio.” Logo apés, no XII Campeonato Soviético, deu-se 0 espantoso reverso, Smyslov obteve modesta colocagio, abaixo de mestres reconheci- damente inferiores. Praticamente este foi seu ultimo fracasso, 11958 encontrou Smyslov maior do que nunca: no important simo Torneio dos Candidatos, que contou com a presenga dos maiores mestres, com excegio de Botvinnik, Smyslov fez relem- brar Capablanca em seus melhores dias, Conquistou 0 primeira lugar com a vantage indiscutivel de 2 pontos, sofrendo apenan uma derrota em 28 partidas. : Foi sem divida um grande triunfo, que o confirmou oma 0 ‘mais digno “challenger” 20 Campeonato do Mundo. Axalin, 0 anu seguinte assistiu Smyslov combatendo Botvinnik pelo Campeo- nato, A maior parte dos observadores previa a vitéria de Smyslov, mas, nas 6 primeiras partidas, cle ja havia sido derrotado trés ‘vezes ¢ 0 “match” parecia perdido. Todavia Smyslov recuperou- se, chegou mesmo a lideri-lo e no final repartiu as honras, em- patando o “match” pelo Campeonato do Mundo. O grio-mestre Vassily Smyslov provara ser igual a qualquer outro jogadox do mundo, quer pelo simples resultado obtido, quer pelo lado artis- tico de stias partidas. Mas a honra definitiva, 0 Campeonato do Mundo, ainda nio a conquistara. Seria demasiado esperar que Smyslov conquistaria o direito de ser o desafiante pela segun- da vez? 'No ano seguinte Smyslov deu novas provas de seu alto nivel de jogo, vencendo um dificil tomeio internacional em Zagreb, de forma confortivel; com sucesso representou a URSS em di- versos “matches”, e finalmente dividiu com Geller o titulo de Cam- pedo da URSS, colocando-se a frente do préprio Botvinnik. Seus resultados individuais decepcionaram como teste para o Campeo- nato do Mundo, pois inesperadamente Geller derrotou-o por 4x3, no encontro desempate. Decorrido 0 ciclo de trés anos, novamente realizou-se 0 Tor- neio dos Candidatos, na primavera de 1956, desta feita em Ams- terdao. Smyslov reunia as honras de favorito, porém reconhecia- se a necessidade de um grande esforgo para conquistar a vitéria Os fatos confirmaram esta previsio. Inicialmente Geller, ¢ a seguir Keres, lideraram 0 tomeio, porém Smyslov mantinha-se sempre muito proximo a cles e, a0 atingir a Iuta seu climax, calmamente aproveitou sua oportunidade e chegou vitorioso ao final. (Os sucessos dos iitimos anos deve Smyslov em grande parte a0 seu controle de nervos e & sua serenidade imperturbavel, que The tém permitido situar-se acima dos acontecimentos, enquanto seus adversérios se csgotam e hesitam. Com essa sua atuagio, Smyslov novamente conquistou o dircito de desafiar 0 Campeio Mundial. Na derradeira participagio antes do “match”, 0 Torneio em Meméria de Alekine, Smyslov dividiu as honras do primeiro ¢ segundo lugares com Botvinnik, resultado que influiu considera- velmente para aumentar 0 interesse em torno do préximo en- contro. 32 © “match” pelo Campeonato do Mundo encerrou-se com uma grande vitéria de Smyslov por 12,5 x 9,5. O xadrez mundial sa‘da seu novo Campelo, 9 grao-mestre Vassily Vassilievitch Smyslov. Finalmente, ao cabo de muitos anos de constante esforgo, ele atinge a meta desejada, revelando-se digno desta suprema hon- Demonstrou sua superioridade sobre Botvinnik, mas ainda resta a0 ex-campeio a oportunidade de procurar reaver 0 titulo em “match” revanche, no préximo ano, Poucos o julgam capaz desta faganha, pois o tempo nio cst do seu lado ¢ evidentemente Bot- vinnik no atravessa sua melhor fase. Infelizmente, os Campedes do Mundo, presente © futuro, jamais se enfrentam, quando no auge de suas melhores formas. Se tal sucedesse, nao haveria vi- térias. Quem poderia vencer 0 Capablanca de 1921, 0 Alekine de 1927, 0 Botvinnik de 1948 ¢ o Smyslov de 1957? Nao ha resposta. Para completar este histérico das partidas de Smyslov, eu ¢s- colhi duas de seu “match”. Na primeira Smyslov impoe uma drdstica derrota sobre o Campedo do Mundo, empatando 0 “match” vor 3x3; na segunda, a décima-segunda da disputa, vamos contrar o estilo sizonado de Smyslov em seu ponto mais apurado; absolutamente confiante, punindo 0 mais leve descuido com pe- ricia inflexivel, xecorda Capablanca nos seus melhores dias. Di- ante disso, Botvinnik pouco pode realizar e conheceu a derrota, que em iiltima andlise significava a perda do titulo de Campeao. Restam somente duas coisas a acrescentar. A estrada agora jaz desimpedida para Smyslov provar ser um grande Campeao do Mundo, manter as tradigdes de seus prede- cessores € criar uma nova pagina na histéria do xadrez P. H. Cranwe, PREFACIO Meu interesse pelo xadrez vem do ano de 1927, quando eu era ainda crianga. Meu pai, Vassily Osipovitch Smyslov, foi meu pri- meio mestre, ‘Ainda hoje guardo 0 livro de Alekine “My Best Games”, oferta de meu pai em 1928 ¢ que constituiu minha permanente refe- réncia, Meu gosto pela literatura do jogo remonta ao tempo em que eu aprendi o xadrez. Passei a ler tudo que meu pai acumulava em sua biblioteca: 0 manual de Dufresne, mimeros avulsos dos magazines soviéticos “Xadrez” e “Folha de Xadrez”, os compéndios de Lasker e Capablanca ¢ as colegGes das partidas do pais ¢ dos tormeios intemnacionais. As partidas do grio-mestro russo M. I. Tehigorin deixaram-me indelével impressio; foi com interesse que Ii os varios escritos sobre estratégia, de A. I. Nimzovitch e estudei com afinco © géaio dos preeminentes mestres soviéticos. Durante os anos de estudante meu entusiasmo pelo xadrez co- megou a tomar um carter muito sério e sistematico. As condig6es existentes em nosso pais para o treinamento e 0 desenvolvimento do talento, no campo da cultura escolhida pelo préprio inter sado, foram-me favordveis nesse sentido, No xadrez eu vishimbret uma interessante esfera de idéias criadoras, construidas em torno do raciocinio de dois adversirios em confronto, os quals no «lecor- rer da intensa Iuta so levados a erlar uma composlgfo nrtistien, Se W. Steinitz e seus discfpulos introduairam, no xudlre, tl que Emitavam a fantasia do enxadrista, pela’rigides de sung baseadas na estrita logica do pensamento, M. I, ‘Tehigorin, coio uum artista, viu o xadrez de outro ponto de vista — como mina arte original, impossivel de ser enqundrada ou expressuda por qualquer f6rmula matemética. 35 ‘Atualmente, parece-me que 0 artista do xadrez deve procurar alargar seu descortino, empenhando-se continuamente em apri- ‘morar o jogo e liberar-se dos clementos dogmticos, contrérios & Escola Soviética de Xadrez. ‘A tendéncia para cingir-se a esquemas individualisticos, nao ‘apenas na abertura, mas também no meio-jogo, toda a rica expan- sio de idéias, diminui o artista e conseqiientemente 0 valor idea- istico de uma partida de xadrez. E evidente que nio pretendo menosprezar 0 significado dos métodos cientificos de preparagio a técnica no xadrez, sem 0 que 0 objetivo do jogo nio pode, estritamente falando, ser aper- feigoado. Porém isto é outro assunto, Milhdes de adeptos do xadrez na URSS 0 amam porque véem nele, além da parte referente as competicdes esportivas, os ele- mentos de uma criagio artistica original. Por motivo de ordem técnica, mesmo um mestre excepcional no deve conduzir 0 jogo 1a seu bel-prazer, mas sujeitar-se exclusivamente a ser um fator subordinado. ‘A seguir darei alguns exemplos da profundidade criadora do xadrez de alguns dos mais preeminentes representantes de nossa escola. Em muitas notéveis partidas do fundador da Escola Russa, M. L. Tehigorin, encontramos certas novas idéias, revelando uma compreensio muito avangada em relagéo & sua época. Por exem- plo, na famosa partida contra Pilsbury (8. Petersburgo, 1895), conduzindo ‘Tchigorin as negras, vamos encontré-lo desenvol- vendo durante toda a partida uma idéia artistica, distinta de suas inovages estratégicas, que diretamente se opunha ao dogmético e estercotipado raciocinio de Pilsbury (imediato dominio do centro). Em sua partida com A. Nimzovitch (San Remo, 1930), A. A. Alckine, com as pegas brancas, criou um clissico exemplo de Dloqueio da posigio adverséria: em cada lance o mimero de amea~ {gas aumentava © os recursos defensivos se reduziam. Semelhante Gesproporgéo deveria levar a um final avassalador. De fato, as negras abandonaram no 30.° lance, sem terem realizado um sinico lance stil. Em sua partida com J. R. Capablanca (Amsterdio, 1938), M. M. Botvinnik concedeu a seu oponente a oportunidade de ganhar 36 ‘um pedo de ala, para afastar 0 cavalo inimigo do teatro da luta. A estratégia do grio-mestre soviético provou no somente malor alcance, como também maior profundidade do ponto de vista artistico. No momento critico, um sacrificio seguido de duas pe- as estragalhou a posigéo do rei negro e Capablanca foi for- sado rapidamente a reconhecer sua dertota. Nessas partidas 0 desenlace sobreveio — e isto & importante = no como conseqiiéncia de algum equivoco, mas como resul- tado do desenvolvimento da iniciativa e da exaustio dos recursos defensivos. E possivel citar dezenas e até centenas de exemplos seme- Ihantes, iustrando a largueza do raciocinio eriador dos repre- sentantes de nossa escola Naturalmente, no estilo criador do enxadrista individual s0- viético, um ou outro método de jogar prevalece como reflexo do carter e da mentalidade particular do jogador; contudo, haverd sempre um inicio comum — um plano estratégico objetivo que se desenvolve desde a abertura. Aqui é conveniente falar mais um pouco sobre 0 papel da ttica e das manobras combinativas na arte do xadrez. A par- tida conduzida com acerto apresenta muitas vezes, durante 0 seu desenrolar, pontos culminantes, eujos problemas s6 podem ser solucionadss por meio de uma combinacao. £ por essa razio que 0 jogo de um mestre deve aliar 0 desejo de combinar & estra- tégia geral, com subtilezas de ordem titica para a solugio dos problemas que se apresentam. A preferéncia para um lado ou outro, uma excessiva subjetividade na apreciagéo da posicéo po- dem perturbar 0 I6gico desenvolvimento da partida e entrar em conflito com 2 diversidade de forma de uma arte realistica, em que a verdade viva se reflete ¢ por intermédio da qual nosso raciocinio tem sido tao enriquecido. ‘Ao solucionar as partidas, o autor procurou respeitar a inte- gridade das idéias estratégicas ¢ suas completas solugdes, assim como 20 significado bisico de uma partida de xadrez, Resumindo, foi desejo do autor refletir de alguma forma o mo- vimento crescente do xadrez sovidtico, que na historia recente de suas competigées com os outros povos tem provado a supw rioridade da nossa escola, 37 Se este trabalho, que oferego a0 Ieitor, puder contribuir para incrementar o interesse pela arte do xadrez, 0 autor considerar- se-A plenamente recompensado. V. V. Surrstov N° 1 — Abertura Peio da Dama K, GERASIMOV x SMYSLOV (Campeonato da Casa dot Pionelror de Moscou, 1995) 1, PAD PsD 8. PSTD —-P3CD 2. C3BR —O3BR 9. PaB B2C 3. POR P3R 10.C3B = PSTD 4.19D PSB i. TIR 5. P3CD Mais enérgico & 11, PDXP, PCXP; 12. PXP, PXP; 13. TIB, iniciando © combate con- tra os pedes pendentes do cen- 0 desenvolvimento do BD via 2CD nesta variente é baseado na idéia de ocupar a casa BR | tro, com 0 Ce iniciar o ataque na | ala do R. A alternativa ne PBXPD PSBD e CD-2D como prepa-| 12, PRXP 0-0 ragio para o avango PAR ea 13,C{TD BSB consequiente abertura do centro. | Indispensivel para. prevenir . P5B. Agora 14, PSB é respon- RancetEeaccDs | Gide “com” PACD, 15. O8C, 7. 0-0 D2B TDID; 16. PACD, CSR e se 17. BXO, PXB; 18. TXP, entéo 38... C2R; 19, TIR, BXC; ~ Aqui émais wal 7 ..- 0-0, | 30. DXB, BxP+; 21. RIT, para uma casa mais apropriada | B5B, com chances iguais. (fers posteriormente levar a D oe le acordo com a réplica das | 14. CSR = PXP brancas. Se entio 8. CD-2D,} abrindo a grande dit CSR, PxP; 10. PXP, BOT, as | PYvcada em face da armeaga negras tém contrajdgo naala | pyc da D. Ou 8. C5R, D2B; 9. PABR, . PXP; 10. PXP,CSCD eo pe | 15.PXP CXC rigoso B das braneas é removi- | 16. PKC DSB do. O lance do texto é indicado | para evitar que as brancas jo- | Repentinamente oR hranco guem CSR se vé ameagado de mate, Aqul 38 . 39 as brancas deviam forgar a sim- | 17. .. ‘TRID plificagio para entrarem no fi- | 1g, DSC_———-C5C nal, da seguinte forma: 17.D3B, | 19 pst —-TéD DXD; 18. PXD, C2D; 19. BAR, TDIC; 20. “TDID, C4B; 21 , ; CXC'PXC ete. Com as damas | _Inicio de uma efetiva combi- fora do tabulo 0 staque das | mio. ébvio que a T nto pode se da Bee se 20. negras rapidamente se torna ir- | $F toma\ resistivel. DxT, teremos 20, ... B7T- 21. RIT, CXP+ ganhando a 17, BIBR Correto, conforme dissemos, era 17. BSB. No-caso de 17. PSB as negras montariam seu | Pedra angular da combinagao ataque com 17. ... C5C; 18. | das negras. Agora 21. DXD (18. P3C, B6R+; 19. R2C, | é impossivel devido a 21. C7B; 20. D2R, CXB), BXP-+; | B7T+; 22. RIT, CXP mate. 19. RIT, C7B-+; 20. RXB, | As brancas tentam aparar a mz XD; 2. BXD; BXB. nobra de mate pela defesa de seu P2BR, mas entao sua D fica yerdida devido & bem conheci- Be manobra do péndulo. 20.DXP —-TXPTR! 21, BAD BIT} 22, RIT BXP. | As brancas abandonam. Se 23. RIC, B7T-+; 24. RIT, BEB+ 25. ... BXD é decisivo. Esta foi a minha primeira partida de | tomeio a ser publicada (no ma- } gazine "64”). No 2 — Defesa Francesa V. SMYSLOV x A. LILIENTHAL (Campeonato de Moscou, 1938) 1. PAR PSR Nesta variante é usual a re- 2 PAD PAD tirada do C para 2D. Contudo a movida do texto reserva a 3. C3BD_ C3BR possibilidade de se jogar 0 C 4, PBR cic para 4BR, posteriormente. 40 3. DAC PATR 6 D4B P4BD © desenvolvimento do BD em STD estaria de acordo com © sistema escolhido pelas ne- gras. Apds a troca dos BB das casas brancas, as negras podem jogar pelas casas brancas em ambas as alas. Exemplo: 6... PSCD; 7. C3B, BIT; 8. BXB, (0-0, C3T com C4BR 7 PxP BXP. 8. C3B c3BD 9. BID = CC 10.0-0 CxB iL PXC BAD 12, BIR Antes que as brancas possam organizar um ataque, devem pprimeiro trocar os bispos pre- tos. O lance do texto inicia uma | manobra nesse seatido. 2 BOR Evidentemente mau para as negras era 12, ... BXB; 13, PXB e as brancas tém uma for- te pressio na coluna aberta, 13. D3C_— PSCR 14 BBC OST. 15. BXB DxB 16. TD1B ‘Trocando os bispos pretos as brancas obtiveram nitida van- tagem posicional, O lance de torre evita 0 grande roque das negras, 0 que proporcionaria a estas bom jogo, baseado na pos- sibilidade de um contra-ataque na ala do rei 16... CAB 17. D4B RIB Assim as negras executam um roque artificial, o que nesta po- sigdo, contudo, traduz conside- rivel perda de tempo. £ verda- | de que apés 17, ... O-O as brancas poderiath realizar forte ataque de pedes por meio de P3TR e P4CR, mantendo a ini- ciativa. 18.C2R RRC 19.778 TRIBD As negras sacrificam um peo para conseguir algum contra- jogo. A simples defesa com 19. *. TDICD nio seria melhor devido a 20, DSC, com grande superioridade para as brancas, 20.TXP TRICD QL TXT TXT | 22 PSCD TIBD ; DéeT 24. CXC+ PRXO 4l ‘As brancas jogam para explo- | 34. D7T rar a fraqueza do adversério na ala do rei, Sobre 25... DSP, | _ Sério equivoco permitindo as seguir-se-ia 28. D6B+, RIC; 27. | ne8ris F igualdade. Correto se- EET 28. POR com ataque | #8 94. DBD para responder 34. decisivo. . DEB+ BOR RIC TIR TXB, com 35. D6B-+, RIC; 36. POR, e 34. ... DXPC, com 35. PSD, seguido de POD e as brancas ganham; finalmente, se 3, «TOR, entfo 35, PAB prey pas. avaiga do PD. Apis o lance do texto as negras nio podem, é claro, jogar 34. ... DXPD devido a 35. P6R, mas poderiam jogar 34. ... TXP, Tespondendo a 35. P6R, com ‘TAC. Contudo, A. Lilienthal dei- xou escapar esta oportunidade de punir o erro das brancas, igualando. 34, DXPC 35.DXP PSB Agora o melhor. Mau seria 35... TAC; D8D, DSR; 37. Solugdo simples © comreta. | Typ’ “jap, 8, D&C, TXED; Nada ‘conseguiriam com 28. | PAT. Por exemplo: 28. PAT, DIC (evitando TIB); 29. TLR, 39. "TST com’ ataque ganha- dor. Se 39. ... R3T, uma pos- sivel continuagao seria 40. PAT, DoB; 80. TSR, DST+; 31. RET, | Typ, 41, PIC, TSR; 42, PAB DSD e $2, T3C nio seria pos- sivel devido a 82. . 33. RIC, TIBD. 28... 29. DSD+ 30. DXP 31. PIT TXC RIC DXPT Dic © melhor. Se 1 entao $2, DAD, RIC; 93. TIT, DXB; 34, TXP e a torre bran- ca entra poderosamente em jogo. 32. PAD 33, DID T3C PAT DxP. ¢ 93 brancas ganham. . T3C, 42 37. P3D PP 38. RXP DSB. 39. PED TRC Se 39, ... D5R+; 40. P3B, DP; 41. PTD, TIC; 42. PSD = D, e as brancas ganham. 40.11D = T2D 41. DSD DSB 42. DAD DAC+ 43, ROT = ROT 44, DAR RRC 45 TAD © plano mais simples. O tentador 4, TICR conduz a des- necessiitias complicagies. Por exemplo, 45. TICR, D7D; 46. TRC, TRT; 47, PAB, DBD; 48. P5B, TST. 45. ToT A defesa passiva também nio serve, Nesse caso as brancas po- N.° 3 — Peio Dama, | deriam seguir o plano: 45. ... 46, 41. | 43 49, 50, 51, 52, 53, 54. 56. DaB Se 46. . TD TSB TeB+ PAT. RIT PID TeD PaB PSB POB+ DID, entio 47. DOB, ¢ apés a troca das d mas PID seria decisivo. | Ret; 46. D4B, DID; 47. PAT, RC; 48. T3D, R2T; 49. D6B, DSC; 50. TSBD seguido on pela colocagao da torre na 8, fileira on pelo preparo do avango POR. DXD+ PAC RBC RIC PXP TST TIT TID RIB ROR |e as negras abandonam. Defesa India do Rei S. BELAVENETZ x V. SMYSLOV (Tomeio de Treinamento, 1. PAD C3BR 2.C3BR —-PSCR 3. B&B BRC 4, PSR ‘As brancas querem impedir PAR. - 7 A exeousio dit, na varante empregada, conduz com certeza f dificuldades bem conhecias, Contudo, se ag negras se abstém de um esforgo direto para levar seu pedo a AR, apoiado no sis- obtem. 43 cpp PSB . PSTR . BAB As brancas ‘Moscou-Leningrado, 1939) tema P3D — C2D, ¢ preferem ressionar 0 centro com suas pegas, entio as brancas nada PAB 0-0 P3C BIC rovocam 0 avin 0 PAD para dominarem w cw BR. A perda de tempo com a | Para evitar BSC. execugiio deste plano permite as negras obterent bom jogo sem | 14 DUD PAR dificuldades, Preferfvel seria 8.| 15 PXPR CXP ‘BSD, contra o que as negras de. | 16. BER troca dos pedes do lado da D. Na variante 27, PAC, PBXP; 28. PXP, BXP; 29, TITD, B2B; 30. PXP, PXP; 31. TXP, BSB, fas negras defender-se-iam mais veriam responder: 8. .-. PSD. | 4. yancas ameagam aumen- I ee a a ameaga & & PAD tar a pressio sobre o PD. Aqui " © correto seria para as negras 2... BSB i oon ame 16. ... D2R; 17. CXC, BXCs | os bar 18. BXB, DXB; 19. B3B, TDID, com absoluta igualdade, Levando avante seu plano. pois 20. P4B nao é perigoso de- 28, D6T+, RIC, somente ser- vido a PXP; 21. DXT BXBI 22,.PXP = TSD viria para reduzir a pressio na | ala da D, e 28, P4BR aumen- 16... P3B ‘As negras tém T e B e uma | taria a esfera ies nee do : sigéo sélida pela sua D. Em | B preto apés 28. ... PXP; 29. eee des- Pens daameage "TOBR, as DEPBR, RIC. fe enfraquecimento eer brancas transferem seu B para do R ¢ da diagonal 21D-8CR 4R onde ele ocupard forte po- por meio de uma elegante ma- Sisso central nobra 23, B3D ‘ TRID W.BXG —_PXB 24, BAR BIB 10. oR ore 95. R2C—-PATD Apés este lance a posigio das rm Os planos de ambos os lados negras fica critica, esto claros: a tinica coluna aberta, a da D,_ estéfirme- Com este lance as negras im- pier o avango PAR. Aqui as rancas no devem tentar ga 18. PxP nhar um pedo, pois se exporiam | 7 ‘mente ocupada pelas torres ne- 1 grande perigo. u Op oe gras que podem, se necessério, BxG, | ocupar a7. fileira; as negras Deveras, apés devem procurar bloquear a po- PXB; 12. 'C5C, C3I 13. BSR, | Logicamente a melhor conti- POI, Tk BKC, PBs 1S. | quagao, Se 20, OSC, ae Negras siglo no Indo da D para néo CRXPR, PAB; 16. C3CR, PSBR povian continuar com DX; ase isons) oes Pol ss negra tt wre porigio et | 21. TXD, BUT; 82 TID. ES den permitir ote, apes todos.os | © objetivo da. manobra ini va." ‘ambém o lance 13, D2B, } 23. TXB, P4C; 24. B5D, TDID ees do lado da D terem sido | ciada em 27, ... B3B. Gragas pace Misia Pearl efaneeeel apie esta Trocados, {Lv ameaga de BAG, a entrada da PRXP, DAD com a ameaca | Agora as negras so forgadas 2 Se ae era oe OTR 6 POR, nfo se reamed, | » siea aD, do contro eee esr tone aa 7 fle pet ee 1L DB CXC a 27. PC segunte ¢ based no tage 12 DxC ws a Px. ‘As brancas agora estio em 2 eee a. TxD TDxT condig6es de abrir linhas sem a | 30, PXPB “4 : 45 eel do | DSB, TIT-+; 37. RIC, BER-+; © axioma bem conhecido da | se encontra repentinamente em © plano de ataque it com esta troca conduz a peri- | 38. DXB, T7D-7C+; 39. RIB, forca das torres quando dobra- | situagio de mate. ‘gosas complicagées. 30. PXPT | BXP eo mate ¢ inevitivel; ou das na 7° fileira. era melhor. | se 35. B3D, entéo 35. ... BXP 36... Pac ‘Apés 80. PXPT, BAC; 91. | com tablas por meio de T7T+ 36. TICR | Dak, TTD; $2. DeTI_BeR; | ¢ THC+. | As brancas ultrapassaram o 33, TIBR, TIC; 34. DIC+, 36, TXB 6 impraticdvel apés | tempo limite. Partida tensa, mas 3B; 35. DITR com a amea- | 34. ... ROB 36. ... PAC 0 R das brancas | com equivocos. ga DXP+. © PST, as. brancas tinham melhores oportunidades, As negras seriam obrigadas a jogar 25. ... PXP; 36. DXP+, ROR; 37. DIC}+, RSD; 38. TID+, TTD com’ wma defesa N° 4 = Pefio Dama, Defesa India do Rei A. KOTOV x V. SMYSLOV (XI Campeonato Soviético, Moscou, 1940) dificil em perspectiva 1, PAD C3BR tempo evitando que as negras 2. P4BD PCR prossigam contra-atacando, ee a 3. C3BD BAG. 1 P i a xP 31, DR 4, PAR 0-0 | CROR PSD A troca dos pedes _centrais Interessante possibilidade era nao s6 libera a diagonal para 31. DIR, PXP; 32. T7C+, 6. PSB R3B; 33. DICD, T7D; 34. ne Sey cena BXP, BST; 35. T7B+ (35.| 35. TIR ‘As brancas conseguiram um | peer 00 ete ee DOB TOC, 'TXP-+; 36. RIC, TXP), forte contro de peses e preten- | pap. 18° PF . BXT; 36. D5B+, R2R; 37. | sero fatal. Era necessério 35. dem entrar no muito conhecido 7 DXB-+, R8D e ambos os lados | p7C, 17-7D (porém nao 35. Sistema Saemisch. BSR, DZD e | 8, CXP PSB tém possibilidades. | Tip devide a DXP-+); 36. 0.000. Este plano de desen- | 9, D2D aa _o PSC = D, BSB+; 37. RAT ¢ volvimento é uma das melhores ee 32. DSC. BOR agora o esforco para ganhar por maneiras de se combater a de- an a tor pe ean pa 33, PXP 37. ... PACH; SSNS, BBs fesa India do Rei, Por esta ra~ rE ango PAD. 30, RXP, P5C-4; 40. RIT. ziio os adeptos desta defesa Posigio que as brancas j4 | BIC}; 41. RST, BSB+?, nio algumas vezes jogam a abertura contavam, Elas tém um forte | serve devido a 42. DSRi Em numa seqiiéncia de lances dife- P ee fe um ataque contra | jugar de 41. ... BSB-+ as ne- rentes: 1. PAD, C3BR; 2. PABD,. (o PR inimigo, mas subestima- | yras devein jogar 41, ... BIB PSD; 3. C3BD, PAR, impossibi- | ram as ameagas do competidor. ) com empate por xeque perpé- litando a aplicagaio do Sistema OS contracataque daw Tnegess | two (indkeado: por Yudowtch Saemisch, mostrou-se extremamente peris | Belavenetz).. goso. oo PR 33... TXP+ 35... TID ee As brancas nao consideraram Se 34. RIT, entio 35. a possibilidade deste lance. A 7. PSD & mais seguro, blo-| 9. . PAD! B5BR; 35, PIC, T1-7D; 36. | posigdo ilustra brilhantemente queando o centro e ao mesmo) 10. PBXP = PX? AT 11. PSR CIR 12. PSB POB ‘As negras abrem a posigiv, desprezando a continuagio 13. PER, CaB; 14. CXC, PXC; 1S BSB, C3D; 16, CXP, PXC; 17 DXP, pois apés 17... C2C; 18, Dab, TI; 19. PIR, RIT 6 PR das brancas € fixado. 13. PXP Apés esta troca as pegas ne- grat ficam. muito. aivas, 13 88 merece ser apreciad 13. cxP 14. BER cB 1.0-0 TIR 16. RIT BSC ‘As negras foram bem suce didas no seu desenvolvimento. ‘As brancas mio. conseguiram manter um centro forte de pedes; a0 contrario, a posicio tl P hranco em ABR e @ con gestionamento das pegas_me- Spores na colina aberta dT obrigam Kotov a pensar na de- fexa’ dos pontos fracos de. soa posigao. 17. BXB Réplica infeliz que aumenta consideravelmente a atividade das pegas adversfirlus © que re- sultou, evidentemente, de falsa apreciagao das _pecullaridudes taticas da posigdo. Ax brancas deveriam ter continvado BIC, CSR; 18. CXCR, BX; | 19. CXB. PXC; 20. TDID. mantendo a igualdade material, | apesar de que em minha opi- apés 20. ... DXDs 21. TXD, TD1D; 22. TRID, TED!, 6 joyo das negras & preferivel fon CxB | 1s Bic | A alternativa era 12, CXC. | PxG. 19, BIC, porém em face de 19, ... P5D; 20, CAT, DAD; 21, TRIN, COR as negras fica: riam melhor 18. xP! Sma combinagio inesperada Nao é possivel jogar 19. RXC | devido a 19. ... DBT mate e se 19. CxC, CXT; 2. CxD, | CDs as negras ganham a qua- idade. As brancas perdem um peo, forgosamente. | i.Bxe xe 2, TDIR 2D ) 2 psp-— TDID | #2 Dt TXT 93. BIC DAB! ‘Transferindo sua D para wma posigao ativa com ganho de 48 tempo, as nogras mantém sua vantagem. Se 34. DXD, CXD, © PD se mantém em face da ameaga C6C-+ ¢ se 25. TID, entio 25. ... PSD; 26. C56, PSTD! e outra vez oP nio pode ser capturado devido 2 réplica 27. ... TID. As dificuldades das braneas aumentam ndo s6 devi- do a perda do P, como em face do posigéo aberta de seu R. 24, DID. £ 0 objetivo da combinagio simplificadora das regras, idea- lizada para repelir 0 ataque adversirio sobre o PD. Agora (as negras) recuperam a pega © orientam-se para a tarefa pro- aica de conseguir sua vantage material, 26. BeT = TXC 27. TIR TSR 28, DIB TXT+ 29.DxT —-PSTR 30. DID DAB. BL BIG DAT + 92. BoT = ROT. Neutralizando a ameage 33. PACR, DXP; 34. DXP+ com DXP, seguindo-se a liquidagto dos peses. 93. PSCD PSD. 34.D3D —-D4BR 35, D2D A troca das damas nfo con- vém em virtude da_seguinte continuagao: 35. DXD, PxD; 36. RIC, P6D, 87. R2B, BSD+: 38. R3B, RC; 39. BIC, PTD; 40, RR, BER e as brancas nio tém recurso contra 0 avango do R das negras para 5CR. 3B... DSR Ocupande posigao central. 36, BIC = PACD ‘Tencionando, apés 7, conti- nuar ... P6D; 38, BR, para conseguir com P5C um ponto de apoio para o B em 6BD. ‘Aparar esta manobra_custa as brancas o avango do PCD para uma casa preta, ta te mwa ao te ase ‘6 37, PAC Pat 38. ROT 38... PAC 39. PSC £ légico que 0 P nfo pode ser tomado devido ao mate, po- rém agora abriu-se um claro para o R das negras, via 4BR. 39... PxP 40. PxP RSC 41. B2B BSB arando 0 avango do PTR e ann gumentando'sefickla da manobra RAB. A seguir as negras combinam uma agdo so- bre 0 fraco PB com ameacas contra 0 R das brancas. 42, PAT ‘As braneas buscam contra- jogo na ala da D. NOS 42... PxP 43, D2T —-P6D. H& muitos caminhos para converter a vantagem em vité- ria, As negras elegem um plano caleado no avango mais rapido dos peses passados. Se 44. DSC+, as negras jogam 44. ... BAG e'escapam aos xeques. 44.DXP DIR 45. RIC PATR Ameagando 46, BST+ 48. DXP PST+I 47. R9G | DSR+. 48, RIB psT+ 49. BIC D6B+ 30, B2B PID 51. PB+ = RAT. eas brancas abandonam. Ruy Lopez V. SMYSLOV x I. RABINOVITCH (*Match” telef6nico, Moscou-Leningrado 1941) 1. PAR PAR 2.C3BR —- C3BD 3. BSC P3TD 4. BAT C3B 5. 0-0 BOR 6 TIR PACD 7, BIC PSD 8, PSB 0-0 9. PAD Muitas vores prefeese rene lizar antes 9, PSTR para evitar a cravagio do C. C¥co0 BSCR 10. BaR Se 10. PSD entio 10. ... CATD; 11. B2B, P3B; abrindo a coluna BD para contrajogo. ‘As negras podiam responder 20 lance do texto com 10. PXP, IL. PXP, CATD; 12. B2B, CSB; 13. BIB, PAB com sufi. ciente inicfativa na ala da D. Contudo. preferiram caminho mais dificil. 10, TIR 1. Cbap— PAD. 12, PAIR Importante reforgo para a | tinha’ adotada. Normalmente 30 as brancas jogam 12, PDXP, CDXP, ou PRXP, CRXP ¢ em ‘ambos os casos as negras igualam ficilmente, ‘Apés 12. PSTR! no é facil achar um plano de defesa. ase BAT Era melhor: 12. ... PRXP; 13, PBXP, BXC (se 13, BAT, entdo 14. PSR, COR; 15. x, PXC; 16. D3B!, PXC; 17, DXC, PXB, 18. RXP); 14 DxB, PXP; 18. CxP, CATD, embora apés 16.CXC-+, BXC; 17. BSD, as brancas mantenham vantagem posicional. O lance do texto custa as negras um pedo. 33, PAC BSC Agui 13. .., PRXP; 14 XP, CXC; 5. BXC, BIC; 16. BXC, BXB; 17. BXP con- duz & perda de material. 14, PDXP_— CRXPR 15. CIB! © PD é atacado e deve estar sae car 18.BXP PSB W.BXC — BXB 18.DXD_ _BXD 19. C3B-2D BED E no 19. ... TXP; 20. BaD! Chegu-se «um final onde 0 ar de bispos néo compensa Hhficietemente oP perdi. 2. BAD BAC 20... CSB traz complica- ses, embora apés, por exem- , PXC; 22. C2D, . PAC, PATD; 24. PST, BAC; 95. C4R 0 pedo a mais decida a partida, 21. C4R ——BBBR 92. C5B BSC. 23, PCI Alijando 0 C do jégo as bran- cas aumentam sua superiori- dade. Sie TRIC 24.03R_ CAC. %.CxC BX 51 Troca necesséria, do con-| 29. PxP | B. B2D trério apés 25. TXC; 26.) 30. TXP TIBD 14. B3TD—TIR C2C, B3T; 27. P4BR, as ne- | 31. PAC ‘ROB 15, CAT Clb gras correm 0 isco de perder | 32. TDIR = T1-2B uma pega, 33, R2B Seria preferivel trocar 0 C com 15. ... CAB, 28.TXB = TXC © R encaminha-se para 4BR 27. PABR donde mais tarde apoiaré 0 | 16. pap DAR avango dos pedes brancos. 17. TRIC ‘A avalancha de pebes avan- | As negras ndo podem evitar ga. A presenga dos bispos de | este plano. i | is Braneng. tomam providin- cores opostas, nesta posigao, nto cias para reforgar sua posicio 4 maiores "possibilidades de | 33. ... PaTD campo adversitio, Com este | ‘dio aD, antes. de iniia- empate As negras, pois o seu| 34. PST | PxP ‘lestlerato "as brancas, abrem | Tem © sitio sistemético do PR. Dispo logo estaré encerrado na | 35. TB passagem para seu B preto. ‘ala do R, ali permanecendo até | 36. T2D : ara D2B 6 fim da partida como simples | 37. RIB ibe DAT 18. PST. BSB espectador. 38. BBB+ RRB 8. DD 19. 3B | C3CR 39, T7R+ = TXT 2... PT 40. TXT+ BBB Outro plano aqui seria 8. 28, PSB BRT B2D, PSB; 9. DIC com jogo 29, POR! Ou 40, ... RIC; 41. BAD attivo no lado do R. as brancas ganbam. ‘As brancas ganham a grande Bo cD3B diagonal para seu Be impedem | 41. PAT BXP 9. C3B PSB fas negras de jogar P3C, 0 que seria possivel contra outros lan- | 42. PXB e as negras aban- Apés este Tanee as brancas ees. donam. sio devem temer complicagdes no centro, B verdade, que a °g_ roca 9, ... PXP; 10. PXP, No 6 — Defesa Francesa Dxbf; ih Bb, Mrs Vv. SMYSLOV x A. LILIENTHAL |... CAT, também da as Ov x A. LIL ae Iraneas_melhores oportunida- | 20. CSR! (Tomeio do Campeonato Abvoluto da U.R.S.8. dle, Preferivel em 9... BID. | ea — Moscou-Lentngrado, gora 0 C ocupa uma bel ce ee eee 10. P32. —«O-0 posgio central Av negras nfo 1. PAR PIR Ponto de partida de inume- 1 BICR PSB podem troci-lo, pois a coluna 2. PAD PAD riveis investigagdes. Os pedés 12. PXPTXP BR transforma-se numa aveni- 3.C3BD BSC. dobrados dificultam a Tigagio ” 13, 0-0 da para o ataque. Por exemplo, aren Fin centre 0s dois flancos (para as . 20.-... CXC; 21. PBXC, TRB; ace brancas),, porém oP central [As brancas sairam-se bem da | 22. TIBR, TXT-+4; 28. TXT, 3 xC-+ estd fortalecido ¢ existe a pos- bertura; controlam mais espa- | DXPT; 24. BAC, D2B; 25. DAB, 6PXB CAR SDilidade de. se explorar a 0 © podem montar um ataque | com a ameaga de 26, D8B+! 7. PAID fraqueza das casas pretas m0 contra o PR atrasado. Se entio 25. ... PSTR, as bran- 52 . 53 el cas prosseguem com 26. BSB, ameagando BST com ataque decisive. 20. CIB-2R 21, BOB PSTD 92, CAC As. brancas estabilizaram a ala da D, onde seu B preto encontrou uma forte posi¢io em SBD. Sua vantagem em espago é ébvia. Agora preten- Geetacar na ala do mas primeiro pressionam sobre 0 PR atrasado. aoe TB 23, TIR = CAB 24.T2R PST 25, TDIR DIB . B2D_ era imposstvel 96. BXP, enquanto .. DXPT; 26. TXP, TXT; 27. TXT, apenas aumentaria a iniciativa’ das brancas. 26, BSB Este lance tem duplo propé- sito: liberar 2CR para uma T e preparar BST ou PAT, PST, aumentando ainda mais a van- tagem em espaco, 28... ROT 27. TIBR = D2B 28, DIR As brancas concentraram to- do seu potencial na ala do R. Nao é recomendado paras negras 0 lance 28. ... DXPT; 29. TP, TXT; 90. DXT, pois fas pegas brancas invadem sua osigso. Se 28. ... D2D; 29. B, CIB; 30, BST, PSCR; 31. BSB, as brancas entio ameagam CAC, CSR ¢ devem as negras tentar evitar esta manobra por meio de 31. ... PAT. As bran- eas podem explorar esta nova fraqueza na formagio dos pedes adversirios jogando 32, C3T. 28... cB 29 CR = TSB 30, PAC. cap 31. DIC CAB © perigo de um assalto de petes ameaga a posiguo das negras. Se 31. ... COR as bran- cas simplesmente respondem 32. BXC+, PXB; 33. CXP, nio temendo 39. ... BAC por causa de 34. C6D. Apés mais alguns lances a posigio das negras fica dificil, desde que as brancas sempre tém possibilidade de obter P passado. 32. P5C exc Este sacrificio é forgado em virtude de 33. P6C-+. 54 33, PXT — -CXB+ 34. TXC PXP 35. PSB Um avango que conduz rapi- | damente a vitéria, 35... DxXD+ 36. TxD PAR 37. T22C | 2D Defendendo-se do mate o R cai numa segunda armadilha. 38. T1C+ = RIT. 39, Tr6C | ROT. 40. BST PXP 41, BIBI e as negras aban- donam, N° 7 —'Peio da Dama, Defesa Grunfeld Vv. SMYSLOV (Campeonato de 1. PAD C3BR 2. PABD PCR 3. PICR = PAD © avango do P central reflete a influéneia de novas idéias, caracteristico da moderna com- ppreensio da estratégia das aber- turas, A Tuta contra 0 P central ~ pielas pegas agindo nas casas do centro — é em sintese o proble- tna tratado na Defesa Grunfeld. Nos ultimos anos os mestres xovicticos tém introduzido mui- tus novidades ¢ melhoramentos nesta dificil Tinka de jogo. 4. PXP cxP 5. BIC BIC 6 C3BR 0-0 3c 3B A. LILIENTHAL Moscou — 1942) Uma_curiosa_manobra; por meio dé uma vigorosa surtida 0 C atrai o P branco para adiante, onde mais tarde podera ser ata: cado. Se 9. PSR, as negras po- diam jogar 9. ... PATD para bloquear o lado da D das bran- cas pelo avango do PTD. As negras também tém possibile dade de abrir 0 jogo com PAR. cic 9 10, C4D Esforgo para deter 10... PSBD, ‘que seria respondido com 11. PXPI. Porém 1 poslgtio do G em 4D tem seus invon- venientes. 10... vant 1 PAR PxP Inétil, Deviam insistentemen- te minar o P das brancas por meio de 1. ... P3BD. Apés 1. ... PSBD; 13. C3C, PRXP; 18. PXP, PXP; 14. CXP, C3B fas negras néo teriam dificul- dades em seu desenvolvimento. 12 PXP | © PD branco esti isolado e provavelmente as negras espe- ram explorar isto. Contudo, nes- ta posigéo, o P isolado nao & propriamente uma fraqueza; 20 contririo, ele desorganiza 0 de- senvolvimento normal da ala da D oponente. ate cpap 13, BAB CAR 14. P3TR CCB 15. P3C E preciso agir com cuidado. © lance natural 15, D2B per- mitia 15. ... PABDI Por exem- plo: 15. D2B, P4BD; 16. PXP ep. DXC; 17. PxP, BXPC; 18°BXB, TDIC e as negras estio com a iniciativa. 15... cap 16. TIR TIR 17. TIBD Ameagando passar ao ataque com 18, C3B=5C; se 17, . BQD, entdo 18. T2B seguido dobramento das TT na colw do R. hon P3TD 18. CéT = CAC 19. C6R! Uma combinagio muito efi- ceaz; abre-se 0 jogo com vanta- gem para as brancas. Suas peas esto otimamente colocadas & agora o Bem fianqueto, aju- dado pelo P avangado, constitui uuma poderosa forga. Se 19. . PXC; 20. BXC, PXP; 21. DXP+ e as negras perdem material. 19... BxC 20.PxB = TXP. 21.C5B = DXD ‘As negras encontramse em situagio embaragosa, 21... TSD nao & bom devido A se- guinte variante: 22. D2R, CSD (ou 22... CD; 23. CXC, TXC; 24. BXPC) 23. DAR, PAB; 24. DR e os CC negros esto emaranhados. 22,TRXD = T3D 23. CXPC T+ 24. TXT 0 final no trouxe alfvio para as negras, com seus fracos pedes 56 na ala da D, dificeis de serem defendidos. As brancas, confian- ces no seu poderoso par de BB, combinam cagando um C e ata: cando os PP fracos. 23, PATD TIC. %. 72D TIR 27.C5B 0 PATD. 28. TBI A caca continua. O B das negras no pode intervir devi- do ao C, bloqueando a nal, néo ter casa de retirada. 8. .. csp 29.B2D BIB Um recurso defensivo. Se 30. BXP, entio 30. ... CXP! com boas ‘chances priticas, pois 31. RXC, BXC+; 62. TXB é im- possivel em vista de C6D+. ‘As brancas preferem outro ca- minho. 30.CAR TIC 31. BXP 0 TXP 32. BXP E assim a tarefa das brancas « coroada de sucesso. Mas con- cretizar a vantagem do P extra ainda sera dificil com as iS negras ativamente colocadas. 32... cep 33. BIBI Um lance defensivo exce- lente, que evita contrajogo huseado em 33. ... T8C. As hnegras agora constroem uma harreira com seus CC para se- 57 Baar o distante P passado das jemais pegas. sauers c8D7C 34, PST PaB 35.C2D TOT. 36. C4BI Rompendo a barreira forma- da pelos CC. Agora a crise deve estar préxima: tudo depende da forma como as negras pos- sam tirar vantagem da posigio defensiva, das pegas oponentes € recuperar o P. Caso contrario, © P decidiré rapidamente a ba- talha, 36... exc 37.TxC TST 38. BOC. Aqui o B ocupa a melhor porsfo_e ao, mesmo tempo l- © caminho para aT alcan- gar a tiltima fileira, 38. .., BBC é aparado por 29, T4D, enqu to, se 38... CBR, entio 39, TSB, BSC; 40, TSB+, R2B; 41, POT, COB; 42. RIC C8R+; 43, RIT, C6D; 44. PIT, oom vantagem ganhadora, 38. CAR BSC ROB ‘As negras abandonaram por- que 0 P branco niio pode ser tomado. Apés 41. ... BXP; 42. BAD, TSR; 43. TSB as negras perdem uma pega; se 41 C2D, entio as brancas ganham com 42, B3C, CXB; 43. PXC, BSD; 44, PTC. N. 8 — Ruy Lopez Vv. SMYSLOV x (Campeonato de 1, PAR PAR 2. C3BR — C3BD 3, BBC PSTD 4. BAT 3B 5. 0-0 xP | Conduzindo para a Variante Aberta da Ruy Lopez, que go- | zou de grande popularidade no | pesado. A despeito da evolu- : Gio observada nas idéias das aberturas, este sistema de de- fesa tem’ resistido ao teste do tempo. hh tando por este velho mé- teste de defenvalvimento nesta partida, 0. grao-mestre Botvin hik pretendeu experimentar um nova continuagao, virgem até festa data, em tomneios na URSS. 6. PAD PACD 7. BIC Pal 8. PXP BBR 9. P3B A alternativa & 9. D2R para maior atividade no centro upés 10, TID. M. BOTVINNIK Moscou, 1949) ‘A colocagio do B cm 4BD esti relacionada com um plano de ataque sobre o lado do R. 9, ... BR, deixa livre a casa 4. BD para a manobra C4B, exigindo menor responsabilida- de por parte das negras. 10, cba2p «0-0 LL. BOB ML CXPBRI? Uma interessante © corajosa idéia. As negras procuram criar um ataque direto contra o R. Do ponto de vista das abertu- ras, um esforgo tio prematuro 9, BABD para se apoderar da iniciativa 58. pode conduzir a dificuldades; | estio otimamente situadas ¢ as ‘mas na pratica, onde o raciock | brancas devem suportar seu nio esté limitado pelo cruel con- | ataque até que possam melhor trle do tempo, am sempre é | desenvlver as poses dap facil achar a linha correta para | meira fieira solucionar os preblemas que siio postos no caminho das | 18. ... ceD brancas nesta variante. Mais ativo 6 18, ... PATR, TKC PSB! para apés 19, PATR, 0 B preto ficar por longo tempo na impor- A abertura da coluna BR e | tante casa 5CR. Uma possivel fa ripida mobilizacio de todas | continuagio seria 18. ..- PATR; as pegas é a base do prévio sa- | 19. PATR C6D; 20. R2T, P4B; crificio do C. | 21. CIB com tensa luta om pers- pectiva. Contudo, mesmo sem 13.PXP -DXP entrarem nesta complicada i= 14. DIBE nha, grande esorgo eriador fol exigido de ambos os conten- Trazendo sua D para o lado do Bos brancas reforgam sua | °° posigio, O C permanece em 2D como reserva para uma defesa extra do outro C de SBR. BSCR As brancas deveriam ter da- «lo preferéneia a 15. D3D! que talaca_ambas as casas: TTR e 51. Evidentemente, as negras leveriam continuar com 15... 141; 16. DXD, BXD; 17. BSC, TDID; 18. CIB, BXT; 19. NyxB, ‘com um final favordvel | pune as brancas. 19. PSTR ‘Abrindo uma saida para o R fe fugindo das ameagas que In... aor pesam sobre a primeira fileira. 16. DXB. TDIR 19. BAT 17. D3C CAR 20. BIB CSB ia BLD 21, CICRI Metodicamente defendendo | Isto evita a entrada da T sua casa SBR. As pegas negras | inimiga em 2R e ao mesmo 59 tempo permite reagrupamen- to das pegas menores, que esta- va sendo planejado, false P4B. 22. C2D-3B CTR 33,.CxC TXC 24, BID © B retorna & sua antiga po- sigio de defesa, O natural 24. BSD_poderia ser respondido com 24. ... BXC; 25. PXB, TSR+; 26. DXT, DxP+; 27. RQT, DXB e as negras tém um perigoso ataque. Apés o lance do texto, responderiam 24. .. BXC com 95. PXB, TSR; 26. BD seguido por PBR, BSB ¢ a transferéncia da T para 0 ado do R. aa TSR 25 BID = PAT 96. R2T = TSR ‘As negras deviam ter retira- do seu B para 3CR, assim pre- yenindo a ameaga’ tatica das brancas. Apés o lance executa- do, as brancas ganham vanta- gem decisiva, m7. C5 PXG 28.BXxB TAR 29, BOB DIR 30. PATD. A. abertura da coluna TD ajuda as brancas a colocarem sta T em agio. 30. ... PSCD nio 6 recomendavel em face de 31. PXP, PXP; « BXPCD! 60 Agora 34, BXP est sendo ameagado, 33. BXPC nio se recomenda devido a 33, TXBR; 34. PXT, TIR+. 33. TD 34. RIT Premidas pelo tempo, as bran- as nio observam a combinagio ealizada posteriormente. PSD PXP. 36 BABI TER 36. ... PXB perde para 37. BSB+, 37.DXT DXB oa TDi ae 39.BXT 16D 40. BAC 40, BXP também ganha. A vantagem material das brancas garante a vitéria, 4M. 0. PD 41 D2R PSC 42. D3D+ PBC 43.RIG RST 44, PSCD REC 45. B3B -D2BR 48, RIB D3R 41.D3R SD 48, BID DAD 49, PAC ROT 50, ROR e as negras abando- N° 9 — Defesa Siciliana V. SMYSLOV x A. KOTOV (Campeonato de Moscou, 1943) 1. PAR PABD 2C3BR . C3BD 3. PSCR = PSCR 4, BIC B2C 5, P3D 3D 6 CB y jante cerrada da De- fesa_Siciliana, bem estudada por M. I. Tehigorin, 0 C desen- volve-se usualmente, via 2D. sta partida as braneas des- viam-se um pouco das trilhas teéricas conhecids, Qhoe POR 7. BSC ‘GRR 8. DaD Pretendendo trocar 0s bispos dus casas pretas com B6T. As nnvgras evitam esta ameaga, mas ficum em dificuldade para r0- car, fato que se reflete nos pla- tnos de ambos os contendores. Bo. PTR 9. BOR PAR ‘As negras aceleram o desen- volvimento de seu BD, mas isto ujuda as brancas a eventual- | mente abrirem a coluna BR meio de P4BR. a 10,0-0 BAR 1. CIR DID 12. PSTD. Este lance e TICD, que logo se segue, foram realzndos ten- jo em vista prejudicar 0 roque grande das negras. ww... BOT 13. PAB csp la. TIGC) —_PXP 15. BXP —-BXB 16. DXB 0-0 Finalmente as negras_reali- zam seu roque; contudo, as braneas, pelo avango do’ seu PCR, preparam um ataque ime- diato contra oR oponente. 17, PACR = TDID 18. RIT GR 19. B2D PAD 20,C3B = PSD As negras bloqueiam o centro | plano que vem ao encontro dian 61 a rey para oR, por meio de 31. . FenteTa tices teetescapenst] Tipp, fallariaem vista de 32, pega e aumentarem gradativa- CSCI, PXG; 33. BXP-+. Se 33. fnente a poténcia do. ataque. --. C3B; 34. TXB, TXT, 95. ‘Nao se deve aqui calcular pro- BxC+, RXB; Der+, | Raciss combinggbn, mason: RAR: Sf. TXT, DIN, 08 TOC flar numa apreciagio da posigdo © se 93. .., RD; 3, BAB, baseada ent prineipios gerais TOR (34... CAN 95. POBI)! 35, P6B+, CXP; 36. T1xB, 24. PXC CXD; 37. TXT+, R3R; 38. 25. PCKP = C2B TXD, CXxB; 39. TXPC com | final ganha. tengdes das brancas: é bem | Se 95. ... CAC, entio 26. contudo as negras tomam o P conhecido ser mais facil atacar | BXC, PXB; 27. CXP+ e 28. 32. BB+ CAR com isso perdem material has alas quando 0 centro de | C6R ganhando qualidade e fi eves esti fixado, cando com T e 2 pedes contra Parecia que as negras haviam | 34. ... cxP Deviam ter jogado 20. ... | 2 pegas menores. burlado as ameagas diretas a | 35. DXP+ 3B PXP; 21. CXP, C5D. seu Ry pelo fechamento da | 36. T7XB RAC 26. TIC CIR grande diagonal. 37. CXP+ RSC. 21.C2R CSB 22. DST = ROT 23,C3C PSB Eis que as brancas desco- Perea aces ne impri- | , Ov 37. ... DXC; 38. DXD, 9 lado dD, evtando a com mre ao seu atague novo vigor. | PXDs 89. TXT. inagao 27. » RXT; 28. 5 Poder-se-ia ter a impressio de | TIC}, RRB; 29. D3T-+, RAR; one UB 33/33, pac TIBD que seria suficiente CAR para | 39, T7C+. Se as negras experi I, PXG; 34 2 oo Completar 0 sistema defensivo, | mentam defender-se por meio 33. B on 38. ... PXG & impossivel, pordn. nesta eritiensituagio | Ge 36... TITR, stgue-se_a BB. BXCH PX permite 0 mate em 2 lances. tina combinagio arrebentaria a | Gombinagao decisiva: 27. BXP, |. POB! posigae. BXB (27. ... RIC; 28. TXB, - 2s | DXT;29. THC); 98. TEC, DAC; 29, TXD+4, RXT; 90. DIC+ Preparando a fuga do R para © lado da D e evitando a com- 39. TXT DXT © sopro decisivo, baseado em | 40, DBDX+ TSB temas de problema de cravagéo | 41, CXT CXP « fechamento de linha de esca- ae pee pelas pecas negras, O ataque | 42. PXP-+ ¢ as negras aban- 27. TEC TB das brancas atinge seu climax; | donam, 2 TDIG RIC ; : 29. TXPT «RIB N° 10 — Sistema Catalio | vitando a ameaga de mate. G. RAVINSRY x V. SMYSLOV (xt Campeonato Soviico, Moscow, 1946) iT 2 a na oO 1. PAD C3BR A Uma das ae anand : je manejar etn aberturas 34 BI | © R das negras continua em eo quanto an beanicen vt Sacrificio de pega tipicn da | Iusca de um lugar seguro. A PAD rar 0 pedo, ux neyran mobilizin posicao. Aconselha'se iis bran- | tentativa de liberar a casa ID 4, Bac PXP. soa ala di dani, Umma alter w 63 nativa consiste em manter um | CXP devido a 14. C5R e as CSC © flanco da dama das} 24. BIB DSC. peio em 4D e assim limitar a | brancas recuperam o P com brancas esti sob ataque. 25, PSC atividade do BR das Coen melhor jogo. faa lugar do 12. rande diagonal. Entio, aj |. |... C4B seria de interesse expe- 16. TRIR BIR rando bloquear o sa OR, 5. CSBR, 0-0; 6, | rimentar 12... PABR suscitan- ma oees pedo 0-0, CD2D; 7. D&B, P3B; 8. | do complicagées no centro. ‘As negras insistem na reali- CD2D, P3CD; 9. PAR, B2C, as zagao dos seus plenos. Flas nio negras mantém seu centro de | 10. .. POTR temem a continusgio 17. PSD, edo. Ambos os sistemas sio| 11. BXC XB PP; 18. PXP, BSC; 19. CAD, freqiientemente praticados em | 12. TDID B2D; 20. PSTD, porque podem ear j jogar 20. ... BSD ou BXC; 21. DXB, DXD; 22 PXD, TIR com final igual ‘Com seu préximo lance as brancas iniciam 0 avango dos seus pedes do flanco D. Con- tudo, confiando ns forga de seu par de bispos, as negras tém tempo para fortalecer sua posi- | 25. ... P5BI gio e preparar 0 contrajogo, 5. DAT+ BAD Com a intengio de levar 0 B para 3BD. Também jogivel | era 5. ... CD2D. | | 6 DXPB BSB 7.C3BR BIR © peio progride oferecendo-se ‘As negras primeiramente pre- i 17. P3TD P3B em sacrificio para dar novas ram 0 rogue. Outra continta- Ber digne de atengo & 7. CID TDIB portunidades de ataque contra Epap; 8. C3B, Cac; 9. DID, | - DsD 19. PACD DB oR inimigo. As brancas podem BSC, fortalecendo 0 seu_con- 20. 3c PSCD tomé-lo com o B ou coma T. ‘As pegas negras devem ser 21, TIBD Vamos apreciar ambas as le sobre a casa tow | 3 p ao ore SR &. Dib, | FeasmuPadas para tratar_ do porsbiidades. Apts 28. BP, PAB, 10, CSB, BOB c as negras | 2V8790 dos. pedes centrais das Surpreendentemente chega-se | C5C a fraqueza da casa 2BR tam’ efetundo a importante | Praneas. Liberain a ctsa, 1D ma posigio que recorda uma | é evidente. Se entéo 27, T2R, avanco P4BD. A propésito des- | Par Pew ir a manobra TRID, das principais variantes do | as negras continuam com 27. wr "aitima variante, "8, DAT} | BIR © PSBD, com posicdo s6- Gambito da Dama. Tal é a| ... T6DI; 28. BXT, TXT+; A lida, inter-relagio de idéias no xa- | 29. REC, TEB com ameagas pe- pode ser respondido com 8. « 2D; 9. DID, PAB e se Neste momento as forgas | rigosas. Por exemplo: 30. DID, io 13. D3D DSC brancas estéo prontas para im- | DXP+-; 31. TxD, C6R-+; 32. ER, entio 10. ... D&B 14. D2B DAT pedir © avangd do PBD. RIC, CXD; 33. T2D, BAD-+; 8 OB 0-0 je PAR TRID 1 34. RIB, C7B; 35, ROR, TXPT 90-0 cpp a PABI as negras tém um pedo a mais 10. BSC Agora 16. CSR pode ser res- para o final. Para ey TIB a pondido com 16, ... BIR; 17. Mas as negras jogam 21. ... | réplica poderia ainda ser T6D!; 10, D3D condi a jogo mui. | C4B, DST; 18, PSC, P3B com MB apesar de tudo. O iance | 28. BX'T, TXT. to complicado, Apés 10, 193), | a ameaga’ PACD ¢ DSC: as tnarea 0 injio do contra-ataque. | No caso de 27, T2B as ne- CAD, Ll. PAR, CXC; 12. PXC | brancas ndio podem trazer 0 C gras jogam T2D com a idéia nfo seria recomendivel conti- | para 6D por 19, PSR, C4D; 20, 22. PDXP = BXC de dobrar as torres na_coluna nuar 12, C4B; 13. D3R, C4R, pois depois de 20. 23. DXB PXP BD e responder 28. P3T com 64 65 28. ... CXP; 29. TXC, BAB; 30, T2R, D2B com duplo ate- gue sobre 0 bispa ° POR. u 28, BIB, T2)-2B; 29. T2D (se 29. TLIB, entao 29. BXPT!), TSB. aumentando pressio. Finalmente, vamos considerar a variante iniciada com 26. TxP, CsCl ‘Desaconselhavel para as bran- cas seria agora 27. D2B, TXT; 28. BXT, CXPB, pois 29, DXC perde em face de 29... BAB; mas jogando 27, T2RI, TXT (ou 27, ... BAB, 28. D2B); 98. DT, BAB; 29. D2B, DXP; 30. PST, 'as braneas po- deriam ter desviado 0 ataque principal do seu R. Estas linbas Fevelam 0 perigo ‘que encerra ‘a captura do P, Nao obstante, fas brancas doveriam ter pro- curado compensagao onde po- deriam encontrar, jogando 26. TXP. Desprezando esta_opor tunidade, permitiram ao P pas- sado ultrapassar a casa atacada 96. P3T = POB 37. D3c BAB 28, T2B 28, T2R seria seguido de 28. .. BXP+; 29. TXB, CXP; 30. DB, T7D; 31. Dx, DXT-+; 32. RIT, TTC ¢ as ne= ras tém forte ataque. B... Tm! A pressio sobre 0 ponto TBR tornou-se muito forte. F inte- ressante observar como 0 con- tra-ataque das negras cresceu com 0 avango do seu PBD. Se agora 29. CXT, entio 29... BXP+; 30. REC, BXT; 31. 3B, DER; 82. TIR, DXT+h, 33, BXD, PIB e 0 P é promo- vido, 29.TXT = PXT. 30, T2R BXP+ Os primeiros frutos do ata- que. Naturalmente, contra 31. THB, CXP seria decisivo. SL. R2G TSB! 32, DID BER 33.CXP _DSD ‘As pecas negras alcangaram posigées dominantes, e exercem Je méxima pressio sobre 0 dis- positive adversiro. 34. DIR CXP. 35.CxG DXC+ 36, RIT = DSD 37. T2CR TSB Em lugar de tomar o PT as negras preferem invadir a 8.* fileira com suas pegas pesadas. O final da luta se aproxima. 66 38. DR DST. 39. DXB TXB 40. PAC TSR ‘As brancas abandonam, Apés No Ll — Del Vv. SMYSLOV x 41, DXPTD, DAR+; 42. TIC, TIR} ou 41. TI, TST +; 42. RSC, DSBR; 43. TCR, DXP | as negras ganham facilmente, fesa Caro-Kann Vv. MAKOGONOV (KUT Campeonato Socictico, Moscow, 1944) 1, PAR ¥3BD 2. PAD FD 3. PSBR Este lance nfo goza de gran- de popularidade, embora tenba suas virtudes. As brancas forta- Tecem 0 centro, o que obriga 0 seu oponente a ter muito cui- dado ao escolher suas réplicas. AAlém disso, o sistema empresta 2 partida mais agudeza e mais catacteristicas irdividuais do que as linhas usualmente utili zadas na Caro-Kann, onde cedo 2 tensio de pedes no centro de- saparece pelas trocas. on POR Considera-se a continuagio mais promissora. A. alternativa 63. ... PXP; 4, PXP, PAR; 5. CRB, BOR! e nio 5. PP; 6. BABD pois as brancas obtém forte ataque. 4, BIR Dac Atacando o PCD e simulta- neamente preparando 0 avango PABD, tipico desta conligura- ‘gio de peses, No caso de 4. PXP, 8. C2D, PXP: 6 CRXP as brancas tém forte ataque pelo pedo. | 5, cD cD As nogras se, absttm de to: mar 0 peio oferecido porque tlas 6 poderio fazer rmeis tarde, em condigdes mais_favordveis. © imediato 5. ... PABD seria respondido por 6. PRXP, PRXP; 7. PXP, BXP; 8. BXB, DB; 9. C3C e as negras tém © PD isolado, 6. B3D P4BD 7. PSB PSB Grave decisio: as negras fe- cham a posigao no flanco D, pretender captorar 0 PCD € Fealizar 0 grande roque. 8. BBD DXPC 9@R DET 10.0-0 C3C LL. PXP AAs negras conseguiram esta- bilizar a posigio no flanco, po rém as brancas abrem uma I nha, no centro, ines PXP w2TIR = -B2D 67 a 44. BIB Excelente manobra de ganho de tempo, que forga a D negra 2 abandonar sua boa posigio em 6TD e desta forma liberar © caminho para o avango do PTD. Agora as negras nio po- dem estabelecer 0 bloqueio do flanco D, controlando a casa critica STD, ua. pir 15. PATD SD 16. C3R COR 17. BED 1DIR As negras liberam a casa 1D para 0 caso de necessitarem fetrair a De mantém a outra torre no lado do R. 18. C3C. ‘Ameagando provocar o enfra- yuecimento da posigio de pedes fo oponente por meio de 19. car. 18, pat. Limitando a atividade do ca- valo, Agora a decisio das ne- as de manter uma torre em ITR assim como de continuar com PSC, despindo as brancas de qualquer iniciativa, esta jus- tificada. O imediato’ 18 PSCR nio era o melhor em vir- tude de 19. CAC; nesse caso, trocar o C nao seria bom para as negras, desde que as braneas conseguiriam novas possibilida- des de pressionar na coluna aberta. 19, C3RSB CXC 20.CxC BX 21. BXB+ RIC 92, PAB | Abrindo caminho para a D | iniciar operages no flanco R. 22. . P3C | 23. BB PAB ‘As negras_insistem em sew propésito de limitar a mobilida- Ge do B inimigo e evitar PSB. 4, DSB TSR. Uma bela idéia posicional, que traduz 0 complemento 16- gico da prévia estratégia das 68 negras: a atividade das braneas apés 25. DSC fica reduzida. Se agora 25. BXT entao PDXB; 36, D3C, TIC seguido de C4D © a posigio das negras é inex- pugnavel. Contra 24... PST, as brancas teriam probabilidade de continuar com 25. DST. 25, DSC inicio de uma interessante manobra: a D_gradualmente se infiltra na posigio inimiga em- purrando suas pegas para posi- ‘gies. passivas. 25. ric 26, DSC BIR 27. DST BBB 98. DIT = TRC 29, DST+ CIB 30. BXT Finalmente as brancas_acei- tam o sacrificio, tirando vanta- yem do fato de 9 C nao poder hnediatamente ocupar a impor- tante casa 4D. 30. . PDXB 51. DSB DID Materialmente falando as rancas tém ligeira vantagem, tas num final — apés a troca das DD — as negras transferi- aun seu cavalo para 4D e man- iam uma forte posigao. Assim tts braneas decidem reter as da- inns em jogo e pela continuagio this ameagas tirar_proveito da wsigio, difieultando o sistemé- fico Teagrupamento para as ne- as. 32, DAC TRBD 38, PST pst 34 TDIC BRR 9. D&T = D2D 36. D2T 4D s7.T2G Ca Chegou-se a uma posigio ten- sa e complexa. As negras expe- rimentam trazer suas pegas para um jogo ative, mas posto das brancas contém suficientes recursos para neutralizar as ameagas do seu oponente. 38, TEC 3B Evidentemente as negras tém superestimado suas possibilida- des, Realmente, agora elas ga- mham o PTD, mas as brancas permitido ativar suas pegas pe- Baia o remover a beso da ba: deia de peses — 5R-4B-8C— 4T— 0 PCR. Assim 38, ... TSB era proferivel, oferesendo a to ca das torres, apés 0 que as ne- gras nfo teriam aborrecimentos Com a solidez de sua posigio. 59. TLIC RIB 40. D2C CXPT — Isto € forgado em razio do | E agora esti claro que, se as een eater bane | lala jgoalta om 5B, TH triplo ataque sobre o PCD. yeragdes das negras no flanco donam, ma-se evidente: o C negra ful ‘Agora, centudo, ‘as brancas 3B resultaram ine obtengio de ‘Apés 60. ... DXT; 61. | atrafdo de sua posigio defen- ganham importante P no lado | fortes peoes passados, por outro DXT+ perde uma pega. Ago- | siva. do R. lado deixaram o R desguame- ar cido, A 2 invasio do campo N. 12 — Defesa Siciliana 1. 1 26C {nimigo pela D branca decide 0 ; Sat naeeee oer Reena eras V. SMYSLOV x A. KONSTANTINOPOLSKY A do 7 negro petmite a_van- (Campeonato de Moscow, 1944) ea . | tagem de'uin ataque que no « eryise gomavam ear, | pode ser spade. LPR PABD com jogo pstmt satis © outro lado e nesse {interim 0 2. C3BR —C3BD tério, Contudo, optaram as ne- PTD avanca. 49... DAT 3 PAD PXP gras por uma defesa mais com- 50, DER! = D2B 4. CXP. CoB plexa. 43, D2R PSTD. 51, PSB Rec 5. C3BD PSD a oO 44. TIC 52, TEC RIB : cx! 53. DXPR 6. B2R P3CR 10. BXC B3R | iL RIC ‘TB Este lance e T2T que cedo s¢ | sta captura ameaga 54. As negras empregam o siste- | 12. PATRI { segue, determinam uma pausa | g1}1) com posterior fortaleci- ma mais ativo de desenvolvi- | no perigoso avango do passado | srento do ataque. tnento, conhecido. na teoria | © sinal para o ataque. O } PTD, Ao mesmo tempo a D ne- * ‘como Variante do Dragao. Nor- | avango do PTR ameaga abrir gra fica liberada para iniciar | 55 ee malmente conduz @ jogo agudo. | o caminho em diregio ao R das edo agressiva. Sreneeanie neggas. h 55. PSD 7. BSR BEC it nee D4T a DD 00 12... BSB TSC+ = BID Finalme das casas ne- 1. 0-0-0 13, BSB TIR 46.TeT! PAC Oe 47. DXPT = DXP inente. © roque para lados opostos | Este lance profilético, prepa- 48, DXP+ T2D imprime o carater do jogo para | rando uma surtida de dama a Bo. car © testo da partida: as brancas | 4T (18. ... D4T seria mau de- 36. DSR+ RIT tém possibilidades no centro e | vido a 14. P3CD, BSR; 15. C5D, 37, D6R RIC no lado do R bascadas no avan- | atacando o PR), é insatisfatério, 38. Tac! 5 do seu PTR, enquanto as | nesta posigio. Elas deviam ter gras tém contrajogo pela co- | jogado 13. ... PATR mantendo Tmportante elo da manobra luna aberta do BD. Agora seria | a coluna TR fechada, Apés 18, final. planejada pelas brancas. pouco correto prosseguir com 9. |... PATR; 14. TRIR, TIR; 15. Se 58. ... P6T, entio 59. .. P4D; 10. CXC, PXC; 11. | P3CD, BSR; 16. C2R e 17. B2C ‘TXPC!, DXT4C; 60. DXT, ! xP, PXP; 12. CxP, CXC; | as brancas tem uma forte posi- CXT; 61. PXC e as brancas 13, DXC, D2B (18... TIC; | cio no centro, mas ainda win ganham. 1, P3CDI); HM. DXT, BAB; | diffcil e prolongada Inta pela 15. DXT+, RXD; 16. BSD! | frente, me oa Mats aceitivel ¢ 9... C5CR; 50 pipe WT 10. BXC, BXB; 11. PSB, BID | 14. PST 70 1 Naturall A abertura da colu- | Gragas 20 avango do seu pedo Todas as pegas brancas | 27. D6T+ RIN ra TR assegura as brancas um | central ~ PAR — as negras con ocupam posigées deminantes, O poderoso alaque, O coniajoge | sepuiram “ocultar”” sua tmpor- desenlace esti préximo, Se 25; | 2 DST+ RAR Gas negras no. flanco dama | tante pega da defesa — 0 bispo ROR; 26. 'P4c, PAT; 97. | 29 DAT! TITR obviamente ser. fraco em fingueto. Mas ina nova PSC 6 decisive, fraqueca surge na posigdo — SD. eas ne . Mo DAT Combinando'o alaque contra © sspears 30. TOT-+ ¢ as negras aban 15. BST Ro coma pressio ny coluna da 267XB XB donam. D, as brancas metodicamente preparam © assalto geral. N° 13 — Defesa Siciliana Uma resposta calma que pre vine possiveis ameagas na ala do rogue. = V. SMYSLOV x I. RUDAKOCSKY Bw. pst BD (XIV Campeonato Sociético, Moscou, 1945) 1. PAR PaBD & melhor para as brancas 15. ... XPT poderia ser ‘ ¢ melhor respondido com 16. BXB, CXB . eae Ho peas Maesa hoped dey pois (on 16... RXB; 17. PACR, | ataque ganha intensidade Sep Pe apse 18. PP, PXP; 18. DIC, €3B; 18. DET+, RIG; 19. P5G | em cada lance. O avango do tor Gs BABD os Dispos das casas ete...) 17. DBF, PSB; 18, BAC | PBR finalmente esmaga a co- as so tocidos, 0 que em @ 19, PAB com forte ataque. | bertura de P do It das negras. © centro de petes montado | Tht opinio dimina as possibi- Se 29. ... PAC, entio 23. T6T, pelos eee f oeerieee | lidades do ataque das braneas. 16 PXP PTXP RQC, 24. TDIT ameacando 35. conhecida Variante Schevenin- | — 45 TXB, seguido de T6T+. Se gen, um dos mais populares sis- | 1% BSR BAR | entio 24... TICR, as brancas temas de desenvolsimento. nt | 1a preferivel desenvolver no, tém salvagao apés 25, Defesa Sicilian, As brancas | p © aval desenvolrerfo pscbt usualmente baseian: suas chan- | Bit $B por B2D-3B. O lance Wes mu stage ao inde dent | sfetuado, tem 0 inconveniente 2... PxP de permitir um avango de peso 23, BXPB RIB 6BIR BAR no flanco rei eom ganho de 24. BICD PSC 700 00 tempo. 8 BR CAB | 9.P4B DEB | 13. PB BSB 10, DIR ' ' As negras executam um pla- wo. que do. ponto. de vista pos sicional € incorreto: P4R en- fraqueceu a casa central 4D; assim deveriam preservar seu bispo das casas brancas para Este lance tem dois propési- tos: transferir a dama para SCR, ‘onde ficars em boa posigao de aque e liberar a casa 1D para 1 manobra TDID. parte ativa na batalha, Se 17. BXG; 18. PX. a ameaga PACR-5C ganha impeto. 10... exe | defende-ta IL BXC PAR E verdade que apés 19, ... Wo. Pan B2D, as brancas podiam conti- 18 CxC+ BXC © avango deste pedo foi o | nuar M4. PACR, BSB; 15, BOB 19. B3B motivo da’ prévia troca, Agora | com a ameaga PSC. Entho 18. 12 13

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