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GÉMEOS A CAMINHO

Um Manual para Famílias de Gémeos

2009
Gémeos a Caminho

GÉMEOS A CAMINHO

Um Manual para Famílias de Gémeos

Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE - Guimarães


Escola Superior de Enfermagem do Porto

Guimarães, Janeiro de 2009


Gémeos a Caminho

Gémeos a Caminho

Elaborado pelo Grupo Gémeos


Alice Freitas

Ana Luísa Bastos

Carina Faria

Dalila Gomes

Isaltina Vitorino

Luciana Freitas

Luísa Andrade

Lurdes Senra

Mª José Bastos

Mª José Costeira

Mª José Rebelo

Mª Manuela Martins

Paulo Silva

Raquel Reis

Sónia Dinis

Susana Nunes

Capa

Paulo Silva e Raquel Reis

Ilustrações

Sónia Dinis
Gémeos a Caminho
émeos a Caminho

A todas as Famílias de Gémeos


Gémeos a Caminho
Gémeos a Caminho

INDÍCE
0. Nota Introdutória ........................................................... 5

CAPITULO I – Gravidez de Gémeos ........................................... 8

1. Notícia da Gravidez ......................................................... 8

2. Implicações da Gravidez .................................................... 9

2.1. Tensão Mamária ............................................................. 9

2.2. Alterações da Pele: Manchas e Estrias ..................................... 10

2.3. Problemas Circulatórios: Edemas, Varizes e Hemorróides ................. 10

2.4. Dores nas Costas ............................................................ 11

2.5. Náuseas e Pirose (Azia) ..................................................... 11

2.6. Micção frequente ........................................................... 12

3. Organização da Vida Familiar .............................................. 12

CAPITULO II - Nascimento de Gémeos ..................................... 14

1.Aleitamento .................................................................. 14

2. Higiene e Conforto ......................................................... 17

3. Sono ......................................................................... 18

4. Reforço da Individualidade ................................................ 19

5. Prevenção de Acidentes .................................................... 19

5.1. Segurança no Automóvel ............................................... 21

5.2. O Síndrome de Morte Súbita do Lactente ............................. 22

6. Vigilância de Saúde ........................................................ 23

7. Os outros Irmãos ........................................................... 25

8. Legislação ................................................................... 25

8.1. Licença de Maternidade ............................................... 25

8.2. Licença de Paternidade ............................................... 26

8.3. Dispensa para Amamentação e Aleitamento ............................ 26

9. Serviço Social ............................................................... 27

10. Outras Informações Úteis ................................................ 27

11. Nota Final ................................................................. 28

12. Bibliografia ................................................................ 29

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Gémeos a Caminho

INDÍCE DE FIGURAS

Figura 1 – Notícia da gravidez ................................................ 8

Figura 2- Posição de descanso .............................................. 10

Figura 3- Organização da vida familiar .................................... 12

Figura 4- Ida para a maternidade ......................................... 14

Figura 5- Posições para amamentação de gémeos ......................... 16

Figura 6- Partilha de cuidados aos bebés .................................. 17

Figura 7- Transporte seguro ................................................ 21

Figura 8- Segurança no sono ................................................ 23

Figura 9- Vigilância de saúde ............................................... 24

Figura 10- Relação com os irmãos .......................................... 25

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Gémeos a Caminho
Gémeos a Caminho

0. Nota Introdutória

A organização de uma família onde nascem gémeos, trigémeos ou ainda

quadrigémeos é necessariamente diferente de uma família onde nasce apenas um

bebé. Será a versão ampliada. Há, com certeza diferenças importantes que

merecem acompanhamento.

“A notícia de que vão nascer gémeos parece quase sempre causar uma grande

impacto... Para alguns, é manifestamente um impacto agradável. Para outros,

principalmente se se tratar de uma gravidez não planeada ou se existirem

problemas financeiros, o impacto é muito negativo. Para a maior parte dos pais

trata-se de uma mistura de sentimentos. Por um lado, preocupa-os a forma como

irão enfrentar a situação, tanto do ponto de vista financeiro, como do prático (não

ter mãos suficientes para tudo, a casa é pequena, ou o carro, etc.). Por outro lado,

fascina-os a ideia de ter dois bebés, de ver duas crianças a explorar e a desfrutar

da vida juntas. E muitos pais sentem prazer com as atenções ou, por vezes, mesmo

com o tratamento de celebridade de que, repe ntinamente, começam a ser alvo por

parte dos amigos e dos próprios médicos.” (Bryan,1992:33).

Para ajudar estas famílias a recuperar das transformações a que estão sujeitas,

importa conhecê-las profundamente, permitindo assim criar programas de

intervenção e de acompanhamento focando alguns dos pontos inerentes à dualidade

“gravidez múltipla: prazer múltiplo ou trabalhos múltiplos”.

Neste manual poderá ser encontrada informação sobre a gravidez de gémeos;

organização da casa e readapatação familiar – algumas estratégias; características

dos gémeos, relativamente à sua personalidade e educação; quando existem outros

irmãos, não gémeos… como agir com eles; o aleitamento de gémeos; cuidados de

higiene e conforto aos bebés; segurança em casa, na rua e no automóvel e ainda

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Gémeos a Caminho
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outros assunto de interesse como legislação disponível e de que apoios poderão

estas famílias beneficiar.

Este manual pretende contribuir para uma melhor adaptação destas famílias à sua

nova condição: “Famílias de Gémeos”. O essencial é que possam aqui ter alguma

informação e ajuda relativamente à adaptação familiar a que necessariamente

terão que se submeter, pois é importante transmitir a ideia que pode não ser fácil,

mas que quando se consegue pode ser fantástico.

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Gémeos a Caminho
Gémeos a Caminho

CAPITULO I

Gravidez de Gémeos

Existem principalmente dois tipos de gémeos: os monozigóticos e os dizigóticos.

A prevalência total de gémeos estima-se em 10 a 14 ‰ gestações.

A prevalência de gémeos monozigóticos é constante em todo o mundo, sendo cerca

de 4 ‰. A prevalência de gémeos dizigóticos é muito variável, oscilando entre 4 a

50 ‰, dependendo da raça, idade materna, história familiar de gémeos dizigóticos

e o uso de estimulantes ováricos.

Os gémeos dizigóticos também chamados fraternos resultam da fertilização de

dois óvulos por dois espermatozóides. São formadas duas placentas e dois sacos

amnióticos. As placentas podem fundir-se mas são facilmente separáveis após o

nascimento e nunca apresentam comunicações vasculares. A semelhança entre o

material genético é igual à dos outros irmãos não gémeos.

Os gémeos monozigóticos também chamados de gémeos idênticos, resultam da

divisão e separação de um único ovo fertilizado durante as duas primeiras semanas

após concepção. O motivo pelo qual surge esta divisão é desconhecido. Conforme a

ocasião em que ocorre esta separação irá formar-se uma ou duas placentas, e um

ou dois sacos amnióticos.

Se a separação ocorre mais tarde, entre o nono e o décimo segundo dias de vida

após a fertilização, então forma-se só uma placenta e um saco amniótico

(monocoriónico/monoamniótico). Esta situação é rara, representa cerca de 1% dos

gémeos monozigóticos.

Quando se forma só uma placenta existe comunicação vascular entre as circulações

dos gémeos e pode desenvolver-se um síndrome de transfusão feto-fetal.

Se, excepcionalmente, a separação ocorre após o décimo segundo dia após

fertilização então a separação não é completa e resulta nos gémeos siameses.

Os trigémeos podem ser monozigóticos, dizigóticos ou trizigóticos. Os trizigóticos

resultam da fecundação de três óvulos por três espermatozóides. Os dizigóticos

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Gémeos a Caminho
Gémeos a Caminho

resultam da fecundação de dois óvulos por dois espermatozóides e posterior

divisão e separação de um destes zigotos. Os monozigóticos resultam da

fecundação de um óvulo por um espermatozóide e posterior divisão e separação em

dois tempos consecutivos, com eliminação de um dos fetos.

Os recém nascidos de gestação múltipla têm maior probabilidade de nascerem

prematuramente e de necessitarem de internamento em cuidados intensivos, o

tempo de gestação diminui inversamente ao número de fetos por gestação.

Os gémeos monocoriónicos e monoamnióticos são os que têm maior risco de

complicações assim como o gémeo que nasce em segundo.

As gestações múltiplas acarretam maior risco para a mãe e para os bebés, pelo que

esta gravidez deve ser vigiada de forma estreita e o nascimento deve ocorrer

numa unidade hospitalar com apoio diferenciado, caso haja necessidade de

assistência em cuidados intensivos à mãe ou aos bebés. Só deste modo a grávida e

os bebés poderão estar mais seguros e existir uma gravidez fisiologicamente

normal.

1.Notícia da Gravidez

Preocupação e felicidade são dois

sentimentos que se misturam quando, ao

fazerem a ecografia, o médico dá a

notícia de uma gravidez de gémeos. De

imediato pensa-se: serão dois lindos


Figura 1 - Noticia da gravidez
bebés, dois sorrisos... mas também, dois

choros simultâneos....fraldas em dobro...

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Gémeos a Caminho
Gémeos a Caminho

Um casal quando descobre que vai ter gémeos, sente um misto de medo e alegria.

Medo, por ter noção das dificuldades, do trabalho e do desgaste que isto implica, e

alegria, pois o filho que eles desejam não vem só.

Ter filhos múltiplos pode ser um dos acontecimentos mais emocionantes na vida de

um casal, pois trará à família, quer queiram ou não, o brilho da fama. Mas apesar

dessas crianças trazerem momentos especiais para desfrutar, cuidar delas é uma

grande tarefa. Contudo, a forma de criar filhos gémeos é a mesma de criar um

único filho, só que com um esforço redobrado.

Passada a surpresa inicial, o casal deve organizar-se antes da chegada dos recém-

nascidos, de forma a melhor responderem às necessidades dos novos membros da

família, depois da chegada dos mesmos a casa, podendo desfrutar em pleno deste

momento único nas vossas vidas.

2. Implicações da gravidez

A gravidez, não é um fenómeno isolado que afecta apenas o aparelho genital, mas

sim um acontecimento que modifica todo o organismo feminino. As alterações

produzidas podem provocar alguns desconfortos que podem acompanhar a futura

mãe durante os 9 meses. A maior parte deles não são graves, mas podem ser

desconfortáveis e desagradáveis. Durante a gravidez a mulher deve ter uma

alimentação equilibrada e fazer suplementos de ácido fólico, ferro e iodo.

2.1. Tensão mamária

As mamas, no primeiro trimestre, sofrem um crescimento, podendo tornar-se

dolorosas. Com o decorrer da gravidez, os mamilos crescem tornam-se erécteis,

podendo escurecer. As auréolas alargam e as veias tornam-se mais visíveis sob a

pele das mamas. Estas alterações surgem como consequência das alterações

hormonais, crescimento do sistema de ductos secretores e aumento do sistema

glandular. Para diminuir o desconforto provocado pela tensão mamária deve-se

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Gémeos a Caminho
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optar por usar um soutien cómodo e regulável, que sustenha bem as mamas durante

o seu aumento de volume.

2.2. Alterações da pele: Manchas e Estrias

Algumas mulheres durante a gravidez verificam o aparecimento de algumas

manchas acastanhadas no rosto, colo e/ou braços. Estas manchas aparecem por

causa das alterações hormonais que ocorrem neste período. Para que estas não

escureçam e o seu desaparecimento após o parto seja facilitado, estas mulheres

não se devem expor ao sol sem protecção.

As estrias são uma resposta ao estiramento cutâneo, ou seja, as fibras elásticas e

de colagénio que sustêm e dão resistência à pele rompem-se e forma-se uma

espécie de cicatriz. Estas são rosadas em mulheres de pele clara e em mulheres de

pele mais escura são mais claras que a pele. Para reduzir o aparecimento de

estrias, a grávida deve aplicar diariamente um creme (creme gordo, óleo de

amêndoas doces, etc.) sobretudo no peito, abdómen e nas nádegas.

2.3. Problemas Circulatórios: Edemas, Varizes e Hemorróides

Durante a gravidez (principalmente nos últimos meses) é frequente as pernas e os

dedos incharem, sobretudo quando o tempo está mais quente. Também é frequente

o aparecimento das hemorróides, que se deve ao aumento do útero que desloca o

intestino grosso e aumenta a pressão nas veias localizadas abaixo deste.

Ingerir líquidos e fazer uma

alimentação equilibrada (rica em

proteínas e fibras), reduz assim o

aparecimento de edemas e hemorróides

durante a gravidez.

As grávidas devem evitar permanecer

demasiado tempo sentadas ou em pé.


Figura 2 - Posição de descanso Quando estiverem sentadas ou deitadas

devem elevar as pernas e os pés, com o objectivo de reduzir ou evitar os edemas.

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Para evitar o aparecimento de varizes durante a gravidez pode-se ainda usar

diariamente meias de descanso.

2.4. Dores nas costas

Com o evoluir da gravidez as dores nas costas tornam-se mais evidentes e

incómodas. Para evitar situações de demasiado desconforto a grávida deve evitar

sobrecarregar as costas e usar sapatos baixos (mas não completamente rasos).

Ao sentar-se, a grávida deve manter a coluna erecta (dobrar os joelhos e não a

coluna) e fazê-lo numa cadeira confortável.

2.5. Náuseas e Pirose (Azia)

As naúseas surgem entre a 4ª e a 6ª semana de gestação persistindo durante o

primeiro trimestre de gravidez, estas devem-se aos níveis crescentes da hormona

HCG (Gonadotrofina Coriónica Humana), ao stress emocional, diminuição da

motilidade gástrica e devido a alterações metabólicas.

As náuseas são sintomas comuns no início da gestação, desaparecendo normalmente

quando termina o 1º trimestre, no entanto quando aparecem no final, podem estar

associadas a doenças importantes, pelo que deve sempre ser comunicado ao seu

médico assistente.

Uma grávida deve evitar fazer refeições muito aromáticas, gordurosas, beber

sumo de limão ou café. Por fim, para reduzir o desconforto provocado pelas

náuseas a grávida deve fazer regularmente pequenas refeições ricas em hidratos

de carbono (tostas, bolachas, batatas cozidas).

O aumento dos níveis de progesterona origina uma diminuição do tónus e da

motilidade gástrica que retarda o esvaziamento do estômago provocando

regurgitação e refluxo do conteúdo gástrico surgindo a azia. A azia é um dos

desconfortos da gravidez que se torna mais evidente quanto mais avançada é a

gravidez, pelo que, a grávida deve evitar refeições muito condimentadas, muito

frias ou muito gordurosas e ainda manter a cabeceira da cama ligeiramente

elevada.

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2.6. Micção frequente

A frequência urinária associada à gravidez, ocorre no primeiro trimestre como

resultado da compressão do útero em crescimento na bexiga, regride no segundo

trimestre quando o útero se eleva da pelve e reaparece no terceiro trimestre

quando o feto desce à pelve.

Por vezes uma grávida interrompe o seu sono para urinar; para que tal não

aconteça, deve beber pouca água antes de dormir.

Ao longo do dia a grávida deve urinar todas as vezes que for necessário, evitando

urina concentrada e consequentemente infecções.

3. Organização da Vida Familiar

Toda a gestação acarreta mudanças na vida de um casal, principalmente quando

essa gestação é de gémeos.

Toda a estrutura e planeamento familiar podem ser profundamente alterados com

a vinda de mais um filho, de uma só vez. Muda -se a organização do espaço físico da

casa, o orçamento doméstico, os planos

profissionais, diminui o tempo para

lazer, aumenta o stress e o cansaço,

etc.

Simplificar, ser flexível, estabelecer

prioridades, dividir tarefas, manter a

calma e conservar o sentido de humor é

a chave para uma tranquilidade maior.

Figura 3 - Organização da vida familiar


Face a tantas mudanças torna-se

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importante adoptar algumas estratégias:

 Após a notícia de gravidez de gémeos, o casal pode discutir a me lhor forma

de organizar a casa, o trabalho e de gerir o tempo;

 Se possível, o casal deverá procurar alternativas para a organização da

casa;

 O casal pode fazer listas de tarefas prioritárias e não se preocuparem se a

casa estiver mais desarrumada do que o habitual;

 Não esquecer que é importante reservar um pouco de tempo para cada um;

 Os pais podem partilhar as suas dificuldades/experiências com outras

famílias de gémeos;

 Um casal, mesmo com filhos gémeos deve procurar arranjar sempre tempo

para ambos;

 A chegada dos bebés, deve ser planeada de uma forma simples;

 Se os pais acharem importante e se for possível, podem solicitar a ajuda de

familiares e/ou amigos;

 Poderão estabelecer regras e rotinas para facilitar a gestão do tempo e das

tarefas;

 O apoio familiar é muito importante, mas também é importante definir uma

estrutura de organização familiar.

Criar um filho significa um aumento das despesas da família, por isso, criar dois

torna a situação ainda mais complexa. Com o objectivo de ajudar os pais com mais

dificuldades, existe no Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE – Unidade de

Guimarães, um programa de apoio às famílias de gémeos, o qual está mais

especificado num outro ponto deste livro.

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CAPITULO II

O Nascimento de Gémeos

O nascimento de filhos gémeos acarreta cansaço

a dobrar mas, também, prazeres e alegrias

aumentadas. Geralmente, a vida familiar é

alternadamente deliciosa e frustrante.

Nos primeiros meses de vida é fundamental uma

boa organização do quotidiano, de forma a

desfrutar a família e a saborear o crescimento

Figura 4 - Ida para a maternidade dos filhos.

O objectivo principal na educação dos gémeos é fazê-los chegar à vida adulta

responsáveis e com confiança nas suas capacidades individuais. Cada gémeo deve

aprender a ser independente do outro, sem contudo perder o laço especial que o

liga, uma dádiva que é muito preciosa.”

1.Aleitamento

Amamentar é importante para a saúde e desenvolvimento dos bebés e fundamental

para o seu bem estar e para si, quer ao nível nutricional, quer imunológico e

psicológico. Este momento é um momento único, que faz com que aumente a ligação

com os seus filhos.

No decorrer das primeiras 72 horas após o nascimento do bebé, os seios produzem

um líquido ralo e amarelo chamado colostro. Este líquido além de ser muito rico,

tem componentes que protegem o bebé de várias doenças.

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O leite materno é um alimento vivo, completo e natural, adequado a todos os

recém-nascidos.

O leite materno contém todas os nutrientes que o seu bebé necessita para ser

saudável, transmite defesas e reforça a imunidade, melhora o desenvolvimento

mental do bebé, é mais facilmente digerido, os bebés têm uma melhor adaptação a

outros alimentos e promove o estabelecimento de uma ligação emocional, muito

forte e precoce, entre a mãe e a criança.

Amamentar é muito prático! Não é necessá rio esterilizar e preparar biberões, não

sendo necessário levantar-se de noite para preparar o biberão e é mais económico

para a família!

Extrair o leite materno pode ser necessário para ajudar o bebé a agarrar ao peito,

se a mama estiver demasiado cheia, se a mãe sente os peitos muito cheios e

desconfortáveis, se o bebé é demasiado pequeno ou prematuro para se alimentar

ao seio, se precisa de estar longe do bebé durante algumas horas ou se está de

regresso ao trabalho.

Privilegiar o aleitamento materno, é melhor, mais barato, mais prático, permite

mais contacto da mãe com filhos, ajuda a prevenir infecções e a sua constituição

adapta-se melhor às necessidades dos bebés.

Em caso de necessidade pode-se fazer aleitamento misto, iniciando sempre a

refeição com o leite materno e alternando o peito e o gémeo com que se começou.

Poderá também congelar o leite extra para ser usado quando a mãe começar a

trabalhar. É importante ingerir muitos líquidos e alimentar-se convenientemente.

A maioria das mulheres pode produzir leite suficiente para os seus filhos. Quanto

mais o bebé mama, mais leite a mãe produz. Por isso, as mães que têm gémeos

conseguem produzir leite suficiente para os bebés.

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Gémeos a Caminho
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No primeiro mês de vida, o intervalo entre cada mamada não deve ser superio r a 3

horas (o tempo é contado desde o início de uma mamada até ao início da seguinte).

Alguns bebés são sonolentos e difíceis de acordar. Verifique a temperatura

ambiente (o excesso de calor provoca sonolência) e o vestuário do seu bebé.

Uma mãe pode perceber se o bebé está mesmo a mamar quando constata que a

sucção é mais lenta do que com uma chupeta, quando verifica que o bebé enche as

bochechas de leite ou, muitas vezes, quando ouve o bebé a engolir o leite.

O tempo que cada bebé necessita para com pletar uma mamada é variável. O ideal é

que a mamada dure até que o bebé solte espontaneamente o seio.

A pesagem do bebé nas consultas de saúde e uma boa progressão do seu peso

garantem que o bebé está a ser

bem alimentado.

Na amamentação a posição é

muito importante. A boa posição

é aquela em que a mãe e o bebé

estão confortáveis.

A mãe pode amamentar dois

gémeos simultaneamente como

se verifica na figura.

Como o bebé pega na mama Figura 5 - Posições para amamentação de gémeos

 Depois do bebé bem posicionado, com o nariz a nível do mamilo

 Espere que ele abra a boca bem aberta (pode estimular a abertura da boca

roçando com o mamilo nos lábios do bebé).

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Gémeos a Caminho
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 Rapidamente, aproxime o bebé da mama, de modo que o seu lábio inferior toque

na mama o mais longe possível da base do mamilo (assim, o mamilo estará

apontado em direcção ao céu da boca).

 Se os gémeos nascerem prematuros, a mãe deve, com a ajuda dos profissionais

de saúde, estimular a produção de leite, retirando o mesmo manualmente e

oferecendo aos bebés enquanto estiverem na incubadora, para que eles

recebam apenas o leite materno. No caso de apenas um dos bebés ficar na

maternidade, alimente o outro nos dois seios e retire também manualmente o

leite para o bebé que está internado.

 Algumas mães de gémeos concordam que o mais simples é amamentar os doi s ao

mesmo tempo, pois estimula a produção de leite e economiza tempo. Quando as

crianças mamam ao mesmo tempo, a tendência é que tenham os mesmos

horários para comer e dormir, facilitando a rotina da mãe.

Se a opção de amamentar não for viável (por opção ou impossibilidade), deve pedir

aconselhamento ao profissional de saúde sobre o aleitamento artificial.

2. Higiene e Conforto

O banho deve ser tomado diariamente, de preferência à mesma hora do dia. É bom

que nessa altura os pais estejam disponíveis para poderem conversar e brincar com

os bebés.

Antes de iniciar o banho é importante

que:

 O ambiente seja calmo e

quentinho (mas não de mais!) e

sem correntes de ar;

 A roupa limpa e pronta para

vestir;

Figura 6 - Partilha de cuidados aos gémeos


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 A água esteja tépida (verificar a temperatura com o cotovelo ou com um

termómetro de água: 36-37ºC).

 Toalha macia para após o banho.

O banho de início não deve ser muito prolongado. Depois do banho, a pele deve ser

limpa com suavidade.

O cordão umbilical não tem sensibilidade, ou seja, se o bebé chorar quando o

limpam, não é por estar a doer. É importante limpar muito bem o cordão de modo a

ficar limpo e seco e mantê-lo fora da fralda.

3.Sono

O ciclo de sono e actividade varia de bebé para bebé. Após um período precoce de

reactividade, o seu bebé manifesta vários estados de sono e vigília, daí que nos

primeiros três dias de vida, o bebé esteja quase sempre a dormir, acordando

apenas nas horas das refeições, de três ou de quatro em quatro horas, porém

alguns bebés requerem apenas 12 a 16 horas de sono diários.

A melhor opção poderá ser uma alcofa e uma cama de grades para cada bebé. Os

vossos filhos podem ainda compartilhar a mesma cama, deitando os bebés “pés

contra pés”.

Devem ser deitados de barriga para cima (salvo contra-indicação médica), com

roupa confortável (nem muito aquecidos nem com frio), com os pés a tocar no fundo

da cama e com os cobertores um palmo abaixo do queixo.

Aproveitar as horas de sono dos bebés para também descansar é uma boa opção.

Pode utilizar carrinhos para dormirem, para os embalar ou para passearem;

existem essencialmente 2 tipos de carrinhos de gémeos: um com duas cadeiras

viradas uma para a outra, o outro com as cadeiras lado a lado, sendo o primeiro

mais prático.

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Existem lojas de artigos usados e sites na Internet que publicitam a venda de

carrinhos de gémeos usados e em muito bom estado de conservação.

4. Reforço da individualidade

Os gémeos são simplesmente irmãos com o mesmo aniversário! É importante

estimular e aprovar a diferença entre eles. Devem vestir roupas diferentes, ter

nomes diferentes e estabelecer rotinas diferentes. Deve-se reforçar a vinculação

e a relação pais-filhos de uma forma individual, passear e brincar com eles

separadamente, quando for possível.

Encorajar os familiares e amigos a individualizarem o trato.

Durante o crescimento é necessário ter particular atenção ao desenvolvimento da

linguagem e do relacionamento entre os gémeos e a família, bem como da dinâmica

familiar. Por vezes os gémeos desenvolvem uma “linguagem secreta” que mais

ninguém entende, entre os 2 e os 3 anos.

A integração escolar pré-primária e posterior na mesma sala ou em salas separadas

deve ser avaliada caso a caso e vigiada de perto a sua adaptação.

5. Prevenção de Acidentes

Manter as crianças seguras é o sonho de todos os pais. No entanto, os acidentes

podem acontecer, pelo que é tarefa dos adultos estarem alerta para os poder

prevenir, construindo um ambiente mais seguro para que as crianças se possam

desenvolver e crescer adequadamente.

À medida que as crianças crescem os riscos vão sendo diferentes, pelo que é

importante começar desde cedo a avaliar cada situação, colocando-se no lugar da

criança a fim de procurar esses perigos para os poder evitar antes que se

transformem em acidentes.

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É aconselhável adquirir hábitos seguros desde muito cedo, para manterem um

ambiente seguro à volta das crianças, gestos simples, mas eficazes tais como:

 Ao adquirir acessórios de puericultura como camas carrinhos, cadeiras e

outros, ter atenção ao cumprimento das normas de segurança, é impor tante

informar-se antes de comprar.

 Rejeitar artigos que apresentem arestas ou pontas aguçadas susceptíveis

de causar ferimentos.

 As camas devem ter grades no mínimo de 60cm de altura e a distância entre

as barras deve ser de 6 cm.

 O colchão deve ser firme e bem adaptado ao tamanho da cama, para que não

fique qualquer espaço entre o colchão e as grades.

 Não colocar brinquedos, fraldas, laços/fitas nem almofadas na cama, para

evitar o risco de asfixia.

 As chupetas devem ter um disco mínimo de 4,3cm de largura e possuir

orifícios de ventilação. Verificar regularmente o seu estado de conservação,

substituindo-a se houver rachas ou deterioração do látex ou silicone.

 As correntes das chupetas não devem ultrapassar os 22cm de comprimento

para evitar o risco de estrangulamento.

 Existem vários tipos de barreiras de protecção para o lar que são muito

úteis tais como: cancelas, protectores de tomadas eléctricas, protectores

de cantos e outros.

 Os andarilhos são desaconselháveis, pela frequência de acidentes por eles

provocados.

 Os carrinhos de passeio devem possuir arnês de cinco pontos (cinto interno

que passa sobre os ombros, na cintura e entre as pernas).

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Gémeos a Caminho
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Não se esqueçam que ter dois (ou mais) filhos a crescer simultaneamente, aumenta

o risco de acidentes - é importante manterem-se atentos.

5.1. Segurança no Automóvel

Todos os anos na Europa, morrem mais crianças em acidentes do que por doenças

como cancro ou doenças respiratórias!

É importante que a criança use um sistema de retenção adequado, pois diminuem as

probabilidades de ocorrência de: traumatismos cranianos e cervicais, derrames

internos, fracturas, esmagamentos e outras lesões que põem a vida facilmente em

perigo!

Existem vários sistemas de retenção no automóvel, que zelam pela segurança da

criança:

 “cadeirinha”

 cadeira de apoio ou banco elevatório com cinto de segurança

 Cinto de segurança de três pontos

Deve-se usar o sistema mais adequado à criança, de acordo com a idade, o peso e a

altura.

 Até aos 3 anos deve usar obrigatoriamente a

cadeirinha adaptada ao peso da criança

preferencialmente atrás e voltada para trás.

Deverá fazê-lo até mais tarde quanto possível, pois

é a protecção mais segura.

Se a criança estiver voltada para a frente antes dos Figura 7 - Transporte seguro

18 meses, o seu pescoço pode ser "puxado" com demasiada força mesmo num

acidente a baixa velocidade ou até numa travagem brusca.

Não deve haver preocupação quando a criança começar a bater com os pés no banco

do automóvel ou começar a ter as pernas um pouco dobradas.

Isto não é desconfortável nem pouco seguro, pelo menos até aos 18 meses.

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Gémeos a Caminho
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 Viajar à solta é a pior de todas as situações, pois não haverá nada a


proteger a criança em caso de acidente.

Num acidente a 45 km/h a criança será projectada ou esmagada por uma força

maior do que 20 vezes o seu próprio peso.

 Viajar ao colo é a mesma coisa do que viajar à solta.


Um bebé de 2 ou 3 meses passará a pesar mais de 100 kg em caso de acidente – O

bebé ser-lhe-á arrancado dos braços tal como se fosse completamente à solta.

Os traumatismos, ferimentos e lesões resultantes de acidentes rodoviários são a

maior causa de morte e incapacidade temporária e definitiva nas crianças e jovens

em quase todos os países do mundo desenvolvido.

5.2. O Síndrome de Morte Súbita do Lactente

O Síndrome de Morte Súbita do Lactente é o diagnóstico atribuído à morte

repentina de uma criança com menos de um ano de idade que permanece sem

explicação após uma investigação completa, que inclui a autópsia, o estudo do local

onde faleceu e a revisão dos sinais ou sintomas apresentados antes da morte.

O Síndrome de Morte Súbita do Lactente é a principal causa de morte em

lactentes entre 1 mês e 1 ano de idade, nos países desenvolvidos.

Actualmente não é possível prever quais as crianças que vão morrer por este

Síndroma, no entanto, existem alguns procedimentos que os pais podem adoptar

para reduzir o risco de que os seus filhos faleçam por esta causa.

A vigilância médica da gravidez, nutrição adequada e abstenção do uso de álcool,

tabaco ou outras drogas, pode evitar o aparecimento de alterações que aumentem

o risco de Morte Súbita no seu Bebé.

Mesmo após o nascimento, não fume, nem deixe ninguém fumar no ambiente onde o

seu Bebé respira.

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Gémeos a Caminho
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Não consuma substâncias que possam interferir com a capacidade de vigiar o seu

filho.

Coloque o seu filho a dormir deitado de costas. Esta posição não faz com que bolse

mais ou aspire o vómito.

Quando acordado e sob observação de um adulto, o Bebé deve estar algum tempo

de bruços promovendo o desenvolvimento motor do tronco e diminuindo o

aplanamento occipital.

Em algumas situações, muito raras, as crianças necessitam ser colocadas noutras

posições. Não o faça sem consultar o seu médico ou enfermeiro.

O Bebé deve dormir sobre um colchão firme e sem almofada . Não use mantas nem

edredões. Deite o seu filho com os pés tocando o fundo da cama. Não deixe na

mesma, roupa ou objectos que lhe possam cobrir a cabeça (fraldas, gorros,

peluches).

O Bebé não deve dormir na cama dos pais . As camas dos adultos não proporcionam

segurança ao seu filho. Além disso, dormir com um adulto pode provocar alterações

no padrão do sono com aumento do risco de Morte Súbita.

Os Bebés não devem ter frio nem excesso de calor. A temperatura ideal do quarto

situa-se entre os 19º e 21ºC. Vista o seu filho com o mesmo tipo de roupa que lhe

permite, a si, sentir-se confortável, sem calor.

Se o seu Bebé tem febre necessita menos roupa.

6. Vigilância de Saúde

Após a alta, é muito importante que os pais passem pelo Centro de Saúde da sua

área de residência com a finalidade de marcar uma consulta de revisão do

puerpério, na qual entre outras coisas, será prestado aconselhamento

relativamente à contracepção a adoptar neste período.

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Gémeos a Caminho
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde o puerpério é definido como o

período que se inicia uma hora após a dequitação da placenta (saída da placenta) e

se estende pelas seis semanas seguintes, termina com o retorno das menstruações.

Neste período do puerpério, sobretudo se a mãe amamenta, a alimentação deve ser

equilibrada e deve fazer um suplemento vitamínico e de minerais, que inclua iodo.

Recomenda-se uma consulta de revisão de puerpério 40 dias após o parto. Esta

consulta visa aconselhar/orientar sobre necessidades físicas, psicológicas e

aleitamento. Consultas destinadas às ♀ e ♂ a nível da sexualidade no pós-parto, a

regulação da fecundidade e contracepção.

O processo de gravidez e o período do puerpério interferem na sexualidade do

casal, não o sendo obrigatoriamente de uma forma negativa, embora existam

factores de várias ordens que predispõem à diminuição da actividade sexual do

casal.

A actividade sexual pode ser iniciada logo após a total cicatrização das regiões

traumatizadas na dependência do desejo sexual do casal.

A pílula da amamentação é um tipo de pílula

anticoncepcional que contém apenas progesterona

e não estrogénios, não interferindo deste modo

com a amamentação evitando assim uma nova

gravidez. A amamentação por si só não impede a

gravidez!

O seu bebé deve ser observado,

independentemente de apresentar ou não qualquer

Figura 9 - Vigilância de saúde sintoma até final da 2ª semana de vida, na primeira

consulta de saúde infantil.

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A vigilância de saúde, bem como a vacinação deve ser efectuada com a mesma

periodicidade que qualquer outra criança, independentemente de ser ou não gémea.

7. Os outros irmãos

Se houver outros filhos este é um momento particularmente delicado para eles:

dependendo da idade, número e posição na fratia, poderão necessitar de atenção

extra. É interessante envolvê-los nos cuidados e fazê-los sentir amados e

igualmente queridos e reservar

algum tempo para passear e

brincar com eles. Ter em casa

alguns presentes para lhe serem

dados nos momentos em que as

visitas oferecem prendas aos

gémeos evita algumas reacções de

ciúmes. Há que estimular também a

relação individual dos irmãos com


Figura 10 - Relação com os irmãos
os recém-chegados.

8. Legislação

Existe legislação específica de apoio à maternidade e paternidade, que todos

devem conhecer.

8.1 Licença de Maternidade

A mãe, tem direito a gozar 4 meses (120 dias), três dos quais (90 dias)

obrigatoriamente após o parto. Poderá contudo optar, por gozar mais 30 dias,

sendo neste caso o subsídio no valor de 80% do vencimento, informando o

empregador no prazo de 7 dias após o parto.

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Nos casos de nascimentos múltiplos, o período de licença previsto é acrescido de

30 dias por cada gémeo além do primeiro (Dec. Lei nº 70/2000 de 4 de Maio). (ex.

Trigémeos: 120 dias + 60dias).

8.2 Licença de Paternidade

O pai, tem direito a gozar 5 dias seguidos ou interpolados, no 1º mês a seguir ao

nascimento, informando o empregador com 5 dias de antecedência, e em caso de

urgência comprovada logo que possível.

Por incapacidade física ou psíquica da mãe, por morte ou decisão conjunta dos pais,

o pai tem direito a licença de duração igual à que a mãe teria direito. No caso de

decisão conjunta, a mãe terá de gozar obrigatoriamente 6 semanas a seguir ao

parto.

O pai tem ainda direito a 15 dias seguidos desde que sejam imediatamente

subsequentes à licença por maternidade ou paternidade (Dec. Lei nº 142/99, artigo

26, ponto 2, de 31 de Agosto).

8.3 Dispensa para amamentação e aleitamento

A mãe tem o direito de ser dispensada em cada dia de trabalho, por dois períodos

distintos de 1 hora cada um, durante todo o tempo que durar a amamentação,

devendo a entidade empregadora ser informada com 10 dias de antecedência. Por

cada gémeo além do primeiro a este período acresce-se 30 minutos.

A dispensa para amamentação é gozada pelo tempo que esta durar, sendo

necessário apresentar atestado médico após 1 ano.

A dispensa para aleitamento é gozada até 1 ano pelo pai, pela mãe, ou por ambos,

devendo em qualquer um dos casos apresentar um documento em que conste a

decisão conjunta e provar que o outro progenitor informou o seu empregador da

decisão conjunta.

Existe legislação mais específica no caso de internamento dos bebes, pelo que

para qualquer esclarecimento adicional, pode obter mais informação do Serviço

Social existente neste hospital.

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Também pode dirigir-se à segurança social da sua área de residência e consultar

sites na Internet para obter outras informações de interesse. Sugerimos os

seguintes endereços:

- www.cite.gov.pt/cite/Protcmat.htm

- www.seg-social.pt

9. Serviço Social

O Serviço Social (Gabinete do Serviço Social – piso 4 do Centro Hospitalar do Alto

Ave, EPE – Unidade de Guimarães), integra o Grupo de Apoio às Famílias de Gémeos

e procede à avaliação sócio-económica de todas as grávidas delineando um plano de

intervenção e acompanhamento de acordo com as necessidades evidenciadas.

Ao nível do apoio social o Hospital dispõe actualmente de um banco de materiais

que são colocados à disposição das famílias de gémeos mais necessitadas (mediante

disponibilidade). As famílias são acompanhadas desde a primeira consulta de

obstetrícia até aos 6 meses de idade dos gémeos.

Neste Grupo de Apoio às Famílias de Gémeos, para além do Serviço Social, estão

incluídos profissionais da Consulta Externa III, do serviço de Obstetrícia e da

Unidade de Neonatologia aos quais poderão recorrer sempre que necessitem.

10. Outras Informações Úteis

O Grupo Gémeos facilita um endereço electrónico para onde poderão ser enviadas

questões ou dúvidas, sendo a resposta efectuada pela mesma via e por um dos

elementos do grupo.

O endereço electrónico é o seguinte: familiasdegemeos@gmail.com

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Também é possível aceder ao blog criado pelo grupo, onde poderá ser encontrada

informação relativa ao grupo e à temática dos gémeos, entre outros.

A página a consultar é a seguinte: www.gemeosacaminho.blogspot.com

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11. Nota Final

É nas experiências que o dia-a-dia interpõe, figurativamente rendilhadas por

traços de dificuldades e conquistas, que se revelam e entreabrem amplas janelas

de marcantes aprendizagens, sendo estas as que nos fazem crescer para o

presente, rumo ao futuro.

Neste intuito, a elaboração deste manual pretendeu contribuir para uma melhor

adaptação destas famílias à sua nova condição: “ Famílias de Gémeos”. O essencial é

que as famílias consigam organizar os recursos que dispõem e recolham informação

relativamente à nova situação familiar, de modo a ultrapassarem este novo ciclo de

forma coesa e harmoniosa.

A nós, grupo multidisciplinar, cabe-nos mais uma vez, transmitir a mensagem de que

estamos aqui para vos ajudar, dentro do que nos é possível e as famílias o

desejarem.

Terminamos com a mesma frase com que iniciámos, em que ser “ Família de Gémeos”

pode não ser fácil, mas que quando se consegue pode ser fantástico.

Bem hajam a todos!

Grupo de Apoio às Famílias de Gémeos

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12. Bibliografia

 AGOSTINHO, M.; REBELO L.- Família: do conceito aos meios de avaliação. “Rev.

Portuguesa de Clínica Geral”, 1988.

 ALARCÃO, Madalena – (des) Equilíbrio familiares – Coimbra: Quarteto, 2000.

 AVERY, Gordon B.; FLETCHER, Mary Ann; MACDONALD, Mhairi G. -

Neonatologia : fisiopatologia e tratamento do recém-nascido. 4ªediçao. Sao Paulo:

MEDSI, 1999.

 BEHRMAN, Richard E.; KLIEGMAN, Robert M.- Nelson Princípios de Pediatria.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

 BRAZELTON, T. Berry ; CRAMER, Bertrand G. - A relação mais precoce: os

pais, os bebés e a interacção precoce. Lisboa : Terramar, 1993.

 BRYAN, Elizabeth - Gémeos, trigémeos e mais. Coimbra: Quarteto Editora,

1999.

 COMISSÃO NACIONAL DE SAÛDE DA MULHER E DA CRIANÇA -

Enfermagem de ligação: continuidade de cuidados pediátricos do domicílio. Lisboa:

CNSMC, 1993.

 GOMES PEDRO, J. e tal – Bebé XXI. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,

1995.

 RELVAS, A. P. – O Ciclo Vital da Família.” Coimbra: Edições Afrontamento, 1996.

 WRIGHT, M. Lorraine et LEAHEY, Maureeen – Nurses and Families, 2º ed.

Philadelphia: F.A. Davis, 1994.

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!ª Edição

Janeiro de 2009

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Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE – Unidade de Guimarães


Rua dos Cutileiros – Creixomil

4810 Guimarães

Escola Superior de Enfermagem do Porto


Rua Dr. António Bernardino de Almeida

4200-072 Porto

Com o apoio de:

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