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Cavkwpu To Métodon comperatives 307 1. Métotias eompazatives oléasieos 308 308 309 B) As duas eategorias de comparagies 313 2. Diferentes fngulos de um mesmo teném ‘MIL — Métodos’ gréficos 4. Graficos matemét A) Diversos tines TL, — Sistematizegsen: ger A. Insttlelénels das cosmogonies antigas A) Comogonia eldssiea mite ee mdteda INTRODUGAO A Nogio de Ciéncia Politica O wet citocia politica? Dovorse, desde logo, sesponder @ essa pergunta, pelo monos de modo sumério © aproxiia- do, antes de abordar os pioblemas de método.propriaments Aitos, i Niio daxemos aqui uma definieho precisa de cidacia poll tier, As Stine 26 im valorem, matemitica a en direito, porque elas criam o ‘objeto: que 2 & cletiferéteia anda mals’ & que ag pope defi, © homfefdio por imprudéncia 6 considerado como infragéo fuvtca, pela defigto. do. legislator Nas cease ao ‘observacko, as definigées so apenas sinteses provisorias de fatos j4 conhecidos, que a descoborta de outros fatos reco. Joca constantemente em foco: em: vez de ser um ponto de artida, elas so, de certo modo, um ponto de chegada. -Uma precisa definigéo de ciéncia politica 56 seria, realinente, pos- sivel so a cléncia politica estivesse perfeitamente conceituada, 88 tivesse sido explorado inteiramente 0 seu dominio, Es. tamos longe disso, muito longe: @ ciéneia politica 6 20 con- ‘rério, uma clénoia fovem, uma cigncia na inflncia, Fala: remos, por isso, mais de “nioglo” do que de “definigao”: térmo fais vago, menos preciso, menos ambicioso, que' correspon. de melhor & realidade. E ainda nfo se trata senéo de ama ‘primelia nogio, muito aproximada, ‘Nao procuraremos conceitué-la “in abstracto”, alids, por uma questo. de ordem filoséfica, Ao contrério,’ tratarestos de chegar a uma nogo concrets, objetiva. Para consegui-lo, 9 A) Conceito de poder, base da ciéncia: politica diffoil delimiter com © conceita de poder, ‘Ho mumerosas © variad de que se reveste 0 poder na pritica. Limitar-nos-emos a dar aqui uma idéia : feral, vaga © aproximada, 56, aliés, 0 desenvolvimento da 1. =O lugar da ciéncia politica entre as clénctas sociais SS olitien pemuiislshegar & une, detinipls nite do aes delinitsgno de. cidacte, politi em re a) A NOGAO DO PODER. — Na base do fendmeno do poder, hé o que Léon Duguit chamava de distingfo entre 1 “govemados” © “governantes”. Em todo grupo social encon- ob tram-se, de um lado, os que dio as ordens, que comandam, ae oe que dirigem e os que obedecem, que seguem, que se: sub- ls, entre os metem. A palavra "podex” designs, ao mesmo tempo, 0 peace Oe grupo de govemantes ¢ a fungio que éles exereem, A ciéncia ae ae spots politica aparece assi dos governantes, dos or Been ce hale esa ol ‘prerrogativas, extensZio 6 os sue alte fundamentos da obedt tists": os quo | 18 = Certamento, o esquema de Duguit requer corre- gos, A scparacio entre governantes © governados no é fio vitida. Pola veo denocritin pura, toto. mundo & nado para que se possa ter uma primeira idéia do que & a cignoia politica: mas, em si mesino, permanece um proble- ‘ma secundério, Nao exlstem fronteiras Estados, a classificagio. das. ciéncias tio de _comodidade pritica ( rivalidades universitarias). Muitos precisamente tm esfOrco para negar a ant ose ees ae Ee ee ‘Veremos mais adiante quo a ciéncia eline varios ‘mas, ma_prética, nfio corresponde & realidade: num dominios, alguns comuns a outras cf eratico, os governantes so eleitos. pelos, gover- ‘outros Ihes so préprios, Em thro de Mean dessa origem sua autoridade mas. so diferentes mento? Qual ee ‘objeto proprio da clition, ae do Por outro lado, 0 snipe de governantes é nume- centro de interésse; como justificar sua organizagto em dis- 930 e complexo nos Estados. modemos, de modo que se vé ciplina autdnoma? 2 ugly em ‘tou pebprip Inter, ca. ‘news dlitngho ene e 5 governantes e governados, funciondrio arrecadador 6 um hes; Te es ee lea overnante em relagdo a0 contribuinte, mas um governado se dita’ a "oleate ds Exteaery oulsee Sed em relacio ao. ministro da Fazenda, 0 gal, por sua vez, é Bepppes intormedidrias entre ésses dois extremos. Na seal um gevemado-em relapto ao Conselho de Minitros, . Menos dal, thas as definigbes de clénia palin, tem un onto ae ee ee canines oe | comum: giram em tt noglo de ”. Para uns, , yovernantes-governados >, | tudo 0 - dia respeito a0 poder depends da eitneia poll 3 realidade, mais como uma espécie de continuidade, indo do | ttica; para outros, esta relagio s6 existe em parte, B preciso, governante supremo (e “soberano”) ao homem ‘comum, do | pol, Tcrammir oriole sata nega de “poder, ator do generalisimo & praga de pré. | expor as diversas concopgées relativas ao objeto da cifncia 22 — Por onto lado, dois fendmenos: contrariam, de | certo’ modo, a concepcio de Duguit. Primeiro, a nogio politica, 10 un ‘exprimindo, de certo modo, a yonta rapo inteico, Em grave geral do pode, nas Sociedades desenvolvidas, tendoria 4 “institucionalizacao”, isto 6 obedecer-se-ia, cada vez mais, & funglo e nfo a0 seu titular, despersonalizando-se, de certo modo, 0 poder, Assim, a distingfo entre governantes © governados nko corsesponderia senfo a uma fuse intermedidiia do poder, a do poder personalizado, situada entre @ fase primitive’ do poder ea fase futura do poder Essas porém, s6 parclalmente correspondem & realid a, nfo parece ter existido. poder ‘monte fencontramos sempre chefes, sob uma forma ou out ida nflo se viu poder totalmente institucions. ob a coroa, Podemos, entio, conservar 0 esquema ft @ titulo de primeira aproximago. ELEMENTOS DO PODER. — Néo se trata de os analiser em detalhe no plano desta breve introdugio, lids Bb) muitos déles estac inauficientemente estudados © sua sintese geral esté ita. O problema do poder 6 0 problema central polities, logo o mais 12 — O poder 6 talver, em pri Juger, um fenémeno bioldgico. Esso aspecto do probler — eldo pelos sceidlogos, a menos que das sociedades de insetos (colmeis, slo comparkveis &s des human: Certos individuos — os machos em geral — tém um yerda- deizo cardter de chefe de grupo. Eacontramos também ver- dadeiras hi no interior de um gelinheiro, por exem- plo, os galos se para dommir em uma cons fante que corresponde a diferentes graus de. autoridade, Qs fundamentos désse poder: nes sociedades animate ‘nfo so claramente conhecides. Parecem ser de ordem es tritamente biolégioa: as vézes, um gelo castrado perde tdda 1B jegao de horménios sexuais permite- posi¢ao, E interessante aproxi- t1c0 ligado & virllidade nas socie- fonte de prestigio ¢ poder. Entretan- s velhios desempenham também papel de grupos: o hébito de respeitar a sua auto- tidade parece, aqui, declsiva. Outras vézes éle Ita para 8 eongulits do poder ee fra fsa representa, evidente, ‘mente, um papel de primeira grandeza, Encontramos aqui ‘um elemento essencial do poder nas sociedades humants: 1 coacao. - Senfio uma transposigig da coagio fisica a uma escala de organizacao superior. Coagio econdmice em seguide, Aquéle que pode privar vin Geman do coner ites ficieane or Sheldacta Qusntos operirios abodecem a seu pattdo por esse motivo Geiss? Marx tz uma. anlloe Em profondltado. dese cosgio eoonémica, Para. éle, 0 poder politico reflete as | tuagio das classes sociais em Inta: o poder est nas mos da classe dominante sob o ponto de vista econdmico, Sua teoria tem o. defeito de subestimar os elementos nio econd- tnloos do poder. Entretante, ela trouro uma. contibuigio fundamental. cigncia politica, Oiitros elementos de coagio’ sfio mais dificeis de des- rover. O mais importante entze.éles 6 0 da prossio social ifusa, que envolve todo homem na sociedade em que vive. "©. grupo inteiro impele no’ sentido da obediéncia 20 poder, f infancia, 0 menino & habltuado a obede- Cer: 0s pals (e os adnltos em geral) so chefes, governantes fem relagio as criangas. Depois, a escola, o ensino moral © religicso, 0 proprio espetdculo da sociedade, reforcam essa primeira formacdo, Tradig6es. costumes, transmitides pela educacio e pela vida social em geral, pesam no sentido da dbediéncia, tio sentido do poder. Uma nova forma de coagio desenvolve-se na época con- - temporlinea: a coagéo por enquadramento coletivo. Tome- 13 i “poder pela férga tentam Mot cto eros pir moon, pot exmal 0 it ido ‘commnista, A. distribuigio dos membros. em: grupos, as be alo pues, mat de fate conn neta os Tativo isolamento désses grupos de baso em xelagdo aos ita unifio’ com o eentzo pelo mecanismo de “igacoes ‘v o emp sistant de deesnco.@ dg sufrigio indivets, que’ acaba priticaments por covstitulr uma classe de chefes cooptados, um circulo interno semi- profissional; a combinagio de discussdes bastante profun- das Hongo rigors das douse tomadas Jogo em ens eli formam uma armadura social coerente ¢ rigida, que permite enquadar grandes mas- ges Kanvons ¢ estibolecer sfbne eles tine auturidide. pole rosa. No exército, em certas order siosas, encontrar ‘sc-inm fendmenos’ do mesmo. genero, diferentes ape- ‘nas 65 sistemas. do enquadramento Enfim, a propagarida € wn fetor essencial do poder. ‘Teatace de une oomce potcoligiet, de_ cat ale pe tende a nfo ser sentida por aquéle que a sofre, uma coagdo ‘com anestesia, Utilizada em todos os tempos por todos os governos, ela 0 € na épaca contemportnea em escala muito maior, Tende a tornar-se uma das fontes fundamentais do ‘poder em cortos Estados. BO — Press social difusa, enquadramento coletivo ¢ propaganda estio em realidade ‘nas fronteitas dos elementos materiais do poder e das crengas. Bles tendem a desenvol- ‘ver as crengas, logo a néo serem mais sentidos como © poder procura sempre obter boa aceltaglo, Mais ainda, ‘procura fazer-se.amado, roveretclalo, por inelo dos sist: fis de cee N&o 6 certo que ésseesquema racional de um poder tendo pruneey sine «free que ieadg oa eigulnac ee wer-se aceitar atrayés de orencas, corresponda A realidade, BE _ ‘possivel, ao contririo, que as erengas sejam um elemento ori- Bindrio do poder, que elas se tanham gerado antes 0 estudo das eciailes rimitivas mostra que nadas por um sistema. Taaets que ao penha, af, um papel secundario, sob a forma do que se cha fou pressto social difusa. Os chefes que so instalnm no ente desviar em sett provelto ¢ sistema de crengas, de se abrigar sob’ os mitos tradicio- it _‘saparece, 0 poder nao & mais sustentado si Contudo, sees sistemas © ésses mites parecem pre- ja como fOr, todo poder repousa largamente s6- A aie os toes eee are ate “tise. obedecer, © quo 6 preciso obedecer 208 governan- ‘tes. estabelecidos dé uma ‘certa forma, A nooio. de “le- gitimidads” 6 assim uma das chaves do problema do poder. umn dado grupo social, « milor parte dos bomtens. sro. dita que o poder deve ter uma certa natureza, repousar sobre cortos principios, revestir uma ceita forma, fundar-se sdbre ta cert oigem: 6 lgtimo o pider que coresponde a exon crenga dominante, A legitimidade, tal como a entendemos, |G uma noclo soctolégica, essencialmente relativa contin. No século XVII, na Europa, quaso todo mundo conside- rava que o poder no Estado devia pertencer a um homem faldo Ge ums familia rea), por heredharedade: a monarquia era entio legitima, Hoje, no Ocidente, quase todo mundo nse que 9 poder deve ficer ‘nas méos de pessoas eleitas Tivsemente pele conjunto da populagio, a demosracia 6 entio, legitima. Nos. paises soviéticos, onde a massa da populacdo Garé que 0 poder deve ficar nas mios do partido do proleta- lado, a ditadura comunista 6 legitime, O porerIogtine nto tem necessidede da fog pare se fazer obedecer, "A féiGa 86 intervém nos casos-limites, contra 0 desajustados: so z legitimos podem ser fracos. Porque, se a mints matoriais Som um Estado ou grupo soci gual ‘quet, deseparecer o acbrdo sbbre um tipo de legitimidade, es- taremos em situagao revolucionéria: o poder torna-se. contes- tado @ se desmorona, 2 menos que os seus titulares empre- ‘guem efetivamente @ coagéo para se fazerem obedecer, A noo de legitimidade, tal qual ¢ desrtaaqut,apro- ea _ xima-se muito da nogio de “‘consenso” que a soci ciénola politica stuais tendem a pér em moda, © “consenso” OF en ce sue cranes epee gos ae an uma dada sociedade sdbre suas estruturas, ‘hierarquia, orien taco, etc.: 0 acdrdo sbbre a autoridide, 0 govérno, 0 “poder” 15 2 8 6, evddentemente, um dos, elementos 5 fandamentals de “eon senso”. ‘autores propéem a definigio da ciémcia polt- Ho nates gelo “oonsense" do. que pelo “pode: tates lm, de dois aspectos diferentes do mesmo fendmeno, Falar ide “consenso” € reconhecer que 0 poder repousn sObre as sobre a aceitigio, sObre a confornsida de ‘admitir que 0 “consenso” nfo & espontineo nem ue @ eoacto e a freq desempenhiam também o eons la oposite. € ns 12.0 conceito de “con senso” foi pésto em moda pelos Tebbne ‘americans, yiven- do numa sociedade muito conformista. : ¢). PODER E DOMINAGAO. ~ O poder no deve ser confundido com um fenémeno vizimho, que nés.chamamos “superioridade” ou “dominacio” por falta de expressio me- thor (3 terminologia é precisa). A supetioridade ou do- minaglo nfo se situa no antagonisino. governados-governan- tes, mas no nivel dos goverados: ela interessa aos. antago- rismos-entre governados, ‘As relagdes sociais nfo correspondem, com efeito, 2 imax jem idilica que delas apresentaram os juristas do século XIX. ites viam ao acbrdo de vontades iguals, no contrato, o me- canisino normal de vida em comur, Com efeito, as s sociais apresentam antes wm aspecto de competica entre fortes ¢ fracos, entre individuos e grupos desiguais. (© contrato parece um pouco com um tratedo de paz, que con- sagea a superordade do veneedor sbbre 0 vencido, superio- fade, allfs, mals ou menos precdria, Chama-se assim “dominagio” ou “supetioridade” o feto de existirom, no interior de um fe social, alguns elementos ‘mals fortes quo culos © gue The impfem, mais ou mates ‘sea ponto de vista, Tal 6/2 situncio de firmas dominantes “nn concorréneia econémnica, das “classes superfores” na. vida soclal, dos individuos melhor clasificados aias “competigses, isos etc. A dominagGo ou superioridade & um: fato m: ‘0 fato de ser mais saeco prepemao, mais haba, teligento, mais rico, mais organizado ete, “ 19.— As diferengas entre o poder ¢ « suporloridade ou denbagis ne ean ee ee ede oe petioridade nfo 6 ‘senfo um fato. material, ‘enquento. 0 poder ¢ também um fendmeno de erenga, © poder 6 reconhe- «ido como poder; sua autoridade 6 admitida, Qualquer um ta Ble so nfo tiver a forma adequada, se sociolégico do térmo). Levan- so ultrapassam 08 limites consi- \dimite-se, porém, a existéncia do in, A suporioridade, so contra ela (4 0 tido: inverso, 0p ‘em posigéio de dominio muito evidente, que o ameacam. Dols’ esquemas sfo propostos para definir essas relacbes entre o poder e grupos dominantes. © esquema marxista de ‘ym lado, afirmando que o poder nfo é senfo o refloxo das re- de forge entre as classes, conseguindo a classe dominan- to fazer admitir seu predominio, legitimélo de certo modo, wzi-lo ‘reconhecido como um poder, © ‘esquema jurfdico léssioo, por outro Iedo, considerando 0 poder como um érbi- tio, tentando, limitar og fenémenos de dominagio ¢ manten- do, assim, un equillrio, uma “ordem”. Essa lima visto. & certamente demasiado idilica. Q poder, em realidade, favorece:certos grupos dominantes © wv desfavorece os fracas. A visio maraista é, porém, demasiado funivocs, Os fenémencs de concorrincia, de conflitos, do eduzem Unicamente & luta huante, rivalidades fora. das -- G exato que, em certas circunstAncias histéricas, a lnta de dlas- ses tem um carter fundamental. B) Diferentes concepedes da cléncia politica A idéia de poder esti na base de thdas as definigées de ciéncia politics, Numa concepgdo ample, considera-se que ftdo que se tefere ao poder depende da ciéncia politica ‘Em sentido mals rigoroso, considera-se que sdmente alguns aspecon eta formas do poder io era pea clecis pltica; os outros dependem de outres ciéncias sociais: a mais Festritiva define a eifnoia politica como “ciéncia do Estado”; mas existem cones jes intermediérias entre essa e a defi- nigdo da ciéncla politiea como “ciéncia do poder” em. gerel. a) CIRNCIA POLITICA, CIENCIA DO ESTADO. — Ba definigio mais em harmoala com a nogio de “politica” gem corrente, Para o piblico, # palavra “politica” ° nério da Academia is telat ea At Estados’. Littré, por sua ver, tino a politica como, “A cites do ovéeno dos Estados": Entre 05 especialistas franceses, Marcel Prélot 6 quem mais ‘prefere essa coneepedo. Em seu curso de cidncia politica, na © Estado, Ontros antores importantes ligam-se & mesma ten- Aéncia, por exemplo Georg Jellinek, que escrevia em 1903: "Qs térmos solence politique, sotenaa politica, politioal science ‘ou politics abrangem o conjunto da ciéncia do Estado.” Do fato, essa fo da cidncia politica est4 lignda a uma certa concepodo do Estado, & concepgto juridica tradicional o Estado soberano, ‘ “18 — A definigto furidica tradicional do Estado repousa sobre aida fn Sobleania, umn nog pasiveents 18 nfo ¢ facil do exprimir com preciso. Distin- F iabereals to Bopado'o a robsroula do Estado, servis psa def: Estado. A soberania é, qualidade de poder: 0 fato de-ser superior, io3 outzos, de nfo depender de nenhum outro, quia’ dos podéres, 9 poder soberano esté colocado ) da escada; néo hé nenhum outro acima déle. A sobe- 6 pols a gulidade de brpto hhierdrquica~ por aise |p aasfe 2 6 parlamento jomocracit; 0 rel, na ia, efe.): todos 0s otros fo subordinados ¢ sue autoridade decorre uals sua, do Estado 6 0 fato de 0 Estado estar situado qua pee de Ho haver nenhum inizadas por éle; istOncta juridicn © gous prerognties, 6 autoridade, ‘Duiguit (a. 1929) e seus disclpalos da “Escola de Bordéus”, ‘otadamente Georges Scelle, Duguit empenbou-se em destruir de soberania do Estada em seu préprio contetdo; ‘mostiou que cada grupo, cada comunidade humana sei proprio diteito © constitul assim uma “ordem fuxi- ferente, O desenvolvimento da cooperagio interna, dg cional no séeulo XX ¢ © constituigio de grandes’ conjuntos intemacionais destrafram as bases politicas da teorla. " Ainda malor que essa filiagho légica, existe entre las ‘uma filiagSo histérica. O problema da “soberania” — 0 pro- blema do poder supremo © atonmentou sobrstude os ibe: ‘itncia polition so ‘obras flos soberania © do Estado, Quando, por outro lado, os jurstas tentaram estudar 0 poder de modo concreto e clentifice, dire giram, naturalmente, sue atenofo ao poder que conhecem por Sua profissioi 0 poder do Estado, o poder soberano. Assim & medida que $0 foi forjando progressivamente a idéia de uma ‘eigncla politica, foi em tdmo da noglo de soberania do Esta- do que ela se desenvolvea, Aron). “Se se puder define 2 cifncla’ politica, setd pelo ‘poder, [Ila tem por objeto] os fendmenos oriundos do poder, {sto 6, os fendmenos ds comando. que se manifestam em uma sociedada” (Georges Vedel), “O objeto da ciéacia politica nflo suselta grandes dificuldades: ciéncia da autoridade, dos governantes, do poder” (Maurice Duverger), Aliés, nio & 20 entuar que essa concepgio da ciéncia politi foi con- cea a sonslderagbet inetodo- Ioje, tende-se para uma definigto realista do Es- 122 na anne eucloglon Seb. tte tngul, 0s tados apresentamn duas caracteristicas em relagio aos outros itor hd uma “desvalorizacdo” progressiva das’ nagdes, fe tendéncia ‘esté apenas ‘elneeds. - Em segundo lugar, o Estado possui a organtzaco poll- sTanly coerteigonda Chamamos: “organizacio. et tingo entre governantes © governados, no sentido de Duguit. itramos no Estado um sistema de sangdes organizadas mais --desenvolvido que em qualquer outra comunidade: tibunais, enas, garantias judiciérins ete a existéncia de sangSes per- a1 mitindo sos governantes reptimir a desobediéneia a suas ordens € um elemento soolal da organi ‘préprio, concelto de governante: mas, nismo do sua aplicagio sio quet outia parte; c) enfim o E: material para fazer executar su: = — Uma boa descrigéo desta: primeira tendéncia ‘pelo. sociélogo. francés F. Bourricnud. Apés_ter ue Yodo grupo, qualquer que see sou tanenho © eristias, enfrenta‘problemis.poltios’, considera definiggo ¢, evidentemente, muito amy la, la” © procura restringila. Pé-lo cansiierando, pel: 2 sss 0 odes mals bem ge, cao , ento, 0 pay 2, FRONTEIRAS DA CIENCIA POLITICA A diferenciagio das cigncias sociais 6 dificil. Ciénoias 5, stias frontelras respectivas ainda nfo estio'nitidamente ins. Experimentaremos earacterizar a cidncia. politica ‘in relagio AS outras, ao’ mesmo tempo sob 0 angulo do seu dominio, do seu método. Todo po i etitésio sérlo pode ser estabelecido sObre ‘ou. de crenga, Em definitivo, 56 a definicéo ampla da cigncia politi pode ser aceita: 6 4 ciéncia do er ab aks as oem Dominio da ciéncia politica: ciéncla-encruxithada, cléncia residual ou ciéncia de sintese? - "mos que, realmente, nfo existe rang, 09 filésofos, 0s. ds cidnolas biolbgicas © nfo As cial yom gersinente “olenciae humana’ soclais”; a prl- “qneira f6rmula tem um perfume um pouico mais consorvador que a segunda. Na prética, porém, elas ‘equivalentes. ‘As principals cidncias soclais slo: a soctologie, a psico- a social, 0 dircito, « histOria, a geografia humana, a filo- fia, a economia, a demografia, a ctnologia, antropologia, a cigncia das lteraturas ¢ das artes, etc, A distin entre agra veri clfocas socal 6 mutts izes dll. A nogio de_sociologi: ‘exemplo, © sua separagio da psicologia ball nto'ts Seras, Dleet quo a peoalogia sal se ooupe das xelagdes interindividuais ¢ das relagSes do individuo com g grupo, que a sebologa se ooupa das eetrturas das ins- tuigtes dos grupos nfo é muito satisfatério porque & bem ificil, na_prétiea, separar ésses dois: obj (Gigs autores sam, alids, que os 0s Bao so mi x de inter- EtmunieegSee auvideai). Da mesma forma, etologla © sociologia esto muito préximas: os etnblogos, no fundo, séo sociélogos especializados.nio estudo das comunidades de civi- Tzagio muito diferente da nossa (0 que antigamente se cha- ‘mava “sociedades primitivas": mas elas néo sio mais primi- tivas que as noseas; tém-a mesma idade; evolufram de manel- ra diferente, els tudo). Nunca repetizemos bastante que essas questies de fron- tclcas ene ay elsnclns nfo thm Impertnela rea, O. chau. ‘vinismo universitirio que caracteriza tantos sibios é tio nefas- ss 0 chauvinimo nacionl, A casos da cin- jas explica-se por necessidades de especializacio em tal ou hal miedo pean exginclas pedapbgleas cada mais, 20 — Se orate as cidncias soclais; edion diss ctplinas que : Imente sao ciéncias, no sentido preciso do a Tekke ‘observagio ou cidncias experimentais): ‘tal 6 0 caso do direito e da filosofia, os quais sfo, allés, muito sociais: funelonamento dos érgios de crlagio © de aplicagio ‘das regras juridicas (logislador, administragso, tribunais ete.); relagées concretas entre os individuos ¢ os grupos em fungia dos textos legislativos regulamentares ou dos mecanismos con~ “tratuais ete. ® enti uma cléncla social. Ble, porém, ana- lisa também, por téonicas que the sio fassio don pings Go cnet 9 af li funcéo dos. principios de direito © nao licago prittica: teooe cule Ge une dechibs Sonu (Gio aoa. lece regras, normas, em Jugar de descrever fatos), baseada no racioeinio dedutivo e ago de uina cléncia “propriamen- to dita, “A parte propriamente clentifica da filosofia & menor que a do deat” Quando cla tendo pare uma expécie de gene- ralizago dos resultados obtidos pelas diversas cidncies, ‘para ‘uma sistematizagio global de saber, 6 de certo modo a “cién- cia deg clfnclas”. Entretanto, jéé dificil © aleatétio for- mular “cosmogonias” no escalio de cada ciéncia particular: A genealzaglo global 6 lode mais; ela dopende mais da -possia que da cféncia. Seria injusto, no entanto, desconhe- eer a influéncia que essa forma de_filosofia ‘pode. ter sdbre (© desenvolvimento da ciéncia, estabelecendo aproximactes, = a | téemieas do raciocinio e os mecanismas do pensamento, de- sempenba, um pouco, 0 mesmo papel que os matemiticos em Telagio as cldncias: fornecendo-the iastrumentos de ané- lise e de contréle e modelos teéricos de pesquisa, 8° — Nesta concepelo de “ciéncia politica = ciéncia- -encruzilhada”, nfio.-haveria uma: categoria particular de ‘cléncias sociais que levaria o nome de: ciéncia politica. To- -— davia, cada uma das ciéneias socials: comportaria uma parte politica na medida om que ¢la se refere 20. problema do der (sefa 0 ‘probes do tado, segundo a conoepgio adotada). Have- ‘una soioligia poles, umna economia poles, ume politica, uma etnologia itica eto. do lado de uma if slo ‘pall, de toonmie nko politoo, de cine ia nfo politica ete. A ciéncia politica seria uma en- ‘rucilhada de tédas essas partes politicas das ciénoias socisis, em geral, seja o problema 29. ‘outros. setores, que vamos. descrever agora, ao estudar os Ehncsites de “ollaca sesidual” © do “oléncia de sintese’ 'b) CIENCIA POLITICA, CIENCIA RESIDUAL. — ‘Ao contro. da precedente, ese concepgio ato 6 dls: mente expressa por ninguém. Inspira, porém, mals’ ou me- sei eertte Lota titodcs, particanmente entre of er pecidlitas do fs socials outras. que nfo a ciéacia po- ferentes: que determinado objeto ‘e & sociologia, por exemplo, seja “political scientists” ¢ por s0- © eidlogos tes pelo contritio, a di de aproximacio per- | mite frutuosas comparagGes, como veremos mais. adiante. ¢) CIENCIA POLITICA, CIENCIA DE SINTESE. - Duas concepetes diferentes se escondem, na realidade, sob essa -férmula, uma exata, 2 outra falsa, ie Le — Ha quem julgue — conscientemente ou nfo — que ‘a cigncia politica tem por objeto essencial procurar genera- gar sstematizar os seultdos obtidos pela diferentes cise “elas sociais, no dominio particular do poder (ou do Estado). | Trate-se de uma variante e de um complemento da idéia de eincia politica — ciéncia-encruzilhada’, Em suma, consi- la politica nfo tem dominio no (ods fatos, que & politica deve ser anall- social no dominio do Estado ov do: poder. Essa. conoepefo, raramecite formulada de mencira explt- 8 a foram abandonados pelas ciénclas so- clas: Ales constitoem, objeto proprio, da ldaca polities ‘conhecimento de segunda ou terceira m&o, servindo de Todavia, ndio € concebivel que ela deva limitarse a fsse “tesiduc’, Nao 6 ume questio de. prestigio, como. acredi- 30. “Hla deve ser totalmente afastada, porque zepousa cm. a ees Me aot pews : 1a parte que toca vida polities, nfo sek posivel nena * njunto do fenbmeno do poder. Justa fe 0 ponto de vista do. sociblogo, 32 cum _ da efncla politica, aparentemente antindmicas: ciéncia-encru- al, cidncia:-de sintese, 3B) Métodos da lénia polos, métadon 08 r emypestados ¢ fontelras, estabelece comunicagbes. ‘Esse recurso aos métodos das outras ciéncias socials cria problema pritica delioado. & dificil para o “polities- 'C) aprender 0 uso simultineo de todos os métodos das 33 esquises ass0- fo un método, as divis6es social, sem b) 0. DESENVOLVIMENTO. DE METODOS PRO- PRIOS, — Nada se opde & que a clncia polos deseavolva seus proprios métodos, ao la dog de emprésti- mo AS outtras cléncias sociais, ¢ que estas tlie, gor sou indo Be teculens aperfelgondas pelos “politicdlogos". Plo eontré- 2 ae de novos. processos de pesquises $ muito ave” : tome emprestado das outras Tss0 néo influl no futuro. ‘Um ponto essencial deve ser sublinhado. ‘© importante inventar processos de andlise precisos, tentar, ments, introduzir em cigncia politica o méximo de “ tos dominios, o’simples exame de documentos, a simples des- rig dos fatos $80 suscetivels de fazer progredir cons ente a cléncia politica. Reencontraremos, ‘mais adiante, Ysse problema, 20 analisar os trés niveis da. pesquisar deser- {Gho, classifiengio, explicaglo. c 4 3 ‘a yoiode faywiop on sossseped OFF OFF sowerea 80 “oyTE}Lodtay oye; um “opm sp swede ‘osouNUEoS ‘reyimop of “aya Sos tgoag -sbpd teu08 wpsssoreng © "Pe ‘FopapUL SP ‘ese ts Wb Sen eats pee nae =e = aoa #0. eopyiod wpia. eu sos0(UA sop wouppoduNy open memaeae ‘areas “FoLIpA OBS mNHATORGS oEddaIUID g SEH; FOTO SY. Mipreduspuor onbjfied 22u2]a8 VT seusygend £0 sin95 — “T6HT ° ‘cosa, UP CANSIOD CulegsH ow es-urEUCOTS Eee “gepIIg!O SUTNO Sociologia Sugestées do revisor técnico Outras leturas BAUMAN, 2 MAY. Aprendendo a pensar com a socolgia. Rio de Janeiro: Zaha, 201 LALLEMENT, M, Histnia das ida soioigieas. Rio de Janeieo ores, 2003-2004. 2. LALLEMENT, M, ltr ds ida sotolgicas de Parsons os onterportneos, Rio de Janz: Ves, 2004.2. OUTHWAITE, W: BOTTOMORE, T Dieiondrio do pensamento social do steulo XX. Rio de Janeiro: Zaha, 1996 Links da internet Sociedade Brasileira de Sociologia: swovvesbscciologia.com.be _Associagdo Brasileira de P6s-graduagio ¢ Pesquisa de Citncias Sociais (ANPOCS): ww wanpocs.ong.br Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales: wieveclacso.org.ar

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