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UNIVERSIDADE DE COIMBRA Boletim Faculdade de Direito Gomtesko nevacrona TEIXEIRA RIBEIRO— BRAGA Da CRUZ ALMEIDA COSTA CASTANHEIRS NRYES VOL. LIT 1976 AS FONTES DO DIREITO E O PROBLEMA DA POSITIVIDADE JURIDICA Cina So nna eta b) © pensamento de F. Gény revela-se-nos de uma maior complexidade, resultante que & da convergéncia de varias soli- citagSes culturais, tanto gerais como especificamente jurfdicas, embora nem sempre facilmente conciliéveis. Provindo no jé do dircito piiblico, mas do dircito privado—o que nao tera sido porventura indiferente para a sua maior sensibilidade 3 ensidade pritica do problema normativo da realizagio juridica © a0s seus imediatos presupostos, jé sociol6gicos jé axiolégi- cos—e influenciado por um outro sector da culeura francesa de vivaz relevincia na passagem do século, que ele quaificava de filosofia nova» ¢ onde avultava decerto BERGSON, diremos, na verdade, que no seu pensamento se tentou a sintese de trés dimensOes culturais distintas, A primeira manifesta-se na sua fidelidade & «ciéncia jurfdica> tradicional e & sua ambém tradi- cional dogmdtica normativa, posto que repensada com base em. novos fundamentos, aqueles que Géxv se propunha explicitar, 4 segunda exprime-se no reconhecimento da importincia da vescola sociol6gicas, quer fixando um dos pressupostos do seu penisamento ¢ também um dos seus objectivos na realidade social, 9% pourniva ios dados histéricos-sociais, enquanto postulava «a necessidade de tirar da obscrvacio da vida social tudo,o que ela pode dar para a compreensio © para o contetdo do dircitos, quer rele- vando nessa escola a exigéncia, que também fez sua, do sideal da investigagio objectivas 2; ¢ a terceira témo-lz na recupe~ ragio da iutentio jusnaturalista ® com base exactamente naquela Bilosofia novar, a qual, tendo permitido acrescentar, segundo © seu jufzo, 2 atitude estritamente cientfica «uma poténcia comiplemtentar do entendimento— chame-se ela ctenga, intui- ‘do, ou mesmo sentimento —s, alimentaria assim aquela «neces sidade de uma metafisica tio ténue ¢ rudimentar que scja»™, ‘em que unicamente se revelariam 0s fins do homem, desde logo ‘5 fins da sua social scgéo pritica. Se aguela fidelidade se projecta na determinagio da «téenicar que Géxy imputa a0 pensamento jusfdico, como uma das suas tarefas principais, ¢ na hesitagio em tirar todas as consequéncias das outras dimensies, € precisamente no problema concreto das fontes do direito —hesitagio que viria a resultar numa indisfargivel contradigio #? —, © certo é, no entanto, que © contributo particular do seu pensamento se pretendeu sobretudo levantar sobre a conjugagio no menos contraditéria, como também. nos daremos conta, da intengio normativa jusnaturalista coms a 21 Vide E, Gi, Science ot tein dot prvd posi, U, Bt, asi of 1, 92, 55 489 "Foi ese o objectivo espeiico da sSegunds Paster da ob. it ave leva como subtiulor Linédwcible stot neue 24) “Vide ob tit. 1, 75,380, Mas apenas como bse flos6fica em que Glaer pretendeu apoio ea jsnaturalismo, pois ete nzo foi directamente suscitado Por eis elosafa nove sim pelo tezascimento do wditeto natural» ou de IntengSes afins no. pensamieato juridico do teu tempo. ¢ sobre perspecivas diversss— V. 0 pe6prio Gv, ob. ct, Il cape. VIe Vill, Vide ainda 0 ensaio de M, Visisy, Frans Gy ela renaisente da dot neta in See essai de Philosophie du’ droit, 12, 5 Ob, at, 3h, 5, 3 28 Vide nf 8 JONTIS po Dio 7 exighncia epistentol6gica da objectividade positivo-cientfica®. Foi mesmo a esta iia dimensio do pensamenta de Gény ——nio obstante a sua vecmiente adesio aquela outta, nos Jimites embora que a essa adesio imporia a «consideragior das exigencias da hora actuale, © querendo romper assim com 4 esiteiteza do positivismo juuidico rcinante—que se ficaris, no fando, a dever % distingo, com que toma posigio no nosso problema ¢ a que ficou definitvamente ligado 0 seu nome, entre le donnée © le construity 8, Estamos decerto a situar-nos na segunda fixe do pensi mento do Gény, Nio simplesmente porque foi nessa fase que colminow a sua reflexio juridica num pensimento original *, inas sobretudo porque apenas af se pode ver claramente susten- tada unia tese geral de fontes materiais para o dircito. Pois s6 entio, ultrapassado 0 estrito problema nietodoldgico a que se ‘comegara por circunserever numa primeira fase —aquela a que 36) © gue permitia s M. Viv dizer, ob, lect, que , entendida todavia agora de um modo particular em que iia recuperado 0 «sentido fundamental do direito natural, aquele sentido desse direito que seria postulado pelo nosso (seu) tempo ¢ compativel com as exiggneias da ciéncia, ¢ que acabou. por identificar com 6 primeiro termo da cistingio referida: fe domné. © dircito sein sis”? revelar-se-ia originariamente — pelo menos 0 seu eprincipios 7%, ou no «subsiatun essencial de todo 0 edificio do direito positivor?""— através de cettos dados, sles données fandamentales du droit, 08 quais, havendo de considerarse a sfonte suprema do dircitor®*, podiam sustentar como tis, como edados ou mediante 2 sua pres- suposigio na realidade natural, histrico-socal humana, uma intengdo objectiva de ciéncia. E toda a actividade do penss- snento jurfdico (tanto do legislador, como do julgador © do |jursta em geral) que estivesse para além da estrita determinagio do conteddo fundamental ali imediatamente oferecido, clabo- rando de qualquer snodo que fosse (legislativa ow dogmatica- mente) ¢3sa matéria-prima, a0 construir esquemas conceituais, modelos normiatives, 1egras e critérios em que 0 dircito se objectivasse cspecificamente ¢ através dos quais ele pudesse ser aplicado praticamente na orientagio da vida social ou na decisio dos casos jutidicos coneretos, tudo isso seria ja construcio tdouca, Assim, 3 primeira distingio objectiva — dado (ou enatu- 170 Veremos, todavia, que a conclusio accba por ser surpreendente ¢ paradoxal, jd que apenss ver reafirmar a posigio do positivismo lgalita ftadicional depois de exer sido procarads fundamentos para a suasuperagio, "Pr A etatureza das coisa» era também ji, fondamentalmente, refeids 2 intengio citima da teoria das fonts claborada em Méthode inerprtation, 2 edy Il, 221. Vide também Science et tediniqu, 1,12, 3. © passin, 2 Che. Sener et technique, 5, 2. 7 Ob cit, 1V, 17. 28 Ob ces Th 4 75 Thi, 1, 342 100 __poummna reza das coisass) ¢ construfdo (ou «artificior) 2” — correspondia uma segunda distingzo intencional, wciences e wechniques. B por isso tambéin para GEny as tradicionais efontes formais (0 cos tume, a lei, a jurispradéncia, a doutrina) nao seriam as verda- deizas fontes do direivo em si e apenas diferentes mis téenicos?7” da cartes juridiea 78 (embora cont relevo normativo diverso que, todavia e mediante um desvio significativo no seu pens mento, acaba afinal por no ser muito diferente do tradicional 2”). E de tal modo vemos acentuada a intengio de ciéncia para ‘a detertninagio material do dircito, que se pode bem perguntar se foi 0 prévio recouhecimento da possfvel, ou necessiria, inferéncia do normativo a partir de um pressuposto. material (@ ideia do edircito natural) que suscitou a inseegio de uma dimensio de «iéncia» no seu pensamento juridico ou se foi antes a precupagio de conferir a esse pensamento um tal estatuto cognitive, satisfizendo dessa forma as exigéncias culturais do cientismo e respondendo is eriticas que © pensamiento juridico softia cntio uessa perspectiva, o que impés a procura de certos dados do direito—i. é, a investigacio de pressupostos rwateriais em que se houvesse cognitivamente de deterininé-l. A rarefacgio do contetido normativo dos données parece condu- itnos a segunda hipétese—procuravam-se «dados+ para o direito e 05 que foi possivel encontrar $6 ilusoriamente ofereciam 6 seu fundaineato material, como verenios—; enquanto que a concepgo alargads de sciénciar a que Géwy recorreu—concepgio que seria, aliés, exigida pela naturcza de alguns desses dados ¢ imporia uma intencionalidade determinativa que se nfo iden- 2 Thi, L, 12 277 Vide ob. cit, WM, 81, 22, « infra 2 Dal que Gh pudeste dizer que de desi consist esentielement en tune pratique fondée sur une connaissances (ob. dt, {, 2), «ane at fondée sue Ia sciences (thid, 71, 2 Vide inf. ‘As Fonts 90 DIRE tot tificava com 2 definida pelo couceito positivista ¢ donsinante da cigncia —justifica antes a acsitago da primeira hipétese Hesitagio ow dupla posibilidade interpretativa esta que jf por si corrobora 0 gue comegémos por afirmar — que em Gévy 4 intenglo jusnaturalista ¢ a intengio cientista comeyaram por ser concorrentes, ennbora viessen! a acabar por scr correlativas E que, se a intengio de objectividade cientfica postulava « pressuposigio © a investigagio de edados, @ natureza desses Jados, como dados do diecto e susceptiveis de satisfazerem a intengio de uma inferéncia jusnaturalistica, impuna unt alar- gado ¢ bein particnlar sentido de cigncia °. Na verdade, se © objectivo cra deterininar edes données de la nature et de la vie, oft nous devrons trouver les éléments fondamentaux et objectifs de toutes les régles juridiques ™ | que 86 visando esse objectivo se cumpriria, simultanesmente, ‘o necessirio «ponto de vista propriamente cientifico #, ¢ se repunha, no entendimento de Géxr, 0 problema do direito natural, toda a dificuldade estaria, no entanto, no cardcter 2 ramos, asin, ae em Giovani jf uma cite bon coracaristiea do Tenacmeto do jostatralimo do nos séclo: a pretansio Sree Meuse jomatueame com 2 intengie de daca, ou de eme- Tee ee dente ¢ nlo to. floxSice-especalativo, como fora con sent por aeeles, Deste modo se impés 20 proprio jesnaualno aguela fimnento cinta, que o clentizne do eéuio xoe postvista idemicva cane alcnce cltural em ss sstentir ns posiio josmturalita exh Segoe se asegurase simultaeamente 2 valde epistemologia deve Bid Pode dterse que 1 ese preocupasio correxponde ainds nos nowos Seana rmor bom evidents, 0 etaecedor ensio. de H. COIN, a dens Hf no propio ues, Newredt als wivoschaiiies Problem, Be ey 16 3 36, mV. tid, 82. 2 Year poet te enc de Glo iy I 2 0 selgne éaeene qptes i wells presenter 92 déguser, cete toojous, 20 Fee one dr dit nobel, gol bon gee mal gr, Soite nos reecipetoes, quand rus voulns connie, apes Tes seokes données ds ST cy our normative de juridico, pois era duvidosa, e mesmo geralmente nogada 4, 3 possbilidade de obter normas através de um conbecimento estritamente cientfico dos dados da. natureza humana ¢ social Daf, ou para vencer esta edificuldade capital do diagnéstico cientifico dos prinefpios juridicoss 26, 2 nevewsidade jf aladida de euma poténcia complementar do centendimentos, que seria a intuigio out a screnga», unicansente susceptivel de compreender esses principios a partir daguela natureza, se desta se no pudessem inferir em termos de epura ciéneian, Do que resultavam assim definides tanto os limites de possbilidade da intengio de ciéncia estrita como © recoahe- cimento também ade la nécessité d'une métaphysique, si ténue et si rudimentaire soit-elle, sans laguelle humianité ne saurait, particuliérement dans le domaine moral et juridique, donrier monde ct dele vie (eépreentant la natuse prise dans son ensemble), les rbles de conduite extérieute, qui simposent & Thomme vivant en soci, fe. Id EL 39.5 1 sms nee, co enantio ea econo positiviste da cigncia (concepsao que Gixy sobrevedo tinhs presente), 3s inclisvarmente na crftice guoscoldgica neokantiana, 2 penta de Faine KAU stant, Logik und Rechtatisnahaft(opud A. Ross, Theorie, 8, nota 12, © 55) ver nurna «igncia aormativamente prodtorss um veedsdeizo nonets. Toes, todavia, gui o problema da «iéncla uermativar — cons toda «sua ambigui- dade (anio cigncis que insti ou infere normas, como ciéncia que conhece rnormas ou tem normas por objecte) © a sua duvidosa navuteza («inca pré= fleas on cigacia tcotéticocapeculitiva ¢ de verdade, ou, segundo 2 classi ficagfo ariaotdlica, eiéncia crica» 00 scifcia dianoétiew?) — que ainda hoje Se no poderi considerst rerolvido. Sobre este problema, em gerl, vide G. Kautowse, Le pilime dee orto noe edit; I, Que de IH "Vide cn Seine ehniqu, I, 84 5, 4 manifesta hesitagso de Gir sano a ete ponto: se, por nm lado, diz que «a ciénia em a nfo repogna aideia de normay, admit, por outro lado, que, na via, se beite em feeonhe- cer 3 eincia, proprizmente dita, a fora de mgerr or fine necesito Pate dicigic a condata, O que mosta bem abe oconceito de citi, spropriamente dita, era tumbéi pars GENT 0 seu conceito possivsa (empiico poss), como ali ocorobora«necesidade de ma spotéaca complement do ene Alimeaton, + que jf nos teerimes. 2 Ob cit, M, 334. AAS FORTIS. DO DIREITO 103, 3 ses efforts une direction assuréer#*7, E para tanto ofere~ ceria um contributo fundamental a bergsoniana ephilosophie wrovvello, coin as suas particulares virtualidades metodolégi- ‘cas™8, Tal era, pois, para GENy a sciences — com. um sen tido, poders dizcrse, positivo-metafisico™® — que permitira Te Td, cs a ate iy 314 osc Cn ence eta conainean epnce i sce os ang Ie Fe ar ete ice de Unies oases lat de Phone, ‘sur le niystéze de son origine et de son existence en ce monde, sut énigme de ob city UT, 18 Batu bn potent ese ein, ane ea ua nb a Tando, ven + ete ation gnc ere modo sagas complemntarnents& wazio pure, Asst tamale de el enbenose om Mild Se pration, 2.* eds, 11, 100, esta ees be oe Ta raisom pra~ a ey nic complenent de aon pre “SO que $8 por si nos revela a inconcladéncia, € mesmo wma manifesta caténcia de fundamentag30, deste poato, aliés decisivo no pensamento de Gis, ois embora aluda, na linha da sphilosopbie nonveller, 2 uma sexperiénis Fe a es econ nas infarc condor 10 ‘picsmo tempor (ob. cit, I, 80, 183), © certo é que no logrou coferecer mais ae ee. ithe fuvetecxteado por M Vie= Se cao gue an ta bem complemen oa sg on 2 a ee mi, foe Sea ehlan reread ot tame: Seo ns ‘actual dessa cxperiéncia realmente intestel, porque origindria ¢ integrante, QUE Snteceda e admita 2s dscriminagdes gnoseclégicas, pode ver-se, Hamscers, a ic Rltaine, Dake Exigoue Drie, Seen ee vt Bo Mc Bamnsta Patan, Ot eee en a age ppt ds expend ede hth 1%, ‘ain cyan ie aime noi ee poms rom ia dara da indole Gltima da scfencer que daquela modo nos foi proposts: decerto See en cece ue a somata (ae na 2987 Pe et oo pic pa» enac de apenas ned nso osx ura verde srs Cp purr deter er mo ou Cae cpt, FORA, por sua nature, de citar cegras da condats humana e impondo-se a todos em os arte ge den manne awe coe docs tion is 1 | | | 104 OUrRINA cobter ™® jusnacuralsticamente de certos dados (ou da totalidade do donné jurticos) os fundamentos ee ‘hes positive 2 Seriamt quatro os tipos desses dados a ter ent conta, Os dados reais — que onsite nas condigies de facto em gue se encontra situads 2 humanidades, quer de na Cisica e mtoral (aclima, solo © as suas ee nee anat6nica e fisiolégica do homem:) ¢ anora) (eitado psicolé- ico, convice%o ntoral, sentimentos religiosos, etc), quer d oe econdmica, politica © social E certo que ae at lades, positivas © actuais, nfo criatiom directamente a8 tegras juridicas, mas desenhariam, 0s contomos e, pelo menos, consti= ‘tuiriam o seu micio necessirio, e desse inodo teria sune importance capitale, comme conditions primordilles de sou etablisemenb?™. Os dados hist6ncos, © conjunto de tradigdes c preccitos que enguadram ¢ ofientam historicamente a vida humana e social — —conjunto que, a0 conitério dos dados reais, scontient, toutes formées, des régles d'ores et deja suffsantes, pour diriger les volonris des liommes et constituant, ds i présent, le droit postulé par la vie, pois nele teriamios acutes déicrminations de régles, qui se sont consoidées par Veffet du temps er font aujourd’iui parie de notte patrimcine juridique acquis —e de que seriam exeruplos desde logo a8 regras sobre o casamento, sobre a propriedade privada, etc 2. Os dados racionais, aqueles que muatearisn a direction capitate, 6 que, alu moins, fut x snes, SE aE ae ot ve cpa mo wl Td oh oi 186-194 onde tems como que ama sul do yemamento gi os Guti> 31 Neste sentido, expeesamente, “ob, cit, U, 353, 5, sie dos Somat ¢ tn pot Moses conse ees ts dos rr ai ee Mogg sc ong Paeeypelclieray Gis chou sobre ex fitina pont, 29 hid, 376, 35,, |as FONTES DO BIEBITO ws Eprouver les résultats brass de Is nature et de Thistoire, ex les srrpactiant a Fespit, scl capable de juger s'ls sépondent, ou Dat gui doniine wre organisation juridiques *% € que tradi Gaiam #0 fando esencial do direito natural lésicor, as regras Te conduta que a r3230 deduz da natureza do homen ¢ do seu contacto com o mundox: «nquanto so verdadeiramnente ianpos tas ao espitito € coreespondem para ele is exigéncias mals veidentes das cols, apresentamt um caricter de necessidade cae mesmo tempo de ustiversalidade ¢ de imutabilidade que a8 distingue ¢ Ihes assegura um lugar eminente entre as regres juciiene 2%, Ald de que ofereceriam ainda 2 base do quarto Tipos de didos, nos quais os dads sacionais como que ¢ cmeontfariam © seu acabamento: 08 dados ideals —0 conjunto de wodas as aspiragdes humanas (Bisicas, psicolégicas, morais, religiosas, ecorsimicas, poiticas) com vist a6 progretso inees- sante do direiso postivos?” ois bem; determinado sientificamenter —i- 6, positivo- -socjologicamente ¢ intuitivo-metafisicamente — partic estes Gades © fandamental conteédo normativo do direito, seguir- ccoia uma segunda actividade, especificamente técnica, do pensamento juridico com um objective particular, que tam int jé foi aludido. Posto que reconhecidas pela, sciénci» quelle sons les edgles 4 poser» —ou la régle de droit tell Guelle ressore de la nature des choses et, autane que possible Préar bra?” —, agora ail s'agira, pour mettre ces régles ‘tn circulation dans la pratique, et les faires en qualque sorte passer de la puissance 3 L'acte, de powoir les ajuster fa vie, [es adapter 2 ses exigenees conetates, A sa molle structure, 8 fluid incessant, cn d€gageant et ramenant & effet les procédés id. 380, 3. id, 384, 5, Ob it, I, 95 € 97. 20 id, 95, ss» 192 ss 106 borava application du droit ** ¢ actividade indispensable pour donner aux régles juridiques cette fermeté, cet prévsion, cette securité, et, pour tout dire d'un mot, cette adéquation & Ia vie, quit ne sautaient sésulter d'une investigation purement scientifi- qu®*, Para nJs, no entanto, 0 gue sobretudo importa ter presente, para além deste objectivo em que vai o scu compromisso pritico, é 0 verdadeito sentido juridico da st do seu emétien, pata dominar praticsmente a ematériay notin tiva revelada no edonné, ¢ revelada af com) a indisponibilidade a vineulagdo de um auténtico pressuposto: 0 pressuposto do conteddo intencionalmente fundamental do dircito, equi sfimposé 4 tious et ne demande qu’ étre reconnu». No que se reconliece © precedente, aiés aficmado °t, da analogs dis- tingio de SAVIGNY, a que jé atrés fizemos referéncia, entee © sclemento politicos, enquanto expressio de intencionalidade normnativerjuridica que radica na natureza histérico-cultural da conunidade, ¢ 0 elemento sécnicar, a coincidir por sua ver com a «citncia do dircitor ot com a claboracio cientifica do direico propria dos juristas. Mas devendo anotat-se ums diecenca importante entie as duas distingSes, da qual porventura Gliny no tera sido de todo consciente assim como das suas consequéncias muito patticulares. E que a técnica cm SAVIGNY era pura e siniplesmente, ¢ toda, a cigncia do direito, 20 passo aque ens Gin s6 parte desta ¢ discrimindvel como técnica, jf que nfo cabe agora menos & ciéncia do direito, ¢ justamente como sua parte decisiva, aquela que para cle seria distinta da techniques. A técnica oferece-se em Gény mais circunscrita ¢ speci, limitads & actividade que voltivo-praticamente cria os processos c 08 mcios, os artficos ¢ 08 truce da arte juridica,¢ 3 2 Ob, at, Tot 80 Ob, ee, UL, 6, 12, 24 qual, portanto— porque Ihe cabe assim apenas a aplicagzo de uma certs forma deliberada ¢ artifical a uma matétia de todo press Posta, obtida do sfimdo substanciale de que emengems agucles fis Superiores em que se manifesta 20 elemento verdadeiramente natural do discito revelado cientificamentes %°—, yai subtraida nfo s6 4 determinagéo material do noranativo juridico, mas sobre. tudo a possblidade normativamente consitaitiva que va inipli- cada nessa determinagio. Tudo isto ao cortnitio do que vimox ter de acebar por imputar-se a Savicwy e & sua Escola, dado o reconhecimento af da ciéncia do direito como uma das fontes dogmérico-normativas capitais do jurfdico, Pelo que, afinal, menos que do entendimento da técnica jucidica em Savreny, revela-se antes a cancepedo que dela tem GéNY muito préxima ch que cra pensada por InmRING, a0 dizer-nos o autor do «Geist des somischen Rechts» que a questio da técnica é a de saber scomo 0 dicito, abstraccio feita do seu conteido, deve ser organizado ¢ estabelecido para que o seu mecanismo simpli- Sigue, ficilte © assegure tanto quanto possivel a aplicagio das regras do dircito aos casos concretos» — questio de puta forma, ‘ido «questo de fandoo ®. Que o mesmo ¢ afirmar a conclusio de que a forma» pela qual actua a técnica, segundo GéNy, no é normativamente constitutiva: nio & essa forma ou as suas odalidades construtivas, nao slo as objectivagdes eas precisSes ‘ta téenica juridica que constiryem o normative jutidico enguanto 2 Méthode, ct, U, 328 2 Expt i trot romain, segundo ¢ trad. eine, de O. de Meulenace, TM, 16, s.-Deve tere sinda em conea este enunciado onde se antecioons PeSprias formulagSes de Glaey:«Exta expresso (Iéonica) designs em gerdl rumo da arte juidica que tem por objecto aperfeioar a forms &h Sentra, iutidca, por outros eros, 0 méod tonto € o meantine tote 0s 0 confers dos procewos por meio dos quais exe fmt ode ter acingid (ah. ce 2), ar a concepgio de «nica juridica de Gin com a gue not ofereccu Stanaten, Theore der Rechswisenschaf, cap VIL 4 jiperstiamos tambem com basics afnidades. Cf. ainda P Roomy ‘Thkore sindrale du droit, 2.9 ed., 76, 85. V. inf, nots 306) 4s 1ONTES no putETO 108 1m oposigZo isto, observe-se, ao que acontecia na concepeio veaiconl amine positiviste das fontes do direito, para 4 qual as fontes formzis —e s6 estas — manifestariam (criariam) dircito%, Outta nota, assim, da inteugio autipositivista de Giny: a dimensio decisiva do juridico deslocase de novo da ma para 0 conteido. ° "E cero que Gixy nos diz também conceber a sformar sob 0 ingulo plenamente filoséficor— i. como aquele aris- totélico modus especificante do juridico que adistingue a sua cultura de qualquer outra actividade humana» ¢ 6 gracas 2 gual 0 ditito daria forms 2 matéris social © tealaain o seu fin proprio%, E sabe-se como a forma» em AnistOTsLES © ra constituiva, enguanto justamente a ontolégica scausa for- mal que estaria perante a matéria como 0 sactor (enérgeia, enlépune) perante a spoténciar (dina), a ealidades perante a epossibilidader (forma dat esse tei). Mas nfo € menos certo que este sentido da formar no & verdadeiramente 0 que corresponde a técnica» no sistema do pensamento de Gévv. 208 Ha que, se est na logica do pensamento de Gésr, cle prbprio nto deat ee a Ac vl Bie ets tne expe (seo ei iy) tare oe yl gat shat nasa Sa Senate teem endl loi gerite, coutume, voire méme autorité (jurisprudence, doctrine) et rradition...» (ob ts ML, 4 ce re Se nwt de hao rece enh ey tn a ae Shea tet eaten Temp TSREN Oe Cac iea yale igs tg akon ow nd once ee SLEPT Lniee nacre Renee 10 ouraa ‘Assim, no admitria aguele sentido «plenamente Mlos6fico», ems primeizo lugar, que a matéeia fosse © momento fundamental como o é cm Gixy"; em segundo lugar, que ela pudesse ser investigada ¢ determinada no donné, através de uma activi- dade de conhccimento auténonta da intervengio (posterior) da forma; ¢, por ikimo, que a forma, como técnica, fose tum processo deliberado ¢ artificial. Na ontologia-gnoseologia atistotélica a formas tem, bem ao contrério, a priniazia sobre a matéria, assim como a tem a realidade sobre a simples possibi- lidade 2° —e tal como na gnoseologia kantiana ¢ neokantiana, cembora decerto por outios fundanientos, 0 abjecto nio pode ser comhecido sent a simultaneidade constitutiva de matéria © forma. E sempre, ou em ambos os pensainentos, a forma é uma cstrutura ontolégica ou transcendental, tio essencialmente pres- suposta, na pté-sintese constitutiva ¢ subtrafda por isto a0 alvedrio pritico de uma qualquer «artes, como a propria emasériay, Dal que, no obstante a expressa invocasio da distingZo aristotélica, ¢ de ter também mianifestamente presente a homSnima, mas neokantiana, distingio stammeleriana, a formar de Gixy no corresponda afimal 2 que ia pensada tanto numa como noutra destes duas (iltimas distingdes, A cor- roborélo, temos a andlise da formar, a eumprirse em técnica juridica, que nor oferece 0 vol. I da Science ¢ Technique, com a discriminagio ¢ a natureza dos quatro meios téenicos que enuncia e a fimgio espectfica que lhes comete. ois as préprias fontes formais, o quarto desses meios técnicos, Go expressamente afirmadas sparfaitement distints de la régle 2 laquelle ils donnent l'estampille de la positivités 20° — confi 27 Como resulta de todo 0 seu pensimento ¢ vai por ele afirmado, repetidamente —V., por ex, ob. cit, IV, G0 61: sLe'donné doit, por son cesence mime, dominer le “eonstraits. (.») «Le principe de subordination de ls ‘technique’ 8 la ‘science’. 28" Cir. Ro Mascic, Geschichte der Rechphlsophic, 187, 307 Ob. ait, #2. |S FORRES DO DIRE nm nant des données toujours quelque peu incertaines, flottantes cow &quivoques *9°—, ¢ wsim ndo tendo, justamente como ieios téenicos, ad’autee but que d'imprimer un sceau officiel ct catégorique 8 la régle de droit elle-mémes *"", Numa palavra, ‘a fangdo da téenica é a de emise en oeuvre le droin 3\deli- mitanto, precisindo e objecivando a regra material de dircito, revelada pelo donné, ¢ em ordem & sua realizagio concreta, 2 sua eadequacio 3 vidas cu as enecessidades da vida prética E tigorosamente no mais do que isso: «mise en oeuvre» ¢ nfo essencializante constituiggo do direito. Pelo que, uma outta conclusio, j6 atris aludida ¢ correlativa da que acaba de enunciar-se: a coeréncia do pensamento em anilise exige que seja a science, enquanto investiga o donné ¢ releva 0 essen- cial contetido normative do juridico, © momento determi- nante do préprio dircito © no apenas © momento fundamental do pensamento juridico, posto que a tedinique sb a-vemos cha- nada & actuacle juridico-prética (elaboragio ¢ aplicagio) desse norniativamente pré-detenininado couteido de juridicidade. Compreendids nestes termos a distingio de Géter, logo uma observagio importa fizer. E a de que essa sua distingio entre science (conhecimento)¢ technique (pritica) nio se confunde com a comum distingio—que ele niesmo expressamente tepele> —entee steorias © spritica, que se generalizra no ‘pensamento juridico °4, fosse este teorético-positivista ou dogma tico-conceitual ¢ sistemético, E isto justamente porque Géy pretendia ver no pensamsento juridico dogmatico (a tradicional sciéncia do direitos) tio-s6 afinal uma obra de téonica, a auté— noma elaboracio normative-pritica dos jurstas © do seu pensa- 31 OB, at, IV, 34 M1 Ob, eta HT, 500. 2 Ob at, TH, 496, 38 Ob, dt, TH, 10, 5 DH Sobre a origem jusnaturaita desta ditinglo, v. A. GAIIANI, Rich che in tema di experi junds, 28,6. © passin. 2 ourmns mento: verdadeira ciéncia, havéla-ia nio tanto no conheci- mento do diteito positivo jé teeuicamente prescrito, elaborado & conformado, mas no conhecizzerito dos données, dos fundamentos € realidades matetiais constiutivas do direito positivo, 03 quais 2 tradicional wiéncia do direitos haveria agora de pressupor. ‘Aqui inesino se nota, como bem se deu conta A. Giutiani>, a influgncia ein Géxy dos postulados epistemolégicos do pensi- mento juridico de orientagio positivo-sociolégica*, pois foi ‘esa orientagio que, na linha do seu cientismo postivists, ppela primeica vez pos emt causa a cientificidade da. eurispro- dénciar, a tradicional citncia dogmética do direito, para reconhecer aquela qualidade unicamente & investigagio socio ligica dos factores socialmente determinantes do juridico ou, auais estritamente, da sua matéria social juridice (social-nate- rialmente pré-juridica) © que no significa que Gir tivesse entendido a sua «sciences em termos puramente sociolégicos. Pelo contririo; {ff observimos que ele se prapds superar o radical positivismo de adele sodologique, acrescentando aos limites epistemol6gicos desse positivism «uma pocéncia complementar do entendi- mentos, € que s6 gragas a essa complementar poténcia setiamn determiniveis eos fins universais de que depende a direcgio da conduta socials a partir da realidade social e humana. Mas Integroda que fosse dessa outra dimensio, a wciener revelaria efectivamente nesta realidade os findomentos normativos do diteito —os seus fandamentos materislmente consticutivos ~ <, nesse sentido, o préprio direito na sua esséncia, 0 «direito em sip, sem recusa ou falsa redugio da sua estencialidade normativa. Por isso mesmo se poderia afirmar, restaurando-a, a intengio 25 Ob, cit, 49, sy 2,384 120, 0 216 Ce, alls, © proprio Géw¥, ob, cit, Hh 81, ss 377 Assim, expressamente, em B. ENRICH Grandlegung der Sosilogle des Rechis, passim, Ve sypre jasnacaralisa, Ou, talver melhor, era a reassungio do edircito natura’, possbilitada epistemologicamente nagucles terms, que implicaria que nos données, discriminados na realidade social © humana, se houvessem de inferir os fizndamentos- -=principios do direito. Os données no eram assim, como seria proprio de uma perspectiva apenas socialégica, tio-s6 factores hisedrico-socialmente condicionantes ow geneticamente explica- tivos do direito e, portanto, em si pré-juridicos; mas antes © proprio direito em poténcia, o dado fenomenolégico do direito em que ia imanente a esxéncia normativa do juridico. $6 desse modo era poss(vel afirmar que, com base nesses données, se conhecia cientificamente o contetido material fundamental do dircito —4os elementos cientficos que guardam em sia substincia mesmo do direito»4, eo conjunto das regras juridicas aque a razio retira da narureza das coisas, da qual 0 homem uma partes, ¢ que seria afinal o direito natural! —e, afir- muando-o, sustentar que essa determinacio cientifica, essa escience, cra uma dimensio, ¢ a dimensio fundamental, do pensamento Jurfdico enquanto tal. ‘Assim se conjugariam a exigéncia epistemolégica da objecti- vidade tcorético-cientifica, a exigéncia geral de cigncia, ¢ 2 compreensio jusaturalista do dircito. O direito, na sua esséncia ou no seu momento material-constitutivo, no era criado, conseruldo, antes se revelava natural-materialmente em certos dados que se conheciam mediante uma ciéncia expecifica. Ainda que para o submeter em seguida a uma elaboragio téenica, 2 uma sconstrugio», indispensivel para o tornar praticamente operante ¢ adequado ’s concretas exigéncias da vida social, ‘Mas 36 ali, na «ciéncias, ¢ no aqui, na «técnica, depararfamos com o momento materiemente constitutive do direito; aliés, 38 Ob, ity IV, 60, 38 Ob ce, 1,819, 9h a ae. de Di Ve ne ournina nfo teria sentido a invoras3o, que pretendia ser uma restau ragio, do direito natural. E, pois, nos termos desta conclusio que no pensamento de GEN se dé resposta & pergunta decisiva que atrés enuncimos. Pelo que eudo estaré em saber se nos resultados efectivamente oferecidos por esse pensamento encontrames verificida a vali- dade daguela cesposta. Ora, havemos de reconhecer que nio deparamos af com uma tal verificagio. E inconcludéncia que se nos revel no modo desta altemativa: enquanto se manteve ficl 3 sua intengio fundamental, GENy apenas nos oferece 0 vazio que no seu pensamento, na verdade, se verifica no que toca 30 momento verdadeicamente consticativo do dircito; enquanto posamos dizer que nos deu (ou se propos dar) uma solugio 20 problema deste momento, depara-se-nos essa solugio mani festamente contraditéria com aquela intengio fandamental. B que os données conhecidos pela science, néo nos dio, afina, naterialmente © direito. E, por isto, ou a seckniqua ¢ 0 seu resultado «comsrait se mantém coerentemente como nio consti- tutivos do ditcito —e nesse caso € todo © problema que fica por resolver, pois © dircito que aqueles no revelem também por estes nfo & constitufdo—; ou através da aécnica, ¢ particu- Jarmente do seu elemento capital que so as fontes formais, se obtém no fundo o diteito que os «dados» nao logtam oferccer —e entio a técnica ¢ juridicamente constitutiva, mas 3 custa isso de uma insanvel inconcludéncia da tese sustntada, ¢ onde 6 resultado acaba por nfo ser em nada diferente da tradicional teoria das fontes formais que se quis ulapassar Vejamos, com efeito, 0 que se obtém dos «doméen, tal como GExv 0s compreendeu: a ecientifcas determinacio destes dados oferece-nos efectivamente 56 por si 0 mcleo nocmativo essencial do direito, em rermos de poder dizer-se que toda a tarefa juridica posterior 2 essa detetminagio nfo é mais do que a construtiva ou téenica eaboragio— qualquer que seja a exten bo pimest0 us io € a innportincia pritica dessa claboragio —de uma juridi- cidade previamente definids? Ea resposta no pode deixar de ser negativa, Logo é evidente que se nfo trata apenas de quatro dados diferentes, mas de elementos que, serem considerados cin ordem 3 intengio juridica, se niostram de relevo fundamen= talmente distinto. Os «dados resise nfo traduzem outra coisa que © conteddo histSrico-material da situagio que os problemas, juridicos pressupdem ¢ a que vio referidos; no oferecem 0 direito, apenas apontam factores relevantes ov os dados da situagio perante a qual se p&e o problema juridico: entre cles € 0 diteito vai toda a distancia que, como em qualquer dominio problemitico, sepata os dados do problema da solucio dele, distincia que to-s6 uma mediadora intengo auténoma gue assuma © problema ¢ 0 resolva poder’ vencer >, Quer dizer, os dados reais ocupam aqui o lugar que vimnos caber a0 primeiro tipo de realidades (pré-juridicas) que considerimos telativamente 20 pensamento da matureza das coisas © que adiante analisaremos quanto 3 sua patticipacio no «pressuposte imaterigh, J & outco 0 relevo dos wlados histéricosse dos edados ideaise, posto que podendo corresponder a ambos um contetiio insediatamente norniativo, nio deixatio de fazer pressio sobre 0 digcito no sentido dessa normatividade—como também jf aludi- ‘mos relativamente ao segundo tipo de realidades (patajuridicas) a ter em conta na andlise da enatureza das coisas melhor veremos nig detida andlise do elemento materials, Mas ainda aqui, como ali, nfo se vé porque hi-de o dircieo limitar-se a aceitar sem sevisio e sem ctftica, no ponto de vista da sua auténonsa inten- ionalidade, ess factores normativos, Tanto mais que esa autonomia (a autonomia da intengio juridica), sendo decerto nnecessiria, desde logo pela situagio de conflito em que se 399 Gf, num sentido aniloge, Dawns, ob. eit, 205, 5 P. Rovmes, ob, ten, 193," 196, 98, poormna pretendam inipor aqueles dados — sobretudo os wlados idexiss-, ro ser menos justificada € exigivel pela sua prépria especifici- dade normztiva!, © que, sem mais, nos permite coinpreender que © momento de maior relevincia esti na consideragio dos edados racionaiss, como aliés, o sfirma também expressamente Gény — apenas neles se poder tentar determinar uma ime~ diata e especifica intengio juridica. $6 que, se perguntarmos também agui wo que se pode legitimamtente pedir-Ihe» (a0 dado racional) — pergunta que Gi a si mesmo fiz —, 0 resultado & deste teor: eessencialmente uma coisa, a nogdo de justia, a dinica que permite estabelecer a ordem ¢ a paz na vida socials, Quer dizer, o sdireito natural irzedutivel, o susto objectivoe, vem-se afinal a identificar sem mais, ou sem qualquer especial enriquecimento, com um indeterminado ¢ insuficiente princfpio de justiga—sendo certo que pata GEx¥ o principio da {justiga significaria sobretudo a exigacia de um sequilibrio de interesseo2*. E entio, independentemente de saber se aquele prinelpio € um dado da srazio twbrica, 2 determinar teoreti- camente ou pela aciéncias, ou antes uma intengio axiolégica a assumir autonomamente pela erazio priticar®, bem longe estamos de deparar cont o dircito nesse wados. Traduz decerto 22. if § 2.° Cle, eambém Roveusy ob et, 292 ss. 522 Oh, ee, UT, 380, ss, 389, 9. «Un donné rationnel que contiendra la direction capital..» «Tout les effors se doivent concenter autour du denn ‘atoms, qui reales substance propre, vraiment spéciique, ds tps de doit Bdégager(..). Au fond, le droit rete etentillment ocavee rationnel. De fait, aust, le pivor de toute Haboraton scientifique do doit toujours réidé dans ce dacernement des téples pa la raison consdérant la vie, 0h provient ce ‘ave lon appelle, plus spéeilemene et plus précisément, le droit nature. 23 Bid, 39, BA. Ob. ti TV, «Concaron gfnéalen, 147. 4s Nese sentido, © exactamente, v.P, Roum, ob dt, 196, Embora se pots dizer, com BAsnpe, ob loc, ct, 32, parafiaseando Kawr (0 dever ‘como fuctum da raz prétics), que também o principio da justiga ¢ um fetum ration, ¢ jastamente 0 fot du Droit —o qual wradux, na consciéncia insta radora, 2 prevenga das cxigéncas indeciniveis do Esplin ss rontes 90 pine a7 esse principio a intengo Glrima da juridicidade e, como tl, ‘io 86 funda 0 sentido do problema juridieo, como inchsiva- inente enuncia o regulativo capital da sua solucio, Mas sem que tal signifique, por outro lado, que © problema csteja s6 por isso resolvido e as solugbes juridicas se possam sein mais dele deduzir2*, © prinefpio da justiga s6 guiacé a intengdo proble- initica € constitutiva do pensamento juridico no seu sforgo de juricidade concreta —-i. &, de uma juridicidade que é proble~ niftica e que se ter’ de constituir na sua continua posicio © resolugio dos problemas juridicos conctetos. O direito como tal—na sua juridicidade bis6rico-positiva —nio se revel pois, sem que um especifico pensamento facto ou processo ‘metodolégico) concreramente © constitua através das solugées do histérico problema jurfdico, Pensamento especifico que nfo é deste modo, uma mera téenica construtiva, mas verda- deitamente a fingio constitutive do peéprio diteito. ‘Tem por isso razio Dasin quando, em critica a todos os pensamentos do sdador, afirma que «o ditcito & ‘pradéncia’ © por conse- quéncia ‘construfdo'» (hoe sensu)>7, B, com eftito, mediante 206 V, alia, as prprias observagses de Glew foc, prs ota 326: st don ee ae eel d et post, mat ne pat avr gue porte retine. "De moins fouriit la ‘él’, le ‘principe 397° Ob, de, 197. "No mesmo sentido, v. ROUBEN, ob ct, 192, 195, se. Peo gue, na verdade, io constiidas hisérice-normativaments, tnediante valoragSes ocrativamente autinoms, ¢ afp duduzidas raconal- ents da natuera das cous at aolugSes jcidicss que GENY vi objectivadas tas sprincpais isirugtes do dicta privado»— ob. 1, 398, s.. Bast fermoe aqui preeave tna desas solic que, para Gi, seria nec ronsideidoe tes eee dy mariage et Tes liens de feille quien déivent, on fombera sans pene e'accord sur la nécesité une certain subordination de la femme 24 mati ct dee enfants av plte..». Por iso tem razio M. ViLay, ando afta, *. A soberania do Extado, sdont le pouvoir législatif costitue Patribut le plus élevés, © © eprincipio da orden» — eprincipe supérieur & tous autress € a que se vinculasia tarzabérn 0 eprincipio da legalidades— BE Ob go °° bie S Rino nfo apcoasextensvamnente — como comegou spenat or ose no Mithode, como vimox —, mas mesmo guaiativs e fundamental mente, pois ale seria meio ténico de expresifo e nip sole eonsitiva on sdidor do direto ray justificariam © entorse, a completa inversio de planos e de jntengdes. O que, aceite embora cm termos de excepgio & numa conféstada contemporizagio pragmitica™°, no pode deixar de entender-se em termos de vermos aqui implicitamente reconhecido um valor jutidicaniente cénstitativo 2 fonte formal da lei, Sera esta uma solucio realista, mas nio ¢ menos o sactificio de una tese ¢ de um pensamento que esforgadamente tentavam caminhar em sentido contririo. E nfo 56 a esta fonte formal, mas a todas as fontes formais afinal, se terd verdadciramente de atribuir esse valor constitu tivo. Porque, se fo elas no seu conjunto que, ao vencerem a referida vaguidade e indeterminagio do. normativo obtivel dos edados, acabam por determinar o jutidico — seles seules, 43 proprement parle, font le droit post, en fixant les régles, de leur nature inconsistantes, que nous offtait I’élaboration scientifiques — e especificamente 0 conformam como direito positive dando a'estampille de fa postivite ’ regras juri- dicas, entio no se vé porque 0 carScter constitutive que € possivel reconhecer a uma dels se haja de excluir das ‘outras. Nao estio todas revestidas,& certo, de eucoridades *#* que conresponde a lei escrita, mas todas las cumprem a mesma fungo — a que ficou aludida — na «elaboragio inte- gral do dircito positivor. E se a distinggo entre 0 donnéy © © wconstraio, etitre a sscierces © a stechniques, com o sentido que The deveria corresponder essencialmente, nio faz obsti- culo decisivo a que esse caticter constirativo seja imputado 2 uma das fontes formais, também 0 ndo poderé fazer perance qualquer das restantes. Quer dizer, nesta interpretacio do pensamento de Gi a solugéo que nele obtém © problema das MO Che hid, 74 «Thi, HL, '83. 30 Cf Ob cit, WV, 25. cs pound fontes coincide com a do mais tradicional positivismo jurtdico si0 as fontes formais que, determinando positivamente o jurf- ico, constituem s6 por si o dircito como dircito positive. Materialmente o direito pode pressupor dados-fuctores diversos, mus 6 adquire a qualidade de diteito positive se e quando as fontes formais 0 positivam. Por tudo 0 que a conclusio geral a enunciar s6 poderd ser, na verdade, aseguinte. Ou a distingio entre o donné © 0 construit se mantém no sentido origindrio com que foi pensada —e entre os données, que «cientificamenter nio chegam a revelar 0 direito, © © constrit, que eecnicamenter o hio-de pressupor, teri de interporese um seu processo autonomamente cons- timmtivo, proceso que aquela distinglo em sii mesma recusa, mas da qual acaba, no entanto, por mostrar a necessidade no vatio normative que manifesta. Ou a technique se reconhece Jjuridicamente consticutiva nas fontes formais—e os données, enguanto tris, nem so, nem nos dio o direito, mais nfo sendo do que jé dados probleméticos, jé factores porventura mnate- rialmente influentes 11a constituisio do direito, mas no cles préprios constitutivos do direito ou suscepriveis de pouparem «© esforco de uma sua normativa e auténoma constituicSo, Em qualquer das hipéteses, no deparamos com fontes materiais—no sentido rigoroso que neste estudo Ihes atri- buimos—c sim, quer com o fracaso de uma tese sobre 0 fundamento e de una concepgio do direito que as implicava, no primeiro caso™4; quer simplestnente com 0 por ent 3 Positvismo juridico gue seria mesmo ceastumido expresamente sas Uline Vera sfrmandone a qu ele dest posi et leet! dro vertble (opud M. Vaure, ob be, cis. 133; ft 8. Buia, Eset sur le pow acateur et normatif jane, cit 75, em nor, que nos fala de am sdxour ine 3s pos bes ds escola clissica, que Gy 20 principio combat). 54 Conclusio ext que coincide, na verdade, coma jstea deste julzo de Bera, oct, 75,em nota: tata-se de an éhec presaue total dans la eches~ che et la definition des moyens propre 8 remédier aux insuffsancesconststés de Fordre juridique postib. 1s FoNt#5 90 piRAATO 125 evidéncia de um momento material no problema das fontes do direito, a ultrapassar a exclusiva perspectiva formal desse por- tema no pensamento jurfdico tradicional, no segundo cat. ‘Cremos que é sobretudo este segundo termo da alterna tiva que se deveré reter: a constituigio histério-positiva do diteito pressupde ¢ condicionada pelos dados naturas, histé- sic0s, culturas, ticos, exc, da reaidade humano-social — condi- icionada embora de um modo que havemos de analisar Posto 0 que © reconhecimento de um momento material no problema das fontes nfo pode relevar acrescentando-o apenas 3s afontes formaiss, no seu sentido comum e positivista, como acabou por fazer Glavy, mais antes através de uma revisla compreensio desse problema, como se propOe mostrar este estudo, em que j& nfo teremos «fontes materiais» nem efontes formais, ¢ sim um momento material ¢ um momento formal, a integrar ainda com os momentos de validade ¢ consttutivo, de um global procesio normative da constituigio ¢ manifestagdo do direito, Numa Gleina palavra: como quer que interpretemos © 0 que quer que relevemos no pensamento de Gény, sempre teremos de concluis nfo ter cle ultrapasado « concepgio positivista das fontes do dircito, 20 continuar a entendé-las apesar de tudo como efontes formais —ji porque & esa 48 Vide inf, "Tate-se de uma conclsio que salva 0 miximo da inensso fade do pre de Gly, mi gh vernon nem cer pond I a te ovigiaiia do down, oem € aqela, puraiens frmsl-pos- ‘iia, em que contraditoramente vernos cir por lime, digo sc no Seog Catoynn, Pele Di” Tet por at sb de dt tig, 17, quando interpreta sem mas pensaent9 de GES no seni Cinco, ao. diner: seulement, pour GAY, les sources rélles pouvaient fen approvsionnet, nour le dro: a fond, elles talent pas le doie lutméne, Ble ne devenaien I doit vetable, le droit post, que fy flees pra Je sources formal concepgi0 que preside 3 sua explicita teoria das fontes ™®, jf porque a tentative de referir © dircito a uma investigével ‘atriz material acaba por fracassar e ceder mesmo a preferéncia, nos termos mais tradicionais, pela foate formal por excelénci, que € a «lei escritay, no seu sentido mais «ingénuo-positivstas 7 ou do estrito positivismo legalist €) Uma atitude em muitos pontos andloga, ¢ cont resul- tados um tanto semelhantes, € x que nos revela também 0 pensamento de G. Gunviten, Poe este autor de uma forma particularmence clara, ¢ no menos exacta, o problema das fontes do direito, quando nos diz que «esta questio no é outra que a de saber em que consise a positividade do direito, i. & como o direito pode ser simultancamente posi- fiv0 #8 € normativa e porque deve ele ser necessariamente uma € outa coisar. E assim as fontes do dircito no seriam senio 4s critécios desta positividade, ligada indissoluvelmente & nornia~ tividader?®. Sendo certo que a positividade do direito teria a caracterizi-la duas notas essencizis: o ser sinstituida por uma 56 Assim, em Méthode intrpretation tures en dot privé posi, 2. 37 Qualifcagto de A. Ross, Theor ct, 56 2 Quanto a este ponto, importa tr presente 9 cnunciado seuinte do mesmo Autor Lie de desc, 107: aa dpe du dot, cause das strucere rulelseérale et impérstiveatibative, ne pet ve ae rgle paneer oulonone, Cesed-dire tran force obligatoire delle meme; elle ne peu dee, 2 cause Ge 1a tciproité qu'elle supposte, ane rile puremen! normative, uizguc la écipro- cit€ poor premisse ellicienceréelle de largle. Le droit nc peut, sans safirmet ‘comme un droit posit servi} réaliser la justice qui demande ablisiement de Ia sécurité ct de bapa socsle préalable. Cit prices fs justice, em tant qulémenr constitvet du doit, qui exige guil soit posié Don, cat Shei et, por son exerce ride, ae doit por, Tnlunciado em que vio decerto prestupostas a concepgSes de Gunvrrce, samo dja como do Sco em gal sobre eas concen vide, , 8, Pan. 1s" “Thdorie plraline des sources du dit post, ia Annuaire cit, 14, {5 FONTES 50 DIBRITO cr) autoridade*° qualificada st que no seja idéntica 4 autoridade da regra em si mesma, ¢ a eficiéncia rea) desta regra num ancio social dador. Nestes termos, «qualquer ‘fonte’ do direito positive tem de fazer a prova de que corresponde a esta dupla exigéncia, i. & que representa a autoridade e que garante a eficiéncia desta, unindo pela sua propria existéncia os dois termos num 36. Fonte do direito quee assim dizer: autoridade sobre 2 qual se apoia a fora obrigatéria de uma regra juridica, que, pela sua prépria existéncia, dé a garantia da eficiéncia real dessa regras**, Mas no apenas isso; pois, de outro lado, a positividade deve ir imanente a normatividade, € dai que tuma terceita nota se haveria ainda de verificar —que a autori- dades em si mesma, na sua propria existéncia, encarnasse valores, enquanto fundanentos e imposigées axiologico- -normativos, Por isso, © conceito correcto © acabado de fonte do direito seria afinal este: cantoridade qualificada sobre a qual se apoia a forca obrigatéria de uma regra juridica ¢ que pele sua propria existéncia, encamando valores, dé a gerantia da cficiéncia real dessa regrar 580 Sobre 6 sentido puticular de tautoridade> aqui referide,¢ cuja ex sncia resularia da natutera imperative-tribaciva implicada na intersubjec- svidade judldics, v, G. Gowen, L'ldée du droit sca, 114, st, € Thorie plurslise, ci, 116. Sentido diferente daqueles que mesma expresso atri- bufa Gia, quer 20 considerar como qutoridade — que garantiria 2 obrig.- twiedade di sci escxite, p. ex: —0 poder prescritive que manifestaria a be rani do Estadon (Scene et Technique, I, 75, 353 Méthode, cit 1, 15 ss), quce 0 incluir a doutrina ¢ a juisprodéncia ‘na eléaomination générigue d'Asco. il «(Mbtode, ML, 2, .). Se em Glos extes senccos cortespondem, tespect'~ vamente, 29 conceito politico comum de autoridade © 20 sentido romano € socioligico de sssctritay, em GURVTCK 2 autora, como momento cons tiruivo das fontes do direto, sem antes um especifico sentido socil-insticu- ional. Para o sentido de auiorts, v. fa § 3. 381 “eAuoridede quilficada quer dizer — escarece Guxvrrcu Theo- rie, 117 —autoridade ealizando a justigs e encaenando valores positives. 32 idle, ct, 133, 259 Tiare plunge, 117; Lilie, 133, com enunciado equivalente. 128 pauraina Ora, onde deparariamos com fontesr que satisfizesent todas estas exigéncias? Nao as satisfariam sem inais as eauto- ridades» habitualmente citadas como fontes do direito positiv. a lei, 0 costume, a pritica judiciéria, as convengGes (actos- ~regras), estatutos, ete,, porque essas no dariam em si mesina garancis, mem quanto d sua qualificagio**, nem quanto & soa cficiéncia realp °8. Seria assim necessirio procurar mais profan- damente a cbase da validade das préprias autoridades,, desco- brindo as dontes das fonees, i é, as fontes primérias ¢ materiis, em que se fundarn as fontes secundérias, as quais verdadeicamente nada mais seriam do que «processos téenicos de constatagior das primeiras 7. E se as fontes primétias mifo podiam ser ‘simples factos sociaiss — pois carecam como tais de normati~ vidade —, ou apenas epostulados ideaisr — dado que a estes falta positividade —, sendo certo que © direito «fo pertence inteira- 254 A sus qunlificagin nfo a eran esas fone em si mesma, mas na intngo ¢ conteddo normative mate que exptiisem, Res valores ie encamasiem 58 Daca explicacio dese ponto, v, Ld, 133; TMorie, 117 —e que se resime no segue: uin costume, uma desiso judicial, ete, 180 normstram $5 por si que seam quaifcados para cat dito novo, detrogando o ditto ji enone; cl, mesmo seformalmente pera, ne garante sem ma que do qntre ent colsio com a sprépria estttara do diste» on que nfo figne Simplesmente no papel e de fcxo normativrnente imposene St Observese, no entano, que 0! teactodos de eonsaags0 dos tos normativos, dos quis © dito positive tr a sua forge obrgntbris, eran, segundo Gunvrren, de doas espe proceso tdcices formals ¢ stoma Visio dltetscimediats do “Bact nogmatvo™, adit a consi, expect Yamente, do edieto postive formab e do wltets postive innlvon. “A ess dois medos de dexerminagio do dicze yemos agora —in Grundsige dr Sezilge des Reh, 2." ed 48, .—actesentado um trcir, © do ebireito flesivele determina ad fo. Polo que, nesta nova clasificag tecmos antes sdiceito prevamente fader, edicto eavel e determinado ad ho © wlireto inmitives, Sobre o que deva emunderse por elo inner, v. Gusszrem, {Le temps pst et dle du drt soil, 27,283 ID. Lo epbriece juridique et |e philwophie pale du drt, 130, a. 2397 Lid, 3; Théo 17, Sobre a plurldade © os diverse tipes de foes forma, vide eta Segunda oh i. 120, a, 8 FONTS bo piREITO 19 mente nem 3 esfera do ‘dever-ser, nem 4 esfora do ‘ser, mas a uma esfera intermédia que ultrapassa esta oposigio», aquela esfera oon 40 dominio das significagdes normuativas, referidas 3 ‘reslidade espirituakzada’ da cultura (Kulturwirklichkeit *, ereio aquelas fontes seriam verdadeiramsente sfactos normativos, i. 6, realidades sociais que smaterializam valores extea-temporaiss ®", a0 «encar- narem pela sua propria existéncia valores positives intrinsecos (Ga caricter juridico ¢ moral)», ¢ 0 por isso gualificados para desempenhatem «© papel de sutoridades impersonaliziveis no estabelecimento de regra de direitos, Realidades em gue ‘se produz esta inccepenceragSo do ideal e do real, dos valores © dos factos "? — sidées objectives devenucs faits socianxs*. Factos normativos, neste sentido, t&-lov-famos em todas as formas sociaimente reais de associagao, jé de carcter coor denador, jd de fndole integradora — ou seja, ¢ respectivamente, efactos norinativos de relagio com owsros c sfactos normativos de unio ou comunhiion. Os primeiros manifestariam 0 «cozsércio Jjuridicor ¢, tendo na base as relagdes sociais de simples winter dependénciay, dariam origem a0 adirito individual; 0s segundos, exprimindo a sociabilidade por fasio ¢ interpenctragio — que iria desde a «tassa» ¢ a acomunidades até & scomunhioe — ss idee, 115, 2 id, 20. Bid, 1M. 381 Sobre a origem da designagso eieto normativor,¢ © préprio pensa- suento bisico que ele exprims, devider ambos a L, PETRASteRY, auror que pro- Fondamente influencion Guavires, sobretudo as suas posig6cs no problema das fonts do diteto, side Guawcren, Le temps prévat, ci, 279, $5 ¢ L'Exp ence juridgne, et, 133, 3 Théorie, 118, 30 _Lildée, 115. Nesta base podia Gueurtcr afirmar que +2 posit dade necessiria do ditcto nfo xem sbsoluramiente guslquerrelipio com a iter ‘vengio do Evid na vid juridica, porque a autoridade dos ‘factos normarivos Evums autoridade objecciva e inipersoalizivel (..) ¢ a sua eviaéncia No & coberta de modo algun pela do Estado © dos corpos organizados em geral> = Ltdée, 108, 9 Bol 8 Ye Be ie, Ha at 1% pours seiam 0 fundamento do silreto socals*°1. Mas de ambos estes tipos de «factos normativoss se did que «io intermedidrios centre a solidariedade ideale a soidariedade de facts ou «a mani- festagio da solidariedade de facto realizando um elemento da solidaricdade idealy pelo que, mum 56 ¢ mesmo acto engendram 0 dircito ¢ fundam a sva existéncia sobre ele —o mesmo ¢ dizer que, na sua existéncia, a consteuigio pelo direito ¢ a gestagio de um direito coincidem e identificam-see "*. O que implica uma Gltima nora decisiva: sestes factos normativos encon- tram a sua justifieago juridica no proprio facto da sua exis- séncia, porque este facto apresenta nele mesmo um valor juridico positive e serve A realizagio da justigay* 7, Nesees termes, ou coin fundamnento nesta concepgio das fon- tes do direito e da correlativa distingdo entre os actos normativos ow fontes primétias» e «os processos téenicos para os constatar formalmente ou fontes formais,, xer-se-ia de reconhecer que suma Ici, um estatuo, uma convergio, 0 préptio costume fo produzci posiividade jusidiea sendo na medida em que se apresentam como constatagdes de ‘factos normativos’ pré-exis- tentev. Que o mesmo eta concluir que a teoria dos facros normativos, enguanto sio estes fontes primnérias da positividade do direitos, anulava a doutrina tradicional ¢ estatista das fontes formais— soda a tentativa pata erigir as ‘fontes formais’, sublinha Guevrren, em hipéteses absolutas (p.es., 0 “feiscismo, a 138, SB Tider, 19, Sif, 1345 ele. There, 19, 307 Sendo certo que, se se quisesse nlesmembeato acto pelo qual prom dz esta coineidéncia, poder-se-ia talver dizer que & pla ideia de jstga que os "factos normativos’ 30 conarieukdos (impregnando-se de valores corcespou- entes, por exemplo, a seguranga, a order estive, ete} e que 0 diteito €0 ‘quel engendram».’ Assim, os factos normativos deveriam ser considerados a categoria constinutivar do direito, ¢ ee + seu prodaroe — L'liée, 119. Che. nfs, noes 389 14h, 55, passin Thont, 120, 555 Sosoloie, city 132, $4 As Fontes Do Diterco a da le? do Estado) sofre asim um fracasso definitive, 20 descer-se até aos 'fictos normatives’ na procura do fandamento da fora obrigatéria do. direito positivor 2, Entendimento este das fontes do direito que importaria, nnos seus cofolirios, consequéncias importantes. Desde logo, as seguintes. 1) Em primeito lugar, havia de reconhecer-se tun pluraliso taney de fontes primrias (sfactos normativos) como de fontes formais. No que toca a estas ilkimas, afirma Gurvirc que «pode haver em principio un: ntimero ilimitado de fontes formais, posto que os processos técnicos para cons- tatar ‘os factos normatives’ so variéveis ¢ podem sempre ser inventados novos. A restrigio do nimero desses processos a certas espécies exclusivas (por exemplo, sé a lei do Exado, a lei ¢ 0 costume, etc) nto rem qualquer valor cientlfico e nio represenes senfo um doginatismor®®, E a querer enunciar-se a lista dessas fortes formais, deviam inclur-se nela pelos menos (ea ieulo provisérios) dea: 1.° 0 costume; 2.° os estatutos auténomos; 3.° a lei estatal e 0 deereto administrativo; 4.°4 pré- tica dos tribunals; 5.° a prética de Srgios mio judicidrios; 6.° a dou- trina; 7. as convengGes ¢ actorregras; 8.° declaragies socials (promessas, programas, sentengas); 9.° precedentes; 0." reconhe= ‘imento de um novo estado de coisas por aqueles mesmos que cle [esa2, 2) Em segundo lugar, nfo poderia afirmarse gualquer shicrarquia apriéricay entre as diversas espécies de fontes formais— pois mio sGo clas mais do que constataybes de *factos normativos’ pré-existentes ¢ tram desta fango técnica toda a sua autoridader. Pela que « afirmagio de preponde- rincia necesséria de uma fonte formal sobre as outtas (p. ex, obre © costume e a convengio, et.) nZo pode ser justificada 3 Lldée, 135; Théorie, 119, 370 tee, 137, $5 € Théorie, 120, Be bourne, de modo algun» 7" 3) Em tercciro lugar, havia também de concluirsc, considerada a natureza da fonte primria propria dos «actos normativoss ¢ a firg3o secundaria ¢ meramente técnica que perante cles eém as fontes formals, que estas no setiam afinal indispensiveis, antes poderia obter-se 0 direito directamente do facto normativo «sem o intermedidrio dos processos formais dle constatagioe — epara a positividade de uma regra de direito basta que 0 facto normativo, sobre 0 ual cla se funda, seja constatados, Constatagio que se poderia, realizar por uma «visto isnediatar daquele facto ou sem pro~ esos téenicos formais ¢ reflectidos: caso em que terfamos 0 sdireito positivo intuitive, a distinguir do afircto postivo formal Este pensamiento das fontes do direito, exposto ass nas suas coordenadas fundamentais, oferece sem diivida contri- butos importantes pare 2 teoria geral das fontes, alguns dos quais se pode mesmo dizer terems ficado definitivamente adqui- ridos, E umn desses contributos definitivos foi justamente 0 reconhecimento do pluralismo das fontes do direito. Seno com termos >) tudo idéuticos aos que foram sustentados por Gurvircit, 0 certo é que se tem hoje por irrecusdvel a plurali- dade dos polos ow mediagdes constitutivas da normarividade juridica, a recusar a ideolégica pretensio quer do monopélio dda sua criagSo, quer da sua titularidade redutiva no legislador politico-estadual. A nés, porém, © que neste momento 27 Lid, 138. Pats desenvolvimento deste posto, asin como pars aconsideragi das relagSes gue se haveris de cecomhecerenete os efits normna~ vom, vide Théorie 133, oh 5720s quai, alls, na prSpeia tse do pluralism dat efontesmateriais coma tis sriam os fates nornativon, como vines —nio deiztam de rt adeptos— V. Lacaz v Lacasnea Filowfe del Dee, 3 od. 530, 8,537, 3 2 Plaraiimo queseri mesmo consegufnca newest, sogande A. Ri xen, Einfiang iv iy janinieke Stadium, 227 %, do ferénse0s jurdicos acraais da stendncia da ‘descenttaliagiow ¢ da plucaizagioy material (pure smo do scrtérios dos valores eficazes na casio do diteitor 00 phualiszno de padeées noriativey) AS Fores po, orRatID 13 antes de mais importa” € ponderar do sentido © do cxscto fFarsdsaento desta concepgao das fontes do diteito, © na medida em que nda se reafirma, a seu modo, a tese das fontes snaterias. E esta concepgio o resultado de um pensamento sincrético, ent que convergem, infuéncias virias. Confesadamente 7 inspirado nas categoriavdistingBes de Ducurr (entre erégle de droit ¢ erégle eéchniques) ¢ de Géxy (entre ele donnés ¢ dle consttuit), ¢ guiado pelo printeizo na procura de um direito socialmente fandado © anterior ao Estado e pelo segundo na pressuposigio de certos «dados» em que se verificasse a sua emergéncia””, veio GunvitGK a identificar esses dados de um dircito espontinea c imediatamente social com: factos norma- tivos. Esta iltima categoria fora, por sua vez, sugerida por Perwasizny 7, mat os factos normiativos seria entendides agora sobretudo na perspectiva do institucionalismo de Haugou com gue no fando Guaverc oincide, pois os sfictos normativos no seriam afinal outra coisa do. que «instituigBes: ra instituigo mais objectiva que a regra, enquanto tal, € preci= samentc um facto normativos *”*. O direito revelar-se-ia, nunta expontinea manifestagio social, em dados actos nortmativos de indole objectivamente institucional — tal & em suma, a tese chas fontes materiais de Gurwen. 7 Deisaremos por iss, tabé aconsderada a ausio a validade da enumerapio que Guwvitn far das Fontes formas ou dos modor da determi faglo juidica, Sendo cero que, por um lado, ssa cnumeraglo presupse ti dingo eae fe, mate (fio noma) «fot ora ‘ae discatitemos 2 4Rui,¢, por outro lado, € mito duvidowo que possmen inclu todas esas efontes formal nos niodoe consitvor do dre, de due tambeéin nos acapaemo5 — vine 38 Thos. U8 2% Lil, 95, 8 2 Le eps pret, 216, x. 2% Le tus gréen, 295, 35 L’Bopicne Juries, 153, 57 Vide 19, 35 6, 134 pouraa S6 que, n4o obstante, este pensamento nio € apenas a repetigio dessas influéncias conjugadas, pois terta © seu proprio caminho com uma autonomia que justfica que dele nos ocape- mos depois de terms considerada jé os outros em que se inspira. Autonomia que se reconhece tanto na sua particular concepcio 4a instizucionaidade normativa dos sfactos normatives: como na_metodologia da determinagio da normatividade institu- cionalizada em tais factos. Para além de Dusuny, preso no seu elementar naruralismo ¢ no seu empirismo sociologico, ¢ tra passando rambém Géyy, que nfo deixou de oscar entre um positivismo sociolégico ¢ um psicolégico intuicionismo ético —, afinal tudo a mostrarsnos que ambos se mantinham ainda no sée. xx ~, GuxvITce assimilou jf a especificdade, se nfo onto- légica, pelo menos fenomenologicamente cultural dos valores ¢ pode assim consumar 0 que diz ser 0 adeal-realismos de Hauriou (sinerética sintese, também, de um pensamento sociolégico com dimens6cs metafisicas) no feremtenologismo sécioncultural dos sfactos normativost. Pois estes nfo serio verdadeiramente outra coisa do que institucionalizagSes sociais de sentidos axiolégico te de outro (p. exemplo: 0 ns, ou 0 prazet do amor). Se quisermos uma formula que, simplificando os resultados de wm necessicia fundanentagdo antropologicasosética, caracterize objetivamente ‘ esprittalidea,diremos que, aa experigncia que dele tem o homer, » esp ‘itwa-ideal maniféstawe sempre numa disdnca critic. que o proprio homem 134 bouransa mediante a azo c 0 cspitito 5, se explicitam como os fandamentos ¢ validades transendentes, scjam rcligiosos ou etafisicos, éticos oa axiolégicos, estétcos ou cognitivos: Deus ‘ow 2 sua assimilagio nos contetidos da {é, 0 bem, a justica, a verdade, 0 belo, etc. Distingio esta que no sustenta a sua validade apenas ao nivel ontolégico *, pois a vemos confirmada pela anilise antropolégico-fenomenolégica “!? e vai inclusivae assume de si pata si quando, no modo de una autodnnca on transcender, nig om sso, pratt 2 sz impulses e apeténcis excl, um funda. ‘memo e am sentido univers pace o gue € faz, para 0 ser oncamente experimentado ¢ + acco subjectverimeresadamente scsada- 8" Nem deve, ainda, deixar dex er presente a dsingio ctr aris, 4 manifesarse no pensamento racital co ete, « manfearse asic ‘onaldades ndamentantes. Se aio assume 0s principiosabstracteformais a gies e actin a taconsidade critico-analia do rciocnio objectvonte- Teel, 0 epeto asume os priciiosinencionisateiisignfeattes © ‘acts « raionalidade consttaiva da intcngbidade fundementante. ©

e prévias & intengio juridica ¢ que, como tai, a esta se impSe ¢ la teré de accitar eal como so», EE daf uma primeira inferéucia, que se pode enunciar nos termos da haremaniana slei categorial da matéria: a categoria superior 1ifo pode conformar com a matéria da inferior tudo o que queira, amas 96 0 que € possivel nessa nuatéria>. Inferéncia que & porém, susceptivel de um duplo sentido, Por um lado, a estrutura propria e a objectiva autonomia da realidade hurvana e hist6rico~ -social 5, enquanto matéria do direito, impde-se como uma geral condigzo de possiildade da sua realizaco, no que toca tanto 208 objectives como 20s micios. S6 podendo realizarse nessa matéria ¢ através dela, a intengfo jusfdica apenas lograré cun- prirse nos termos (no quadro de possibilidades) ¢ utilizando os meios que aquela estrutura ¢ conteiido-objecto pré-supostamente $m send farmanans, agecleseaido qe Ie permite enuncar aia set de teen no. quatro as estiagio onlin. «0 eto Inti de xeric be do operas eget ete ter be. Alnds emo eno spre € un extte de pepo augue fneme préteminanen Tombs ra su todas ot condiconsdo Inimseno deine, Pipdisence s aaguee sper 0 seein tem tna aacper desing de Chat 20 spon cnt como needs toca a Sobrecnlormagin on sobeconstao, Nato conse a atrata Como estat Hana oh 30, S70 ss, Deamon agor de Iedo preload sors unkiade oor ow de um cro sets got ova ene Secon nlc re Fema ee Tingle una eect soldrelade Sermersbmareal toitianes Peter Si Rese ssn seat, vimoe i Huns c tm agora Zire, sh, cn 55. De modo andlogo te alr, com Prem, eb ti 13 se do Sspecen sobectidad dow fico ty da depaidede & nue a #8 A ca etdae on poems intar efi pono qu ead rane, blige, anopologe, eter apa ataves fo medaglo human “Sori celeram fontioment ct,” nese send, Rapoace, Rete tnd Rect fey 0s Ds Bie Netw dr Sack eT a Hee, ie ciy iy © ands ven, sre nota 507 : 192 ouraina Ihe oferepami >. Dependéncia de condicionalidade esta” que, se no poder traduzir-sc simuplesmente pela sresisténcia da matérias i realizago da ideia"*, nfo deixa de exigit uma adaptagio ou conformagio nos modos da conereta mani festagio dele (da intencionalidade reguliva) & estrutura e indole dda matériaconsiderada 8) © objeco-pressuposto—a corelatividae ontoligica ea justeza material do direito. Para além de aquele sentido, que podemos dizer negetivo, de resistencia e de possbilidade, hi que consi~ etar, por outro lado, 0 xentido positivo da vinculagio intencional entre a matéria ¢ o regulative normativo-juridico sempre que este haja de assumir-se com uma évalidade miaterizle ou n> 56 No modo de sdeivagin, se 0 aueemos dizer com Scwsten — ve. stp, Cle, Zire, o. it, 86, 3. BF Dene emo et radon dor Ties ras yor cles tragados 4 intengio normative SHO que sein, segundo Matnoren, — Dra et tre der cues dns pilose slleende dt drt, in Anrales dele Facaé de Droit de Toslowe, Kit (964), 127-— um dos sentidos do. penamenco de Ravatven sobre 0 relevo ds atucea dat coine pars o diteto. wDeste ponto de vist, diz tfeccvamente 0 prépeio Rabsnven (Die Not des Sele, ct, 80), 2 atcena Ga cols signica a resncia do mundo indolent « que tein de adaptarse Sides jordica pars lograr a 801 realzago, rane tempor bhi 117 -abdapeaclon que significa sbrerado cml das tendncias da erat via segundo at pomibilidades da propa mateds.. Adxpuo canzolada fue se pode manifesta apazentemente em contradicio com ay tendéacias ‘atest ex: b voo de atenaveseelavamente Ale da gravidade ~, mas ue 45sec cca see traduair numa asioslgfo, enbora superadora 0M ‘blimador, destar tendénas. © exguecimento deve principio mks expliard ‘rite fron doe objectives soclmente pedagépios ¢ recuperadores de certs medidas ¢ cronies juries? Sa Sobre ete port, alm dos desenvolvimentos categoiis de IN. Hannan, cb iy 566 8, vid, quanto 20 dasito, Hunen, eh cl, 67; Fromm, 109, + (com andlse exempliicador); Hic, ob, di, 21, 63 Zevemste, oh i, 56. Nem detach de observarese que tudo ito ext de acerdo € com> cumpre © que, aims outea lita, & prestito por Haxs users, Talia aber kritcke Vom, 3° ed, 77 (a'tad. pore Traado tobve a razio clic, de Idakina Azevedo da Silva ¢ onezos, 96,56) n0 seu “potndado de velizadde, bo pisETo 193 cormtos de a adequagio material que tem no ser ou realidade pressuposta o scu eritério. Seti esse o caso, p. ex., da nonna~ tividade penal relativamente & natureza do comportamenco humane ®, As valoragbes penais, que a este se refiram, hiionde pressupor a indole ontologicamente espectfica dese comporta- mento ¢ $6 serio validas, de validade ou qustezas nzaterial, sem deixarem porém de ser valoragGes ¢ assim com a autonomia de jutzo ¢ de intengdo normativa que nelas, enquanto valoragées, vai implicada, se wo negarem a corrclatividade (que bem se died ser sontoldgicar) daquele pressuposto: se a sua auténowa solugio normativa for intencionalmente coerente com 0 seu pressuposto 529, Uma contradigzo iutencional entre aque este, ainda que mio susceptivel de atingir a validade normative eur si da valoraglo, afecta decerto a adequagio ou justeza material da mesma valoragio ¢ ent iltimo rermo a eficicia normativa desta. A correlatividade entre o pressuposte © a valoragio dlesnarca assim, pela préprin exgéncia daquela adequaso ou jus teza material (adequagio ou cortespondéncia 4 natureza do pressuposto-objecto de valoragio), un quadro de possibilidades a respeitar pela autonounia normativa da valoragio 4, F nestes termos, mas sé nestes termos ou no modo de uma condiciona~ lidade positiva que bem se poders dizer um modo de «verdader 52 Fens de outro tipo poviam ser dados — asim desde a Kbeedide, cenquanto premupoito cotolégice-antopolégice pars = norma¢io eo Jwuicoerininal ds culpa (v.sobee ee problema em ger J. FGUBREDO Duss A ilerdade,« cl €-0 dco pena passin), S46 & wpe determination ilégcs de comumiade failiae para o diczo Ja aula: vide Facute, chee, 130, 8." lis, veremos que 0 presto da instrucionaldade veil ‘ou pe jis, ma ro felevinelscodeterminante para 2 consis do deta «de sua ordem expec, impée sempre nome «ondigaa de adaqnagloe dexa_indoe. SE Gi. Ar. Kauesanns, Aslogie and

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