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ESTABILIDADE DE TALUDES 8. MEDIDAS DE ESTABILIZACAO 8.1 Introdugio 0 projeto de um sistema de estab] nas investigagdes de campo, na anilises de estabilidade comparati izagdo de um talude é 0 resultado de uma andlise baseada terminagao das resisténcias ao cisalhamento dos solos, em 8 € verificagdo de custos e disponibilidades de materiais. Muitos destes fatores no p erftico baseado em uma experié ctiteriosa devem ser utilizados. necessério. E importante lembrar encontradas semethaneas entre dife lem ser normalizados e, portanto, uma boa dose de senso ia de outras obras, bom senso de engenharia e anélise alguns casos um certo grau de intuico geoldgica é cada caso deve ser tratado com jinico, embora possam ser tes problemas, Em todos 0s casos procura- através de bermas de equilibrio, e tirantes ou b) aumento dos esfo} substituigdo de materiais ow injeta trabalhar com a) redugo dos momentos instabitizantes, Favagdes na crista ou introdugdo de esforgos como muros ou 8 resistentes, através da diminuigdo das poro-pressoes, de materiais cimentantes, por exemplo. Entre as principais medidas d se citar: drenagem; estruturas de arrimo; elementos de reforgo (‘grouti controle de erosio; substituicao completa dos mat mudangas geométricas do taly alteragdo de projeto com o fin alteragao do projeto geométr projeto que podem ser utilizadas em taludes de solos deve- ,eletro-osmose, estacas): iis; de evitar a éreay da via tanto em planta quanto em altura; Serio discutidas também as necessério interceder rapidamente wedidas emergenciais necessarias para casos em que’‘seja obra. A medida (ou conjunto de m talude € aquela que diminui estabilizantes da forma mais efifi problema ¢ dos materiais envoly diagnéstico do fenémeno da ruptur ids) mais adequada para a estabilizagao de uma ruptura de momentos instabilizantes ou aumenta os momentos te © econémica. Isto vai depender da geometria do jos. Para se avaliar a eficiéncia, € preciso ter um bom © comparar as diversas possfveis alternativas. eneficio de cada solugdo deve levar em consideragio os lucdo para cada situagao (tipo de problema, local, logistica ano, urgéncia). Exemplos: que envolva obras de terraplenagem pode ser bastante diversos fatores que compdem a si de materiais/equipamentos, época a) © custo de uma solug Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, WFRGS V.7.1, Nov07 1 ESTABILIDADE DE TALUDES reduzido durante a ci equipamento tem que b) solugdes que envolva etapas de construgio i grande umidade no sof meses de novembro a n estado); ©) drenagem com valas d nos periodos chuvoso: implantagao, mas perfe' strugo de uma rodovia, mas aumenta muito quando o Ir trazido especialmente para a execugao da obra; escava¢ao para construgo de muros de arrimo podem ter seguras durante os meses de maio a setembro (época de ‘no RS), mas se tomam vidveis e econOmicas durante os 0 (€poca em que é comum ocorrerem deficits hidricos no nantes podem ser quase impossiveis de serem executadas ilidade das paredes de escavagio durante sua ete seguras € econdmicas nos periodos secos. 82. Evitar o problema ‘Um dos problemas mais comuns implantago de um projeto sto geotéenico da érea. Assim, alguma depésitos de colivios. Estes m: movimentar-se quando € colocado fi variam os niveis de 4gua sazonaii podem alterar sua estabilidade, implantagao, se possivel, para evi ‘exemplos de rodovias € possfvel fa de forma econmica ¢ eficiente. talude rompido pode fazer com custo final das obras. m taludes esté relacionado ao fato de que as decisoes de uitas vezes tomadas sem um adequado levantamento obras 580 projetadas sobre taludes antigos ja rompidos ou ‘ais apresentam uma estabilidade marginal e podem bre eles uma pequena carga, é feita alguma escav: Mesmo pequenas modificagdes na drenagem superficial estes casos 0 melhor a fazer € modificar 0 projeto de 08 trabalhos de estabilizacdo necessérios. Em muitos F ajustes no projeto geométrico de forma a deslocar 0 eixo construgéo de empreendimentos imobilidrios sobre um (05 custos de estabilizagdo crescam substancialmente o ‘Uma outra forma de evitar 0 passa sobre um talude problem| construgao de um viaduto, Embor vidvel como jé demonstrado em fundagdes em estacas ou tubules movimentos. Uso de viadutos & bi para evitar cortes muito altos ou espetaculares disto nos Alpes al Imigrantes no estado de Sao Paulo| ser outra estrada com tais obras. blema quando se tem uma obra de rodovia ou ferrovia que fico mas de pequena extensao longitudinal & obra, € a parega uma solugio cara, ela pode ser economicamente Jguns locais (Baker and Marshall, 1958). Naturalmente as m que serem assentes em profundidade nao afetada pelos tante atraente também em meia-encostas muito ingremes ferros que afetam grandes éreas da encosta. Ha exemplos. trfacos € nas auto-estradas italianas. A Rodovia dos ambém utilizou este conceito e a Rota do Sol no RS deve 83 Alteragao do projeto geométri+o da via tanto em planta quanto em altura Em projetos de vias de transport geomeéitico estritos para cada con apresentam condicionantes geomé mais flexiveis, dependendo da vel Oleodutos e gasodutos ndo tem exi (rodovias, ferrovias ¢ canais) existem padres de projeto igdo. As ferrovias € os canais de irrigag3o e navegacao cos de projeto bastante exigentes. As rodovias tem padres Fidade de projeto, tipo de tréfego e niimero de veiculos/dia. cias de tragado tao estritas. Quando um problema de talu estudar altemativas geométricas tai s € descoberto em tempo habil (fase de projeto) é possivel como reducio da cota do greide ou alteamento do greide Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, WFRGS V.7.1,Now7 2 ESTABILIDADE DE TALUDES de forma a diminuir aterros oul cortes, dependendo da situagio. Alteragdes do tragado geométrico em planta € também |muitas vezes bastante eficaz na redugdo dos problemas. Darante a implantacio da obra, eftretanto, alteragées como estas vao se tomando cada vez, mais dificeis em fungao de restrighes como bueiros jé executados ou interseogdes vidrias ou pontes, raios de curvatura entre degmentos, etc. Isto reforga a importincia de estudar os problemas relacionados a taludes, qpossiveis alternativas, durante a fase de projeto. 8.4 Substituicdo completa dos miferiais Em casos onde a espessura dos mdteriais instdveis ndo é muito grande (tipicamente menor do que 3-5m), pode-se proceder a reripeGo total dos materiais. Esta solugdo tem grande aplicagao em dreas que apresentam argilas lésticas superficiais ¢ sobre as quais deve-se construir um aterro ou quando o material instévd a jusante da rodovia é de pequena espessura e sua remoco ‘io instabiliza outros materiais. Asiguras abaixo apresentam 3 situagSes tipicas a) a remogao de um matedfal de baixa resis sob um aterro em meia-encosta com a colocago de uma dimada drenante © material compactado de caracteristicas médias (Figura 8.1); 'b) remogdo de uma camada superficial de solo instavel a montante do corte, sem que isto instabilize outros mrfuteriais (Figura 8.2); ©) remogio de blocos de}rocha ao longo de diaclase desfavoravel para eliminar 0 problema totalmente urante a obra é em geral a solugo mais econémica — problemas ambientais, de tréfego, de custo se rodovia estiver em uso) ~ Figura 8.3. Figura 8.1 —Remogo de camada df baixa resisténcia do sub-solo e substituicao com material de melhores caracteristicas (refisténicia e drenagem). Incorporacdo de tubo de drenagem na parte inferior 8.5 Mudangas geométricas do tallide Em geral a primeira medida confiderada para prevenir a ruptura de taludes de corte & a ‘mudanga geométrica, Como pode sfr visto na Figura 8.2, a redugZo da inclinagao de um talude tipico permite uma redugdo das tenses cisalhantes e 0 talude fica mais estavel.. Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, 4FRGS V7.1, NovO7 3 ESTABILIDADE DE TALUDES Figura 8.2 —Remogiio por corte de volumes ¢ interferéncias na pa famada de solo superficial de menor resisténcia (avaliar superion). Figura 8.3 — Retaludamento de cortd em materiais com presenga de descontinuidades de menor resisténcia (solos saproliticos, pchas ss e rochas alteradas). Volume hachurado representa o volume de corte a nis em relacdo aos projetos convencionais em rocha (4: v:h) Para 0 caso de solos que tenham foesio operacional préxima de zero (solos arenosos sem fragdo fina e solos submersos), a requgio da inclinagao é bastante titil e adequada (Figura 8.4), Esta solulcao no entanto sempre debe ser controlada para verificar se a erosio superficial pela chuva nao passa a ser um condicioqante importante (maior érea de contribuigo). Para taludes ‘com solos que tém um valor de dhesio operacional maior e 0s cortes so de maior altura (10m) é mais convenicnte utilizar ¢ sistema de bancadas, onde a inclinagdo média do corte a mesma mas a inclinagdo dos cortes fhdividuais é mais acentuada (Figura 8.5). E pritica usual em estradas execut (45°), J no caso de aterros utili cortes com bancadas de 10m de altura e inclinagao 1:1 se inclinagdes de 1(H):1,5(V) sem bancadas. Entretanto, Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, UFRGS V7.1, NovO7 4 ESTABILIDADE DE TALUDES pode-se projetar bancadas com ghalquer altura desde que 0 projeto seja justificado por verificagao especifica, rupturas superficiais Figura 8.4 ~ Retaludamento de solo de resisténcia média e com baixa coesZo (solos silto- arenosos) quando a inclinagao 4riginal & excessiva (rupturas superficiais como indicado pela linha curva de trago-trago) Figura 8.5 — Retaludamento em banfa ‘bancadas tem inclinagao acent ccrista, Linha tracejada indica fas em cortes altos — inclinagao média é reduzida mas la. Incorporagio de drenagem nas bancadas e valeta de sivel ruptura no talude original. Pergunta: Qual deve ser a chesfo operacional minima de um solo com $'= 28° para um corte em solo com 18m de aftura? (considere o corte sem bancadas e com bancada de 10m de altura e 3m de largural. Uma situagao de interesse pritico efyue causa dificuldades de entendimento & quando o talude Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, UFRGS V.7.1, Novo? 5 ESTABILIDADE DE TALUDES (Figura 8.6). Isto deve ser verificadp pelo projetista sempre que o retaludamento for proposto como solugdo, utilizando as ferrameptas numéricas de equilibrio limite, por exemplo. No caso de taludes com geometria shais complexa, a solucdo nao se aplica de forma tao direta. E necessirio nestes casos considerdr 0 conceito da “Linha Neutra” proposto por Hutchinson 977), Figura 8.6~Retalu mudanga da superficie critica excessiva; (2) retaludamento pr 2 ruptura do talude por alteragdo das tensdes na base & ) corte original e rupturas superficiais pro inclinag3o posto € nova superficie de ruptura (profunda). 8.6 Drenagem Em geral a primeira medida consi estabilidade de taludes naturais € subsolo é a causa isolada mais imy ‘em que a poro-pressao elevada é ui medida de melhor relagio custo. internacional com geomorfologias comum e de maior eficiéncia no cor rada para prevenir a ruptura ou melhorar as condigbes de drenagem superficial. E senso comum que a gua de ante dos escorregamentos de terra. Sem divida, nos casos das causas primordiais dos movimentos, a drenagem € a sneficio. Em muitas situagdes apresentadas na literatura as, 0 controle da ‘gua do subsolo é 0 meio mais e dos escorregamentos (Cedergreen, 1989). Entretanto, a drenagem nao é uma em que a principal causa de instal resistncia dos materiais. Nestes cas Janacéia para todos os problemas de taludes, pois hd casos ilidade € a excessiva inclinagao do talude ou a pequena 3s outras medidas tem que ser primordialmente adotadas. 8.6.1 Drenagem superficial A drenagem superficial requer um positiva aos taludes. Drenagem ade} da drenagem de taludes mais anti m{nimo de projeto de engenbaria e fornece uma protegio Juada dos taludes de corte recém executados € manutengao 1s € fundamental. O projeto das drenagens deve sempre Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, WFRGS V.7.1,Nov07 6 ESTABILIDADE DE TALUDES considerar as drenagens naturais dq terreno e a interferéncia que as obras terdo sobre elas. importante tentar interceptar a sigualque de outra forma infiltraria na area do talude e para isto as valetas de crista e drenos intereepfores so muito utilizados (Figura 8.7) Figura 8.7 - Drenos interceptores (qh trincheiras drenantes rasas) em camada pouco espessa de solo superficial instavel ~ posigio e detalhes construtivos. Note a presenga de valeta superficial de corte como protefac ‘As valetas de crista tem dimensdes jvariadas em fungao do tipo de conformagao da topografia, {rea de contribuigdo e revestimentq vegetal desta Area. Muitas vezes so executadas somente no terreno-natural e revestidas com} grama. Como no Brasil a manutengio de estradas (e desta drenagem) ainda nao é regular, est tipo de instalagao nao fica funcional por muito tempo. E preferivel um revestimento mais puradouro, como concreto ou pavimentagdo com pedra argamassada ou lajes de arenito, off concreto projetado. Deve-se dar especial atenco a que as valetas tenham um formato adaptafo ao terreno natural de forma que a égua realmente entre Figura 8.8 — Valetas de crista de corfe em concreto — detalhes consteutivos Os drenos interceptores sao drenos Fubterraneos de pequena profundidade (cerca de 1,0m) que Prof. Luiz A. Bressani~ PPGEC, UFRGS V7.1, NovO7 7 ESTABILIDADE DE TALUDES servem para interceptar a égua queJpercola pelas camadas superficiais (horizontes A e B). Sua principal fungio é a de remover a daua que de outra forma entraria na drea de intetesse. Estes drenos so muito semelhantes as trifcheiras drenantes descritas abaixo. Como as valetas de crista e obras 6tima relagdo custo-beneficio, é n corte, com cuidados maiores em movimentos, Os drenos intercepto} superficial. ituagées em que haja qualquer risco ou onde jé houve s ainda ndo so utilizados rotineiramente para drenagem Nos casos de taludes que ja softerarh: movimentos, as trincas e fissuras devem ser fechadas para evitar a infiltragiio de agua e q formagio de empuxo hidrostético dentro das. fendas. Reconformar a face dos taludes e rfvesti-las com vegetacao, concreto, ou mesmo asfalto pode melhorar muito 0 aspecto de infiltricao, entretanto, estas solugdes em geral so esteticamente muito agressivas. O revestimento} € utilizado com muito sucesso onde se tem materiai degradéveis (argilitos com argilas e4pansivas, por exemplo). 8.6.2 Drenagem subterrinea ou pfofunda A drenagem subterranea tem 0 prinfipal objetivo de reduzir a poro-pressao nas areas em que a ruplura est ocorrendo ou pode ocofrer. A palavra drenagem em geral esté associada & retirada de gua do talude, de preferéncid em quantidade, Embora isto realmente ocorra quando materiais de alta permeabilidade e#t%i0 envolvidos, o mesmo nao ocorre quando trabalhamos Com solos argilosos ou fraturas de qpcha de pequena abertura ou com preenchimento argiloso, Portanto, ¢ importante introduzit-sqo conceito de despressurizagdo de taludes: 0 fato que um dreno profundo produza pouca 4gup (2s vezes quase nenhuma) nao significa que ele ndo est funcionando. Ele reduziu a poro-pr§ssiio no seu entomo a valores préximos de zero ¢ isto é 0 que importa. Nonveiller (1970) apud Walker and Mohen (1987) inclusive cita o fato de que nao € absolutamente necessério rebaixal o nivel do lengol frestico acima da superficie de ruptura (Condigdo usual na maioria dos profetos). E suficiente redirecionar o fluxo de gua para obter uma redugio na poro-pressiio, Obsdrve-se entretanto que um poco aberto vai ter reduzido seu nivel de ‘gua embora o solo em volth possa permanecer saturado, Mas este é um caso especial, 8.6.2.1 Trincheiras drenantes As trincheiras drenantes tem uma] semelhanga muito grande com os drenos interceptores definidos acima, A diferenga princ}pal esta relacionada com a profundidade de instalago ¢ com a interferéncia que a obra tem fom o lengol fredtico. Enquanto os drenos interceptadores estio situados em uma frea estdvelfe interceptam a dgua que de outra forma iria para as dea criticas, as trincheiras drenantes si muitas vezes instaladas dentro das areas criticas. Sua profundidade usual econémica pode{atingir 4 a Sm de profundidade com o uso de escavadeiras hidréulicas atuais (1999). A largurp dependeri do equipamento, do tipo de material sendo escavado e do nivel de gua & épocd da escavacio. A Figura 8.9 mostra um exemplo tipico de aplicagio. classica) . Falar sobre d idéia rdsica da técnica, problemas construtivos, tipos de Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, UFRGS V.7.1,NovO7 8 ESTABILIDADE DE TALUDES Figura 8.9 ~ Trincheira drenante em{materiais coluvionares (profundidades de até 4,50m em geral). ‘Um interessante caso de obra ocorrfu na RS486, Rota do Sol (km 101+600, lote 2), municipio de Itati.. Um espesso corpo de coldpio‘talus foi cortado durante um perfodo bastante chuvoso (07/1997) segundo o perfil mostrado na Figura 8.10 (a). Devido as mas caracteristicas do material do sub-leito da rodovia (grandes umidades e argilas excessivamente plasticas), 0 corte foi aprofundado cerca de 1,50m. Ao verificar as condigées instaveis}do corte lateral, 0 supervisor geotécnico da obra solicitou uum estudo urgente de alteamento do greide da rodovia para uma posigao de cerca de 1,50m acima do projeto original. A existéncia de uma ponte proxima jé executada limitou um alteamento maior. Este alteamento hi executado com material detonado, mas algumas rupturas rasas dos taludes de corte foram offservadas, principalmente do lado de montante da encos Esta camada de material pétreo| funcionou provisoriamente como dreno, mantendo a estabilidade de forma marginal (Aequenos movimentos observados em épocas chuvosas € presenca de dgua na pista), até que fo final de um perfodo seco (abril/99) foram executadas: a) uma trincheira drenante de 4}50m de profundidade (veja figura) b) um dreno longitudinal usual bm cortes rodovisrios. Durante a execugio das 2 drenagend nao foi observada presenga de égua e a trincheira pode ser escavada com paredes sub-verticais fem problemas de estabilidade. O talude no mostrou mais sinais de instabilidade apés sua condlusio. 8.6.2.2 Colehao drenante Nos casos em que vai ser construidp um aterro em meia-encosta, € uma boa técnica remover todo o solo superficial até enconfrar material de resisténcia compatfvel. Neste contato & colocado um colchao drenante com fnaterial de granulometria adequada para funcionar também como filtro (Figura 8.11). Nesta poficao o dreno tem condigGes étimas de funcionamento para fins de estabilidade. Questées ecorfOmicas podem limitar a profundidade de remocdo, neste caso outras medidas devem ser adot{das para assegurar a estabilidade. 8.6.2.3 Drenos sub-horizontais, gdferias ¢ tineis Drenos horizontais profundos (DHPs) so construidos por perfuragiio dentro do talude em Prof. Luiz A. Bressani— PPGEC, UPRGS V.7.1, NovO7 9 ESTABILIDADE DE TALUDES ngulos de +5° ou -5° com a horizopital. A maioria dos projetistas indicam que os furos devem ser orientados para cima de forma afdrenar livremente para a atmosfera e possam remover areia detritos de forma natural. Entretarfo, em alguns materiais que tem Gxidos de ferro dissolvidos na dgua, isto faz. com haja colmatagsio dos drenos. A solugao seria fazé-los trabalhar afogados (nclinagao para baixo). Esta simplch solugio permite que os drenos trabalhem afogados muitos dos problemas sejam reduzidos. A sfteracdo das poro-pressdes é pequena e deveria ser utilizada mais frequentemente, da obra com a construgdo de trinchefras drenantes de 4,50m a montante do corte. As dimensdes dos drenos ¢ seu fespagamento dependerdio largamente da geologia e da geometria do talude. Comprimentog usuais sfo similares a altura dos cortes (10a 20m sendo rotineiros), podendo chegar a ter 10m de comprimento, Furos especiais com até 300m sto relatados (Walker and Mohen, 1947). Os difmetros dependerio do equipamento disponivel ‘mas furos com 70 a 120mm sao domuns. Em geral colocam-se tubos de PVC perfurados e protegidos com geotextil para pronfover a filtragem da agua. Em rochas fraturadas, os tubos podem ser eliminados. . Embora niio existam normas sobre dstas instalagdes, é recomencivel que o trecho do tubo mais préximo da face do talude seja toro impermedvel (sem furos) para evitar que a agua retorne a0 talude, Prof. Luiz A. Bressani~ PPGEC, UFRGS V.7.1, Novo7 0 ESTABILIDADE DE TALUDES Figura 8.11 — Colchdo drenante na fundagao de aterros de meia-encosta, Embora reconhecidamente eficientds na estabilizagao de muitas rupturas, existem casos em que sua utilizagdo € problemética. A Fifura 8.9 mostra o esquema de dois exemplos onde os DHPs podem ser ou nao de grande utilifade. Nos casos em que a drenagem da rocha fraturada exigida, deve-se procurar orientar ps furos de modo a interceptar o maior niimero de fraturas possfvel. Existem estudos para dimfnsionamento do espagamento dos DHPs baseados em solos de permeabilidade homogénea. E fisual utilizar um espagamento de L/@ a 3) e observar 0 comportamento das poro-pressdes. Uma pesquisa feita por Craig afi Gray (1985) mostrou que os DHPs sto considerados eficientes por perfodos de 15 a 40 anos se wma adequada manutengdo ¢ feita. A manutengao refere-se & limpeza com jatos de deua de alta pressao para retirada de raizes € depdsitos de materiais que vao colmatando o filtfo. 8.6.2.4 Drenos-sifio Pocos com bombeamento podem fer muito préticos em obras temporéria em que se deseja obter uma répida redugdo das poro presses. Entretanto, sa manutencao a longo prazo torna a solugao invidvel para obras permangntes. Eletro-osmose tem sido utilizada frundialmente sempre que materiais muito argilosos ¢ de baixa condutividade hidréulica tem hue ser drenados. Em geral é um processo caro que envolve ‘0.uso de diferenciais elétricos. Prof. Luiz A. Bressani —~ PPGEC, WFRGS V.7.1, Novo7 11 ESTABILIDADE DE TALUDES 8.7 Estruturas de arrimo As estruturas de arrimo sio utili fator de seguranga ou quando, por adequada (divisa de terrenos ou estruturas de arrimo podem fornec de Seguranca aumente a valores a las quando a drenagem nao é suficiente para aumentar 0 juestdes geométricas, 0 re-taludamento nao é uma solugio terrenos muito ingremes, por exemplo). Nestes casos, forcas establizantes adicionais que fazem com que o Fator taveis, O estudo detalhado deste tema é ressaltar aqui os principais tipos de a) muros de gravidade de conere| material de fundagto adequadoy lobjeto de outra disciplina do curso, no entanto cumpre struturas utilizados: p - muito titeis quando so executados antes do aterro em b) muros de gravidade de solo 4 semelhantes aos muros de conc tilizados; ©) paredes atirantadas - utilizad: gravidade é impossivel, quando geometrias especiais; Horcado, gabides, de terra (ou enrocamento), de pneus - to, mas mais econémicos, tém sido cada vez m: quando a escavagao para implantagio de obra de is condigdes de fundacdo ndo so adequadas ou em 4d) estacas-prancha ou paredes d em escavagoes; estacas justapostas - facilidade de execugao, utilizadas €) estacas de grande diametro is cestacas pode ser considerado; Ladas - quando o efeito de arqueamento do solo entre as £) reforco do solo natural (“grou geometria, alteragdo do solo in- drenagem induzida eletricament ing’, eletro-osmose) — pequena ou nenhuma mudanga da itu através do uso de elementos cimentantes ou de 2) controle de erosao - em mui elemento de estabilizagao de u vegetacao ou obras de geometr Is casos 0 controle da erosio pode ser 0 mais importante talude; este controle pode ser por drenagem, re 8.8 Medidas emergenci Nas obras emergenciais utilizam-se para obras convencionais. Entretan para investigagtio geotécnica, defini a situagdo € muito urgente: necessi residéncias préximas se medidas ni medidas padroes em desastre ‘os mesmos conceitos de estabilizagio que so utilizados , deve-se ter presente que nestes casos o tempo disponivel io de modelos e andlise é pequeno. Existem casos em que ide de liberar rodovia importante ou risco iminente para forem tomadas. Nestes casos deve-se proceder a certas 1. definir uma linha hier? téenicos, operadores) ¢ 2. considerar 0 isolamento verificar a extensio da 4, prever medidas de ev| movimentos, trincas); rquica dos envolvidos (policia, defesa civil, bombeiros, vulgé-la a todos; ‘rea; a afetada ¢ informar moradores atingidos; jcuaao se certos indicadores forem alterados (chuva, lcfinir estes indicadores com clareza (na diivida seja Prof. Luiz A. Bressani~ PPGEC, UFRGS V7.1, Nov07 12 ESTABILIDADE DE TALUDES conservador); 5. fazer levantamento do fipo de ruptura a partir dos dados disponiveis (geomettia, ‘materiais envolvidos, fofma de ruptura, extenso, umidade do material); 6. fazer levantamento dog recursos disponiveis (equipamentos, recursos humanos e financeiros e da previsap climética); 7. priorizar medidas de infervengiio (qual & 0 maior risco? como proceder minimizé- 102): Drenagem (ha dgua supeificial entrando na ruptura? E possivel drenar o pé da massa rompida?) Remogio de material (nd hi risco de tomar ainda pior a situagao?) Remogio ou demolicio df blocos (isto é seguro? hé risco iminente?) Aterro no pé (hi acesso? tem material disponfvel? no hi risco de ruptura a jusante?) Estas so medidas gerais. Cada sitfacao exigira sua propria adaptago dentro dos indicadores acima, Uma intervengio de sucesfo s6 & possfvel com o trabalho solidério de uma equipe formada no local e, muitas vezes} sem treinamento prévio nestas situagdes, O engenheiro geotécnico deve esclarecer os rischs envolvidos (normalmente os policiais e bombeiros iio conhecem mecanismos geotécnicds), participar das discussoes de uma forma clara mas discreta. Quando hé vitimas 0 anfbiente de trabalho fica emocional, nestes casos cabe a0 engenheito fazer ver os riscos envol\idos para evitar acidentes adi Exemplos: 1, Queda de blocos de rocha ¢ § anaisse: Em geral causados por exces| chuvosos e so movimentos. mui ‘Superficies reliquiares podem ser i Parte de sua resisténcia opera material que cai transforma-se em ‘como materiais de média a alta per ‘quando a prépria pilha de material r lo residual de rochas granitéides (granitos, migmatitos, Jo de declividade (cortes ousados), ocorrem em periodos o ripidos a extremamente répidos ( 3m/min a >SmV/), portantes. onal antes da ruptura era devida a succdo, Normalmente © uma massa de comportamento arenoso e comportam-se \eabilidade. Pode ser removido sem grandes riscos (exceto pido € instavel) 2. Queda de massas de solo residual Em geral causados por intemy periodos chuvosos podem ser mo} >Sm/s), Superficies de contato com Resisténcia operacional antes alterando com 0 tempo. Os solos \imida (lama) de baixa resistencia ef cimentados apresentam fendmeno4 fluida. A diferenga fundamental ent finos arenosos drenam em questo semanas. A remogio dos materiai instabilizar novas massas a montant cautela, Abertura de valas superfici fareno-argilosos em reas de encostas. rismo dos solos ou excesso de poro-pressio, Ocorrem em Himentos muito répidos a extremamente répidos ( 3m/min a rocha podem ser importantes. la ruplura era fungo da interface solo-rocha que vai-se ilosos rompidos transformam-se em uma massa muito Jque escoa sobre 0 préprio peso. Solos arenosos levemente de liquefacio transformando-se em uma massa muito dos dois materiais é a velocidade de drenagem. Os solos le horas ow dias enquanto os solos argilosos podem levar € problemstica enquanto muito timidos. A remogio pode podendo ocasionar acidentes e deve ser feita com extrema Js a montante é muito itil. Prof. Luiz A. Bressani ~ PPGEC, UFRGS V.7.1, Nov07 13 ESTABILIDADE DE TALUDES 3. Ruptura de taludes coluvionares bm encostas Coldvios em geral rompem sqb condigées de mudangas geométricas ou elevagiio do nivel de Agua. Ocorrem durante periqfios chuvosos e geralmente apresentam movimentos de velocidade moderada (>0.5m/dia). Buperficies de contato com a rocha podem ser importantes. Drenagem é um dos meios mis eficientes de estabilizagdo sendo que a abertura de valetas superficiais a montante é um procdflimento répido e econdmico. Devido as baixas velocidades de deslocamento, este tipo de rupt#ra permite ao projetista certo tempo de andlise. O problema € que os colivios podem envolver shassas bastante grandes. Bibliografia 1. BAKER,R.F, and MARSHALLHAC. (1958) Control and correction. In Special Report 29: Landslides and Engineering Praclice (E.B. Eckel, ed.), HRB, National Research Council, Washington , D.C., pp.150-188. 2. CEDERGREEN, FLR. (1989) Sons, New York, 465pp. epage, drainage and Flow Nets. 3 rd ed. John Wiley and 2. 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