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introdugao Putiick Betegarde Smith e Cloudine Michel Este livro redine, pela primeira vez, ensaios originals assinados por academi: cos haitianos tendo como tema o vodou haitiany. Um longo camimho foi tra gado ale a publicagao de uma obra do género. A descoberta do vodou por Hollywood nas décadas de 1930, 1940 e 1950, que coincidiu com a ocupagan militar americana no Huiti (1915-1934), fol acompanhada pelos tudos académicos genuinos, escritos por etnologistas, etudgeatos, antropaleges FLTLBITOS = e socidiogos, no Haiti e no exterior, Entre os haitianos, temos de menctonar 0 trabalho pioneiro de Jacques Roumain e seus seguidores na Ecale d’Ethnalogie, fundada em 1941, Nessa constelagio académica, Jean Price-Mars aparece como. aestrela mais bridhante, um pioneiro reverenciado. No camypo estrangeizo, po- demos citar Melville J. Herskowits, James G. Leyburn, Harold Courlander, Al fred Métraux, Sydney W. Mintz, Maya Deren, Zora Neale Hurston e Katherine Dunham, Seus trabalhos foram respeitosos com a cultura haitiana, am mundo muito distante da tradigao ocidental na qual eles estavant inseridos, O cataclismo causado pela intervengio militar estrangelra foi o comtexto que forne u © impete para que alguns intelectuais do Haiti explorassert win munda estranhe aos haitianos educados 4 maneira ocidental, imerses como estuvam nas suposigées acadé@micas no comprovadas da Europa Ovidental ¢ da América do Norte. Assombrados pelo que perceberam como a recoloniza- 40 da Repiblica de Haiti pelos norte-americanios, alguns buitianos questions ram suposigaes hé muito sustentadas a respelto de toda uma gama dle assuutes, mas poucos colocaram em questio as estruturas paradigmaticas que estrbe: leceram 0 Estado haitiano. Devide ao fato de esses Haitianos serem antes de escolas de pensamento mio abalacin _ corsidenado por tudo ¢ principalmente int as estruturas ideoldgicas do Estado haitiano. Jean Price: Mar 5 Roumainy Suzane Combaire sores ‘Théodore Holly & jectuais, 5 Muitos o pai da nexritude pelo mundo; Jacq “Sylvain, a primeira antropaloga do Haiti; € 03 Pre verti poeticg ee Crick Georges Sylvain (Sylvain editou 0 primeiro grande trabalho poética & i Patrick Bellegarde-Smith e Claudine Michel x feos w acadlémicos com base nos quis Import anit atites Jo) criaram espagas psicoldy movimmentos Hleraries €, em certs Medida, socials, teriam uf Mm. Flos estiyy ines de classe media e alta a aventurar-se yam entre os primeiros hai Pitiatiegs wnemte em cerimdnias vadou, O movimento indigcnisme, que mats tarde se transformou totalmente, ¢, j €, dary do origem ao conecito de nésritiude mune atora, fol om grande parte} uma reformulagao do pan-alticanistne anterior Nao obstante, foi uma at : na go da parte desses académicos, que estavam aviclos por examinar o tema ploranda tanta a particular quanta o cole social do Haiti e suas culturas, e vo. Logo depois, 0 indigénisme migrou da literatura, tran tarmando.ce em um estorga mais amplo da parte das classes médias para abter participagac total ng arena politica, o que aleangaram durante 9 mandate do presidente Dumarsiis Estimé (1946) €, mais tarde, sob a presidéncia de Trangois Duvalier (1957), 4 exploracdo da africanidade haitiana era néo menos do que um deliberade ¢ Sonsciente realinhamento intelectual na diregao do que era, na verdade Oter ne cultural até entao ndo recenhecido do pais, mediada por séculos de desloce. histérica, O Haiti foi uma das warias nagoes Lat o-arne- mentos & experién Ticanas qué s¢ encontravarn em tals circunstancias. Elas eslavam efetivamente descobrindo © neocolonialisme. © indigénisme haitiang desenvolveu-se lade 3 lado com o indigenfsmo mexicano, a aftocubanismo ea arte eo pensaments. modernos da Furopa Ocidental, com seu engoucmnent, sen caso de amor como “primitivismo africano”. Anteriormente, em 1915, 0 campesinato haitiang erguera-se contra a Mari nha dos Estados Unidos utilizando taticas de guerrilha, uma luta que perduraw até os camponeses serem derrotados em 1929, Os lideres do levante popular vieram das filciras dos praticantes de vodou e dos escaltes mais baixos das for- sas armadas regionais, rotulados pejorativamente como bandidos ¢ “amarelos pelos norte-americanos, Mas entre os camponeses insurgentes ¢ os membros da elite hajtiana, existia apenas uma ligagdo lénue, ja que vinham de classes socials antagénicas ¢ mundos cullurais ostensivamnente diferentes. Esses movi- menos literarios ¢ as de campaneses ndo se fundiram, Foi necessdrio espettl @ queda do duvalierismo, em 1987, ¢ 0 advento da resistencia popular ativ ( slectuals oa nagde como contra a ditadura para que uma reconciliagdo entre intelectuais ¢.a naga ¢ um todo tivesse inicio, “Nquante os acaclémicos lait few cto seculo tais, especialmente prd-francesas, av longo do século XIX ¢ do iaicio do se i XX, 05 estuciosos associados ag iniyénisme ¢ a négritude eram tera mente mais africanistas, Ainda assim, seus paradigmas intelectuals ¢ made 5 ped-oclden- anos haviam adotado Hlosot sociais permaneceram ocidentalizados, far nenite eriralzados na Filosofia do. verdade’ positivism, Essa situagdo também fc 1 para aqueles que abragar © marxismo. Desenvolvimentos mais recentes no Haiti e nas Antilhas Francesas, os Déipartentents Outre. Mer da Franca, conduciram a uma nova avaliagao cul- tural, mais profunda, que levou a uma concep, do da cultura crioula, a cecalite, ¢ também a uma rejeigio dos pensamentos anteriores, uma “retificagio" ne- unicamente ram, da visdo de uma génese cessaria, segundo alguns argument: avia, a créolilé permanece como uma reagio africana da cultura haitiana. Tod ndida como politicamente radical, conservadora 4 négritude, que fot compe mas que, obviamente, no o é. Agora, a tarefa dos académicos contemporane os, como os colaboradores deste livro, ¢ ir além das categorias analiticas ¢ filo- s6ficas anteriores para demonstrar as possibilidades potencialmente radicais ¢ transformadoras de sistemas religiosos-filos6ficos tais como o vodou, afastan- do-se dos modelos heuristicos europeus e americanos em diregio @ uma nova formulagao baseada em um éthos africano em didlogo com o Ocidente, mesmo que sejam mundos tio distintos entre si. Publicagdes académicas que seguem nessa diregao langadas no Haiti, na Franga, no Brasil, nos Estados Unidos e em outros paises incluem trabalhos de Milo Rigaud, Odette Mennesson-Rigaud, Maya Deren, Roger Bastide, Pierre Verger e, mais recentemente, Robert Farris Thompson, Karen McCarthy Brown, Laénnec Hurborn, Leslie G. Desmangles, Michel S, Laguerre, Gerdés Fleurant, Erika Bourguignon, Patrick Bellegarde- -Smith, Patrick D. M. Taylor, Paul Browdwin, Lilas Desquiron, Claudine Mi- chel, Claude Dauphin, LeGrace Benson, Marilyn Houlberg, Elizabeth Mealis- ter, Wade Davis, Lois Wilken, Gage Averill, Donald J. Cosentino e Mercedes Guignard (Déita). A percepgdo do vodou permanece extraordinariamente negativa para a maioria dos ocidentais, como se pode ver pelas imagens divulgadas pela midia. No entanto, o vodou mudou completamente de figura na visao de alguns ana- listas cultos: de uma mistura entre a pratica de cénticos e do satanismo de face negra, passou a folclore que atrai turistas americanos em busca de um exotismo pu a ser visto proibide ¢ erotizado ou de um erotismo exotico; finalmente, pi ido nacional com um passado comprovadamente revoluciond- dos. & claro que, para seus adeptos, 0 no, como um ¢thes coletive que (rans- basead como uma rel rio e capaz de radicalismos mais profi vodou sempre permaneceu fiel a si me: cende 0 indi explicagao racional para 0 univers em sua légica propria. Ao contrdrio do carvalho vigoroso da fabula do escritor rt e ais for- frances Jean de La Fontaine, que quebra como um graveto com vertos mh Jo, como fazer as folhas de gram. jual ou Como U tes, o vodou se curvou e sobreviveu ao furaci S Vodou boinc. O que é vodou? 4 erada de tradi¢es O vodou haitiano parece sero resultado de uma fusdo delibs : “ i ve Ges étnicas das redonde ra daomeanas, com 1aizes na hacia do Congo ¢ em nagees € . Africa. Fntretanto, as orlgens do vide ao fate de a populagac Domingos aa longer: de tanta no deste quanto no centro da Tepousam no Daomeé (atual Benin), tanto d i Ht f ‘a para fornecide uma grande massa de mig de obra par ; gio daomeana oferecia uma sof Africa entre 0% pov um periodo historico quanto porque a tradig 2 pyido da ticagdo teologica encontrada ao longo dessa regide so, gragas ao advento da expansar loruba, Dagon, Dagara ¢ autros, Aléim ¢ jae : seu inicto no século WIL, algumas do islamismo pele continente alricano desde ado crist Imanas foram integradas ao ritual, O impactc poucas praticas mugul f em diferentes circunstancias: uma imposigae colo rivéncia fisica e cultural. Mas, nx anos escravizady, nismo veio muito depois, nial a sociedades que lutavam por sua sobrev maioria das colénias caribenhas, o esforgo de catequizar at nvalvidos € ao desin. nao péde se completar em razdo dos grandes nitmeros © teresse geralmente demonstrado pelas autoridades coloniais francesas © pelos senhores de escravos. Nesse meio-tempoa, a Igreja Catolica Romana e muitay outras denaminacées cristis defendiam c sustentavam a escraviddo. © vodou haitiano permancce certamente a mais difarnada religiao de ori gem africana das Américas. Seu potencial revoluciondrio ficou claro em sua oposigao @ ocupagao americana ne Haiti c nas consequentes reagdes amesica- nas a esse fendmeno politica-religioso. Hollywood ¢ a indastria do cinema fire- ram coro € colaboraraim ao desprezar a religiao de acordo coma politica do go- verne american, 0 ensaio de Patrick Bellegarde-Smith aborda a importancia do vodou na Revolugdo Haitiana de 1791, uma revolugdo que foi simultanea- mente radical e conservadara, uma reagao contra a potencia) europeizagdo de meio milhdo de escraves, dois tergos dos quais haviam nascido na Africa. A evolugio do vadau haitiano, distinto do tradiciona atual vodoun beninense, foi moldada pela confluen encontradas pelo Haiti no sj © pela “raya” como defir Norte, & todos esses cleme: vodoun daomeano e da de forgas conflitantes tema internacional, pela histéria do colonialismo la pelos paises do norte da Europa ¢ da América do ntos estratur claramente foram além do que esta- ano no beste da Africa. Mas, nitro ou fora de Daomeé tro au fora do Haiti no. periedes m Populacdes diversas © a din belecera o vodoun daome; estarem de: indepensentemente de er tempos anteriore ode: 's, Ol de estarem den- fe moe cantemporinea, as interagdes de dimica desigual d. iti las relagdes entre as ¢ iais na arena politica evidentemente tiverary un 5 classes sociais N impacto no desenvolvimento do yodou, As religides so criadas pelos homens © pelas mulheres (nas prinei- palmente pelos homens); sde Lastitiniqocs que permancccm sensivels aos seres humanos que as cercam ¢ a outras condigoes peedominantes, De suprema importincia env um livre sobre religide & a prdpr isi Esses aspe si, sua Cosmologia ¢ cosmogonta, sua hermonéntica ¢ sud teolog tos nunca foram abordades — os antropdlagos vom dominando @ estude da religido no Haiti, Sao alguns campos que esperamos pesquisar no future, Isse » vodou Ocupe o seu lugar ao mas é essenctal para que pode parecer elitist lade de todas as outras religides, equiparando.se a todas elas, Existem varias Interpretagdes da palavra vodoun desde que ela surgiu a par- quando foi trans tir da experiéncia do pove Fon, do Daomé, e de sua mudang avra vorloun pode posta para outra localidade geografica tropical similar, 4 j as particulas vo ser interpretada como “espiritos”; outra interpretagao enfati edu — introspecgao ao desconhecido, No primeiro caso, ha alguma semelhan- itos. De grande significancia ga com © vocdbulo Torubé ile aye, casa dos esp nas perspectivas religiosas dos povos de origem africana € a visao de que os iveis, que podem se materializar espiritos sao forgas poderosas, ainda que inv! facilmente no mundo visivel, na dimensdo fisica. Mas o vodou pode ter outros significados entre esses dois polos, refle- tindo a propensdo da religido para a fluidez, casando construgdes ostensi- vamente opostas, algumas vezes tornando-as mais aparentes do que reais e em outras ocasiées mais reais do que aparentes. E evidente que o vodou possui uma capacidade transformadora, Os conceitos daomeanos originais idos para o Haiti, apesar de a palavra vodoun nao rotular a tos, entrou emi uso. permaneceram religiao, ja que a Circunlocugao sevi Lwa, servir aos esp Em parte gracas a Hollywood e em parte devido ao fato de o Hai encarar novas realidades de religiGes que competiam entre si depois de quase sessen- ta anos de isolamento entre 1804 e 1862, as palavras vod do nacional do Hait n, vodou, vodoun Até hoje, tanto ou vaudou passaram a designar a re em francés quanto em inglés nao ha nenhuma maneica correta de soletrar © nome da religide nacional do Haiti. O estabelecimento de uma Acade: 1087, cert ia de Linguagem Haitiana, como estipulado pela Constituiy ao de sistemas socials mente iré consolidar a ortagrafia crioula original: vodou razoavelmente fechados, nao ha necessidade de nomedr wins religido grayas ao fato de esta abranger toda a realidade ¢ os individuos come parte desta igos) istaclitas © (ox modernes) [rae jlidade, de uma religida lenses realidade. Por exemplo, (os compartilhavam e ainda compartilham aquela fev P, itianos definidora no interior de um sistema aberto ao manda, Para os haitian Jofremos o Impacto do nao € assim, O munde tem mudada para nos que yacompanta © ater’ )Deringos, ou HT p, muitas pela prime Colonialisma ¢ do proselitisma que « ho charade: entes se encontTal aiti, dezenas No cadinbe colonial cariber de formagaes etnicas atricanas difer stos. kintra rar err de Linguas ¢ diale todo um conjunte d de 18 para I, mas, ra Wer, Flay falavamt ama grande varied jevando cansige @ diferensas contato com es franceses, A raza entre brancos ¢ any consideradlos desenvolvell 1 tanto na sant a colania ert outros Ease fol a contexte no regionais ainda assim, os negros erd qual o vodou hartiano evoluitt ¢ se » Outro” Mas em contraposigde ao eria Cubana quanto ne a falada durante todo devido ao fate uso do ieruba como a lingua litargi candomblé brasileiro, @ crioulo haitiana, a lingua franc 9 perioda de independéncia em 18014, prevaleceu Entrctanta, de a maioria dos haitianos ter nascido na Africa, eles mantivérs jmeiro quartel do século XIX, Em Cuba ¢ ne Brasil, a escravidao perdurou formalmente até 1886 ¢ 1888, respectivamente, enquanto no Haiti a emanciparao veio cinco geragdes antes, €™m 1793, A data eve um impacto duradouro sobre 0 mo conhe- cimento de suas linguas até o pr do fim do colonialismo nessas regigies t tenoio de priticas cultuiais de raizes africanas nas Américas. a religido 30 discutidos grau de Os valores politicos ¢ as normas ceconhecidas pel os capitulos assinados por Guérin C. Montilus ¢ Patrick Bellegarde-Smith. Em seu capitulo "Vodun ¢ transformagaa social na experiéneia diasporica africana: © conceite de pessoa na seligido vodun haitiana”, 0 Dr. Montilus, um pesqui- sador veterano de religioes de origem africana ou derivadas de priticas africa- nas no Benin e na Nigéria, no este da Africa, em Cuba, no Haiti ¢ no Brasil, analisa que a transformagao ocorreu na diaspora desde dentro de constructos milenarcs da pessoa ¢ de seu mundo em relagdo ao todo. Africanos escraviza- dos trouxeram para o Haiti vises de mundo, um “senso de mundo”, mitos, rituais € crengas profundamente eneaizades, embora nao cxclusivamente, ne Benin, no Togo, na Nigéria iorubd ¢ no sudeste de Gana. Rm um ensaio breve, baseade em sua propria experiencia, Mc tilus Lraga as articulagées haiti s haitianas de Reneaie ae RES é i canceite de pessoa, 0 que nos permite fazer contrastes ¢ comparagoes dteis com as nogdes judaico-cristas e isldmicas, No capitulo “Espelhos quebradas: Mitologia nal", Bellegarde-Smith faz uma tentativa dee pling espiritual & , Memorias ¢ historia nacio- nearar@ Vodou come uma disci- uma estrutura parad na possivel tranformagao. gmatica para uma ps sep : iv fo social, econdmica ¢ politica ne Malti. A “econamia do vodo noma uu", a ecd i tora uma realidade t. angivel, A teligido nac i sido naciona i gumenta, tem sido especialmente importante ao longo d enue le comunal, se ele ar- toda a existéncia do pais, As elites haitianas que tentavam justificar sua existéneta cm um ambiente internacional bostil perseguiam, apés a incependénicia, as mesmas politicas de assimilagao que a Franga impunha durante a escravidao. Isso crigu interagGes 1 perspective das classes soctais no pais e do pader fora dealt dinamicas Bellegarde-Smitlt {raz para 0 esturco do wodou sua formagan en ciéneia politica te relagdes internacionats e seu status como wm owigar, Um sacerdate na tradi- co de vodoun haitiano. 4 courrvie dé transniission, a transi istemas sociais é encontrada em “De mundos vistos ¢ nao vistos © carater le Claudine Michel. Atualmente, a transmis~ jada pela experi- issdo de normas, valores © padrdes em educacianal do vodew haitiano”, silo de konesans (conhecimentos) antigos ¢ esatéricos, influenct tonialismo e de formas diversas de imperialismo éncia da esctavidio, do neocol os 6 encontrada nas casas de milhdes de haitianos ou nos frounfo, entam, O capitulo assinado por Michel diseute opgaes ¢ pos- da populagao ¢ a esperanca istema cultural, templos que [requ sibilidades que podem benefieiar porgoes maiores de que seus mundos possam ser Tefletides de manelra proveitosa 10 wigorada nacao haitiana- educational e nos novay/velhos processos de uma re Ela analisa como os principios sao passados pela educagao ¢ como © respeito por valores essenciais da religido pode levar & conscientizao ¢ ao protagonis- estado como s¢ apresenta atualmente tem muito a temer com a mo social. O implementagao dessas ideas. A autora argumenta a favor de uma reestrutura- eho do sistema educacional ¢ das téenicas pedagégicas, de maneira que sejam mais fidis 4 cultura haitian: Lm um capitulo intitulado “Vedoun, miisicas campenesas ¢ organizacdo politica”, Rénald Clérismé — diplomata haitiano ¢ antropdlogo, ma cipalmente, erganizador comunitasio — descreve © papel do vodou na resis: téncia organizada em comunidades rurais. Esse papel fot central aa longo da historia haitiana, apesar de permanccer um bom tempo sem ser teconhecido. Os exemplos especificos de Clérismé demonstram a existéncia de mensagens vodou, circunstincias vistas como tendencio- politicas nas letras das mtisi samente radicals pelas estruturas de poder haitianas ¢ por seus aliados estrar geiros: 0 vodou como uma politica consensual. O vodou penetra € permeia todos os sistemas e campos da cultura haitiana, Arcu-iris sobre a agua; Arte haitiana, estética vodou ¢ filosofia”, de Marc Em A. Chuistophe, discute-se a fusao de sistemas harmoniosos ¢ mutuamente pe- netrantes pela via da arte haitiana, nesse caso especifics, a pintura, Com boas Tazoes podemos considerar a arte “forasteira” haitiana, um dia rotulada come “primitiva", € inquestionavelmente a mais conhecida contribulgdo haitiana 88 Vodou haitiona & Patrick Betegarde-Smith € Claudine Miche tianos, nascidos em sua maj, janos, sintores ha do da arte internacional. 1 alae tas ees pins para o mun snesas ede trabalhadeares Oe anne e a il smocao da forts i nak transe religioso. A FeMOGs sae pintor, falas fay, proprio poe estao eo iandaves stophe, ele ine 2 sde-eliminar sua arte, Chiristop itibrie sea procurada incren ae ft jar um mundo ne qual a equil ares metafisica afrivay OG ESE ardlina da nogdo de ree ateaar Jer berm, un . , ; mente para que se PRIssa viver bem, 1 B iow gociedade caribenha con, xte i ro conte: que fot reconceitualizadte tanto ‘oma tese, antitese € BI Gerdes © que Christophe faz pela pintura, dunt, mus! socieday aiti; Afirma seu “Vodun, musice ¢ sociedade ne Haiti i ag me os estilos musicais vodau, sua origen © evolugdo. Tarmbem descreve Seu car, os estilos: ais vodan, a alél $ ¢ padres « vs complexos, melodias diaféticas © pact me e entender 0s verndculos musicais c us ‘ : soa atingiu nas. sintes¢. Fleurant faz pela mastea, fy na cultura erioula € € cdo e jdentidade”, ele disey ter distinto ¢ distintive chamada e resposta. Heurant percebe ee mania apropriada esta associade com © nv Sepllgioespistnal eda forma de Fleurant a esséncia de Montily Do contetido de Clérismé els oe “Universos da matéria sombra nas ontelogias haitiana dagari situamos a i ; ey e a onex studo comparativo”, de Réginald O. Crosley, que questiona as conexdc ume BSCR jiscute 0 casamento entre filosafia ec entre contedida, forma ¢ esséncia. Ele d éncia, a unicidade de dois sistemas aparentemente diversos que esta0 profur damente arraigados nas visdes de mundo africanas. Crosley, que é médicc encara os sistemas culturais haitianos ¢ os dos dagara de Burkina Faso a parti de um ponte de observagao derivado da fisica: mecanica quantica, tcori do cans € teoria da relatividade. Deseja desenvalver 0 estudo de realidade- alternativas que, de certa forma, podemos dizer que correm paralelamente . universos paralelos, As ontologias afro-haitianas €, por extensdo, africanas Parecermi ser um reservatérin de universes Pparalelos onde realidades percep tus mdi das © extraordinarias coexistem de forma tanto conjunta quante: “ae. re a enquanto os pensadores ocicdentai> Ma psicéticy, os haitianos parecem te a eae a Fae eel aie es $a que surgem da dimensa dre cant 08 Melos de controlar for entre a dimensao euch mice c idiana-ne €da matéria sombra. ; mbra, © estado de superposigac wton a fana cas tealidades da Matéria quantica SEncia © tecnologia, a cl es familiares ¢ de géne wel, ay Clagées fam le gé SOfisticac: apa: “ “AGO No estarem, imediatamente apa- ‘ambém pode ser c Nforme podem ser conhe ridas conforme os CIS a todos, ele. nivels de iniiagaa (grades initatiqecs) sao atingidas, nia pessoa de Cada vez, cada um de acorde com seu proprio ritmo, ae longe de toda uma vida. Max-G. Beauvoir, que estudou quimica na Serborne © na Universidade de an com dois fanifo, uni tes arrcdores de Parto Prine Nova York, & um frovty cipe, ne Haiti, ¢ outro cm Washington D.C., nos Tstades Unites, Bim “Lreas uvole descrewe v1 ¢ energia: O sistema medice Holistica do peve haitiane", Be as bases filosdficas © chen Ulicas das artes de cura © os contextos em que elas {lorescem. Pala respeito dos elementos hasivos das praticas de cura, nas quais 6 conceito fundamental © crescente de energiats), que perpassa hida, @ essen- fegoriza.o sistema de cra lholistica do Haiti em Lrés grandes cateperias: cial C um sistema sovial fitoferapico, win sistema médica fitoterapica ¢ o sistema médico magistial. Gragas ao fato de o Haili possuir poueos médias farmados 4 maneira ocidental (6 niimero mal chega a alguns milhares, poucas enfer- mmeiras © pouros Ieitos hospitalares para seus oito milhdey de cidaclaos, ao lon- go das seculos 4 maioria dos haitianos tem reeorrido A medicina Lracicional e continuard a fazé-lo no futuro préximo. 4 psicologia no contexto haitiane é completamente distinta das constru- Ges psicolégicas ocidentais. Na verdade, como sao definidas, sto antagénicas em sua esséncia. Psicdlogos e socidlogos haitianas formades no Ocidente so as vezes acusados de “branquear” as criangas haitianas, definindo sua cultura a prior’ como deficiente, em nome do progresso (no século XIX} ¢ do desen- volvimento ino século XX). Para contrapor essa tendéncia, & importante nos reportar aus principios fundamentals que alicergam a sociedade haitiana ¢ sua religido nacional. Fsses principios s40 mals bem cnunciados pelas mane, sa- cerdotisas, macs © guardias dessas tradighes ¢ desses valores nas comunidades yodou no Haiti e fora do pais Um artigo coletivo de Claudine Michel, Patrick Belle; Racine-loussaint explora 6 que pensam as bo hailianas ¢ que papéis repre- arde-Smith ¢ Marlene sentam no mundo religiosa que habitam. “Da boa dos cavatos: Palavias de Ss sacerdotisas de diterentes mutheres/Mundos de mulheres" seleciona divers cenarios sociais no Haiti, nos Estados Unidos e no Canada, indo de bourgeutses amembros da classe média e das classes Wabalhadoras urbanas, Seus portos de Vista © suas perspectivas S40 enformados pelos mitos, lendas, ontologias & pela teologia de sua religido, ainda que o impacto do mundo contemmporines parega atwar como um obstaculy para sua condigde come mulheres, © mundo das divindades no plano metafisico pode ser metade ferninlno va maiorta des sacerdates pode ser mulher, mas 0 plane fisico do panorama haitiano continua indesculpavelmente machista e sexista. & & Vodou haitiane © capitulo assinado por Florence Bellande-Robertson, “Uma leitura do con, ceito de manasi em Les Chemins de Loce-Mirair”, faz uma tentativa de descon, O artigo ti truir as realidades ¢ 0 universe haillanos de maneira diferente. com a sociedade de classe alta ¢ ofereee apenas um exemplo dos numeras,, axitos literdrios dessa camada social, Enquanto o capitulo de autoria de Ren nsformar © pais, Clérismé retrata os esforgos dos camponcses haitianos para U emelhorar suas condigdes de vida, objetivo que Ihes escapou durante 4 Melhuy parte de dois séculos, Bellande-Robertson debate as contr buigdes para ey, discussao de uma romancista, Lilas Desquiron, que é antropéloga de formagac membro educacto das classes allas baitianas. nstrugao, um estilo de vids ara ENNBAlAr-Se nessa: A literatura escrita, ao contrério da oral, exige i @ riqueza suficiente para que haja tempo livre disponivel p atividades criativas. Ela exige privacidade ¢ o luxo de empregados domésticos, Ao cxaminar o romance de Desquiron, recentemente traduzido para o inglés Bellande-Rebertson analisa a “geminalidade”, ou martsa, conceito metafisicy fundamental do vadou, que exprime uma polaridade que se resolve em si mes. ma. No plano mundano, 0 marasa parece indicar que tanto o lado privilegiado quanto o lado eprimido da sociedade haitiana compartilham da mesma esséncia O territéria comum entre o muldtre ¢ 0 noir no tomance de Desquiron, os quails sao definidos contextualmente em termos de classe ¢ cultura, é ura mde africa- na, embora os dois protagonistas possuam pais diferentes, um africano, outro francés. O ensaio de Bellande-Robertson favorece a perspectiva de um futuro em que haitianns de classes antagénicas possam desejar trabathar juntos na recons trugde do Haiti. No entanto, no romance, a protagonista de classe alta é destruida durante o processo, Assim criam-se martires. © sofrimento e © sactificio humano parecen) ser as condigé Q estudo sistematico do que se pode chamar de sistemas religiosos tradi: pes pata a mudanga social e a transformagio pessoal. Clonals, natuais ou neotradicionais, por académicos que nao pertencem 4 rea da antropologia, ainda é bastante not . Isso 6 especialmente verdadeir para académicos nativos formades na academia. Além dos pioneiros Suzanne Comhaire-Sylvain, Jean Price-Mars ¢ Lorimer Denis, devemos também esperar que novos autores como Michel §, Laguerre ¢ Leslie G, Desmangles intraduzam esses estudas no periodo contemporaneo, Esses sistemas religiosos, porém, pat ticularmente por derivarem de povos de descendéneia atricana primdria, fic fam sem reconhecimento ou foram depreciados pelos primeiros viajantes, & ploradores ¢ conquistaderes. Tanto os asidticos quanto os natives american transcenderam esses fardes, de forma que, nos dias de hoje, seu pensamente € completamente aceito no mundo da discussio académica educadia. De fate» programas de estudo da religito em muitas universidades americ espago para reli pas. abrem Hes que nao pertencem aw grupo judaics-cristao-islamico, mas € importante repetir que tis programas cnvolvem major immente reli- gides asiaticas, muito mais de que aquelas ncoradas no continente alricano. Trabalhos iniciais, que eram bastante descritivos, puput izatam conceites po- fémicos como animatismo, fetichismo © magia negra, A anilise, quando che: gava a ocorrer, inferia que essas religides eram espiritualidade remis er infantil enfance, uma religido que encontrava-se em estigiel Outro golpe devastador vei com ai nposigio do conceito de sincretismo, como se todas os sistemas humanos nao demonstrassem empréstimos e adap- tagSes & como se os africanos fossem incapazes de produzir um pensamento origi al, Fles eram eapazes de realizar as duas coisas e assim o fizeram. Fsse quadro se transformou com o advento de académicos que se dedicavam ao es- tudo das religides e que trabalharam no sentido de se distanciar da perspectiva antropoldgica anterior, e com o surgimento de adeptos educados que comeca- Tam a falar por si mesmos, Deve-se apreciar os esforgas de acadés tais que, a0 mergulhar em seu proprio passado cultural, inadvertidamente nos ajudaram a recriar nosso presente como pessoas de descendéncia africana. A academia sempre atuou como cendrio para o imperialismo europeu — sempre. Mas as coisas mudam_ os ociden- Um exemplo disso é encontrado no nome da religido e em seu significado. O poder de nomear e definir é uma responsabilidade aterradora e o apanigio do poder. O Ocidente tem, em grande medida, definido o mundo. Tipicamente na Africa, um continente no qual cada grupo etnonacional delineia uma reli- giao que combine com seus ambientes humanas ¢ fisicos, nomear um sistema de crenga que no esteja em contraste com outros torna-se supérfluo. Nese contexto, apenas uma religido e uma Visdo de mundo dominavam o terreno. introdugdo de diferentes crengas por meio da interagdo com outros — culturas da Africa, do Oriente Médio e da Europa Ocidental — geralmente por meio da forga das armas, trouxe a tona dimens6es que até entao eram desnecessarias. o da circ ‘Tradicionalmente, haitianos se referem a sua religido por cugao sévd Lwa. Servir aos espiritos nao os impede de satisfazer as exigencias de outros sistemas de crengas, especialmente o catolicismo romano, Entretinto, native haitiama de ou- ‘tornou-se cada vez mais necessdrio diferenciar a reli erindo tras religioes — o catolicismo e © protestantismo — que estavam competindo nando o nome preferideo. Por espaco no pais. O vedou parece ter se 5 : Lata scone oy optaran Neste livro, 18s aftigos se referem a refigito canto vodur, uate oPelem e > outros tris ese pelo termo afrancesado vedou, usado pela mitiorla, enquanto outros f © Vodow haitiane ihéhide Voubin. Aida de Ula Walatu, vouddun, vod eo voCSUlO Bologuial “isp tinha side a! mais utillzado nes Estados Unides, vondoo, Nenhum conserva 10 i nesta obra quandc canqade pelos dev acad@micos haitianas que colaboraram © 4 foriam a nasalizayao herdada dos for © de a versdo francesa © traballin fai coneluide, Alguris peel | alguns, a suavazad que era importante refletir, mente em cHoulo haitiang — yodun eu vedoun — vorlou, Nos tentamos. Mas também + nim " diferentes grafias atua. particulares dos at em uma primicira publicagde de enero, Esa as escolhas ores uso, assim cuma as motivagoes por tr4s 4 em um future nao muita a consofidar, assim come acant istante, a grafia da religian Alguns preveem que, daqueles que sevi Lwa ind 5 eceu com a relativa- mente nova lingua oficial haitrana tkrepail) Na verdade, a KOSANBA (0 Congreso de mica parag Estudo de Vodou Haitian, criada em 1997 Universidade da California, erm Santa Barbara) organizou uma mesa-redonda Jo nacional haitiana em seu sobre a questie da grafla padronizada da religid 2001. O Congresso Santa Barbara, a Assaciagao Acade. apés um coléqula na quarto congresso, realizado em Vermont, em outubro de escofheu “vodou" como a grafia padrdo que plancjamos adotar em 1105808 tra- pathos futuros. O grupo est4 atualmente preparando um informe para explicar essa recomendagao. Os autores deste livre sda todos haitianos Alguns sao docentes em vdrias universidades, outros se engajam cm suas comunidades come ativistas ou so profissionais de outras reas, Procedemios de urna grande variedade de discipli- nas © somos todos académicos. Fstamos nas eiénicias socials © humanas; somos professores, pactas ¢ pintores; somos uspecialistas em desenvolvimento rural, educayio ou politica internacional Alguns de nos sdo sacerdotes e curande tos, Somos mulheres ¢ homens que Conhecem © Haiti, que estudaram © pais durante toda a vida adulta © que sao versados na cultura do Pais Como poucas. se importaram em se tomar O Haiti, no fim das contas, € um pais pequeno de acorde com os pudroes mundiais, apon as um Pouce maior que Israel; possuio tamanho dos estados norte. aa americanos de Maryland € Rhode Island Viajamos muito ¢ — e Hos termos metafisicas do Haiti — também seguimos pela estrada s0e ss 1 tals em termos de origem, mas come ini Ruma forma dévtass, é, fora dos Li i nem aqui mites de classe, no nos encaixamos nem all telectuais nos encontrames de al- Somos de di observadores extetnios porque noxsos dostorades © outros diplomas nos co Jocam em ama atmostéra intelectual refjniada a} anges per pou mes dos Mas obenta ay Eestamieas cteriirey, cftan P Resse sentido, somoe come a detdadte Feyba, gracile mo rns Fstados tl | para fora, Excothemes tradngin um mete ets aa tinguager® dry Outre ne portale teaduteres er kunt nat eoeareceram linguists, Miguns sabetituiram n beh. primivina vex Apresentames perspertivas sobre o tema em Lingua ingles fe amilises do ve Finalmente, came ontidaie sal generis, come é comumente feite pelas " sElvre” ou pelo hudisme ee © Como os nigerianos fizerant anteriormente peta TH, a Nigeria ieruba, ©o% académicas cubanos © brasileiros nativos fizeram por sas priticas e seus siste ara religito vote a mas religiosos. Somos aptmados pete deseja de apreser partir de nossas proprias perspectivas, em nossas prrdpirias Palavras © err proprios termos para o restante de mundo. Estamos em urna encruziInada da noses pesquisa académica sobre © vodou haitiano. A nomencletura é importante ¢, nesse caso especifica, um desafio, Come ja foi mericlonade anteriormente, nado houve consensy possivel na epoca ea que escrevemos estes capitutos a respeito da grafia da palavra “vorlou” Se a gratia gut pode ser Vista por alguns come uma questic de facil resolugdo, esconde conflitos nao resolvides que vao além da etimologia ¢ da origem geografica em relayav 4 dimenso de um francés correto ou incorreto, Ou a maneira upro- p encontrar um destino similar ou até mesmo plor Seré possivel que ideias ir acta de expressae nossa crénlitiafe, outros conceltos, palavras e momes podem comuns em uma dada cultura & que dio origem a conceitos extemos sejam expressas com facilidade em uma lingua estrangeira, traduzidas, transpostas © lransportadas para um universo completamente diferente? Os estudiosos de eligides asidticas tiveram de ser aplicadus, resolvendo o dilema com o use de am grande namers de palavias especlalizadas, em vez de opine por trad: fia Siantlor (Ges inadcquaday Os autores deste liveo enfretaran un prabk aproninnane do significa teal & As ladugoes clipticas que fizemos apenas 5 4 para ay explicayeres ecesstitas, Lint mesma um paragrafe intene nay bast fUumnig atavihe, mais sue Ta sae EEO houngae © muito mals Que uni acetate isa — suas vuLaydes erivelven muitos mals fatores © 4 prepacigde pala as mare Ait Ghats De maarjelia sinaibag, ges saverdotais pode levar toda uma vida. cu Oo heunfi, uno tempio io fakiu, siiula | Corag day de unre counptence resident pcandomible heasitetss, © africano de familia externa, asim come terreite « Muilas fung6es sao desemipenhadas nesse local, Tous os tipos de corsa, ¢ Tate 1o mals, podem acontecer ali. % Vowou haitione AAs palavras desafiam o Ieitor, mas 0 leitor deve assumir também uma parce- la da responsabilidade, Ea jornada ainda pode ser divertida e prazerosa, mesmo que o viajante fique intrigado e repleto de espanto, Por um lado, € como outra tealizagao do génio negro, 0 jazz, como as notas dissonantes que ndo podem ser produzidas se faltar ao mrisico uma determinada sensibilidade ou escala musical. Escondido, mas ainda assim real, 0 vodou é capaz de espalhar vibra- ¢0es que ressoam em todos que compartilham uma origem humana comum. : O carater educacional do Clatdine Michel Os acontecimentos do mundo atual continuam posicionando a religijo — em particular © ensino de religiao e sobre religiao — no discurso contemporaneo da educagao. Ernest Boyer, apesar de nao apoiar a doutrinagao religiosa nas escolas, sustenta que a boa qualidade da educagao nao existira até que o estudo comparati- vo das religides seja parte do curriculo regular e os alunos entendam que o “senso de sagrado esta indissoluvelmente ligado aos impulsos humanos mais basicos, As experiéncias mais primais de nascimento, crescimento ¢ morte”. Ele recommenda que os estudantes “devem entender que a busca por significado é universal e que areligiao tem moldado profundamente as experiéncias humanas neste planeta”, * Quer se aceite quer ndo a educagao religiosa no curriculo, o efeito das forgas reli- 10888 nos sistemas histricos, sociais e politicos do mundo precisa ser examinado. Também é evidente que as forgas religiosas no podem mais set interpreta- das dentro das rigidas fronteiras dos velhos paradigmas articulados para estu- dar o exotismo dos mitos ¢ da ritualizagdo. Novos modelos esto emergindo pata explicar as complexidades do fenémeno religioso, assim como as tensdes entre a experiéncia reli; sa € materialidades como colonialism, raga, cultu- fa, género, classe, economia € politica. Novas realidades religiosas devem ser vistas menos como areas de contin lade ou descontinuidade do que como uma “conjungdo". De fato, a religido ndo € mais o instrumento que o Ocidente utili zou por séculos para marginalizar e dominar outros povos; em algumas formas ela se tornou um panto de contato e de convergéncia para culturas marginalizadas. Q vodou € uma dessas formas, adaptando praticas africanas tradicionais as realidades do Novo Mundo,” Este capitulo tlustra a reabilitaydo da re Bid0 na vida de pessoas com um longo historico de subjugayae, pessoas ipava eren- CUjas crengas foram frequentemente repudiadas por gerite que no part de sua realidade, taxando seu credo come primitive, quando nao como i temente mau. Em particular, examino a visdo de mundo do vodau € © use a *ducagdo para transmiti-la de uma geracao para a outra no Halth as origense ocontextosociopoliticodatradi¢aovodoy familia, os afvicanos ne, Apos setem removides a forga de sua terra, cullura © € linguisticos, nav, Novo Mundo, pravenientes de diferentes grupos etricos ar sua velha order. Para recory familia haseada ndo mais no sangue oy o vodou, «na aspiragay incluinds © catolicisme, scondercm a Iealdade 4 stituir seu passa tiveram condigdes de ree desenvaiveram uma nova definigao de to tribal, mas em urna niova religide, \ imposigae de valores curopeUs, no pertencimen comum 4 liberdadde. que acompanhou a escravidao, forgau os africanos a & suas religioes ancestrais ¢ 08 estimutou a desenwolver formas inovadoras de cul. < africanas, Medidas repressaras © a rest ain desses mesmas valores tuar divindade: ultante natureza clandys- tina day cerimOnias vedou conduziram & revalorizag: am suprimir.* Dessa forma, 0 vodou culturais africanos que os curopeus tentar des aNcestrais, se tornau nao apenas e meio de revitalizagao através ds mas também o canal por exceléncia para a organizagao ¢ a resisténcia, ‘A histOria haitiana da perseguigio aos praticantes do vodou, marcada por ini- meras campanhas antissupersti¢ao lideradas pela clere ou pelo Estado, € coneo- je tradi mitante com a assimilagdo forgada ¢ a aculturagao. Apesar de sua resisténcia, as realidades sociopatiticas impeliram 0s haitianos a integrarem elementos catdlicos tais come preces, hinos ¢ © calendario gregoriano & cosmologia vodou. Original mente utilizadas pelos haitianos como estratagemas para mascarar suas crengas religiasas, e5sas praticas catélicas se tornaram parte integrante do culto vodou ¢ exemplificam a fusdo sincrética de elementos culturals ¢ religiosos heteragéneos. o vodou como teologia Animismo”, “fetichismo”, “paganismo", “barbarismo” e “magia negra” sao al- guns dos termos que tém sido utilizados impropriamente no Ocidente para des- crever una religido apresentada como algo que envolve sangue, sactificio, orglas sexus alevalé a uals € maleveléncia, Ha uma percepcao largamente compartithada de que vou ae ; oe é a significa feltigania ¢ bruxaria.” Nada pode estar mais longe da verdade 0 sent 6 fetta no Ocidente em oposigao a religiao “verdadeira”: 0 cristia- o. Mas nao hd um contraste tao 4c grande com as relipi’s 7 coh gides ocidentais quanto tOlica on protestante ot 'P tes ante) principalmente no tocante ao dogma, 4 fenomenalogia, 4 uia e cf : ; ¥ q “ #arquitctura monumental. Nao se trata de um sistema imposto de cima, mas de un i: ‘ pa religiio democratica ¢ funcional, incorporada ao cotidiano 4 staria i faria de nos fazer acreditar. O vodou se diferencia da igreja oficial («3 seus seguidores ¢ 4 luta para tomar suas vidas completas, Coma n, Afri 1a Africa © uma unidade completa de muitas outras tradigoes nao ocidentais, | religlao vida; todos os aspectos da existéncia de ima pessoa sao “saprad ‘ue oi a d0 “sagnados” Heiaem busca de propor Ovodou modela a experi’ Como outras religions, gum local onde o humano ¢ o divine se encontram para criar Interpretayoes € Nenhuma experiéncia humana esta além da influen- cia do loa, ou espirito vodou, Patrick Bellegarde-Smith explica que significados. Na verda Vodoun ¢ um sistema coerente e geral, ¢ uma visdo de munde na qual tudo ¢ toda pessoa @ sagrada e deve ser tratado de acordo (...). Essa unidade de todas as coisas traduz uma crenga generalizada na santidade da vida, nao tanto pela coisa, mas pelo espirito da coisa. A unidade cos- mologica do vodoun se traduz em um louvavel humanismo africano no ‘05, 08 mortos qual as instituigdes sociais sao elaboradas e no qual os € os qué ainda nao nasceram desempenham papéis igualmente signifi- cativos em uma cadeia histérica continua. Dessa forma, toda essa ago, esse discurso € esse comportamento atingem um significado supremo para 0 individuo e a comunidade da qual esse individuo faz parte.” ia. Como O vodou € mais do que os rituais do culto, do templo ¢ da famil um sistema religioso geral, une o visivel e o invisivel, o material e 0 espiritual, © secular e o sagrado. Ele é uma filosofia, um estilo de vida para a maioria no Haiti, que permeia e sustenta todo o seu ser e traz coeréncia para onde, de outra maneira, poderia haver 0 caos. As religides monoteistas (cristianismo, islamismo ¢ judaismo} sdo prescri- tivas € utilizam um texto sagrado do qual os seguidores derivam doutrinas © leis basicas. Em contraste, 0 vodou haitiano oferece poucos valores absolutes © poucas generalidades ¢ ndo possui um cédigo de ética prescritive, Os sequi- dores definem principios morais para si mesmos ¢ sdo gulados por ligdes de vida, pela sabedoria dos ancestrais © pela comunicaydo com os espirites, © vodou, central na cultura haitiana, se basela em uma concepgae da reatidade amo destiny dos seres Vives, que inclui objetivos de vida, forgas que deter ada, relagdes interpessoaly equilibrastas © priticas Seus devotos buscam nele o que a vida cliaria, alivio oe a organizagao social apropr. que promovem o bem-estar da comunidace scam em suas religioes: uma base para a stayao das necessidades © odou ¢ “uni repositorie para a dee a8 pessoas sempre bu: para as doengas, ajuda nos tempos dificcts, satt ranga. Karen. McCarthy Brown explica que © ¥oco! nese sabedoria acumulada por um povo que viveu a escravidio, a fore, 3 Vodou haitiane “AS pessoas rec fi Lodas emmy EXCESS 1 sobre im conceita de den violencta, a repressia, a corrupyae © a Violen S oaradia ptares steals para assegurar 4. O-vedou nao posal fc iL quanto a ed rem aos cspirilos © ans ane indliv icine © do grape nest strar Wed Wis a morte poe se mostrar ou paraiso, a vita apos a morte | ee GE ORO a sebreyiverie la process progress! nesta ermeartl piesente, Sends assim © bem est tox do vedou av wo que engada os adep jectiale formanm se unm apesar da auséricla de uma Ire} formal roy che unas WHS Jonge de fem fortnal dos membres, 5 Insc rig CLStAR yalero, de dogmas esecitos etl ait a fie, ac prover coert na vida social de} represent nela Moral por vodtou ¢ onipresent! acum clemento-chave na cons ompreensiies dos Cosmos meio das ¢ na edincty haiti seguidores do vodou: servidores dos espiritos © vedou € a feligido nacional, praticada em todas as classes sociais por mai de seis milhdes de haitianos. Declarada como 85% catolica, 15% protestant € 100%. vodouista, talvez 959 da populagdo haitiana acreditem de fato no éspirites. Todavia, nem todos so participantes ativos durante todo © tempt © em todas as circunstancias, uma vez que tendem a recorrer aos lows durant Pp wodos de crise ¢ necessidade. Em parte gragas ac estigma poste ao vodou ¢ a sua tradig&o cultura africana, a maioria dos haitianos sempre participou publicamente das ce timénias catélicas, a tinica teligiio oficial do pais até 1987, enquanto pra Ucava © vodou em particular, Isso € especialmente verdadeiro mas classe> mais altas ¢ em ascensdo social, que costumviramente rejeitam associagdc publicas com sua herangy africana. Os adeptos do vodou percebem-se com: bons cristéos e nao veem nenhum conflito en praticar o catolicismo ea. musing tempa servir aos espiritos;™ o5 mesmos santos que ornamentam 2 igrejas catlicas vigiam os altares vodou. O catoli exlensdo da busta por protegac dos santos, Bondye. Ismo entao se torna unt /espiritos ¢ do Deus onipoten!: Poucos haitianos de todas as classes sociais sao. exclusiv. amente catdlicos &4 vodouriistas, mas o mesmo nao pode ser F T dito daqueles que professam 6 prates tantismo, religiao que permanece problematica no Haiti, por exigir o abanden’ fdas crengas € das priticas do vodou, Poucos sa0 criados em familias protestant as pessoas geralmente se convertem ao protestantismo quando decidem que S! religido nao funciona mais para elas, De acordo com Glenn Smucker, a conve! sgo ag protestantismo "6 wim meio tegitimo de eseapar de davidas rituals com as espintos quando estes 10 euvEM ou negam miserlcérdia Nos Lempos dlificels. A ameaga da conversda € NT perlgo Pata os espiritos, pois am saga sem se Zuido- res perde seu prestigio © ¢ escuecido”." Entretanto, sustento gue pouces haitia~ fos patam sie acreditar nes espiritos endo é incomum ver pessoas voltando para vodou quando 0 protestantisnsn Thes falha,*! oO vodou de familia e de templo © Haiti € uma sociedade rural em que © culto aos ancestrais guarda valores camponeses tradicionais € esté intimamente ligado 4 vida familiar e a terra Os camponeses haitianos servem aos espiritos diariamente e se reanem com a familia extensa cm ocasides especiais para a realizagiio de cerimonias, que podem celebrar o aniversirio de um espirilo ou um acontecimento em par. ticular Em areas remotas, as pessoas ds vezes andam durante dias para tomar parte om cerimAnias que ocorrem com a frequéncia de varias vezes ao més ou tO TaTaMeNte quanto UMA ou duas vezes por ano. O vodou esta fortemente ia domesti- atado a divisda e 4 adminisuracdo da terra, assim como 4 econo ca™ Preocupado com a resolucio de conflitas, o vadou familiar ou doméstico, especialmente entre a didspora haitiana, utiliza a espiritualidade africana para ajudar a assegurar a sobrevivencia coletiva da familia no tocante a ambientes fisicos ¢ sociais hostis. A auséndia de um lugar formal para © culto é notavely todos os lugares sdo- locais de devogac, O hounfo (temple vodou) ¢ um local onde os seguicores se feuncm para se comunicat com os espiritos ¢, a nao ser que seja de propricdade de uma familia rica ow de oficiais do gowero, é tao informal que pode nao ser Prontamente identificado como local de devogaa, nem mesmo durante uma n como muitas encruzilhadas, sdo locais de cul Cerimonia. Os cemilérios, as {0 signiticativos — @ cemilério na qualidade de repositorio dos espirttes & as encravithadas como pontos de acesso ao mundo uo invisivel Outros Iugares de IMportancia religiosa Incluemn oceanos, ros, locais de peregrinagao, PAroqucas. campos, mercados, conjpuntas © ambientes deomeésticos. Cont trequéncia, em UMa@ Casa vedou, os Tmieos itens religlosos reconbecivels sda imagens de santos jas, onde as pessoas se diypoem a © velas com um rosdrio, Em outras reside ritos, iter Honhvess POT demonstrar mais abertamente sua devaiyiber aos es] tOlicas, rosarios, garrafis, bras, 1a sistematica de abte- incluir um altar com santas © iconogratias + Chocalhos, perfumes, dleos, bonecas € tapos, Essa ausérte! © Vodou haitiane. * te identificaveis emt locais sagrados previamente desig 1 do vodeu em todes a presenga contmus terem sido Obrigados poy tos religiosos prontame nados & ¢ ompreensivel por duas sazdes: fara de os paitianos maneira clandestina- aptabilidade da 1 e “vodou de templo*, os aspectos da vida haitiana © © 5 Aausencia de ambien. tanto tempo a praticar a religiao de pe ap: i eligido (figura 2) tes de cult formas reflete a persistenicia © 2 24! s, 0 vodou é chamade di a dos hounfo, das mane (sacerdotisays ¢ maioria dos casos pouc 0 tal, eles permanecem Em areas densamente urbana onde a vida comunal gira em torn dos hourgaa (sacerdates), Embora 94 jdentifiquem esses locais de quite come da vida urbana, onde os devotes recriam 2 familia detxada para tras devide a imigra¢ao ¢ continuam sua busca por valores morais ¢ religioses. Os templas vedou se Jncalizom frequentemente Proxintos d FBTET YS: © nao INCOMUN qe na cerimonia vodou pela manta e depo! o da tarde. Tradicionalmente, ser visto na Ipre| era oe cra percebide como um deus quanto os santos, uma as caracteristicus como a centre, participent uy as pessoas deixem um missa catélica das quatr uma protegae contra 4 persegui stan, alguem que honraya tanto io dentro da Comunidade vodou iferir de um Hewnfd para © OULTO, assim 1 sinal de a pessoa serum “bom” pratica que nau teduy o respelt Apesar de muitos rituals yoderem como de uma familia para outra tos servides ¢ invecadas, do estilo die cu’ omunidade, eles tambers tom vartimentalizados © categorizados, Em um dependendo da regidy, dos Upas cle espin: «das questées especificas de uma num Locals de culte no br em ce dada $30 mutuamente excludertes, corny ialquer focal e tudo representa uma contexto no qual © ensino se da ¢ oportunidade de aprendizado, dog cos ndo Qo necessarios Mais simptesmente, os haitianas ndo desenvelveram Js eXcFitos @ materiais didaticos especifi textos nem um curticule doutrinal pela mesma ra7du por que nao construiram templos 1 tis ee i emplos reconheciveis ¢ elaboradus. nJo precisa deles, porque ndo possuem nenhuma utilidade para esses elementos. métodos d i é e ensino e estratégias de instrucao Que metadas ¢ est th e Tategias sd iliza on i a: a utlizados para transmitir us valores religios® NCES sao de mundo voxte educadores ndo questionam mais a nog. wreceanaenaewese Para além das escolas. Entretante, a co; . ) a con sch de que ensinar e aprender se este” celtualtzac: > titualizagdo da educagdo come ale! que ocorte ow na escola ou em Thomas pelle furl “asa falha, como Thomas La Be 7 le afirma, © Feconhecer um 1 meio-termo di no do ensine e da aprendiza, = izagem sistematicos” istematico” | Na Africa e entre pessoas de descendéncia africana, a transmissao de va- lores ¢ parte da educagao tradicional, inseparavel das crengas ¢ priticas re- ligiosas, ¢ uma distingao entre diferentes formas de educacao nunca exi da mesma maneira que no Ocidente. A educagdo nativa africana engloba a totalidade da experi¢ncia humana.” No Haiti, os valores religiosos e as principios morais n3o S40 ensinados como matétias distintas, eles ainda sio transmitidos no estilo africano. © vodou é vivido; a vida consiste de experi- ‘éncias religiosas que se tornam oportunidades educacionais. O aprendizado ocorre pelo envolvimento com a teligido haitiana e pela vivéncia como um adepto do vodou. Os especialistas em educa¢do podem argumentar que esse tipo de educacao que ocorre ao longo da vida nao ¢ especifico do Haiti, Entretanto, no Ociden- te, a aprendizagem € mais compartimentada; para aprender sobre religiao, as criangas frequentam a escola dominical da igreja ¢ discutem sobre © assunto em casa ou na escola, A aprendizagem do vadou haitiano nao ¢ um tipo de ins- truga0 que apenas suplementa a educagao formal ou ndéo formal: ela é o estilo de vida. A propagagio da visio de mundo vodou ocorre durante as ceriménias, quando ocorre a interacéo com os espiritos ou com outros participantes do vodou; nas residéncias, durante atividades didrias engrandecedoras na com- panhia dos membros da familia; e no restante da comunidade, no trabalho ou enquanto se vai as compras. Mais do que princfpios morais, 0 éthos vodou é formado e enformado por percepgdes cosmoldgicas africanas € realidades ame- ricanas € crioulas. Sua alma é ensinada e aprendida por meio da convergéncia sofisticada da fala com a agdo € a estética, Professores e aprendizes Na sociedade vodou, todos assumem os papéis de professor e aluno em unt Je cos is SO proceso de trocas ¢ didlogos com membros da familia, a comuni espiritos. Ancidos, pais, parentes, vizinhos, sacerdotes ¢ sacerdoti mais Comumente professores para as geragdes mais jovens, apesar de po- spirits, Membros mais por exemplo, quando ou de um espirito. derem agir como aprendizes entre seus pares © 0s € velhos da comunidade podem se tornar aprendizes Uma crianga pequena traz uma mensagem de um anciao peitar a nao hierarquicasso Ho res, cles atingem™ direcionismo do Tanto o professor quanto © aluno devem res vodou € também seu funcionamento, Tendo pautas simila objetivos de maneiras diferentes. A flexibilidade € 0 pouce & Vodou haitiong i “nga

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