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Paneer NOME: CURSO: TELEFONE: E-MAIL: OBSERVAGOES: TURMA: ‘ator: André Olver de Guadalupe, Eas Avencin| de Brit, Esther Pereira Svea Rosado, Gilberto Elis SalomBo, Guilherme Aul ino Bastos lorge, Marcelo M guel Martins Palisson, Marcio Alberto de Faia Pres, Murlo Medici Navarro Cruz, Nicolau Arbex Sarde, Renato Alberto Rodrigues (Ti), Renato Gores de Carvaho, Umberto César Chacon alongs. Diego gera: Roger Timer Gerdncia editorial Jodo Carlos Pug ‘oordenacio de edo téeniea: Varia L dos Santos. Ribera, ldo téenlea: Equipe de eatorestécnicos da Editors Piedra, Coordenacio de produgio editorial: lia Scherrer dos Santos. ‘Analsta de produso editorial: Claudia Moreno Fernandes. Faigho: Equipe de ego da EstoraPoiecta, ‘oordenasdo de revisSo: Marana Castle Qusios, Revisd0; Equipe de reviso da EditoraPoledro. ‘oordenasdo de ate: Kleber 5. Prtela «Welingten Paula Diagramagdo: Equipe de arte da Eltora Poiedro lastragbes: Equipe de lstracdo arte da Eaitora Poliesio ‘oordenagio de PCP: Anderson Févo Corea Preto grafico capa: Alevanire Mercia Lamas Patricia Apareica Mooteite, Impressioe acabamento: Nywerat A Eultera Poliecto pesquisou junto as fontes aprepriacas a existéncia de eventual detentores dos dretos de todos os textos «de todas as obras de ates pléscas presents nesta obra, sondo que sobre alguns nerhurra referéncia fol encenuada. Em caso de miso, ivoluntiria, de quasquer erétos faantes, estes ser30 inculdos nas Fras sigs, ettando ands, reservados os direitos referidos noe arts, 28 79 dal 610/98, POLIEDRO SISTEWADEERSRIO Sto lost dos Campos ~SP IB8N: 97885-7901-073-6 Telefax: (12) 3928-1615, estora@sstzmapaiedracombr ww sisterapaliedra com br Copyright © 2017 Todos os direitos de edo reservados &Editora PoBedro » » CARTA AO ESTUDANTE a Prezado estudan Cada material que o Sistema de Ensino Poliedro desenvolve ¢ construide pensando em detalhes para ‘eontriauir efetivamiente como seu desenvolvimento e sucesso, auxiiando no aprendizado eas melhores estratégias deestudonessa ase tioimportanteda sua vidal Assim, acolecdo paraa 3#série co Pré-vestibular ‘i organizada de forma a otimizar os estudos e, ao mesmo tempo, oreparar para os diversos tipos de selegdo que voc# enfrentaré 20 final da Educacdo Basica, assim como para o Ener. ‘Oque estudar mais? -Mesmo que algumas provas tenham como objetivo ‘waliar o seu conhecimento por meio de competéncias, hablidades, estudar os conteddos das disciplinas & ‘essencial. Uma estratégia que pode ser utlizada é ma- pear os estudos de acorde com os contetidos em que ‘yocé tern maior ou menor domtnia. Priorize os itens im- Portantes em que voce tem maior dificuldade @ apenas revise os que jé sabe. od upoRTANGIA DOs ASSUNTOS CONMECIMENTO SOBRE OS ASSUNTOS Sige 2s dicas, mas lembre-so: cada alunoé Unica. Quem deve buscar as melhores estratépiasé voce fom inicio de ano e bons estudos! Sistema de Ensino Poliedro » ROTEIRO DO ALUNO V TETRAEDRO » > » | ee Linguagens, Cédigos e suas Tecnologias Pome [Mima car) Ab to I Ne Ea at soo bste2. prec bsSe6 bse. Ab. bo ‘abs te 2. bse i. bis dss 10 Ads tte Ads, Ase. Ad tTe Frente 1 Baneccess Frente Unica ReSee Roe RE Frente 2 geRESe SaaS | gee Matematica e suas Tecnologias , sa ute ‘ eto ‘ cous rr is ise rr Adgiet hdgiet 13 fy Msse6 a fm Ms $06 nn 6 ae Baste ie us Hotel B aise... IB © tals the 1. cy S tdutien 1B % pdsiielt 82 diel 8 ” disse dsl 8 Ad Dethn9 fdsTelt : we ta I) wee fn ne vi mae 1 2s mize sted * 20 Misael am Asie ag a = AbsSebosuc i Mischa a 2% AbsTeh hbsTel 0 » 2 bse am biel nt = a Absite at biel m8 a 6 “ Po ig Abie fy Mice an = a” : Po B nistsets.. om 2 nasties 38 ao 0 bs tells iste & a & = & & 7 3 20 9 m 29 2 A 7 3 | Lae Giéncias da Natureza e suas Tecnologias st er ; a: — a 7 er, aaa 5 anes Baio = ee ‘Ades. Bt ey B Absiat. a pos A ee Boies = Basia sane tte Abita ar aes mee Aneta tenis Neve ar a cae moe ie as arrears es as Bee ape ie nies Ba oss B hste a a 2 xtsni. oe B ioien on Baie IB stew as fanaa x rae ee 5 meee fated x Apes ” ee ‘ci : hea » Aisi fata = le My taises se fe 5 By matt os ; Aoas708 a £ 7 é bs 9010 8 Basen eee Met AMES TED oS SA ABS 11212 sn SL © bs Belt at perme fons ioeucles os ae tees aaa eee > . * TABELA DE HORARIOS ® > ® woRARIO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO Pane Be Brosrucut Apresentacio das dasses gramaticais, com énfase no substantivo, Para classiticar uma palavra morfologicamente, é pre- cso inserisa na frase. Em “O carro nove", por exemplo,, © vocdébulo novo é adjetivo, pois dé uma propriedade a0 ser (carro), mas em “O novo transgride”, o mesmo termo,, nova, & substantiva, pois esta precedido de artigo. Para os exames modernas, ¢ importante percabera funcionalidade das classes gramaticais (ou classes de palavras) no texto, isto 6, os efeitos de sentido decorrentes do seu emprego. Observe o resumo a seguir. Grupo nominal 3 — Grupo rolacional A= Interjeigdo We if #H SYS 24> EXERCICIOS DE SALA » Texto para a questo 2 Expedico de 5 anos mapeia preparos, ingredientes e personagens pelo Brasil A beira do rio Negro, no Amazonas, chega-se de barco 2 umg comunidade na qual vive Mancel Gomes. Ele colhe mandioco-brava numa pequeno roca, faz farinha-d'égua e 8 PORTUGUES | TETRA! CLASSES DE PALAVRAS | = Substantivo (Classe gramatical que nomeia 0 sec Classificagao: simples (um radical: sol) ou compos- ‘to (mais de um radical: giressol); concreto (elementos do mundo natural: pedra) ou abstrato (categorias abstratas — sentimentos, qualidades, agBes: Felicidade, riqueza, inter- ‘vengio}; primitivo (palavra de origem: café) ou derivado (palavra derivada: cafezal); comum (ser da mesma espécie: professor) ou préprio (um ser em particular: Francisco} Flexo: 0 substantivo pode flexionar em genera (mas- culinoffeminino), nimero (singular/plural) ou grau (au- mentativo/diminutivo) ‘A mudanga de género pode gerar mudanca de signifi- cada, = Nao havia capital para a construcio da nova capital. A mudanca de nimero pode alterar o sentido do subs- ‘antivo. — Na costa do Ceard, turistas japoneses davam as ‘costas para ingleses. Novalor conotativo do grau, o aumentativo eo diminu- tivo podem assumir um tom afetivo ou ofensive. = Aquele homenzinho de bar e de pouco cardter. Selesao lexical: conjunto de palavas que remetem a um mesmo universo de conhecimento: ladrao, crime, rou- bo, assalto, prisio, morte. Por exemplo: O maior ladrao da vide € 0 tempo, esse criminoso, que assalte a vida ditando amorte. enterra bucho de jaraqui, um peixe popular na regio, para adubar @ terra, ‘Manuel Bandeira, o poeto, dirta que o ribe'rinho fala 0 “lingua errade do povo” = 0 povo que fale “gostoso 0 portu- ués do Brasil” Pois ele mistura banha de cobra com raiz de o¢0/ para the servir de cura quando 0 “corpo réi" fm cutra populagao remota, em Mangue Seco (8A) uma senhora canta para atrair aratus, aqueles carangue- Jinhos tipicas dos manguezals, que se prestam a preparos como a moqueca enrolada na olha de bananeira, como fa- 11a dona Flor, a cozinheira da ficgio de Jorge Amado, Também no mangue, mas dessa vez na ia do Mora- 48, no Pord, dois meninos “parrudinhos", nas palavras de ‘Adriana Benevenuto, @ produtora da expedico, entram descalgos naquela drea lodosa para alcangar um tronco no qual se olojam os turus. Trata-se de moluscos @ semethanca de minhocas, degustados com limo e sal e s6 Disponivel em: wi flha.volcombr/comida/2016/03/1759173 expedicao-de-S-anossmapeia-preparosingredients-e-personagens-pelo- brasLshtm Acesso em: 2ab¢ 2016, 1 insper 2016 Sobre os diminutivos “ceranguelinhos” & “parrudinhos" presentes notertaécorreto afirmar que eles |A- remetem a ideia de compa inicam marcas de regionalism. revelam indcis de afetividade. tmanifestam um sentido misico desconsideram a nogio de tamanho moo 2 Leia 0 excerto 2 seguir, pertencente a Guimaraes Rosa [Je um vaga-lume lonterneiro que rscou umn psiu de luz ‘oo Guimaraes Rosa “Minha gente’. In: Sogorana. Ro de lane: Nowa Frontera, 2984. 210, a) Guimaries akteraaclasse gramatical de “psiu® que debra ce ser interjeico para assumir a func de substantivo, Que palavra do texto possibility tal transformacao? b) Escreva uma frase em que a palavra citada exerce a sua funclo de interjeicia bel =k a €]_ Que efeito de sentido o autor obteve 20 relacionar 0 termo psiu com luz? Analise 0 sentido de psiu na ex- ppressio “um psiu de luz” > Texto paraa questo 3 Onada que é Um canavial tem a extensdo ante 0 qual todo metro é vao. Tem 0 escancarade do mar que existe pora desufiar que numeros e seus ofins possam prendé-lo nos seus sins. Ante um canavial a medida métrica é de toda esquecida, porque embora todo povoado povoa- 0 pleno anonimato que dé esse efeito singular de um nada prenhe como omar loo Cabral de Melo Neto. Museu detudo e depo, 1988 3 Unifesp 2014 No titulo do poema - O nada que ¢ -, corre a substantivactio do pronome nado. Esse pracesso de formago de palavras também se verifica em: A poesia de Joo Cabral ter um qué de despaetizasio. 8 Poema algum de Jofo Cabral escapa de seu pracesso rigoroso de composicdo. Em Morte e Vido Severina, Joo Cabral expressa 0 ho- ‘mem como coisa, DA postica de Joo Cabral assume tragos do Barroco gongérico. EA arquitetura do poems em Jodo Cabral definethe o processo de criagao PORTUGUES | TETRA! 9 4 Enem 2011 © Conar existe para coibir os ‘exageros na propaganda. Ero Sie reee rine: 'Nés adorariamas dizer que somos perfeitos. Que so- mos infotlveis. Que no cometemas nem mesmo o menor deslize. E 56 ndo folomos tss0 por wn pequeno detalhe: seria uma mentira. Alids, em vee de usar @ palavra men- tira, como acabamos de fazer, poderiamas optar por um eufemismo. “Meia-verdade’, por exemplo, serio um ter- mo multe menos agressive. Mas nés néo usamos esta palavra simplesmente parque nfo acreditamas que exista uma “meia-verdade” Para 0 Conar, Conselho No- cional de Autorrequlamentagtio Publicitéria, existem a verdade e a mentira. Evistem a honestidade e a desanes- tidade. Absolutamente nada no meio. O Conor nasceu hd 29 anos (viu $6? ndo arredondamas para 30) com a missdo de zelar pela ético na publicidade. Nao fazemos '350 porque somos bonzinhos (gostarlamos de dizer isso, mas, mois uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque & 1 nica forma dea propaganda ter o méximo de credibili- dade. E, cd entre nds, para que serviria o propaganda se 0 consumidor ndo acreditasse nela? Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma pega publicitéria pode fazer uma reclamagéo ao Conar Ele anali- sa culdadosamente todas as dentincias e, quanda é a caso, aplica a punigto, Veja, So Paulo: Abril. 2.120 ed, ano.42,n°27, jul 2008, Considerando a autoriae a selecao lexical desse texto, bem como 0s argumentos nele mobilizadas, constata-se que 0 objetivo do autor do texto & ‘A. informar os consumidores em geral sobre atuagao do Conat B conscientizar publicitarios do compromisso ético a0 eleborer suas pecas publicitsrias. CC alertar chefes de familia, para que eles fiscalizem 0 contetido das propagandas veiculadas pela midia D_ chamar a atengo de empresérios © anunciantes em eral para suas responsabilidades ao contratarem pu- Hlicitérios sem ética E _chamar a atengio de empresas para 0s efeitos nocivos ‘que elas podem causar 8 sociedatle, se compactuarem ‘com propagandas enganosas. 10 PORTUGUES | TETRA! > Texto paraas questies Se 6 Fabiana, uma coisa da fazendo, um traste, seria despe- dido quando menos esperasse. Ao ser contratado, recebera © cavalo de fabrica, peneiras, gibdo, quarda-peito © sapa- tes de couro cru, mas ao sair fargaria tudo ao vaqueiro que o substivuisse. Sinhé Vitdria desejova possulr uma cama igual 9 de seu Tomas da bolandeira. Doidice. Nao dizia nada para do contrarié-la, mas sabia que era doidice. Cambembes odiam ter luxo? E estavam ali de passagem. Qualquer dia © patréo os botaria fora, e eles ganhoriam © mundo, sem rumo, nem teria meio de conduzir as cacarecos. Viviam de rouxa amarrada, darmiriam bem debaixo de um pau. thou o caatinga amarela, que o poente avermelhava Se a seca chegasse, néo ficaria planta verde. Arrepiou-se. Chegaria, naturalmente Sempre tinha side assim, desde que ele se entendera. F antes de se entender, antes de nas- cer sucedera 0 mesmo anos bons, misturados com anos ruins. A desgraga estava em caminho, talvez andosse perto, Nem vatia @ pena trabathar. Fle marchando para caso, trepando a tadeira, espa- Ihando seixes com as alvercatas ela se avizinhando a ga- lope, com vontade de maté-l. RAMOS, Gracilane \idas Seas ( Texto para a questo 1. ‘No ha hoje no mundo, em qualquer dominio de ati- vidode artistico, um artista cuja arte contenha mofor uni- versafidade que a de Charles Chaplin. A razdo vem de que 0 tipo de Carlito & uma dessas criagdes que, salvo idiossin- crasias muito raras, interessam e agradam a toda 9 gente, Como os herdis das lendas populares ou as perscnagens dos velhas farsas de mamulengo. Carlito é popular no sentida mais alto da palovra. Néo saiu completa e definitivo da cabeca de Chaplin: foi uma crlaco em que 0 artista pracedeu por uma sucesso de tentativas e errados. Choplin observava sobre a piiblico oefeitode cada detalhe Um dos tragos mais caracteristicos do pessoa fisica de Carita foi achade casual. Chaplin certa vez lembrou-se de orremedar a marcha desgovernada de um tabético. O pi- blico ru: estava fixado 0 andar habitual de Carlito. Ovestudrio da personagem = fraguezinho humor\stico, calgas lombazonas, botinas escarrapachadas, cortolinha = também se fixou pelo consenso do publica. Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas es- corrapachadas ea cléssica cartolinha, © publico no achou graca: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamen- te @ variante. Sentiu com o puiblico que ela destruia a uni- dade fisica do tipo. Pedia ser jacasa também, mas néo era ‘mais Carlito Note-se que essa indumentérta, que vem dos primer- ros filmes do artista, ndlo contém nada de especialmente extravagante. Agrada por nfo sei qué de elegante que hé no seu ridiculo de miséria, Pode-se dizer que Carlito possui 0 dondismo do grotesco. Nao seré exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para g realizagdo da per- sonagem de Carlito, como ela qpurece nessas estupendas obras-arimas de humour que sao 0 Garoto, Ombro Arma, Em Busca do Ouro e O Circo {sta porsis6 atestaria em Choplin um extraordindrio dom de discerimento psicolégico. Néio obstante, se nfio houvesse rele profundidade de pensamenta, limo, ternura, seria le- vado por esse processo de criagdo @ vulgaridade dos artistas mediocres que condescendem com o facil gosto do public. ‘Aqui é que comego a genialidade de Chaplin. Descendo até 0 publico, ndo $6 no se vulgarizou, mas a0 contrério ganhou maior forga de emorav e de poesia. A sua origina~ lidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pesso- vi, em sua inteligéncia e em sua sensibilidade de excegdo, 0s elementos de irredutivel humanidade. Como se di em 12 PORTUGUES | TETRA! linguagem matemética, pés em evidéncia o fator comum de todos as expresses humanas. Oolhar de Carfito, no fi- me 0 Girco, para a brioche do menino faz cir a criangado 50 como um gesto de gulodice engragada, Para um adulto pode sugerir da maneira mais dramética todas as catego- ‘ias do desejo. A sua arte simplificou-se ao mesmo tempo que se oprofundow e alargou. Cada espectador pode encon- ‘rar nela o que pracura: a riso,a critica, olirismo ou ainda 0 58 contrario de tudo isso. Essos reflexties me acudiram co espirita aa ler umas linhosda entrevista fornecida a Florent Fels pelo pintar Fascin, bilgaro naturafzado americano. Pascin nda gosta de Car- lito e explicau que uma fita de Carlito nos Estados Unidos 60 tem uma significagtio muito diversa da que the do fora de |, Nos Estados Unidos Carlito é0 sujeito que ndio sabe fazer 4s coisas como todo mundo, que ndo sabe viver como os outros, ndo se acomada em meio algum, = em suma um inadaptivel. O espectador americano 1 satisfeito de se sen- 65 tir to diferente daquele sonhador ridiculo. isto que fuz 0 sucesso de Chaplin nos Estados Unidos. Carlito com as suas lamentaveis oventuras constitui ali uma ligdo de moral para educacéio da macidade no sentido de preporar uma gera- clio de homens hdbels, préticas e bem quaisquer! Por mais a9 par que se esteja do caréter pratica do ‘americana, da seu critério de sucesso para julgamenta das fasfes humanas, do seu gosta pela estandardizacdo, nBio deixa de surpreender aquela interpretagiio moralista dos Jfilmes de Chaplin. Bem examinadas os coisas, no havio 75 motivo para surpresa. A interpretaco cabe perfeitamente dentro do tipo e mais: 0 americano bem verdadeiramente omericono, oque vedi a entrada do seu territério.a doentes © estropiados, 0 gue propée o pacto contra o guerra © ao mesmo tempo assaita a Nicartigua, no poderia sentir de 80 outro mode. No importa, néo serd menos legitima a concepséo contréria, tanto & verdade que tudo cabe na humanidade vasta de Carlito. Em vez de um fraco, de um pulha, de um inadaptével, posso eu interpretar Carlito coma um hersi 85 Carlito passa por todas as misérias sem lagrimas nem quel- xas. Nao é forca isto? Nao perde a bondade apesar de to- das os experiéncias, € no meio das mafores privagdes acho um jeito de amparar @ outras criaturas em aperto, tsso puthice? Aceita com estoicismo os piores situagdes, dorme onde é possivel ou néo dorme, come sola de sapato cozida como se se tratasse de alguma lingua do Rio Grande, E um inadaptavel? 70 0 Sem duivida néo sabe se adoptar ds condicées de suces- 95 so na vida. Mas haveré sucesso que valha a farca de éni- mo do sujeito sem nada neste mundo, sem dinheiro, sem amores, sem tete, quanda ele pode agitar a bengalinha camo Carlito com um gesta de quem val tirar a felicidade do nada? Quando um ajuntamento se forma nos filmes, os 100 transeuntes vao parando e acercando-se do grupo com um ar de curiosidade interesseira. Todas tém uma fisionomia preocupads. Carlito é 0 lnico que esté certo do prozer in- génuo de olhor Neste sentido Carlito € um verdadeiro professor de 108 heroismo. Quem vive na solidéo dos grandes cidades no pode deixar de sentir intensamente o influxo da sua ligéo, € uma simpatia enorme nos prende ao haémio nos seus ges- tos de aceitagéio tdo simples. Nada mais herdico, mais comavente do que a saida 110 de Carlita no fim de O Circa. Partida a campanhia, em cuja troupe seguia 0 menina que ele ajudara a casar com ou- tro, Carlito por alguns momentos se senta no circulo que ficou como utimo vestigio do picadeiro, refletindo sobre os dos de barriga cheta e relative felicidade sentimental que 115 ocabava de desfrutar Agora esté de novo sem nada e in- teiromente sd. Mas os minutos de fraquezo duram pouco. Garlto levantarse, dé um puxdo na cosaquinha para recu- perar a linha, faz um molinete com @ bengalinha e sai cam- po afora sem olhar para trés. Néo tem um vintém, néo tem 220 uma afeicéia, nda tem onde darmir nem © que comer No entanto vai como um conquistador pisando em terra nova Parece que Universo édele. E néio tenham diivide: o Uni- verso é dele Com efeito, Carlito é poeta. Em: Grdnicas de Provincia do Brasil 1937 ‘eiosineroso linha 4: manera de ser ede air prbaria de cada paseo. -mamulengo (linha: fantoche, boneco usade & mo em peras de weatro popular ou infane ‘abetico ina 15}: que tem andar desgovernai, sem muita Frmeza sands (nha 29) relative ao ndviduo que se vaste # se comperta com eegincia, pubic linha 89): safadera,canalhic ‘estes (nha 90): resignagde com digndade dante do sofrimento, 42 dversicade, do infertinia ‘alinet linha 118) moviment irate quese far coma espada cu ‘outro objeto semelnance 1 1A 2014 Considere 05 enunciados abaixo, atentando para as palavras em negrito. 1. N30 hd hoje no mundo, em qualquer dominio de ati- vidade artistic, um artista cuja arte contenha maior Universalidade que a de Charles Chaplin (linhas 1a 3) Il. Agrada por ndo sei qué de elegante que hi no seu re ia. linhas 28 & 29) alo de misé bl =k SS UL [..] uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem uma significaciic muito diversa da que the do fora de Id (linhas 59.2 61) i A interpretagio cabe perfeltamente dentro do tipo © ‘mais: 9 americana bem verdadeicamente americano, (0 que veda a entrada do seu territério a doentes e es- tropiados, [.]inhas 75 a 78) As palavras em negrito tém valor de adjetiva A. apenas em|,lle IV. apenas em Ile IV apenas em Ile lV apenas em lle IV em todas. mooe 2 o trecho a seguir pertence a Manuel Bandelra, poeta mademista. Nesse poema, 0 autor eritica o fazer poético parnasiana bod Estou forte do lirismo namorador Politico Raquitico Sifilitico a Manvel Bandera. “Pode”: ubertinagem & Estrela do Manhd. Ro de Tanto: Nova Frontera, 2007, 2) Que tipo de relagio gramatical justifica a clas- sificagio de adjetivo para os vocdbulos paltica, raquitica © siflitica? b) Crie uma frase em que @ palavra politico assuma outra classe de palavras (identifique a classe de palavra) €) Qual é a funcionalidade desses trés adjetivos no excer- to citado? PORTUGUES | TETRA! 2B » Texto para a questo 3 Asensivel Fol enti que ela atravessou uma crise que nada pare- cia ter a ver com sua vida: uma crise de profundo piedade. A cabega ido limitada, to bem penteada, mal podia su- portar perdoar tanto. Ndo podia olhar 0 rosto de um tenor enquanto este cantava alegre = virava para 0 lado 0 rosto magoado, insuportdvel, por piedade, ndo suportendo a gl ria do cantor. Na rua de repente comprimia o peito com as dos enluvadas ~ ossaltada de perdao. Sofria sem recom- pensa, sem mesmo a simpatia por si prépria. Essa mesma senhara, que sofreu de sensibilidade como de daenca, escalheu um domingo em que a marida vigja~ va para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela sempre soubera: passear Como se ainda fosse a menina que passefo na calgada, Sobretudo posseava muito quando “sentia” que 0 marido 0 engana- va. Assim fol procurar a bordadetra, no domingo de manhd Desceu uma ruo cheia de lama, de galinhas e de criangas nuas ~ aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de filhos com cary de fome, 0 maride tuberculaso = a bor- dadeira recusou-se @ bordar a toalha porque néo gostava de fazer ponto de cruz! Soiu afrontada e perplexo. “Sentia~ -se” tdo suja pelo calor da manhé, e um de seus prozeres era pensar que sempre, desde pequene, fora muita limpa. Em casa almocou sozinha, deitou-se no quarta melo escu- recido, cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pela menas uma vez néo “sentia” nada. Sendo talver a per- plexidade diante da fiberdade da bordadeira pobre. Sendo talvez um sentimento de espera. A liberdade. Clarice Lapector Cs melhores contos de Clarice Lispector, 2996 3 Unifesp 2014 0 emprego do adjetivo “sensivel” como substantivo, no titulo do texto, revela a intencdo de: A priorizar os aspectos relacionados aos sentimentos, como conteudo tematico do conto e expresso do que: Vive a senhora. B_ironizar aideiade sentimento, entio destituida de sub- jetividades e ambiguidades na expressio da senhora, C carrelevincia 20s aspectos subjetivos das relages hu- ‘manas, pondo em sintonia 0s pontos de vista da senho- ra e da bordadeira D__explorar a ideia de liberdade em uma narrativa em que o efeito de objetividade limita a expresso dos senti- ‘mentos da senhora. E traduzir a expresso comedida da senhora ante vida 05 sentimentos mais intensos, como na relagio com! abordadeira 44 PORTUGUES | TETRA! 4. Unifesp 2008 (Adapt. Leia a tira 2 seguir aunwo acer é J] | voce mecom seis pas. | SaaS tin’ / || eaersho arp aur ook farencero "~~ || banaceecvaebcwesee | osc Selene ate 86 Ne neserzen NORTAL Em, TALE “Nene sec Una ‘i 856 te E VPA Acogo a Be ses Da MANA E congen Un sens 20 urd E a60R8 JOU COMER UMA EACADEPAREO DE AEA Euevoxd OueDorisro. folto B0se0s De seman! ‘O Fito a 5. Poul 1 aio 2003. (dap) Em"E correr uns bons 20 km", 9 terme uns assume valor de: A D especificagéo. B exatidio. E aproximacao C definicso. » Texto para a questi 5. \Vocé conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Uma organizacdo néo governamental holandesa esta propondo um desofio que muitos poderdo considerar im- possivel: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha® no Facebook. O objetivo é mediro grau de felicidade dos usué- rios fonge da rede social. O projeto também & uma resposta gas experimentos psicolégicos reatzados pelo préprio Facebook. A diferenca neste caso é que o teste é completamente valuntério. troni- camente, paro poder participar, ousuério deve trocar a foto «do perfil no Facebook e postar um contador na rede social 05 pesquisadores irdo avalior 0 grau de satisfacto e fe- licidade dos participantes no 33%dia, no 66%e no titima dia do abstinéncia. 5 responsiveis pontam que os usudrios do Facebook gastam em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equiva- lente 9 mais de 28 horas, que poderiam ser utifizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras'. Dssponivl en: Texto para a questo 1. Mau despertar Saio do sono como de uma batalha travado em lugar algum No seina madrugada se estou feride seo corpo tenho riscado de hematomas Zonzo lavo na pio os othas donde ainda escorrem uns restos de treva Ferrera Gulla Nites vozes, 2013 1 unifesp 2015 Assinale @ alternativa em que a reescrita dos versos alterao sentido original da text [A “Salo sano coma/ de uma batalha? —» do sono sala como de uma batalha B “travada em/ lugar algum” — travada em algum lugar C “se 0 corpo/ tenho/ riscado/ de hematomas” —» se de hematomas tenho o corpo riscado: D “ainda escort) uns restos de reva" > uns restos de treva escorrem ainda E “Ngo sei na madrugada/ se estou ferido” — ndo sei se ferido estou na madrugada 48 PORTUGUES | TETRA! 2. A charge a seguirfoi criada por Angel "RANZING 008 BANGOS COM MAIORES LUGROS "= Muita bem, vamos agora falar comos trés primeiros colocadas! Folhade SPaule,9 aga 2007. a) Gite 0s advérbios empregados pelo autor na fala da personager, b) O que o autor deixa implicito na charge? 3 Enem 2015 una STUD Oe Ta) Cee ee ed Bo J mec, aa Dispanivel em: Acesso em 21 feu 2013 |Adape) Arapidez é destacada como ums das qualidades do servi- 50 anunciado, funcionando camo estratégia de persuasio em relaco 20 cansumidor do mercado gréfica. O recurso da linguagem verbal que contribui para esse destaque é 0 emprego A do terme “facil” no inicio do andincio, com foca no pro- coss0. B de adjetivos que valorizam a nitidez da impressio. das formas verbais na futuro eno pretérito, em sequenca, D da expressdo intensificadora “menos do que” associa~ 2 8 qualidade Eda locuco “do mundo” associada a “melhor’, que quantifica 2 acao, > Texto para a questo & Corrida ~ Prova 1.500 metros rasos A prova dos 1.500 metros rasos, juntamente com a da mitha (1.609 metros), caracteristica dos parses anglo-soxd- nicos, & considerada prova tética por exceléncia, sendo muito importante 0 conhecimento do ritmo e da férmuto a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distdncias sGo considerados completos homens de luta que, 1p6s um penose esforco para resistir a0 atogue dos adver- Sérios, recorrem 9 todas as suas eneraias restantes a fim de manter a posicio de destaque consequida durante a corri- da, sem ceder a0 canstante assédia das seus perseguidares. [..] Para correr essa disténcia em um tempo aceitavel, deve-se gostar 0 menor tempa possivel na primeira quar- to do prova, devendo-se para tanto sair na frente dos ad- versdrios, sendo essencial 0 completa dominio das pernas, ara em seguida normalizaro ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir a ritmo, afin de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando desar os energias, para néo correr o risco de ser surpreendido por um adver- striae ficar sem condigées para a lute final. Deve ser tomado cuidado para néo se deixar enganor por algum adversdrio de condicdo inferior, que normatmen- te finge possuir energias que realmente nfio tem, cam 0 intuito de minar 0 bom corredor, para que o companheiro cdo mesma equipe passa tirar proveito da situagéo e vencer 2 prova. Assim senda, © corredor experiente saber man- ter regularmente as suas passadas, sem deixor-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo 0 estado de suas con- diodes pessouis, 0 corredor soberd se é capaz de um sprint nos 200 metros finais, que é a dist@ncia ideal para quebrar a resisténcia de um adversdrio pouco experiente. 0 corredor que possui resisténcia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua conveniéncia, impondo 0s seus proprios meias de acdo. Finalmente, oo wltrapussar bel ih a um adversério, deve-se fazé-lo decidida e folaadamente, procuranda sempre impressioné-lo com sua acda enérgica. Também deve-se procurar manter sempre uma boa des- contraso muscular durante o desenvalvimenta da corrido, nunca levar a cabeca para trds e encurtar as passades para finafzar a provo. Disponivel em: chp: fteino-de-corrida ftefcombr> 4 Unesp 2015 Observando as seguintes passagens do tex- to apresentado, marque a alternativa em que as dues pala- ‘wras em negrito so utilizadas como advérbios. A. “no correr o risco de ser surpreendide” B “finge possuir energias que realmente nao tem’, C “deve-se fazé-lo decidida c folgadamente’. 1D. “nunea levar a cabeca para tris” E “forte no restante da prova, sempre procurande dosar* > Texto para a questo 5 Pietro Brun, meu tetravé paterno, emborcou em um na~ Vio no final do século 19, como tantos italianos pobres, em busca de uma utopia que atendia pelo nome de América, Pietro queria terra, sim. Mas 0 gue o movig era um territé- 5 io de outra ordem. Ele queria salvar sev nome, encarnado 1a figura de meu bisavd, Anténio, Pietro fora obrigado 9 servir 0 exércita coma soldado por anos demas (..). Havia chegado a hora de Anténia se alistar, € 0 pai decidiu que no perderia seu filha, Fugiu com ele e com a filha Luigia 10 para 0 sul do Brasil. Coma desertova, meu bisavé Anténio {el levado em um bate até o navio que jd se afastava do porto de Genova. Embarcou como clandestino. ‘Ao desembarcar no Brasil, em 10 de fevereiro de 1883, Pietro dectarou 0 nome completo. 15 0 funciondrio do Império, como aconteceu tantas tuntas vezes, registrou-o conforme ouviu. Tornando-0, no mundo novo, Brum = com “m” Meu pai, Argemiro, filo de José, neto de Antonio e bisneto de Pietro, tomou para si a ‘missdo de resgotar essa histdria e documenté-la 20 Noiinicia dos anos 1990 cogitamos reivindicar a cidada- ria Italiana. Possulmes todos as documentos, organizados uma paste. Mas entre nds existe essa aiferenca na letra Antes de ingressar cam a dacumentaso, seria precisa cor- rigir @ erra do burocrata do gaverna imperial que substituiu or um “m”. Um segundo ele deve ter demorado ‘para nos transformar, e com certeza morreu sem saber. E, se soubesse, ndio teria se importado, porque era apenas 0 nome de mais um imigrante a bater nas costas do Brasit despertencido de tude, 20 Cabia a mim levar essa empreitada adiante, Hé uma autonomia na forma come damos carne co nosso nome com a vida gue construimos endo com a que 19 asm “n” PORTUGUES | TETRA! herdamos. (..) Eu escolho a meméria. A desmemeéria os- sombra porque no a nameames, respira em nossos porBes 35 como monstros sem palavras. A memério, no. E uma es- calha do que esquecer e do que fembrar~ e uma oportu- nidade de ressignificar 0 passada para ganhar um futuro Pela meméria nos colocamos no sé em movimento, mas nos fornamos 0 préprio movimento. Gesto humano, para 40 sempre incompleto. ‘Ao fugir para o Bros, metade dos Brun ganhou uma perna a mais. O “n” virou “im” Mos essa perna a mais era um membro fantasma, um gonho que revelava uma perda, ( 45 Quando Pietro Brun atravessou o mar deixando mortos e vivas na margem que se distancia, ele néa poderia ser ‘9 mesmo aa alcancar 0 outro lado. Ele tinha de ser outro, assim como nés, que resultamos dessa aventura desespe- rado. Era imperotivo que ele fosse Pietro Brum — e depois so até Pedro Brum. lane Brum, Meus desacontcimentos: a hisiia da minha vida com as lavas So Paulo: Leva, 2014 5 UERJ 2017 Como desertava, meu bisavé Antinio foi le- vado em um bote até o navio que ja se afastava do porto de Genova, O trecho sublinhado estabelece com o restante da frase 0 sentido de: A. causa B concluséo. CC concessio. D._conformidade, >» Para responder & questio 6, leia as opiniBes em relacao a0 projeto de adaptagao que visa faclitar obras de Macha- do de Assis Texto ‘sso € um assassinato e eu endosso, A autora [do odap- tacéi quer que o Academia se manifeste. Para ela, vai ser a gléria. Mas varias académicas se manifestaram. Eu me manifestei. Hd temas em que a instituicéio ndo pode se ba- ratear Essa mulher quer que nés tenhamos essa discussio como se ela estivesse propondo a ressurreigiio eterna de Machado de Assis, como se ele dependesse dela. Confio na vigitncia da sociedade. Vamos para a rua protestar. Nid Pifon. Osponiel am: chttp/entretenimenta ol eom br 20 PORTUGUES | TETRA! Texto2 No defenderia, jamais, que Secca [autora da adapto- 80] fosse impedida de realizar seu projete, mas no me parece quea proposta devesse merecer apoio da Ministéria do Cultura e ser realizada com 0 ajuda de lets que, afinal, transferem impostos para a cuftura. Trata-se, na methor das hipoteses, de ingenuidade; na pior, de excesso de “sa- gacidade” No serd a adulteragdo de obras, para torné-las supostamente mais legiveis por ignorantes, que ird resolver co problema do acesso a textes literdrios histéricos ~ mesmo porque, adulterados, jd terdo deixado de sero que eram. [Marcos Augusto Gonglves. Disponivel em: cwwuafolha.olcombr> 6 Unifesp 2015 Examine os enunciados: + "Vamos para a rua protestac" (Texto 1) + "Nao serd a adulteragdo de obras, para torné-as su- postamente mais legiveis por ignorantes” (Texto 2) © termo “para’, em destaque nos enunciados, expressa, respectivamente, sentido de A conformidade e finalidade. movimento e finalidade, movimento e comparagio. modo e conformidade. tempo e comparacao. moos 4, GUIADE ESTUDO Portugués | Livro 1 | Frente 1 | Capitulo 1 Leia as paginas de 20a 25e de 31 a 38 Il. Faga os exercicios 11 ¢ 14 da segdio “Revisando'” IIL Faga 0s exercicios propostos 26, 28, 32, 33, 35, 38 41. ESTRUTURA E FORMAGAO DE PALAVRAS Trata-se da segunda parte da morfologia, studo dos mor- femas elementos que consttuem o vocabulo =e de um dos processos de formacaio de palavras—a derivaco (prefial, su- fale parassintética. Pare os exames modernes, o destaque é pare o emprego dos neologismos (palaurasinventadss), sua formagio e funcio- nalidade parac texto. (Sua presenca é marcante no Moderis- mo brasileiro = Morfemas ‘Aém das desinéncias, do radical, da vogal terntica, te- ‘mos como morfemas 0s afixos (prefixo & sufixa); so eles que possibltam a formacdo de novas palavras (morfemas deri \acionzis). Os afixas que se antepdiem ao racial chamamn-se prefizos; os que se pospdem denominam-se sufixos; 0s afvos possuem uma significagdo maior que as desinéncias Jé 2 vogal de ligago & a consoante de ligacdo sé0 morfemas insignifica- tivos, server apenas para evitar dissondncias (hiatos, encon- ‘ros cansonantais), sequéncias sonorasindesejéueis Veja oe) Ste 2 2 aw cme Jt, 21 Radial Vogal Desininca — Radcal tomate ‘onsonnte te igagao Quando um grupo de palavras possui o mesmo radical, diz-se que grupo é formado de palavras cognatas (pedra/ pedreiro/pedteira); quando as palsuras irmanam-se pelo sentido, temos a série sinonimica, 2 familia ideoldgica casa, moradia, lar, manso, habitagio ct ny [A sas EXERCICIOS DE SALA » Texto para a questo 1. ‘Vocé conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Uma organizagéo ndo governamental holandesa esta proponde um desofio que muites poderdo considerar im- Radical ( radical é a base significativa da palavra; raizé o morte ima origindrio que contém ondcleo significative comum @uma ‘emis inguistica. Prefix Os prefixos de nossa lingua sto de origem latina ou grega, ‘Alguns apresentam alteraciio em cantata com 0 radical. As- sim, o prefixo an, indicadar de privacio, transforma-se em a iante de consoante, Ex: amoral, anaerdbico Os prefixos possuern mais independéncia que 0s sulixos, pois se originam, em geral, de advérbios ou preposigdes, que tém ou tiveram vida indeprendente. Sufixo Os sufixos podem ser nominais, verbais ou adverkais, Formam, respectivamente, nomes (substantivos, adjetivos), vverbos e advérbios (a partir de adjetivos). Ex: anarquismo, rmalufar, apicamente. = Derivagao + Derivagao prefival:cria-se uma palavra derivada a partir de um prefix. Ex: disenteria, + Derivagao sufxal:cria-se uma palavra derivada a partir de um sufxo. Ex: doutorada + Derivagdo parassintétics:cria-se uma palawa derivada or meio do acréscimo simulténeo de um prefixo e um sufixe. Se retirarmos qualquer un dos afitos, néo tere mos palavra, Ex: adocar. + Derivagéo prefial esufixa: acréscimo no simultneo de prefio @ sufio. Retiande-se um des afios (ou 0s dois), ainda teremos palavra Gx: deslealdade Obs: Alguns in- guistasno consideram esse tipo de derivagio. possivel: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetiva émedir ograu de felicidade des usué- ‘ios longe da rede social projeto também & uma resposta avs experimentos psicoldgicos realizados pelo proprio Facebook. A diferenga PORTUGUES | TETRA! a neste caso é que o teste é completamente voluntério. troni- camente, para poder participar, o usuéria deve tracar a foto «do perfil no Facebook e postarum contador na rede social. 05 pesquisadores irdo avalior 0 grau de satisfacto e fe- licidade dos participantes no 33°dia, no 662 no titima dia do abstinéncia (5 responsiveis opontam que os usudrios do Facebook gastam em média 17 minutos por dia na rede social Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equivatente a mais de 28 horas, que poderiam ser utiizadas em “ativi- dodes emecianalmente mais realizadoras” Disponivel em: herpv/edigofonte uoLeom Br: [Aap Considere os enunciados a seguir para responder & questio 6 + “L.] ficar 99 dias sem dar nem uma ‘elhadinha’ no Facebook.” (12 parégrafo) ‘+ “L..] que poderiam ser utilizadas em ‘atividades emo- Gonalmente mais realizadoras’.” (4° pardgrafo) 1 Unifesp 2015 Analisando-se o emprego e a estrutura das palavras olhadinha e emoconatmente, & correto afir- mar que 05 sufixos nelas presentes indicam, respective mente, sentido de A modo e consequéncia rmorosidade e intensidade intensidade e causa afeto.e tempo. rapide e modo. moo 2 UPF 2012 Leia o texto a seguic Reforma na corrup¢io 1 Goma previsto, sé arrefece o mais recente debate sobre 2 corrupedo. Anda se discute, sem muito entusiasmo, 9 ab- 3 solvigo de ume deputoda que foi flmada recebendo um 4 dinheirinho suspeito, mas isso aconteceu antes de ela ser ss deputada, de moneira que néo vale. Além da forte tendén- 6 ca de as parlamentares néo puniremas seus pares, hovia 0 7 risco do precedente. Néo samente 9 vato ¢ indecentemen- 4 te secreto nesses casos, coma o precedente paderia expar 9 0s pescocos de vérios outros deputados. O que 0 deputado 10 faz enquanto ndo é deputado ndo tem importdncia, mesmo 11 que ele seja tesoureiro dos ladirdes de Ali Babi. 12 Aliés, me antecipondo um pouco ao que pretendo pro- 13 por, me veio logo uma ideia pratica para acertar de vez esse 14 negécio de deputado cometendo crimes durante 0 exercicio 15 do mandato, As vezes = e lembro que errar # humano = 0 22 PORTUGUES | TETRA! 15 sujeito comete esses enmezinhos dlstraido. Exquece, em per- 17 rita hoa fé, que exerce um mendato porlamentore oj perpe- 1 traq folcatrua. Flea muito chato para_ele, se ele fr fiagreda, 19 eseusates padem sempre vir 8 tana, expostas pela imprensa 20 impatritica. Ndo¢ justo submetero depurtado a essatenséo 21 permanente, efinal de contas, ele & gente como nds. 22 Minha ideia, como, modéstio & porte, costumam ser 23 a5 grandes ideias, é muito simples: os deputados usariam 24 uniforme. Nao doria muito trabalho contratar (com dispen- 25 sa de licitagdo, dada 9 urgéncia do projeto), um estudio de 25 olte-cestura francés ou italiono, ov ambos, para desenhar 27 esse uniforme. Imagino que seriam mais de um: o de tra- 28 balho, usado 56 excencionalmente, 0 de gola, 0 de vsitar 29 eleitores e assim por diante Enquantaestiver de uniforee, 30 a deputado é respansabilzad plas seus ats iia ou in- 31 decorosos. Mas, se estiver ¢ paisana, ndo se encontra no 2 exercitio do mandate e, pertante, pode fozer © que quiser 330) 8 ‘Mas isso é um mero detalhe, uma pprovidéncia que melhor 3s sera ovaiada no conjunto de uma veforma séria, ve Fvasse 3 em conta nossascarocterstzascuturasenossas traces.) 37 que cola mesmo aqui sBo 0s ensinamentos de lideres 38 como o expresidente (gozedo, 0 “ex” engonchou aqui no 439 teclado, quase ndo sai), que, em varias ocusides, torceu 0 40 noriz para denuncias de corrupedo e disse que aqui era as- 41 sim mesmo, sempre tinha sido feito assim e nao ia mudar 22.0 troco de nada. & assumia posturas coerentes com esse 43 ponta de vista. [.] 48 Centude, quanda se descabre mais um coso de carrup- 45 0, a vido republicane fica bagungeda, os coises no an- 45. dam, perde-se trabalho em investigacBes, gosta-se tempo 47 prendendb e soltando gente e a imprensa, que sé serve para 48 atropathar, fica cobrando explicacBes, embora jd saibamos 49 que expficagbes serdo: primeira desmentidos e em sequido 50 promessas de pronta ecobal nvestigagio, com aconsequen= Si te puni¢do dos culpados. Ndo acontece noda e perdura essa 52 situasda mondtone, que ds vezes poralisa 0 pis 53 Arealdade se eube diante de nds no a vemos. Em sit lugar de querer suprimir nessas préticas seculores, que 55 hoje tanto presperam, por que nfo apraveité-las em nosso 58 favor? [..] © brasileiro preceupado com 0 assunto jé pode 57 sanhar com uma corrupcto maderna, dindmica © geradora 58 de empregos renda. Ena pensem que esquec as famo- 39 sas classes menos favorecidas, como se dizia antigamente. 80 Ominimo que antevejo é 0 programa Fraude Facil, em que 81 qualquer um poderd habilitar-se ao exercicia da boa cor- 82 rupcdio, em seu compo de aco favorita. Acho que dé certo, 83 € 56 testar E ficar de oho, para ndo deixar que algum cor- 64 upto passe a méo no fundo todo, assim também néo vale. tno Ubalio Ribera. On de so Pon Disponivel em: eww estadao com br /aticias/Impresso reformarna- ‘corrupeao,768238,0 Mtm>, Aces em: 4 set, 2011 Na linha 17, © autor fala em crimezinhos, repetindo uma estratégia jé usada na linha 4, quando se refere a dinheiri- nnho. No contexto em que aparecem, as duas ocorréncias de diminutivo: A. representam uma minimizacio do destaque que a mi: ia tem dado aos epis6dios de corrupeao. Bindicam a versio daquele que ¢ flagrado em stuagSes comprometedoras, tentando Fvrar-se do peso da infrago. C_marcam a ironia em relaco 20s corruptos, que exploram a boe-fé do eleitor com vistas sua promogao pessoal D__ceixam implicita a informacéo de que no se deve con- fiar nos dados apresentados pelos envolvidos em es- Andalos financeiros. E denatam a avaliaco do autor acerca da importinca dos crimes perpetrados contra os cofres piiblicos. 3 Unicamp 2015 Os texts a seguir foram retirads da co- luna “Caras e bocas", do Caderno Alias, do jornal O Estado de So Paulo: ‘A ntengio & salvar 0 Brasil” ‘Ana Paula Logulho, professora e entusiasta da segunda “Marcha do Familia com Deus pela Liberdade” que pede uma intervene militar no pois e pretendeu reeditar, no sé~ bodo, a passeata de 19 de marco de 1964, na capital paulis- ta, contra 0 govern do Presidente Joo Goulart. ‘Seré um evento esculhambativo em homenagem 09 outro de Sao Paulo.” José Caldas, organizador da "Marcha com Deus @ o Diabo ra Terra do So!’, convocada pelo Facebook para 0 mesmo dia, no Rio de Janeiro, |0£stado de S20 Poulo,23 mat 2084, Cademo Als, EA Nests presentes no orginal) a) Descreva 0 proceso de formagio de palavras ervolvido em esculhambativo, apontende o tipo de transformaco ocorrida no vocabulo. bel ih i b)_Discorra sobre a diferenca entre as expressdes “evento esculhambado” e “evento esculhambative’ conside- rando as relagbes de sentido existentes entre os dois textos anteriores, » Para responder 8 questo 4, lela a opiniio em relagao 20, projeto de adaptagao que visa facilitar obras de Machado de Assis, E methor que o sujeito comece o ler através de uma adaptagio bem felta de um clissico do que seja obrigado @ ler urn texto Hlegivel e incompreensivet segundo a lingua- gem e os parémetros culturais otuats. Depots que fev 0 odeptagao, efe pode pegar o gasto, entrar no pracesso de leitura e eventualmente se interessar por ler 0 Machadao 1 original. Agora, dar uma machadada em um moleque que tem P53, Xbox, 1000 canals a cobo e toda a internet & disposicdo é simplesmente burrice. Ronaldo Bressane, Diszenfvl em: 4 Unitesp 2015 Examine a passagem do texto “eeventualmente se interessar por ler o Machado no ori- ginal, Agora, dar uma machadada em um moleque”. 0s dois termos em destaque, derivados por sufiagio, re- portam a Machado de Assis Tal recurso atributaos svbstan- vos, respecivamente, sentido de A tamanho e humo humor e reverénca, Bejoeintimidade, ironiae simpatia simpatia ronia mooe » Texto paraa questo 5 Hid alguns meses fuiconvidado a visitor MuseudaCien- cia de La Corufto, na Galicia. Ao final da visita, o curador* anunciou que tinha uma surpresa para iim e me conduziu 20 planetario®. Um planetario sempre éum lugar sugestivo, 5 porque, quando se apagam as luzes, temos a impressiio de estar num deserto sob um céu estrelado. Mas naquela noite algo especial me aguerdeva, PORTUGUES | TETRA! 2 De repente a sola ficou inteiramente as escuros, @ ouvi um lindo acalanto de Manuel de Falla. Lentamente (embo- 10 ra um pouco mais depressa da que na realidade, jé que a apresentacio durou ao toda quinze minutos) 0 céu sobre minha cabeca se pds a radar. Eraocéu que aparecera sobre minha cidade natal - Alessandria, na ftétio ~ na noite de 5 ora 6 de janeiro de 1932, quando nasci. Quase hiper-reo- 15 listicamente vivenciei o primeira noite de minha vida. Vivenciei-0 pela primeira vez, pois ndo tina visto essa primeira noite. Provavelmente nem minha mie a viu, exaus- ta como estava depois de me dar luz; mos talvez meu pal atenha visto, 00 sair parao terraco, um pouco agitado com 20 0 fato maravilhoso (pelo menos para ele) que testemunha- rae ajudara a produzie Oplanetério usava um artificio mecénica que se pode encantrar em muitos lugares. Qutras pessoas talvez te- nham passado por uma experiéncia semelhante. Mas va- 25 ces hdo de me perdoar se durante aqueles quinze minutos tive a impressio de ser o Unico homem desde 0 intcio dos tempos que havia tido o privilégio de se encontrar com seu préprio comeco. Eu esiovo tdo feliz que tive a sensoco —quase 0 desejo ~ de que podia, deveria morrer naquele 30 exato momento & que qualquer outro momento teria sido inadequado. Teria morrido alegremente, pois vivera a mais bela historia que li em toda a minha vida. Tolvez eu tivesse encontrado a histéria que todos nés procuramos nas paginas das livros e nas telas dos cinemas: 35 uma histdria na qual as estrelas e eu éramos as protago- nistas. Era ficgio porque a histéria fora reinventada pelo curador; era Histéria porque recontava o que acontecera no cosmos num momento do passado; era vida real porque eu era reo! endo uma personagem de romance. Umberto Eco. Seis passeios poles bosques do ficeto. Milder Feist (Mrad,}, So Paulo: Companhia das Letras, 1994 [Adape ). “ curader = responsével pela muse * planetario = local onde & possivel repradusir o movimento dos asres. 5 Verj 2017 Quase hiper-realisticamente vivenciei a pri- meira noite de minha vid. Na palavra destacada, 0 acréscimo do prefixo hiper indica ideta de: A ampliacdo. B hierarquia CC proparcio. D__simultaneidade. 6 Unicamp 2012 Os verbetes apresentados em (Il] a se- guir trazem significados possiveis para algumas palavras que ocorrem no texto intitulado Bicho gramatico, apresen- tado em (I. 24 PORTUGUES | TETRA! ' Bicho gramético Vicente Matheus (1908-1997) foi um dos persanagens mois controversos do futebol brasileira. Esteve frente do paulisia Corinthions em virias ocasides entre 1959 e 1990. Voluntarioso e falastrd, 0 uso que fozia da lingua portugue- ‘2 nem sempre era aquele reconhecido pelos fivros. Uma vez, querendo dear bem cloro que 0 craque do Timo ndo seria vendlido ou emprestado para outro clibe, ofrmoy que “» Sécrates & invendivel e imarestével” Em autro momento, exaltando 0 versotitdade dos atletas,criou uma pérota de lin- ulstiea eda Zoologia: “logador tem que ser completo como 0 poto, queé um bicho cqusticae gramética” Aeusta de itr desibteco Nocona jul 2013, €. [adap " Invendével: que nao se pode vender ou que ndo se ven- de com facilidade. Imprestével: que ndo tem serventia; init Aquéttico: que vive na dgua ou é sua superficie, Gramético: que ou 0 que apresenta melhor rendimento as corridas em piste de groma (diz-se de cavalo). HOUNISS indi Eeténico Houais a Lingua Portuguese. Disponvel em: cawem houaisscombra, a) Descreva o processo de formacao das palavras invend- vele imprestdvete justifique a afirmacio segundo a qual (uso que Vicente Matheus fazia da lingua portuguesa “nem sempre era aquele reconhecido pelos livros” b) Boplique por que o texto destaca que Vicente Matheus “criou uma pérola da linguistica e da zoologia", \4> GUIADE EsTUDO Portugués | Livro 1 | Frente 1 | Capitulo 2 LL Leia aspiginas de 66a 71 exceto derivagéo regresivae impropria). IL. aca os execs de 1.3 da segdo "Revsando’. I Fagaosexercicos propostos 1, de 7 29, 15,2925. DERIVAGAO E compPosi¢Ao Sequéncia ao estudo da derivagao e introducdo a com- posicéo. Decompor as palavras © observar o sentido dos morfemas (radiceis, prefixes ¢ sufixes, principalmente) elu- cida o significado da palavra, Vale lembrar que os morfemas sao polissémicos, isto &, podem veriar de sentido conforme a palavrae o texto = Derivagao + Derivacio regressiva: Cris cubstantivos deverbais, isto 6, provindos de verbos; por iss0, so substantivos que enotam aga. Se 0 substantivo indicar ago e se, em relagio ao verbo, possuir um menor nimero de fo- rnemas, 0 primitivo sera o verbo e 0 derivado, o subs- tantivo (a derivagao ocorre por meio da supressao de fonemas}. Ex: O ciscurso de paz evitou o ataque. Derivacéo imprépria: Ha duas possibilidades. CO substantive comum vira prépria (vice-versa): Rapaz, como joga, é um pelé! 2. Mudanca de dlasse gramatical: + de adjetivo para substantive: © velho lia muito, por isso era jover, + de substantivo para adjetivo: Roberto é burro? + de verbo para substantivo: O cantar das almas, * de verbo e advérbio para conjungao: Seja homem, seja mulher.. + de adjetivo para advérbio: Fala bonito 0 cabral + de participio para preposi¢ao: Salvo Jo30, todos '¢ de participio para substantive e adjetvo: 4 mao, ferida agonizava = Composic¢ao Palavras compostas séo aquelas que apresentam mais de um radical, no minimo dois; os radicais primitives per- dem a significagzo propria em beneficio de um nico sig- nifcade. + Justaposig&o: os dois termos (radicais) conservam a sua individualidade, nfo hé slteracSo fonética. Ex: gl resol + Aglutinagéo: na composicio, ha perda de fonemas Ex: aguardente, boquiaberto. ™ Outros processos + Onomatopeta:trata-se da imitacio de vores de seres, sons e ruidos da natureza, Com base nas onomatopeias, formam-se novas palavras. x: miaul; tique-taque!! + Abreviago vocabular: trata-se da redugao de fone- mas, a palavra se presenta de forma reduzida © n30 plena. Ex: auto (eutordvel). + Hibridismo: trate-se de palavras, cujos morfemas s0 de linguas diferentes (sambédromo: portugués/erego}. PORTUGUES | TETRA! 25, 1 Lela os textos a seguic Texto! Pedro pedreiro penseiro esperando o trem. Chico Buargue. "Pedro Pedreie’. In Chico Buargue de Hallorda. (© 1965 by Editora Musca Bradlora Moderna Lida, Administrada por Fermata do ras Texto ll ‘Mesma se ndo sair da papel, trem-bala custard RS 1 bi até 2014. Geraldo deca, OGlobo, 14 aga.2013 No texto ll, nota-se uma palavra formada por com- posigdo que emprega radical presente no texto Na ‘composi¢ao observada no texto Ml, o segundo radical restringe semanticamente o primeiro. Il. Aoutilizar 0 termo penseiro, em vez de pensador, Chi- (0 Buarque cria um neologismo cujo significado reme- teria ao pensar do pedreiro, IIL Os vocabulos pedreiro e penseiro sao cognatos e for- mados por um mesmo processo de composi¢aa. Ade- mais, rimam entre si Estilo corretas: ‘A. apenas | € B apenasiL =D apenasill —-Etodas. apenas le IL 2 Leia 0 excerto a seguir. Nés, os temulentos Entendem os fildsofos que nosso conflito essencial © drama, taves Unica, seia mesmo © estarniomunda ice, chert nde perquria tanta, eva de interoretor os 3 Tes de simboos que cesta nessa otra via de aqui lo, td pouco pretendendo ele proprio representar de simbolo; rmenas ai, sexi sob farsa De obra oii ecorriqueira problema quotidian © qual tetovs, sempre que poste converter eminealiiode. Isto, opi ror eondor, de hara bar Gurardestoss. amet: Trcekes estos 208 logan: oan nt Oyo 8 a) Qual é o significado contextual de aquém-tdmulo? 25 PORTUGUES | TETRA! b) Que processo formador de palavras temas no neolo- gismo aquém-tdmulo? 3 Uer} 2012 (adapt) Leia o toto a seguir Competigéio e individualismo excessivos ‘ameagam satide dos trabalhadores Ideologia do individualism Onove cendrio mundial do trabatho opresenta facetas como a da competieiio globatizada ea da ideotagia do indl- vidualisma. A afirmagio foi feito pelo professor da Univer- sidade de Brasilia (Un8) Mario César Ferreira, ao participar do semindrio Trabalho em Debate: Crise e Oportunidades, Segundo ele, pela primeira vez, hd uma ligagdo direta entre trabalho e indices de suicidio, sobretudo na Franco, ‘em fungo das mudansos facadas na ideia de exceléncia. Fim da especializagio “8 configuragio do mundo do trabatho é cada vee mais voldti” disse 0 professor Ele destacou ainda a crescente ex- panstio do terceiro setor, do trabalho em damiciio e do tra- batho feminino, bem como a exclusdo de perfis como 0 de trabalhadores jovens e dasfortement#especializados. “Asor~ ganizagdes preferem perfis polivolentes © multijuncionais.” Desta forma, a escolariza¢do clissica do trabolhador am- plig-se para @ qualificagde continua, enquante o ultraespe- Gializacdo evolui para a multiespecializacdo. Dicponvel em: Adapt) Dentre as palavras usadas no texto para descrever a novo regime de trabalho, uma delas implica uma cantradigio nos préprios termos, ou seja, uma palavra cuja composi¢o contém elementos que se optem, A palavra formada por elementos que sugerem sentidos opostos é A. qualificacao 8B escolarizagio. C _ultraespecializagao. D_ muliespecializacio. 4 Enem 2010 Carnavalia Repique tocou Osurdo escutou Eo meu corasomborim Cuca gemeu, serd que era meu, quando eta passow por mim? bl A Antunes: € Bown: M. Monte. Thbalstas 2002 [Fragmento} No terceiro verso, 0 vocabulo corasamborim, que é a jun- fo corago + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo ‘tempo, aelementas que campdem uma escola de samba e a situagiic emocional em que se encontrao autor da men- sagem, com 0 caras0 na ritmo da percussSo. Essa palavra correspande a um(a} A estrangeirismo, uso de elementos fingulsticos origi- rnados em outras linguas e representatives de outras cultures. B_ neologismo, criagio de novos itens linguisticos, pelos mecanismos que o sistema da lingua disponibiliza CC piria, que compe uma linguagem originada em deter- ‘minado grupo social que pode vir ase disseminar em, uma comunidade mais ample, D__regionalismo, por ser palavra caracteristica de determi- nada area geogréfica E termo técnico, dado que designa elemento de area es- pecifica de atividade. 5 Enem 2015 TEXTO! Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtive. Foi 0 que ocorreu com a palavra sambdromo, criativamente formada com a terminagao -(é}drame (= cor- rida), que figura em hipédrama, autddromo, cartédromo, {formas que designam itens culturois da alta burguesia. No demoraram a circular, a partir de entéo, formas populares como rangédromo, beijédramo, camelddrame, ‘AZEREDO, |. C, Gramtica Howois da Ingua portugues. So Paulo: Publ, 2008. TEXTO II Existe coisa mais descabida do que chamar de sambédro- mo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em ‘grego,-dromo quer dizer “ago de correr, lugar de corrida”, dai as palavras autodromo e hipédrome. € certo que, as bl ih i vveres, durante o desfile, a escola se atrasa ¢ é obrigada a correr para no perder pontas, mas nao se desloca com a vvelocidade de um cavalo ou de um carro de Férmula 1. GULLAR, & Dipenkel em: cw foa. volcom br, Acessoem: 3 ag. 2012. Ha nas linguas mecanismos geradores de palavras. Embora Texto ll apresente um julgamento de valor sobre a forma- 0 da palavra sambddromo, o proceso de formagio dessa palavra reflete Ao dinamismo da lingua na criagéo de novas palavras. B uma nova realidade limitando 0 aparecimento de no- vas palavres. Ca apropriagio inadequada de mecanismos de criago de palauras por leigos. Do reconhecimento da impropriedade seméntica dos neolagismos E _arestriggo na producio de novas palavras com 0 radi- cal grego. 6 Leia o textoa seguir Um mero numero zero um 28 & esquerdo Pateta patético lesma lerda Autémato pato panace jacu BARRETO, Vicente; RENNO, Carlos. “Esteticar Tom 26 1: Com defeito de fabeicogao. [si Luaka Bep, 1998. Faia 6. Na expresso “um Zé”, ocorre a transformacso do substan- ‘vo préprio em comum; o substantiva prépria “Zé” é pasto como comum, indicando uma espécie de ser No mercado de consumo, quando © nome de um produto passa a fun- ionar como substantive comum na fala corrente é porque ‘@ mercadoria possul forte penetragaio no mercado; & o.caso de marcas como "Bomb", “Danone”, *Nescau'", entre ou- tras. A expresso “um 26" é um caso de. A derivacio sufixal derivacdo prefiral derivacdo imprépria derivacio regressiva, composi¢ao por justaposi mooe 4 GUIADE ESTUDO v Portugués | Livro 1 | Frente 1 | Capftulo 2 L Leia as paginas de 71 2 73. IL Faca os exereicios de 7 29 da seco “Revisandr” ML Faas exerciios propostos de 303 38 PORTUGUES | TETRA! a Frente 2 Aula Estudo da sintaxe, mento do sujeito © do predicado © sua disposigdo na oragdo (ordem direta e indireta) O estudo da sintaxe Primeiramente, 0 reconheci- importante ngo sé para 0 uso da norme-padrio (con- cordancia, regéncia, sintaxe dos pronomes, por exemplo) como também para a interpretacio de texto (poemas em ordem indireta, paralelismo sintético et) = Sujeito e predicado A posposicio do sujeito + Em oragies infnitivas (introduzidas por verbo no ini- ritivo), com verbos intranstivos (que ndo precisam de complemento) ou passivos (que sofrem a¢30). Deine nascer as flores amarelas. Faltam argumentos, doutor Epreciso que se expulsem os pensamentos negatives. ay f a 24> EXERCICIOS DE SALA 1 ursc 2011 (adapt. A poesia pode ser encontrada nas formas ¢ lugares mals inusitadas, como nesta inscrigio em um para-choque de camino CO texto como aparece acima (todo em maitisculas e sem si- nais de pontuacio), apresentado a diferentes leitores, teve as seguintes interpretacdes: Um dia ojnterlocutor (a quem o texto ¢ dirigido) estara marto e enterrado, e de nada valerd seu orgulho, que seré coberto pela terra Il. Oorgutho do interlocutor é tao grande que cobre o pla- eta Terra, 28 PORTUGUES | TETRA! SUJEITO E PREDICADO + Quanulo algum elemento da oracio, que nBo o sujeito, corre na primeira posicac. 2) Interrogatives com pronome: Que faz © pobre leproso? bb) TopicalizacSes (com © objeto, complemento do verbo, ou predicativo} Apropina querer os maus politens, bres alucinados €]__ Com pronomes relatives (que, onde, acre, 0 qual} Sabe o vilarejo onde mora @ poeta? 4) Com verbos retlexivos (carregam 0 pronome consigo) de sentido passivo Assim se crigia meu pat a todos, €) Com verbos no participio: Terminadas as oferendas,facamos o improvével. 4) Em oragées intercaladas (no meio de outra} scones, ize os magos desu, sio passageirosdo terra: Considerando essas duas possi correta afirmar que: 01 a presenca de sinais de pontuacio e a diferenciag3o entre maitisculas e mindsculas contribuiriam para tor- ‘nar o texto mais polissémico, abrindo possibilidades para mais interpretacbes. 02 ainterpretacao | é descabida, porque o verbo esta con- jugado no presente do indicativo, ento ngo pode refe- rirse a um evento futuro, 04 a interpretacao | implica uma metonimia: a terra cobrir ‘corgulho significa cobrir a pessoa orgulhosa 08 ainterpretacio i implica uma hipérbole: 0 orgulho de alguém 6 tio grande a panto de cobrir a Terra, 16 para que ocorra a interpretagao |, é necessério que 0 termo “a terra” seja tomada como objeto direto do verbo © que 0 termo “o teu orgulho” seja entendido como sujeito jades de interpreta, ¢ Soma’ ‘Metonimia: figura de linguagem que consste em representar una Imagem ou dela através de uma parte. Ex: cabeca de gado (otermo cabega referee a0 an mal inter) Hipériole: Fgura de nguagem que consiste em ener uma imagem ou Idela ragerada Ex: morrer de ic > A questio 2 esté baseada em um poema de Luiz Gama (1830-1882), poeta, joralistae lider abclicionsts brasilei- 19, nascc livre e-vendide coma eseravo pelo préprio pai No comitério de S. Benedito Em kigubre recinto escuro e ito, Onde reina 0 siléncio a0s mortos dado, Entre quatro poredes descorados, Que o caprichoso lux0 néo adorna, 5 oz da terra coberto humano corpo, que escravo sucumbiu, livre nascendo! as hérridas cadeias desprendido, Que 36 forjam sacritegas tiranos, Dormea sona feliz da eternidade. 10 No cercam a morada lutuase Os salqueiros, os fimebres ciprestes, Nem the guarda os umbrots da sepultura Pesada laje de espartano marmore, Sormente levantado em quadro negro 15 pitafio se 16, que impée siéncio! = Descansam n’este lar caliginoso* Omisero cativo, 0 desgracadol. ‘Aqui no ver rasteira 0 vil isonja Os feitas decantar da tirania, 20. Nem ofuscando a luz da sé verdade Eleva a crime, perpetua a infémmia. ‘Aqui nfo se ergue altar ou trono douro Ao torpe mercador de carne humana, ‘Aqui-se curva o filho respeitoso 25. Ante a fousa materna, eo pranto em fio Gaithe dos olhos revelondo mudo Ahistéria do pasado, Aqui nas sombros Da funda escuriddo do horror eterno, os bracos de uma cruz pende 0 mistério, 30 Foz-se 0 cetro? bordéo®, andrajo a tinica, Mendigo o rei, o potentadot escravo! Primeirastrovas burlscase outros poemas, 2000. ‘caliginse: muito escuro, renebroso. *cettor bastso de comand uso pelos res ®pordio: aja grossa usa cor pio a0 cama “potenado:pessoe mutica podrosa bel ih i 2 Unesp 2015 Indique os termos que exercem a funco de sujeita nas oragées que constituem as versos 24 © 29 do poema de Luiz Gama e 0 que hd de comum nesses versos no que se refere & posicio que ocupam em relacio aos res- pectives predicados 3 0 excerta a seguir é de Chico Buarque, renomado com- posttor da misica popular; lela-a No britharia a estreta, oh bela. Chico Buarque; EduLobo “A bela ea fera™ In O grande cico misc. 1983, © ~MarclaEdigbos Musiais Ltda. a) Reescreva a passagem apresentada em ordem direta, b) D8 o motivo pelo qual o autor optou por essa estrutura PORTUGUES | TETRA! 20 » Fra 2» > Texto para a questio 4 Taranda da malagrad espera da tigre, alcancou 0 copanga um casa! de vethinhos, que sequiam diante dele ‘omesma caminho, e conversavam acerca de seus negécios particulares. Das poucas palauras que opanhara, percebeu J00 Fero que destinavam eles uns cinquenta mil-réts, tudo quanto posswiam, d compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirdo™, com que pretendiam abrir uma boa roca. = Mas chegaré, homem? perguntou a velha. = Hé de se espichar bem, mulher! Uma vor os interrompeu: Por este preco dou eu conta da roca! Ah! E nhé ldo! Conheciam os veihinhos 0 capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer 0 que prometia. Aceitaram sem mais hesitacéo; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o rocado. ‘Acompanhou-os Jo Fera; porém, mol seus alhos des- cobriram entre os utensilios a enxada, a qual ele esquecera um momento no aff! de ganhar @ soma precisa, que sem ‘mais deu costas ao par de vethinhos e foi-se deixando-os embasbacados. lovee Alea, Ti + mequirdo =mutirao (moblinagiocoletva pare aul mituo, de carder gratuito, 4. Fuvest 2015 Consdere os seguintes comentérios sobre diferentes elementos linguistcos presentes no texto Lem “alcangou 0 capanga um casal de vethinhos” {L. 12], ocontexto permite identificar qual 6 0 sujeito, mesmo este estando posposto. ILO verbo sublinnado no trecho “que segulam dante dele 0 mesmo caminho” (L_ 2-3) poderia estar no sin- ular sem prejuizo para a correcio gramatica. IL Notrecho “que destinavam eles uns cinquenta mitre (L. 5], pode-se apontar um uso informal do pronome pessoa eto "eles como na frase “Vocd tem veto eles por ait, Esta correto 0 que se afirma em A. | apenas Bi apenas. cil apenas. D tell, apenas E Lilet 20 PORTUGUES | TETRA! 4, GUIADE ESTUDO “Portugués | Livro | Frente 1 | capitulo 3 L Leia as paginas 87 ¢ 88. IL Face oexercicio 1 da se¢80 “Revisanda”. ML Faas exerciios propostos de 4 a 10 TIPOS DE SUJEITO Estudo dos tipos de sujelto, matéria importante para a concordancia e para 2 coesdo (ou seja, fundamental para a redacdo). Convém ressaltar ainda os efeitos de sentido pro- vocados pele enunciagdo ao se utilizar determinado tipo de sujeito jindeterminar 0 sujeito pare se criar expectativa em ‘torne das fatos, por exemplc) ™ Tipos de sujeito 0 sujeito pode ser determinada, indeterminado ou inexistente (oracdo sem sujeito). Determinado O sujeito & determinado quando pode ser identificado na frase por meio de seu(s) ndicleo(s) au por meio de uma elipse (quando se oculta 2 palavra, porque ela esté suben- tendida no contexto ou implicita na terminaga0 do verbo). Sujeito determinado simples Quando ha um s6 niicleo sintético, representado por um substantiva, proname cu numeral {no singular ou no plural). 03 alunos elegeram 05 representantes do grémio, Sujeito determinado composto Quando ha dois ou mais nideos sintaticos, represen- tados por substantivos, pronomes ou numerais (no singular ouno plural) = 0 professor e 0 diretor parabenizaram e trabalho dos alunes Sujeito determinado eliptico ou implicito na desinéncia verbal (aculto) Quando 0 sujeito for aculta por estar expresso anterlor- mente ou por estar implica na desinéncia verbal — Somos alienados? Os ricos ¢ 0 pobres os $80? —Hé muitos ricos e muitos pobres... ndo igualemos. Indeterminado ( sujeito indeterminado ocorre quando o verbo nao se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem pratica a a¢ao, ou ainda por nao haver interesse em conhecé-la. 0 sujeito indeterminado pode apresentar-se na terceira pessoa do plural ou na terceira pessoa do singular, com emprego do “se’, indice de indeterminagao do sujelto Com 0 verbo na terceira pessoa do singular © com 0 Indice de indeterminacio do sujeite (se) = Necessita-se de gua Com 0 verbo na terceira pessoa do plural, sem o indice de indeterminagao do sujeito (se) = Necessitam de agua. Inexistente (oracdo sem sujeito) Neste tipo de estrutura sintética, a exemplo do sujito eliptico e do sujeito indeterminado, hd apenas o predicado A ciferenga € que, a0 contririo dos dois primeiros, no ha quem faga a age. Os principais casos: 2) Verbos ou expressées que denotam fendmena da na~ tureza e indicagSo de tempo em geral ~ Faz calor, meu bem? Podemos sair? ~Chove, amor! b) Com os verbos haver & fazer no sentido de tempo de- corrido (impessoais), ~ Als, faz 10 minutes que chove Ha pouco no chevie, que chato! ©) Com 0 verbo haver no sentido de exstr, acontecer ovorrer (impessoal). ~ Amor, hd tantas outras coisas @ fazer Em linguagem coloquial ¢ em certos textos literdrios, & comum 0 emprego do verbo “ter” cam 0 sentido de existir, Para muitos gramaticos, todavia, o uso deve serevitada em linguagem culta. =Tem tanto museu bonito. PORTUGUES | TETRA! 31 ulas 11 e 12 Was i [+ ae EXERCICIOS DE SALA > Texto paraas questées 1,23 Luciono oproveitou o fato de os pais estarem dor- mindo pora dar uma volta com o carro. Luciano dev a volta, mas ao estactonar 0 carro na goragem, amassou 1 ateral. Horos depois. Luciano, vem aquil Fala, pai? = Que é isso no carro? - Oqué? = 0 qué? 0 carroll Esté amassado!!! Ih! A porta amassou, 6? 1. cue estratéga sinttica 0 garoto utlizou na utima frase do didlogo para nao se colocar como agente da batida? 2 Empregue outro tipo de sujeito com o qual a frase tam- bem teria o mesmo sentido. 3 ual é asujeto de virem “Luciano, vem aquil"? Se ret rdssemos a virgula, 0 sujeto seriao mesmo? 4 Leia o excerto a seguir, pertencente a Noel Rosa, Quando eu morrer,néo quero choro mem vela Quero ume fite omarela grovada com o nome dela Se existe alma, se hd outra encarnacio i queria que a mulata sapoteasse na meu caixtio Noel Rosa, “Fita amare Oisponivel em: Leia o excerto da cronica *Mineirinho" de Clarice Lispec- tor (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder 8 questio 2 E suponho queé em mim, como um dos representantes de nds, que devo procuror por que esti doendo @ morte de um facinora’. E por que é que mais me adianto contar os tre- 222 tiros que matoram Mineirinho? do que os seus crimes. Per- guntei a minha cazinheira 0 que pensava sobre o assunto. Vi ro seu rosto a pequena canvulsiia de um canflite, omal-estar de néo entender o que se sente, 0 de precisar trair sensacBes contraditérias por no saber coma harmonizé-las. Fatos ir- redutiveis, mas revolta irredutivel também, 0 violenta com- paixo da revolta. Sentir-se dividide no propria perplexidade diante de ndo poder esquecer que Mineirinho ero perigoso e id matara demais; e, no entanto, nés 0 queriamos vivo. A co- Zinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justi¢a que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexen- do na sug alma, respondeu fria: “O que eu sinto ndo serve para se dizer Quem ndo sabe que Mineirinto era criminoso? ‘Mas tenho certeza de que ele se salvou e jd entrou no céu” Respondi-the que “mais da que muita gente que no matou” Por qué? No entanta a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituiveis, é a de que nao matards. Ela é.a minha maior garantia: assim nome matam, porque eu néo quero ‘morrer, e assim néo me deixom mator, porque ter matado serd a escuridtio para mim. Esta 6 0 fei, Mas hd alguma coisa que, se me faz ouvir oprimeiro e 0 segundo tiro comum alivio de seguranca, no terceiro me deixa alerto, no quarto desossossegada, o quin- to @ 0 sexto me cobrem de vergonha, 0 sétimo e 0 citavo eu ougo com 0 coragéo batendo de horror; no nono e no déci~ mo minha boca esté trémula, no décimo primeiro digo em PORTUGUES | TETRA! 35, Pree a? ulas 13 e 14 P esponto 0 nome de Deus, no décimo segundo chamo meu Irmo. O décimo terceiro tira me assassin — porque ev sou o autre. Parque eu quero ser 0 outro. Essa justia que vela meu sano, eu a repudio, hurilhada por precisardela, Enquanto isso durmoe folsamente me salvo, INés, 0s sonsos essenciois. Para que minha casa funcione, extjo de mim coma primero dever que eu seja sonsa, que eu rio eer¢a.0 minha revolta eo meu amor, quardados Se eu ndio for sonsa, minlio casa estremece. Eu devo ter esquecido que em- bain da casa esti o terreno, o cho onde nova casa poderia ser erquida. Enquanta isso dormimos e falsamente nes salva- mos. Até que treze tras nos acordam, ¢ comhorrer digo tarde demais —vinte e oito onos depois que Mineirinho nascey—que 190 hamem acuado, que a esse niio nas matem. Parque sei que ele 6 0 meu erra. E de uma vide inteira, per Deus, oque se sal- va ds vezes é apenas 0 erro, eeu set que née nos salvaremos enquanto nosso erro no nos for preciosa Meu erra a meu spel, onde veioo que em siiéncio eu fiz de um homem. Mew erro. 60 modo como via vida se abrir na sua carne e me espan- tei, e via matéria de vido, placenta e songue, a famo viva. Em Mnetrinho se rebentouo meu modo de viver. Clarice Uspector Para nda esauecer, 1999 ¥acinera: dis de ou indviuo que executa um erime comenueldade cu perversidade acentuaci Mine tnho:apeldo pelo qual era conteedo eminose caroes Jose Mianda Ross. Acuado pelapolia,acabou cvado de balase seu corpe fol encontraso a margem da Estrada Graaiecarepagua, no a de aneta, 2. unitesp 2016 “até que treze tos nos acordam, ¢ com horror digo tarde demas ~ vinte e oto anos depois que Minerinho nasceu ~ que 20 homem acuado, que a esse ndo nos matem.” (4° pardgrafo) Os termos “a esse” e “nos" constituem, respectivamente, A chjetoindiretoc objeto direto. bjetoindretoe objeto indreto, cbieto cireto preposiconado e objeto iret chieto creto preposidonado e objeto indireto chieto creto © objeto indireto, moos 3 Unifesp 2015 Guando se quer chamar atencde para objeta direto que precedeo verbo, costuma-se repeti-lo. 80 que se chama abjeto direta pleondstico, em cuja constitui- so entra sempre um pranome pessoal dtano. Celso Cunha e Lindley Cina. Nove Gramétice do portugues ‘concempordineo, 2000. Verifica-se a ovorréncia de objeto direto pleondstico em: A "Por tudo isso, independentemente do belo discurso de defesa,o Jiri concedeu-me circunstindias atenuantes” B “Simplesmente, este momento culminante rares séo.as criaturas queo vive.” “As que © viveram ou so, como eu, os mortos-vivos, ou apenas os ~ desencantados” 36 = PORTUGUES | TETRA! D.“Atingido o sofrimento maximo, nada ja nos faz sofrec” E “Esses dez anos esvoaram-se-me como dez meses.” 4 Unitesp 2015 Anaise a capa de um folder de uma campanha de trnsito. Explicitando-se os complementos dos verbos em “Eu cuido, eu respeito.”, ob- tém-se, em conformidade com a no rma-padrio da lingua portuguesa A. Eu cuido dele, eu the respeita, on 8 Eulhe cuido e espeito o © Eucuidoe respeito-a D Eucuido dela, euarespeito Sete punt. E Fuacuido, eu respeito-the —— 5 Unicamp 2008 (Adapt, Lela as tras a seguic A primeira tira é uma tradugéo brasileira e a segunda, uma tradugdo portuguesa. D@ um exemplo de uma diferenca Sintética entre a tradugdo do portugues europeu e a do portugues brasileiro. Descreva essa diferenga, 4, GUIADE ESTUDO ortugués | Livro | Frente 1 | capitulo 4 Leia as paginas de 104 a 107. Faca os exercicios de 1 4 da seco "Revisando” ML Faca os exercicios propostos 1, de 52 9 13. TERMOS DA ORAGAO LIGADOS AO VERBO II Estudo do adjunto adverbial (nome que © advérbio & 8 locugao adverbial assumem na sintaxe} e do agente da passive, = Adjunto adverbial Liga-se 20 verbo, 20 adjetivo e a0 advérbio, Do panto de vista seméntico, 0 adjunto dé ao verbo uma circunstan- cia de lugar, tempo, modo etc. (valores seménticos do ad- vérbio); quando ligado ao adjetivo e a0 advérbio, expressa intensidade. ~Saiu calmamente = Sai muito calmo. ~Saiu-se bastante bem. ‘Trata-se de um termo acessério, complementar a es- trutura sintética, Nas ruas de todas as cidades, observa-se o liso © o aban- dono. A omisso do adjunto adverbial pode no prejudicar a sintaxe, mas pode afetar a mensagem, se 0 adjunto conti- ver uma informacio importante para o emissor ou para o contexta Tipos de adjunto adverbial Causa Intensidade CGampannia Liga ‘Concessio Matéria Candigae Meo Contormidada Modo Davies Negagio Finaldade Oposigto Insteumonto Tempo = Agente da passiva ‘Terma que, em voz passiva analitica, designa 0 agente dda agio verbal Introduzido pela preposi¢ga por ou de, o agente da passiva esté sempre ligado ao verbo. Transformagdes ‘bjato dato vita | sujoto locugao verbal verbo ser verbo vira__|ro-mesmo tempo © modo + pticpio do verbo) agente da passive, ntvoduzdo Suleto va = pa preposipio por Obsenvacées: 1. Seq sujeito da voz ativa estiver acompanhada de arti- 0, haverd a contragiio antecedendo o ndicleo (substan- tivo ou pronome] do agente da passiva: Por+a=pela por +as~pelas Por + o= pelo por+ os= pelos 2. Sehouver, na voz ativa, lecuco verbal {verbo auxiliar + ver- bo principal em uma das formas nominais), a transforma- Zo para a vor passiva obedleverd aos seguintes criterios: 2) Q auxiliar concorda com 0 sujeito na passiva, mas per- -manece no mesmo tempo e modo. b) verbo principal, na passiva, vai para 0 participio, €] Coloca-se overha ser na passiva apds 0 auniliar da ativa e-antes do participio. dd) Overbo serassumeo tempo © o mada do verbo princi- pal da ativa Quebra do paralelismo semantico ‘Aquebra de paralelismo semintico é entendida como uma quebra de expectativa semantica (no nivel do significado), Marcela amouvme durante quinze meses © onze contos de réis. Machado de Ass Omissao do agente da passiva Se em vo? ativa © verbo estiver na terceira pessoa do plural, indicando sujeto indeterminado, na transformagio para a vo2 passiva nfo haverd agente explicita Compraram o debate, 0 debate foi comprado. Na imprensa jornalistica, em certas reportagens, 0 agente ndo aparece por ndo se saber ou por nfo haver in- teresse em revelédo. Veja: CINCO LIDERES SINDICAIS FORAM MORTOS NA PARAIBA PORTUGUES | TETRA! 7 rq CCC ooo J&> EXERCICIOS DE SALA 1 Leia afase a seguir aresce oconsumo de suco de laranja.e botato no Parand. a) Qual é a regéncia do verbo crescer na frase anterior? b) A frase apresenta dois problemas: uma passagem am- bbigua e um adjunto adverbial mal posicionade. Rees- creva a frase apresentada, colocando os termos da ‘oragdo em uma ordem que ndo comprometa a clareza 2 Lela amanchete a segule ‘Show do Raga Negra no Paraguai é proibido por poluicio sonora A Prefeitura de Assunctio proibiu hoje, por receio de que haja poluigdo sonora, 0 show do grupo brasileiro de pagode Roca Negra, que seria realizado na proxima sexta-feira (9) em uma casa noturna da capital [J Folhaontine, 7 nex 2007 2) Explique por que 2 passagem “por poluiggo” nio esta bem empregada b) Dé outra redagao manchete, eliminando o problema 38 PORTUGUES | TETRA! 3 Lela a manchete a seguir: POLICIA mata vitima de assalto por engano HUGLES, Welingzon *Polcia mata vtima de assalto por engeno’ Dido do Paré. Belém, 14 set. 2013 Pola, Considere as seguintes afirmagies: |. Em voz passiva analitica, teriamos “Por engano, vitima & morta por POLICIAY; 0 termo por POLICIA exerce- ria a fungdo de agente da passiva, quem pratica 3 ado nese tipo de estrutura ILA expresso por engano exerce a fungi de adjunto adverbial, liga-se sintaticamente a “assalto” e, seman- ticamente, compromete a “POLICIAY IIL A voz ativa empregada na manchete destaca seman- ticamente a “POLICIA”; se a manchete estivesse em voz passiva analitica, a énfase seria para a “vitima’, que exerceria 0 papel de sujeito. Estdo corretas, AC apenas |e ll apenas Ile Ill apenas Il. apenas I todas, mooe Ver} 2012 Leia o texto a seguir Memérias do carcere Resobvo-me a contar depois de muita hesitagdo, casos possados hé dez anos = e, antes de comecar, digo os mo- tivos por que silenciei e por que me decido. No conserva ‘tas: clgumas que tomei fora inutilizadas, ¢ assim, com 0 decorrer do tempo, arme parecendo cada ver mois cific quase impossivel, redigir esta narrative. além disso, julgan- déo.a matéria superior 5 minhas forcas, esperei que outros mais optos se acupassem dela. Néo val aqui falsa modesto, como adiante se verd. Também me afligis a ideia de jogar ‘0 papel criaturas vivas, sem disfarces, com os nomes que 18m no registro civil. Repugnova-me deformé-ias, dar-thes pseudOnimo, fazer do livro uma espécie de romance; mas teria eu 0 direito de utilé-as em histéria presumivelmen- te verdadeira? Que diriam elas se se vissem impressas, rea- lizondo atos esquecidos, repetindo palawas contestéveis e bliteradas? tl 0 receio de cometer indiscricéo exbindo em publica pessoas que tiveram comiga convivéncia forcada jé néio me ‘apoquenta. Muitas desses antigas campanheiras distancia~ ram-se, apagaram-se. Outros permaneceram junto a mim, ou va reeparecerda ao cabo de longa auséncia, alteram- -se, completam-se, avivam recordagdes meio confusas = & rio vejo inconveniéncia em mostré-los. bol E aqui chego @ tiltima abjectio que me impus. Nao res- guardei os opontamentos obtidos em largos dios e meses de observacio: num momento de operto fui obrigado a atird-los no équa. Certamente? me irdo fozer falta, mas terd sido uma perda ireparével? Quase me inclino a su- por que fot bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consulté-lo a cada instante, mortifi- car-me-ia por dizer cam rigor a hora exata de uma partido, quantas demoradas tristezas se aqueciam aa sal palido, em manhd de bruma, 0 cor das folhas que tombavom das ér- vores, num patio branco, a forma dos montes verdes, tin- tos de fuz, frases auténticas, gestas, gritos, gemidos. Mas que significa isso? Essas coisas verdadeiras podem ndio ser verossimels. E se esmoreceram, debxi-las no esquecimen- to: valiam pouco, pelo menas imagino que valiam pouco. Outros, porém, conservaram-se, cresceram, associorarm-se, © € inevitével mencioné-us. Afirmarei que sejam absolu- tamente? exatas? Leviandade. [..] Nesta reconstituigao de fatas velhas, neste esmiucamento, exponho o que natel, 0 que julgo ter notade. Outras devem passuir lembrangas di- versas. Ndo as contesto, mas espero que néfo recusem as minhas: conjugam-se, campletam-se e me déo haje impres- so de realidade. Formamos um grupo muito complexo, que se desagregou. De repente nos surge 0 necessidade urgente de recomp6-lo. Define-se o ambiente, as figuras se delineiam, vacilantes, ganham relevo, 0 acto comega. Com esforgo desesperade arrancamos de cenas canjusas olguns fragmentos. Dividas terriveis nos assaltam. De que modo reagiram es caracteres em determinadas circunstancias? O ato gue nes ocorre, nitido, irrecusdvel, terd sido realmente praticado? Nao seré incongruéncia? Certo a vida é cheia de incongruéncias, mas estaremas seguros de no nas ha- vermas enganada? Nessas vacilagéies dolorasas, as vezes necessitamas confrmacéo, apelamas para reminiscéncias alheias, convencemo-nos de que a minticia diserepante no éilusdo. Dic é sabermos a causa dela, desenterrarmos pa- cientemente* as condigées que a determinaram. Coma isso varfava em excesso, era natural que varidssemos também, apresentissemos falhas. Fe 0 possivel por entender aque- les homens, penetrar-lhes na alma, sentiras suas dores, ad~ miror-lhes @ relativa grandezo, enxergar nos seus defeitos a sombra dos meus defeites. Foram apenas bons propésitos: bal ih a devo ter-me revelado com frequéncia egoista e mesquinho, E esse desabrochar de sentimentas maus era a plor tartura que nes podiam infligir naquele ano terrivel ‘Graclane Ramet, Memsrias do cdreere lode Janeiro: Record, 2002. As palavras classificadas como advérbios agregar nacbes diversas aos termos a que se ligam na frase, demarcando pnosigdes, relativizando ou reforgando sentidos, por exem- plo. O advérbio destacado & empregado para relativizar 0 sentido da palavra a que se refere em. A. utlizédas em historia presumivelmente verdadeira? (ref) B Certamente me irio fazer falta, (ref 2] Afirmarel que sejam absolutamente exatas? (ref 3) D_ desenterrarmas pacientemente as condigBes que a de- terminaram. (ref 4) “47 GUIADE ESTUDO Portugués | Livro | Frente 2 | Capitulo 4 L Leia as paginas 107 e 108. IL Faca os exercicios de 6 a8 da seco “Revisanda” ML Faga os exerciios propostos 11, 14.15, PORTUGUES | TETRA! 39, Frente 1 Estudo do adjunto adnominal e dos predicativos. Para eleito de exame moderno, o enfoque € nas trensformagies da forma ativa para 2 passiva, a funcionalidade do adjunto adnominal e as ambiguidades sintaticas. = Adjunto adnominal Terme igado 6 none, mis especicamerte aum at- dea sintética (do suet, do objeto etc) E expresso por: artigos, pronomes, numerais, adjeti- vos, locugdes adjetivas e oragbes adjetivas. ‘As minhas duas lindas garotas da Africa morrem da sub- nutricdo que © mundo n3o combate. Possui a fungio de especificar, explicar, Indeterminar, determinar o ser isto é, o nome, o substantivo. Pode estar presente em qualquer termo da oraglo; es- taré ligado 20 seu nucleo, sem intermediacdo do verbo ou da virgula Quando 0 adjunto adnominal estiverligado 20 sujefto ¢ for desemperhado por um adjativo, teremas uma quali- dade velha (posta como canhecida pelos interlacutores) ou permanente (0 predicativo transmite-nos uma qualidade nova = posta como revelagiio ~ ou passageira). O documento false foi encontrado, 1 dn, O documento ¢ falso. 1 Predicativo 40 PORTUGUES | TETRA! TERMOS DA ORACAO LIGADOS AO NOME | = Predicativo do sujeito Remete 2 uma qualidade (qualidade nova, isto &, posta como se fosse uma revela¢éo) ou a um estado do sujeito (de caréter passegelra). Pace apresentarse a) com verbo de ligacSo (ser, estar, parecer, continuar € ‘utros padem funcionar camo verbs de ligacio se in- troduzirem uma qualidade, um estado ou uma mudan- ca de estado do sueito). ~As nuvens sto mégieas. As nuvens esto escuras. = As nuvens continuam ameagadoras. b) sem verbo de ligagdo (com transitive ou intransitivo}, As nuvens marcham mansas. Depois do verbo, nao ha necessidade da virgula. A vir~ ula, porém, tivo segue o nédleo do sujetta, =O garoto, cansado, assistia a guerras de fundamentel importancie quando o adje~ 0 garoto assistia a guerras eansado, E preciso estar atento também & ordem das palavras, pois em muitos casos é a posicao do adjetivo que gera am- biguidade, =0 garoto saiu do local abandonada, = Predicativo do objeto Qualidade nove imposta pelo sujeito ao objeto ou uma opinigo do sujeto sobre o objeto ‘guns verbos que possiilitam 0 predicativo do objeto ‘eleger, rer, encontrar, estimar, fazer, nomear, proclamar, ‘chamar, formar. —Nomearam o ministeo ehefe da comissio. ~ Ss 1 Coloque i para o predicative do objetn @ 2 para o adjun- [] A moga achou a linda joia [5] A moga achou linda a jola [A joiatinda fot achada pela moca [C] A moga achoura linda. 2 Enem No ano pasado, o governo promoveu uma cam- ppanha @ fim de reduzir os indices de violencia, Noticiando 0 fato, um jornal publicou a seguinte manchete: Campana contraa violéncia do governo do Estado en- tra em novo fase. Amanchete tem um duplo sentido, e isso difculta 0 enten- dimento. Considerando o objetivo da noticia, esse proble- ma poderia ter sido evitado com a seguinte redac ao: A Campanha contra 0 governo do Estado e a violéncia entrar em nova fase. B Avioléncia do governo do Estado entra em nove fase de Campanha. C Campanha contra 0 governo do Estado entra em nova fase de violencia. DA violéncia da campanha do governo do Estado entra, fem nova fase. Campanha do governa do Estado contra a violéncia en- tra.em nova fase. 3 Leia amanchete a seguir “Presidente de clube carioca debea 0 time falido, falo-se em corrupsao.” Considere as seguintes afirmagies: L_ Amanchete ngo ¢ clara, pois 0 termo “falido” pode ser uma qualidade velha ou nova do time ou um estado do, sujelto Il. Sintaticamente, “falido” pode ser predicativo do sujei- 10, do objeto ou adjunto adnominal IIL Dependenda da funcao sintética de “falido’, 0 verbo deixar sofrerd alteragiio de sentido, Esto corretas A apenas | B apenas Ill © apenas |e I D apenas I E todas, 4: Leve em consideragio as seguintes frases: Um mendigo louco pulou na fonte da cidade. Um mendigo, louco, pulou na fonte da cidade. Com 0 emprego da virgula, 0 adjetivo “louco” torna-se A. qualidade permanente. qualidade velha qualidade passageira circunstincia temporal circunstancia de modo. moose “47 GUIADE ESTUDO Portugués | Livro | Frente 2 | Capitulo S L Leia as paginas de 121 a 123. IL Faca os exereicios 1e 2 da seco "Revisande’. ML Faga.osexerciios propostos 1, 4,27 © 39. PORTUGUES | TETRAI 41. importante que o aluno conhega bem a funcionalida- de do vocativo (termo independente) e do aposte [associa~ doao nome}. Para exames mais tradicionais, é fundamental que 4 que bem clara a diferenca entre o complemento nominal © oadjunto adnominal. = Complemento nominal Possui a fun¢o de completar 6 nome; pode estar I- ado a substantivo abstrato, adjetivo ov advérbio, sempre com preposigio. + ligado ao substantivo, cumpre o papel semaintico do abjeto, isto &, ser afetado, alvo da ago. Ex: Invasio ro Litano. + Se for agente, ou possuidor, teremos © adjunto adno- minal. Ex: As armas des Estados Unidos. ay f ———— 24> EXERCICIOS DE SALA » Texto paraa questo 1 Ideias intimas (Fragmento) ‘hi ter vinte anos sem gozar de leve Aventura de uma alma de donzefal E seme vida ter sentido nunco No suave atragdo de um réseo corpo 5. Meus ofhas turvos se fechar de gozo! (Ohi nos meus sonhos, pelos noites minhas Passam tantas visées sobre meu peito! Polar de febre meu semblante cobre, Bate meu caraséo com tanto foga! 20, Um dace nome as labios meus suspiram, Um nome de mulher...e vejo Kanguida No véu suave de amorosus sombras Seminua, abotida, a mao no seta, Perfumada vistio romper a nuvern, 15. Sentor-se junto @ mim, nas minhas pdlpebras Oalento fresco e leve como a vido Passar delicioso... Que delirios! Acorde polpitante... inda @ procuro; 42 PORTUGUES | TETRA! TERMOS DA ORACAO LIGADOS AO NOME II = Aposto Mantém uma relagdo de igualdade semantics com 0 ‘termo anterior O aposto pode ser explicativo, enumerati- vo, distributivo, recapitulative, especifcstivo ou racional famoso conjunto de rock de todos os tempos, torncuse um mito. (explicativa) —Ele amava tudo dos Bestles: a musica, a filosofia, timentas ete (enumerativo) = Beatles, o mai = Vocativo © vorativo é um termo que no pertence ao sujeito nem a0 predicado; indica um chamado, um apeto © vocativo remete ao destinatario da mensagem e também pode ser um indicedor de religido, posicio politica, grupo social, idade, orientacdo sexual, origem geogratica etc = Padre, eu peaueil = Amigo, vocé tem um lengo? Embalde a chamo, embalde as minhas lagrimas 20 Banham meus alhos, e suspiro e gemo. Imploro uma ilusdo... tudo ¢ siléncio! 55.0 leito deserto, a sala muda! ‘Amorosa visio, rnulher dos sonhos, Eu sou tG0 infeliz, ev sofro tanto! 25. Nunca vids iluminar meu peito Com um rato de luz desses teus olhos? AZEVEDO, Aare. nse esos Rode ave: Agu, 2972, 229 1 PUCRI 0 vocativo & uma functo sintética que se vin- cula 8 segunda pessoa do discurso. No paema de Alvares de Azevedo, indica quer 0 euirica interpela.Transereva © verso que apresenta um vocativo entre as linhas 18 © 26. » Texto paraa questo 2 IQUE CEETO UMA corsa, vey ENO; $e MMANTIVER SEOS PeINciPID5 COMA FIRMEZE.OM Did Li Disponive! em: eww 2oh.combe/milor/abertaf ‘harge06/ ten > 2 UEPG Arespeito do texto da charge de Millér Fernan- des, assinale o que for correto, 01 Est correto o emprego da virgula para destacar a ex- pressio, “meu filho", mesmo que inice a oracao. 02 A expressio, “meu filho’, é um termo que expressa uma evocaco e se refere ao ser com quem se fala (04 Esté correto o emprego da virgula para destacar a ex- presséo, “meu flho", pois trata-se de destacar osujeito a oracdo isto &: de quem se declara algo. 08 Esté correto o emprego da virgula para destacar a ex pressio, “meu filho", poistrata-se de um vocativo; uma expresso de evacacio do ser com quem se fala. 16 A expressio, “meu Filho’, é um termo explicative © se refere a0 ser com quem se fala, soma: [—] 3 Assinale aaltemativa em quendose nota oduplo sentido, A José deixou a esposa rica O deputado saiu do congresso sul. Jacinto fala da secdo na folha de Sao Paulo, O coronel achou © local marginal O ator largou a estranha companheira noo — ih IESE RST) i Unifesp 2011 Leia o texto a seguir. De tudo que é negotorta Do mangue e da cais da porto Ela j6 foi namorada (seu corpo é das errantes Dos cegos, dos retirantes Ede quem nao tem mais nada Dé-se assim desde menina ‘No garagem, na cantina Atrds do tanque, no mato Ea rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato Etombém val amilide Colas velhinhos sem satide Eas viivas sem porvir Fla é um pogo de bondade Eé por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Gent Joga pedra na Gent Eta é feita pra oponhor Fla é boa de cuspir Ela dé pro qualquer um Maldite Geni Chico Buargue. Gene o zepelim Indique a alternativa que apresenta a funcio sintética do verso “De tudo que é nego torta” A. Adjunto adverbial de moda Objeto indireta Predicativo do sujeito, Adjunto adnominal Complemento nominal. moos PORTUGUES | TETRAI 43, ulas 17 e 18 5 O texto a seguir apresenta falta de dlareza em certo tre- cho; lela-o atentamente Haiti pede socorro Ontem, no final do tarde, em Bruxelas, 0 presidente omericano solicitoy ajuda, em caréter de urgéncio, aos paises ricos. No copitat do Haiti, sobretudo, 0 situacdo 6 eaética; no hé moradia, comida, égua, 0 basico para 2 sobrevivencia. “Os paises ricos precisam ser solidé- ies disse Obama, exiginde © auxilio dos colegas ricos. 0 Brasil jé oficializou a ojuda por intermédio de seu embai- sador no Haiti. a) Gte um trecho do texto em que se nota uma ambigui- dade, 6 As vezes, quando um texto ¢ ambiguo, é o conhecimen- +0 que o leitor tem dos fatos que Ihe permite fazer uma interpretactio adequada do que lé Um bom exemplo é 0 ‘trecho que segue, no qual ha duas ambiguidades, uma de- corrente da ordem das palavras, e a outra de uma elipse de sujeito. © presidente americana |...) produziu um espet- culo cinematogrdfico em novembro passado na Ardbia Saudita, onde comeu peru fontasiado de marine no mesmo bondejdo em que era servido aes soldados americanos. ej, 9]an. 1991, a) Quais as interpretagdes possWeis da passagem am- bigua? bb) Reescreva o trecho de modo que impeca o duplo sen- tid, b) Reescreva o trecho em questo, eliminando © duplo sentido. 44 PORTUGUES | TETRA! tuguds | Livro 4 | Frente 2 | Capitulo S L Leia 35 paginas de 123 a 125. I Faca os exercicios 5, 7 e8 da seco "Revisando’ IL Faca os exerccios propostos 17, 18, 48, 49, 52, 57, 59 eel. PORTUGUES a ea sail I ‘+ Definigdo e origem da escola: 0 Trovadorismo aparece na Idade Média e esta intimamente ligado ao contexto feudal daquela época; o trovador & um poeta-cantor & compe poemas para serem cantados 20 som de ins- trumentos musicals (flauta doce, alaiide, saltério), ‘+ As cantigas estio divididas em dois grupos: liricas (sub- ivididas em “de amor” e “de amiga”) e satircas (sub- ivididas em “de escarnia” © “de maldizer”). + As cantigas “de amor” sto originarias da Provenga, na Franca; as cantigas “de amigo” tém origem popular na Peninsula tbérica + Ou lirica (vor do poema), nas cantigas de amor, ¢ ‘masculing; nas cantigas de amigo, o eulirico ¢ feminino TROVADORISMO COMO MANIFESTACAO LITERARIA {0 trovador faz 0 poema dando vor a uma moga que se queixa, geralmente, da auséncia do amado). + Alinguagem, na cantiga de amor, € refinada; nas can- tiges de amigo, a linguagem ¢ coloquial, aceita repeti- es, refrées € paralelismos, + As cantigas satircas tratam dos costumes desregrados. Sua linguagem carrega termos cchulos e de baixo caléo. + As cantigas de escdrnio s8o sétiras indiretas, ou seja, no se dizia o nome das pessoas a quem se referiam + Nas cantigas de maldizer, a sétira é direta, e as referén- clas as pessoas so explicitas, {clos humanos e dos “ovador Me JES EXERCICIOS DE SALA 1 Unifap 2011 Leia o texto a seguir Cantar de amor ‘Mha senhor, com’oje dia son, Aton cuitad’e sem cor ossi! E par Deus non sei que faret non dormho 6 mut gran sazon. ‘Mha sentior, at meu lum’e meu bem, ‘Meu coragon non sei o que tem Minha senhoro, assim como o dia de hoje, Estou sofrendo tanto e tio palido E por Deus, néo sei farei, 46 © PORTUGUES | TETRA! ‘Alabde, istrumanta medieval, Porque néo durmo hd muito tempo. ‘Minha senhora, ai minha luz e meu amor, Meu caragio na sei a que tem. ‘Manuel Bandera No texto anterior, 0 poeta brasileiro Manuel Bandeira res- gata 0s cancioneiros medievais, fazendo questo de adotar 2 expressdo galego-portuguess, que tem sua livre versio para o portugués contemporéneo. Tomando como base 0 referido poema, discorra sobre: a) as referéncias a lirica trovadoresca, expressas no texto, Ah SS Pensando ne Idade Média, os quadrinhos podem ser rela- cionados as cantigas de: A amor, pois, sem a presenca do homem amado, a mu- Ther néo encontra sentide em sua vida, ‘amor, paisa ser amado é visto como um traidar, ja que abandonou a companheira a sua propria sorte. amigo, pois a auséncia do amado traz solidio e sofri- ‘mento para a mulher que, apaixonada, o aguarda. ‘amigo, pois a mulher lamenta a partida de seu marido para as Cruzadas © teme que ele ndo retorne, escérnio, pois 2 mulher tem consciéncia de seu poder sedutor e de seu dominio sobre o ser mado, Texto para as questdes 3.4, b)_aimportancia da mulher para a felicidade do eu lirica, Cantiga de amor Senhora minha, desde que vos vi lutei pora ocultar esta patria que me tomou inteiro 0 coragdo; ‘mas no 0 posso mais e decid ue saibam todos 0 meu grande amos, tristeza gue tenho, a imensa dor que sofro desde o dia em que vos vi Jé que assim ¢, eu venho-ves rogar que queircis pelo menas consentir que posse a minha vida a vos servir[..] Afonso Femandes Disponivel em: j _, Aulas CAMOES EPICO: Os LusiADAs + Aestrutura de Os Lusiadas é feita em dez cantos, em citava rima (ABABABCC); 0 poema possui 8816 versos decassilabes. + Aestrutura da epopeia tem cinco partes: proposicéo,, invocagio, dedicatéria, narracao e epilogo. + Q niidleo temética da epopeia é a viagem de Vasco da Gama as Indias; Vasco é 0 seu heréi coletivo & representa o povo portugues «+ Ahistéria de Portugal é recontada por CamBes até 0 fim do século XV + Aobra ¢ dedicada a d, Sebastifo, ret de Portugal (Serestealtonp! Cams, frontipicoda primera pagina de Os Lusiados, 2a edo, 1584 Wes fe ooo zae EXERCICIOS DE SALA 1 urscar Leia o texto seguic 1) Para dizer que o nome do temploé Belém, Camdes faz uso de uma perfrase: “Que o nome tem da terra, para fartimo-nos assim da santo templo exemplo,/Oonde Deus foi em carne 20 mundo dada” Que nos praias do mar etd assentado, Em que outro trecho dessa estrofe CamBes usa outra Que o nome tem da terra, para exemplo, perifrase? Donde Deus fot em carne a9 mundo dado. Certifco-te, 6 Rei, que se contemplo Como fui destas praias opartado, heio dentro de divida e receio, Que a penas nos meus olhos ponho 0 frei. Came, Canto 4°87 la Ostusiadas. O trecho far parte do poema épico Os Lusiadas,eserto por Luis Var de Camées e narra partida de Vasco da Gama para a viagem as ins. 2). fm que estilo de época ou época histérica se situa a obra de Camées? PORTUGUES | TETRA! 59, ulas 11 e 12 2 Fuvest 11, $6 10, puro amor com forca crua, Qe os coragses hurmanos tanto obriga, Deste causa @ malesta morte su, Como se fora, inimiga. ‘Se dizem, [FB Amor, que a sede tua Nem com lagrimas tristes se PitigD, E porque queres, dspero e tirano, Tuas Gf banhar em sangue humeno. ‘Games, Os usads. Cant 2) Considerando-se a forte presenga da cultura da Anti- uidade Cléssica em Os Lusiadas, a que se pode referir ovocébulo Amor, grafado com maiiscula, no S®verso? 3 Unesp (Adapt) Cessem da sébia Grega edo Traiano As navegacées grandes que fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano ‘Aforna dos vitérias que tiveram; Que eu canto o peito iustre Lusitano, ‘A quem Neptuno e Marte obedeceram. esse tudo 0 quea Musa antiga canto, Que outre valor mais alto se alevante. CCamées. Os Lasodas Canto. ma leitura atenta da estrofe citada revela que o conteudo dos primeiras seis versas & retomado e sintetizado nas ti- ‘times dois versos. Interprete a estrofe de acordo com essa observacdo, tendo em vista o.universo da obra Os Lusiadas. b) Explique o verso “Tuas aras banhar em sangue huma- ‘no’, relacionando-o 3 historia de Inés de Castro. 60 —- PORTUGUES | TETRA! 4 PUC-PR Leis os textos a seule Fala do Velho do Restelo ao Astronauta ‘Aqui na terra a fore continua Amiséria eo luto Amiséria ¢0 luto e outra vee a fome Acendemos cigarros em fogos de napalm Edizemos amor sem saber 0 que seja. Mas fizemos de ti a prove da riqueza, Qu talvez da pobreza, e da fame outra vee, E pusemas em ti nem eu sei que desejos De mais alto que nds, de melhor e mais pura, No jornal soletramas de olhos tensos ‘Maravilhos de espaco e de vertigem. Salgados oceanos que circundam thas mortas de sede onde nfio chove. Mas 0 terra, astronouta, é boo mesa (és bombos de napalm so brinquedos) Onde come brincando s6 « fome 588 a fome, astronguta, s6 a forme, los Saramago. Poemas posieis. ‘Mar portugués Omar salgada, quanto do teu sal So ligrimas de Portugal! For te cruzarmos, quantas maes chararam, Quantos filhos em vio rezaram! Qrantas noivasficarom por casar Fara que fosses n0ss0, 6 mar! Valeu @ pena? Tudo vale a pena Sea alma ndo ¢ pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passor além da dor Deus ao mar 0 perigo e 0 abisma deu, Mos nele é que espelhau o céu, Fernando Pessoa, Mensagem, Episédio do Velho do Restelo Oogléria de mandar, 6 va cobica Desta vaidade a quem chamamos Fama! © froudulento gosto, que se atica Cuma aura popular que honra se chamat Que castigo tamanho e que justiga Fazes no peito vio que muito te amal Que mortes, que perigas, que tormentas, Que crueldades neles experimentas! Cambes 0s Lusiades Cant Os textas de Fernando Pessoa e de José Saramago sto in- tertextuais em relag30 ao episddio do Velho do Restelo. Re- fletindo sobre @ visdo desses dois autores lusos, assinale a alternative correta. A Saramago nao faz referéncias criticas aos valores éticos ou existenciais, detendo-se na questo da guerra e do progresso. B Fernando Pessoa estabelece uma relaggo irdnica com © texto camoniano, pois parodia o tom grandiloguente da fala do Velho do Restelo, valendo-se de apéstrofes, COs versos de Fernando Pessoa se assemelham aos do episédio do Velho de Restelo pela auséncia de perso- nificagao. D__ Saramago e Fernando Pessoa néo se valeram da perfei- io formal camoniana, 0 que invalida o teor intertex- tual, que compreende apenas estrutura e contetido. E Saramago apresenta uma critica universalizante que retoma 0 alerta feito pelo Velho do Restelo, atuali- zando-o. ih EERE a ee GUIA DE ESTUDO. Portugués | Livro | Frente 2 | Capitulo 3 Leia a8 piginas de 182 a 192 I Faca os exereicios de 3 a5 da seco “Revisando”. UL Faca 0s enercicos propostos de 6 a 10. PORTUGUES | TETRA! 6 CAMGES LiRICO + 05 redonaithos s80 conhecidos também como “medida velha”, + Cames escreveu 4 maneira tradicional, ainda medieval. + Os sonetos foram trazidos para Portugal por S4 de Miranda, mas ganharam notoriedade por meio de Camées. ‘+ Omaneirismo indica a angustia do homem diante da Santa Inquisicdo e prepara o apareci- mento do Barroca, + CamBes escreveu poemas feitos de um lirisma que pe em destaque os sentimentos e as, grandes emacBes humanas Sidenarande. > EXERCICIOS DE SALA | 1 Unifap 2022 Leia o texto a seguic b) Mentifique e transcreva duas caracteristicas do Classi- cismo na lirica camoniana O dia em que nasci morra e perega O dia em que nasci morra e pereca, No.0 queira jamais o tempo dar; No tarne mais 0 Mundo, ¢, se tornar, Eclipse nesse passa 0 Sol padega Aluz Ihe fate, 0 Sol se the escureca, Mostre 0 Mundo sinais de se acabor, ‘Nascam-lhe monstros, sangue chove o or, » Textos para a questo 2 A mie ao proprio ftho ndo conheca. Texto As pessoas pasmadas, de ignorontes, a utopia fiscal As légrimas no resto, a cor perdido, Guidem que 0 Mundo jé se destrui Bolaram um imposte interessante ina enésima reforma tributéria 6 gente temerosa, nda te espantes, que iri reduzir o “necessério” Que este dia deitow ao Mundo a vida e enorme carga em cima do elefante Mais desqragada que jomais se viu! Glauco Mattso|século Lue r de Cares in: Lteroturacomentada S80 Fao: Nove Guta, 1950 “gst ‘Amor é fogo que arde sem se ver a) Como se revela o estado de espirito do eu lirico? ‘Amor é fogo que arde sem se ver; Eferida que doi e ndo se sente; um contentamento descontente; Edor que desatina sem doer; Camses (eculo v1) 62 PORTUGUES | TETRA! 2 0s dois trechos que vocé acabou de ler encontram-se distanciados entre si por 500 anas. Glauco Mattaso é poeta contemporanea e faz eritica sobre como se conduz a ques ‘So fiscal no Brasil atual; Camées compe um texto lirico {que trata do sentimento humano por exceléncia: o amor Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela em que a referéndia estrutural e 2 postura do eu postico esto cor- retas, A Trata-se, em ambos, do uso da forma fixa. Hi, no pri- meiro texto, critica social, ¢ 0 satirico se ressalta; no segundo, o eu lirico enumera as caracteristicas ambi- gues do amor BE possivel encontrar em ambos 0 uso do verso decassi labo como estrutura; no primeira, ha o eu poética sa- tirica e, na segundo, o eulirico pode ser entrevisto no emprego da estilistca da repeticio CO primeira texto serve exclusivamente para criticar a sociedade de nosso tempo, e o segundo para falar de antiteses e paradoxos, Em ambos, é possivel reconhecer o uso sistematico dos redondithos maiores e o eu postico no pode ser dife- rendado. E Trata-se, em ambos, de uso dos versos alexandrinos, no primeira, o tema abordado é contemporaneo e, no segundo, o tems é universal » Textos para as questées 3.6 4, Texto! SABBIGE rios que vio por BabitOnia, me achel, onde sentado choret as lembrancas de S180 e quanto nelo passei. Ali, 0 to corrente de meus olhos foi manado; @ tudo bem comparado, Babilénio ao mal presente, Sao 0 tempo passado, Ll Mas 6 tu, terra de Gléria, se eu nunca vi tua esséncia, como me tembras na auséncia? Nao me lembras no meméria ssendo na reminiscéncia, us de Camses poeta co lascemo gemuguts). soles es qve woo. ‘sbolos: sobre os, ‘Sif: Ierusaiém. — ih Aulas 13 € 14 i Texto i De uma ver cathou lermos Séholos sias que véo. Contava-se af da Babilinia © da Jerusalém celeste. [..) A lerusalém & nossa, mas canstruimo-ta to lange, to den- ‘ro do nosso violenta inquietagdo, que sb a sua miragem nos visita de quando em quando, @ hora das ratzese das sombras, ‘eralio Ferreira (esrterportygués contempor’neo}. paride. 3 Mackenzie 2010 Considerando a leitura dos dois textos, assinale a alternativa correta a respeito do texto L A. A constatagdo de um “mal presente” (verso 09) € a idealizagao do “tempo passado” (verso 10), identifice- doa “terra de Gloria” (verso 11), so indices do neopla- tonismo camoniano. BO texto nega uma visio espiritualista de mundo, na medida em que o posta afirma nunca ter visto a “es- sénda’ (verso 12) da terra santa © Osversosironizam a idealizagSo de “Batilenia” (verso 02), considerada pelo poeta como “terra de Gbiria” (verso 11), D Ceulirco canta as elérias de Portugal, terra to aben- coada quanto a “Jerusalém celeste” (linha 02). E Aideslzagdo ds terra santa tem como causa a elacio es- pecular entre os “rvs da Babilbnia” (versos 01 € 02) € 0 “rio corrente” (verso 06) dos olhos do poeta 4 Mackenzie 2010 Considerando a leitura dos dois textos, assinale a alternativa correta, A Otextollé parédia do texto |, trago estilistico que defi- ne sua contemporaneidade. BO texto Il dessacraliza o sentido da idealidade ao con- cebé-a como construgdo humane, e nao divine, como prova o trecho "A Jerusalém & nossa, mas constr ul -fa 30 longe, tio dentro danossa violenta inquietacio" inhas 02 03). C Embors escritos em epocas diferentes, le lconvergem ‘num ponto: ambos concebem 2 cidade de Jerusalém como patria dos portugueses, por suas caracteristicas| geograficas & histéricas DO texto Il vale-se de linguagem metaférica ~ “hora das ralzes e das sombras” (linhas 04 © 05) ~ recurso Fteré- o rio ausente no texto l. Emil, onarrador eritica o descaso da humanidade para com o pasado cultural, concebido atualmente como “mmiragem e sombras" (linhas 04 e 05). PORTUGUES | TETRA! 6 5 A A ulas13e 14 IFSP 2012 Leia © poema de Luis de Camées. Tanta de meu estada me acho incerto, Que em viva ardor tremendo estau de rio; Sem causa, juntamente chara e rio; O mundo todo abarco e nada operto. E tudo quanto sinto um desconcerto; Do alma um fogo me sal, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio, Agora desvorio, agora certo. Estando em terra, chega ao Céu voando; ‘Numa hora acho mil anos, eé de jeito Que em mil anos nfo posso achar uma hora. ‘Se me perqunta alguém por que assim ando, Respondo que ndo set; porém suspelto Que sé porque vos vi, minha Senhora. Disponivel em: waar stesuo.com be/hadecar, Me: Jeitura do poema permite afirmar que eulirico se sente: confuso, provavelmente pelo amor que tem por uma senhora. alegre, provavelmente porque seu amor € correspon- ido triste, provavelmente porque no consegue amar nit guém, desconcertado, provavelmente porque a senhora 0 ama demais. perdido, provavelmente porque foi rejeitado pela amada, 64 PORTUGUES | TETRA! a GUIA DE ESTUDO. Portugués | Livro 1 | Frente 2 | Capitulo 3 Leia a8 piginas de 191 196 IL Faca 0s exercicios 6 € 7 da seco “Revisando”. IL Faga0s exerckios propostos de 11.215. O QUINHENTISMO NO BRASIL + OQuinhentismo nao é uma escola literéria. + Vigjantes e cronistas escreveram sobre o Brasil recém-descoberto, + Acarta, de Pero Vaz de Caminha, é 0 legado histérico mais importante daquela época +A carta apoia-se nestes aspectos: pade haver aura e prata na terra; 05, ares € a terra so bons; a terra é especialmente bos para 0 cultivo; é precise haver a cristianizaglo dos indios. + Ocxético e o nativismo so componentes de A carta. Frente 2 Aulas 4 ‘carta, de PeroVar de Caminha. > exerts BE aA M$ 1 UFMG 2012 Leia estes trechos, Trecho 1 Glombo sabe perfeitamente que as ithas jd tém nome, de uma certa forma, nomes naturals (mas em outra acep- sao do terme) as palavras dos outros, entretanto, nao Ihe Jnteressam muito, 2 ele quer rebatizoros lugares em fun¢io do lugar que ocupam em sua descoberta, dar-thes nomes |ustos a nomeagio, além disso, equivale a tomar posse. TrevetanTodrow A conguista da America Sho Paula: Martins Fortes, 1993, p 27 Trecho 2 LJ @ 0 quarta-feira seguinte, pela manhd, topamos aves a que chomam fura-buchas e neste dia, a horas de vés- pera, houvemos vista de terra, a saber: primeiramente dum grande monte mu alto e redondo, e de outras serras mais bbaivas ao sul dele, e de terra chd com grondes arvoredos: 120 qual monte alto o Capito pés nome o Monte Pascool, © terra o Terra da Vera Cruz. PeroVar de Cam oha, Cart ao Rei Dom Manuel. Bela Herizonte: ‘risdida, 2002, 17 Explicite, comparando os dois trechos, a relagdo existente entre os atos de nomear e tamar passe. PORTUGUES | TETRA! 65 ulas 15 e 16 2 UFRGs Assinale com V (verdadeiro) ou F (Falso) as afc maces a seguir sobre a literatura de informagic no Brasil [_ Acarta de Pera Vaz de Caminha, enviada a0 el d, Ma~ uel |, drculou amplamente entre a nobreza © © pou portugués da época {| 6s textos informativos apresentavam, em geral, uma estrutura narratva, pois esta se adaptava melhor aos cbjetivos dos autores de falar das coisas que viam. [J 05 textos que informavam sobre o Novo Mundo des- pertavam grande curiosidade entre o pablico europeu, estandoos de Américo Vespicio entre os mais divulga- os no inicio do século XVI [Pero de Magalhies Gandavo € o autor dos textos “Tra- tado da Terra do Brasil” e "Histéria da Provincia Santa Cruz a que Vulgarmente chamamos de Brasil” A sequéncia correta de preenchimento dos parénteses, de cima para baixo, é: A moos exercicios pe sava | ee 1. PUC-RI (Adapt) Leis os textos a seguir Texto! Estes indias sto de cor baca, e cabelo carredio; tém o rosto amassada e algumas feicbes dele & maneira de chi- Pela maior parte sao bem dispostos, rijos e de boa es- tatura; gente mui esforcada, e que estima pouco morrer, temeréria no guerra, e de muito pouca consideragio: so desagradecidos em grande maneira, e mui desumanos e cruéis, inclinados o pelejar e vingativos por extreme. Vivern todos mui descansados sem terem outros pensomentos se- ndo de comer, beber, e matar gente, e por isso engordiom muito, mas com qualquer desgosto pelo conseguinte tor- nam o emagrecer, e multas vezes pode deles tanto a imagi- acto que se algum deseja a morte, au alquém the mete em cabeca que hé de morrer tal dia au tal noite no passa da- quele termo que nia morra. So mul inconstantes e mudé: veis: creem de ligeiro tuda aquilo que thes persuadem por Uficultoso e impossivel que seja, e com qualquer dissuastio facitmente 0 tornam fago a negar Stio mui desonestos e do- dos d sensualidade, e assim se entregam aos vicios como se neles no houvera razto de homens: ainda que todavia 2m sev ajuntamento os machos # fémens tém o devido res~ guardo, e nisto mostram ter algume vergonha. era de Magalies Géndave In: ronistas voiantes Uteratura ‘comentada, Séo Paul: Abr Cultural, 2982, . 33 68 —- PORTUGUES | TETRA! QUINHENTISMO: A LITERATURA DE VIAGENS EA LITERATURA JESUITICA Padre anchie Textoll Firmo, 0 otual amante de Rite Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpa e dgil como um cabrito; capa- décio de marca, pernéstico, sé de magadas e todo ele se quebrando nos seus mavimentas de capoeira. Teria seus rrinta e tantos anos, mas nfo parecia ter mais de vinte e poucos, {...} Fra oficial de torneito; oficial pertto e vadio; gonhava uma semana para gastar num dio; ds vezes, porém, os da- dos ou a roleta multiplicavam-the o dinheiro, e entdo, ele {fazia como naqueles ultimos trés meses: afogava-se numa bog pindega com a Rita Baiana. A Rito ou outra, “O que ‘Go faltava por aieram soias paro ajudar um homem a cus- iro cobre na boca do diabo!” Noscera no Rio de Janeiro, na Corte; militara dos doze 105 vinte anos em diversas maltas de capoeiras; chegara 9 decidir eleigBes nas tempos da voto indireto. Deixou nome em varias frequesias e mereceu abracos, presentes e pala- wras de gratidéo de alguns importantes chefes de partida, Chamava a isso a sua época de paixdo politica; mas de- pols desgostou-se com o sistema de governo e renunciou ds lutas eleitorais, pois nifo conseguira nunca o lugar de continuo numa reparticdo piiblica — 0 seu teal! ~ Setento il-réis mensois: trabalho das nove ds trés. Aisa Azevedo. Ocortiga. So Paulo: Martins, 1972, 276 O texto I foi escrito no século XVI; e 0 texto II, no século XIX So, respectivamente, trechos de uma crénica de um viajante europeuno Brasil e de um dos mais conhecidas ro- mances naturalistas brasileiros. Apesar da distancia tempo- rall que os separa, cbserva-se, em ambos, a presenca de uma \isi0 pejorativa ligada a ideta de ociosidade das personagens Comente com suas préprias palavras essa afirmativa e retire um trecho de cada um dos dots textos que comprove a sua resposta 2. Ufam 2013 Marque a opcao que nose relaciona, direta ouindiretamente, 20 periodo em que aconteceu a chama- ds literatura dos viejantes © dos jesuitas, [A As obras dessa fase refletem certos aspectos da reali dade brasileira, evidenciando tragos de uma conscién- «ia nacional B_ As concepgées medievais perdem espaco para os no- vos conceitos e valores fundados na idedrio renascen- tista Esse ciclo da literatura brasileira carrespondeu 20 mo- ‘mento inicial da colonizagio de nosso pals D_ 05 textos corresponderam 8 necessidade de informa- Bes que confirmassem a viabilidade econdmica da empresa colonial E Viveu-se um periodo de delirio © espirito aventurei- ro, com a “descoberta” de novas terras e povas tides como exaticos. — Fa ESTE) i 3 Unirio Leia o texto a seguir Esta virtude estrangeira me irrita sabremaneira Quem a teria trazido, coms seus hébitos polidos estragando a terra inteira? [..} Quem ¢ forte como eu? Como eu, conceituodo? Sou diabo bem assado, a fama me precedeu; Guaixaré sou chamade [..] Que bom costume é bailar! Adornar-se, andar pintado, tingir pernas, empenado fumar e curandetas andar de negra pintado. [...} Para fsso com os Indias convivi Vem 0s tais padres agora com regros fora de hora para que duvidem de mim, Lei de Deus que no vigora. Jost de Anchleta. “Auto de S80 Lourengo” Teatro de chit Sho Paulo: Loyola, 61-2 A lleitura de Anchieta nos permite afirmar que a acio da Companhia de Jesus no processo da colonizacio do Brasil foi marcada pela(o} A completa aceitagao das préticas culturais indigenas e pela sua incondicional defesa diante da Coroa Portu- guesa. B intolerancia radical com rela¢do as comunidades in- igenas e pela defese da escravizagio indiseriminada dessas comunidades, Caceitaggo da culture indigene e afirmacao dos seus ve~ lores em detrimento das bases culturais do catolicismo ocidental 1D mecanismo de apropriagéo da cultura indigena, utilizan- do seus elementos camo farma de empreender a cate- quese dos nativos, sob 05 maldes catdlicos E _indiferentismo em relagdo a cultura indigena, por ser considerada demoniaca ¢ irrecuperével, mesmo diante dos ensinamentos cristios. PORTUGUES | TETRA! 6 ulas 17 e 18 4 Leis o texto a seguir Primeiro ato Cena do martirio de So Lourenco Gantam: Por Jesus, meu salvador, Que morre por meus pecados, ‘estas brasas morro assado Com fogo do meu amor Bom Jesus, quando te vejo Na cruz, par mim flagelado, 8 por ti vivo e queimado Mil vezes morter desejo Fois teu sangue redentar Lovou minha culpa humana, Arda eu pois nesta chama Com fogo do teu amor fogo do forte amor, Ah, meu Deus! com que me amas ‘Mais me consome que as chamas E brasas, com seu calor Disponivel em: e4rtualbooksterra.comb/treebook/port/downlond/ ‘auto, de Sao, Loutenea, pf ‘Ao chegar ao Brasil, o jesulta Anchieta iniclou sua cateque- se utilizando-se do teatro em versos; cam 0 abjetivo de cristianizar os Indios, instituiu apresentagdes em que eles eram parte: havia cantos, danca, partes escritas em tupi fe em espanhol. Seus temas religiosos, a estrutura de sua dramaturgiae otipo de apresentagao o colocam muito pré- ximo da produgao do dramaturgo portugués Gil Vicente. A diferenca entre eles € que A. Gil Vicente fez teatro religioso, mas apenas para os reis catolicos portugueses da €poce, d. Manuel e dona Maria B Anchieta fer apenas teatro de catequese; Gil Vicente, ainda que sobre temética catdlica, fez autos em prosa, eseuinteresse era atingir a nobreza com duras criticas, CC Anchieta fer teatro catequético para conversio dos indigenas; Gil Vicente fez autos de temas variados, permeados de temas religiosos e de criticas a todos os estamentos sociais de sua época (criticou, inclusive, 0 dero} D_Anchieta dedicou-se & educagao indigena com seus au- tos € Gil Vicente critica essencialmente social E Anchieta fez teatro religioso, mas se especializou tam- bem em divertir, fazer rir e pensar 70 PORTUGUES | TETRA! \&, GUIADE ESTUDO "Portugués | Livro 1 | Frente 2 | Capitulo a LLeia as paginas de 212 a 217. IL Faca os exereicios Ge 8 da seco "Revisanda”. ML Faga (os exercicos propostos de 8 a 16. FRENTE U INTERPRETACAO meta, DE TEXTO r So higp bey = Arelacao parte/todo Anogiode parte/todovsle para qualquer tipo de texto, seis um poema de Gregério de Matos, seja um quadrinho; a diferenca € que neste temos © emprego da linguagem verbo-wvisual Como todo texto, 0 quadrinho & compost por partes que se articulam e que sto colocadas er uma ordem que atende a um objetivo: criar humor por meio de uma quebra de expectativa Veja 0 exemplo a seguir, extraido do vestibular da Unicamp. Unicamp 2004 Huge EXE Falko de Poul, Sout, 2003. pF Jogos de imagens e palaveas sto caracteristicas da linguagem de histéria em quadrinhos. Alguns desses jogos podem remeter a dominios especificos da linguagem a que temas acesso em nosso cotidiano, tais como a finguagem dos médicos, a linguagem dos economistas, a finguagem dos focutores de futebol, a linguagem dos surfistas, dentre outras, £ oque ocorre no tira de Laerte, acima apresentada, 9) Transcreva as passogens da tira que remetem a dominios especificos e explicite que dominios sdo esses. b) Levando em consideragae as relacdes entre imagens = polavras, identifique um momento de humor na tira e expli- que como é produzido. Consideremos apenas o item b. Nota-se que a expec tativa foi quebrada no ultimo quadrinho, momento do hu- ‘mor; isso significa que os quadrinhos anteriores precisam ser relidos 8 luz da totalidade. Assim seré com os demats textos verbats, visuals ou verbo-visuals; nio se interpreta a parte pela parte. Inserir "a parte” no lugar “do todo”, no nivel das fi- ures de linguagem, € empreger uma sinédogue (tipo de 72 _INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA! ASPECTOS DO TEXTO | metonimia), recurso expressivo muito presente na lteratu- ra, na fotografia e no cotidiano; por exemple: “no cair da tarde, nas avenidas agitadas, pernas cansadas, rostos fati- ‘gedos, mos sujas; € 0 trabalho deixando suas marcas”. Os substantivos “pernas’, “rostos" e “mos” sao parte de um ‘todo, 0 ser humana, Ocontexto A palavra “contexto” significa situacia. Na teoriada co- municagao, contexto € 0 referente, a situago de comuni- cago (por exemplo, a sala de aula). A lingua, por exemplo, varia de acordo com 0 contexto: emprega-se linguagem co- loquial quando existirinformatidade; culta, quando houver formalidade (com algumas excegies). = Campedo, solta ume geladal (No botequim,) = Por gentileza, ums cerveja, (Almogando com o cliente fem um restaurante chique. ‘Se empregamos diferentes maneiras de falar consoan- ‘te 0 contexto, tambémas palavras podem mudarde signifi- cado de acordo com ele. Observe. a) Voce gostou da pega? Os atores sao 6timos! bb) Naagencia, o diretor de arte ndo aprovou a pega. ©) Quer bife ou a pega inteira? No primeiro caso, “pega” ¢ o espetéculo teatral; a pa- lavra “stores” contextualiza “pega”. No segundo, a palavra “agéncia” © 2 exoressdo “diretor de arte” possibilitam 4 contextualizacéo; trata-se de uma peca publicitaria, isto , um comercial, um aniincio, um outdoor ete 14 no terceiro, © vacabulo “bife” deixa claro que “peca” remete a um pe- dao da carne. (-contexto pode ser entendido como um tado que de- codifica o significado da parte; esse “todo” seré represen- tado por um texto, um pardgrafo, uma frase ou até mesmo ‘uma palavra que ajuda na contextualizacio da outra, como ‘nos exemplos citados anteriormente. “a> EXERCICIOS DE SALA. PIAA =e 1 Unifesp 2013 (Adapt.) H8 cerca de dais meses, @ jor- rasta briténica Rowenna Davis, 25 anos, fol furtada, 56 que ndo levaram suo carter ou seu carro, mas sua iden- tidade virtual Um hacker invadiu e tomou conta de seu email e ~ além de bisbilhotar suas mensagens e ter aces- s0 0 seus dados banctrios ~ passou a escrever aos mais de Smnilcontatos de Rowenna dizendo que ela tenia sido assalto- co em Modrie pedindo ajude em dinhera Quando ela escreveu para sev endereco de email pedin- cb ao hacker ao menos sua lista de contatos profissionais de volta, Rowenna teve come resposta a cabranca de RS 1,4 mil fo se negeu a pagar, a policia nfo fer nada. & jornalisto sé retemou 0 controle da © mail parque um amigo canhecia um {finciandrio da provedar daconta, que desativeu o processa de verificordo de senha criado pelo invasoc Golie, des. 2023 |Adape) As informagées do segundo pardgrafo permite conduir que o hacker tentou: A extorquir a jornalista B__ pedir um donativo & jomalista C__negociarlegalmente com a jornalista D. eximirse de culpa pela invesio da conte do e-mail E _reconhecer seu erro. ea ered Cartaeafixado nas bibliotecas centrale esetriais da Universidade Federal se Gols |UFG|, 2011 mos \* Considerando-se a finalidade comunicativa comum da gé nero € 0 contexto especifica do Sistema de Biblioteca da UFG, esse cartaz tem fungdo predaminantemente: A socializadora, contribuindo para a popularizacio da arte, B _sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte. C estética, propiciando uma apreciagdo despretensiosa da obra 1D educativa, orientando 0 comportamento de usuérios de um servigo, E _contemplativa, evidenciando a importancia de artistas internacionais, 3 Enem 2015 Hepatite ¢ assim. [por nse ie0 Dia Mundial Cantraa Hepatte sina eros patente eases muna Se sth as eta bam mle Yorose ecb at te see Cie needs pacar dormer bm aut er Algumasmaneas dese pre tant omivah pcos drain iometaceshmscewtaescahgredecctede a Cen que sc de queseu edo cuprisiona dasa esa \ howersponbhsisdownatocosngeou een f 4 DisponWvel em: //farmS.staticfll.comabr>. Acesso em: 26 out. 2011. (Adapt). INTERPRETAGAO DE TEXTO|TETRAI 73. Nas pecas publicitarias, vérios recursos verbais © no ver- bais so usadas com o objetivo de atingir 0 publico-alvo, influenciando seu camportamento. Considerando as infor- maces verbais e no verbais trazidas no texto a respeito dda hepatite, verifica-se que A 0 tom lidico é empregado como recurso de consoli- dago do pacto de confianga entre 0 médico e a po- pulagao. B-_afigura do profissonal da sauide 6 legitimada, evocando- -s2 0 discurso utorizado como estratégia argumentativa C ouso de construgées cologuiais @ especificas da ora- lidade so recursos de argumentagao que simulam 0 discurso do médico. D_ aempresa anunciada deixa de se autopromover a0 mostrar preocupacao sotial ¢ assumir a responsabili- dade pelas informaces. Eo discurso evidencia uma cena de ensinamento didé- tico, projetado com subjetividade no trecho sobre as maneiras de prevengio. 4 Enem 2012 Disponivel em: cww vancabral com> Acesso emi 27 feu 2012 O efeito de sentido da charge € provacado pela combina- G20 de informages visuais e recursos linguisticos. No con- texto da ilustracio, a frase proferida recorre & A polissemia, ou seja, 20s milltiplos sentidos da expres- sio “rede social” para transmitir a ideta que pretende veicular B__ironia, para conferir um novo significado ao termo “ou- tra coisa’, CC homonimia, para opor, a partir do advérbio de lugar, 0 e5- pagoda populacdo pobre eo espaco da populagao rica D__personificagao, para nor o mundo real pobre ao mun- do virtual rico. E _antonimia, para comparar a rede mundial de computa- ores com a rede caseira de descanso da familia, 74 _ INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA! 5 Unicamp 2016 ep 0 WANS DISCUTIA O QUE E PRIGRIDADE TIMAR DAS RUAS? VAMOS? Sait mente PA A publicidade acima foi divulgada no site da agéncia FAMIGUA no dia 24 de janeiro de 2007, véspera do ani- versirio de Sao Paulo, no perfodo em que foi proposta a campanha “Cidade Limpa' Na base da foto, em letras bem pequenas, esté escrito: Tomar, mas tomera mesmo, que nos proximos aniversérios © paulistan comemore uma cidade nova de verdade, Considerando os sentidos produrides por esse aniincio, ¢ correto afirmar AAs duas perguntas e as duas respastas que configuram 0 texto do outdcor na publicidad acima pressuptem que (5 paulistanos estio discutindo 0 niimero de outdoors & também o abancdono de muitos dos moradores da didade BO texto escrito em letras pequenas tem a fungdo de exortar os paulistanos a refletir sobre as proximas elei- «bes e sobre como fazer para que seja estabelecido um conjunto de prioridades socialmente relevantes para toda a sociedade. C Apublicidade pretende levar os leitores a perceber que 45 prioridades estabelecidas pela gestio municipal da cidade no permitem que os paulistanos enxerguem os verdadelros problemas que estio nas ruas de Sao Paulo. DA publicidade, composta de texto verbal ¢ imagem, ‘tem como objetivo principal encampar 0 projeta “Cida- de Limpa’ elaborado pela gestio municipal e também propora discussdo de outras prioridades para a ddade. GUIA DE ESTUDO. Int. de texto Livro Unico / Frente Unica / Capitulo 1 Leia as paginas 7 e& I Faca os exerccios 1€ 2 da seqio "Revisando”, IL_Faca os exercicios propostos de @ a7, ASPECTOS DO TEXTO II ™ Texto e conhecimento de mundo A compreenséo de um texto pode exigir do leitor um conhecimento de mundo, relacionado a uma ciéncia, a uma arte ou a uma vivéncia do cetidiano. A questi a se- suir € um exemplo. Enem 2012 ‘Assine Nossa Revista ¢ com mals iene. lew também a versao digital faratabat 9PC port anaemia. Disponivel em: cwwmassineabilcom br ‘Reesso em: 29 feu 2012 [Aap Com © advento da internet, os verses de revistas e livres também se adaptaram as novas tecnologias. Aanélise do texto publicitério apresentado revela que o sur- gimenta das navas tecnologias: A proporcionou mudangas no paradigma de consumo & cferta de revistas e livros. incentivoua desvalorizacéo das revistase livros impressos, Vabilizou a aquisicdo de novos equipamentos digitais. aqueceu o mercado de venda de camputadores. ddiminuiu 05 incentives a compra de eletrdnicos. moo Para o entendimento da questo da prépria publici- dade, € necessério que se conhega o significado de “tablet” e “PC”, pois as “mudancas no paradigma de consumo & oferta de revistas ¢ livros” (alternative a) esto relacionadas a essas tecnologias ("tablet” e “PC"). 0 conhecimento de mundo 6 adauiride dentro e fora da sala de aula; a leitura de jornais, revistas @ livros, por exemplo, ajudam na cons- ‘rugio desse conhecimenta Significados explicitos e implicitos Ha significados que sdo extraidos da superficie do texto significados explicitos ~e hd outros que sdo depreendidos de suas entrelinhas ~ significadas implicitos. O termo “im- plicito” € sindnimo de pressuposto, subentendido. Por nao estar na superficie do texto, oimplicito é mais dificil de ser percebido. No discurso fterario, o implicito esté presente nna relago que se estabelece entre a obra e oleitor Ao ler uma poesia, um conto ou um romance, o leitor sempre vai @ procura da mensagem que a obra quer passare do tema ‘ratado, 0s quais costumam estar implicitas, por exemplo’ —Vocé ainda esta fumando? = Sim, = S6 voce fuma, José! © advérbio “ainda” pressupGe que José furnava; além isso, passa a desaprovacao do emissor em relagio ao ato de fumar Verbos, advérbins e adjetivos, frequentemente, fun- cionam como palavras-gatilho, isto é, disparam implicitos. Progressdo textual AA progressao textual é 0 encadeamento de ideias de ‘forma légica e progressiva Para que isso acorra, & preciso que haja coeréncia (compatitilidade de sentido entre as partes) ¢ coesto (ligacso entre palavras ¢ pardgrafos). Veja otexto a seguir Crocante de maga Ingredientes: + 4macas reinetas + 2eanecas de aveia + Qeaneces de agicar + 280.gde margarina + Leolher (pequena) de canela Modo de prepara: 1. Finalmente, coloque a mistura por cima da mac e leve a0 forno durante 20-30 minutos. 2. Pade ser servido com natas ou com bola de sorvete, 3. Em uma taga, misture o agticar, a margarina derretida, aavelae a canela ‘Amasse tudo até ligar e despegar das mos, 5. Aseguir, coloque-as em um recipiente transparente de ir a0 forna, 6. IniGalmente, descasque es magas e corte-as em fatias INTERPRETAGAO DE TEXTO | TETRAI 75, A receita acima é impraticével, pois a ordem dos pa- régrafos fo alterada, afetando a coesio e a coeréncia; na realidade a receita fol escrita assim: 6. Inicialmente, descasque as magas e carte-as em fatias 5, Aseguir, coloque-as emum recipiente transparente de ir a0 forno. 3, Em uma taga, misture o agicar, a margarina derretida, aaveia e a canela. 4, Amasse tudo até ligar e despegar das mos, 1. Finalmente, cologue a mistura por cima da magi e leve 0 forno durante 20-30 minutos. 2. Pode ser servido com natas ou com bola de sorvete, Para compreensio da receita foram empregados ele- mentos coesivos, que possuem a funcio de ligar as partes We if tS 2A EXERCICIOS DE SALA 1 Enem 2015 A Blazes Zero Hora, jun. 2008 (Adapt Dia do Misico, do Professor, da Secretéria, do Veterinério.. Muitas so as datas comemoradas ao longo do ano © elas, 40 darem visibiidade a segmentos especificos da sociedade, oportunizam uma reflexdo sobre 2 responsabilidade social desses segments Nesse contexto, esté inserida a propa ganda da Associago Brasileira de Imprensa (ABI), em que se combinam elementos verbais endo verbais para se abordar @ estreita relactio entre imprensa, cidadania, informaco e op rio, Sobre essa relagiio, depreende-se do texto da ABI que, ‘A. para a imprensa exercer seu papel social, ela deve ‘ransformar opinido em informacao B__paraaimprensa democratizar a opiniao, ela deve sele- cionar a informagao, C para 0 cidadao expressar sua opinio, ele deve demo- cratizar a informagio. D__paraa imprensa gerar informagao, ea deve fundamen- tarse em opinio. E para 0 cidadao formar sua opinio, ele deve ter acesso 2 informagio. 76 _ INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA! do texto, e marcadores temporais, que possuem 3 finalida- de de estabelecer a progressio temporal. Assim, 0 prono- me obliquo étono “as", em 5, retoma 0 substantive “fatias” citado em 6; 0 pronome indefinida “tuda’, em 4, recupera o substantivo “mistura” (acticar, margarina derretida, aveia © canela) referido em 3; 0 substantive “mistura’, em 4, reto- ma 0 pronome indefinido “tudo”, presente em 4 e 0 sujeito eliptico da forma verbal “pode ser servido", em 2, refere-se {20 substantivo “mistura” (depois de a mistura ser levada 20 forno), citado em 1. A progressao temporal do texto ¢ concretizada, fundamentalmente, por advérbios e locucdes adverbiais, como “inicialmente", “a segui Na aula de narracio, estudar-se-é a progresstio temporal no ‘texto narrativo; na aula de dissertacio, analisar-se-a a pro- ‘eressio I6gica no texto argumentativa e “finalmente”, 2 Enem 2015 Primeiro surgiu 0 homem nu de cobeca baixa. Deus veio num raie. Entéo apareceram os bichos que comiam os ho- mens. E se fez 0 fogo, os especiarias, a roupa, a espada € 0 dever. Em seguida se criou « filosofia, que explicava como nao fozer o que no devia ser feito. Entéio surgiram os nu- meras racionais e a Histéria, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventadas 0 calmante e o estimulante. E alquém opagou a luz. £ cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcanca. SONASSI F 25 cenas do descobrimento de Brass. In: MORICOM, | (Org) (Os cem melhores conte oo sécule Ria de aneito: Objet, 2001. ‘A narrativa enxuta e dinamica de Fernando Bonassi conti- gure um painel evolutivo da histéria da humanidade. Nele, 2 projeggo do olhar contemporaneo manifests uma per- cepcdo que A. recorre & tradicéo biblica como fonte de inspiragso, para a humanidade 8 descantréi o discurso da filosofia a im de questionar 0 conceito de dever Cresgata a metodologia da histéria para denunciar as atitudes irracionais. D__transita entre 0 humor e a ironia para celebrar 0 caos da vida cotidiana E _satiriza a matematica e a medicina para desmistificar 0 saber cientifico, 3 Fuvest 2013 (Adapt.) Ata Acredito que 0 mau tempo haja concarrido pora que os sabadoyleanas hoje nfo estivessem nacasa de José Mindlin, em ‘So Pawo, gazando das delicias do cuscuz paulsta aqui arnavel- mente prometido. Depots do almaco, visita aos furs dialogan- tes, no expressdo de Drummond, ndo sabemos se no rigoreso sistema de vigilincia de Plinio Doyle, mas de qualquer forma com as gentilezas das reunides cariocas. Para o amigo de So Poulo es saudagdes afetucsas das ausentespresentes, ue neste Instonte todos nos voltamos para 0 seu paléc, aquele que se Iria desvestir des ares oristocréticos para receber camorades- camente os descamisados da Rua Baro de Jaguaribe. Guarde, amigo Mindlin, para breve 0 cuscuz da tradigdo bandeirante, que hoje nas confermames cam as biscoitas dla Pini Doyle Rio, 20-11-1976. Signatérios: Carlos Drummond de Andrade, Gilberto de Mendonca Teles, Plinio Doyle e outros. Cartas do biblioteca Gut e José Minin. Adapt.) ‘sabodoyleanos: fequentadores do sabadove, nome dado a0 en: “contro de intelectuaisespecalmente escriteres, realizado habiual- mente aos sSbados, na casa do bibl Plirio Doyle situada no Ro de anciro, Da leiturs do texto, depreende-se que Ao anfitrido cerioca, embora gent, € cioso de sua bi- Hlioteca Bo anfitrifo paulista recebeu com honrarias as amigos cariocas, que visitaram a sua biblioteca, Cos cariacas no se sentiram & vontade na casa do pau- fsta, a qual, na verdade, era uma mansdo. D__escariocas preferiram ficar no Rio de Janeiro, embora a recepdo em Sao Paulo fosse convidativa. E © fracasso da visita dos cariocas a So Paulo abalou a amizade dos biblisfilos 4 Enem 2015 MAGRITTE,R Arepraduedo prabica leo sabe tela 81,355 Museum Bejiman Van Buninge, Holanda, 1937, mal ve 0 Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artis- ‘ticas europelas do inicio do século XX René Magritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas produ- (6es. Um trago do Surrealisma presente nessa pintura &a(} A justaposicio de elementos dispares, observada naima- gem do homem no espetho. B critica ao passadismo, exposta na dupla imagem do ho- ‘mem olhando sempre para frente. CC construgio de perspectiva, apresentada na sobreposi- cdo de planos visuais, D_ processo de automatisme, indicado na repeticéo da imagem do homem. E procedimento de colagem, identificado no reflexo do livre do espelho. 5 Fuvest 2013 Examine 0 seguinte antinco publictéria. Revista Voir (spect, jul 2011. (Adapt). a) Qual é a relacio de sentido exitente entre a imagem de uma folha de érvore e as expresses “Mapeamento log{stico” e “caminho”, empregadas no texto que com- de o aniincio acima reproduzido? b)Aquese refere o advérbio “aqui’, presente no texto do aniincio? 47 GUIA DE ESTUDO Int de texto / Livro Unico / Frente Unica / Capitulo 1 L Leia 2 paginas des a 11 I Faca os exercicios 3¢ 4 da sego “Revisando” IL Faca 0s evercicos propostos de 8 a 11. INTERPRETAGAO DE TEXTO | TETRAI 77. Frente Unies Aula Esta aula trabalhard com o nivel fundamental do texto, no qual se encontram as oposi vel de andlise, as oposigies sergo interpretadas de forma abstrata e serio associadas as categorias ti (positividade} e a disforia (negetividade). es sernanticas. Neste \icas: a euforia = Oposicées semanticas ‘A busca pelas oposicdes abstratas justifica-se, pois © sentido nasce das oposicdes, interpretamos © mundo por meio delas. Se reconhecemas o grande, 0 ato, 0 gor- ddo, € porque temos 8 medida do pequeno, do baiko e do magro; se o texto discute @ guerra, de forma implicita ele também discute a paz, pots aquela é o cessar desta. Todo texto apresenta uma oposicio de ordem abstrata, seja um conto, uma poesia, uma peca de teatro ou um quadro de pintura Categorias timicas {As categorias timicas do texto sio a euforia (estado de positividade) e a disforia (estado de negatividade). Um tex- to pode explorar a positividade, o bem-estar, a alegria, isto 6 a euforia; mas também pode enfatizar estados de negati- vidade, tristeza, pessimismo, melancolia, ou seja, a disforia, E possivel, ainda, haver os dois estados presentes. Transformacao timica Considere esse excerto de “Dom Casmurro’ = Toma outra xicara, meia xicara $6. -£ pupai? = Eu mando vir mois; ando, bebe! Ezequiel abriu a boca. Chequel-the a xicara, tao trémulo que quase a entornei, mas disposta a fazé-la coir pela goe- (a abaixo, case 9 sabar the repugnasse, ou a temperatura, porque o café estava frie... Mas no sei que senti que me {fez recuar. Pus @ xicara em cima da mesa, e dei por mim a beljar doidamente 0 cabeca do menino. = Papoit popail exclamava Ezequiel. = Nao, no, eu no sou teu pai! bl Machado de Assi Cam Casmurro.27 ed. Sto Paulo: Atica, 1994. 2378, 78 _ INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA! ASPECTOS DO TEXTO III A transformagio timica ocorre quando se passa de um estado (euforia ou disforia) pare outro, como no exemplo citado; a personagem passa da raiva para o carinho; essa ‘transformagio timica auxilia na construgio do sentido: a personagem esté dividida, Tipos de oposicao Todo texta traz uma oposicfo seméntica implicita ou explicita, que pode aparecer de forma concreta cu abs- trata. Se conereta, corwém torné-la abstrata, Tome como exemplo 0 excerto a seguic Aqui nessa tribo ninguém quer @ sua catequizagtio Falamos a sua lingua mas nfo entendemos sev sermao Arnaldo Antunes. "Vote pare ular, Um som,8MG, 2998, No texto de Arnaldo Antunes, observase @ oposic’o liberdade versus opresséo; os termos “tetequizacao” “sermio” so entendidos como uma restrigdo (opresso} a liberdade da “tribo” Opasicdes como “vida/morte”, “apa- réncia/esséncia’, “humano/divino”, “civilizacSo/natureza* so comunsem textos literdrios e cientificos. Conectivos da oposicao ‘A conjungo é um conectivo da lingua, pots faz a liga- G0 entre palavras e oragbes; as conjungées coordenativas sindéticas adversatives (mas, todavia, contudo, no entan- to, entretanto..] as conjungées subordinativas adverbial concessivas embora, ainda que, apesar de que, por mais que, conquanto...) estabelecem oposiggo semantica entre palavras e orages. A conjuncio coordenativa “mas” intro- uz © argumento mais forte; jé a conjun¢o subordinativa “embora’, 0 argumento mais fraco, observe: a) © Brasil jogou bem, mas no consegulu marcar bb) © Brasil ndo conseguiu marcar, mas jogou bem. Na primeira oragao, enfatiza-se o fato de o Brasil ndo ter conseguido marcar; na segunda, destaca-se 0 fato de @ selegio ter jogado bem. Veja agora as duas frases com conjungo concessive ¢}_ Brasil jogou bem, embora no tenha mercado. dd) Brasil nfo conseguiu marcar, embora tenha jogado bem. Na primeira oracio, 0 fato de néo ter marcado é argu- mento mais fraco; na segunda, 0 fato de ter jogado bem cumpre esse papel. Em sintese, b e c equivalem-se seman- ticamente, “jogar bem” é 0 argumento mais forte; ae d também apresentam equivaléncia, “n’o marcar” & o argu- mento mais forte, ras de linguagem da oposi¢ao Entre as figuras de linguagem que trabalham com a onesie, duas se destacam: 0 paradexo e a antitese. A. primeira estabelece uma contradic de ideias; a segunda estabelece simplesmente uma oposigao de sentido, sem contradic. No paradoxo lterério,a contradict é desfeita 8 luz do contexto, mas ao pé da letra, temos uma ideia contraditéria, ncoerente, veja Deo EXERCICIOS DE SALA [3 1 Unifesp 2013 (Adapt.) Do chuchu ao xixi A cancessiondria Orla Ria sublu em 5056, de RS 1 para PS 1,50, 0 uso do banheiro publica e de 60 para 65 anos 0 privilégio da gratuidade. & idade fol elevada com base em lei estodual de 2002, um ano antes de 0 Estatuto do Idoso (2003) favorecer pessoas “com idade igual ov superior @ 60.anos” Seo mal esté feito, os economistas devern agora se preocupar com 0 cheque do preco do uso do bonheiro publico na meta da inflagdo. Em 1977, rimos quando a dita- dura culpou o chuchu. Nao seria 0 caso de rit, na democra~ da, do impacto do nixi ne custo de vida? arta Capital, 22 jun. 2002. Arelagio de sentido entre “ditadura” e “democracia’, esta- belecida no iltimo pardgrafo do texto, também acorre na seguinte passagem, extraida do jornal Fatha de S.Paulo, de 11 de setembra de 2012: il i E ferida que doi e ndo se sente Eum contentamenta descantente Luis vae de Combes © texto acima apresenta paradoxas, pois 0 doer & in- compativel com néo sentir, e 0 substantivo contentamento 6 incompativel com 0 adjetiva descontente; ha, portanto, uma ideia contraditéria, incoerente. Observe agora este outro exernplo. De repente do riso fez-se 0 pranto ‘Vniclusce Moraes, Soneto de Separarao, Nesse segundo exemplo, temas uma aposigao de sen- tide entre “riso" e “pranto” Entretanto, nfo hd contradigdo de ideias, o poeta marca a passagem de uma coisa ac seu copasto: “do riso a0 pranta’. Se o poeta dissesse que era um ‘iso cheio de pranto, teriamos um paradoxo. A Aguns fatos empolgavam o pais até outro dia. A volta do crescimento econdmico, a descoberta do Pré-sal, o desvencihhamento dos credores. B_ Levantamenta feito por esta Falha em todas as estados do pais mostrau que a Lei do Ficha Limpa barrou, até agora, 317 candidatos entre os 15.551 que disputam as prefeituras brasileiras. CO dinheiro perdeu sua quotidade narrativa, tal como acontecev com a pintura antes. O dinheiro agora foto sozinho. D_ Aevasdo nas graduacées em engenharia, assinalam os professores, é alta demais. Sé um quinto o um quarto dos ingressontes termina por formar-se ~ segundo os autores, porque thes foltam nordes béisicas de mate- mética, que deveriam adquirir no ensino médio. E “Até nos flores se encontra a diferenco do sorte: umas enfeitar a vido, outras enfeitam a morte.” Esse poema se aprendia nas escolas do passado. Hoje, a diferenca da sarte atinge até mesmo os partides politicas, que podem ser resumides em situactia e aposicéo, INTERPRETAGAO DE TEXTO | TETRAI 79) 2 Unifesp 2014 Asensivel Fol eno que ela atravessou uma crise que nada pare- cia ter a ver com sua vida: uma crise de profundo piedade. A cabega tdo limitada, to bem penteada, mal podia su- portar perdoar tanto. Nao podia olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre - virava para 0 lado 0 rosto magoado, insuportdvel, por piedade, ndo suportendo a gl ria do cantar. Na rua de repente comprimia o peito com as dos enluvadas ~ ossaltada de perdao. Sofria sem recom- pensa, sem mesmo a simpatia por si prépria. Essa mesma senhara, que sofreu de sensibilidade como de daenca, escolheu um domingo em que a marida vigja~ va para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Iss0 ela sempre soubera: passear Como se ainda fosse a menina que passefo na calgada, Sobretudo posseava muito quando “sentia” que 0 marido 0 engana- va. Assim fol procurar a bordadeira, no domingo de manh Desceu uma ruo chela de lama, de galinhas e de criangas nuas ~ aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de filhos com cary de fome, 0 maride tuberculaso = a bor- dadeira recusou-se o bordar a toalha porque néo gostava de fazer ponto de cruz! Soiu afrontada e perplexe. “Sentia~ -se” to suja pelo calor da manhé, e um de seus prozeres era pensar que sempre, desde pequeno, fora muita limpa. Em casa almocou sozinha, deitou-se no quarta melo escu- recido, cheia de sentimentos maduras e sem amargura. Oh pela menos uma vez néo “sentia” nada. Sendo talvez a per- plexidade diante da fiberdade da bordadeira pobre. Sendo talvez um sentimento de espera. A Iiberdade. LUSPECTOR, C.Csmelhores contos de Clee Lspector, 1996 Anarrativa delineia entre as personagens da senhora e da bordadeira uma relacao de A. animosidade, marcada pela recuse afrontosa da segun- da em atender ao pedido emergencial de primeira, B cumplicidade, entendida como ajuda entre duas mu- Theres cujas vidas mostram-se ta distintas. CC sujeigéo, fortalecida naturalmente pelas condicSes ‘econdmicas da primeira, superiores as da segunda D_ incompreenséo, decorrente do desejo da primeira de ‘que a segunda trabalhasse num dia de domingo. E oposigo, determinada pela superioridade social e eco- ndmica da primeira e a liberdade da segunda 80 _INTERPRETACAO DE TEXTO | TETRA! 3 Enem 2014 Texto! JoB0 Guedes, um dos assiduos frequentadores da bo- liche do capita, mudara-se da campanha havia trés anos. Trés anos de pobreza na cidade bastaram para 0 degradar. Ao morter, nd tinha um vintém nos bolsos e fazia dots me- ses que soira da cadeia, onde estivera preso por roubo de ovelha, Ahistéria de sua desgraga se confunde com a da maio- ‘io dos que povoam a aldeia de Boa Ventura, uma cidade- inha distonte, triste e precocemente envethecida, situada ros canfins da fronteira do Brasil com 0 Urugual C Martins. Porter fechada. Porto Alagre: Movimento, 2001 (fragmento) Textoll Comecei a procurar emprego, jé topando o que desse @ viesse, menos complicagdo com os homens, mas no tava fécil. Ful no feira, fui nas bancos de sangue, ful nesses lugares que sempre dao para descolar algum, fui de porta em porta me oferecendo de faxineiro, mas tavo todo ‘mundo escabreado pedindo referencias, e referéncias eu so tinha do diretor do presi. Fonseca. Fol aro novo Sto Paulo: Cia. dasLetras, 1389 fragmento. A opasicio entre campo e cidade esteve entre as temati- cas tradicionais da literatura brasileira. Nos fragmentas dos dois autores contemporaneos, esse embate incorpora um elemento novo: a questo da violéncia e do desemprego, As narrativas apresentam confluéncia, pois nelas ofa) A criminalidade 6 algo inerente ao ser humano, que su- cumbe a suas manifestagSes. B meio urbano, especialmente odas grandes cidades, es- timula uma vida mais violenta falta de oportunidades na cidade dialoga com a pobre- 2a do campo rumo a criminalidade. Dodo rural ea falta de escolaridade sto causas da vio- léncia nas grandes cidades. E complacéncia das leis ¢ a inércia das personagens so cestimulos & pritica criminosa 4 Unesp 2013 0 texto a seguir toma por base um frag- mento de uma pesa do teatrélogo Guilherme Figueiredo (1915-1997) ‘Arraposa e as uvas (Cosa de Xantds, ern Samos. Entradas 4 D, E, ef Um gongo. Uma mesa. Cadeiras. Um “clismos** Pelo péntico, 10 fundo, vé-se o jardim. Esto em cena Cleia, esposa de Yontds, e Melita, escrava, Melita penteia os cabelos de Cleia.) MELITA: — (Penteonde os cabelas de Cleia) Entéo Radépisconteu que Crisipa reuniu as discus na praco, apontow para 0 teu marido ¢ exclamou: “Tens 0 que na perdeste” Xantas respondev: “E certo” Crise continu: “NG perdeste chifes” Xantés concordou: “Sim” Crispa finalizou: “Tens o que no perdeste; no perdeste chifres, {ogo os tens" (Cia ri) Todos riram a voler GLE: — engenioso. & 0 que eles chamam sofisma ‘Meu mero void praca para ser insultodo pelos outros f- fesofos? MELITA: — No; Xantés ¢ extraerdinariamente inteli- gente... No meio do rso geral, disse a Grsipo: “Crsipo, tua mulher te engana, eno entonto no tens chifres: © que per deste foi a vergonhal” E ai os discipulos de Crisipo e os de antésatirararn-se uns contra os outros LEIA: — Brigaram? (Assentimento de Melita) Coma é qe Redépissoube disto? MELITA: — Ela estava na praca CLEIA: — Vocés, escravas, sabem mais do que se passa em Samos do que nds, mulheres livres. MELITA: — As mulheres livres fam em coso. De certo modo so mais escraves do que nds. CLEIA: — £ verdad. Gostarias de ser livre? MELITA: — Nao, Cleia. Tenho conforto aqui, e todos me consideram. £ bom ser escrave de um homem ilustre como teu marido, Eu podera ter sido comprada por algum mer- cador, ou algum soldade, no entento twe a sorte de vira pertencer a Xone CLEIA: — Achas isto um console? MELITA: — Uma honra, Lim fldsofo, Ceia! CiEIA: — Eu preferin que le fosse menos filésofoe mais marido, Pora mim os flésofos sto pessoas que se encarre- gom de oumentar 0 ndmero dos substantivos abstratos. MELITA: — Xantds ioventa muitos? CLEIA: — Nem ao menos isto. F ai é que estd 0 trégico: é um filésofo que ndo aumento o vocobulério das contro- vérsias. 6 terminaste? ih ve MELITA: — Quase. £ bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem 0 som e o fuz que eles tém. Xantds bei ‘0s teus cabelos? (Muxoxo de Cleia.) Eu admiro teu marido. CLEIA:— Por que nd dizeslago que 0 amas? Gostarias bastante se ele me repudlasse, te tornasse livre ese casasse contigo. MELITA: — Nejo digas isto... Além do mols, Xantés te ama, CLEIA: — A sua maneiro. Fago porte dos bens dele, como tu, 0s outras escravas, esta cosa MELITA: — Sempre que vioja te troz presentes. CLEIA: — Nao é 0 amor que leva os hemens ¢ dar pre sentes ds esposas: é 0 vatdade; ou o remorso, MELITA: — Xantés & um homem tlastre CLELA: — € 0 filbsofo da propriedade: “Os homens sto desiquats: @ cada um toca uma didiva ou um castigo” & ‘sta democracia grega... 0 direite que 0 pavo tem de esco- {nero seu tirano: 60 direito queo tirano tem de determinar: deixo-te pobre; faco-te rico; deixo-te livre; faco-te escravo. E odireito que todos tém de ouvir Xantds dizer que a injustiga 6 justa, que 0 sofrimento & alegria, e que este mundo for organizado de mado a que ele possa beber bom vinho, ter uma belo cose, amar uma belo mulher Ja terminaste? MELITA: — Um pouco mois, e ainda estards mais bela para o teu fildsofo. CLEIA: — O meu fildsofo... Os fildsofos so sempre cria- tures cheios demais de patavros (0) Espécie de cama para recostar-se Fiueredo, 6. Um Deus dormiv Khem casa, 1964, Entre as frases, extraidas do texto, aponte a que consiste ‘num raciocinio fundamentado na percepgao de uma con- tradigao: A Tenho conforto aqui, e todos me consideram. B As mulheres livres ficum em casa. De certo modo sio ‘mais escravas do que nds. © £ bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem 0 some luz que eles tém. D 0s fildsofas sto sempre criaturas cheias demais de pa- lavras. E Xantés é extraordinariamente inteligente. INTERPRETAGAO DE TEXTO | TETRAI BL.

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