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“Bute Trabalho ¢ parte dos resuliados we’ wma sérle de rewnides ¢ achates qua.o Seror de Relagées 40 Trabalho, do. Consetho de Comunidade’ Nowra, vers real zondo lanio a wirios segmenro% da Soetédede, vissndo for ‘mis decodes eanensias. pare combatee % Diseriminacio Recial r~ Merccdé de Trabolho.£ sim poito de portida pera eit na dembc"icegdo da te propegada demo ‘eracla racial.” Consettin de Heshv oh imemtg e Partpacio da Coamunilade Nesta Peadaide $A0 Flo O NEGRO DE PARTICIPAGAO.E DESENVOLVIMENTO DADE NEGRA DO ESTADO DE SAOPAULO O NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO 1986 22, edico CONSELHO DE PARTICIPACAO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA DO ESTADO DE SAO PAULO APRESENTAGAO [A ealidade do nego no Grail std contide em um elroulo vcito, © nfcio desta cirenda camecaexatamente no mercado da trabalho. O de Semprego, ou 0 plor, 0 nSo‘rabaiho sirtamstzo lava a fami negra & dese ‘gogecto. O trabalho 6» atvidade fundamental do homem. Uma bos parte fo tempo da nossa vida 6 passadotrbalhando, Toda homem tem disito 20 ‘eabatho para poder se ralzor como pesos 80 msina to austen simesmo e803 familia, No Beas, té mesme este rit lament 6, mu ‘ae veres,negado 20 nero Diversas sto as formas, 3s vazes, nada suis, dese impedir@ mulher e 0 homem negro de trabathorem — como muito bm demonstra neste tbe tho © professor Clovis Moura chariste Pestana. O Conalna de Paticipa ‘Ho e Desenvolvimento ds Comunidade Noga do Estado de Seo Paulo tem loro que muitas dis disriminardes que o negro sofe em nossa sociedade tim 2 sia principal ongem no mercado de trabalho, data iia do chreula vicioso:primeiro, 0 nSotrabaho; depos, todos aquelesesteri6tipos desones- {os impingidas aos negros come de incapseidade, falta de vontadeo non. teigincia; em seguda, a distoreSo de imagem feta pelos meios de comun ‘aco e finalmonte a violénciapolcial. Para quebrar esta crandstomos do ‘tuar de forma decisive no mereado de trebalho: nos indicator, empress, junto 20s profisionas da Srea de recursos humanos, atncies de empreso, ‘te... Nosio SETOR DE RELAGOES DO TRABALHO, uma de notes ‘rincipis foes, est aberto a suestées e colaboragSes de todos aqueles que ‘ueiram contribu nesta lta CONSELHO DE PARTICIPACAO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA Diretoria Executive Hilo 8. Sonts = Presidente Ins A. Alves dos Santos - Vice Presidente GGendsio de Arua - Seretirio. Maria Gistina de Olneira= Tesourera avon Carts Arruda da Siva Vogal No ano de 1882, para uma populagio de 4.912.293 pessoas, 0 Brasil tinha 1.433.170 trabalhadores livres, 656.540 trabalhadores excravos e 2.822.583 desocupados. Esta grande massa de desocupa- dos jé era constituida de ex-escravos, na sua maioria sexagens de 1888, a parcela de escravos se incorporar ‘grande massa de desocupades, sem possibilidades de conseguir em rego, marginalizada e persequida. Criase, por isto, logo apdsa pro- clamacio da Repiblice o crime de vadiagem. MEV PRMEIRO teABaLH 701 De GARCOM Eoseu? Por outro lado, de 1827 2 1899 entrou, somente para So Pau: 4, um total de 940.684 imigrantes, nimero maior do que o de es: craves que foram atingidos com a chamada Lei Aurea. Isto 6, 0 mercado de trabalho naquilo que tinha de mais dindmico ¢ preen chido pelo trabalhador europeu, enquanto 0s negras @ néo-bran- £08, de um modo geral, so discriminados pelo preconesito racial ue € uma constante nos grupos que selecionavam os trabalhado- 8s. A ideologia do “"branqueamento” passa a ser um mecanismo de barragem contra milhares de trabalhadores negros ou mesticos cde um modo geval. © preconceito racial barra a ascensdo social. Em 1893 of imi ‘grantes entravam com 79% do pessoal ocupado nas atividades me nuufatureiras; com 85% do pessoal ocupado nas atvidades de trans portes e conexos; com 71,6% do pessoal ocupado nas atividades ‘comerciis. Sua participagdo nos estratos mais altos ainda era pe uena (pois s6 31% dos proprietarios e 19,4% dos capitalistas eram estrangeiros). Contudo, nenhum negro ou mulato era incluido nes 1 esfera. 87 anos depois, o recenseamento de 1980 registra o mes- ‘mo processo de barragem no nivel de patrBes: 79% sio brancos, 16% sdo pardos e apenas 1% & constitu/do de negros. ‘oer so ei Quek aa eat ogee Ha 10 anos 0 operério negro Santo Dias era assassinado pela policia politica por haver participado de uma grove pacifica no ‘ABC. Até hoje o erime continua impune, embora todos seibam os responsaveis pela sua morte. O fato de ser negro e operério facil tou ainda mais a impunidade dos eriminosos. Logo apés a proclamacdo da Repiblica foi criado o crime por Vadiagem. Isto quer dizer que o trabalhador desempregado, que ‘Go encontra vaga para trabalhar, muitas vezes em consequéncia do racismo dos empregadores,é levado no camburSo, considerado vadio e fichado na policia. Com isto, aumentam ainda mais as bar reiras para conseguir emprego. "0 Brasil € campe3o mundial de acidentes no trabalho, No fentanto, 05 patrBes jogam a culpa nos préprios trabalhadores. Uma muttinacional, por exemplo, criou até um personagem de histrias em quadrinhos que cireuia no jornal da empresa chama do. “Desastrino”. Ele esta sempre sofrendo acidentes porque é distraido e vive pensando em futebol. No caso do tabalhador ne- 910, entio, a coisa fica mais séria. E porque negro ndo presta ‘tengo no que faz, pensando no samba e na macumba = JERE] QUE DESPEDR ALGUUS DE VociS!PRA MAO DIZEREM Que Esta’ HAUEUDD PROTECAD, 0 DESPEDWE? 05 TRES MAG ALTOS DA TURMA! Segundo dados oficiais,62,9% da populaglo negra em idade de ‘rabalhar em Séo Paulo encontra-s desemprogada. Esta proporcao na Grande $0 Paulo 6 maior do que a encontrada para a popula fo branca. ‘Como jé mostramos, dificilmente o trabalhador negro conse ue dar o salto da oficina para 0 escrtério. Os mecanismos discr ‘minat6rios contra ele atuem agora, como atuavam logo apés o fim do escravismo. Durante 0 Estado Novo, criado por Getilio Vargas, alguns pe- legos que dirigiam os sindicatos daquela época foram instruidos para dificultar 0 ingresso de negros nos mesmos. Isto porque Ge- ‘tlio, em 1945, em decreto sobre migracdo ressaltava a necessida- de de se “desenwolver na composiego étnica do pais as caracteris- ticas mais convenientes de sua ascendéncia europdia””. Com isto, ‘era necessério exclur-se a presenga do negro no movimento sindi- cal, Felizmente 2 onda passou. ORA, JUSTINO, MANIA SUA‘ DE PeRSquto! Ey Aou ai qucs DISCEMNA No mercado de trabalho, o negro é sempre aquele que encon: tra maiores dificuldades para conseguir emprego. Dados forneci dos pelo SINE (Servico Nacional de Emprego), érglo do Ministé Fio do Trabalho, tem denunciado esta absurda discriminagio por parte de diversas empresas. O direito bésico de qualquer cidadéo (direito 20 trabalho} ¢ assim dificultado a0 negro em consequén cia do racismo de muitos empregadores. No ano de 1942 0 sociélogo Oracy Nogueira fez uma pesquisa, sobre a atitude desfavorivel de anunciantes de So Paulo em rela ‘fo a empregados de cor. As conclusdes da pesquisa mostram cla Famente a discriminacdo generalizada, mesmo em empregos de bal x@ renda, como empregadas domésticas. Pelo levantamento feito (05 empregadores achavam que os protos sio desonestos, nfo tém as: seio, roubam os patrBes, no so assiduos, inconstantes, finelmen- te outros afirmam no quererem empregados negros porque eles “iriam ter contato com as criancas”. Estes esterebtipos frutos do racismo impedem que o negro tenha plena oportunidade, mesmo rnaqueles empregos de baixe renda. Isto demonstra como o processo de discriminagio, opressdo barragem ao trabalhador negro continua mos eritérios odiosos de quando foi assinad bel. Hé portanto a necessidade de trabalhadores negros e brancos se juntarem para uma nova Aboli¢so, ‘SOBRE OS AUTORES cLovismouRA PESTANA Clovis MouraéSocitogo, Presidente Fez Publicdade na Escola Pollarte do LB.A.~ Instituto Braslao de de Sf Paul, Colaborou em virlos Estudos African stios. publiacSes, entre as quae Publicov entre ouror or sauintes 0 Paiguim, Jorel do Pale, ios: Digio do Grande = "Rebolfo da Senzls, 18 Ea, I de Hiiendpai, 1950;28, 1972;39, 1981 ‘evista Critiea da Informacio © — Preconesito de Corns Literatura —_emBoleti o Movimento Negro, de Cord, 1976 ‘Atuaimente pubic seus = ONego:de Bom Escrvo 2 Mau porsonagans "Os Urbanos” isso, 1977. Siaamente no Jorn sri ~ Diario da Guerin, 1980, A Sociologia posta em questo, com ot jrnals © Pasquim Jornal do Pas. € autor do wa "A Transaplo de Tronic" sear tro seron oe net nee bo Fexbatno ‘Adonis lamaert Open - Roeser de Plots Taba winoaes Seabees wn Lee conseuno de ranniciaei9€ oanivar‘aenro oA oinase ncaa fas tee Pa veda epg ot ou prc charges Sen aprerisautnagio do 8 (oon diarmartoe proto ae: Patan

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