You are on page 1of 19
© HoMeM & A sociEpavE O homen e a sociedade O cowcerento, ainda bastante incompleto, que a pic 4 secologi en do homern jf permite amar alguman verdades fundimentas. O homem esti no centro d sciedade, a soiedade ‘ests dentro do homer ‘Stet exe exencilmente:a sociedad si as homens eas lnteragbes de seus sentimentos, sas eves. Mats tarde ex rinaremos alumas dessistelagoespsicelipcas, os fendmenos scias que interests cnc politica ‘Um homem que vemes passe mars parce-nos ola, ss ho. E, realmente, em memo, ele € Uc, singular, wredutvl 3 ‘qualquer outta, desde seus pensamentase emogdesfntimas até ob e as hnhas digas De outro lado, entetanto,o seu “eu” estéentnhadamente lado 20s outos homens, de que € reciprocamente uma cpa ou tum pigiopsicolgic e soil ele ¢, em pate result da educa «20 pela fama pela escola, pela conivénca com amigos, da uta om inimigos eda influtncia de estranhos. um ser social, Grande pare aimensa maiona de suas das, sentimentes, op rides, hibito, vem da tciedade em que ve, dos jonas que I dos filmes aque asst: vem dos outos E.o“eampo psicolépcosoc, que cada um dens tem dem tao des, que nos submerge, nos diige sub-repicia ma infleave mente, € do qual rats indivios se Uber momentaneamente (ver Krch e CeutMicld, Three plone: de pychalge wel, val tp Hs Rocatens Shes, Sacloga,p 134), ‘No homer que passow nas, que acim aludimos, além as iterates com a Fra, a empresa comercial em que tab thao clubea que pertence, tos tem para nono attunto impo 1a peculiar, que ele tm, as vezes bem nts, maser geal subcons lente, sensas3o, 04 melhor, a itu de que fc parte de um spo socal mats sasto, que elechama de pit, que € 0 pow, a [Neste ambiente, a staagdes¢ experémcss so muito dive 1 Prestou sergo militae, a por gosto, ma porque era chia do, Cert vee gsando um pequennsutoménel,atrpelou um wa seunte equebrou-thea pera. Guarda cis, delepados de poli Juitessubmeteramno a uma longa edoloosa pro, de que no se poi liberar sob pena de sofnmentos ainda mares Conheceu asim, praticamente, © que € o pode patice presentado por msmerasautondades, Eis cumpram all agi ‘erm nome dil, de uma le feta por pessoas que ele mal cones de nome — senadores, deputados. Alem desses, outros, 0 pres dente da Republica, os ministros, © govemador, os secretinos, apoiados por uma orga mlltarieesstivel,cbngarar-no constr temente, por meio de leis, dectetoe, orden, a fazet ou nSo uma infiridade de cos, Rel indo um pouco,chepaia 3 conclusi de que ndo obede is propnamente a ess pessous como omens, € sim porgue cram autores Asim, das perceps®esfrageentras dos ftoscomesou a nas- ‘er uma isa, cada ver mais nitid, até compreender que, alm do ‘abo, da imtoo, da bedi autres, muitos eso, ar xt um slrmenta numa pena, esis eras ato fades, da mate malesta} mats aa, eden dese, um apateltamento pole multe Se fose dado 3 wefleo, ches facet 2 conc de ue tudo so, afm era neces para manicraonen sein, ra peti que eee unos os utr sneer etrablhasiem em par Ecompreendena ent que toa aguas pessoas, auton es, cram agentes pas emu sistema compen que disp ‘de fog, de poder, chamado geri De toto, chegaiuma tle © 05 mies de seus carpstracs,formiam ua sc orpnizada, cup nome ovis era mites eres Estado Navads coudms, © Es aparece pela sua mast 630 mats sel e mats prowma, o poder es ondens, decides que oiadnduo tm de eumpos, sob pena de softer imcimodes, resteges e mforinos, desde os eves at 0s gravis Mas esa represertagio mental € empina, since apenas opentnciss paris e concretas Os play, os lites sl 2es sho sutondades do Estado, no a0 0 Esta, os pl ste from ole, 0 preidente da Repblen x minster ager «flan em nome do stad, prem mio sio 0 Est ago, qu se eostuma der saber, ni sao Eta "0 stad termina pot parecer uma expécte de mito, oe fan taxma ameagadr, cus sombra pas continusmente sabre nossa sida, eur sina we encontta por toda parte eque a se sem ‘nunca ¢preidénca maternal, mecenus, benfety, com eso ros neste iberalaades sem lites, mas anda e seme imsbele inacessiel em seu pip see" (J. Leclerc, Laven de tot nate, ol, LEtat onl pone, p10) E necesiio veneer algumas dficulades para pss da lea cempinca aids actnal de Estado, 4 ny amin Sociedade police Estado Pur que exsta sociedad so necensins interagiesretpacas€ entre on snd comcic ‘que a compéem. Pua que hy O Lata fe poltica — quanto» wie ene de pthcias€ quanto a uber se cle €2 socedade potica ou apenas acondo todos vs policlogon tas Onde surge dive: ta dela nia dewando a pate saber extamente o que € uma socteade pics, tema que para alguns € plémico Neste caso ® p come © rsco de se wrnar um fantasia mplpivel uma abstagso Relertcmus sgumas pongoes de socdlogose Gentstas pol tor Hacer exp nieve ‘Quando uma coma: rica prs consecugio de fins poliuce Tal oraniagio denominese hoje Estado? (Hasse, Scclope pital, pp 2€3) ‘Outros entendon, «om ao, ado io & comune dee sm asaciagio (Maclvet,O Esta, p10). que nem todas 2 sociales pola procuram o bem comum de seus membros € sum, 3s yee o teres patrons. o preston ea lina dos ever nates como muitos impenos e prncipadon que a hstna conhece (Msp, Laos plague le drat, treo, p x) Meso acetanda a nog30 de comunidade que Haesert di alo, ¢ iil ee que ele restingeexcessnamente quan do wentca Esa a comunidad politica, O municipio € uma le politics no € um Estado © punto de visia de Maspéul ado parece procedente. © fate ingivel de que musts vezes us gunemantes buscam o bem pee Pio © nio o dos govemadon 3 fora atinalado por Arstiels, «quando dstinguis formas purse forms mpras de gvetno. NEO a, porem, que reste a questo, Nao € admissel que um vaste agregado humano se organize tendo por fim a riquers ea gina dos _govemances. Os homens se rgnizam para conseguir obem comm Somente um exerbiante injusiicsvel receio da intusio de ‘dias noematnas na xenca politica pode o ‘causa da sociedade politica, e esa finaldade ¢ 0 bem pabice £0 desejo do bem comum & a conncgio de abié-la que mantémm os homens unidos ecbedientes ao puder politico Muitas vezes 0s governantes almejsm antes de tudo 0 bem wir finalidade como deles proprio, porém nunca tém sequer 3 conagem de confesslo ‘e apresentam sempre como senidote e propugnadores do bem piiblic, pois do contri seu império ve esboroaria ante a host dade geral ‘Ji vimos que, para B. de Jouvenel,socedade politica € “todo cet © compreender esse grande fato moral, evjaimportncis vai crescendo no munds modern. Renan dvia que a “ago € uma alma, um prinefpioexpintua” “Mancini, professor de ditetointemacional em Turim, props, ‘er 1851, uma definigio que ficou edlebre. “Nagio 6 uma socieds- {de matural de homens, na qual a unidade de tetério, de ongem, de costumes, de lingua e a comunhio de vida craram a consciéncia social” Padrier Fodéré radunie ampliou ests defiigto."Nagio € 3 ‘eunido em sociedade dos habitantes de um mesmo pat, tendo ‘amesma lingua regidospelas mesmas leis, unidos pela identidade ‘de onigem, de conformasto fisica ede dsposigdes morais product ‘das por uma longa comunidade de ineresses esentimentose pela comunhio de vida no decurso de séculs” Essasdefinigdes, aparentemente exatas,pecam pela inclusio de elementos que nio se encontram em todas as nagBes, pots mui- tas tem origem e linguas diferentes. A raca. a ling, « submicaa 0 mesmo Estado nto bastam por s 6 para formar uma nacio, ‘Quando um, ou alguns destes elementos, alador 3 Wentidade de ists de interesses de aspiagSes, consegue criar uma cons ‘ita, uma alma coletiva, essa unidade moral se tadus pela von- tude de viver em comm, pela aceitagio do mesmo destino, pelo sentimento profundo de selidanedade entre of filhos da mesma inaglo de diferenca das demais nagdes ‘Ao conjunto de todos esses tragos marais, que dio uma fst nomi pecuhara cada nagdo,chamarse nacionalidade a esse aml tama indefinivel de sentimentos de simpatiarecproca, de amor ds rmesmas trades, de aspiragSes de grandeza Futura, de uniade € petmanéncia de uma personaidade coletva, denomina-se patio: tismo. De patra dew Rui Barbosa uma definigd0 que com jusiga a ienifiea 3 nagdo: Patra no 6 um sistema, nem uma seta, nem umm menopalio, nem uma forma de governo: 0 clu, 0 soo, 0 pov0, «a tradgio, a conscignci,o ar, o bergo dos filhos eo timulo dos antepassados, a comunho da lei da lingua e da Mberdade” ‘A nago, pos, nfo € apenas o presente, mas também as ger ‘Bes pasmdas e as vndours, a heranga de umas e © porvir de ‘outras, uma corrente ininterrupta de sentimentos que une os des- tines cumpridos as destinos a cupric (© Estado pode existir apenas com 0 povo, mas somente sera grande e duadouro se repousar sobre a nagdo. (s Estados que se fram pela fra, pela sujeigio de mages Aferenes,cedo ou tude se esfacelam e desaparecer. $6 a unidar de moral dos esprits, a comunho de interests eieais € que faz srandes 0s Estados. Nesse sentido € verdadeiea a definigao de Blunischl: O Estado € a nagio polticamente organizada, princfpio das nacionalidades Foi sintetiead por Dluntachli nos sguintcstermos: “Ta nao & destinada a formar um Estado, tem o ditete de se organizar em Estado. humanidade dvide-se em nagoes;o mundo deve dmidi- se em Estados que Ihes correspondam. Toda nagdo ¢ wim Estado; to Esado, wma pesoa nacional Este prinfpio, proclamado pela Revolugéo Francess,teve aco Iida undnime pelos tratadistas de ditito internacional, no qual se teow um dogma. Na prétcs, porém, sua fortuna nfo foi a mesma (O Congrsso de Viena desprezou-o ostensivamente,reorganizando 4 Europa sem nenhuma atencBo ao dirito das nagbes de dispor do réprio destino, Posteriormente, fol em nome desse principio que a Italia se unificou, 0 Tratado de Versalhes pretendeu tragar as (62 Daryn sora eis ners da Eros de do que toda nage ecm Eso ndependen oe congean nfo se pots nei que o print Sr dates sj um ble fom ie € use impome fet unformenente ou gi €smpre lec tum colt oe tte pipe ponnement das ppl: ee rls jek ogi gue podem deen seria tno lugar muta nae, do Velho Continent sbe- weds dea de interpenetada, mam wma rede Ho se il de neces supepeton on tress sinless se ut umn equa, pra mats Estados, uma Catistrofe, dante da qual é lito hestar Po fim, além de muitos outosargumentos, umn exposto por Le Fur éde procedéncia indiscutivel. A apleagio priticae geval do principio das naconalidades acatetarie em muitos casos fraude ona ele mesmo, PodetaFomenta os mais nocivusseparatismos; qualquer coetvidade, sem porsuit realmente as caractersticas necessris ican com o dicsito de declararse uma nagio e des- Inembrar Estados. © pronunelamento Ua massa € co sujcto @ inflenciss permicioss, os 1.001 meios Iietos eileitos de propa ganda subversva sio de tal modo poderosos, que muitas nagdes verdadeiras poderiam ser esfaceladas por manobras de iniigos culos ou ostensivos Nao se segue dat, por esses vcios e defeitos que ma prtica pole apresemtar, que se neque ao prinefpio das nacionlidades © valor que ele tem. E um ideal, que deve ser realizado com prudén- ‘ia, tendo em vista eaidade e no apenas prinetpios doutindios Inenoavete a evtwers rouinies 62 onganizao © forma de sea exertcio™ (Miguel Reale, Teoria do iret do Esta, p. 137) © tua da soberania, ou melhor, do poder € 3 nasdo, poryve € 0 elemento humano do Estado. Quer dsr, ntinecaente, socialmente, orignaramente, 0 pode reside no pono, a go, dele € que emanao impulso wal que fro Estado air Nao pe sa ser do tere, evdentemente, ene coo euto se pales diver que € do govero, ou da oranzaco, do tere elemento enfim do Estado Pogue, em dima anise, gover €oganiagio So denominactes de fendmenos que se provessum no so da co- letidade. S60 elemento humano ¢capae de vontade e de ago Subseancialmente, pos 0 poder resiZe no pov cu na magio Ju dicamente, porém, é 0 Estado que exerce 0 poder, ova seberania, como 4e costuma impropramente diet. Porque o Estado € a ‘expresso jurdic, a fsionoma legal da magdo Poucoimportam os dogmas desta ou daquela doutrina, na rea ladade,o Estado €0 6rlojuidico da nag 30. Quando esta se ong ria juridiamente, surge o Estado como entidade de diet, mas vida, a vontade, a fonte de toda a energa esata € a n36H0 © Evtado & a forma jurdica que a naclo onganizada apresen- ta, nlo podendo haver antinomia, nem oposicdo, nem contrast centre a nagio eo Estado, que slo aspectos complementares da ‘mesma reaidade: a sociedade. Os que pretendem criar ou inter pretar direitos do Estado contra anagio, ou vi tno mundo das abstragdes ou disfarcam apenas outros intuitos sob 0 aspecto de preocupagies de ordem jurdica A oniGem po Estavo A origem do Estado “Tenno st#arano AS NOAGAGOES sobre a ongem do por das ten- totias de slums ra a alguns autores, e 0 nimero de teoras a respeito da origem da sociedad politica ou do Estado € uma prova do interesse que tem despertado. Modemamente, nota com ratio Bigne de Villenewe, teesse tem diminuido, pelos mesmos motives, acrescentar ‘mos nbs, pelos qua vio rareando os grandes sistemas doutrinirios 0s grandes flisofos. Para facltar 0 estudo, tataremos da origem do Estado sob dois aspectos: 0 das teonas flosdficas que se preacuparam com 0 assunto © o ds origem histérica do Estado. Ou melhor: rigem primar do Estado, o seu aparecimento na sociedade primitiva ea sua formagao histérica Nio seria possivel, evidentemente, expor todas a6 teorias floséficas sobre a origem do Estado, pois elas sto em grande riimero € no tm o mesmo valor. Mencionaremos apenas as que tiveram mais influ@ncia sobre © pensamento politico das épocas ‘em que foram elaboradas, e, sob este aspeeto, no slo elas muito Teorias da origem familial do Estado ‘As mais amigas teoras sabre a ongem do Estado véem nele 0 desemvohimento a amplagso da fara. Baseiam-se esis teo- tas, hoje adotadas por poucos autores, nas wads nos mitos de civliagdesanuigussimos. Mas hi um evidenteequoco em ientfiearaorgem da humanidade com aorigem do Estado (Que a sociedae em geal, ou sea 0 gnero humano, diva necessariamente da fami, no h& dvds, e por iso se die com rato que a familia € a élula da sociedade.Nio se pode, port, aplicar 0 mesmo racicinio 20 Estado. Nao ¢ de todo improvivel {que em agua repo da Tera o desenvolvimento de una fri tenha dado orgem a um Estado determinado. Esse proceso, no entano, no fi gral “Sociedade humana "sociedad politic” nips temo snd nimos, Eatamente quando e homem, pela msioidade, se emanci- pada anil €que de modo conscienteeefetivo pasa a sociedad poltica. Esta tem fins mas amplos do que fala, nos Estados modemos a autordade politica nio tem sequer analogs com aautoridade do chefe de familia. Estado lém diss, ¢ sem pre a reunido de inimeras Faas. Os nows Estados que se tam constituldo em perfodos recents, como os Estados americanos, no foram 0 desemohimento de uma sé fara, mas de muitas (Bie de Vilencuve, Tit pénérale de Ita, volt p. 40). ‘A teoriapatrircal € uma hipétese que nio pode ser confiema- da inteiramente pela observgio histrica endo € suscetivel de generalzago, ‘Teorias da origem contratual do Estado J examinamos as principais teorias contratuais a0 tratarmos da soberania. Encaré-las-emos agora sob o Angulo da origem do Estado. LIB Dery Asombajs ! ‘Que o Estado, a sociedade politica, se erginow de uma con- ‘venglo entre os membros da sociedad humana € uma dia que js reponta nas obras de Aristétles e de Epicure, passando dat para os grandes doutores da Escolistica, ntadamente Santo Tomés. Os pensadores gregos e da Escola, porém, nfo deram rele especial 2 essa hipétese. ‘Com Hobbes, Spinoza, Grotus, Puffendor,Tomasus, Locke « Rousseau € que 0 contrato social assumiu uma importincia pri smordial Hobbes, js vimos, afirma que, ante a temends e sangrenta anarquia do estado de naturera 0s homens tiveram de abdicar em proveto de um homem ou de uma assembléia os seus dieitos ih ritados, fundando assim o Estado, o Levit, o deus mortal, que os submete a onipoténcia da tirania que eles préprios riaram, Spinoza (1632-1677) também considera que os homens 4e ‘ram forgados a pOr temo ao estado de natureza mediante um

You might also like