You are on page 1of 10
consumo 18,13% 369.827,46 |Imposto sobre Importagéio os1% 16.091,98 (P1-Total 0,98% 30.752,59 Contribuicéo p/ Seguridade Social/Cofins 375% 117.886,02 Entidades Financeiras, 023% 7.38415 Demais Empresas 352% 120.501,87 Contribuigtio para 0 PIS/PASEP 101% 31,755,40 Entidades Financeiras 0,04% 1.37095 Demais Empresas 097% 30.384,44 Gide-Combustiveis 015% 4.82837 Imposto sobre Operagées Financeiras 061% 19.243,27 Contribuigtio Previdenciéria das Empresas (1) 318% 99.819,38 toms 721% 226.606 48 15s 073% 72.944,01 Renda 8,90% 279,679,61 ‘Renda do Trabalho 353% 110.863,27 |.Renda - Pessoa Fisica 047% 14.840,32 IRRF - Rendimentos do Trabalho 1,66% 52,176.57 CContribuigSo Previdenciéria dos Trabathadores (2) 140% 43.846,38 ‘Renda do Capital 410% 128.757,31 |. Renda - Pessoa Juridica 2.69% 8452059 Entidades Financeiras 043% 13.611,66 Demais Empresas 2.26% 70.908,93 CContribuigdo Social sobre o Lucro Liquide 141% 44,236,72 Entidades Financeiras 029% 19.032,55 Demais Empresas 112% 35.208,17 ‘Outras Rendas 127% 40.059,02 Patriménio 1.23% 38.639,32 Imposto Territorial Rural (TTR) 0,023 474,56 005% eva 0,643 20.141,64 194% ime> 005% 1.67944 016% wu 042% 13,200.66 127% re o10% 3.43.01 + 080% Outros (3) 477% 149.921,80 14% Fonte: SRF STN, Confor e IBGE. Elaboragdo prépria ota:(1) inclu as contribuigdes das empresos sobre segurados assolariados, 0 recalhimento do Simples e outras contribuigbes de pessoos jrid- os, (2) Inclui as contrbuigBes dos assalariados, do contribuinte individual, do segurado facultative, do segurado especial eas contribuigdes pre- videncidrias retidas sobre noto fiscal (sub-rogagéo), além da contribuicdo previdencidria dos servidores ative, inativos da Unido e dos militares. £2) inclu outros tributos administrados pela SRFB, outros tributos estaduois, outros tributes munleipals. Taxas. Incul outras contribugses reve denciérias, como entidadesfilontrépicas, sequrados domésticos e contribuigdo patronel para a previdéncia dos servidores. 13 4 Segundo estudo realizado com base na Pesquisa de Orcamento Familiar (POF) do IBGE, em 1996, no Brasil, quem recebia até dois saldrios minimos gastava 26% do que ganhava no pagamento de tributos que incidiam sobre o que se consumia, enquanto o peso dos tributos sobre o consumo para as familias com renda superior a 30 salérios mninimos correspondia a apenas a 7%. Por incrivel que pareca, a situacao piorou. Conforme os dados do POF do IBGE de 2002/2003, estima-se que as familias com renda de até dois salérios minimos arcam com uma carga tributdria sobre o consumo de 46% da renda familiar, cenquanto as familias com renda superior a 30 salarios minimos gastam 16% da renda em tributos indiretos (tabela 2). O resultado é uma carga tributaria regressiva, significando que o Estado brasileiro é financiado, em grade parte, pelas lasses de menor poder aquisitivo e pelos trabalhadores, com a populagdo de baixa renda suportando uma elevada tributacao indireta. 1995 199 20081996 aeasM age aa (Ges ee aaa 206 203 2635 0S 154 35 = a $7 Hea a0 asd. 145 5a6 40 41027980320 uo eas 420052 aaa a8 oe a 137 210 ee ee ee 156 10015 4g Sem 2040S par asa BA 35470 55 699A sg 2B Bs 20330 si a6. FRE ae Be aide 20 ws 9973S a Fonte dos dados primérios: IBGE, POF 1995/1996, POF 2002/2003; Vianna et.al (2000); SRF “A progressividade no Consumo-Tributagao Cumu- lativa e sobre o Valor Agregado”. Elaboredo por Zockun (2005), Nota: Tributos considerados nas POFS: IP, ICMS, PIS, COFINS (indiretos); IR, contribuigéestrabalhistas,IPVA, IPTU (diretos); IS. E muito comum que um empresdrio que ganhe milhoes 16 de reais por ano ndo pague um centavo de imposto de renda Por que isso ocorre? Entre outras causas, porque a legislacio atual nao sub- mete a distribuicao de lucros e dividendos dos acionistas e sécios de pessoas juridicas a tabela do IR. Sobre esses ‘rendimentos, o acionista ou sdcio de uma pessoa juridica é isento, ou seja, ndo paga imposto de renda sobre o lucro distribuido! Isso faz com que seja uma pritica corrente o sécio de uma empresa declarar que ganha, por exemplo, R$ 1,4 mil por més a titulo de pro labore (equivalente 40 saliio, s6 que do empregador) ~ ficando na faixa de rendimento isento de imposto de renda—e R$ 10 milhées por ano de lucro distribuido pela empresa (também isento, por forga da atual legislasao). Ou seja, é muito comum que um empresario que ganhe milhdes de reais por ano nao pague um centavo de imposto de renda, enquanto um trabalhador ‘que ganhe R$ 4 mil por més j4é tributado a aliquota de 27,5% de seus rendi- mentos! COutra pritica comum é um empregado de determinada empresa se consti- ‘tuir como pessoa juridica prestadora de servico, mas continuar trabalhando exclusivamente como empregado da empresa. Agindo assim, ele recolhe mui- to menos tributos do que recolheria como pessoa fisica, ja que seu salario, tributavel, vira lucro ndo tributavel na prestadora de servico. Além disso, a ‘empresa que o emprega se exime de recolher a contribuigdo patronal para a Previdéncia Social. Como nao ha regulamentacao legal que previna essa prética © isco fica impedido de caracterizar a relacao de emprego formal entre o empregado e o empregador, sendo muito dificil evitar esse tipo de burla. © tamanho da“remtincia tributéria” do Estado com essa pratics pode ser medido pela tabela 3. Aliverificainos que, Por exemplo, para um salario de RS 1 milhéo por ano ~ due ‘nao ¢ incomum em se tratando de cargos de diregdo de grandes empresas ~, 0 empregado deixa de recolher mais de R$ 141 mil por ano, e seu patzao deixa de pagar RS 210 mil de ‘contribuigdo previdenciéria patronal, implicando numa sgemincia tributéria” de mais de R$ 350 mil. Maltiplique-se isso por milhares de contribuintes ¢ empresas SN® se utilizam desse expediente e se explicard porque em 2007, apenas 5.292 pessoas no Brasil apresentarar rendimentos tributaveis acima de R$ 1 milhdo por ano, emt flagrante injutica fiscal e prejuizo para os demals sontribuintes, especialmente para a classe médiaassalariada, que mnaturalmente sera chamada a contribuir mais, a fim de fechar a conta ‘TABELA 3 = RENONGIA FISCALCOM tSENGRO NA DISTRIBUIGAD DE LUCROS a Nervigas ~ Pessoa fsica que se constitu como Juries a aes asus 20.0090 ‘prego 130000 meno OMS ‘ope 00090 rpm anm samm csmee NAS US| TI mous s0m0000 ais ams Coenen Seaanee S aah IN SE asus somone ssonano snomomo s7arogo, samba sno | 2608 oamaas anes cancun SLAMS vrrmamon wagropo Teanga easnon x0s0np0 SDORGG | SSS nuammas wounds angoggo URLS vrocsonoo —ssegnoo so4gogeo 31520090, 24080 TNOERED SES vomonss — ssosntas —tagocogn 37042445 vronomoo — oongn s26snpo goo SOD ANNES TOS ames enna! | Lmaiae, anos ommamon zaaqnogo sengoge0 72=0n00 3900000 EIEDSe SOA esaoness —Tsozz4ts—tenona0 205072445 svmomape sassoon azoangpo mnogo s0ne0 7100000 SN omens sugszias «147m 2082445 vrroconon senna 222ggp0 040300 S2ENNED MOODS LAA onecneas — somenas —vetncoggn 272360445 onmene amngco maging mazacn S450, 7080000 1267000 ausacanas —taraaagas—tamngongn BSNS see wooing cin some sen NIGH ERE THN aamoases — 23enoong0 30S vrpmenapo rman acraso aamnas 97008 Dm HSS lausaimas—asvsuigs— 3asanog0 | SAN7SAS vmeenwmen —senonon «160 576000 1008050 SNS 24800 Samoneas — 20omonas 20000090 GADAAS vepounnan .zencnon reson Tenge sass RANED MOOS cashmaas — 3asasiaas— $sngonao RSOASIAAS (1) Apicogdo de tobela progressive consierando desconto pod de 20% limitado a R$ 13.317,09, conforme legisa¢bo. {2) Aliquot opicada de 21%, send 20% de contribugde vompregador€ 1% deGILRAT (menor iso). NBo incl terclrs. (3) Considerandotrotarse de empregado que simula ser empress ‘Trata-se de um contraste com 0 que esta estabelecido na Constituigdo, que nao permite discriminagdo em rardo da “ocupacao profissional ou fungao exercida pelos contribuintes, independentemente da denominagio juridica dos ren- dimentos, titulos ou direitos, 7 04. MUDANCAS NA LEGISLAGAO TRIBUTARIA APOS 1995 Aonda neoliberal dos anos de 1990 minou os avancos obtidos Constituigdo 20 As mudangas tributérias realizadas na Constituigao Federal de 1988 apon- tavam para a descentralizagao da arrecadagdo, em sentido oposto ao da cen- tralizacao autoritaria realizada na ditadura militar. O texto constitucional assumiu maior compromisso com a equidade, visando a tornar o sistema tributério mais justo do ponto de vista fiscal e com melhor distribuigao de seu ‘onus entre os membros da sociedade. Contudo, a onda neoliberal dos anos de 1990, no pais, levou a legislagao tribu- tdria a minar os avangos obtidos na Constituigio. Os questionamentos sobre a intervengdo do Estado na Economia e a chamada “crise fiscal” estabeleciam novos condicionantes na extracao de recursos da sociedade pela via tributaria {As principais mudangas no sistema tributario ocorreram no periodo de 1995 a 2002, com alterac6es na legislacao infraconstitucional, que caminharam no sentido oposto aos princfpios basicos do sistema tributario estabelecidos na Constituicéo de 1988. Essas alteragées agravaram a regressividade do sistema tributario brasileiro. ‘As modificagées ocorreram nas leis ordinérias e nos regulamentos tributarios, que transferiram para a renda do trabalho e para a populacéo mais pobre 0 6nus tributario, alterando o perfil da arrecadacao. As principais alteragées re- alizadas foram: A) instituigao dos “juros sobre capital proprio’ nerar os s6cios e acionistas com juros equivalentes a aplicagao da TJLP (taxa ue é a possibilidade de remu- de juros de longo prazo) sobre o patriménio liquido da empresa (com alguns ajustes)’ . Seria uma contrapartida pelo custo de oportunidade em fungio dos recursos mantidos na empresa. As pessoa jridicastibuadas pelo wer real, observado o regime de competéncia, que remunerarem pessoas fsias ou juriicas a titulo de juros sobre o capital prépro, podem considerar tas valores como ldutives, desde que observem az condigBesfxadas na legislagdo vigene; ais jure, pagos ou creditados Indvidualmente, serdo caleulados sobre as conas do patriménio lqudo elimitados dvariagdo, pro-rata tia, da taxa de juros de longo prazo ~ TILP; cando condicionado& existncla de lures, lintando-se ao Inaiar valor entre: a) 50% do lucr liguido do peiodo de apurago antes da deduct desssjuros, aps @ dedugio da Contrbuicdo Socal sobre o Lucro Liguidoe anes da provisdo para 0 imposo de renda IRP! 1) 8096 do somatirio dos lures acumulads ereseras de ucr. Mal comparando, seria como uma pessoa fisica ser remunerada com 0s juros equivalentes ao que ganharia se tivesse vendido sua casa, seu carro e todos os seus bens, e deixasse o dinheiro aplicado no banco. Em adendo ao fato de ser uma forma secundaria de distribuigao de luctos e di- videndos aos sécios e acionistas, o valor distribuido ¢ dedutivel, como despe- sa, na apuragio do IR e da CSLL com base no lucro real (Lei n* 9.249/1995, art. 9°); B) isengao de imposto de renda a distribuigéo de lucros a pessoas fisicas, climinando 0 imposto de renda na fonte sobre os lucros ¢ dividendos dis- tribufdos para os resultados apurados a partir de 1°/1/96. Antes dessa mu- danga, a aliquota era de 15% (Lei n’ 9.249/1995, art. 10); ©) elevagio da aliquota do IRPF de 25% para 27,5% (Lei n* 9.532/1997, art. 1); D) aumento do mimero de declarantes de IR, o que ocorreu pela nao correcao da tabela de IR (1996 a 2001), fazendo com o que os trabalhadores de mais baixa renda fossem tributados (Lei n° 9.430/1996). ‘Além dos beneficios que as mudangas trouxeram aos capitalistas, que pas- saram a pagar menos tributos sobre a sua renda, as pessoas fisicas de maior renda, sobretudo profissionais liberais, funciondrios de postos mais gradua- dos nas empresas e executivos, passaram, a partir das mudangas realizadas, a constituirem "Pessoas Juridicas", como j exposto no t6pico anterior. ‘As modificacées na legislagao nao se limitaram a alterar a estrutura do siste- ma tributério; elas também enfraqueceram 0 combate a sonegagao tributaria no pais. A partir da vigéncia da Lei n® 9.249/1995 (artigo 34), foi extinta a punibilidade do crime contra a ordem tributdria, até mesmo sonegacao de impostos previstos na Lei n” 8.137/1990, via pagamento do tributo. Foi extintaa punibilidade do crime de sonegacao de impostos, via pagamento do tributo a Isso significa que ao contribuinte que fizer aproptiagao indébita ~ por exemplo, de IR retido do trabalhador, da contr buigao previdenciéria - ou emitir nota fiscal fraudulenta, caso seja descoberto, basta pagar seu débito junto a0 Fisco para ficar live da punisao de seis meses a dois anos de prisio. A mudanca realizada permite concluir que 0 crime ‘tributario compensa. Convém também lembrar que, desde 2000, a cada dois anos, os governos tém lancado programas de parcelamento de débitos tributrios, tratando de forma igual 0 sonegador eo inadimplente do Fisco, O primeiro programa, chamado Refis, ao estabeleceu um teto de anos para os parcelamentos, chegando, em seu primero ano de funcionamento, a ter ‘um prazo médio de pagamento de 110 anos. Os programas seguintes fixaram o prazo de até 15 anos. Todas essas mu~ danas diminuem 0 risco de sonegar: baixo valor de multas, nao condenagio penal e ainda o direito ao parcelamento dos débitos a perder de vista. Projetos deli em tramite no Congreso Nacional (PL 113/03; PL 5.28/05, em tramite na Camara dos Deputados, PLS 443/08 e 354/09, em tramite no Senado Federal), versando sobre a repatriagdo de bens e direitos para o Brasil, visam a criaglo de um regime de tributagio diferenciado por meio da concessio de beneficios tributarios e penais, com 0 suposto escopo de estimular a cidadania fiscal por meio da retificacao da declarasao ¢ da repatriacio de bens e direitos. Bote tratamento diferenciado afronta visivelmente o principio da isonomia entre iguais contribuintes ao possibilitar que alguns contribuintes regularizem sua situacao perante o Fisco sem a imposigao de qualquer penalidade pecuniria ‘ow criminal e, ainda, com a concessio de estimulos e beneficios de aliquotas diferenciadas. ‘AMP 281 (15/2/2006) reduaiu a zero as aliquotas de IR e da extinta CPME para “investidores” estrangeiros no Brasil ‘As operagbes beneficiadas pela MP sao cotas de fundos de investimentos exclusivos para investidores nfo residentes no pais e que possuam, no minimo, 98% de titulos pablicos federais. Novamente, os grandes beneficiados pela be- nevoléncia tributaria do Estado brasileiro sao os bancos. Renda Total 1 Carga Tributéria [N62 sli minimor Mai de 30 satis minios IMPACTOS FINANCEIROS DAS “RENUNCIAS FISCAIS” A seguir, serdo estimados os impactos financeiros de algumas dessas “rentincias fiscais” *, decorrentes das alteragdes realizadas na legislacao infraconstitucional. Como destacado anteriormente, uma das rentincias fiscais implantadas em 1995 é a dedugao dos juros sobre o capital proprio das empresas do lucro tributavel do Imposto de Renda e da CSLL. A partir de 1996, a Lei n° 9.249/1995, ar- tigo 9°, permite s pessoas juridicas tributadas pelo lucro real que remuneraram pessoas fisicas ou juridicas, a titulo de juros sobre o capital proprio, considerarem tais valores como despesas para fins de apuragao do Imposto de Renda Pessoa Juridica (IRPJ) e da Contribuicao Social sobre o Lucto Liquido (CSLL). ee name wea eS 2004 116500,00 5510.00 247500 3.135,00 439857 2005, 19.380,00 6599.20 2.90700 3.68220 amass 2006 202657 7489.07 3304.00 Aasso7 5.06521 2007 8003.33 615.73 271400 343773 4.000,5 2008 19.856,57 675487 2,980.00 a7s7 aanas 2009 21,000.00 7140,00 3150.00 3990,00 4.06348 otal 116,866.67 39.73467 17530,00 2220467 2661180 Fonte: Receita Federal. Elaboragéio prépria (1) 0s valores foram estimados a partir dos Boletins de Arrecadacdo da Receita Federal de dezembro de cada ano. Nos boletins é divulgado ‘apenas 0 IRRF pago sobre Jures sobre Copital Préprio. A base tributéria & 0 montante estimado de recursos distribuidos oos sécios capitalists. (2) Significa 0 quanto as empresas deixarom de pagar de IRPI e CSLL. (3) As pessoas fisicas pagam 15% sobre de If sobre o valor recebido com Juros sobre Copital Proprio. (4) A Rendncia tributéria é calculada do sequinte forma: 25% de IRP!+ 9% de CSLL- 15% de IRRF. * A legislagiotibuiria nko clasifiea esses beneicios a capital como renincia fiscal a

You might also like