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ESTADO DA PARAIBA LEI H® 4,024, DE 30 DE novembro pz 1978 Dispe sobre o Conselho de Discipli na da Policia Militar do Estado da Parai ha e @& outras providéncias. Fago saber que, de acordo com o art. 31, § 39 da Constituig&o do Estado, sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 19 - 0 Conselho de Disciplina & destinado a julgar a incapacidade do Aspirante-a-Oficial PM e das demais pragas da Poli cla Militar do Estado da Parafba, com estabilidade assegurada, para permane cerem na ativa, criando-lhes, ao mesmo tempo, condigdes para se defenderen, Pardgrafo nico - 0 Conselho de Disciplina pode tam b&m ser aplicado ao Aspirante-a-Oficial PM e As demais pragas da Policia ML litar do stado da Paraiba, reformados ou na reserva remunerada, presumivel mente incapazes de permanecerem na situago da inatividade em que se encon- tran. Art. 2° - f submetida a Conselho de Disciplina, “ex officio", a praga referida no art. 1¢ © seu parfigrafo fnico: I - Acusada oficialmente ou por qualquer meio 1fci- to de comunicagiio social de ter: a) procedido incorretamente no desempenho do cargo; b) tido conduta irregular; ou ¢) praticado ato que afete a honra pessoal, o pundo nor policial-militar ou decoro da classe. II - Afastado do cargo, na forma do Estatuto dos Po~ liciais-Militares, por se tornar incompatfvel com o mesmo ou demonstrar in capacidade no exercfcio de fungdes policiais-militares a ela inerentes, sal vo se 0 afastanento & decorr@acia de fatos que motivem sua submiss%o a pro- cesso; Ja yor crine de natureza dolosa, no pre tribunal IIT = Con 0 especial concernente & Seguranga Nabjonal, civil ou militar, a pena restritiva de liberdade individual até 2 (dois) anos, tio logo transite em juleado a sentenca, ou IV - Pertencente a partido polftico ou asso ciagao, suspensos ou dissolvidos por forga de disposig&o legal ou decisao judicial ou que exergam atividades prejudiciais ou perigo- sas & Seguranga Nacional. Paragrafo finico - # considerada entre ou- tros, para os efeitos desta Lei, pertencente a partido ou associa~ 80 a que se refere este artigo, a praca da Polfeia Militar que,os tensiva ou clandestinamente a) estiver inscrita como seu membro; b) prestar servicos ou angariar valores em seu beneficio; ¢) realizar propaganda de suas doutrinas; ou 4) colaborar, por qualquer forma, mas sem= pre de modo inequivoco ou doloso, em suas atividades. Art, 39 - A praga da ativa da Policia Mili tar, ao ser submetida a Conselho de Disciplina, 8 afastada do exer cicio de suas fungSes. Art. 4° - A nomeagdo do Conselho de pisci- plina, por deliberagio prépria ou por ordem superior, 6 da compe - téncia do Comanéante-Geral da Polfcia Militar do Estado. Art. 59 - 0 Conselho de Disciplina & com - posto de 03 (trés) oficiais da Polfcia Militar do Estado, da ativa. § 19 - 0 membro mais antigo do Conselho de Disciplina,no minimo um oficial intermedifrio, é 0 presidente; o que se lhe segue em antiguidade 6 0 interrogante e relator, e o mais recente, 0 escrivao. § 29 - "Bo podem fazer parte do Conselho de Disciplina: a) © oficial que formulou a acusaglo; b) os oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado, parentesco consangtiineo ou afim, na li- nha direta ou até o quarto qrau de consangtinidd ed colateral ou natureza civil; e c) os oficiais que tenham particular interes se na decisSo do Conselho de Disciplina. Art. 6@ - 0 Conselho de Disciplina funciona sempre com a totalidade de seus membros, em local onde a autoridade nomeante julgue melhor indicado, para a apurag&o do fato. Art. 79 - Reunido o Conselho de Disciplina, convocado previanente por seu presidente, em local, dia e hora de~ signados com antecedéncia, presente o acusado, o presidente manda proceder 4 leitura e 4 autuag%o dos documentos que constituiram 0 a~ to de nomeag%io do Conselho; em seguida, ordena a qualificagdo e o in terrogatério do acusado, © que reduzido a auto, assinado por todos os membros do Conselho ¢ pelo acusado, fazendo-se a juntada de todos os documentos por este oferecidos. Pardgrafo Onico - Quando o acusado & praga da reserva remunerada ou refornada e nfo @ localizado ou deixa de atender & intimagio por escrito para comparecer perante o Conselho de Disciplin: a) a intimagdo 6 publicada em drgao de divul gagio na Grea de domicflio do acusado; e b) © processo corre 4 revelia, se o acusado n&o atender 4 publicacao. Art, 89 - Aos membros do Conselho de Disci — plina @ 1fcito reperguntar ao acusado e as testemunhas sobre 0 obje~ to da acusacio e propor diligéncias para o esclarecimento dos fatos. Art, 99 - Ao acusado 6 assegurada ampla defe sa, tendo ele, apés o interrogatério, prazo de 5 (cinco) dias para oferecer suas razées por escrito, devendo o Conselho de Disciplina fornecer-Ihe 0 libelo acusatério, onde se contenham com minficias 0 relato dos fatos e a descrigao dos atos que lhe sao imputados. § 19 ~ Ovacusado deve estar presente a todas as sessées do Conselho de Pisciplina, exceto & sesso secreta de de- Liberagio do relatério. 4 29 = Bm sua defesa, pode o acusado reque ~ rer a produgio, perante © Conselho de Disciplina, de todas as provas permitidas no Cédigo de Processo Penal Militar. fh 30 = As provas a serem realizadas mediante carta Precatéria so efetuadas por intermédio da aywofidade policial _-militar ou, na falta desta, da autoridade judiciar#Al local , Z fh 49 = 0 processo 6 acompanhado por um oficial: a) indicado pelo acusado, quando este o dese~ jar, para orientagdo de sua defesa; ou 5) designado pelo Comandante-Geral, nos casos de revelia. Art. 10 - 0 Conselho de Disciplina pode inqui- rir 0 acusador ou receber, por escrito, seus esclarecimentos, ouvindo, posteriormente, a respeito, o acusado. Art. 11 - 0 Conselho de Disciplina dispoe de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua nomeacéo, para a conclus& de seus trahalhos, inclusive remessa do relatério. Paréqrafo Onico - 0 Comandante-Geral da Poli- cia Militar, por motivos excepeionais, a requerimento do Presidente do Conselho de Disciplina, pode prorrogar até 20 (vinte) dias, 0 prazo de conclusio dos trabalhos. Art. 12 - Realizadas todas as diligéncias, © conselho de Disciplina passa a deliberar, em sessao secreta, sobre © relatério a ser redigito. £ 19 - © relatério elaborado pelo escrivio assinado por todos os membros do Conselho de Disciplina, deve decidir se a praca: a) 6, ou no, culpada da acusagao que lhe foi feita; ou b) no caso do item IIT, do art. 2%, levados em consideragio os preceitos de aplicagio da pena previstas no cBaigo Pe nal Wilitar, est&, ou nfo, incapaz de permanecer na ativa ou na situa g&o em aue se encontra na inatividade. § 29 - A decis%o do Conselho de Disciplina @ tomada por maioria de votes de seus membros. & 3@ - Quando houver voto vencido, @ facultada sua justificacio, por escrito. © 4@ - Flaborado o relatério, com um termo de ‘encerramento, o Conselho de pisciplina remete o procegso 30 Comandan, te-Ceral da Policia Militar do nstado. , , 5. Art. 13 - Recebidos os autos do processo do Conselho de Disciplina, o Comandante-Geral, dentro do prazo de 20 (vinte) dias, aceitando, ou nfo, seu julgamento e, neste dltimo caso, justificando os motivos de seu despacho, determina: I - 0 arquivamento do processo, se nao julga a praga culpada ou incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade. II = A aplicag&o de pena disciplinar, se cone, era contravengao ou transgressio disciplinar a raz&o pela qual a praca foi julgada culpada, ou TIT - A remessa do processo ao Juiz Militar da Justiga Militar do Tstado, se considera crime a razéo pela qual a praga foi julgada culpada, ou IV - A efetivagio da reforma ou exclusdo a bem da disciplina, se considera que: a) a razdo pela qual a praga foi julgada cul- pada est& prevista nos ftens I, II ou IV do art. 20; ou b) se, pelo crime cometido, previsto no item III do art. 2°, a praca foi julgada incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade. 5 19 - 0 despacho que determina o arquivamen- to do processo deve ser publicado oficialmente e transcrito nos as - sentamentos da praga, se esta 6 da ativa. § 2@ - A reforma da praca @ efetuada no grau hierarquico que possui na ativa, com proventos proporcionais ao tem- po de servico. Art. 14 - 0 acusado ou, no caso de revelia, 0 oficial que acompanhou 0 processo, pode interpor recurso da decisio do Conselho de Disciplina ou da solug&o posterior do Comandante-Ge - ral da Polfcia Militar do Fstado. Paragrafo Onico - 0 prazo para interposigao de recurso & de 10 (dez) dias, contados da data na qual o acusado tem ciéncia da decis&o do Conselho de Disciplina, ou da publicagio da so lugao do Comandante-Geral. Art, 15 - Cabe ao Governador do Estado, em G1 tima instancia, no prazo de 20 (vinte) dias, contados da data do re- cebimento do processo, julgar os recursos que forem/fAnterpostos nos processos oriundos dos Conselhos de nisciplina. Art, 16 - Aplican-se a esta Lei, subsidiaria~ mente, as normas do Cédigo de Processo Penal Militar. Art. 17 - Prescrevem-se em 6 (seis) anos,com- putades da data em que foram praticados, os casos previstos nesta Lei. Paragrafo Onico - Os casos também previstos no Cédigo Penal Militar como crime, prescrevem-se nos prazos nele esta~ helecidos. Art, 18 - 0 Conandante-Geral da Policia Mili- tar do fstado, atendendo as peculiaridades da Corporagao, baixara as respectivas instrugdes complementares necessarias § execugio desta Let. Art. 19 - Aplican-se As pragas do Corpo de Bombeiros as disposigées contidas no presente diploma legal. Art, 20 - Esta Led entra em vigor na data de sua publicag&o, revogadas as disposigdes em contrario. PALACIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARATBA, em Jo%o Pessoa, 30 de novembro de 1978; 909 da Proclanagao da Re- <— ge piiblica. Mii hes GOVERADOR, LULL nfranio Neves de Mefo)

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