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Conceitos basicos da teoria literaria ‘Ateorialterinia rene uma eolegdo de cigneias que alguns tratam por “teoria da literatura”, outros de “two "ia literaria". Esta distingio existe: teona iteninia” se: nasce da prétiea litera, da obra, da A primeira tarefa da teoria literdriaconsiste ema sa berto que ¢ literatura, fualchamadaeniiemtierdria Mutts veces sbconices, mos cia, da qual se depreende a tora, Por ser. lo: os studs de psicanalie de Freud ou aeicn da economia politica de Marx, apesardenio sere aes tes, influenciaram nossos eu Que esdaa eoralteniia? ta quer saber o que a literatura? Que textos? Que tipas, que seneres existem? Como se faz leita’ Como se recabe ote 12? Como interpretio? Quas os interesesaculon do esc saber? Literirio € um certo texto que posui | © Weonstituida peas metatora, as metonimiee ae noridades, os ritmos, a narratividade, a deserigéo, os ‘personagens, os simbolos, as ambigiidades e alegorias, (0s mitose outras propriedades, ‘Daliteratura fax partea narrativa,o.drama,0 poe _muas Diz poema o texto escrito em versos, e narnat ‘pa a ficgio do conto, da novela, do romance. Enten- dde-se por drama o texto escrito para ser representado ro paleo do teat. Chama-se nareatioao processo em que determina: dos setes inventados (personagens) exercem uma cer ‘aagio(enredo),articulada no tempore numambientes Porpoeme conta-se um texto eseritoem linhas cha- ‘madas veros, que deleitaecomove, com métrica ent ‘mo, rimas e outras sonoridades, imagens ou conteti- dos da imaginagdo, emogées de um “eu” itco. Existe tambem o poemaem prasa, drama é escrito para ser representado no palco de teatro, Pode ser uma tragidia, uma eomédia & ain- Ja “drama burgués? contemporanco, entre outros Estudamos o uso de um certo sistema de sisnos chamado diseursoliteririo. Questionamos a Kinga ‘gem ot seja, a possibilidade de dizer suda o que cuit ideolagia, ou seja, o modo de vero mundo deieorda ‘com os nossos interesses econdmicos, de nossa classe ‘social, nossa classé pussoa Fazemos uma reflexiio sobrea natureza dos textos, sobie:seu modo de leitura.Como interpreticlos? Re. , ‘eorrernos & psicandlise, histéria, antropologi, filosa- fa, inguistiea. Estudamos a estrutura narrativa, ou soja, os ele-) ‘menios constitutives e solidérios inter-relacionados, entre si. Aplicamo-nos a semiologia, que & 2 eitneia > dos signos e dos sinais. Os sinais sho fatos fisicos com sentido, como um aceno da mio)dizendo “adeus”, Os sande elementos em que uma parte sea, como Som de uma paivra Sobre n gue sein a verdade, Em outras palavras, pe 2 Uma relaglo inseparavel entre discureo e expaso: 0 % ‘mundo, Para Witigenstein a inguagem relaciona pos. Sibilidade de estados de cosas. ‘As chamadas proposigées elementares descrevem © mundo como tolalidade dos fatos. Oque aparece eo que o possibilita, O mundo, totalmente descrito nos). esiados de coisas, a mimese, 0 fato(oque ocorre) exis: te nos estados de coisas, compreendidos como liga: ( es entre coisas. Pde arealidade inteita e possbilita + ualquce realidad. O mundoseconstitul pelos fats © ajuda da “for ‘ma l6giea’. A totalidade dos fatos empicicos se repre- Senta como estadas decoisas.oxeonjunturas,aoespa.— / ologic pelos ois falos do discurso. Esta repre {ago esta projeqao da manda pelo disers0 36 ¢ pos) sivel porque uma mesma forma fogice estrutuea tant S mundo dos fonomens quanto discus Esta forma lgiea nao sev, coma nde évistoo que possibilitaaestruturagia de um baneco de barro. Est forma légica da cepacidade mimética do discurio. A possibilidade do discurso de representar a ideo- logia ce retira de uma mesma forma logiea. Assim, a forma ligiea, na teoria da notagio musical, aparece ‘como o que possibilita as notas de representar aquilo ‘que representa, Na literatura, seria a mimese, © lguragdes dos fatos do mundo. ({omursa. Essa repr Como condigao de possibilidade de representagi 3) rojegio do munde e do diseurso, a forma Logica ns en ~ contra nenhuma representagio, nem no mundo, Deln ho discurso, onde & condigao, no objeto. Por isso na _pode ser mostrada, Segundo Wittgenstein, fazemos a nds prpriog Aguado apreseniag 4 is nusinca de esador decom toremrd fe 211 do Tactates.& gurl far tm mosels ( felade, e seus elementos comespone sos Soe \ i, 0s elementos da Hguraio far sel nly \obate anurad “'h Desta maneira, o mundo, como conjunto de f é.representado, no espago légica, pelos Tatos da dis- resenlagio se deve a existéncia de mundo, Ea forma ligiea, A lyuragio no pote representa a esncia da in sguagem, porque" igurago representa sou objeto da fara aforismo? 173) Part ag ltvafigurae~a sober lingua colbear.s fora de teca post ‘nog Dreetar-se no mistro das ambighidades do uxt, Anbigdidade explodem os sentidos quae aaj discurso posteo quando se intensifica a lnguagem. @. Sesuracio.t. om Wittgenstein, 0 pensaimentol poems por iso, pensar em mada llsgica Poe Rensarnento no pole pensar alem da sua capa de pensar. Assim, o Tractatus nao quet Prova " jorganiza com a ordem légica dos fatos do mun- sentenca s6 exprime um fato, isto é, apenas fe nada prova como verdadeiro. O teor at jusa.no mostrar verdadeiramente ou no 0 jafirma nem nega coisa alguma, A literatura sustenta suas possibilidades miméti- 5 porque uma mesma forma ldgica estrutura 0 dis- furso e 0 mundo. Esta estrutura 6a ideologia da escx taliteréria Esta ideologia “segura” a obra, no sentido de Marthe solo, de coloed-lano mundo. Adbrade artelite- ina se fundamenta no homem, no homem-lingua- gem. deixando transparecer a forma, O que acontece ‘na manifestacéo da Linguagem da poesia ¢ 0 aconteci- ‘mento da manifestagio da forma, misimo de pre- senga da linguagem representa sobrecarga de ambi gnidade da forma. Alinguagem gera.a forma, que é denominada es- evita, A linguagem gera a estrutura de signos da es- enita, A diversidade do sentido conotado concentra 9 Signo, quando o que se representa ndo & mais fat, A poesia se insinua e se mostra no dito por de metioras, alagorias, analogias, stmbolos, indices, rmetonimias, e provoca o impacto estético, que é cha mado beleza, A linguager ndo pode ser descrita e nem definida, nema poesia, Tdeologia ¢.0 sentido geral da obra, a dinimica dos significados, das modalidades da escrita,capaz de co- Jlosaraquela representagio onde os valores deuma saz ciedadde se encontram, Mas, por mais ambiguo que seja ‘ discurso postico, a forma logiea da metifora e outras figuras cansolidam o texto, Por isso a escrita poética pode ser lida como texto coerente. 8 i? = || Oqueedcurs sigue, na poesia nog omando | cf gages) | 1ogico, 4 que essencializa a propria inguagem. Na poe. sia, alinguagem tenta falar de si mesma com as de- terminagies das manifestagbes do real (o pensivel, |_nioo pereebivel), = vp" O.que impede a poesia de ser totalmente ilegivel oD am san Se an ne 5°” GJtudo que talamos.G mundo “gpsrece" meee em ado falamiosexaiamente dele, fa queso temas fara’ ov- [lao seu diseurso (dele) ' Wi Gaitcar ¢ dizer por que, discernt. Bm sea sentido prime, poem, rein (etica signfcavn doremnis ‘o ue aparece umma profundidade que se eseve toda sentenc, Ver aquela etranha prune ter espirt critic, dea, na losfia gregasignicava as, esto”, Surge idea, eides, na Slosota platGnica eon nome predominante do Ser. A interpretagio io ee, como iia, domina todo o pensar ocldental até Hosel onde fol assim concebida a ealidaiedo sea Ou ne nifia, pois, ter Plato interpretadoa pyeis cons idace Apalavta idea signiicave o que aparece, o cue se ferece; 0 aspect, eidon. dy que vem ao enconire, © aspectadealguma coisa se constitu come ag us la se apresenta ands, al como eta dante de nis, Ba onsisténciadaphysis ou seu vigor Bacusia a pre, senga disponivel. O aparecer daailo que rasge bra, |. [instauraespago. dia noplatonismo se torna paradigm, a igura exemplar, eo paraigma se fez ideal, aguilo que creat ‘io &, mas que, endo parte do real, se toma gen ‘exemplar. A palavra“ideia”recebe, entdo, um eutce sentido Ji ndo €(a paris do aparecicnenta to deal) 9 aparéneia, no sentido de representacto, eo. ; ee ‘Apartirdeentio, aaparénda se tornauma simples apardncla, 6 entéo que se separam o ent2 eo phaino- ‘enon, ofendmeno. O fendmeno como o simples ape recer; enquanto idéia, como ente, assume as posigdes retafisieas de ideal, o modelo exemplar a que se deve igualar 0 fenémeno, conformar-se& forma da ideia. A verdade da physis, a aletheia, considerada como reve- lagio do vigor imperante que brota, tomou-se homo sis e mimesis, isto é, conveniéncia, adequagio, um re iular-se com e converter-se em corregao a visio da _percepeio, como representac0. A ideslogia é a roferéncia, ou sea, o que ests coex- ivamente& existéncia do homem, e¢ aperada pelo ensamento. A idéia de ideologia, tanto do ponto de vista geral como particular, fol desenvolvida até sua sistematizagéo, pela primeira vez, no método marsista, ‘que, aids, concretizou e fundiu as duas nogdes ideols sieas, gerale particular, submetendo esta aquela. Con- ‘cedeu énfase devida & luta de classe no pensamento. [Nos caminhos tedricos de Jacques Lacan se diz: imeuagern. que urn material ali sf igunda eis queso ae que dese vore peo “hs linguas positivas nga que #80. ‘ado pela ordem simbdlica. Nio x domi td, ma constitu por esta orem. O sje ‘oéporassim dizer, teido psa trama da suger Dir Lacan que esta &a mais profunda alienagio do hhomem da eivlizagio contempordnea. Sua tese procu- 1, Lacan J tories. So Pau: Perspectiva, 178, 2p @ Fa explicaro sentido que dé & conseiéneta, como possi Dilidade de libertarse (até que panto?) pela propria cconsciéneia do discurso, que massifica 0 suelto no in doterminado do inconsciente do Outro. Desta maneira, a psicandlise abre caminho a uma estiistca estrutural do inconsciente. “0 que procura na fala ¢ a resposta do Outro. Se digo ‘dois ¢ dois sa) ‘Guatro’ é para ser reconhecida como sd de espiito Assim, ¢ preciso tomar 0 discurso iteralmenta como algo que os tem ede que lberiar-se an sonl mies da oucira. A lodetra olimiie ds ibentade Que proptiedades posiblitam fazer da esrita uma obra de arve? Quais as eondiges do posiblidade dg tsa obra itedria? Que face urna cangi de Ca ou dea conto de Guimaries Rosa ume obra iad {como poderamos predizer eum scala desaise {imuartasendo Lido? © titetito, como um valor, néo pode ser ajuia le vigora na sseriia enquanto conotady Na é ado objetivo, nem subjetive, mas alga que subsist 2. Olitericia existe na eserit sani aie é dito, mas ¢a cont do dizer Pata faiatmos dela, precisariarios ar.nos fora do discurso, sto 6, fora da eapacid rio da escrita 36 6 possivel ql do se fa falar a ambighidade, Ou quando a Lingus etx falar, na eserita, a forga de sua manifestagon ‘quezada eserita tanto se faz mais eriadora, quat profuundo for onivel de onde ela fala esilencla, ue, quando alto gio o pensam Sabaita a trace o busca, Bowteravo rita o serv. 2 PBSSOA, Ferrando. Obra pote. Rio de Janeiro a.

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