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LUGAR DE NEGRO Peek ered Pred G eon ons pep ae Ee cg i Cnc} Pe er ea Fee CO a ed sn Renn reat A ak Rabe meyers see tana Pee ced Pee eset er re Pd norame sucinto re ag Perna ie Cer ee) ere ters cd Poets Po Lélia Gonzalez 1906 Carlos Hasenbalg Lugar de negro CCopy'ht by Lia Gonrala © Cais Hasenbalg — Dirsios Sarees Pela tors Marco Zar Limca raves a Ne Ip auts8 Rio, Compile Teletonst 2790357 ‘aloes Fane — BY ‘COLECAO 2 PONTOS Volume 5 Dirsores: ina Jon Sen Dansh Aurio Ree iho Felipe José Lindoso Projeto Orie Dense Ponentl CiP-breet, Gattonseso-oaronte Sindieato Nactenal dos Eetoros se Hos, RD ‘Gonzsies, Lai aeszo Lume de nape / Léa Gonzo ‘cares Hasarbata, = fio do Jane eolegdo 2 Pontos ; ¥.3) 1. Negros 90 Brasil 2. Negros no raat "Soprogapto 2. Protiemae re fala Hasonbai. Gana To fie shite Copp ~ 201.4519¢081 2.0008 (60U = $23. e%et 96) ~ Sobre oF Autores ~ © Movimento Nepro ne Utima Décade © golpe de 4, © novo modelo ecoindmico ea populasio nogra Movimento ou moviinentos negros? Experitnciae e tentatvas..... ‘A reiomada politicn-ideolgg © Movinenio Nesro Uniieado conte & riminagdo Racial : Raga, Classe © Mobilidade Cabs Alfredo Hasenbal (© Estudo das relapbes racials nos Estados Unidos Relagies entre negroe e branes no Brasil Recismo ¢ desigualdades raciels no Brasil Conelusko Notas (© Negro na Publicidade Carle Aledo Hsenbal Notas 9 s autores dedicam este [iro a: Bricfo, um raio de sol ‘Olimopio Masques, um Tutador Candeia, sempre vivo Sobre os Autores lin de Almeida Gonzalez. ¢ conheeide mil tunte do. movimento ‘negro © do movimento das iileres, Professora de Antropologia e de Cultura Popular Brasileira, licenciada em Filootia © His tgria ¢ mestre em 'Comunicagao, Lélia escretew vs Figs artigos sobre o raclimo e Participou de confe 6 negro ¢ a mulher ‘Carlos A. Hasonbal 6 professor do TUPER Instituto Universitario de Pesquisa do Rio 4: tiem, Esereveuvirios artigos sobre 28. facials no Brasil ¢ € autor do Livro "Discriminesio fe desigueldedes racials no Brasil", publicado em 1979, © MOVIMENTO NEGRO NA ULTIMA DECADA Lélia Gonzalez © golpe de 64, o novo modelo econémico e a populagdo negra © golpe mullitar de 1964 procurou estabelecer ‘uma "nova ordem” na sociedade brasileira j& que, Ge seordo com agueles que o deseneadearam, “0 ‘0s, a corrupsio eo comuoismo" ameasavam 0 pais, Tratoiese, entio, do estabelecimento de me Ghangas na economia mediante a criagdo do que foi ‘chamado de wm novo modslo exontmico em substi fuigio ao anterior. Mas para que isso se desse, os militares delerminaram que ceria necessirio 4 “pacifiapio” da socledado civil. E a gent ‘0 que significa esse termo, pacifeasio, sobretado na Istria de povas como 0 nosso: o silenciame: ferro e fogo, dos selores populares © de sua repte- politica. Ou seja, quando se 18 “pact "entondase repress, muitas foram as medidas fomadas no sentido de garantir a nova ordem das coisas. A supressio dos antigos partidos politicos (icaudo ARENA © MDB em seu lugar), a castago do mandato de ms ‘merosos representantes politicos © 0 conseqQente en Fraguecimento co Congresso. Além disso, » disper siovdas ligae camponesas, a cupressio das guesrilass turbanes, as pris, a tortura, os desaparecimentos es bonitentos consttuiraes 0 “pano de fundo” recesitio para 0 esabelecimento da “paz soci!” uw Os Atos Institucionais, que tiveram no malfadado ALS a expressdo mais acabada da ditadura, foram © instrumental prvilegiado para que ela impusese suas decisSes. F fo dentro desse quadto que se Der fiw para, a concretizagio do. que ficou canhecido como 0 “milagre econdmnico” brasileiro, 0 que foi que caracterizou ess tl “mitgre"? De acotdo com snalisss econémicose politicos, sua carscterizapio ve consitalu naguilo que eles cham ram de “Triple Alianga”, ow sea, no “easamento entre estado milfar, a8 multinacionais © 0 grande ‘mpresariado nacional”. E foi grages © extant cias” que se deu o processo de crescimento dese “harato” que a gente tanto discute noe dias de hoj mas que esté saindo muito caro pera o trabalhador brasileio! a divida externa, Desnecesséio dizer que as massac, pra varar,ficaram completamente exc {as da pattitha do bolo do “milagre”. Muito no con: teivio, os “benelfcios que recebezam tveram como resultado © seu empobrecimento, determinado pela Politica do arrocho selarial. E quando 2 gente fala fm masias, 2 gente esté se referindo também, ot principalmente, 20 grande contingents de negro que delas faz parte & que, desde as décadas de cingienta fe seisenta, vinhs nha processo de crescimento. po pulaciona A entrada agressive do capital extrangcira no pafs ampliou 0 sew pargue industrial. E, 2 primeira Viste, até gue poderia perscer um grande evango para a totalidade da populacto brasileira. Mas acon- tece que tal agressividade determinod, por sa ver, 41 desnacionalizagio ou 0 desaparetimento das Pe. quenas empresas. E cra justamente por elas que o R trabathador negro participava do mercado de tre bhalho. industrial, Enquanto isso, m0 campo, dese parsela a pequena propriedade rarat para dar lugar | eviagdo de’ latifdndios, por parte ‘dss. podeross: cojroragies multinacionais, amparadas pelo governo tniftar. Era 0 captalismo invadindo todos os teto- a economia brasileira Essa ofensiva ocasionou grandes indices de de sémprego no campo. E se a isto se aorescenta & politica de diferenciagio do salirio m(simo por re floes tbeneficiando sobretado 0. sudest), agent povle imaginar qual o tipo de saida encontrado lrobathedor rural para fugir da miséeia: 0 desloce nto para a periferia dos grandes centros urbanos. Comerava, dese modo, a inversio da relagio po prlacional entre campo'e cidade (de acordo com 0 ergo de 1980, m populag2o urbana passot acon! tituir 67.57% 0 total). Gragas a esse €xodo tural, 16 cldades no eresceram, mas “Incharam” com 0 aumento do mmero de favelase o surgimento desse ‘novo personagem, 0 "béiefria", no cendtio da his: Wrla dos despossuidos deste pes. Com tal afluxo de miodoobra, nio fot dill pra 08 lestocratas do poder realiztem seu projeto fie creseimento econdmico. A indtstia automobil tiea, aust como de construgio civil, serviram de pont de lanes do processo que afogou 0s domais eda economia. brasileira oa voragem do im. perialismo multinacional, A construgso civil foi sudo unt grande escoadouro da. mio-deobra a (majortarlamente negra), porqve néo-quall: cada, E toma de abrir rodovias, de desativar fesro Vi ete. e tal. Ecam a grandes obras do “milagre”; 8 0 seu exemplo mis grandiloqtienteesté af, na pon- te RioNiteréi, que também poderia ser considerada como timulo’ do trebalhadordesconhecido, tal 0 raimero do vidas sndnimas cefadas durante « sua ‘construgdo, ‘Gutto grande escoedouro de miode-obra bara a foi a prostagio de servigo. Também all encon: Iranies 0 tabalhador negra foriemente ropresentado, sobretudo em ativdades menos qualifcadas tls como limpeza urbana, servigos doméstcos, corcos, Seguranca, rancportes urbanos ele, Sua presenga era pPequena, por exemplo, num tipo de polo industriel como 0 do ABC paulista, ume vex que o atv tee: nnoldgioo das inddstrias ali concentradas exigia um tipo de especilizagSo que a maioria dos trabalhe ores negros no possuia, Em suma, desloeandose fo campo para a cidade, ou do nordesto pura 0 st deste, ¢ se concentrando rium mercado d2 trabalho ‘que milo exige qualificagao profisiona, o trabel dor negro derconeceu os Beneficios do “milagre” Como fii foi dito, 0 arrocho salaral, imposto como uma das condigses para o deseavalvimento do pls, rrultow na queda do nfvel do vida da grande essa trabalhadora (besta Tembrar que em. 1976 lc 80% da forga de trabalho era constituida por tiebelhadores manais,rurais ¢ urbanos). Se em {3601 populagio. pobre pavicipave da reada n2 ional numa faixa de 189%, em 76 essa peteentagem hhavia cafdo para 11%. Por out lado, se erm 1080 a parieipagio do. negro na forca de trabalho nfo ra das mals signiicativas, em 76 ela atingia a faixa dos 40%, Por af s@ v8 que esse aumento de part clpagio no mercado do trabalho n8o significou uma “ nethoria do nivel de vida para © conjunto da pe- pile negra "As condigdes de existincia material dessa po- ho eyes remetem a condicionamentos i Tosicos que devem ser atacedos © desmascarados, Os diferentes mods de dominagEo das diferentes 5 de. produgao econdmica 20 Brasil parecem ‘ineldit um mesmo ponto: a relnterpretacio da teoria do fugor natural de Arist6tles. Desde a épo: 1 colonial nos dias de hoje, @ gente seca a existtn de uma evidente, separagfo quanto. 20 espago ico oeupada por dominadores dominados. © lugar natural do-grupo branes dominante s20 mo radias amplss, espogosis, situadas nos m © rentos da eidade ow do campo e devidamente pro das por diferentes tipos de policiamento: desde ‘om antigos fitors, capitées do mato, eapangas ete, Nié a polieia formalmente eonstitida, Dose a ease ands e da sabvado, 908 belos edificios e reside ins atuai, o erit€rio tem sido sempre © mesmo. 16 4 lugar natural do negro 6 0 opost, evidentemente tly senzala. 2 Tavelas, cortigos, pordes, invastes, lagados ¢ conjuntos “habitactonsis” (cujos mode lo si 08 auctor dos paises desenvolvidos) dos dias Ale hoje, 0 eritéio também tern sido simetrcamente ‘0 mesmoe a diviséo racial do expaco. 'Na eaeo do grapo dominado 0 que se constata, fo fanligeinfeines emantoades em eubicules, cujas ondigtes de higiene e eae sio as mais precivies Ald disso, equ também se fem a presenca polical; 15 que nde € para proteger, mas para reprimir, vio lenlu e simodrontar. E por af que se enlende que © uta lugir natural do negro seam as pris6es © os 5 hhospicios. A sistemética repressio polical, dado 0 ter racista (segundo a poli € magginal até que se prove o contréio), tem por jbjetivo prSximo a imposigdo de uma submissio psicolégica através do medo. A longo prez, © que fe pretende € 0 impedimento de qualquer forma de Unidad © organizapio do grupo dominado, median fe a ullizagio de todos of ieios que perpetuem sua divisGo interna, Enguante isso 0 discurso dominante justifica « atuocdo dese aparelho represivo,falendo ‘A pattr da o sistema se beneficia com a max rnutengao do tals condigées, na medida em que, desse snodo, conserva & sua disposicio a mio-de-obea mals barataposs(vel, Isto porque a comunidade negra nada mais 6 do que mnfowteobra de reserv, wilizavel se furndo ag necessidades do sistema, Ow se, além dos fspecios, acima assnalados, a esiratéeia também se cexeroe de maneiza a fuvarecer os pattSss, mediante ‘2 repressio policial (gue exige dos negros, como do- cumento, « apresentacio de carteia_profisional. Pressionddo pela policia, de um lado, e peles pee simas condigSes de vida, do outro, 0 nogro oferece ‘8 ss fora de trabalho por qualquer prego no ‘mercado de tabslho, |A Baixada Fluminense, nesse sentido, apresene tase como exemplo_privilgiade, Seu creseimento populacional (a “inchs” de que falamos) gerou suas cidades-dormitsrios e, em poveo tempo, levouna ‘S ovupar as manchetes do. notieirio policialy fol ‘ransformada em rea preferencial da eg%0 dos es ‘quadibes da morte e congéneres. Sus habitanics [ogo se avostumaram a um novo componente da 16 1: 08 “prosuntos™ (eadaveres) “desovades”™ “justiectzos” da nova ordem. Vale notar que jgados” exam regros. Discrimnina proibide felar desta coisas mages feencionavam como suporte idol6 fprande cuforia do “Ninguém sogura este clotredomésticas,eatro do ano, eve core , Temios Coragem, compra de apartament, clo casa ‘na praia, na montanhs, disso, daquilo & Inuito mais, Ba turma fava que tava, tuto oFge Thos de sie de seu pas. Portanto nada mis natural tla que a gente ver, nos plistices dos utomévels, expresses tais como “Brasil: ame-o ow deixe Propaganda © publicidade Firmes em elma, fazendo coibees; bite iso, muito bilho, muita sssepsa, tnuito perfume. Mita festa, grandes carnavais Fhauanto isso, dos sebtersineos do repime, emos- ‘im odorespesilencais, ecompanhiadas de choro © ronger de dente. Curioio que proventeates de jo- ‘ons dese mrosma classe média. Sabemas que as contradiges internas do. mo- fete, alladas & erie do petroleo, acabarar P ‘tar 0 "milagre. Nao fol por acaso que govenno Geisel iniclouse fob 0 signo da “disten- io", E também nio fol por acaso. que diferentes vores da sociedade civil comogaram a deseneadear ww protesio de eontestagHo ao regime durante aque- roverno, Foram os estodantes que deram 0 alevia getal em termes de movimentos © conguistas. po poles, 7 Movimento ou movimentos negros? rade, falar do Movimento Negro imp rtamento de um tema cuja complesidade, ada a multiplicidade de suas vatiantes, 1 G0 untésia, Afinal, née nogros, 1 pelos povos afvicanos que para ef vievam ‘daomeanos, males ou musulm cs, conoleses, sates, mosambicanos da veduedo ht “igualdade”, imposta pela Ro, jé nos levam a pensar em diversdade. Além diss, 08 quilombos, enquanto formegses 8 iu’ eliematvas, © movimento revoleciondrio dos Inalés, as iemandades (tipo NS. do Rosério e S. Ponedito des Homens Protos) as sociodades de aju (como a Soviedade dos Desvalidos de Salvados), © candombls, « parteipagso em movimentos popu Taees ete, constituframse om diferentes tipas de resposta dados eo rogime escravisa, Por outro lado, 15 s© pense nos “eclos” da econontia e ses des Tecamentes (aio sé da populasao escrava, mas dos tos ce cesisio politica), tsim como n> life Foniges regionals que-daf resultarcm. Que se. pense hho nvento da sociedade burguosa e das relagSee ct picalisias, com seus abolicionismos ¢ republicanis tot. E gue nfo se deixe de pensar, sbretudo, no nviter autorittio ¢ reciste da soctedade brasteiea fm gota, assim come nos diferentes ‘own utiizado ara coneretizio. Ager, se a gente Tatas do Movimento Negro? 2 perspectiva aci- 10 dia pra flor jovimento de Muthoves, por exemple, No ei ponte fl ite pore eet sponta ict aguilo que es diferencla de todos oF ontrs meats: vt a, mata espoetfetdade, ovimento, exja especi'edade € 0 & ‘exisern robes? Oh agra tater forgo. pesscel para, desse. modo, prover Ho cope quanto © Braneo? Ou hutae eam & junto dn popalacio nes? fa leomhny omens sta seciedado? Ou pela ttansformacto 1 ee. @ le. On tif rentes pos de ro. Peis 6, rm escolhe, que 9 pectiya de um movimento negro: 0 Movimento Ne p10 Unifiesdo (MNU), © que s seque 6 resultante fe eit algunas escitazinhas propria, figura prdtiea aisim como da entrevista que fiz rés_companfelros: Hamilton (MNU/SP), Astro ) ¢ Paulo Roberto (Instituto de Pesquisa fnaras Negras, IPCN, do Rio). Experiéncias e tentativas. No perlode que #2 seguiu & aboligfo, 0 nesvo bouscot arganiearse em asseciagdes que nds, de tum mods geral, nos habituamos a chamar de entidades. Hamilton Cardoso assim as earactriza los sho comeqaocias dirsta do umn confttne| fentte © movimento aboliiont, ab sociedades de Suds de ifn © dor sprupaments earls we {rot Sev panel €-0 de leptimar 4 exiaci done Eo dent de soeednds ciate de lqlepio Feanem os aegor ofcaiment, de form indepen Seng, ira praeaso large was culuzas expec (Gar sndem no mt leror pequemas cepnizgoes Fenians de siuda soidsredade, para 9 dosenva Wimenio toi Reprodzam, em slay des at Widnes soi, ov satenas dominates de og Gio soca, 2) Um don exemplos € 0 Clube Flo Fes Aura, do Rio Grande do Sst, edo de bas Frac de negros, mas de tadgdo iltante 59 mov ‘esto nego (S81, D. 19) Dependendo do tipo de atividade desenvotvi podemos considers camo entidades ne fives, com "perepoctives © anseios ideolGgicos ell tas” © cufturais la massa (afoxts, cordOes, m: tus, sanchos e, posteriormente, blocos ¢ escol sobs). Estagakioas, ustamente 8 masias, a nosso ver, sempre foram objeto srande controle por parte das “autoridadss”. Que ente para a signiicaggo do “pedir passagen’ clas sempre tiyoram que se submoter 3s impostas por tais “autoridades”. Aina, qual meragdo de negros cempre & encarads como cla (or exemplo bem proximo de nbs am famaso bloco negra’ de Salvador, o nsulte os arais daguela cidade da violbncia © pesseguigdo po i cbjeto, a onto de te sido compl sical), Nig esuesainos, Por exen cos templos das rcligibes afvo-braileiras, icin, para. pederem funcioner legalmente 130, a5 entidales eulsaras de massa 16a ido de grande importineia na medida em gu fransarem o cultural, possbiltarem 20 mesmo tem po 0 exercicia de wna prétien politica, preparadora tos negros de’ carter ideo Em sume, esses dois tipos de entidades negeas remeiemnes para dois Gpos de esootha 0 assim cionismo e & prétien cultural. O- primeira grande twovimento ideoligico pOvaboiledo, a Prente Negra Brosiloira (1931-1938), buscou sintetizgr ambos. ae prétiens, na medide em que alraiu os dois tipos de eatidade para o seu sefo. Por sf, di pra entender também 0 sucesso de ma moblizagio, Afina, cla conseguit trazer milhates de. negros para 08 so ‘quads. Precedida pelo crabatho. de via imprenss hogs cida vez mais militant, « PNB. surgit xat sente no grands eantro ezonéimico do pais que cr «6 Si Poulo, Mais exstamente, na cidade de Si0 lo, estendendose para outras cdades do its Gm isso estames_querendo resltar o seu caritr nicntomente urban, uma ver qve & 0 eqro de ide que, mais exposto Be presses do Tor cuto ldo, a indusalizago ¢ 4 moder a gue se dia parlir de $30 Paulo pors to do pl foro com que a crgasizasio Po psig ionompid plo govero Vere Tenn que ne compreeneporaue a FN (enbora, ap Frente Neqre Socata Te poe fenton oro pl Stlrapusard 0 ano de 38. 0, fstalo er aba Siac por sn Tego 1 projelo de organizasao pelea Go negro braskivo ‘Ke ‘enidedescoleras,ongtaadas no mesmo culo de poretives, mew gue se pooptem 2 v7 Ror sonbecimooto ou awa pre clara ma pula, pentane. su elbor expresso 1 slo nécBstade Novo, Nese setldo, 0 0 SNsGoee 0 Carin da AWvorada crisde da Fonte 25 Negra Sociaista hg pouco cin, resstrutaron sas alividades através do Clube Negro de Cultura Social. (© perfodo que se estendau de 1945 a 1968 irowee, portanto, pela intensificagio das 5 intelectuais ¢ ‘poliicas dessas entidades ‘qe, agora, tratavarn da todefinigso e implentagzo fntiva das reivindicagSes da comunidade negra. © Testro Experimental do Negro (TEN), no Rio de Janeiro, fot a mals site expresséo desss tipo de en Udndo,” Sua posigzo erica em eee do tacismo € suns privieas, seu trabalho eonereto de alfabetize io, Informagao, formagio de atores e eriagio de Degas que apontam para a questio racial, significa tum grands. avaneo no processo de orgenizago da midads. TEN iaaugurou um importante pro- ‘esto gue a2 estonderia pelos anos sessenta até 03 2 alias (apesar do euto-xiio do seu fundador Abdias do Naseimento, nos Estados Unidos, a partir ‘de 1968), Estamos falando do teatro negro que, nos anos setenta, por exerplo, teve no Grupo Evalugs de Campinas uma das sues expresses mals qual tadas, no sentido do ofetwar Gm trsbalho cultural numa perspectiva poltca Vale noter que & também a past do perfodo 1945-1948 em diante que yaunos encontrar a pre senga de representantes. dos. scores, progressistas brancos junto as ontidades nogras, efetvando un tipo de alianga que ve prolongstie, de mancica ma fou menos constente, aos dias ateais. E nesse pont f2 gente se poxpints sobie a importineia do papel ddesempenhado pelo TEN pasa além dos limites da Bre; estamos nes Tefesindo a0 movie j0 do teatro brasileiro, a patti dos anos cinqiente, Além dlsso, nfo se pode deixar de rvorder gue nfo foi por acaso que um Florestan Fernandes, por exemplo, tena inieiado suas pesqu sas sobre 0 negro nesse pexfodo. ‘Ao lado do teatto negro, a possia também foi ‘uma das meis vigorosas expresstes das elites negras Gaquela fase que, sem perda de continuidede, mar novos. geragies, Solano Trindade de’ certo {fo seu Teatto Popular, quanto por sun extraordind sao pottiea. Afirmacio de identidade cul {ural © denineie de exploragio dos oprimides eons tiutram @ tematica de poesia revolucionévia de So- Teno. © movimento poético negro dos dias de hoje no perde de vistn @ perspectiva de que racismo ¢ exploragio sécioevondiiea estio muito bem arti- Calaos quando ae trata de limitar © reprimir a co tnanidade negre. Vejamas 0 que nos diz esso verde {ino manifesto que € a Apresentacio dos Caernos Negros, em sua edigio do langamento, datada de 25 de novernbro de 1978 1A bitin xt ae Uberti ie BAe, dey hn ethan posts nb bales de oie ramon mo Tia de novo temp, Tempe 8 ponte fim 2 imiagie. Decabvinos 9 ave fem encore -ate ns olla etames sind rma ougara bela for. Eamon Tinpando no Dott dow Lies gue now enragusrn « ge SShvom cos qos nos guaran donna © exper. 2 Cadenes Nese mares pase desver pura sit vortagbo © Tia de tou Miglin com oes saci Av doses eno, conspes 4 erat fort, tito’ tls set un Anum too de expreso na. Agu setts dee tlie defem don valores do Pore nezr. A poo ferme verdad tesemutha do hao fe ‘este 178 90 ens posablieio eae conto do oo mals snl dee tempo de Alison ‘See agto par vale ccs nents fond, fens da eq, oqo pote fous prt Se Ite entra epi el nfo ales ‘Catamos Ness 6 i ngs de. Alon eo asm comin © Dispoer Negra caando goo assinalar sa dremitca jell, tendo em sss dt gsrnio qu darents os oes 60 decor sts aa vem de muito antes: por io, Cndomos Nero T Fete também ine oi na kn he nD teil db lever Sine ae sme de onsaca tara 9 vets democrat ‘05 aurorrs Ecos nesse ‘exlo sonoridades que nos reme fem 3s vozes de um Frantz Fanon, de um Agostinho Neto, de um Arflear Cabral, do uum Maleoln Xy do uum Solano, de um Abdias e de tudo o que eles re presentem,’Viviase, naquele tempo, « recente exe 26 ‘Gia do Movimento Negro Unificado Contra a Diseri- mninacio Racial ‘Ai da contibuigio dan enidades elt ‘que ae enidader nepan de mass es tcattvan de manips Pot wre Eando Novo, conauaran set poeta. de ‘sein ultras Ee not remeteaos an eclat Se canbe, por eremploy contatuos que nan ro thcio ne datava de exprsar a respesia tice da Comunidade negra em fee dos cominadores. A pu do excmpo, vale recdrdaro qe Candela ¢ Tsar Ss ontan a rxplto do delle Go 1940 a Pot in cujo ented en "Homenngem como aml 2 de Paulo da Portela no foi bem ensaiado, cs canpenenics moder 0 etdo ao pares sve a Tustisa”por pa a fusion.» sho dacs tito mis acbre © quest ait comnidede do qe todos 0s temas J Soredo que pinto doraie-© depois do Etado Novo. Styuno or mesmes tutors, fol a par de sos da cise media Dane SS rons Tealentar a esol de samba, Como jt vi das cows proprenitae brancos, Da pare $ ao3 Sensont, comeetria umm sce de. mangas nas nuisics mutiis de vid da. pops. no omo it vimoe (Geslocamento do eampo para 2 ck dus, ek. O golve de 64 impicarin na desatcuasfo das clits Incest noes, de sm lado, e no proceso Ge ingrasto de enddes de essa nama perspec is, de ono. As esos 69 san, or empresas da inden torstea. Os anos mestes Ades nos anractes distal ore send sl Utufds por anise pln, eesGafes, figurines fteve flO cargo de prestat dala ators ‘= numa profisso luctotva str a venda fate sit. Os samt frum simpifcados em sua estas re, objevand no 60 fat de seem felines tprendies, coma ‘o de poderem ser gravee rant nesino elico, Os *nigo 80" da Comat te Fre i foram stbatldos por mulsts rebates t Sudas, Os dais traafoomaramse em esetsues Spo testo do tov soba dice de eas no 1a tle, pubs e reediadoy, aisles pov, rationais¢esvangsroy com a vended fngrosos Fomalises, fotgafos,clegaias ecient Afinal, tempo é ‘inheiro. " © regime militar por af também, Relomande o populism inawgura por Varyas, tia apligéla ao sea estilo. proporcio. nando estimulo a novas escola (quanto 80 prin grupo) ou reforcando as mais antigas, Na verdade, fle sicou a impostincia das formas orgmizativas encentrades pela comunidade negra, enquanto. eh tegic & préptia sore (0 texto de Candela e Tenard nos do ‘um bom exemplo disso), e mandow v Quem ndo ee lembra do primelro desfile da Beije Flor no primeito grupo? Seu samba enredo era wna cexaliagdo aos efeitos da "revolugao” de 64: cs Tom 0 PIS, @ PASEP ¢ também o FUNRURAL/ Levande 20 homem do eampo a seguranga total.” Thaveria muita diferenge entre esse enredo’& ywele da Portela, em 1941 (Dez Anos de Glia, fhomenagem ® Revolugio de Teinta), ou ainds juele outro, da mesma Portela, em 1951 (A Volta Filho Prédigo, em homenagem a volts de Vargas yotler); mas existe ume diferenca, de carter Cuoltativo, O reteimeuto da populagio negra, ua Insior eoncentragio wrbana, as relagbes capitalstas ia cultral/eultura d¢ fn todas 08 afvels, a indsist assis, © maior controle, mas também A retomeda politico-ideolégica Dissemos que as elites inteloctusie negras fo um desarticuladas pelo golpe de 64, De fato. O toexilio de Abdias do. Nacsimento, enquanta gure das mais represonttivas, sendo a ris, de todo tum trabalho desenvolvido na fase enteric, contin {que discemos, Sem nuns abandonar sua militinca, cle iria enriquectla no exterior, continuando sid onincia do ravismo brasileiro (nesse sentido, vse cexilados brasleis muito contrbuiram pate qu: testes, além de outras experiéncias vivides If foro, Fetornassem ao Brasil com um novo entendime dda quesido nogra). Enquanto ss, por equ, a fe fi zou as Hiderancas regres, Isheando-s cio do comiclandestnidade isolada das ‘organizagbes. propriamente clandestinas (sabemos hhoje cue foi peyveno o némero de negros partis pantes dessas crpanizogSes prineipalmente no mecou a atentar para certes acontecintentos de co Internacional: a luta polos direitas civis nos tados Unidos e as poeras de ibertagio dos poves negroafricanas de tingua portuguese, Vejamos © 105 diz um dos nessos inmios, companheizo de x0 {Aids snes tt. tn eB Tl ten do eal ala adn st bes. Bali a mina sapere post com ov eu con a ir em alguns lugares, conbecia Shans sens Senne iaolrae rstomidad Toto ego pes arma do Cero de Galt Arts Negi (CECAN), cm Sto Paul, 0 rt etl Jo Grupo Palmers, do Rio Grande do Sa pao desevanente das comers te stadia para vine de novembro tr No Ro de ‘tt lama we atime ie # mos de acho sistema the puna Samos flan do. movimento "sul", depos Be 3 tizalo de Black Rio, Vefamos © dep usin que dele partic (2) Bnbors ft cheese alguna ool n0 Br tiravés dos moles de comutieasta de mast, ofa fo como essa nara, pam de 71 por Nan épocn ev sidava mito plo sabia © 3 Iria ese tpe de bale, Ainds nio era eaten emo ele aparccou pats 0 grande pablice, mar et ‘9 emivife, Ernm bass gus tosarar muta lames Brown, por exemplo. Um negScio quo 0. pesioal ig Tay" « Adenir ave promoviem, not sabsbion, ‘es concurs de dangn, Bo pone! caspula dense bom Tit, elifs, um dado iespomanir eos ‘dang bom 2 "sul danse bem o senbe (02) De repente, © pesodl perebeas "Bom, a0 0 'Big Boy? ple feast equlpe data, cu também pons me ee Posaliar niu, ear disio te,” Comoye, ee fo, a rte equlyes Je gegon. (--) eahmonts tm dado de slengio, hi ene aspects de Tonto, fn far pre da coin fa. Nat, 8 ieano Tepe fom que este ese dado, exe tanbem tn flor Important, que € 0 da aetneg. (No momento fom que se pode peosher "ja que pos me une pare feer fas, eu possa te unir pact fare ume fossa mas postin, fs fora Inport, © claro fe vom telo mando faz est paseger (Clos At Berg Medelos em enseiaa dada Arte}, Torna dd Calta, p- 1244, Ano Il, n> 10, 0. Interescante notar que 9 “soul” fol um dos ber 50 do movimento negro do Rio, uma vez que Tmogada que ia aos bales no ery apenas const Ga de trabathadores, mas de estudantes secundérioe 32 f universtérios tambéin, © foto € que @ negrada Jovem da Zona Norie e de Zona Sul comegow a #6 cruzer nesses bails, que reuniam milhares'de pee fous, todas nogras. O Tendmeno também se ester devia para Sto Paulo; ¢ se a gente pega um dos nmeros do Jorneyro (Ano I,m” 2, maio de 1978) 1B a entrevita do segediha (18 @.20 anos), a rente v8 uma coisa, e Isto & escencal, ela nfo & ali nada: todos efirmam, porque o vivenciam no sa Collin, @ existencia do Facismo e suse préticas, Vale notar que a resgio do “grande pblica”, em face do soul, fol de surpresa e temor (mes 2 policia sempre esiove nie a “ordem”); enquan> tp iso, @ intcletualidade progressista acusava-o de enagao, dizendo que esioulo tinha mais € que gar samba ‘nda segundo Catlos Alberto, 0 Renascenga Clube insuguos seus balessoul com a8 famosts Naites do Shaft, ponto-de-enconto da tusma que tnesloy'0 movitento negro no Rio, Ness mest tno (1974), 0 Cantro de Estados Afto-Asieos, 2 fodado de Estudos da Cultura Negra no Brisit {SECNEB, de Salvador, com a colaborago do Mv nt de-Arte Modern tealiaeram as Semanas Afro Bressiae, no periodo que te estendeu de 30 de filo 2.23 de Jono, com exposigo de are afo- brasieir, expriénctis de daogas nals Nag, de isis tera, popular e eri sfrobrstelra. Tudo tse seompantiado de seindcos © palettes, com a presenga de 6 ail pesoes, vindes de diferenies bat fos e cmadae sctas do Rio. (Cadsrnos Candido Monies, tstdos Ato-Aaiics, Ano Ty 1,07 tin de 1978), A cxpocgdo de arte sacra (obetos 33 liviglcos segundo modelos tradicionsls Nagd:Yorw ba), roctiaedo de simbolos e arte popular, fol organ zada por Juana Elbein dos Sentos © Mestre Didi (o Assogba Maxinalizna M. dos Santes, do Axé Opd Afonjé, de Salvador), Antes de chegar ao Brasil, ela fora apresentada em Lagos, Acra ¢ Dacar na Altice, assim eomo em Paris, Londres © Buenos Aites. AS Semenes foram decisivas para © movimento negro Vale aqui um pequeno comentiio. Interesa que o MN do Rio tove duas fontes de origem: fe tm lado, a comunidade negra, “dando ciéncia” ddo como recebeu os efeitos do movimento negro rorte-americano; do outro, vima inicltiva.ofilal, académice, transade néo em termos de “Orope, Franga e Babia”, mes, a0 contrério, via, “Bahia, Africa ¢ Oropa”e com muito ax$ em cima. Pois 6. ‘A partir dee Semanas, a “tiurma” entrou em conteto com 0 Affo-Asidtico, e pissou a so reunir fm suse dopendéncias, Durante 6 decorrer da sem nie, enconttavamse dias vezes para preparer doit fips de texte: tm, com 0 notiekielo & respelto de tos de diseriminagSo e, outro, relativo a0_perfodo pr6colonial na Africa, Aos sébados, reunite geral para discutir os textos, na base da dinimica de grupo. No domingo, tava todo mundo na Noite do Shaft no Renaseenga. A cada reunifo 0 grupo Chegou a win ponto que as mulheres pas 1 se reunir separadamente para, depois, todos se ree sem numa sala maior, onde & diseutia os proble ‘mab comms. E clato que pintou machismo pe temalismo, rus também solidariedade © entendi- 4 mento. © attaso de alguns manifestowse mum tipo morlismo eslvinita © racist, que eatacte sv 9 ano osetia ameagados pela capcidade onsbilidade das companheiras mais beilhantes; fen seus coments, falavam de mal-amadas © coi ‘que tais (baixaria mesmo). Desnecessirio dizer fas esposas ou compenhcias munea partielps ram de fais reunides, na medida em que fieavam em casa cuidando das eriangas, da casa et, 0 que & Satomitco, De um mado geral, esses! machées ram de urna geracio mais velhs, porque os mais jovens creseeram junto com suas imma de lata. Ais, vale notar que ngo existe coisa miss homossexusl, Eno pior sentido, porque nio eonscientizado © 2 Suimido, do que 0 resentimenta sectirio dos mac chistas, De qualquer modo, © avango das mulheres hogras, dent do movimento negro carioca, mares fia sua diferenca com relagio a cutas repies (onde, hoje, © ouadro € diferente, apesar dos pesares), NO oguinte (2 de julbo de 1975), num encontra de mulheres reafizado na Ascocigéo Brasileira de Tm prensa, lf estavam aquelas jovens e valentes negras, frarcando sn posigo num importante documento, nists 0 sstino da eulicr negra x0 continents amesiaro, = wa chogads, set une «os, om so de prodgio ca da eprduyio xual At do spenae 0 objeto de produc Cass com0 © omen nero tomb oe, ms, ala ainda, sot tn objeto de par par oe colonizadores. O fr ‘ica covaede rosario 0 Que a ‘ema 0 dao produto maional que nio pods ser ‘xportado: a, uber lata bral, ‘Mes 20 fualdade dex “produto” 6 tda como alia, 0 tate Tonio, que la reoebe 6 exremamnte degradants, tio e desrrpeltno, Fol a partir da convivencia com esss irmis, 4 0 Movimento Negro Unificado, que. passol a me proocupar ¢ trsballar sobre a nossa prdpria expe- tificidade, E nesse trabalho, tem dado pra. sacer, por exemplo, que pelo fato de nio ser educada par © casar com um “principe encantado", mas para ‘9 trabalho (por razées histricas © sSolo-econémicas woncretas), mulher negra nfo faz © género da sob- misse, Sus pritica cotidiana fez dela alguém que fem conseigneia de que lhe cabs batalhar pelo “lite das eriangas” (como ouvimos de una “mult do sargentel"), sem contar muito eom @ companhieiro (desemprego, violéncia policial © cutros efeitos do racisma ¢ também do sexismo). De fato, as éltimas isas efotuadas demonsirama que, em matéria de ‘mulher chefe de fanifli, » mulher negra tal pra co fevir. por ai também que di pra sacar uma das rats pelas quais os negros que 'subiram na vida’ proferem se easar com mulheres brancas; sio mals submisas, também por ra26es historicamente anali- siveis. Mas isso € papo pra outros escritos,) genie junta a essa pritica uma consciGncia politic, {Gs pra entender porque no s6 noses iemos, mas determinados setores do movimento de mulheres te niham fieado ehocados com a nossa autonomia © resividade de mulheres negras. Aliés, € impor ante ressallar que egressividade significa “chamar 36 i, ou soja, “chamar de falee”.Pois 6. .. Mas, volte ‘os ig reunides do Afro-Asitico, Dislamos que o grupo cresela, Sabrotudo no aprofundemento do nivel politico das discusstes. Nesee momento, setembro de 74, 0 grupo transfor rouse em entidade, @ Sociedade de Intercimbio Urasil-Aftica, Moses’ depois, surgiu um racha em Fangio de divergéacias quanto eo méiodo € 20 onde desenvelver um trabalho concreto, O- grupo diss: ‘dente, que suit, preferia deseavolver um trabalho ne Zona Sul, enguanto o pessoal da SINBA defen tia a tese de que se deverla parti pra Zona Norte Vejamos © que nos diz Paulo Roberto a essere «ese pst au fos pro Ido Zana Sa Scaes Se. Sao com ctr gene, coe EA of ZirS enum eae le Se ile’ ncto tos gue te ele meen, Be cee arta an one Sl sce Satine, fs lene em pts ‘he ba Sl aprons ‘Ra a athe no Emnoriblema que tinhs pinto na Rede Cobo, pot See omie a Vor, Manges milser So" Ar papa, fol preter eo funeo de Sonia Beng, Eo Eo prt ew pds ie ©.) © ape tds oer eta en se ds rene 16 9 Fost’ Opa. nse srpino” dl 0 TRCN, Intro fe Pesquisa Cates Nope a8 purcrmcte ho, fem saan rom fos C_) pat rar una enidade ae rcs Sencar a nd orl at que dene Ter une anda Ge ible ola 8 mee Mas seo tendo, not inicio, nfo una ag80 po ies, mas un tdutho prnepabmente caret, ‘Asbo que am grupo que taka poder econbmico Gato de eatdate e gue, dz teva melts, a Srna dlr eo Grupo, comeadentomt polerie dir bjetvamente entdade pave, co: tno foes sabnne, algunas provilncis ale fanlescional dependem ds eure fnaecls re polerfsconer Entfo ese grupo, plo simples Flo ear inher de poder ninuler seus les do Shoes, inp’ slgar taco eter exon mon cults, que nov arab pra aoe to Ro de fence. sss trfas foram 0 el? Pot ‘Kempo promorer shows, chorlaRo do asta Fie {imp Wo Ta ng eatin ay bt eae po de ‘Specto, a gant foe um demante plo; nfo wm {Segue al dy Somanidde porgue, a plo com trav, n gant andou muito pea Zona Norte agile ‘Grea. ME eso que nos fomor Nina balay a fuer conjnioe Iabiestongi epi do Pose renga muses luge, ss Grupo! Torn elder ormurameseprupor detest oa de dana, Mas ous tr dente Poco oto eee Nema, Goce, Dor fonts coos grupo que © spworHeslogiemoets De qualquer mode, o trabalho deseavelvido los clementos mais coerentes do TPCN em seus ‘ireultos iinerantes",resultaris, em 1976, na erie ‘gio de uma outta entidade: 0 Centro de Estudos Brasil-Afviea, loalizado em Sé Gonzalo, Ainda em 1975 (eovembro), @ questio neg Passava a sr formatmente diseutida na universidade: 0 Grupo de ‘Trabalho André Rebougas realizava sua. primeits 38 ‘Semona de Estudos sobre 0 O Negro na Formagio Social Brasileire, na Universidade Federal Flamin reunindo professores e pesquisadores nas mais sontes drets, especialistas na questo negra, A 8 de dezembro desse mesmo ano, um grupo de com positores,sambists, pessoas ligadas 20 samba e sob f lideranga de Anténio Candela Filho, fundavam © Grémio Recreativo de Arte Negra © Escola de Sam- ba Quilombo, Olio de dezembro, dia de Oxum, a fleusa das. éguas doves... Reproduzamos aqui, 0 divtrizes basicas desseagremiagio que nos prc fende apenas uma escola do samba, mas um centro de cultura negra Exo cheeando, AESLSon Te Ripcco altos e tages, Tiago ee Sino seo Basco'a iherdade, Nio dito mols Ha'eegan conrrias slo mss: Nbo fox al Nuss’ Saigo no chigr Teno ceteza de vita Minas ports etio sberas. Entre com ctidad. [Kat tls podem ecshore. Ninguém pods impear SiMe, dene de Tago, Bou yaodo 8 equcza de om Rondo idsal A sabedor 6 mou sustenscul. O ‘Gnor'é mou prnsinn. A imagiaagao € minha ben Fab sou radicl, Prowndo, apenas, salvaguardar 0 (hs rests de uma ealurs, Gta! bem so, exp fate gue cata, iiament abla, fen oad fom entndsn Sou Traneoetadr. Nbo ame 1 fhive No ino tira. Papo questo de nfo vir Scodemins Temposco palici, Nio etrbus mea ‘Soe o deyitado eflno "ao" Nada de fojadas © thal felts specs Terie Deo os sorplenos {Gmos A ebeerayso dos verdaelros intlstsis: Tt 38 seu povo. Basta de compliers, xii o Bslo das alsa simples que me sede ‘Guero sale pees rus dos subibies com minhas bal ras rendads, sobando sem porar. Com mcnha eo pw resell, Inmemeate I fndo te mia ogee Arias plistisoy, fgurnits, cowszafos, dspante Mento culturi, ptisionais, nto mo facomecem, Bstou chogando. Em 1976, eu mesma iniciava o primelro Cursa de Cultura Negra no Brasil, na Bscola do Artes Vi tals (no Parque Lage), justamente no momento em que, gragas A sua nova e jovem diresio, aquela nstituiggo se renovava. Reunindo artistes © intclec- tus progressisias, cula produgio implicava numa visio éritica da relidade brasleia, a EAV tornow f¢ 0 maior espaco cultural do Rio de Janeiro nage Te periodo (tanto que sua desativagso foi. dotetni nada a parti de Brasfia no infcio do 1979, com 0 afastamento de sua directo) ‘Aiém do curso teérico (que em segeida se ar cevlod com outros dois: um, de dancas alzo basi ras e, outro, de capocia), que visava ansisar a inaigdse os valores elluras nego, asim como ( pate a exprossio iva de artsias ¢ ielectuais negros, Durante trés anes (76, 77, 78), 00 més de novemnbro, realizamos cexposigdes de atistes plisticos, apresentagdes de grupos de danca de poesis, exibieao de filmes, a minévios, langamentos de livros, espetdculos de in 40 sica ete. 0 mais xgnificativa de tudo isso foi o expt rito de solidariedade © colaboracio no 96 dos ami- 98 © cologas de EAV (que, juntamente com seus fluns, ajudarem ma realizaefo dos eventos) mos dos irmos e companheiros do Olorum Babs Min, dlo TPCN, do CEBA, da SINBA, da Zona Norte, da Zona Sul, dos sulbirbios, das favelos e 216 mesmo ‘da Africa (0 cineasta nigeriano Olé Dalogem e 0 ‘cantor angolano 54 Morac). Em 78, um dos eventos do que entio chamavames Ciclo do Negro Home! fem a Zembi, fol um espetieslo de misica e poesia pra 0 qual convidames numerocos cantores, mis 53 atces negros, Interesante netar que, dos ato- fs e attizes eanvidadas para psrticfpar, apenas do's sores compareceram © derem sua colaboragdo; 05 demas, fiearem com medo da “repressio” e nos cute fais, Exntamente porque, a esas alters, emam oF membros do MNU/RY que esta A fromte da erganizagho dos eventos. De qualquer forma, o espetteuto foi um sucesso, dda 2 qualida de os textos e das mésiens, Ropertamonos a exe {ato justamente orgie nos parece importante uma reflenia sobre um certo tipo de negro que a geste, hoje, chemse de jabotieaba (preta por fora, branca por entre, doce... mus com carogo que pio dé pra engolir). Falaremos do jaboticaba mais adiante, Foi também em 1976 que s2 iniciaram os con- fatos eatte 0 Rio e Sio Paulo, em termos de movi- mento negro. A tarma de Sao Paulo tomeu cohe tlmento do que se passava por equi, através do Bo- Jeti do TPCN, e, entéo, pintou por aqut pra Jevar tum pape. Este foi o primeito encontro. de uma sr que se relizatia em Sao Paulo, Rio Claro, Sto a Carlos ete. As diseustdes eo dariam em tomo de ‘uma questio fundamental: a erlapio de um mov: ‘onto. negro de eaeéter nacional. E fol assim que comesaram a ser Iangadas as bases do. Movime: Negro Unificedo Contra a Discriminagio Racial, 0 MNU. Sua criagio efetiva, que se daria em junho de 78 em Sio Paulo, como veremos em seguida, resul- tox de todo um trabalho dos setores mais’ conse: ‘ientes das entidades carioces © paulctas, emse- ‘hades numa Tuta politica comum. Vale dizer que a fundaggo do MNU' no coatoa com 8 paricipagio de nenhuma grande personalidade, mas resliow do tsforgo de wma negraca andnima, dessas novas Ti ‘derangas forjadas sob o regime eitatoril militar. Vejamor, através do seu primero docu como se deu a eriagio do entio denominado Movi- fsnto Unifieada Contra a Diseriminagéo Racial. ‘Tratase da carta coavoeatGria para o ato publico Ns, Eniades Negras, euidis 00 Convo do Ccatora'e Arte Negra ds 18 de ino, rsivemoe Scoroov Morinento mo tenido defender. Co fini AfroBrariera contra a seul explore {Go rll ¢ Gerepsto humane a que + Connie Piabmetda ‘No podeoe mak cl. A dcrinnato raat eat cid rt an hineato da Comunidade Afro eos, ‘kettt's sim do homer negro esos sapasdnds ral cams Bunn ‘S'iovinens Unica Conta » Discriminate Racal fol erado para que or dios ds homers eqn wlan retpnds, Como prince aiid, cits 20 fie 7 de uo #6 1830 hoes, no Vie fata Go Chi Seu sbptve ers proenter conte co Simon seonicelmentas acinar. con ronan diuigdon ole Inpro oe a ds abril ma dlguca de Gusie ses, mals um negro fol moro por ese di (O ie’ plate” Ee aggro "em Reon Stara da Ue, abalhadr, stenlo-e pal defor. No Chibe 6 « de Regats Tie, qunyo trots foram Birrados do tine far died filo fata eer nero ("dre do Cube dew enters nos de seve 1 sauder rc, tas Conan eur ns ‘seri punido por sew ato. * és torben sibenes que os procesos desses sao ni dro em nada Coo foes os oeton Ser de haenngeo roi ss apens ols dos ost beled tguvador pany trades {ese pus borat ds cs tae agree Si Tour ¢ cought ment dun cae Max 0-Ato Pabizo Conta @ Raton mucarh fun art tepdiio« konvidemos todos oy sto 15 domocrizor que nim conte dere & inks soe ds mason topos fA {com & Comite Att Ble naa Com. Fzemos um conve epi too etd dea tendo pls angie no mova Ae friar sepa ‘deren desipesine 8 ural igo em defo da Comsat Ao eich TN pots sus scar coer em gue veo home ner, senda. dissiminao’ dav “oct pty vivo a0 evprgosobenpreno ¢ tas fave, NBOpodomoe sais coment gue © ero Sota as perms conta da Pl, say dr TODOS AO ATO FUBLICO CONTRA © Ractsno CONTRA & DISCRIMINAGKO RACIAL CONTRA A OPRESSAO TOLICIAL PELo FORTALECINENTO B UNINO DAS ENTE DADES AFROBRASILEIRAS Assinavar 0 documenta os seg associagdes: CAmara de. Comércio, Contzo de Arte e Cultura Negra, Associagdo Recres tiva Brasil Jovem, Afroletino América, Associaso Casa de Arte © Cultura AfroBrasilire, Associneio CCistfBeneficente do Brasil, Jomegro, Jornal Aber- ‘ura, Jomal Capoeira, Company Soul, Zimbabwe Soul. Nas reunides seguintes, a primeira se retiou a segunda comegau 8 se aktmorizar com a repres ‘Mo. De qualquer modo, um grupo de membros do CECAN organizou-se como 0 Centro de Luta Desisso « levou adiante sidéia de tealizagio do Ato Pablico. Formouse, ento uma comissio que organizaria 2 imanifestasio, Ao chegar a ozasito do Ato Pibico, ram as sequintes as entidades e grupos: Afrolating Amétien, Decisio, Instituto, Brasiefro de Fstndos ‘Africniatas, Bras Jovem, Ceposia, Atletas Negros © ACER, Contatos foram estabelesidos com 0 Rio de Ja: nsiro. Um dos alletas negros do Tiel veio 20 nosso fencontto para informar sobre’ os acontecimentos; ‘abionos, agora, mobilizar as enidades negra eario- cas. Abdias do Nasclmento, que chegare a0 Rio ak uns dias antes, proveniente dos Estados Unidos, topou logo participar do. processo. Endo dé ora cesquccer aqua tarde ensolarada em que a gente se tmandow pra Coelho Neto, pra levar um papo com Candoia sobre « parteipagho da Quilombo no Ato Palco. Papo vai, papo vem, ele nes presenteou cam o folheto do enredo para’o préximo cxenaval ‘Anos de Aboligho. Fora eserito por ele, “baseado nas publicasies de Edson Car noeleo, Lélia Gonzelez, Ning Rodrigues, Arthur Ramos (-..), Alipio Goulaet 4s Surpresa e emoctonade, disothe que sinds nfo tinha ust gabalho publieado digno de ter meu nome 29 lado dagueles "cobras" (afinal, um artiguinho ‘qui, outro aco, e de tempos em tempos, nlo sig- nifiava nad), Ele retrucou, dizendo que sabla iaito bem da trabalho que eu vinha tealizando "por ai" ¢ que isto ora tbo inportante quanto os livros os "cobras". F foi af, entto, que me incumbiu de representar @ Quilombo no Ato Pablica: "NSO in porta o gue voot diga, que eu asso embaixe”. Pela primeira ver, para. mim, alguém me fazia reflec obte a responsabilidede que se tem quando se co a ttabalho “por af"... A 16 de novembro b, Candi reo sa gio de om ashetos da. Quilombo me indicaram para resumis € discute cont os membros da Ale dos Composiores fo enredo quo ele eserovera, Nei Lopes e Wilson Mo- fra (Gssas das “feras") Gveram o seu sambaen redo escolbido como 9 melhor, dentre outros muito bons. Enum trecho do samba, eles dizem: “Bos auilombelss de hoje em dia/Sio candela que 0s slum” Além da Qeilombo, © Rensseenga Clubs, o Ni Noaro Soctalista, 0 Centro de Estudos Brasil Aivica (CEBA) e-0 Instituto de Pesquisa das Cult ras Negras (IPCN) foram as associagbes earfocas aque apoisram 0 novo movimento e asinaram uma fota canjunta do slidariedade que fol remetida para Si Paulo, Engusnto iso, naquela cidade, como vi mas, ocorriant as primeinas defeeebes, determinadas elo velho temor da represtio © pelo no mene 46 votho temor do comprometimento. Argumentava-se que um ato pliblico era algo de muito sério e, no so, at mesmo temerdtio. Felizmonte « lucidea © @ rmeza dos mals decididos nfo se abatow diante de CCobe aqui uma referéncia quanto @ uma cont: vio de caréter pessoal, Na verdade, a oportunt dade de poder ter participado de wm evento muito Importanie, a nosso ver, para a consolidagio daquete movimento que vieia a surgie em Sto Paulo. A cor vite do Departamento Cultsral da Prefeiturs de Sal: vador, dirighme para aquela cidade, na primeira semana de malo, pare dar um curso cujo titulo era: “Noventa anes de sholigio: ma refers er © entusiasmo dos debates com aguele piblico emi nentemente negro e Jovem, deme a dimensio do aque estava ocorrendo com’ a mogada negra em di- gu tr see oy mh ere Nal, do Centro de Estudos Afro-Brasiliro, assim ‘como de blocs e afoxés de Salvador Id estavam die cutindo ¢ reivindicando, deaunciando © se posiclo. ‘nando contra o racism. Chegamos 2 um ponto que tive que adiar a viagem de retorna ao Ro pera que pudéscmos melhor aprofundar as discusses. O re Sulledo desse encontto fol a ctlagio de um novo srupo, constituido por membros dos anteriormen itd, assim como pelos que a eles no pertenciam, [Mas por que um novo grupo, se ja existiam outros? A novidade dele estava no fato de etteular de ma- cexplicitammente politica a questo racial. © Grupo Négo viria a ser a base a partir da qual 0 futuro MNUCDR se estenderia # Salvador Por af a gente constata que 0 7 de jutho 6 um maico hist6rica moilo importante para 6s, nam dda em que se constituiu em ponto de conver ‘em praga péblica, de todo como da determinagio de levee adiante a organiza politica dos negros, Ora, esse clima © essa de 0 i haviam pintado em diferentes pontos as, coio ji dissemos, Faltava esse 7 de julho, séyamos todos 14, nes escadarias do Tea- pal de Sio Paulo. Maite aividade (dist wigao do carta aborta A populagdo, colocagio de carlazes, fuists el.), muita aegria, muita emogio ‘As mosdies de apoto chegavam e eran Iida com voz forte e segura. A mukidso apladia, Como splsudia or discutsos que se sucediam, Gages &s mensagont de Solidaciedade de grupos, organizagies, entidadet nogras e brancas, de Seo Paulo e do Brasil; graces ie falagGes que fam fundo om suas denincias; gra 28 fqucla multidzo ali prosente (cerca de duas mil pessoas), negra na maforia (mas multos brancos faoabém); grapes a todo un esprit de Tuta plarise cular de um povo, # emoeio tomava conta da gente, Causendo uma expéele de vestigem. E um eenline fo Tundo tomour conta de cada 1mm, quando ouvimos a Tetura, a duas mil yozes, da Carta Aberta & Popu- lagdo que assim dizi Hoje estamos na rua numa campanbs de do- ela Campana cont 9 disimin 4 opreasio.pocal, conto. desemprego, os empresa ¢ nargialzacia, Etamon at tas para demuncier ob plsiaaa sons de vide dy Co dade Nears, Hoje € tim dia hstrco, Una nove dia eomeja 2 surge para a seg stuns sino das clas de reanes, ds eles de conferincins e-caamon indo part te syns. Um novo passo fe did'nt ata contra rach. ‘Os mites do Clubo de Requise Tate que te cubram, pois exgiemoe ft 6 fpr ae culdem, poi nce Fest ©. MOVIMENTO UNIFICAMO CONTRA A DISCRIMINAGKO RACIAL foi endo pra sum Tnsrumesto do its da Cominklade Noga, Este novimento deve tr como prnepio isco 9 batho 4 endnein peraente de tolo nt do. desrinine fo racial a consanteoryaniaagso ds Conidae pe enfreatamos todo ¢ yualguet dpa de mcizmo “Tics nbs sabeooe © prelen rll gue causa 0 racima. ‘Quando usa pesos no gots det negro mente, mas quando toda ma socedsde suo atudes rato fret ven pov into, ot fengge tenfontst, af entlo @ reside tego Pai de Tania dewmoregeda, {hos desire radon, so atsitnci médln, sm Gondies Je po. leefo fomtfar som escola © sem foto, Eve oie ‘iclno colt, ete racamn inwitlonsiznds gus {1 orgem a tad to de volenin conta un Devo insira. Beate raclsmo Snsicioationde que de terug para a rites de stn raat omg os of Srareram so Clube Tieté cua o sto de visits Poll que se abate sabre Robnon Svea da te, Bo 44% Ditto Policia de Golem onde ett eer, wobalor, pi de fandls, fol tortured até 49 morte, No di 1° de ful, Nillon Lourengo, mae ‘anogro opera, fol asteinado por um pllsb to burro dn Lape; revoliaado toda 8 comnldads ¢ ‘Caan como esis so toting em nosto pa ove se diz demecrtin. ais nconteimentoe dear tas evidente © fora Jortna do sora It, nose naesidade ‘nob 2 ovewsito buscar formas de orgunicavio. F pret grate que ete movenio slain fst én de tlg permancte dn comunidne, ome toss parixipen de" yerdnde dein os casinos Uo movinenor Por bao shinamos tolos a enkror fram 9 MOVIMENTO UNIFICADO CONTRA A DISCRIMINACKO RACIAL Ports, proparon # ead de CENTROS DE TA DO MOVINUENTO UNIFICADO CONTRA A DISCRIMINAGAO RACIAL, nor bales, as Wks but prints, now fereton Je candomble nos teers de ambos, now Sti de trabalho, nas esol de bes nas iia, em toda © lg onde © sro ‘Vive: GENTROS DE LUTA que prouoram o debate Wtormacion a conseentvacio ® arganlzgio enefdads ner, tanandonos um movimento ftyo e-cambatent,Ievendo 0 nero © partilpr {odoy ce snore ds eosiedale bse "Convidemos ou stores ernocrtins da posiede te (jor) gus now aadiem,erando candles pees Slim porn car umn veces demberi's rach CONTRA A DISCRININAGAO RACIAL CONTRA A OPRESSKO POLICIAL PEMA AMPLIACAG DO MOVINENTO POR UMA AUTENTICA DEMOCRACIA’ RACIAL Pessoalmente, nfo poderei esquecer a ime dequele Vella homem negro, que mal podie ler em vor alo documento acna reproduide, As igri nos © inpediam de feablo, Marcoume funda o £0 gesio de nrugtlas na mange do pall, gn do pals, pasando Jago nos los. pes D z Din seguini, oe jomais chetss de primeizs pégina, TE extévamos no nonage Simo ana apde a ekernads aboligio da exravaturo, Retornatnon so Rio, ap6o a asembia de ave liseia do. Ato Pablico. Reanimo-nos, enti, para discaie es propostas que levarlamos para a ase iia que se reelzaria no dia 25 de julio na capital paulista, Dentre as propostas que levamos, destco negro 20 nome Jo movimento, Dagaela data em dant, pasartos @ ser 0 MOVIMENTO NEGRO CONTRA ‘A DISCRIMINAGAO RA CIAL, Nessa osm assemble ntrestadval (SP soi nes depot ACD, satin ram a plotar az diverptncis; os etores mais con no deixavam de demonstar sets eceioe das proposts mais avangadas doe stores do movimento. Desnetessrio der que estar do proto om que nos i Go. Ap talorosas discusses, oi eleta um Comissdo Provisbria que 28 enccre gavia de claborar'o.antoprojeto dos documentos byisioas do MNUCDR: Carla de Prncipios, Estatato Programa de Agio Dias depois, sepufemos para Salvador, Abdias feu a fim de colacermos os lemios daquela cidade 8 par dos acontecimentos (também eles ‘haviam io sux mogio de opoio aa Ato de 7 de julho), 3 ‘Sua adesio fol imedista, assim como sea compromis- so de comperecimento i Assembléia Nacional a ser realizada no Rio de Janeiro. L4 pelos fins de agosto, tim grupo de intelestuais negros do Rio © de Sic Peulo seguiu para Belo Horizont, a fim de parti par de If Semana de Estudos Afro-Basileirs, ong hiaada pelo Instituto de Histéria © Arie de Minas Gorsis. Todos, & excegio eum, pertenciam a0 MNUCDR e, dentre estes, dois eram membros da Comissio Provisria, Ao regressarmos, jf tihamos tconseguido & ades50 de um easal negro, que £2 e ‘cerregou de eriar © organizar 0 movimento nagusla cidade, Minas Gerais também se comprometia = ‘compatecer & Asembléla no Rio. Esta lina fol realizada nos dias 9, 10 de setembro, nas dependéncias do IPCN, Presentes, fa delegagbre de Si0 Paulo, Bahia, Minas Gerais © Espirito Santo, além dot cariocas fluminenses Eran cote do trezentss pesoas que ali estavam scutr € Volar no s6 os documentos bisicos mento, mas também cleger e Comissio ive Nacional e caractrizar a posiqio, do MNUCDR em face das eleigdes de 15 de novembro. ‘As diseuss5es foram prolongadas ¢ eansatives ‘uma ver que posigées diferentes insistiam em defers ‘der sous pontos de vista com todas as Forgas. O grupo fluminense, que ji a 23 de julho ameagara Se alastar, retirouse prateamente nos primelros momentos em que se infckavam os trabalhos. Ps amos todo 0 sibado diseutindo e votando o esttu- to, No domingo, fol a vex da carta de principios © programa de ago. O acirramento foi de tal or nt que quase © pau quebrou. Um dos grupos eujas propostas vinham sendo devrotedas, retirouse sob protest, dado 0 esquentemento dos fnimes, Mesmo ‘assim, a6 diseussdes continuaram no maior entusies- asa, resulanes de tanta empolgacs, de Tana nega’ Era bonito-do ver aguela nepeds to cin Ae via, G0 ardooss, mesmo que discordant, er derhandos nen nagele ssenbic © o ins thes inetivel se dea quando o sono comesou 8 ass. {aro andamento dos tabalbes Tor te maderg ‘inde segundo-feha; estdvamos tolosexeuso, ex Fides, as com uma dterminepao que telmste em franscender tudo iso, E era un tl de lgo coc Tando aqui, outro scold, outo mas adiante,lodon isi permanente (ands ok quando gents papeando e record da Sena, «gets Sootaba de * De qualquer modo, © importente fot que se conseguiu fechar a puta. Os documentos bisicos foram yotades, 2 Comissio Executive Nocional foi ita (os Ceniros de Lata dos respectivos estades cescolheram seus representantes, & excssio dos com panheios do Espirito Santo que deixaram para {0 Glo mals tarde) se decidiu 0 posicionamento que ‘eriamos. diante das eleigées, mediante a nos de voto racial Este dkimo significava o estabelecimen- ‘o de uma plataforma das exigtneias da comunidade negra, primeiramente spresentada aos candidatos negros ¢, e250 no a eneampassem (0 que acabott ‘correndo), aos candidates progresisias da posi: ‘Ho, em seguida, pera que a divulgessem durante a ‘ampanha ¢ buscasiem efetivia durante o manda- ‘o, Estes Gliimos cumpriram ou tentaram cumprir @ 53. primcive parte, nada fizsram com relasfo 8 segunda, ‘xcoto alguns’ holos discurtos (© que # geate jé previa). Vale recordar aqui um fato muito interessante, que nos Femete bh ideologia do brenqueamento, Como fe sho, ela consisto no fato de es aparelhos IdeolS- ticos (familia, escola, igreja, meios de comunieario, Ete) veleulatem valores qv, juntamente com o mito Ga democracia racial, aponiam para uma suposta ruperioridade racial ¢ cultural branca. Vale notar {gue € justamente por af, por essa articolapfo entre O milo ea Idoologia, que se deve entender 0 carter Aisfergado do racer brasileira. Daf se segue que pessoas negnis (pretas out melatas, porque di no fresmo) internaizom fais valores © Passam a s© ne far enquatvo tel, de mancira mais ou menos con Cente (0 mesmo acantecenda com as pessoss “bran fsto 6 aquelas cujos trapes revelam uma as Cendéneia negra, mas quo sfo vistas como brancas Abdias do Nascimento es chana de “branobides") Em summa, elas sentem vergonha de sua condigo ra cial e possant a derenvolver mecanismos de ovulta mento de sua “inferioridade". Pes mecanismas re obrem am amplo quadro de racionalizagio que vio desde um efetivo reclzmo Bs avessas,(negros ot “brancdkdes” que, por palavras © atos, “néo gostam de preio”) a6 a tude “democrética” que nega 8 ‘questio racial, diluindow mecanicameste na luta de Clasees (por af se vé camo certas posigdes de esqucr dia nada mais fazem do que reproduzir 0 mito da democrecia racial, exiado pelo liberalismo patema lista que elas dizem combster). De acordo com nos. sa companheira de MINU, Neuss Santos Souza, em 34 11 importante trabalho sobre 0 drama de ser ne- ro no Brasil, tais mecanismos de ocultamento © negagio so devides ao Fato de, em termes psice nalitoos, © braneo set vivenclado como ideal do xo. De nosta parte, de acordo com as pesquises do (Cheikh Anta Diop, ¢ também muma perspectiva psi- csnalitiea, « universst “Tobia de negro” remereria jntamente para o contrério, Mas iso é assunto para tim outro papo, posto que a reprodusdo de ideologia do brangueamenta é um fato concrete que = cox a 6 que a News dts Io fo, au val ons Fai designada pelos companheiros de movimen- to pera levar nossa plataforma politica a um femo- x0 e respeitado candidato da oposigio, que & negro. Na sala dle espera de seu escttéri, fei abordada por uma jovem recepcionist, “mofena queimed ita”, que foi Logo me dizendo: “Feuta aqui, minha fithay ee voe8 velo aqui pra pedir emprego’ ao Dr. (..), nom adianta, porgue ele no val te receber.” Por af se v@ que, de acordo com sua bela cabecinhs, una era guerendo falar com 0 candiato, 86 po: dia see pare pedir emprego.... Apés uma verdad ra odissta, consegul ser Tevada & presenga do Dr. (..), ave Tew stentamente 0 documento que The ex sek. Apés Isso, me disse soldariamente: “Mas claro que eu apoio todas essasreivindicagbes por ‘ae, afinal de cans, ¢ problema de voces & muito io.” Ao que eu the retruquel: “De fato, Dt. .-), muito mais sério do que a gente pensava até aqui & egora.” Pois 6... Desnecesséro dizer que nem due ante sta eampaaa fol levantada questio do ne- 3B ro. (Neusa, vock tem carredas de rezio, podes fren) Uma nova Assembldia Nacional fol mareada par 20 dia 4 de novembro em Salvador, Vejamor 0 de- poimente de um companbetro “A raniso do Movimento Nero Unifledo Conta 4 Diserininagso Roca fre a Lel Afonio Asis". Ta + dewelps spetentada plo prsidens da Aso. iagS0 doe Fascindeios Pubic ds Bshie oo des fr de eater weds de “ous” enidado part reall fet Il Assembla Nacional do Movimento Negro Ualleado, na cldede de Salvador, na abla, Dorste ras do dia 4 de novenbo, varios telefon Ae" Bratia determina ts ert dadsr de ext dae si, enjonnto'e Pola oder! so eniresevs de fenlar pedis a ruaifo. Ee prolbkto da reinlio por exe epanismo, fof © argument willzalo pela Fesponsivel plo Testo Vil Vella, 9 local ate atv, doerminado. pela Czozdenosio Novena, of farimno drgene do. Movinenio. Negro Unleado (Conta a Diseiminagto Racial.) ‘ho shegarmo a0 tats Vila Vatha foes Saf rade de gue pola fedeelprotir « Anemia, pols conideava que sua rez fea a Tel Afen {0"Arinos. NGs, ogres, sompee descontiamos desta Tet, pols tomos genera que, apser de wr uma eh fue doverh gorantro diniio do nego tar coo erin sor asnds cotta noe Porn colocador vtion Palisis neste testo. © mii Vaturas ceca ‘Volttmos pars © ICBA (Taste Cull Bast Alemxata) erence cosa eet, iniferetes fe promten do apruto ropresio, quo 6 fez presen te, incsve, cont provocsgtes e agrees Bs pes ens aie ofintavam of wanseunts » partelparem {dp Astonia, Fol um paso Inport porno nos Movimento, noir delisines ponte proermstics, din para reunlto preperstda do Congreso. Je Gattorae Negras dis Ariens ¢-tiamer um. doe Srmenio Nasional do Dia da Conslenia Negra, (De- poimente de Mion Barbosa, do Castro db Luta De- fief, do: MNUCDR — Tornih Verso a? 27) Na verdad, fe estblecido 0 20 de nove sro cao Die Neston x Coscncie Negr. Nos hn eoguints, eamos os ator pbs, 8 paca: tte outs formas de mafestagi, coorendo nivel nacional enguanto express de urn sent Ime oda Comunidade Rep. Crags 20 empo the do MNU, ampllando esprfunando a propos ta do Grp Palmares, o 20 de novembre tafe Stowse tur to pollo do fimagao da Hii do fro sta capuldade de onaizopo e de propeta ier cnet ae, iio sinbolo vivo da lua conta fod formas de Siploragio,E hoe, tamoe af, consid a ipo tonsa de inate do MNU, cpa ver ob 2 eds eit defo 0 Peso mean fom dese de magna Eo te do lo, ea vee tras, certttzese ton data oii de Spm ajo como popo ce brane (o aie ols chataba sbolgho resolve os probioman ds hes dominant banc © N00 51 nosso). Mas vamos 20 texto de 4 de novembro de 1978: 40 POVO BRASILEIRO ESTO NACIONAL DO INTO NEGRO UNIFICADO CONTRA A DISCRIMINAGKO RACIAL ‘4 ZUNE 10 DE NOVEMBRO: DIA NACIONAL DA ‘CONSCIENCIA NEGRA 2s, nepos bso, oguhose por daenderon de ZOMB, lider do Repibon Negra de Palmar So enti ao Extde de Alsons 1595 016 Asatindy o dominio portogsése aé Roland, nes fovninos oj, apn 285 an, pa desl 160 ovo braille omen yerdacie © foie da 29 {2 Soi IA NACIONAL DA CONSCIENCIA inde morte do. grade ier negro_ nacional ZZUMBI, esponsirel pela PRIMEIRA E ONICA to teiva bran de eaabeever uma ssiteds demo fries, of lve, © em ge foser — BeBe, ini, Breer reaioram ain grande venga po to's ca Tenttee exe ee Sepe ene 9 fens eo ods on guloabo, Hoje estamos anid noma fata de reconeupto da tcuedae rele, spontando pa mano Stim onde aja prteipssSo rel ja do nw, Sime gue totes mcs oprimidos dos oprinfo; ‘lo af ag, tase tooo hares onde veo. For to, negimos 0 feo de mo de 188, la do Abo da rernvtee, como fn ds Uerinsso Per got? Pogue nese di ft eid uma Tet gv {pena fico no pope enebrindo va est 2 Eernae eb gal ad hoje o nor so ean JOGADO. KAS FAVELAS, CORTICOS, ALAGA- DOS INVASOES, EMPURRADO PARA A MAR. GINALIDADE, A” PROSTITUICAO, A. MENDI- ‘EANCIA, OS PRESIDIOS, O DESENPREGO EO SUDUAETREGO todo roe anda, 0 peso dest tno dt VIOLENCIA E REPRESSAO POLICIAL Por sto, maatendo o eahita de Tom dos qullombos, GRVTAHOS contra atngio de exploorio a gue ‘Stance submis, land conira 9 RACISMO € {Gone gulsuer forma. de OPRESSAO existent nk ‘Selelad beset, # pla MODILIZAGAO Of GANIZAGAO de Comtnidade, visio ‘una REAL femincpagso plea, econimica, voll ultra Dre © dio Te do juno somos © MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO CONTRA A DISCRIMINA: CRO RACIAL, movinento qve == POPES 0 8 um Sion des ssllndease do negro ‘brates que forge brats ner CENTROS, DE LUTA, forme tity onde quer ave 0 negro fae presen fprscisn que 0 MOVIMENTO NEGRO UNIFICA. DO CONTRA-A.DISCRIMINAGAO RACIAL fnoctsiin a patpapso de todos, alismando o 20 {TE movenbro como 9 DIA NACIONAL DA CONS- Ciencia NeGea, PEL DIA NACIONAL DA. CONSCIENCIA PELAAMPLIACKO DO MNUCDR. POR UMA. VERDADEIRA DEMOCRACIA RACIAL ELA LIBERTACKO DO POVO NEGRO Em setembro de 1979, ccalizarseia um Encon- ‘uo Nacional em Belo Horfzoate visando um bafan- go crifico de nossas atividades, assim corno a propa- Yacko do | Congresso do MNUCDR, marcado para bs dias 14, 132 16 de dezembro no Rio de Janeiro. 9 gunbelie namaste terse ccna fut Ent Sati 2g cial scabou por sensibilizar determinados sciores da sociedaile, tanto num sentido positive quanto nc ative, No primeira esto, vale-nater, por exemplo, 9 deseoberiadivugada pela grande imprensa: te syreo nopro comm também € trtndo. De scot {com a roportagem de om rane sano, apiniso iti Preieia 5 pate a tomar cone lmonlo da existeia da tortie pertis do omen to em que a epresaio pestou a praca nos ovens dh sae mdi que se opuseram ao regime. Uin elo ao eandal do Rio de Janeiro, fe anew vite sl 9a psd, quando os prose (negro sm so tari ie kbs thelr 9d nov thus. (Sa gente se ineresaste mals pelo que £0 pase efedvamente no cotidisno de grande. Massa negra, deide a escravidso, a gente sabera que (or {cra scmpreexitn em rots belo pals iopleal,) Oe tips exemplon de sensibizagho referee A diva oo gio dos astltentes do adolescente Ailton, da me hina Méreia, de AGzio, todos eles negros anfainos © obres, viimas, como tantos outros, da, violénsie folicil, E quando eclodiy o internacionalmente fa 0 “Yeaso Marli", 0 apoio reesbido sobretudo pelo tiovimento de mulheres foi um dos efsitos das de- hincits efetuadas pelo. MNUCDR™ desde 1978. {Robson da Laz ¢ of aletasmirins do Tie...) ‘Quanto aos aspectos negativos, deixando de lo do 0 j tradicional “racismo ts evessas® de que so ios aeasados sempre que nés, nepros, pastimes para 2 dentineia do racismo e da diseriminacdo, pintaram futras acusagbes como as de divisionists, revanchis: tas etc. ¢ tal, provenientes de certos setores de es ‘overdo, slém dequela de subversi, tio earn a0 re: fie, Mes a gente continuo a nosse Ita, T hofe, 981, é interessante observer que, epesar dos pest fes, engrossaram os Glelmas dos oue esto inferesst {dos na "questao negra”, O que nfo deixs de ser um avango. Com ese ipo de perspectiva com relagéo 20 racism, nosso trabalho de dentineis da situacio do negro brasileiro também tem s¢ cado a nivel inter hacional, sesundando aque iniclado por Abies do ‘Nascimento a partir de 68. Assim & que particips ios de 4) Congressos — como o TT Congresto das Calturos Negras des Américas, realizado no Pansmné em 1980; by Semindrios — “Democracia para o Bail”, Ni va Torque, 1979; "A. Mulher sob o Apartheid’ (promovides pela, ONU), no Canadé e na Finn tla, ea 1980 (dos quais fut vico presidente); Si tuagio Politica, Econdmica Social do Brasil” luda, 1981; ©) Simpésios — “Economia ¢ Politica do Mundo Negro", Los Angeles, 1979; “Resa e Classe 10 Brasil”, Los Angeles, 1980; ) Encontros — IV Encontro da Assoclagdo de Bs tudos Latinoamericenos, Pittsburgh, 1979; En: contro Preparatério da’ Conferéneia da Década da Mulher, Sufea, 1980; TI Encontro da Asso- ciagdo de Pstudos da Heranga Afvieana, Pitts: burgh, 1979; Conferércia — “Os Direitos Humanos ¢ a Mis. slo da Mulher” (promovida pelo Conselho Mun- ‘iat des Tere), Veneza, 1979; Conteréncia At temativa da’ Déeada’ da Mulher, Copenhaguo, 1980; SangBes contra a Africa de’ Sul (promovi de pola ONU), Paris, 1981 Palestras (Estados Unidos, Europa e Africa: So. regal, Alto Volta e Mali), entrevstas (imprensa faleda, eserita ¢ tclevisada Sos trés continentes et tados). particinagéo em menifestaeses (Din da Li- bertagio Africana, 25 de abril; vale resseltar que © Dia Nacional dia Conseitncla Negra, 0 n0ss0 20 de noverbro, foi comemorada em’ Londres, ‘em 1980) ete. © 1 Congresso do MNU significou um grande ppasso em termos de Tuta politica do negro. Reunin do delegedos do Rio, Sao Paulo, Bahia, Minas © Rio Grande’ do Sul, avangou uma série de'questées que feriam posteriormente confirmadas. Ao analisat a confuntura nacional, os congressistas avaliaram cor ‘lumen 2 questo da violenclar ne medida em qu a “abertura” ee fia, © com ela a aproximesio da a esis econdmie, haveria uma expicle de desloee oda atengbes, A segiranpa socal ocuparin 0 meio lugar as preacupagbes do govern, coo Eine num segundd plano, aprsntmente se ‘op toconal Os projetos de diminuio da idade Sim clap rexponeabiideds criminal 8 para {o anoa)e de pristo cauela, apontavam. para. at vind sisema: 8 populaio ners pia Os lineaments se sueediam e 2 pena de cre ff era vista como “natural” pelos vtios ores da lace én (Gutanients atogida pelo bie de. dezembno", ponto. de partde. ara fo su empobresimento propesivo). Diante do tal Suto, os congresses votoram a exeauco das e- nts Campanas aniulaga: MATS EMPREGOS ® OS NEGROS e-a campanhs CONTRA A VIOLENCIA POLICIAL. O sdobramento desta an momento ue e bombs tava af, expo Uindo pelo pals, Tevou nossos companbetos de Mic She coracszirem 0 fato de gus a populasso nee jst dein toro” cardiano, Femi née, less ogres, alm do dein cin do branqueamenta do honiem negro, em tos Se csamento, disatinos os problemos relatives & Sducrgao oe nosis erangas, controle da netalid go ee parton grec ins do povo nego ena ta conta o racism Ems também e sitagao de mauler negra enauan I cmprga domeun n gtogo Pato dh sactno (ncksve por parte de tultas malitantes fonts do movimento de lets). Quanto a questfo da culture negra, séias ot cas foram ditgidas ao processo de comecializa @ folcorizagdo que ela tem sofride por parte das secretaries ¢ agtncies de turismo. Conscientes da Im possibilidade de deter a invasio capitalist, relvin icowse a profisionalizagdo dos produtores de cu tura popular. Era a consciéncia de que sobretwdo ‘enlidades negras de massa hiviam se transformado em empresas; conseqlentemente, por que mi pa ‘gar salios para passat, baterata, compositores © ‘outeos membros natos det escelas de samba’? Com relagdo a estrutura do movimento, o Pro- arama de Acio foi devidamente ampliado ¢ aprofun- ‘acl. E como a lta prioritvie do movimenta & cor tna a diseriminacdo recil, sex nome fot simplificado para (0 que jé se fazia na prética: MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO (MNU), A guise de conelusto deste depoinento, nio podemos dofuar de rsslir que @ adverto do MNU onsite no mel important sto queliatve, ns Iutas da commnidede neera bri na decade de setets. Vale nota gu as enidaes cults aus, de un modo o8 de outro, ve dstnciaram do MING (Gor disordsrem de sun’ proposta ou per falta We slareza palit), foram obfigadas a se povccnarem de manelea mats inisiayjustamente porque © MNU eonqustou eapgoe politics gu eigeans ese ata, go por parts des. Hoje nfo dé man pra sustentar Posghes cultraisas, Inteecsliss, colss que ts, E'civoriades da reldeds vivien peas moss ne fas. Sendo conia ou favor, no dé mis pra horar essa quesifo conereta, coleada plo. MING: alsa ize ree ise Por ot lady nto do MNU e a eifsio de sus propesta pot 5, objedvada em seu Programa de Asie ¢ 60 5 o Cats do Peinipes, inspira einfo de diversas cntidades © grupos negros em vérios pontos do pals Finalizemos, entio, com 0 texto de nossa Carta de Prinelpiost OS, membros ds popuagio negra brats —~ ex fendendo coins nego todo ols qs poss ma cor Ai pte, no rato 8 nor cabot, sas enractrttcos ea reams em Asembldi. Nosena CONVENCIDOS ds exact de = aiseiminasdo aca fmirginlizneso ral, poltca, conte, social ill dopo neem — pisines condos de via = asempreao tabempreo — Giesininayio as adlso do empress ¢ pers. ‘gigi racial no trabalho ‘Scogceneushumanes de wd dos presiisios pesininens sepreni,peregulsio Valea po fou = explorspo wea, eundinice socal da mulher — fandono mal tlamento dos menerss, negro = Sclonizag oy descaractorizaco, eamagamsnto © co- srerialzaio do nessa alata = ita da demoeraca aca RESOLVEMOS Junta noses foreas ¢ Ita por: ‘efe do pov nego ea tales o& specs pol oor, etonbmicon, sci @ culms ante dt somgulte de = infos oportunidades do emprero for srsienee ste, helscagso © he Powvalogia do papel do negro na Histbrla do Beast 65 = wslovizneto de calla negra © combs sistent fico son conetealizao, flelorizyso. © die ont, ~ exangso de todas as formas de pesegugb, ex: Dora, repressto evils © quo mos eb stidor ~ Herd do organisa © de expresso do po¥0 5 CONSIDERANDO ENFIM QUE: ~ nossa fa de Uestpso deve ser someate dglde por nos — Estramor ee mows srsdade onde fodor eat ‘mente pascpem Como fo ates Uolday do restate da eis NOS SOLIDARIZAMOS; 2 © ian a ets do at lacs de soeedade braira que vise 8 ‘Saco do Se ear potion sendin ») coma ite internacional contra 0 rai Pon UMA AUTENTICA DEMOCRACIA RACIAL! ELA TIBERTAGAD DO POVO NEGRO! RACA, CLASSE E MOBILIDADE Carlos Alfredo Hasenbalg |A expanslo européis iniciads no teve como resultado 0 contato entre europous bra: 08 ¢ populagdes niobrancas das reas que do incorporadas 2 mercado internacional, Desi contatos resutaram @ incorporagi de povesintiros acs dominios colonials metropolitanes, migrapces Forcadas de trbalhadates entre vontinenies e repies 8 a sujeio de populagées de cor a sistemas repre sivos de trabalho © sacismo, cuje esséacia reside na negaso total oa parcial da humanidade do negro e ovttas so brancos, constituiu a justifieativa para exerctar © dominio sobre os poves de cor. O eantedda dest justificativa variow ao longo do tempo, tendo. came §2do com nopves imbuidas de uma visto religiosa do mando que permitiram estabelecer a dstingio entre ‘ais tarde © do uma maneita po radaxal, 0 ideério de igualdade e liberdade surgido no final do século XVIII veentuou a exelusio doe niobrancos do universalism burguts ¢ Tevou ne tossidade de roforear a distingso entre homens (bea 0s) e subhomens (de cor). Jé no século XIX, 0 darwinismo socal, o evelucionismo, as doutrinas do De fato, © nfcto da revolta cientifica contra racismo ¢ a definigio das racas camo entidades bio- gicas independentes de definigées sociais data de teroeira e quarta décedas deste século. O antrop6lo- ‘30 Franz Boas pode ser destacado como um dos plo: neiros no atague sistemético as interpretagdes biol ‘icas da histéria e um dos principais responsévels pela mudanga que levou a desenfatizarfatores bielS- ficas ¢ hreditérios em favor do fatores puramente ulturals na explicegao da dindmica social. Porsm, ‘apesar do crescente descrédito do determinismo bio. Teeico © racial, o velho tema volta @ eparecer com novas roupagens. Numa época em que # atividade das cignciassociis © biolgieas tem refutado consis tentemente a existéncia de desigualdades naturals en tre as racas, alguns produtos da atividade ciemttica Ccontinaam a ser utlizdos para sustentar a exis cia de uma base genética das diferengas raciis: 6 ‘9 caso dos controvertdoe testes de Ql e as posses CderivagSes racistar de uma dleciplina nova e igual ‘mente contravertida como 6 a sociobiologa, © estudo das relacées raciais nos Estados Unidos NNo que se refore no esto cientifco das rel g6es mciais, ndo € de estranhar que grande parc as interpretagdes tebricas e andlises empfrieas to nha sido deseavolvida not Estados Unidos, pals smultiractal onde a questio racial tem ceupado um lugar central no debate seadémico © politico. Es termos do seu velor intrinseco e influéucia post rior, a teria do ciclo das relagBes reciais, formule dla por Robert E. Park) constiut um dos marcos ini- ciais da interpretagdo sociolégiea do tema, Septndo esse auior, af relagbes raciis s30 0 produto do mi grag6es e conquisas, af ragas sendo eatidades social. mente definidas no contexto de interagSes compet ‘vas mareadas pelo ctnocentrismo, As relagbee 1a ciais tenderiam a se adequar a urn ciclo que inci as ‘tapas de contato, competigio, acomodacio © ass ailagdo.* Park formulou sua tecria tendo em vista uma ampla gama de situagSes histérieas. Sous varios trabalhos reffetem a sua crenga uma tendéncia a longo prazo no sentido da assimilegao des minorias na Sociedade meis ampla ¢ 0 consequente deste recimento de categorias éinicas ¢ raciais enquanco tsis. Dest forma, a classe social tonderia a subir 2 € etnicidade como eritério de estraifieasto so Fe fonte de coat ‘A sociologia amerleana posterfor a Park niio 6 estf dominada pela premisca assimilacionista, co mo também fez wm recorte mais paroquisl do foco Ae ainlise, limitandorre a estidar quase que excl ivamente as relagbes racials nce Estados Unidos. De tum poato de vista tedtico mais ebstrato, © suposto fesimilacionita resulta de uma anélise dat exigin as estruturals das moderaas sociedades industrials universalism, reaizagio, efiiéncia instrumental © capacidade individual dentro de uma estrutura aber ta de oportunidades. Dade a légica do industeali- mo eo caréter impessoal dos mecanismos de mer ceado, ceractersticss individuais que nBo podem ser modificadas, como r8;a, etniciade e sexo tendem fser cada vex menos importantes como fontes de festruturagio. das relagies sociss. Mals coneretames> te, 0s ttabalhos mais expressivos da perspectiva assi- nillecionista partem da Idsia de quo os Estados Uni dos sio me nagio constituide por sucessivas levas de imsigrantes ¢ onde 25 oportunidades econdmicas ‘em permanente expansio mantém abertos 05 eanais tle cecensao social no sistema de clases.? Cada uma es minorias etnias de imigrantes curopeus ingre sou. nos Estados Unides a partir de wma situacio desfavorsvel devido ao preconcelto do grupo domi- hnante, & austncia de familiaridade com os padrses calturas vigentes e & falta de habilidades para com: peti exitosamente no rovo pats. Porém, com 0 pas- {ar do tempo as minorias imigrantes eprenderam a cultura dominante, desenvolveram as. hablidades feaqueridas e ze deslocarem pora cima na hierarquia tcupecional, Nesta abordagem es minors raciais, fs climes a migrar para as grandes cidades, si0 vis. R tas como estando numa situesSo besieamente igual ‘das minorias éInicas européias no passado. A par. tic desta semethanga parents com © imigrante se _guese quo 0 ritmo de ineorporacio do negro e outras Ininorias rece depende fundamentalmente de: 2) ito do grupo branco eb) & aquisgio pela ils das normas cult- Tals apropriadas & competigio social na sociodade sana, No que se gefere ae proconceito e discr cio do grupo braneo, mar ce efeitos, existe sibifidades petauasbo moral ¢ continuo esclarecimento do gr po dominante. Por soa vez, 0 rtmo lento ou alé_0 fustneia de progressos no_processo de incorporago C-explicada por elguns autores da escola assimilacio- nist como resultado do. fracasso_ ow incapacidade tas minor racias em operar as adaptegdes caltv fais necessias. A culla da pobreza e formas anor tals de organizagdo social ¢ familar constituem a txpliceggo do confinamento das mincrias racials na bbase da bicrarquia social, por baixo da linha oficial da_pobreza ‘breze™ onsttui um cufemismo para referitse fam mente 38 iinorias racials, aflemase: “A pobrean engenrn pobreza. Ue. Salvia ra robre tan una alts. probabilidads. de neces ls Una na fohds carey cole ue to rtco de doen, finitagSes na mobiidads, ace i initado 8 evegso,informasso e telaaeto Gs pais pobros aio podor dar sus flhoe vit skde'e educaezo melhor, necewras pra mihorar fia stapes A Tl cent s80 um burelea sul mas no senor pods. osu que a fala do recurs finnesos Asim. 0 fur! lepado da pobreza € pesto de pas par th got Nos diagnésticos desta yariante 9 esteutura econtimica & ienta de responsabilidades e o recismo Dranco desaparece como fator explicativo, Av vit |mas sao responséveis pelos seus proprios defelios que xplicam sta continga subordinasto social, Poder se encontrar agui ressondncias da antiga erenga 1a- tista segundo a qual as pessoas de ascend2ncta aft ‘ana, como raga de “gente de cor", nBo tinbam a capacidade de melhorer por si mesma, Interessantements, 0 colapso da perspective similacionista obodecet menos & geragao de n0Ves ‘enfoques e desenvolvimentos teérizos do que & atte fo politica das minorias recite, Com efsito, a etise dh estratégia integracionista do movimento pelos di reitos civis deu lugar, na désada de 1960) novas formas de mobilizagS0 politica do negro americano. NNo lima de reafirmacao da conscitneie étnica © nucionalismo cultural carscter(stico do ativismo das minorias racias naguele period, intelsctuais ¢ mic Titantes desssas minorias passaram a definir a rela. fo de negres, indi, ehieanos (igrantes mexicanes © umericanos do_aicendéncia mexicana) e oatros fmpos com a sociedede. americana como a de col nias interes. O modelo de colonislismo interno, inspirado nas situagies do eolonilismo ¢ ncocolo” nialsmo europeu, através da énfese nas dimensses politics © cultural da opresséo racial, tendew a de ‘monstrar que assim o integragdo estavam Jonge ” de constituir ag tendSnclas. mais significativas da ‘indica dav relagbes saci! ‘Antes de considerar as andlises de clesse da questio racial ¢ do racismo, tema central deste tra- batho, & conveniente fazer vina breve mengfo a uma ‘otra interpretagéo académica das relasdes rac {que nfo. comparte a premisa zssimilacioniste demi fante na sociologia-emerieans, Tratase do;modeTo xplicaivo de cesta © clase formulado por antco ‘pologos e sosiologos na década de 1930, @ partir de Estados de eomtnidsdes locals no sul dos Estados Unidos, Nzo obstante este modelo explicativo estar aivalmente om desuso e ter sido superado pelos fconecimentor, 0 mesmo tove ecentuada inflebncia os linhss de pesquiss sobre relapGes racials desen- volvidas nes déeadas do 1940 ¢ 1950. Tragando uma fnalogia com 0 sistema de castes da India, 08 gr pos brancos ¢ negra forsm oonceitualizedes como sO sistema de cesas] caacterizade na maloria ss definigder pela ausGncia de intereasamentos © robilidade entte grupos, é contrastado com 9 sisto- rma de clases, onde o intercasamento e mobilidade ttre grupos & possivel. © padeio de relagies fa is do sul americano era visto como implicando fambos fendmenos, com estruturas de diferenciesio ‘de classes prosentes dentro mas no através da linha Se sepuragso das castas raciais. A linha de separa ‘io de casias, que no periodo eseravista estaria tre. fg2de no sentido horizontal, tenderia a rotar sobre Seu elxo no sentido. disgonal como resultado da crescente estratificagio interna do gtupo negro. O modelo de casia e classe tem sido erticado pelo uso ‘Gifuso ovariada do concelto de casa; a crstaizagso 6 de uma visto esttica da eetrutura social, incapar de cexplicar as constantes mudangss no sisteata de rel ‘es raciais e pele inexist@nele, no esto americnno, dds legitimagoes de ordem cultural e religiosas que sstentam o sistema de eastas da fadia.® Em contraposigfo & majoria das interpretagdes ociolipicas que focelizam agées discriminatérias © [preconceito racial como clementos.irracionais na Sociedade, destinados a desaparecer, asandlises de Classe da questio saci atribuem primazia as baecs ruterisis do preconcelto e diteriminagio racial, ter tando delimitar quais si0 os grupos ou classes s0- ciais que fe beneficiam com 0 racism, Nas sugs linhas esonciais, a interpretesio mar xiste corrente postula que ravismo, precanceito. ¢ Ciscriminagio raciais sto subprodutos necestéios do desenvolvimento capitalist, implementados_¢ ‘ nanipulados pela classe dominante com os objetives ‘do manter uma forge de trabalho explorivel, cons ‘wide pelos racismente dominados, e eelat div ies dentro da classe trabalhedora, de forma 0 ale ‘Buar ou diminuir 0 conlito de classes. Segundo Oliver C..Cox, autor de formulasig if clasica desta. interpreiagio, a exploragao cos preconesitos racials se. desenvelveram ene 08 ex Topets junto com a nascimente do eaptalieme © do ‘icionalismo. A origem do conflito racial se encon- {aria no processo mais geral de mereantilizagio do trabalho, Aexpocagio racial 6 merements um sapecto do pr ‘isma da prolturzasto do trabalho, independosie ‘mente da cor do tebuho, Porano, 0 anageiaata foci 6 exsncaimente coafito peli de cass O xploador capiliss, sudo oporunila & prio, ‘elated qualquer expedient pars mater tan Soret de tbl e oaros recto Hvremente exporivet Ele wamaré ¢ uilizars © presanceto rece quando the for conveatene? Sequindo este racioefnio: “O preconesito racial constitu entéo a atitude justificaiva nocesséria para ® féeilexploragéo de ums raga. Para dizé-lo de outca forma, o preconcsito racial € a attude soci acompanha as préticas exploratdres racials dn se dominante numa sociodads capitalista”® Esta Interpretasio est caractrizada pela iis portinca atribuida ao racisme como mecanismo de ‘anutengéo da dominagéo do classe, Os atranjos sacistas operam em benetcio da classe capialiste ¢ com dettimento de todos o¥ trabalhadores.” Desde ‘que todos os trabalhadores sio economicaniente ex plorados, independentemente da cor, segue-se a no tessidade de sliangas © eoligagSes interraciais para eafrentar a classe capitalista dominance. ‘As reagdesevfticas a sta intorpretagSo spontam ‘nfo tanto para o feto da mesma ester errada 0 delsar de assinalar aspectos relevantes da dindimica cial, mas para sou carster unilateral e simplifica. dor. Em primeiro Tugar, um suposto implicito na Perspectiva maraista ortodons € ode gue raca c eii- fidade constituem manifesagSes secundavias que apenas alteram a Torma mas nio 0 contetido da di nimica de classe. O_relegamento do. preconceito rucial, raciimo ¢ ideniidades segmente prepriamente neq refersamento da. propalada Esin *tirada de cena” do negro pode ser vista como tuma forma de resolver a fensio entze os sentime ioridede branca e a culpa de infringir a mitologia racial vigente Por sua vee, 0 eseamoteanionto do resto his {ico ¢'8 invsiblidade do negro relacionamse com © processo de construe de sua identidade. Apesar {os infentos em sentido contrério, a identidade do negro esté basieamente definida pelo branco. Neste ponio.€ necessirio dislingule dues identidades. A primeira, de eardtor pablico?e oficial, deriva das Eoncepedes formtuladas por Gilberto Freyre na d&- fenda de 1950, Neste e1s0 a identidade do negro esté hhlizada pelos pardmetros de cma democracia ra cial; 0 neer0 6 um brasileiro como qualquer outro como lal, nfo esta sujelto a preconceitas © discs tminages, A segunda ilentidado corresponde #0 pla ho privad® e incorpora duas dimensGes, Ume delss, nivel mais conselente e deliborado, taduz aquilo fque, b boca pesuena © em converse enfre brancos, onttitul 0 repert6rio de ditadcs populares earreze dos de imagens negativas sabre © negro. A outra, tem plano mais inconscfente, covmesponde & estereot pavio dos pees e lugares do negro. Nesta dimensto (drnegro € reoresentedo ora como trabalhador bragal, ny quslifieado, ora como agiele que ascendew so. tishnente pelos canals de mabilidade considerados Tegitimos pare 0 negro, Este sitimo grupo & assim 108 Aefinido por Létia Gonzaler: “As imagens mais po-] tivas vistas das pessoas negras so aquelas quo) fepresentam 03 papéis sociais atribufdos pelo siste- fet cantor e/ou compositor popular, jogador de Futebol e ‘multe’. Em todas estas imagens hii am clemento em camum: a pessoa negra é um objeto de, Aivertimento”™® AA tipificaggo cultural do. negro nos polos de trabathador desqualifieado © “entertainer” remete, por sua vez, # outro elemento em comutn, conden Eo est tributes do corpo: vigor e resstéuci fish fino ¢ iexvalidade, Ao negar outras caraclenis- fees, a cioreotipfa nega o negro que néo encaixa hess dois polos: o operitio quaificado, o empre- gado de cscril6rio, o bancirio, 0 universitirio ete As nogées de invisibilidade e de identidade pi: bfica <-privada_imposta pelo branco_providensiam 3 efemntos.conceitaisminimos para anafisar_, Fageas do negro. apresentadas.no_publicdads, Na niscida em que a publicidade opera segundo a linha] {dg menor reristéncia © que sua funsio € vende| produtos ao micior nfmero possrel de pessoas eo} frudar estsedtipos, a expectativa inicial ¢ que ela fende a reproduzir es manifestagbes de racismo pre- fentes na cultara, Dentre as diferentes modali de publicidade, optouse pela observago daguela {elelada pela televieio e urn conjunto de revsts. A ebservasio resultou no registro de 117 ancincios publiitvios tranamitdos pelos txés cansis comer ‘da tlevisio do Rio de Janeiro © 87 antncios jos em soto revista selecionadas.? AA primeira contalagio derivada deste conjanto de anGncios relacionase ditetamente A invisibii de do negro e 8 sutoimagem embrangecida do Brasil, Segundo a estimative mais atualizads, pr veniente da PNAD de 1976, a populagio do pats wa com 41% do pretos © pardos. No mun dd publicidade a realidade ¢ outra. Em wm total de 205 antucios publicitérios de revistas e televisto 0 negro esti presente em apenas nove, sondo que eit tris deles aparece em propagandas do. governo, de carter no comercial. Desta acentuada. desprop (0 pode-se derivar a conclusio de que no racielnio {do publicitéio © negro quase que inexste como con- sumidor. A Timitada capacidads aquisiiva da pop Jagdo negra poderia dar conta da austneia de ape los publicitatios a0. negro como consumidor poten cial de carras de lioxo, banbeitas com hidvo-m: gem c sofisticados equipamentos de som. Nie. {e isso, o leque de proditos anunciadas ine Variedade de bens € servigos de consum popu! Uifundido, Na Iégiea subjacente & publicidade «| gunta posivelmente 6: te anuncienda pate brane Ones também compra, por que arsearae a" negrir” a imagem do produto?* Constatada a invisibilidade do negro nx publ cidade, © présimo passo consiste em determinar 0 © em que cireunstincias ele fax suns rare aparigbes, Como as apariges sS0 raras, elas perm vin exame eako a c0s0, comeganda” comm as pro igandas governamentais na tlevisdo. A primelra delas 6 uma campanha de recruta- mento de marinhelgos para s Armada © mostra tum grupo de marinkeiros de vévias cores, de branco a 108 cero, executando tarts no connés de pro de um Savio de guora, A mensaem tansniiga nesta i eras eutge pela para defes da peta, arta Utada Drain ndopendentemente da cor. Ase Sdn propaganda do overno.conssie em Us Smpanhe dealistamento nas Forgas Armada Ba fran um fovem nepro navegando em caro um Mo indo & cidade mais péxina para epre iar no pos de alitanent O ano In presen do negro que, ro cumiprimento de tin, dover civic, tanta ohfante © de. manele Ueimpeatd plo mundo. des brencos, neste oso fopresentado pelo funcionsrio da junta de aliste Mono A hima propaganda governameatal € uma Chupa de vacegio contra sem © mest

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